Você está na página 1de 105

GRACIFILHOS – COMERCIO E SERVIÇOS.

LDA

ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL


EXPLORAÇÃO FLORESTAL DE MADEIRA

Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do Bengo

VOULE II: RELATÓRIO SÍNTESE

Consultores:

GeoAmbiens, Lda – Geoprocessamento & Análise Ambiental

JANEIRO, 2021
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba,
Província do Bengo

PROPONENTE

GRACIFILHOS – COMÉRCIO E SERVIÇOS, LDA


Morada Luanda, Município de Viana, Bairro Kapalanga, Rua do Porto Seco, Casa s/n

Província Bengo Município Zona do Cambondo, Bula Atumba


Contacto (s) +244 922 789 093/ 995 615 600
Pessoa de Contacto Senhor Garcia Afonso, Sócio Gerente

EMPRESA CONSULTORA

GeoaAmbiens, LDA, Geoprocessamento & Analise Ambiental


N.º de Registo no Fls 01 – Livro A-1
MINAMB:

Morada Rua da Missão, Ingombota, Edifício nº47, Apt -21, Luanda – Ingombota

Telefone (s) +244 222 714 309 / 923 311 657

Email: Geoambiens@yahoo.com.br

Pessoa de Contacto Paulo Afonso +244 923311657 pauloambiente19@hotmail.com

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
1
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

ÍNDICE

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................. IV


LISTA DE QUADROS ................................................................................................ V
LISTA DE TABELAS ................................................................................................ VI
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1
1.1. Apresentação .................................................................................................. 1
1.2. Finalidade deste AIA ...................................................................................... 1
1.3. Objectos do EIA ............................................................................................. 2
1.4. Identificação do Proponente ............................................................................ 2
1.5. Responsáveis Pela Elaboração do Estudo de Impacte Ambiental ..................... 3
1.6. Metodologia Geral .......................................................................................... 3
1.7. Pressupostos e Limitações ............................................................................... 5
1.8. Estrutura do EIA ............................................................................................. 6
2. ENQUADRAMENTO LEGAL ............................................................................. 8
2.1. Introdução....................................................................................................... 8
2.2. Enquadramento Institucional ........................................................................... 9
2.2.1. Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente ............................................. 9
2.2.2. Ministério da Agricultura e Florestas (MINAGRIF) ............................... 10
2.2.3. Direcção Nacional de Prevenção e Avaliação de Impactes Ambientais
(DNPAIA) ........................................................................................................... 10
2.2.4. Agência Nacional de Resíduos (ANR) ................................................... 10
2.3. Enquadramento Legal ................................................................................... 11
3. DESCRIÇÃO DO PROJECTO ............................................................................ 13
3.1. Objectivos..................................................................................................... 13
3.2. Justificativa do Projecto ................................................................................ 13
3.3. Justificativa da Localização Seleccionada ..................................................... 15
3.4. Projectos Associados .................................................................................... 15
3.5. Localização Geográfica ................................................................................. 15
3.6. Descrição Geral do Projecto .......................................................................... 18
3.6.1. Projecto ................................................................................................. 18
3.6.2. Informações da Organização e Plano de Exploração Florestal ................ 18
3.7. Aspectos Ambientais .................................................................................... 25
3.7.1. Efluentes líquidos .................................................................................. 26
3.7.2. Resíduos sólidos .................................................................................... 26
3.7.3. Emissões atmosféricas ........................................................................... 26

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
I
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

3.7.4. Ruído e Vibração ................................................................................... 26


3.8. Fases do Projecto .......................................................................................... 27
3.8.1. Fase de Implantação e / ou Instalação .................................................... 27
3.8.2. Fase de Operação ................................................................................... 27
3.8.3. Fase de Desativação ............................................................................... 28
3.9. Valor de Investimento do Projecto ................................................................ 28
4. DESCRIÇÃO DAS ALTERNATIVAS CONSIDERADAS ................................. 29
4.1. Alternativas Locacionais e Tecnológicas ....................................................... 29
4.2. Alternativa de Não Execução do Projecto ..................................................... 30
5. DEFINIÇÃO DA ÁRRA DE INFLUÊNCIA ....................................................... 32
6. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PROJECTO 37
6.1. Meio Físico ................................................................................................... 37
6.1.1. Clima ..................................................................................................... 37
6.1.2. Temperatura........................................................................................... 37
6.1.3. Precipitação ........................................................................................... 38
6.1.4. Humidade Relativa ................................................................................ 39
6.1.5. Ventos ................................................................................................... 39
6.1.6. Geologia e Geomorfologia ..................................................................... 39
6.1.7. Recursos Hídricos e Qualidade da Água................................................. 47
6.2. Meio Biótico ................................................................................................. 49
6.2.1. Vegetação .............................................................................................. 49
6.2.2. Fauna Terrestre ...................................................................................... 55
6.2.3. Valores Naturais e Paisagem .................................................................. 59
6.2.4. Área Protegidas ..................................................................................... 60
6.3. Qualidade do Ar ............................................................................................... 62
6.3.1. Potenciais Receptores ............................................................................ 62
6.3.2. Fontes de Perturbação do Ar .................................................................. 62
6.4. Ambiente Sonoro .......................................................................................... 63
6.4.1. Receptores de Ruído e Fontes de Ruído ................................................. 64
6.5. Resíduos ....................................................................................................... 64
6.5.1. Descrição da Situação Actual ................................................................. 64
6.6. Meio Socioeconómico................................................................................... 65
6.6.1. Metodologia........................................................................................... 65
6.6.2. Enquadramento Administrativo.............................................................. 65
6.6.3. Caracterização Local.............................................................................. 68

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
II
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

6.7. Ordenamento do Território e Uso do Solo ..................................................... 69


6.7.1. Metodologia........................................................................................... 69
6.7.2. Ocupação do Solo .................................................................................. 69
6.7.3. Rede Viária e Infraestruturas.................................................................. 69
6.8. Património Histórico – Cultural .................................................................... 70
7. IDENTIFICAÇÃO E AVALAIAÇÃO DE IMPACTE AMBIENTAL ................. 71
7.1. Metodologia e Critérios Aplicados ................................................................ 71
7.2. Interacção Ambiental do Empreendimento .................................................... 71
7.2.1. Factores Ambientais .............................................................................. 71
7.3. Acções Geradoras de Impactos...................................................................... 73
7.3.1. Fase de Planeamento .............................................................................. 73
7.3.2. Fase de Implantação............................................................................... 73
7.3.3. Fase de Operação ................................................................................... 74
7.4. Avaliação Dos Impactes Ambientais ............................................................. 74
8. DESCRIÇÃO DAS MEDIDAS DE MITIGAÇÃO .............................................. 80
8.1. Medidas Gerais ............................................................................................. 80
8.2. Medidas Especificas...................................................................................... 81
8.2.1. Meio Físico ............................................................................................ 81
8.2.2. Meio Biológico e Ecossistemas Naturais ................................................ 83
8.2.3. Meio Socioeconómico ........................................................................... 84
9. PROGRAMA DE ACOMPANHAMEBTO E MONITORIZAÇÃO DOS
IMPACTES AMBIENTAIS ........................................................................................ 85
9.1. Medidas Preventivas ..................................................................................... 86
9.1.1. Definição das áreas de exclusão ............................................................. 86
9.1.2. Gestão de Resíduos ................................................................................ 86
9.1.3. Protecção e Conservação da Vegetação .................................................. 86
9.2. Medidas de Mitigação Correctoras ................................................................ 87
9.3. Plano de Vigilância Ambiental ...................................................................... 88
10. LACUNAS ´TECNICAS DE CONHECIMENTO ............................................ 89
11. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................ 90
12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 91
ANEXOS .................................................................................................................... 95

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
III
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Perspectiva da área de implantação da exploração florestal de madeira. ....... 17


Figura 2: Exemplo de reserva e carregamento de madeira. .......................................... 21
Figura 3: Descrição da maquinaria. ............................................................................. 22
Figura 4: Vista da área de implantação da exploração florestal. ................................... 30
Figura 5: Identificação da área de influência do projecto ............................................. 36
Figura 6: Classificação Climática e Distribuição de temperatura. ................................ 38
Figura 7: Distribuição da pluviosidade e Classificação de Koppen da Província do
Bengo. ........................................................................................................................ 39
Figura 8: Mapa geomorfológico de Angola segundo MARQUES (1977). ................... 42
Figura 9: Esboço geotectónico de Angola segundo SILVA (1977). ............................. 45
Figura 10: Unidades Geológicas da Província do Bengo.............................................. 46
Figura 11: Rede Hidrográfica. ..................................................................................... 48
Figura 12: Brachytegia (miombo)................................................................................ 49
Figura 13: Albizia. ...................................................................................................... 50
Figura 14: Spanthodea campanulata. ........................................................................... 50
Figura 15: Adansonia digitata- Embondeiro. ............................................................... 51
Figura 16: Carta de Principais tipos de Vegetação da Província do Bengo. .................. 51
Figura 17: Cardiospermum grandiflorum. ................................................................... 52
Figura 18: Andropogon gayanus. ................................................................................ 53
Figura 19: Setaria welwitschii. .................................................................................... 53
Figura 20: Hyphaene gossweileri. ............................................................................... 53
Figura 21: Aves existentes em Angola. ....................................................................... 57
Figura 22: Mapa dos Parques e Reservas Naturais de Angola. ..................................... 60
Figura 23: Parque Nacional de Quiçama...................................................................... 61
Figura 24: Enquadramento Administrativo. ................................................................. 65
Figura 25: Fortaleza de Muxima, e Igreja Nº Sra. da Muxima. .................................... 70

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
IV
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Local de realização das várias operações em função do sistema de


exploração. ................................................................................................................. 19
Quadro 2: Principais tipos de madeira utilizados para a produção. ............................... 21
Quadro 3: Cronograma de Implementação do Projecto. ............................................... 24
Quadro 4: Síntese cronológica das idades absolutas relativas à génese das rochas
gnáissico-migmatíticas e metaultramáficomáficas, em geral expostas em Angola. ....... 44
Quadro 5: Árvores....................................................................................................... 52
Quadro 6: Espécies vegetais em risco. ......................................................................... 54
Quadro 7: Lista dos répteis terrestres em risco de conservação. ................................... 58
Quadro 8: Aspectos a Monitoras. ................................................................................ 85

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
V
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Áreas de floresta densa húmida - AFDU e relação população-área de floresta


densa húmida e área de floresta densa húmida-superfície por província em Angola –
2001. ........................................................................................................................... 14
Tabela 2: Níveis de ruído recomendados para áreas residenciais e industriais. ............. 63
Tabela 3: Resumo dos Potenciais Impactes e Sua Classificação Meio Físico. .............. 76
Tabela 4: Resumo Dos Potenciais Impactes e Sua Classificação Meio Biológico......... 78
Tabela 5: Resumo Dos Potenciais Impactes e Sua Classificação Meio Socioeconómico.
................................................................................................................................... 79

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
VI
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

1. INTRODUÇÃO
1.1.Apresentação

O presente documento constitui o Estudo de Impacte Ambiental (EIA), que, a atender as


disposições da Lei de Bases do Ambiente (5/98), de 19 de Junho de 1998, deve ser parte
integrante do processo de licenciamento ambiental de instalação e operação junto ao
Ministério do Ambiente, para o Projecto de Exploração Florestal de Madeira na Zona
do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do Bengo.

O licenciamento de projectos que por sua natureza, dimensão ou localização, têm


implicações com o equilíbrio e harmonia ambiental e social, estão sujeitos a um
processo prévio de Avaliação de Impacte Ambiental, o que implica na elaboração de um
Estudo de Impacte Ambiental (EIA).

O Estudo de Impacte Ambiental, elaborado por uma equipa multidisciplinar, visa


abordar os aspectos ambientais, prevendo as consequências socioambientais resultantes
das actividades de instalação e operação do empreendimento, através da interpretação e
valoração dos impactes, além da definição de programas de monitoramento para as
açcões previstas. Seu objectivo é atestar a viabilidade do projecto no que tange as
questões ambientais, assim como abordar as acções de mitigação e compensação
adequadas, e que considerem as realidades sociais e necessidades específicas das
comunidades no entorno.

A elaboração deste documento cumpre ainda, os dispostos na legislação ambiental


vigente em Angola, nomeadamente a saber:

 Decreto Presidencial n.º 117/ 20 de 22 de Abril de 2020 – Regulamento Geral de


Avaliação de Impacte Ambiental e do Procedimento e Licenciamento Ambiental
 Decreto Executivo nº 92/12, de 1 de Março de 2012 – Termos de Referencia
para a elaboração de Estudo de Impactes Ambientais.

1.2.Finalidade deste AIA

O principal objectivo de uma AIA é identificar os impactes ambientais e sociais como


consequência directa ou indirecta de um projecto em implementação, e planear a
Estudo de Impacte Ambiental
Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
1
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

mitigação para gerir os impactes (positivos e negativos). Há casos em que os impactes


negativos significativos são considerados como verdadeiros obstáculos (impedimento)
para o desenvolvimento de projectos, e por isso estes não prosseguem.

1.3.Objectos do EIA

 Fornecer uma breve descrição do Projecto proposto e actividades associadas;


 Descrever o ambiente biofísico e socioeconómico potencialmente afectado
(situação de referência) na área do Projecto;
 Identificar e avaliar a importância dos possíveis impactes ambientais e
socioeconómicos das actividades propostas;
 Recomendar medidas de mitigação para evitar ou minimizar possíveis impactes
negativos (e aumentar os benefícios);
 Informar a decisão das autoridades de emitir uma Licença Ambiental para o
Projecto proposto.

Especificamente, o presente trabalho tem como objectivo avaliar os efeitos ecológicos,


económicos e sociais que podem advir à instalação e operação do Projecto Exploração
Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo, buscando ressaltar os efeitos positivos e atenuar os efeitos negativos, dando uma
melhor qualidade de vida à população e interferindo o mínimo possível no ambiente.

