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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA

DIVISÃO DE AGRICULTURA

LICENCIATURA EM ENGENHARIA HIDRÁULICA AGRÍCOLA E ÁGUA RURAL

PROTOCOLO DE MONOGRAFIA CIENTÍFICA

Caracterização Mecânica Dos Solos Naturais Do Bairro Chambone III Face A Acção Erosiva

Autor: Nácer Abdul Magide Hassanigy

Tutor: Fernando Brazão Tembe MEng.

Lionde, Janeiro de 2024


Índice
1 Introdução...............................................................................................................................5

1.1 Problema e Justificativa.......................................................................................................5

1.2 Objectivos............................................................................................................................6

1.2.1 Objectivo geral..................................................................................................................6

1.2.2 Objectivos específicos.......................................................................................................6

2 Revisão Bibliográfica..............................................................................................................7

2.1 Topografia............................................................................................................................7

2.2 Erosão...................................................................................................................................7

2.2.1 Factores causadores da erosão..........................................................................................7

2.2.2 Tipo de solo.......................................................................................................................8

2.2.3 Classificação das erosões..................................................................................................8

2.2.4 Erosão hídrica....................................................................................................................9

2.3 Ensaios de caracterização mecânica.....................................................................................9

2.3.1 Análise granulométrica.....................................................................................................9

2.4 Limites de Consistência (ou Limites de Atterberg)...........................................................10

2.4.1 Limite de Liquidez (LL)..................................................................................................10

2.4.2 Limite de plasticidade (LP).............................................................................................11

2.4.3 Índice de Plasticidade (IP)..............................................................................................11

2.5 Ensaio de Compactação.....................................................................................................11

3 Metodologia..........................................................................................................................12

3.1 Descrição da Área de Estudo.............................................................................................12

3.1.1 Solos …………………………………………………………………………………12

3.1.2 Características climáticas................................................................................................12

3.2 Colecta das amostras de solos............................................................................................13

3.3 Caracterização Mecânica...................................................................................................13

3.3.1 Ensaio granulométrico....................................................................................................13


3.3.2 Limite de liquidez...........................................................................................................13

3.3.3 Limite de plasticidade.....................................................................................................14

3.3.4 Ensaio de compactação...................................................................................................14

4 Resultados esperados............................................................................................................15

5 Condições de implementação e factores de risco..................................................................16

6 Cronograma de actividades...................................................................................................17

7 Plano orçamental...................................................................................................................18

8 Bibliografia...........................................................................................................................19

Índice de figuras
Figure 1: Limites de consistência...............................................................................................8

Índice de tabelas
Tabela 1: Classificação da erosão pelo agente erosivo..............................................................6
Tabela 2: Classificação das erosões de acordo com as dimensões............................................7
Tabela 3: Classificação quanto ao coeficiente de uniformidade................................................8
Tabela 4: Classificação quanto ao coeficiente de curvatura......................................................8
Tabela 5: Classificação quanto a plasticidade............................................................................9

Lista de símbolos
γd,max - Densidade máxima seca

CBR - California Bearing Ratio

LL - Limite de Liquidez

LP - Limite de plasticidade

IP - Índice de Plasticidade
RESUMO
O processo erosivo tem sido provocado devido a descuidados no que diz respeito as regiões
urbanas em desenvolvimento, originando assim consequências devastadoras no meio
ambiente. Contudo, estes eventos são naturais e tem aumentado ao longo dos anos no distrito
de Maxixe, no bairro Chambone III. É extremamente importante compreender as
propriedades mecânicas, granulométricas e hidráulicas dos solos pois elas apresentam um
papel diferente da outra, e este processo é denominado caracterização e é feito através de
ensaios laboratoriais e observação de campo. Com base na caracterização mecânica é
possível solucionar problemas de erosão através de ensaios como granulometria, limites de
Atterberg, resistência, compactação entre outros que apresentam dados bastante relevantes do
comportamento do solo.