1.4.Identificação do Proponente

Projecto: Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula


Atumba, Província do Bengo

Denominação Social: Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda

Número de Identificação Fiscal (NIF): 5000617261

Endereço: Sede em Luanda, Município de Viana, Bairro Kapalanga, Rua do Porto Seco,
Casa s/n

Telefones: + 244 922 789 093/ 995 615 600

Representante Legal: Senhor Garcia Afonso, Sócio Gerente


Estudo de Impacte Ambiental
Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
2
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

1.5.Responsáveis Pela Elaboração do Estudo de Impacte Ambiental

O Estudo de Impacte Ambiental (EIA) foi elaborado pela GeoAmbiens,


Geoprocessamento & Analise Ambiental., sob direcção técnica do Gestor Ambiental
Paulo Afonso, que reuniu para o feito uma equipa técnica qualificada e multidisciplinar.

Quadro 1: Composição da equipa técnica


Licenciado em Ambiente e Gestão do Território
Direcção Técnica
Paulo Afonso
Estudos Sectoriais
Licenciado em Ambiente e Gestão do Território
Factores Físicos e Ordenamento do
Território
Francis Makindu
Licenciado em Meteorologia
Factores de Qualidade do Ambiente (Ar,
Água, Ambiente sonoro, Resíduos)
Ndozi Rosário Miguel
Engenheira Ambiental
Factores Biológicos e Paisagem
Djamila Casimiro Edith
Licenciada em Ambiente e Ordenamento do
Território
Socioeconómica e Património Cultural
Jussara Lourenço
Engenheiro Geógrafo
Cartografia
Afonso Canga Gabriel

1.6.Metodologia Geral

O Estudo de Impacte Ambiental (EIA) foi desenvolvido em conformidade com a


legislação em vigor em Angola, tendo em atenção as especificações do projecto, a fase
em que se encontra e as características da área de implantação do mesmo.

A metodologia geral adoptada no EIA, envolveu as seguintes etapas:

a) Revisão Bibliográfica incidiu sobre a documentação do Projecto e outra


relacionada, bem como materiais como mapas, fotografias aéreas e imagens de
satélite, conforme necessário;
Estudo de Impacte Ambiental
Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
3
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

b) Recolha de informação sobre as características da área de implementação do


Projecto;
c) Revisão do Enquadramento Institucional e Legal do Projecto no contexto da
legislação Angolana;
d) Trabalhos de Campo cobrirão o estudo de aspectos para os quais informação
secundária não se encontra disponível.

Com base na informação recolhida no terreno, a equipa técnica irá caracterizar


detalhadamente a área e identificar os impactos potenciais do Projecto nos domínios
Biofísico, Biótico e socioeconómico.

Considerando a natureza dos principais impactos ambientais que se podem esperar da


actividade proposta serão analisadas as seguintes componentes:

a) Meio Físico

Caracterização do clima na área de estudo, principalmente quanto à precipitação (média,


mínima e máxima), temperatura (média, mínima e máxima); evapotranspiração,
direcção e velocidade dos ventos prevalecentes e, frequência de eventos extremos.

 Caracterização da geomorfologia e solos na área de estudo

Descrição da topografia e das características associadas às dinâmicas do relevo


(presença ou prospecção à erosão e assoreamento, áreas sujeitas a inundações, etc.);
caracterização dos solos (tipo, textura, etc.).

 Caracterização da hidrologia na área de estudo

Identificação da rede hidrográfica abrangida pelo Projecto; descrição das características


físicas das bacias e análise das condições actuais dos corpos de água (especialmente os
utilizados como fonte de água pela população) abrangidas pelo Projecto.

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
4
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

 Caracterização dos aquíferos subterrâneos

Sua localização e aspectos geológicos, sua alimentação, fluxo e recarga, profundidade


das águas subterrâneas; relação com as águas superficiais e com outros aquíferos;
caracterização do fluxo hidrológico e outras áreas húmidas que sejam identificadas.

Análise dos usos de água prevalecentes na área de Projecto, em especial a jusante e


identificação e caracterização das fontes de abastecimento público.

b) Meio Biótico

Caracterização dos habitats, flora e faunas que se podem encontrar na área de


implementação do Projecto, e seu mapeamento com indicação das espécies mais
frequentes e do seu estado de conservação

c) Meio Socioeconómico

 Caracterização da população e do seu modo de vida na área de implementação


do Projecto:
 Sua organização, estrutura administrativa; principais actividades económicas,
modos de vida;
 Usos e aproveitamentos da terra e dos recursos naturais e potencial para a
ocorrência de conflitos relacionados com tais usos;
 Acesso a infraestruturas e a serviços, identificação de locais arqueológicos e/ou
históricos ou de importância cultural;
 Identificação de formas inovadoras e sustentáveis de trabalho com as
comunidades que possam resultar em benefícios para estas.

1.7.Pressupostos e Limitações

Vários pressupostos e limitações à análise da sensibilidade de alguns descritores


ambientais foram encontrados a quando da avaliação dos resultados.

a) Precisão dos dados SIG

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
5
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

Os dados SIG (Sistema de Informação Geográfica), baseiam-se em imagens de satélite


SPOT. Se bem que todas as medidas fossem tomadas para verificar a exatidão dos
dados, a sua análise posterior pode, contudo, ter tendência a pequenos erros relativos à
especificidade do local e/ou erros gerais espaciais e temporais.

b) Dos MDT da SRTM

Foram gerados contornos (10 m) e uma análise básica do terreno foi realizada neste
MDT, que englobava análises de uma encosta e de acidentes geográficos, bem como da
rede de canais de água e geração de bacia hidrográfica.

c) Recursos Hídricos

O conjunto de dados fornecido pela Administração Municipal sobre a hidrologia de


superfície não tinha uma resolução suficiente para uma análise com fins ecológicos.

d) Hidrologia subterrânea

O conjunto de dados fornecido pela Administração Municipal sobre a hidrologia de


subterrânea não tinha uma resolução suficiente para uma análise com fins ecológicos.

e) Perturbação da estrada de acesso

A criação de uma estrada de acesso em muitas áreas rurais permite aos habitantes locais
aventurarem-se em áreas circundantes para explorar os recursos naturais.
Consequentemente, onde houver uma estrada de acesso transitável, aumenta a habitação
humana e o aumento das perturbações ecológicas é, portanto, inerente.

f) Sazonalidade

A pesquisa foi realizada durante uma fase de instalação do Projecto Exploração


Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo da empresa Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda.

1.8.Estrutura do EIA

O Estudo de Impacte Ambiental (EIA) do Projecto – de Exploração Florestal de


Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do Bengo da
empresa Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda, é apresentado em três volumes:

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
6
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

 Volume I: Resumo Não Técnico


 Volume II: Relatório Técnico
 Volume III: Anexos

O Volume I contém o Resumo Não Técnico (RNT) o qual tem como papel resumir e
traduzir em linguagem simples o conteúdo do estudo, permitindo que o público em
geral se familiarize com as principais questões relacionadas com o projecto.

O Volume II tem em consideração entre outros o previsto no Anexo do Decreto


Executivo n.º 92/12 de 1 de Março – Decreto sobre os Termos de Referência para
Elaboração de Estudos de Impactes Ambientais, inclui a análise das várias componentes
estudadas, nomeadamente: Clima, Hidrogeologia, Recursos Hídricos Superficiais e
Subterrâneos, Ambiente Sonoro, Qualidade do Ar, Sistemas Ecológicos, Uso do Solo,
Ordenamento do Território, Paisagem, Socioeconómica.

A estrutura geral do volume II é a seguinte:

 Introdução
 Enquadramento Legal
 Descrição do projecto
 Descrição das alternativas consideradas
 Definição da Área de Influência
 Diagnóstico Ambiental da área de influência do projecto
 Identificação e Avaliação de Impacte Ambiental
 Descrição das Medidas de Mitigação
 Programa de Acompanhamento e Monitorização dos Impactes Ambientai
 Lacunas Técnicas de Conhecimento
 Considerações Finais
 Referências Bibliográficas.

O Volume III contém os Anexos que correspondem a informação relactiva a estudos


sectoriais específicos preparados durante a realização do Estudo de Impacte Ambiental
(EIA) e que serviram de base e/ ou apoio à informação presente.

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
7
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

2. ENQUADRAMENTO LEGAL
2.1.Introdução

A Assembleia Nacional de Angola aprovou a nova Constituição da República de


Angola a 5 de Fevereiro de 2010, para substituir a Constituição de 1992. A Constituição
fornece a base para a Lei de Base do Ambiente através do Artigo 39. Este Artigo 39
(Direitos Ambientais) estabelece que:

1. Toda pessoa tem o direito de viver num ambiente saudável e não poluído e o dever de
defendê-la e preservá-la.

2. O Estado adoptará medidas para proteger o ambiente e as espécies da flora e da fauna


em todo o território nacional, manterá o equilíbrio ecológico, assegurará a correcta
localização das actividades económicas e o desenvolvimento e uso racional de todos os
recursos naturais, no contexto do desenvolvimento sustentável, respeito pelos direitos
das gerações futuras e preservação das espécies.

3. Os actos que ponham em perigo ou danifiquem a conservação do ambiente são


puníveis por lei.

A legislação angolana é emitida a nível nacional através de:

 Leis, que são emitidas pela Assembleia Nacional;


 Decretos Presidenciais, emitidos pelo gabinete do Presidente;
 Regulamentos (decretos executivos), decretos executivos conjuntos e
resoluções, que são normalmente emitidos por um ministério ou ministérios .

O Estudo de Impacte Ambiental (EIA) foi desenvolvido nos termos do Quadro


Legislativo Angolano aplicável, designadamente o Decreto Presidencial n.º117/ 20 de
22 de Abril, publicado no Diário da República n.º 54, Iº Série (Regulamento Geral de
Avaliação de Impacte Ambiental e do Procedimento e Licenciamento Ambiental) e a
Lei n.º 5/ 98, de 19 de Junho, publicada em Diário da República n.º27, Iº Série (Lei de
Bases do Ambiente).

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
8
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

Considera-se o projecto abrangido pela alínea c), do Anexo 2 (projectos referidos no


Artigo 3.º do Decreto Presidencial n.º117/ 20 de 22 de Abril, estando por isso sujeito a
um processo prévio de Avaliação de Impacte Ambiental, que implica a realização de um
Estudo de Impacte Ambiental (EIA) a ser submetido à aprovação do órgão do Governo
responsável pela politica do ambiente.

2.2.Enquadramento Institucional
2.2.1. Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente

O MINAMB, é o Departamento Ministerial auxiliar do Presidente da República e


Titular do Poder Executivo, que tem por missão propor a formulação, condução,
execução e controlo da política do Executivo relativa ao ambiente no domínio da
protecção, preservação e conservação da qualidade ambiental, controlo da poluição,
áreas de conservação e valorização do património natural, bem como a preservação e
uso racional dos recursos minerais.

Identificam-se a seguir algumas atribuições do MINAMB:

a) Coordenar as estratégias, políticas e programas de gestão sustentável dos


recursos naturais como garantia da Sustentabilidade Ambiental;
b) Garantir a efectiva aplicação das leis e regulamentar o programa de gestão
ambiental e outros instrumentos de política ambiental;
c) Realizar auditorias e criar sistemas de monitorização ambiental;
d) Criar as condições que permitam, a inter-relação de desenvolvimento com os
princípios de conservação e preservação ambiental com objectivo do uso
racional dos recursos naturais e do desenvolvimento sustentável e solidariedade
intergeracional;
e) Assegurar a protecção e a preservação dos componentes ambientais, bem como a
manutenção e melhorias dos ecossistemas de reconhecimento valor ecológico e
socioeconómico;
f) Realizar a licenciamento ambiental das actividades susceptíveis de provocar
impactes ambientais e sociais significativos;

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
9
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

g) Assegurar que o património natural, histórico e cultural seja objecto de medidas


permanentes de valorização, defesa e preservação, através do envolvimento
adequado das comunidades em particular das associações de defesa do ambiente;
h) Criar um sistema de fiscalização ambiental para velar pela efectivação da
legislação ambiental;
i) i) Assegurar a aplicação dos instrumentos legais e a realização dos programas e
acções de controlo da poluição visando a protecção da saúde pública, do bem-
estar das populações e dos ecossistemas;

2.2.2. Ministério da Agricultura e Florestas (MINAGRIF)

O Decreto Presidencial n.º 15/18 de 25 de Janeiro aprova o Estatuto Orgânico do


MINAGRIF. Este Ministério tem por missão propor a formulação, conduzir, executar e
controlar a política do Executivo nos domínios da agricultura, pecuária, florestas,
segurança alimentar e dos alimentos, numa perspectiva de desenvolvimento sustentado.
O MINAGRIF é constituído por vários departamentos dos quais se destacam os
seguintes: a Direcção Nacional de Florestas e o Instituto de Desenvolvimento Florestal
(IDF).

2.2.3. Direcção Nacional de Prevenção e Avaliação de Impactes Ambientais


(DNPAIA)

A responsabilidade pela AIA pertence à Direcção Nacional de Prevenção e Avaliação


de Impactes Ambientais (DNPAIA), que, entre outras coisas, é responsável por rever e
comentar os relatórios da AIA. A concessão de uma Licença Ambiental para um
projecto proposto é baseada nos resultados e recomendações do EIA para esse projecto.
Se necessário, o MINAMB convida diferentes instituições e partes interessadas a
comentar e fazer sugestões relacionadas ao relatório de EIA.

2.2.4. Agência Nacional de Resíduos (ANR)

A Agência Nacional de Resíduos (ANR), criada pelo Decreto Presidencial n.º 181/14,
de 28 de Julho, é uma pessoa colectiva de direito público, dotada de personalidade
jurídica, autonomia administrativa, financeira e patrimonial, criada para assegurar a

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
10
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

nível nacional a execução da política sobre gestão de resíduos, no âmbito da normação,


regulação, fiscalização e demais legislação em vigor aplicável.

A ANR é tutelada pelo MINAMB e as suas atribuições incluem, designadamente,


regulamentar a actividade de concessão de serviço público na área de resíduos, executar
a política de gestão de resíduos, na base da hierarquia dos princípios de gestão
aplicáveis, na prevenção da produção, reutilização, reciclagem, valorização e
eliminação de resíduos, com critérios de protecção ambiental, viabilidade económica,
qualidade e eficiência do serviços, e estudar e propor medidas legislativas, técnicas e
económico-financeiras em matéria de política de gestão de resíduos e contribuir para o
cumprimento de leis, regulamentos e normas aplicáveis, e aprovação do seu Estatuto
Orgânico, o qual define todas as demais atribuições da ANR, regula a sua estrutura
orgânica, a gestão financeira e patrimonial.

Os Planos de Gestão de Resíduos (PGR) desenvolvidos para um determinado projecto


ou actividade, devem ser submetidos para apreciação à ANR. Esta após análise e
aprovação emitirá um certificado de aprovação do PGR.

2.3.Enquadramento Legal

Existem diversos documentos legais que regulam como a AIA deve ser realizada. Os
que estão actualmente em vigor são as que se seguem:

1. Lei n.º 5/98, de 19 de Junho, Lei de Bases do Ambiente (LBA);


2. Decreto Executivo Conjunto n.º130/09, de 26 de Novembro, sobre Taxas de
Licenciamento Ambiental (substitui a tabela anexa ao Decreto Executivo
Conjunto n.º 96/09 de 6 de Outubro);
3. Decreto n.º 1/10, de 13 de Janeiro, sobre Auditorias Ambientais;
4. Decreto Executivo n.º 87/12, de 24 de Fevereiro, aprova o Regulamento de
Consultas Públicas dos Projectos Sujeitos à Avaliação de Impacte Ambiental;
5. Decreto Executivo n.º 92/12, de 1 de Março, sobre os Termos de Referência para
a Elaboração de Estudos de Impactes Ambientais;
6. Decreto Executivo n.º 119/19 de 20 de Maio, sobre a Alteração da legislação
sobre a AIA.
Estudo de Impacte Ambiental
Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
11
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

Legislação ambiental adicional, com relevância para o projecto proposto inclui:

a) . Lei n.º 6/02, de 21 de Junho, Lei das Águas n.º 6/02;


b) Lei n.º 3/04, de 25 de Junho, sobre Ordenamento do Território e Urbanismo;
c) Lei n.º 9/04, de 9 de Novembro, Lei de Terras;
d) Lei n.º 14/05, de 7 de Outubro, sobre o Património Cultural;
e) Resolução n.º 42/06, de 26 de Julho, que aprova a Estratégia e o Plano de
Acções Nacionais para a Biodiversidade;
f) Decreto n.º 58/07, de 13 de Julho, sobre o Regulamento Geral de Concessão de
Terrenos; 7. Lei n.º 4/07, de 5 de Setembro, Lei da Energia Atómica;
g) Decreto Presidencial n.º 194/11, de 7 de Julho, que aprova o Regulamento sobre
a Responsabilidade por Danos Ambientais; 9. Lei n.º 31/ 11, de 23 de Setembro,
que aprova o Código Mineiro;
h) Decreto Presidencial n.º. 261/11, de 6 de Outubro, sobre a Qualidade da Água;
i) Decreto Presidencial n.º 12/12 de 25 Janeiro, Regulamento de Radioprotecção
j) Decreto Presidencial n.º 190/12, de 24 de Agosto, que aprova o Regulamento
sobre a Gestão de Resíduos;
k) Decreto Executivo n.º 17/13, de 22 de Janeiro, sobre Gestão de Resíduos de
Construção e Demolição;
l) Decreto Presidencial n.º 82/14, de 21 de Abril, que aprova o Regulamento de
Utilização Geral dos Recursos Hídricos;
m) Decreto Executivo n.º 469/15, de 13 de Julho, sobre Proibição do Abate, em
Território Nacional, das Espécies Protegidas da Fauna e da Flora Selvagens 16.
Decreto Executivo Conjunto n.º 201/16, de 26 de Abril, que aprova Taxas pelo
Abate de Animais cuja Caça é Proibida ou Permitida;
n) Decreto Presidencial n.º 117/16, de 30 de Maio, aprova o Regulamento de
Operações de Realojamento; 18. Lei n.º 6/17, de 24 de Janeiro, Lei de Bases de
Florestas e Fauna Selvagem;
o) Decreto Executivo n.º 252/18, de 13 de Julho, que Aprova a Lista Vermelha das
Espécies de Angola;
p) Decreto Presidencial n.º 171/18, de 23 de Julho, que aprova o Regulamento
Florestal. A legislação anteriormente identificada, é brevemente discutida
abaixo.
Estudo de Impacte Ambiental
Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
12
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

3. DESCRIÇÃO DO PROJECTO
3.1.Objectivos

O presente projecto respeita a Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo,


Município de Bula Atumba, Província do Bengo, numa área de cerca de 1000 hectares.

O projecto destina-se a extração de madeira para o mercado de Angola e corresponde à


necessidade da dar resposta com produção própria nacional à crescente procura deste
tipo de produto. A importância da floresta, seus bens e serviços para as populações.

3.2.Justificativa do Projecto

Dados divulgados pela Organização para Agricultura e Alimentação – FAO apontam


que Angola possui uma extensão florestal que cobre 43,3% do território nacional, cerca
de 530 000 km2 (FAO, 2002). Dessa área florestal, segundo o Instituto de
Desenvolvimento Florestal - IDF, 2% (cerca de 21 670 km2) são ocupados pela floresta
densa húmida e encontra-se concentrada no Norte do País (ANGOLA, 2001).

Quanto à produtividade, os dados oficiais apontam que o incremento médio anual de


madeira comercial nas florestas angolanas em condições naturais é de 0,3 m3 ha-1 ano-1
e a taxa anual de desmatamento é da ordem de 0,40 % (ZOLA, 1998).

Esse quadro mostra a necessidade de se conhecer em que condições e com ocorre, na


atualidade, a exploração florestal em Angola, de modo a serem elaboradas, a partir
desse diagnóstico, pesquisas e políticas públicas visando o manejo sustentável das
florestas angolanas.

A relação população-área de floresta densa húmida (Pop./AFDU) nas diversas


províncias (Tabela 1) demonstra que em algumas províncias a pressão é bem forte,
como é o caso das províncias de Benguela, Bengo, Huambo e Uíge, chegando ao
extremo, como no caso de Luanda, onde não existe mais áreas de floresta densa húmida
(AFDU). Em Cabinda a pressão é baixa, se for considerado que as províncias onde esta
relação é menor possuem áreas territoriais muito maiores.

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
13
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

Tabela 1: Áreas de floresta densa húmida - AFDU e relação população-área de floresta densa húmida e área
de floresta densa húmida-superfície por província em Angola – 2001.

Relação (%)
Província AFDU (km2) Superfície (km2) População (hab) Pop./AFDU (hab/km2)
AFDU/Sup
Móxico 3 830 223 023 230 000 60,05 1,71
Cabinda 2 450 7 283 242 163 98,84 33,63
Cuando Cubango 2 320 199 049 140 000 60,34 1,16
Lunda Norte 2 100 103 000 103 000 49,04 2,03
Cunene 1 680 87 342 200 000 119,04 1,92
Lunda Sul 1 610 77 637 125 000 77,63 2,07
Huíla 1 600 75 002 680 000 425,00 2,13
Malange 1 530 97 602 850 000 555,55 1,56
Bié 910 70 314 790 000 868,13 1,29
Kwanza Norte 900 24 110 400 000 444,44 3,73
Kwanza Sul 860 55 660 585 000 680,23 1,54
Benguela 420 31 788 600 000 1 428,57 1,32
Zaire 360 40 130 47 000 130,55 0,89
Bengo 350 33 016 450 000 1 285,71 1,06
Huambo 320 34 270 1 000 000 3 125,00 0,93
Uíge 220 56 698 500 000 2 272,72 0,38
Namibe 210 57 091 150 600 717,14 0,36
Luanda ……. 2 417 3 494 305 ……. ……
Fonte: IDF/ICGA – 2001.

O volume de madeira exportada era maior que o consumido localmente, sendo


exportadas apenas as espécies que podiam flutuar nos rios, único modo de transporte
das matas até as estradas.

A exploração florestal de forma comercial no Bengo está estreitamente limitada à


extração de madeira, demonstrando que a visão comercial e empresarial para com a
floresta, na atualidade, se baseia na extração de madeira. Nenhuma importância tem
sido atribuída aos produtos florestais não madeireiros.

A Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba,


Província do Bengo.

É com base nos cenários acima referidos, que a Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda,
pretende desenvolver o Projecto Exploração Florestal de Madeira.

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
14
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

Com o Projecto Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de


Bula Atumba, Província do Bengo, será possível dar resposta às necessidades de
desenvolvimento da Região Norte de Angola, assegurando emprego e que mais-valias
do processo produtivo fiquem em Angola.

3.3.Justificativa da Localização Seleccionada

O local seleccionado para a implantação da Exploração

Florestal de madeira reúne um conjunto de características, que globalmente determinam


a sua escolha para a localização da mesmo e que são:

 Localizar-se em localidade rica em espécies madeiras exploradas por outras


empresas do sector florestal a nível do país;
 Ter bons acessos à exploração florestal de madeira;
 Dispor de boas ligações rodoviárias à redes nacionais de transporte;
 Existência das áreas de florestas nativas para extração de madeira comercial.

3.4.Projectos Associados

Constituem projectos associados à Exploração Florestal de madeira na Zona do


Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do Bengo, da Gracifilhos –
Comércio e Serviços Lda:

 As áreas cobertura florestal nativa para extracção de madeira comercial, que


serão sujeitas a Estudo de Impacte Ambiental próprio;
 Áreas de Conservação Natural;
 Hectares de terras arborizadas do território da Província do Bengo.

3.5.Localização Geográfica

O projecto de Exploração Florestal de Madeira da empresa Gracifilhos – Comércio e


Serviços Lda, esta localizada na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba,
Província do Bengo, com altitudes média na região de 698 metros. O a acesso a área da
exploração florestal é feito pela Estrada Nacional 100 (EN 100), sentido Luanda Bengo.

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
15
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

Confrontações: A Norte com terrenos de terceiros; a Sul com o rio Caluica e picas; a
Este com terreno de terceiro; a Oeste com os rios Cangumbe e Ngala.

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
16
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

Figura 1: Perspectiva da área de implantação da exploração florestal de madeira.

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do Bengo
17
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

3.6. Descrição Geral do Projecto


3.6.1. Projecto

São objectivos da Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda, administrar a floresta visando


obter benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando os mecanismos de
sustentação dos ecossistemas naturais.

 Produzir madeira em tora de boa qualidade, com origem rastejável, legalizada e


de forma sustentável visando processamento da madeira de unidade própria ou
venda a terceiros;
 Promover o uso múltiplo da floresta com a utilização dos recursos florestais não
madeireiros;
 Promover e apoiar a pesquisa técnica e científica na área de manejo florestal;
 Monitorar o desenvolvimento da floresta remanescente e adotar medidas
mitigatórias dos impactos ambientais.

3.6.2. Informações da Organização e Plano de Exploração Florestal

O planeamento das actividades de exploração florestal visa à compatibilização destas


práticas com a capacidade de suporte do ambiente, mantendo a diversidade biológica,
protegendo as espécies raras, ou em perigo de extinção.

Apesar dos danos inevitáveis decorrentes da colheita florestal, a Gracifilhos – Comércio


e Serviços Lda manterá as condições naturais da floresta, pois não altera drasticamente
os processos de estabelecimento e desenvolvimento de espécies arbóreas pertencentes
aos estágios mais adiantados da dinâmica sucessoral e não possibilita uma prolongada
exposição do solo.

 Condições operacionais

Tendo em atenção as dimensões do material lenhoso a extrair, podem considerar-se três


sistemas de exploração florestal:

a) Madeira torada;
b) Troncos inteiros;
c) Árvores inteiras.
Estudo de Impacte Ambiental
Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
18
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

Quadro 1: Local de realização das várias operações em função do sistema de exploração.

Abate Corte de ramos Toragem


1. Sistema de exploração de madeira torada

Local de abate X X X
Carreadouro
Fábrica
2. Sistema de exploração de troncos inteiros

Local de abate X X
Carreadouro X
Fábrica X
3. Sistema de exploração de árvores inteiras

Local de abate X
Carreadouro X X
Fábrica X X

A Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda utilizará o sistema de exploração de madeira


torada, em todas as operações são realizadas no local de abate, sendo o material lenhoso
extraído na forma de toros. Trata-se do sistema de exploração mais utilizado e
vulgarizado entre nós. Este sistema pode ser utilizado sempre que as condições do
terreno possibilitem a realização das operações e que, do ponto de vista económico, o
volume de material lenhoso a retirar justifique esta opção.

O método de extracção utilizado será por transporte uma vez que o material não toca no
solo. Com este processo de extracção do material lenhoso, a movimentação de toros de
menores dimensões torna-se mais rentável relativamente à extracção por arraste ou
semi-arraste, uma vez que o material pode ser retirado em pilhas e não individualmente.
Em zonas muito declivosas ou onde, por qualquer motivo, se torne impossível a entrada
e movimentação das máquinas, a extracção pode ser realizada com utilização de cabos
aéreos.