Palavras Chave: Caracterização mecânica, ensaios laboratoriais, erosão


1 Introdução
A rápida ocupação e desenvolvimento das regiões urbanas tem acontecido de forma
descuidada em correspondência ao meio ambiente e tem provocado relevantes processos
erosivos no solo. Essas erosões originam consequências significativas na economia, meio
ambiente, a perda de áreas residenciais, vias de acesso e riscos a população próxima (De
Paula et al., 2023). Estes eventos são naturais e tem aumentado ao longo dos anos no distrito
de Maxixe, no bairro Chambone III principalmente no período chuvoso.

O solo apesenta várias propriedades que são classificadas em físicas (granulometria e


textura), mecânicas (coesão e atrito), hidráulicas (permeabilidade) e outras. Por conta de elas
delas apresentarem um papel diferente da outa, é extremamente importante conhecer estas
propriedades para qualquer actividade geotécnica. Este processo é designado caracterização e
é feito através de ensaios laboratoriais e observações de campo, sendo necessário realizar a
coleta de amostras que serão representativas para toda a área em análise (Paulo Neto, 2016).

Com base na caracterização mecânica, classificação dos solos, mapeamento e ensaios, estes
podem servir como um meio para solucionar problemas de erosão e arraste de partículas,
facilitando melhor planejamento e uso dos recursos naturais (Fonseca et al., 2016). A
caracterização mecânica inclui realizar análises das propriedades físicas e mecânicas do solo
na sua condição natural, tais como, granulometria, limites de Atterberg, resistência,
compactação entre outros, fornecendo dados essenciais para realizar actividades na área
geotécnica onde o comportamento do solo é instável. Isso envolve a prevenção de problemas
como instabilidade dos solos, deslizamentos de terra e eventos associados as propriedades
químicas do solo.

Questões de pesquisa:

1. Como a distribuição do tamanho das partículas afecta a resistência mecânica do solo?


2. Como a compactação afecta as propriedades mecânicas e a capacidade de suporte do
solo?

1.1 Problema e Justificativa


A erosão é um fenómeno natural onde o solo é desgastado e removido pela acção de eventos
extremos, precipitação, ventos ou actividade humana. Este fenómeno tem causado
consequências negativas ao bairro Chambone III trazendo consigo prejuízos ambientais,
económicos e perda de áreas residenciais. Grande parte desta área é possível identificar solos
erodidos devido as características especificas do solo, topografia e precipitações intensas. A
origem deste processo surge devido ao desenvolvimento urbano sem um estudo precedente.

Como forma de entender o mecanismo da evolução da erosão é importante conhecer as


características físicas do terreno, assim como a intervenção humana que condiciona a
degradação dos processos erosivos. Tornando necessário fazer-se a caracterização mecânica
para avaliar o solo, face as forças erosivas, que é crucial para a prevenção e controle da
erosão, garantindo maior durabilidade e sustentabilidade no meio urbano, destacando assim a
importância da prática de conservação do solo e gerenciamento adequado para mitigar esses
efeitos no bairro Chambone III.

1.2 Objectivos
1.2.1 Objectivo geral
Caracterizar as propriedades mecânicas dos solos naturais do bairro Chambone III
face a acção erosiva.