Nas técnicas de produção florestal a serem utilizadas pela Gracifilhos – Comércio e


Serviços Lda destacam-se as limpezas, desbastes, desramações e cortes finais como
Estudo de Impacte Ambiental
Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
19
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

fonte de biomassa, todavia no âmbito deste trabalho, consideram-se como resíduos da


exploração florestal fundamentalmente os resíduos derivados dos cortes finais,
constituídos pelos ramos e as bicadas, sobrantes da operação de corte.

 Processo Produtivo

O processo de produção deste projecto envolve a organização do trabalho em três etapas


principais:

1- Reserva de madeira.

2- Produção de produtos básicos (madeira em forma de madeira) e processamento de


resíduos para produzir placas de corte (laje, placa não cortada).

3- Transporte de produtos acabados para o destino.

Na fase de exploração madeireira, estão previstas como principais actividades


desenvolvidas as seguintes:

1- Preparação do local para colheita

Nesta fase, será feita a identificação das principais zonas de reserva de madeira futuro, a
saber:

 Selecção de lotes com madeira industrial;


 Definição do layout, registro e marcação de lacunas tecnológicas e estradas de
acesso necessárias para a movimentação de madeira, bem como o movimento do
equipamento e do pessoal necessário;
 Limpeza do local (arbustos, madeira de qualidade inferior, formação de formas
de aproximação de máquinas e exportação de madeira para a área de
armazenamento primário).

2- Execução de operações de registro

 Corte de madeira;
 Separação da coroa e limpeza primária do tronco das árvores;
Estudo de Impacte Ambiental
Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
20
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

 A divisão do tronco de madeira em troncos de tamanho de 3 a 5 metros

3- Transporte e carregamento de madeira

Na execução destes trabalhos estão envolvidos:

 Técnicos especializados;
 Trabalhadores de uso geral;
 Motoristas de equipamentos especializados (carregador frontal com uma unidade
de registro instalado, transportadoras de madeira que consistem em um carro
principal e uma dissolução de reboque.

Figura 2: Exemplo de reserva e carregamento de madeira.

 Base de Matérias - Primas

A base de matéria-prima para este projecto são árvores de mogno de madeira dura, que
crescem em locais designados para o registro. Os principais tipos de madeira que são
utilizados no projecto:

Quadro 2: Principais tipos de madeira utilizados para a produção.

Tipologia Nome Comercial Nomeclatura da FAO Nome Latim


Kibaba Tiama (Kibaba) Acuminata livuite Entandrophagma angolense
Munguba Sipo (Munguba) Kalungi Entandrophagma utile

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
21
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

 Equipamento, maquinaria e práticas de execução

Os equipamentos necessários para o funcionamento do Projecto Exploração Florestal de


Madeira, em condições de eficácia, são diversos e em grande número. Listam-se os
principais equipamentos presentes no projecto: Bulldozer, Escavadeira, Carregador
frontal com madeira ou balde instalada, Grade, Skidder, Trator, Motosserra (potência
média).

No processo de implementação do projecto, planeja-se comprar o seguinte equipamento


de exploração e equipamento pesado de propósito geral: Escavadora Caterpillar
336;Carregador frontal; Skidder de Caterpillar 525;Trator de rodas MTZ-
1523;Empilhadeira (empalhadeira até 3 e até 5 toneladas; Veículos; Caminhão
basculante; Trator de caminhão; Veículo (chassi de carga).

Figura 3: Descrição da maquinaria.

 Infraestruturas de apoio

Os trabalhos de implantação e instalações de infraestruturas da Projecto Exploração


Florestal de Madeira, envolverá um conjunto de actividade previstas destacando-se:

 Trabalhos de implantação do estaleiro de obras;


 Trabalhos de preparação da área de implantação do projecto;
 Transporte de materiais e equipamentos;

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
22
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

 Trabalhos de construção civil como execução de fundações, infraestruturas


enterradas, redes de distribuição, arruamentos, etc;
 Montagem de equipamentos mecânicos;
 Montagem de equipamentos eléctricos e instrumentação.

 Consumos Previstos

Este projecto está em linha com os objetivos gerais da política agrária da República de
Angola e visa aumentar o fornecimento de produtos processados de madeira para o
mercado mundial, assim como a criação de novos empregos.

Não há um sistema silvicultural definido. Existe um período de defeso florestal (outubro


– março) quando, por questões de dificuldades de acesso às áreas de exploração, não são
concedidas licenças de extração. O diâmetro mínimo a ser observado é um DAP -
diâmetro a 1,30 m do solo - superior a 60 cm, independentemente da espécie.

No processo de extração da madeira, após a obtenção da licença de exploração, tendo


em conta que não é exigido um plano de manejo, uma equipa chamada de prospectores,
munidos de terçados, se dirige à floresta procurando identificar e localizar as árvores
das espécies a serem extraídas.

Abrem picadas e sinalizam as árvores, observando a qualidade externa de forma visual e


interna batendo com o terçado no fuste. A decisão de abater a árvore é tomada em
função da experiência, do conhecimento popular e da intensidade do eco emitido.

Em seguida, os tratoristas fazem estradas seguindo as trilhas, próximo aos locais de


corte. A equipa de exploração faz o corte da árvore sem critérios específicos,
preocupada apenas em evitar acidentes com os trabalhadores, cortando cipós antes da
derruba. Após o corte, a árvore é deixada no local durante cerca de 24 horas para
permitir a perda da seiva.

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
23
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

 Mão-de-obra

O conceito básico da política de pessoal é a manutenção no pessoal do número mínimo


necessário de pessoal para garantir as actividades de exploração florestal.

Para o funcionamento completo do Projecto Exploração Florestal de Madeira, serão


necessários: funcionários administrativos, de produção e de manutenção. No processo
de implementação do projecto, planeja-se atrair especialistas locais.

Cronograma

O Projecto de Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de


Bula Atumba, Província do Bengo, sob iniciativa da empresa Gracifilhos – Comércio e
Serviços Lda, será gradual. Em termos gerais, a implementação do Projecto será
realizada de acordo com o quadro número 3, cronograma de execução e implementação.

Quadro 3: Cronograma de Implementação do Projecto.

Acções 1º Trimestre -17 2º Trimestre -17 3º Trimestre-17 4ºTrimestre-17

Estudo Preliminares das Áreas

Consultas comunitárias

Realização do EIA

Elaboração do Projecto Florestal


Importação de bens e equipamentos

Recrutamento e selecção do pessoal

Manutenção da rede viária

Limpeza do terreno

As operações associadas à instalação florestal visam a obtenção de um povoamento


florestal saudável de forma sustentável e compreendem:

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
24
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

 Preparação do terreno – actividades de remoção da vegetação natural


(desmatação, destroçamento e espalhamento ou incorporação de material vegetal
no solo);
 Em paralelo são instaladas as infraestruturas florestais – construção de estradas
florestais, a abertura de aceiros perimetrais;
 Finalmente será feita a exploração de material lenhoso que corresponde ao
conjunto de operações que decorrem desde o abate das árvores até ao
carregamento e transporte do material lenhoso e onde se insere o abate, o
processamento e a extracção e a exploração de produtos não lenhosos, onde se
inclui a extracção de resina e a apanha de sementes e frutos.

Não estão abrangidos outros produtos, como por exemplo a cortiça, uma vez que irão
ser objecto de tratamento específico em outros trabalhos.

O planeamento das actividades de administração florestal visa à compatibilização destas


práticas com a capacidade de suporte do ambiente, mantendo a diversidade biológica,
protegendo as espécies raras, ou em perigo de extinção. Apesar dos danos inevitáveis
decorrentes da colheita florestal, a Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda, manterá as
condições naturais da floresta, pois não altera drasticamente os processos de
estabelecimento e desenvolvimento de espécies arbóreas pertencentes aos estágios mais
adiantados da dinâmica sucessional e não possibilita uma prolongada exposição do solo.

3.7.Aspectos Ambientais

Durante as fases da Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município


de Bula Atumba, Província do Bengo da empresa Gracifilhos – Comércio e Serviços
Lda, estão previstas algumas actividades potencialmente causadoras de impacte
ambiental. Ressalta-se que esses impactes deverão ser monitorados e avaliados de
acordo com um programa de acompanhamento e monitoramento elaborado neste
estudo.

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
25
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

3.7.1. Efluentes líquidos

Os efluentes líquidos, ou águas negras do Projecto de Exploração Florestal de Madeira


na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do Bengo, da empresa
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda, serão provenientes das actividades do estaleiro
preparado para apoiar a mão-de-obra. Os efluentes líquidos serão caracterizados por
misturas de águas, detergentes e gorduras. O seu tratamento será feito por fossas
sépticas, a deposição final será via infiltração directa no solo.

3.7.2. Resíduos sólidos

Os resíduos industriais de madeira se classificam em serragem, cepilho, sólidos de


madeira, serrim, cascas e outros e são gerados desde o transporte da madeira em tora à
indústria, até seu manuseio e processamento, finalizando no produto acabado.

O aproveitamento dos resíduos florestais está desde sempre ligado à necessidade de


lenhas para uso doméstico. Com o advento da era industrial muitos destes resíduos
foram canalizados para o abastecimento de unidades industriais como fonte de energia.

Os resíduos sólidos não perigosos serão recolhidos e armazenados em contentores, os


que merecem uma atenção especial (perigosos ou parcialmente), devidas as suas
especificidades deverão ser acondicionados adequadamente e entregue a uma empresa
específica para o seu destino final.

3.7.3. Emissões atmosféricas

As emissões atmosféricas do Projecto de Exploração Florestal de Madeira na Zona do


Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do Bengo, resultarão essencialmente
da operação de máquinas, do trânsito de veículo que transportarão os materiais,
utilização de geradores. As emissões atmosféricas do projecto, se caracterizarão por
gases como dióxido de enxofre (SO2), dióxido de carbono (CO2), óxido nítrico (NO2),
metano (CH4) e pelo desmatamento.

3.7.4. Ruído e Vibração

Durante a fase de implantação do Projecto de Exploração Florestal de Madeira, haverá


emissão de ruídos e vibrações, sendo que, este impacte ocorrerá principalmente como
Estudo de Impacte Ambiental
Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
26
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

resultante das acções decorrentes da operação de máquinas e equipamentos na área do


estaleiro, e do trânsito de veículos de transporte de materiais.

3.8.Fases do Projecto
3.8.1. Fase de Implantação e / ou Instalação

Na fase de implantação e / ou instalação serão desenvolvidas um conjunto de


actividades temporárias associadas a construção de estaleiro (acampamento) para
Exploração Florestal de Madeira, de que importa referir as seguintes:

 Realização de estudos para identificar os locais ótimos para operações de


registro.
 Realização de pesquisas pré-projecto para a organização da actividade efetiva da
empresa.
 Criação de infraestrutura de produção e serviço para o funcionamento efetivo da
empresa;
 Aquisição de equipamentos necessários para actividade de exploração florestal;
 Criação do estoque necessário de capital de giro.

3.8.2. Fase de Operação

A operação e manutenção das actividades da Exploração Florestal de Madeira na Zona


do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do Bengo, será realizada segundo
procedimentos adequados, implicado a respectiva manutenção e realização de rotinas
periódicas, com objetivo de verificar o estado de conservação e as condições de
funcionamento dos equipamentos e sistema do processo das operações de colheita
florestal.

A estrutura organizacional da Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda, será composta


por um Administrador, sócio gerente responsável por dirigir as várias áreas funcionais
da empresa e assegurar as condições de articulação orgânica e funcional

Para implementação do projecto, de forma a alcançar a máxima eficiência, a empresa


usara tecnologias, equipamentos modernos de colheita e processamento de madeira dos

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
27
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

principais fabricantes mundiais, com o envolvimento de especialistas locais e


estrangeiros altamente qualificados.

3.8.3. Fase de Desativação

Para a desativação do Projecto Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo,


Município de Bula Atumba, Província do Bengo, serão seguidos os princípios de boas
práticas ambiental, principalmente no que se refere ao destino final dos materiais com
origem no processo de desmantelamento de instalações (estaleiro) e na recuperação de
solos.

Todos os equipamentos resultantes do desmantelamento das instalações (estaleiro) do


Projecto Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula
Atumba, Província do Bengo, serão separados de acordo com as suas características.

3.9. Valor de Investimento do Projecto

O Valor do custo total do Projecto Exploração Florestal de Madeira na Província do


Bengo, Município de Bula Atumba, da empresa Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda
é 25.650.000,00 KZ.

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
28
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

4. DESCRIÇÃO DAS ALTERNATIVAS CONSIDERADAS


4.1.Alternativas Locacionais e Tecnológicas

Com o objectivo de definir novas áreas para implantação do Projecto Exploração


Florestal de Madeira, estudos de viabilidade ambiental foram realizados GeoAmbiens
Geoprocessamento & Análise Ambiental.

Inicialmente, foram consideradas áreas potenciais em diferentes regiões do país. Para o


Norte do país, os estudos concluíram pela implantação de Projectos de Exploração
Florestal de Madeira no Uíge e Kwanza Norte. Além destas,

Nos critérios empregados para a avaliação e seleção do local de implantação da


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba,
Província do Bengo da empresa Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda foram
considerados factores ligados ao empreendimento, investimentos e receitas, incluindo,
além de factores socioambientais, os factores técnicos e econômicos necessários para o
pleno funcionamento do novo empreendimento.

Os factores analisados foram os seguintes:

 Disponibilidade de Terrenos
 Operações de abate, processamento e extracção
 Local para Disposição de Efluentes
 Local para Tratamento/extracção de resíduos florestais
 Vias de Comunicação
 Aspectos Qualitativos de Segurança, Meio Ambiente e Saúde
 Aspectos Técnico-Econômicos
 Aspectos Socioeconómicos.

A sua localização próximo aos rios Caluica, Cangumbe e Ngala, sua condição
geográfica privilegiada foi uma das principais razões da escolha do local para a
instalação da Exploração Florestal de Madeira.

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
29
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

Figura 4: Vista da área de implantação da exploração florestal.

4.2.Alternativa de Não Execução do Projecto

Nesta alternativa avaliou-se a hipótese de não implantação do empreendimento, tendo


sido descartada por considerar os benefícios sociais e econômicos que a Exploração
Florestal de Madeira trará para a região.

Foram considerados qualitativamente os benefícios sociais e econômicos que a


Exploração Florestal de Madeira trará para a região, visto que um empreendimento
desse porte resulta em muitos impactos positivos, devendo ter grande contribuição para
o desenvolvimento local e regional, favorecendo a implantação de várias outras
indústrias e garantindo muitos empregos formais, directa e indiretamente, além de
significativo aumento na arrecadação de tributos.

Do ponto de vista ambiental, a exploração florestal na área de manejo será executada de


forma a possibilitar sempre uma opção de refúgio aos animais em áreas de floresta
nativa não explorada e sem atividades de manejo, durante o processo de corte e extração
de madeiras, ou seja, a exploração terá sempre seu início em talhões próximos às áreas
já desmatadas ou mais alteradas, possibilitando a fuga para áreas interiores de floresta

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
30
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

natural inalterada ou para floresta natural em pausa das atividades do manejo


sustentado.

O Projecto trará benefícios socioeconómicos significativos quer a nível local, como


regional. Neste sentido, a alternativa de “não execução” da actividade proposta traz,
globalmente, prejuízos para a comunidade.

Como desvantagem, foi considerada a ausência de toda a infraestrutura de serviços


básicos para apoio à Projecto – de Exploração Florestal de Madeira na Zona do
Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do Bengo da empresa Gracifilhos –
Comércio e Serviços Lda, tais como:

a) Vias de acesso – A implantação da de Exploração Florestal de Madeira na Zona


do Cambondo, Município de Bula Atumba que geraria necessidade de abertura
de novas vias (estrada de terra batida);
b) Abastecimento de água – A disponibilidade hídrica do Município de Bula
Atumba;
c) Sistema de descarte final de efluentes, na hipótese desta alternativa seria
necessária a construção de um sistema emissário, impactando áreas de terrenos
baldios, para descarte dos efluentes;
d) Sistema de drenagem
e) Rede viária, as valetas e outras estruturas necessárias ao escoamento das águas;
f) Outros – Deficiência de infraestrutura de telecomunicações e de serviços
urbanos, como hospedagem, bancos, comércio, etc.

A execução dos serviços de infraestrutura necessários para o funcionamento do Projecto


– de Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula
Atumba, Província do Bengo, elevaria bastante o seu custo, assim como resultaria em
grandes modificações ambientais que seriam consequências da preparação da área e
seus acessos. Assim, descartou-se esta alternativa.

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
31
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

5. DEFINIÇÃO DA ÁRRA DE INFLUÊNCIA

A área de influência ambiental do Projecto - Exploração Florestal de Madeira na


Província do Bengo, Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba da empresa
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda, foi definida como o espaço físico, biótico e
socioeconômico susceptível de sofrer alterações como consequência da sua implantação
e operação. A área de influência do empreendimento foi definida em função do
diagnóstico das suas interferências ambientais.

Nesse contexto a área de influência do empreendimento compreendeu uma área de


influência directa e uma área de influência indirecta.

A Área de Influência Directa (AID) abrange áreas circunvizinhas a área de


implantação do projecto que poderão ser atingidas pelos impactos potenciais directos da
implantação e operação do empreendimento, em vista da rede de relações físicas,
bióticas, sociais, econômicas e culturais estabelecidas.

A Área de Influência Indireta (AII) corresponde às áreas onde os efeitos são induzidos
pelas acções de implantação e operação do empreendimento, como consequência de
uma acção específica do mesmo ou de um conjunto de acções interdependente e não
como consequência de uma acção específica do mesmo.

Considera-se, portanto, como área de influência indirecta o Município de Bula Atumba


na Província do Bengo, Zona do Cambondo.

Partindo-se do princípio de que um estudo ambiental deve convergir para a análise de


impactos ambientais e sendo o diagnóstico ambiental a sua base, a definição da área de
influência do empreendimento deverá permitir uma análise interpretativa específica de
parâmetros físicos, bióticos e antrópicos afectados directa ou indiretamente pelas acções
de implantação e operação do empreendimento.

O Regulamento Geral de Avaliação de Impacte Ambiental e Do Procedimento de


Licenciamento Ambiental (Decreto Presidencial n.º117/ 20 de 22 de Abril), no seu
artigo 14º, alínea g) estabelece de deve ser delimitada e representada a situação

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
32
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

geográfica, assim como a situação ambiental de referência da área de influência da


actividade.

O Projecto Exploração Florestal de Madeira será implantado numa área limitada a Norte
com o rio Caluica, a Oeste com os rios Cangumbe e Ngala que apresentam cursos de
água expressivos.

A província do Bengo é banhada por 8 rios, sendo de destacar o rio Kwanza, um dos
maiores de Angola, dotado de uma elevada diversidade de espécies de crustáceos e
peixes. O rio Kwanza tem cerca de 1000 km de extensão e uma bacia hidrográfica que

ocupa uma área aproximada de 152 570 km .

A área de estudo insere se na bacia hidrográfica do rio Kwanza, esta bacia subdivide-se
por sua vez em 4 bacias parcelares ou sub-bacias.

a) A sub-bacia A, que corresponde ao Baixo Cuanza;


b) A sub-bacia B ao Médio Cuanza;
c) A sub-bacia C ao Lucala, com uma área aproximada de 105 640 km2 o que
corresponde a 69% da bacia total;
d) A sub-bacia D, que corresponde ao Alto Cuanza

A área objecto de intervenção insere-se na sub-bacia A.

Considerando as características do Projecto Exploração Florestal de Madeira, terá as


suas maiores interveniências no plano local, e cujos impactos regionais se concentram
no próprio município de Bula Atumba, ondem correm cursos de água dos rios Caluica,
Cangumbe e Ngala, entende-se como tecnicamente factível considerar como área de
influência indirecta do empreendimento não a bacia hidrográfica do rio Kwanza, mas a
Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba.

Nesse contexto a área de influência do empreendimento compreende uma Área de


Influência Directa (AID) e uma Área de Influência Indirecta (AII), onde o conjunto das
duas compõe a área de influência funcional. Desta forma a Área de Influência Indirecta
(AII) compreenderá:
Estudo de Impacte Ambiental
Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
33
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

 Para os meios físico, biótico e socioeconômico, os componentes ambientais


inseridos no território do Município de Bula Atumba Província do Bengo, Zona
do Cambondo.

A Área de Influência Directa (AID) compreenderá para os meios físicos e biótico as


componentes ambientais inseridas nas poligonais da Exploração Florestal de Madeira, e
para o meio socioeconômico as comunidades existentes na área de implantação do
projecto e no seu entorno.

As áreas de influência foram descritas e caracterizadas conforme as seguintes diretrizes:

 Meio Físico

A área de influência foi definida em atendimento aos aspectos de caracterização dos


dados atmosféricos, caracterização geológica, geomorfológica, pedológica,
hidrogeológica e hidrológica.

O conjunto de elementos de cada componente do meio físico parte dos aspectos


regionais, utilizando-se definições já consagradas na literatura científica, a nível de área
de influência indirecta, até um detalhamento destes componentes na área de influência
directa.

 Meio Biótico

A área de influência está relacionada com os diversos ecossistemas encontrados dentro


da área de influência física do empreendimento e entorno mais próximo.

Dentro de cada unidade identificada, foram caracterizados os aspectos da fauna, flora,


espécies ameaçadas de extinção e Áreas de Preservação Permanente.

 Meio Socioeconômico

Os aspectos da população, infraestrutura física e social, e economia são relativos ao


município de Município de Bula Atumba, Zona do Cambondo, considerado como área
de influência indirecta, assim como dados relativos os localidades Dembos, Quissenzel,

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
34
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

Calohombo, calunga Casucama, e Banza de Quimbamba., sendo estas pertencentes a


AID.

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
35
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

Figura 5: Identificação da área de influência do projecto

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do Bengo
36
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

6. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO


PROJECTO

O diagnóstico ambiental da área de influência do projecto, apresenta a qualidade


ambiental actual da área de abrangência dos estudos, indicando as características dos
diversos factores que compõem o sistema ambiental, de forma a permitir o pleno
entendimento e das interacções existentes entre os meio físico, biótico e
socioeconómico.

6.1.Meio Físico

Angola localiza-se na região ocidental da África Austral, possui parte dos sistemas
hidrográficos do maior rio da África Ocidental, o Zaire ou Congo (4 000 km), e do
maior rio da África Oriental, o Zambeze (2 680 km). O seu território pode ser dividido
em seis áreas geográficas, a faixa costeira, as zonas de transição para o interior, os
relevos intermédios, os planaltos, a bacia do Zaire e a bacia dos rios Zambeze e
Cubango.

As suas bacias ocupam cerca de 60% do território e são caracterizadas pelas terras do
interior e relevos da costa atlântica.

6.1.1. Clima

Embora o clima não seja considerado um recurso natural com expressão espacial é um
factor que influência de forma determinante os recursos paisagísticos, sendo por isso
importante salienta.

Na província do Bengo o clima é considerado tropical seco, apresentando-se semiárido


e árido, com temperaturas médias oscilantes entre os 24º e 28ºC.

6.1.2. Temperatura

Na província do Bengo o clima é considerado tropical seco, apresentando-se semiárido


e árido. Com temperaturas médias oscilantes entre o 24º e 28ºC.

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
37
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

Na área de implantação do Projecto Exploração Florestal de Madeira na Zona do


Cambondo, Município de Bula Atumba, são observados valores de temperatura na
ordem dos 23 a 23 (ºC), e 22 a 23 (ºC).

Figura 6: Classificação Climática e Distribuição de temperatura.

Fonte: Adaptado de: http://www.fao.org/countryprofiles/maps.asp?iso3=AGO&lang=es.

6.1.3. Precipitação

Na classificação de Koppen,está dividido entre duas classificações, Aw (clima tropical


com estação seca de inverno), na qual se insere a área de intervenção, e Bsh (clima das
estepes quentes de baixa latitude e altitude).

Na área de implantação do Projecto Exploração Florestal de Madeira na Zona do


Cambondo, Município de Bula Atumba, são registados os valores de precipitação média
anual (mm) na ordem dos 1200 a 1400, e 1000 a 1200.

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
38
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

6.1.4. Humidade Relativa

Na província do Bengo são registados valores de humidade relativa na ordem de 80% a


85%. Na classificação de Koppen,está dividido entre duas classificações, Aw (clima
tropical com estação seca de inverno), na qual se insere a área de intervenção.

6.1.5. Ventos

Os ventos caraterísticos na província do Bengo, são caraterizados pelos Ventos Alíseos,


ventos uniformes, originados do deslocamento de massas de ar frio das zonas de alta
(trópicos) para as zonas de baixa pressão (equador). Sopram quase todo o ano na mesma
direcção, Leste-Oeste, com intensidade moderada.

Figura 7: Distribuição da pluviosidade e Classificação de Koppen da Província do Bengo.

Fonte: Adaptado de: http://www.achetudoeregiao.com.br/africa/africa.htm.

6.1.6. Geologia e Geomorfologia


6.1.6.1.Caracterização Geral

Geomorfologicamente a superfície de Angola, segundo MARQUES (1977), distribui-se


por sete unidades e oito subunidades (Figura 8). Estas são caracterizadas por uma certa
identidade de paisagem e estabilidade do meio. Tais unidades tentam integrar as formas

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
39
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

de relevo, a litologia, a tectónica, as bacias hidrográficas, o clima, os solos e a


vegetação.

Em função disto foram consideradas as seguintes unidades e correspondentes


subunidades:

I - Planalto Antigo - É uma extensa superfície, distribuída pelas regiões do Bié,


Huambo e em estreita faixa até ao Lubango e perto do rio Cunene. Representa um
resíduo de aplanação do Cretácico superior soerguido no final do Cretácico ou início do
Terciário. Constitui um meio físico suposto estabilizado desde há muito. A relação
pedogénese/morfogénese é favorável à pedogénese;

II - Cadeia Marginal de Montanhas – É representada por relevos de desníveis muito


acentuados, consequência da movimentação da flexura do flanco atlântico. Situam-se
aqui as maiores altitudes de Angola, atingindo cerca de 2.620 metros. Esta unidade
morfológica ocorre num meio muito instável entre a região a sudeste da Gabela, oeste
de Huambo, junto e a nordeste de Lubango. A relação pedogénese/morfogénese é
favorável à morfogénese;

III - Zona de Transição – Ao resultar do rejogo da flexura continental esta grande


unidade ter-se-á modelado a partir da superfície do Terciário médio. Constitui uma larga
faixa paralela ao Oceano Atlântico desde o interior de Cabinda, S. Salvador, Uíge,
N´Dalatando, oeste de Lubango, até ao rio Cunene. Representa vários patamares de uma
só aplanação possível ou, então, aplanações mais modernas. Pode ter havido grande
influência das oscilações climáticas;

IV - Orla Meridional da Bacia do Congo

Relaciona-se com a bacia hidrográfica do rio Congo ou Zaire (rios Cuango, Cassai e
outros), embora inclua parte da bacia hidrográfica do médio e alto rio Cuanza. Situa-se a
leste de Uíge, em Malange, Saurimo e a leste de Bié. Subdivide-se em três subunidades:

 IVa - Depressão de Cassange - Corresponde a um antigo graben, sendo um


meio instável onde a morfogénese predomina sobre a pedogénese;

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
40
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

 IVb - Depressão de Cuanza-Luando – Corresponde a uma antiga zona de


drenagem para o Oceano Atlântico. É um meio de certo modo mais favorável à
pedogénese;
 IVc - Depressão do Cassai – Corresponde à região da Lunda drenada para
norte, em que certos rios foram sujeitos aos efeitos de basculamento em direcção
à Bacia do Congo. É actualmente um meio estabilizado onde a pedogénese se
sobrepõe à morfogénese;

V - Orla Setentrional da Bacia do Calaári

Seu relevo ocorre condicionado pela evolução da bacia endorreica do Namibe. Sua
drenagem processa-se pelos rios Cunene, Cubango e Cuito. Subdividese pelas três
subunidades seguintes:

 Va - Depressão Endorreica do Cuvelai-Lueque – É uma região residual da


aplanação do Terciário médio, coberta por espessos depósitos arenosos eólicos.
Admite-se que se encontre estabilizada. Por tal razão o equilíbrio
pedogénese/morfogénese;
 Vb - Bacia do Cubango – Semelhante à anterior encontra-se estabilizada há
mais tempo, favorecendo a pedogénese;
 Vc - Depressão do Cunene – Área depressionária condicionada pela captura
para o Oceano
 Atlântico no Quaternário antigo. Parece identificar-se com IVb nalguns
aspectos.