1.2.2 Objectivos específicos


 Analisar o solo para entender como ela afecta a resistência a erosão; apresentar as
condições topográficas do bairro…….
 Apresentar o plano de ordenamento e ocupação do bairro (mapa de ordenamento
territorial)……..
 Realizar um conjunto de ensaios de caracterização, granulometria, compactação,
CBR, corte de plano inclinado e limites de consistência;
 Propor medidas mitigadoras para reprimir os efeitos da erosão;
 Correlatar os resultados obtidos nos ensaios laboratoriais.
2 Revisão Bibliográfica
2.1 Topografia
A topografia destina-se a fazer uma representação superficial terrestre em dada escala
apropriada, que seguem normas locais ou nacionais. De acordo com (Junior & Neto, 2014), o
indispensável trabalho da topografia é o levantamento topográfico e a locação topográfica. O
levantamento topográfico de certa forma, baseia-se na recolha de dados e das características
relevantes existentes no terreno em determinada área, para subsequentemente servir de
representação num ambiente gráfico e em escala apropriada, dos dados que foram levantados.
Tendo em vista o aumento da declividade e o comprimento da rampa, estes provocam um
aumento enorme de erosão, que é subordinado pela rugosidade da superfície (Souza Gomes,
2001).

2.2 Erosão
(Bastos et al., 2000) considera a erosão como uma série de processos pelo qual o material da
crosta terrestre é deteriorado ou desgastado e movidos de um ponto para o outro pela acção
erosiva, assim como os rios, vento, os mares ou a precipitação. A erosão constitui um
processo totalmente natural, lento e avaliado pelo tempo geológico, tal que é apontado como
um agente geológico causador da modificação das paisagens terrestres. A intervenção
humana modifica esse processo natural intensificando e acelerando sua acção. E quando a
acção antrópica identificada como a intensificadora ou causadora, este processo passa a ser
chamada de erosão acelerada. É importante estudar meios de prevenção e controle da erosão
devido aos sinistros e perdas causadas pela mesma.

2.2.1 Factores causadores da erosão


De certa forma, a mutualidade dos factores intervenientes na erosão são o principal obstáculo
nos estudos dos processos erosivos (Bastos et al., 2000). Estes factores podem estar
associados aos:

N Factores climáticos (precipitação- que provoca o escoamento e subterrâneo, sendo a


maior causadora de erosão do solo; vento e temperatura- diferentes temperaturas
impulsionam a aceleração na mudança das características do solo); Factores
topográficos (relevo- estre factor influencia na acção erosiva devido ao comprimento
da encosta e a declividade. Pois quanto declivoso e mais comprida a encosta maior
será o escoamento e menor será a infiltração no solo. Portanto devido ao tempo de
escoamento sob uma superfície o grau de erosão é maior quanto maior for o
comprimento da encosta); Vegetação e a Erodibilidade do solo (Holanda, 2017).

2.2.2 Tipo de solo


A reação do solo face a acção erosiva está ligada à sua capacidade de erodibilidade, que sofre
da acção directa das características físicas e químicas do solo. O solo mais afectado pela
erosão é o solo arenoso, que apresentam uma granulação mais fina, seca, ácida e pouco
coeso. Os solos arenosos apresentam maior porosidade que facilitam a infiltração da
precipitação, que consequentemente diminui o escoamento superficial, porém, como o solo
apresenta pouca coesão e o atrito entre os grãos é insuficiente para evitar esse processo,
tornam esse solo fácil de erodir. Assim como a espessura da camada do solo influencia no
processo, tal que a camada fina do solo origina enxurradas devido a saturação na superfície
(Holanda, 2017).

2.2.3 Classificação das erosões


A erosão acontece em três etapas: desagregação, transporte e deposição das partículas em
áreas de cotas baixas. (Holanda, 2017) determinou que os principais causadores da erosão são
as águas por via da precipitação, vento, gravidade ou acção atrópica, classificando a erosão
em agrupamento: erosão hídrica, erosão eólica, movimento de massa e erosão organogénica.

Tabela 1: Classificação das erosões de acordo com as dimensões


Modelos de escoamento Tipos de erosão e Dimensões
feições correspondentes
Escoamento superficial Erosão laminar ou em Perda na espessura do solo
laminar lençol (centímetros de solo)
Escoamento superficial Erosão linear em sulcos Erosão de pequeno porte com
concentrado largura de 10 a 30 centímetros e
profundidade de 5 a 15 centímetros
Escoamento superficial Erosão em voçoroca Erosão de grande porte com largura
concentrado e escoamento superior a 5 metros e profundidade
subsuperficial superior a 2 metros
concentrado
Fonte: adaptado de Oliveira, 1994.
Tabela 2: Classificação da erosão pelo agente erosivo
Agente erosivo Classificação
Água Erosão hídrica
Geleira Erosão glacial
Neve Erosão nival
Vento Erosão eólica
Terra Erosão soligênica
Organismos Erosão organogénica
Fonte: Zachar, 1982.

2.2.4 Erosão hídrica


A erosão hídrica trata-se de um processo complexo e imanente aos factores ambientais, pois
ela apresenta feições muito ameaçadoras a degradação do solo, portanto eventualmente
dependerá da intensidade e evolução da mesma. Este processo poderá ocorrer de diferentes
maneiras: Marinha – no momento em que a força do mar e/ou oceanos provocam a
degradação através do impacto absorvido pelas encostas e rochas; Fluvial - resultante da
força das águas dos rios quando impactam as margens, removendo partículas do solo e.
Pluvial – oriundo da precipitação que é predominante e a mais comum (Holanda, 2017).

2.3 Ensaios de caracterização mecânica


2.3.1 Análise granulométrica
A análise granulométrica baseia-se na determinação dos diâmetros das parcelas efectivas no
solo. Esta análise é indispensável para o entendimento do comportamento do solo, quer como
componente da fundação ou das inerentes camadas do pavimento (Bringel, 2018). A analise
granulométrica do solo é padronizado pela norma NBR 7181 (ABNT, 1988), que decreta o
método de analise da granulometria do solo. Sendo este realizado pelos métodos de
peneiramento (adequado para solos grossos) ou por uma combinação de peneiramento e
sedimentação (contanto que o solo apresente fracções finas) (Schneider Neto, 2013).

A distribuição granulométrica é classificada em três casos: graduação contínua, uniforme e


aberta. Graduação continua é tida como bem graduado, ou melhor, é caracterizado por um
ordenamento continuo de diâmetros semelhante em uma faixa vasta de tamanho de partículas.
Neste contexto, as pequenas partículas deverão ocupar os espaços vazios deixados pelos
grãos maiores, que resulta em um solo de boa condição de compactação e resistência
mecânica. Enquanto que a granulação uniforme resulta em um solo mal graduado, que é
caracterizado dominantemente por um diâmetro em toda a granulometria. A granulação
aberta descreve um solo cuja granulometria necessita de um ou mais diâmetros de partículas
(Schneider Neto, 2013). As tabelas 3 e 4 exemplificam as classificações:

Tabela 3: Classificação quanto ao coeficiente de uniformidade


Coeficiente de Uniformidade
CU < 5 Muito uniforme
5 < CU > 15 Uniformidade Média
CU > 15 Desuniforme
Fonte: Caputo, 1996.

Tabela 4: Classificação quanto ao coeficiente de curvatura


Coeficiente de curvatura
CC < 1 Mal graduado
1 < CC < 3 Bem graduada
CC > 3 Mal graduado
Fonte: Caputo, 1996.

2.4 Limites de Consistência (ou Limites de Atterberg)


(Bringel, 2018) clarifica que a acção das pequenas fracções do solo não ficam definidas
somente pela granulometria, consequentemente, não é possível ter uma noção exata do
comportamento dessas partículas efectuando apenas este ensaio. O autor deixa claro que
algumas outras propriedades, tais como umidade do solo, forma das partícula e composição
química são importantes para estipular as propriedades que dizem respeito ao estudo.

A figura 1 abaixo ilustra os estados físicos de consistência e seus limites de consistência.

Figure 1: Limites de consistência

Fonte: Caputo, 1988.