VI - Bacia do Zambeze

Toda a região relacionada com esta unidade é drenada pelo rio Zambeze e seus afluentes
Lungué-Pungo e Cuando. É um meio estável relativamente recente. Distingue-se apenas
uma subunidade:

 VIa - Maciço do Alto Zambeze – É caracterizado por ser um relevo


estabilizado há muito, onde a relação pedogénese/morfogénese é favorável à
pedogénese.
Estudo de Impacte Ambiental
Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
41
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

VII - Orla Litoral

Constitui a região contígua ao Oceano Atlântico que, a norte de N´Gunza Cabolo


(Sumbe) até Cabinda, apresenta uma largura de 100 a 200km. É uma região de
aplanação recente devido à abrasão marinha, a oeste, e ao recuo da escarpa litoral, a
leste. Está em equilíbrio a relação pedogénese/morfogénese. No seu extremo sul
evidencia-se a subunidade seguinte:

 VIIa - Deserto de Namibe (Moçâmedes).


 VIIa - Deserto de Namibe (Moçâmedes).

Figura 8: Mapa geomorfológico de Angola segundo MARQUES (1977).

I: Planalto Antigo;

II: Cadeia Marginal de Montanhas;

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
42
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

III: Zona de Transição;

IV: Orla Meridional da Bacia do Congo – a, Depressão de Cassange; b, Depressão de


Cuanza-Luando; c, Depressão do Cassai;

V: Orla Setentrional da Bacia do Calaári – a, Depressão endorreica do Cuvelai-Lueque;


b, Bacia do Cubango; c, Depressão do Cunene; VI, Bacia do Zambeze – a, Maciço do
Alto Zambeze;

VII: Orla Litoral – a, Deserto de Moçâmedes.

A área do Projecto de Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo,


Município de Bula Atumba, Província do Bengo da empresa Gracifilhos – Comércio e
Serviços Lda, é caracterizada por um grau de estudo incipiente, existindo pouca
informação geológica e geofísica.

O resumo abaixo, teve como base os dados disponíveis no Ministério de Geologia e


Minas, Instituto Geológico de Angola, Endiama, UAN e a sintetização e análise das
publicações e arquivos técnicos relacionados aos trabalhos executados por diversas
instituições públicas e privadas.

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
43
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

Quadro 4: Síntese cronológica das idades absolutas relativas à génese das rochas gnáissico-migmatíticas e
metaultramáficomáficas, em geral expostas em Angola.

As rochas gabro-noríticas e charnoquíticas do Complexo de Kasai-Lomami,


frequentemente retrometamorfizadas e migmatizadas, afloram dispersas pelo interior do
Cratão de Lunda-Kasai e/ou Gabão-Kasai ou Angola-Congo (Kasai). Estas áreas
cratonizadas nos finais do Neoarcaico ou, perifericamente, no final do
Paleoproterozóico são, pois, a continuidade do Cratão de São Francisco, no Brasil,
através do actual Oceano Atlântico (Figura 9).

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
44
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

Figura 9: Esboço geotectónico de Angola segundo SILVA (1977).

1 – Bacias costeiras pós-jurássicas; 2 – Bacias interiores póscarbónicas médio; 3 - Ciclo


Pan-Africano (A – Evento de Kaokoveld-Damara, B – Evento do Congo Ocidental, C -
Eventos Lomamiano e Lufiliano ou Katanguiano); 4 – Evento de Kibaras; 5 – Eventos
de Maiombiano e Tadiliano (D) e Eburneano (E); 6 – Evento de Musefu-Moyo ou
Limpopo-Liberiano; 7 – Escudo de Lunda-Kasa.

6.1.6.2.Caracterização Regional

A província do Bengo enquadra-se na orla sedimentar (rochas sedimentares, efusivas e


metamórficas (3% do território angolano), com a presença de Arcaico indiferenciado e
Proterozóicas, sendo nesta, onde se localiza a área objecto de intervenção, Zona do
Cambondo, Município de Bula Atumba.

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
45
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

Figura 10: Unidades Geológicas da Província do Bengo.

Fonte: Adaptado de: http://info-angola.ao/images/documentos/mapas/geologia.jpg.

6.1.6.3.Relevo - Hipsometria

Grande parte do território angolano, está situado numa altitude entre os 1 000 e 1 600
metros e o ponto mais alto encontra-se na região central: Monte Moco (acima dos 2000
metros), na província do Huambo. A hipsometria de Angola pode ser dividida em 5
classes de altimetria entre 0 e 2 000 metros: 0-200; 200-500; 500-1000; 1000-1500;
1500-2000. A província do Bengo possui as primeiras 3 classes altimétricas: 0-200;
200-500; 500- 1000; Sendo maioritariamente dominada entre 0 e 200 metros.

6.1.6.4.Solo - Património Pedológico

Em Angola existe uma grande diversidade de solos, sendo ao nível das unidades
pedológicas, a província do Bengo caraterizada por luvisolos crómicos e os cambisolos
êutricos. Estes apresentam um caráter eutrófico (alta saturação por bases nos horizontes
subsuperficiais) que favorecem o enraizamento em profundidade.

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
46
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

Outro aspecto refere-se à presença de minerais primários facilmente intemperáveis


(reserva nutricional). As suas limitações de uso relacionam-se à quantidade de pedras no
horizonte superficial que pode dificultar o uso agrícola e a suscetibilidade à
compactação.

Na área de implantação do Projecto Exploração Florestal de Madeira na Zona do


Cambondo, Município de Bula Atumba, os solos predominantes são do tipo
paraferraliticos, fersialíticos, calcários, Arídicos tropicais, pouco evoluídos.

 Características do tipo de solo

As características dos tipos de solo influenciam e sofrem a acção erosiva na área da


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba,
Província do Bengo, são as: textura, estrutura, permeabilidade, densidade, propriedades
químicas, biológicas e mineralógicas.

6.1.7. Recursos Hídricos e Qualidade da Água


6.1.7.1.Hidrografia

Angola apresenta uma morfologia com uma zona litoral plana e o interior assenta numa
mesa planáltica, com alturas variando entre 1000 e 2000 metros, onde nascem as suas
maiores bacias que se distribuem para as cinco principais vertentes hidrográficas.

As 47 bacias hidrográficas que cobrem a superfície do território angolano distribuem-se


segundo a vertente Atlântica, com 41, 1% da superfície total, cujos rios desaguam no
Oceano Atlântico; a vertente do Zaire ou Congo, com uma área de afluências de 21,6%;
a vertente do Etosha, com cerca de 3,8% da superfície total; a vertente do Cubango, que
juntamente com a do Kuito alimenta a região do Cuando Cubango e do Okavango
internacional representa 11,9% do total e a vertente índica, com a bacia internacional do
Zambeze, representando 18,6% da superfície total do território Angolano.

Angola devido à sua posição geográfica, tem grandes potencialidades em termos de


recursos hídricos. De acordo com o Programa de Desenvolvimento do Sector das Águas
(Ministério de Energia e Águas - MINEA, 2004), o escoamento superficial anual é
estimado em 140 milhões de m3 por ano.
Estudo de Impacte Ambiental
Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
47
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

6.1.7.2.Caracterização Regional

A província do Bengo é banhada por 8 rios, sendo de destacar o rio Kwanza, um dos
maiores de Angola, dotado de uma elevada diversidade de espécies de crustáceos e
peixes. O rio Kwanza tem cerca de 1000 km de extensão e uma bacia hidrográfica que
ocupa uma área aproximada de 152 570 km₂. Nasce em Mumbué, município do Bié,
planalto central de Angola, desaguando no sul de Luanda. Neste existem barragens, a de
Mabubas e a de Quiminha, essenciais na produção de energia elétrica.

A área de estudo de implementação da Exploração Florestal de Madeira na Zona do


Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do Bengo, insere se na bacia
hidrográfica do rio Kwanza.

Figura 11: Rede Hidrográfica.

Fonte: Autor (S/Escala).

Segundo Alberto Castanheira Diniz, esta bacia subdivide-se por sua vez em 4 bacias
parcelares ou sub-bacias. A sub-bacia (A), que corresponde ao Baixo Cuanza, a sub-
Estudo de Impacte Ambiental
Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
48
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

bacia (B) ao Médio Cuanza, a sub-bacia (C) ao Lucala e por último, com uma área

aproximada de 105 640 km o que corresponde a 69% da bacia total, a sub-bacia (D),

que corresponde ao Alto Cuanza. A área objecto de intervenção insere-se na sub-bacia


A.

A área de estudo de implementação da Exploração Florestal de Madeira na Zona do


Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do Bengo, é limitada a Sul com o rio
Caluica e a Oeste com os rios Cangumbe e Ngala.

6.2.Meio Biótico
6.2.1. Vegetação

Segundo a IUCN (Internacional Union for Conservation of Nature), Angola é


considerado o segundo país de África com mais plantas endémicas, aproximadamente 1
260 espécies. Angola possui seis tipos de biomas distintos, inserindo-se o Bengo no
bioma Zambeziaco incluindo a floresta de Brachytegia (miombo) (Figura 12), o que
ocupa a maior percentagem do território angolano, cerca de 80%.

A - miombo B - miombo

Figura 12: Brachytegia (miombo).

Angola pode ainda ser dividida por dois grandes grupos, segundo a sua composição
florística e localização geográfica, a Floresta densa húmida e o Mosaico composto por
Savana Guineense. Sendo a Floresta densa húmida, a que cobre grande parte da
província do Bengo, nomeadamente, o relevo da aba atlântica desde Cabinda até ao rio

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
49
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

Balombo, e nos Dembos (triângulo constituído pelas províncias do Uíge, Bengo e


Kwanza Norte).

Possui uma composição florística bastante variada, com diversos estratos arbóreos
elevados, como por exemplo, a Albizia (albizia) [Figura 13], Spanthodea campanulata
(tulipeira-do-gabão) [Figura 14], Sterculia purpurea, entre outros.

Figura 13: Albizia.

Figura 14: Spanthodea campanulata.

A floresta densa húmida de alta produtividade, corresponde a 5% da área florestal,


sendo 30% correspondente a floresta de alta a média produtividade e o restante às

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
50
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

savanas de baixo valor comercial, mas com enorme valor social que proporcionam
combustível lenhoso, material de construção, pasto, alimentos e plantas medicinais.

Regista-se na província do Bengo a ocorrência de mosaico de savanas xéricas, matagais


arbustivos xéricos e matas de Adansonia [Figuras 15 e 16].

Figura 15: Adansonia digitata- Embondeiro.

Figura 16: Carta de Principais tipos de Vegetação da Província do Bengo.

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
51
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

Para a seleção das principais espécies caraterísticas deste tipo de vegetação, procedeu-se
a uma análise bibliográfica de forma a inventariar as espécies que melhor representam
este habitat e simultaneamente melhor se adaptem as condições particulares da área de
estudo, onde se regista um clima tropical seco a uma altitude inferior aos 200 metros.

Como crivo para a seleção das espécies a adotar, recorreu-se à “Carta Fitogeográfica de
Angola” publicada em 1970 por Grandvaux Barbosa.

Os nomes comuns adotados são aqueles que se encontram generalizados em território


angolano, no caso de tal não ocorrer, utilizam-se aqueles correntes em Portugal. Em
alguns casos não foram encontrados quaisquer nomes vernaculares, remetendo-se assim,
a identificação da espécie somente para o nome científico.

Do processo referido, resultou a categorização das espécies inventarias em quatro


classes distintas: Árvores, Arbustos e Trepadeiras, Gramíneas e Palmeiras.

Quadro 5: Árvores.

Árvores
Acacia welwitschii Imbondeiro (Adansonia digitata)
Balanites angolensis Commiphora angolensis
Quissoma (Euphorbia conspícua)
Muriangombe (Maerua angolensis)
- Girassonde (Pterocarpus angolensis)
Muxixe (Sterculia setigera)
Strychnos henningsii

 Arbustos e Trepadeiras:

Capparis sepiaria var.subglabra;

Cardiospermum grandiflorum (Figura 17);

Combretum camporum;
Figura 17: Cardiospermum grandiflorum.
Munguenhe (Diachrostachys cinérea;
Estudo de Impacte Ambiental
Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
52
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

Jasminum mauritianum;

Sarcostemma viminale;

Erva-moura (Solanum nigrum);

 Gramíneas:

Bunlo (Andropogon gayanus) [Figura 18];

Anthephora cristata;
Figura 18: Andropogon gayanus.
Grama-bermudas (Cynodon dactylon)

Dactyloctenium australe;

Eragrostis spp;

Mombaça (Panicum maximum);

Setaria welwitschii [Figura 19]; Figura 19: Setaria welwitschii.

Tricholaena delicatula;

 Palmeiras:

Mateba (Hyphaene gossweileri) [Figura 20]

FiguraFigura 20: Hyphaene


20: Hyphaene gossweileri.
gossweileri.