2.4.1 Limite de Liquidez (LL)


O limite de liquidez, pode ser obtido através da concha Casa-grande, projectada por Arthur
Casa-grande. O limite de liquidez define-se como o teor em água que limita a fronteira entre
o estado fluido e o estado plástico ou moldável de um solo, ou melhor, quando o solo passa
do estado plástico para o líquido. (Silva, n.d.)
2.4.2 Limite de plasticidade (LP)
Limite de plasticidade é o teor em água contido entre o estado moldável e o friável (semi-
sólido). No estado friável, o solo exibe fraturas e rompe ao ser trabalhado. Devido ao curto
intervalo de variação na generalidade dos solos finos, o limite não é tão significativo das
características dos solos como o limite de liquidez. (Silva, n.d.)

2.4.3 Índice de Plasticidade (IP)


O índice de plasticidade corresponde à faixa de valores de humidade do solo na qual ele se
comporta como um plástico. É a diferença entre o limite de liquidez e o limite de
plasticidade:

IP = LL – LP (1)
Tabela 5: Classificação quanto a plasticidade
Índice de Plasticidade
1 < IP < 7 Fracamente plásticos
7 < IP < 15 Medianamente plásticos
IP > 15 Altamente plásticos
Fonte; Caputo, 1996.

2.5 Ensaio de Compactação


A compactação de um solo é mecanismo que se destina a reduzir os seus vazios através de
recursos manuais ou mecânicos, e deste modo aumentar a resistência, permeabilidade,
compressibilidade e absorção da água. A DNIT 164/2013 - ME é a norma estabelecida para
realização desses mecanismos. O ensaio tende a estabelecer a convergência entre o teor de
umidade e a massa específica evidente do solo seco, e através disso obtém-se a curva de
compactação do solo (Bringel, 2018).
3 Metodologia
3.1 Descrição da Área de Estudo
O distrito de Maxixe esta localizado na região Sul de Moçambique, com as coordenadas
geográficas: Norte: Latitude 35° 41' 17.59" e Longitude 35° 21' 59.01"; Sul 24° 3' 15.06" e
Longitude 35° 14' 33.32"; Este 35° 54' 33.25" e Longitude 35° 20' 42.93"; Oeste Latitude 23°
54' 8.75" e Longitude 35° 14' 4.82". O Distrito de Maxixe abrange uma área de 282 km² e
com cerca de 147.260 habitantes, resumindo-se que a densidade populacional de 522.19
hab/km², estabelece um limite a Norte com o Distrito de Morrumbene, a Sul com o distrito de
Jangamo, a Oeste com o de Homoíne e a Este com a Baía de Inhambane (Meteorologia,
2017)

Figure 2:Área de estudo localizada geograficamente a partir do Qgis.

Fonte: Autor, (2023)

3.1.1 Solos
O Distrito de maxixe é composto por areias finas com baixa fertilidade e retenção de água,
porem certas áreas apresentam solos férteis. Com a exceção de areias finas, algumas áreas
contem áreas pantanosas formado por materiais finos.
3.1.2 Características climáticas
Nesta secção tenciona-se fazer uma curta abordagem sobre as características físicas do
distrito de maxixe, dos quais exibem alguma influência no meio ambiente. Maxixe é
identificado com um clima tropical húmido e temperatura media anual de 20,50C a 26C, em
que se faz sentir a máxima entre os mês de Janeiro e mínima em Julho. A temperatura
máxima média varia entre os 24,80C e 30,90C e a mínima entre 15,70C e 22,80C. O pico de
maior precipitação faz se sentir nos meses de Dezembro a Março, com uma media de
965mm. O distrito tem sofrido com ventos fortes e ciclones devido a influencia marinha e
ventos prevalecem a sul e certas vezes a norte e este do distrito (Urbano, 2008).