Grande parte da população angolana utiliza a grande diversidade de espécies vegetais na


utilização alimentar, curativa, para construção, fabrico de carvão, assim como, para
fabrico de utensílios domésticos e comerciais.

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
53
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

Na área do Projecto – de Exploração Florestal de Madeira, na Zona do Cambondo,


Município de Bula Atumba, Província do Bengo, o tipo de vegetação que predomina é o
Mosaico de miombo degradado e savanas graminosas.

Na Província do Bengo ocorrem os seguintes tipos de florestas:

 Mosaico de Matagal - Savana

Mosaico de: (1) Matagal arbustivo; (2) savanas de gramíneas altas de média altitude.
(1&2) Annona spp., Combretum spp., Hymenocardia spp., Hyparrhenia spp.,
Andropogon spp.,).

Mosaico semiárido (em solos fersialíticos: entre o Rio Zaire e o Rio Dande de: (1)
matagal arbustivo; (2) savanas; graminal xérico de baixa altitude. (1) Crossopteryx spp.,
Adansonia spp., Heteropogon spp.)

 Lacunas de informação sobre vegetação

Faltam levantamentos actualizados que cubram os diferentes padrões de vegetação de


Angola. São igualmente necessários levantamentos para confirmar o estado de
conservação de espécies como a Swartzia fistuloides (pau ferro), Dalbergia
melanoxilum (pau preto) e outras espécies exploradas comercialmente.

Os dados que a seguir se apresentam estão incluídos nas listas vermelhas da IUCN
publicadas desde há 11 anos atrás e incluem as seguintes:

Quadro 6: Espécies vegetais em risco.

Nome Científico Nome comum Categoria de conservação


Crotalaria bamendae VU

Dalbergia melanoxilum Ébano africano BR


Entandrophragma angolense DD
Entandrophragma candolei Cedro kokoti (I) VU
Entandrophragma cylindircum Sapele (I) VU
Entandrophragma utile VU
Estudo de Impacte Ambiental
Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
54
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

Mikaniopsis vitalba VU
Milicia excelsa Iroko BR
Monardithemis flava VU
Nauclea diderichii DD
Neritinia oweniana DD
Phrynobatrachus brevipalmatus DD
Prunus africana VU
Pterocarpus angolensis Kiaat, Mukua (I) BR
Raphia regalis VU
Swartzia fistuloides Pau rosa, pau ferro ER
Tapinanthus preussii VU
Turraeanthus africanus VU
Fonte: Red Data List IUCN, 2004 ; (I) Inglês.

6.2.2. Fauna Terrestre

É de salientar que a diversidade da fauna angolana tem sido mais exaustivamente


estudada do que os recursos botânicos do país, no entanto a maior parte dos estudos,
encontram – se relacionados com os componentes vertebrados. A rica avifauna angolana
foi catalogada 1963, com levantamentos actualizados em 1983 e 1988.

 Mamíferos

A diversidade de mamíferos que abundam o país é uma das mais ricas do continente,
com 275 espécies registadas. Cerca de 49 destes mamíferos estão em situação
preocupante do ponto de vista da conservação.

Estudos escasseiam e é urgente realizar inventários taxonómicos e levantamentos


actualizados sobre a situação de conservação. Os únicos estudos sistemáticos mais
recentes estão relacionados com a palanca preta gigante, o manatim africano assim
como algumas espécies da fauna e avifauna marinha de Angola.

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
55
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

 A fauna de mamíferos

A avifauna inclui

 Aves

Descrição das aves por habitats de ocorrência

Floresta húmida de nevoeiros. Semi-decídua, Meso planáltica

Do ponto de vista ornitológico, este tipo de floresta cerrada traduz-se num habitat que
só ocorre no país ao sul do rio Zaire, em altitudes geralmente inferiores aos 1000 m,
nomeadamente em uma grande mancha que se estende desde as serras de Canda a
Mucaba, a ocidente da província do Uíge, até N’dalantando, atingindo nas zonas de
Quiculungo-Quibaxe e Quitexe-Quixico larguras de aproximadamente 100 km, mas que
se expandem consideravelmente para oeste, pela incorporação de vastas extensões de
um mosaico de savana com este tipo de floresta, que, na província do Uíge, ultrapassam
o Bembe e no leste da Província do Bengo, atingem, entre outras, as regiões de
Nambuangongo e do Úcua.

Neste biótopo, há espécies que normalmente, são próprias da copa das árvores de maior
porte da floresta húmida. são elas:

Treron australis calva Pogoniulus l. mfumbiri Campephaga petiti


Columba unicincta Prodotiscus i. insignis Parus funereus gabela
Poicephalus g. gulielmi Indicator e. exilis Apalis r. angolensis
Ceuthmochares a. aereus Campethera c. caroli Apalis b. binotata
Pogoniulus s. flavior Mesopicos elliotii
Megabias f. equatorialis
Trachyphonus purpuratos. Thripias xantholophus
Nectarinia f. fuliginosa

Há espécies orníticas que só frequentam, ou pouco se afastam, das manchas atrás


mencionadas. Que são as seguintes espécies:

 Cercococcyx olivinus; Centropus anselli


 Verreauxia africana; Campephaga quiscalina
 Oriolus n. nigripennis; Trichastoma albipectus.
Estudo de Impacte Ambiental
Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
56
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

Figura 21: Aves existentes em Angola.

Lacunas na informação

As aves de Angola foram sujeitas a levantamentos mais ou menos exaustivos do ponto


de vista taxonómico e da distribuição por regiões e habitats. O que falta são inventários
sobre a condição de conservação. Angola é referida por associações ornitológicas como
um “hot spot “ e pode, por isso, atrair especialistas internacionais que apoiem a
realização destes inventários. Sabe-se muito pouco sobre espécies que carecem de
urgentes medidas de protecção. O Albatroz errante (Diodema exalanas). É uma das
espécies mais em risco e sobre a qual há registos não sistematizados nas costas de
Angola.

 Répteis Terrestres

A classe de répteis, inclui lagartos e cobras (Ordem Squamata), tartarugas (Ordem


Chelonia), Jacarés e Crocodilos (Ordem Crocodilia).

O clima de Angola e suas principais características, é propício para a família de répteis


tanto em espécies como em indivíduos, (tartarugas, lagartos, cobras e crocodilos). Os
répteis ocupam grande variedade de habitats.

As grandes jibóias, habitam nas florestas, nas galerias de floresta, e nas margens de
grandes rios. Os crocodilianos, nos rios, nos riachos, lagos e lagoas. A maioria de
tartarugas vive dentro ou próximo de água. O caso da tartaruga marinha, que habita
desde a foz do rio Kwanza, até a foz do rio Longa, ou seja 120 km de extensão,
Estudo de Impacte Ambiental
Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
57
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

identificadas, quatro espécies, que necessitam de proteção, nomeadamente:


Dermochelys coriácea, Lepidochelys olivacea, Chelonya mydes, Caretta caretta. Estas
espécies serão analisadas em secção própria quando se tratar dos organismos marinhos.

Diversas pressões ameaçam os répteis em Angola como, por exemplo, a urbanização,


expansão de actividades agrícolas e industriais e, em particular, o comécio de peles de
crocodilo e de grandes serpentes como a jibóia.

Lacunas de informação

As informações sobre répteis de Angola são escassas, isoladas e desatualizadas.


Organizações como a EarthTrends refere a existência de 227 espécies em Angola mas
esses dados não foram senão estimados.

Espécies como a cobra listrada de vermelho e preto (Bothrophthalmus lineatus)


possuem um estatuto indeterminado.

Espécies em risco

Espécies como o Crocodilo Anão (Osteolaemus tetraspis) são consideradas vulneráveis


e estão incluídas na lista da CITES. Não se consideram aqui as tartarugas marinhas que
se tratarão mais adiante.

Quadro 7: Lista dos répteis terrestres em risco de conservação.

Fonte: IUCN, Red Data List, 2004; (I)- inglês.

 Insectos

Não existem levantamentos sistemáticos do ponto de vista taxonómico nem do estado


de conservação dos insectos que é o maior grupo dos animais do planeta. A importância
deste grupo em termos de biodiversidade é enorme não apenas do ponto de vista
biológico e ecológica mas também pelas relações que mantêm com a agricultura (na

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
58
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

forma de pestes e, do seu factor antagónico, de combate biológico às pestes) e também


na alimentação humana.

Estado de Conservação de Insectos

Não estão disponíveis dados sobre o estatuto de conservação de insectos de Angola.

6.2.3. Valores Naturais e Paisagem

A província do Bengo enquadra-se na orla sedimentar (rochas sedimentares, efusivas e


metamórficas (3% do território angolano)), com a presença de Proterozóicas, Arcaico
indiferenciado e Cretácico – Quaternárias.

A região apresenta um relevo com elevações atingindo altitudes com cerca de 698
metros, com linhas de água, onde se destaca pela sua grande expressão no território da
região sul do município (Caluica).

A paisagem é marcada por uma grande variedade de vegetação, relacionada,


essencialmente, com o substrato geológico presente e com o tipo de solos, que vão
desde as areias claras, até aos Barros negros, passando por uma enorme gama de solos
pardacentos a cor de tijolo, mais ou menos calcários que imprimem características
especiais à paisagem desta região (Barbosa, 2006).

Dadas as condições climáticas que a Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba,


apresenta permite a prática da agricultura em regime de regadio e de sequeiro, sendo as
culturas mais representativas, a mandioca, o milho, o feijão, o feijão macunde, a batata-
doce, a ginguba, a cebola e diversas frutíferas.

Contrastando com esta extensa área central plana, surgem alguns relevos mais
pronunciados associados, sobretudo, à presença de linhas de água importantes, como é o
caso dos rios Caluica (Norte) e Cangumbe e Ngala (Oeste).

Assim, nesta região do município, a paisagem altera-se traduzindo os diferentes


contextos morfológicos e pedológicos presentes, com repercussões claras na ocupação
do solo, aqui muito mais naturalizada, e na vegetação mais frondosa.

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
59
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

6.2.4. Área Protegidas

Angola possui grandes áreas protegidas, 6,6% do território, que são dotadas de um
estatuto especial com o objectivo de desenvolver a sua proteção e preservação. Seis
Parques Nacionais

 Parque Nacional do Bikuar


 Parque Nacional da Cameia
 Parque Nacional da Cangandala
 Parque Nacional do Iona,
 Parque Nacional da kissama
 Parque Nacional do Mupa.

Quatro Reservas Parciais (Reserva Parcial do Namibe, de Búfalo, de Mavinga e do


Luiana), duas Reservas Naturais Integrais (Reserva Integral do Ilhéu do Pássaros e de
Luando) e um Parque Nacional Regional (Parque Natural Regional da Chimalavera).

Figura 22: Mapa dos Parques e Reservas Naturais de Angola.

A província do Bengo encontramos as seguintes área de interesse de protecção:

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
60
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

1- Parque da Quiçama

Localiza-se na zona sul da província, estende-se por mais de 100 km de costa, ocupa
uma área de 9 600 km².. Encontra-se limitado a norte pelo rio Kwanza desde a cidade de
Muxima até ao mar, no sul pelo rio Longa desde a estrada Mumbondo-Capolo até ao
mar, a oeste pela linha de costa entre a foz do rio Kwanza e a foz do rio Longa, e a leste
pela estrada que vai de Muxima, Demba Chio, Mumbondo e Capolo até ao rio Longa.

Figura 23: Parque Nacional de Quiçama.

2 – Coutada do Ambriz

A Coutada do Ambriz, na Província do Bengo, foi estabelecido como Parque Natural


Integral em 1973. Ocupa uma área de 1,7 km². É uma pequena ilha que sofre
inundações periódicas, por isso o tipo de vegetação predominante são os mangais.

Existem poucos mamíferos, mas há muitos tipos de aves migratórias, palmípedes e


pernaltas.

Na área do Projecto – de Exploração Florestal de Madeira, Zona do Cambondo,


Município de Bula Atumba, Província do Bengo, não pertence as áreas de especial
interesse biológico, sensível ou de elevado interesse ecológico. Desta forma poderá
afirmar-se que o referido projecto em questão não irá exercer qualquer impacte neste
descritor.

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
61
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

6.3. Qualidade do Ar

A caracterização da qualidade do ar foi feita de um modo qualitativo, com base na


identificação das principais fontes poluentes na zona de influência do projecto, dado não
existirem estações de monitoramento da qualidade do ar.

6.3.1. Potenciais Receptores

Não se identificarem receptores sensíveis na área de intervenção propriamente dita.


Refira-se as únicas áreas com ocupação humana (terrenos de terceiro) que na sequência
de desenvolvimento da Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo,
Município de Bula, não serão afectadas.

Quanto a área de influência do projecto registaram-se como receptores sensíveis os


residentes das localidades limítrofes a Exploração Florestal de Madeira na Zona do
Cambondo, Município de Bula Atumba.

6.3.2. Fontes de Perturbação do Ar

De acordo com as características de ocupação da zona onde se insere à Exploração


Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, as principais
fontes de poluição atmosférica correspondem ao tráfego rodoviário que ocorre nas vias
de circulação localizadas na envolvente, nomeadamente:

 Estradas de terra batida, que margina a área de implantação da Exploração


Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba;
 Rede de vias, caminhos em terra batida existente nas zonas limítrofes ao
projecto;
 Vias em terra batida de acesso à Exploração Florestal de Madeira.

A circulação rodoviária é responsável pela emissão de alguns poluentes resultantes


essencialmente da queima dos combustíveis, como os óxidos de azoto ( NO X),
monóxido de carbono ( CO) , hidrocarbonetos e também de dióxido de carbono ( C0 2), e
da ressuspensão de poeiras ( em vias não pavimentadas).