3.2 Colecta das amostras de solos


A tabela abaixo apresenta os materiais necessários para a colecta de amostras de solo na área
afectada.
Tabela 6: Materiais necessários para colecta de amostras de solo deformadas e dados topográficos.
Material Quantidade
Pá de mão 1 unidade
Fita métrica 1 unidade
Computador 1 unidade
Saco 2 unidades
GPS ou telemóvel 1 unidade
Fonte: Autor, (2023)

3.3 Caracterização Mecânica


Para se realizar a caracterização do solo, é crucial ser feita uma sequência de ensaios
laboratoriais, com fins peculiares. Esses ensaios facilitam a obtenção de critérios que
identificam a natureza do solo, assim como podem ser confrontados com as propriedades
mecânicas. Assim sendo, são assentes em normas todos os ensaios que poderão ser realizados
ao longo desta pesquisa, tais como, análise granulométrico, ensaio de compactação e por fim
os limites de consistência que permitiram classificar o solo (Silva, 2013).

3.3.1 Ensaio granulométrico


Este ensaio consiste em determinar os diâmetros dos grãos do solo através da peneiração da
amostra retirada, utilizando uma serie de peneiras com tamanhos normalizados pela (NBR,
1984).

3.3.2 Limite de liquidez


O dispositivo desenvolvido para a realização deste ensaio é constituído por uma concha
semiesférica de latão e um equipamento mecânico que facilita levantar e deixar cair, com
uma altura ajustável sobre uma base, seja ela de madeira ou borracha dura. Este, porta
consigo um contador de golpes e um separador de solo (Silva, 2013). De princípio coloca-se
na concha, uma quantidade de pasta preparada (o solo e água) de forma a ficar nivelada e
com espessura de 1cm. Em seguida, usando o riscador faz-se a separação vertical do solo em
2 (duas) metades e perpendicular a superfície da concha. Aciona-se o contador de golpes até
que as duas metades do provete entrem em contacto num espaço de 1cm devido ao número de
golpes e registra-se o número de golpes. Logo após, retira-se 10g da amostra em que houve o
contacto do solo e segue a determinação do teor em água, através de secagem em estuda
(norma NP-84, 1965). E repetindo este processo em mais três amostras e acrescentando
gradualmente o teor em água.

3.3.3 Limite de plasticidade


A metodologia mais comum e mais utilizada em laboratórios para determinar o limite de
plasticidade (LP) é o método manual. Este método resume-se em retirar cerca de 20g de solo
e com certa quantidade de água para que ela se torne plástica e facilite moldar 4 (quatro)
esferas de tamanhos iguais. Rolam-se os provetes com auxílio da mão e a placa de vidro,
tornando-lhes em fibras cilíndrica até atingir cerca de 3mm de diâmetro e volta a rolar até ela
romper devido a secagem. O ensaio acaba quando há aglomerados de fibras colhidas para
determinar o teor em água (Silva, 2013).

3.3.4 Ensaio de compactação


A compactação é um meio utilizado na estabilização de solos que se dá através da aplicação
de (impacto, vibração, compressão estática ou dinâmica). Seu efeito faz-se sentir no solo, um
aumento de seu peso específico e resistência ao cisalhamento, e uma diminuição do índice de
vazios, permeabilidade e compressibilidade. Com o ensaio de compactação é possível obter a
correlação entre o teor de umidade e o peso específico seco de um solo quando este é
compactado. O ensaio mais comum é o de Proctor (Normal, Intermediário ou Modificado),
que é realizado através de sucessivos golpes de soquete.

3.3.4.1 Ensaio CBR


A amostra colectada deve secar ao ar livre e desterroada com almofariz e mão de gral,
homogeneizada e reduzida, com reforço ao repartidor de amostras até alcançar uma amostra
representativa de 7000g para solos arenosos ou pedregulhos. Leva-se essa amostra para uma
peneira de 19mm totalmente vazia, caso haja resíduos nela, deve ser retida.
Segundo a (DNER-ME, 1994) deve ser fixado o molde com a sua base, ajustar-se o cilindro.
Compacta-se o material com auxílio do disco espaçador, em cinco camadas iguais com forma
a obter uma altura de cerca de 12,5cm. Golpeando 12 vezes cada camada (materiais de
subleito), 26 ou 56 golpes (materiais de sub-base e base).
4 Resultados esperados
Os resultados esperados da caracterização mecânica de um solo podem variar e acordo com
os objectivos específicos do estudo e das propriedades avaliadas. Estes resultados são
fundamentais para auxiliar na tomada de decisões relacionadas a projectos geotécnicos e a
sua interpretação permite uma compreensão abrangente das propriedades do solo. Contudo,
no presente estudo espera-se obter:

N Limites de Consistência: Limites de liquidez e plasticidade, fornecendo informações


sobre o comportamento do solo em diferentes estados de humidade;
N Análise Granulométrica: Obter informações detalhadas sobre a distribuição do
tamanho das partículas, assim como a curva granulométrica representando um
gráfico que mostra a percentagem acumulada do material retido em cada peneira em
relação ao tamanho das partículas. Essa curva é fundamental para entender a
composição granulométrica da amostra.
N Ensaio de Compactação e CBR: obter o gráfico de compactação que mostra a
relação entre a umidade do solo e sua densidade seca e seguido o CBR índice de
Suporte Califórnia, indicando a resistência relativa do solo sob condições especificas
de compactação;
5 Condições de implementação e factores de risco
Para a implementação do trabalho, observam-se as seguintes dificuldades ou factores de
risco:
Condições de implementação:
Condições de armazenamento para evitar alteração das propriedades mecânicas da
amostra;
Calibração dos equipamentos para garantir medições precisas;
Realização de ensaios adequados considerando as características do solo;
Considerar as condições ambientais. A temperatura, pode afectar as propriedades
mecânicas do solo.
Factores de risco:
Interferência devido a problemas de saúde;
Insuficiência de valores monetários para realização dos ensaios laboratoriais;
Indisponibilidade do técnico de laboratório na execução dos ensaios;
Contaminação das amostras: pode alterar as propriedades mecânicas e resultando em
interpretações equivocadas;
Erros laboratoriais: erros como medições imprecisas ou manipulação inadequada da
amostra pode comprometer a confiabilidade dos resultados.
6 Cronograma de actividades
Meses 1º mês 2º mês 3º mês
Semanas & 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
Actividades

Incluir o levantamento
topografico

Coleta de amostras de solo


Ensaios de caracterização

Analisar os dados obtidos na


caracterização

Produção do relatório

Apresentação do relatório
7 Plano orçamental
Tabela 7: Custos para a realização do trabalho

Preço Unitário Total


Ordem Material Quantidade
(MT)
(MT)
1 Laptop 1 17,000 17,000
2 GPS ou telemovel 1 7,000.00 7,000.00
3 Fita métrica 1 300 300
4 Ensaios laboratoriais 5 30,000.00 30,000.00
5 Internet e Crédito 1 1000 1000
Subtotal 55,300

Contingência
2765
(5%)

Custo total 58,065


8 Bibliografia
N CAPUTO, H. P., 1988. Mecanica dos solos e suas aplicações- fundamentos. 6 ed.
s.l.:LTC.
N DNER-ME, 1994. Determinação do Índice de Suporte Califórnia Utilizando Amostras
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N Meteorologia, I. N. d., 2017. Perfil do Distrito Municipalizado de Maxixe.
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N NBR, 7., 1984. Solo-analise granulometrica. s.l.:s.n.
N Urbano, D. N. d. G. A. d. A., 2008. PLANO MUNICIPAL DE GESTÃO AMBIENTAL
DO MUNICÍPIO DE MAXIXE. s.l.:s.n.
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Engenho 17, e023007–e023007.
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em processo erosivo (Master’s Thesis). Universidade Federal de Pernambuco.
N Silva, A.C.S., 2013. Definição de padrões de plasticidade de solos através do cone de
penetração, por comparação com o método de Casagrande.

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