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
62
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

Condições de Dispersão de Poluentes Atmosféricos

A área de implantação da Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo,


Município de Bula Atumba, localiza-se numa zona com altitude com cerca de 698
metros, limitada por um alinhamento montanhoso e de orientação sensivelmente
Nordeste – Sudeste.

Nesta zona predominam os ventos dos quadrantes Sul e Sudoeste. Os ventos mais fortes
são do quadrante Sul – Sudoeste.

Face às características da zona e aos ventos dominantes considera-se que o local


apresenta condições favoráveis à dispersão dos poluentes atmosféricos que são lançados
no ar.

6.4. Ambiente Sonoro

Não foram efectuadas medições do nível de ruído ambiente na área de implantação da


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba,
Província do Bengo.

Devido à falta de níveis de ruído ambiente recomendados para novos projectos, decidiu-
se fazer uso das Directrizes de Saúde, Segurança e Ambiente (SSA) do IFC (IFC, 2007)
(Ref. 2). As directrizes e os valores expressos são especificados como um limite de
ruído fixo ou um aumento de 3,0 dB em relação aos níveis de ruído ambiente
predominantes.

Tabela 2: Níveis de ruído recomendados para áreas residenciais e industriais.

Onde a linha de Base excede a


Receptor Período
directrizes da IFC
Diurno Noturno
(7horas – 22 horas) (22 horas – 07 horas)
Residências 55 45
3 dB de aumento em relação à
Unidade Industriais e 70
70 linha de base
Comerciais

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
63
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

6.4.1. Receptores de Ruído e Fontes de Ruído

Na área de implantação do projecto não foram identificados receptores sensíveis.


Apenas de há a referir terrenos de terceiros existentes na área prevista para a
implantação da Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de
Bula Atumba, Província do Bengo em análise, que são ocupadas sazonalmente por
pastores.

As características da área em estudo indiciam não existirem fontes de ruído locais que
possam afectar significativamente o ambiente sonoro, mesmo considerado o ruído
associado à extração de madeira, movimentação de máquinas, camiões, etc.

As únicas fontes sonoras permanentes identificadas foram as naturais e o tráfego


rodoviário nas vias existentes na envolvente.

6.5. Resíduos

Este descritor foi analisado com base no levantamento de campo realizado, tendo-se
identificado as diferentes tipologias de resíduos existentes na área do projecto.

6.5.1. Descrição da Situação Actual

No caso da Exploração Florestal de Madeira, na Zona do Cambondo, Município de Bula


Atumba, Província do Bengo, a produção de resíduos resultará das várias actividades a
serem desenvolvidas nas fases de implantação e operação. Os resíduos gerados nas
diversas fases serão (papel, cartão, plástico, trapos, óleos hidráulicos, pneus veículos
diversos, sucata de ferro, etc.).

Os resíduos sólidos, resultarão do processo de serração (serrim). Os resíduos sólidos


não perigosos serão colectados e armazenados em contentores, os que merecem uma
atenção especial (perigosos ou parcialmente), devidas as suas especificidades deverão
ser acondicionados adequadamente e entregue a uma empresa específica para o seu
destino final

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
64
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

6.6. Meio Socioeconómico


6.6.1. Metodologia

A análise adotada para este estudo foi realizada à escala local (Zona do Cambondo,
Município de Bula Atumba), sempre que possível, desenvolvendo-se igualmente um
enquadramento à escala regional (Província do Bengo), dada a abrangência do projecto
no desenvolvimento provincial. A caracterização feita assentou essencialmente nos
elementos recolhidos e em bibliografia existente.

6.6.2. Enquadramento Administrativo

A área prevista para a implantação do Projecto Exploração Florestal de Madeira,


localiza-se na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do Bengo.

Figura 24: Enquadramento Administrativo.

Bula Atumba é um município da província do Bengo, em Angola. É composto pelas


comunas de Bula Atumba (sede) e Quiage.

Segundo os resultados do Censo 2014, Bula Atumba tinha 16.047 habitantes. É limitado
a norte pelo município de Quitexe, a leste pelo município de Banga, a sul pelo
município de Gonguembo e a oeste pelos municípios do Pango Aluquém e Dembos.

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
65
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

Gráfico 1: Distribuição percentual da população residente por município, 2014.

Fonte: INE, 2014.

Para cada quilómetro quadrado da província do Bengo residem 17 pessoas. O gráfico


18.5, mostra que o município do Dande para além de ser o município com maior
número de habitantes é igualmente o município com maior densidade (30 habitantes por
quilómetro quadrado).

 Serviços Públicos

Politica e Administração

 Governo - O Governo Provincial do Bengo é o órgão desconcentrado da


Administração Central e visa assegurar a realização das funções do Estado a
nível da Província;

 Órgãos Executivos - Constituído por 1 Governador, 3 Vice-Governadores, 4


Delegados Provinciais, 17 Directores Provinciais, 6 Administradores
Municipais, 8 Administradores Municipais Adjuntos, 17 Administradores
Comunais e 17 Administradores Comunais Adjuntos.

 Educação Ensino Geral

(O número de escolas na Província alterou, comparativamente ao ano de 2014, em que


sublinhámos a existência de 287 estabelecimentos entre os quais, do Ensino Primário e

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
66
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

Secundário. Ao longo do ano 2015, de acordo com o controlo e actualização da base de


dados “Sistema de Business Intelligence – FORDESI5 ”, o número de estabelecimentos
escolares elevou-se para 297, devido ao facto de terem sido adicionadas 10 escolas que
antes não se encontravam sob controlo, ou não funcionaram mesmo depois de terem
sido criadas.

 Saúde (Quadro nosológico e factores sanitários críticos)

A Província do Bengo, por causa da amplidão da sua rede hidrográfica entre outras,
pertence às regiões endémicas em relação a várias doenças que têm um forte impacto
sobre os níveis de morbimortalidade, nomeadamente a schistosomíase, tripanossomíase
Africana (doença do sono), as geohelmintíases (prevalência superior a 50%), e a Loase.

 Cobertura de Serviços Prestados no Bengo

O pacote de serviços oferecidos pelas unidades de saúde as populações, aumentou se


tivermos em conta o ano transacto. De um total de 291 serviços que funcionavam
distribuídos em unidades de saúde dos municípios, houve um aumento de 17 passando a
308 correspondendo a 6%.

 Actividade Económicas

Em termos de peso dos sectores na economia, estima-se que 60% das famílias vivem do
sector agrícola e uma parte significativa, sem que seja definida a sua proporção, do
comércio informal. No sector formal, com a saída de Icolo e Bengo e Quiçama, o
Estado passou a ser o maior empregador, ultrapassando o sector privado pela primeira
vez em 2012. Finalmente é de referir que mais da metade dos empregos formais em
empresas privadas está no Dande, e apenas 4,2% do total está em Nambuangongo
enquanto é o segundo maior município em termos demográficos.

 Agricultura, Pecuária e Silvicultura

Agricultura (principais culturas)

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
67
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

As principais culturas praticadas na Província são: mandioca, banana, batata-doce,


milho, amendoim, feijão, macunde, hortícolas, citrinos, frutos diversos, café, palmeiras
de dendém.

Área cultivada

A Província do Bengo é Agrícola por excelência, conta com varias áreas agricultáveis
com possibilidade de irrigação.

Também rica em recursos florestais, como a fauna e flora com destaque em algumas
espécies florestais tais como a moreira, muanza, kibaba, ndianunu, tacula, longhi etc.

Perímetro Irrigado de Caxito (Caxito- Rega)

Com cerca de 3600 há, o perímetro situa-se a 60 km de Luanda apresentando grande


potencialidade para o cultivo de produtos frescos destinados ao abastecimento da
capital.

Aspectos Etnográficos

A maioria da população desta província configura o complexo sócio-cultural Ambundu.


São locutores do Kimbundu, característica que partilham com os seu parentes mais
próximos que habitam outros espaços mais precisamente nos limites que conformam
por exemplo as províncias de Luanda, Kwanza-Norte, Kwanza Sul, com as quais faz
fronteira. A norte a província do Bengo faz fronteira com as províncias de Uíge e Zaire.

6.6.3. Caracterização Local

Na área de estudo, não foram identificados povoações nas proximidades da área


directamente afecta a Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo. Sendo
que existem povoações nos municípios limitrofes a Bula Atumba a cerca de 20 km.

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
68
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

6.7. Ordenamento do Território e Uso do Solo


6.7.1. Metodologia

Neste descritor foram considerados os aspectos do Ordemaneto do Território e


condicionantes, questões relacionadas com os instrumentos de gestão territórial a nível
local, e regional decorrente da presença de determinados equipamentos na área em
estudo.

Uma vez que não existe um Plano de Ordenamento do Território paa a esta zona, a
caracterização apresentadas foi efetuada com base na informação disponível a nível das
instituiçõs do Estado.

6.7.2. Ocupação do Solo

A ocupação do solo nos cerca de 1000 há - 10.000.000 m3 da implantação da


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba,
Província do Bengo, é de natureza rural, área denominada por áreas de baldio, manchas
com culturas e pequenas áreas de matos rasteiros e algumas parcelas com o aspecto
tipico de áreas agrícolas abandonadas.

6.7.3. Rede Viária e Infraestruturas

Vias de acesso - Forma inseridos 9 projectos nos PIP de 2009 a 2012 para reabilitação
de 683,2 km de estradas primárias e secundárias, num valor total de USD
958.349.164,40, dos quais 49% foram fisicamente executadas, e 41,7% pagos. No PIP
2013 foi inserido um total de 7.562.883.892 Akz, pelo que ficam por orçar e pagar
32.400.276.263 Akz. Os prazos para entrega destas obras são Dezembro de 2013 até
Agosto de 2014.

Infraestruturas - A estrada circular à cidade do Caxito está a ser enquadrada num


programa mais amplo e está a ser realizado um novo concurso para construção das
infraestruturas integradas de Caxito, que terá como complemento a finalização do
projecto de protecção do Rio Dande, onde faltam os acessos pedonais e a preparação de
locais para lavagem de roupa para a população. Para o projecto de construção de

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
69
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

infraestruturas e de 1.350 casas sociais no Panguila, foram alocados respectivamente


13,9 e 6,8 milhões de dólares no PIP 2013.

Energia e água - A reabilitação da rede eléctrica de média e baixa tensão da cidade de


Caxito está concluída, faltando estendê-la para chegar a mais 25.000 ligações
domiciliares. A rede de captação, tratamento, adução e abastecimento de água potável a
Caxito e Porto Quipiri, tem uma previsão de conclusão no fim do 1º semestre de 2014.
O projecto teve procedimentos incorrectos e deve obter-se o Visto do Tribunal de
Contas.

6.8. Património Histórico – Cultural

No que respeita ao património construído, encontram-se identificados alguns locais e


edificações com valor histórico e cultural, potenciando o turismo cultural. No Bengo
existe a Igreja Nossa Senhora da Muxima, construída no séc. XVI de arquitetura
simples, e a Fortaleza da Muxima , marca deixada durante a luta entre os portugueses e
holandese,foi construída no séc. XVI e está situado no cimo de um monte atrás da Igreja
de Nª Sra. da Muxima.

Figura 25: Fortaleza de Muxima, e Igreja Nº Sra. da Muxima.

A caracterização do descritor Património Histórico - Cultural e arqueológico baseou-se


em pesquisa documental, e análise cartográfica, uma vez, que, na área de implantação
do Projecto de Exploração Florestal de Madeira não apresenta quaisquer evidências de
interesse patrimonial ou arqueológico.

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
70
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

7. IDENTIFICAÇÃO E AVALAIAÇÃO DE IMPACTE AMBIENTAL


7.1.Metodologia e Critérios Aplicados

O presente Estudo de Impacte Ambiental, abordou as alternativas tecnológicas e


locacionais, bem como empreendimentos similares em outras regiões de Angola.
Comtemplou-se a correlação entre várias actividades e acções pertinentes ao
planeamento, implantação e operação do empreendimento e o ambiente natural e
antrópico, além de avaliar sua compatibilidade ambiental, a proposição de medidas
mitigadoras pertinentes, e resumir adequadamente os resultados do Estudo de Impacte
Ambiental à população e responsáveis pela aprovação deste projecto.

O desenvolvimento deste item abrangeu as seguintes etapas:

1- Identificação dos principais impactos ambientais através do método Check List,


utilizando como critério a inter-relação entre os factores e elementos ambientais
com a relação das acções geradoras de impactos;
2- Análise, descrição, mensuração e avaliação através de uma matriz de impacto
para cada elemento ambiental afectado;
3- Elaboração de uma matriz de impactos gerais para todos os factores e elementos
afectados.

7.2.Interacção Ambiental do Empreendimento


7.2.1. Factores Ambientais
7.2.1.1. Meio Físico

Os principais elementos ambientais do meio físico sujeitos as acções de implantação e


operação deste empreendimento são:

Recursos Hídricos – Em função dos possíveis riscos de alteração da qualidade do


corpo receptor pelo acréscimo da geração de efluentes sanitários devido ao aumento do
número de funcionários, e por eventuais processos de sedimentação desencadeados por
alterações na estrutura superficial e sub-superficial do solo gerados na fase de obras, e
pela eventual disposição inadequada de resíduos e efluentes industriais e sanitários
durante a fase de operação.

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
71
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

Solo e Subsolo – Devido as eventuais mudanças que possam ocorrer nas estruturas do
solo e aos riscos de contaminação por disposição inadequada de substâncias químicas
(resíduos sólidos, produtos e efluentes industriais).

Atmosfera – Em função dos riscos de poluição do ar pela emissão de poeiras e


particulados, devido às escavações, terraplenagem e movimentação de veículos e
máquinas durante a fase de obras e a operação do empreendimento, que neste caso trará
benefícios regionais e globais significativos.

7.2.1.2.Meio Biótico

Para o meio biótico os elementos ambientais sujeito a acções das fases de operação
deste empreendimento foram:

Flora – Devido a importância significativa para a qualidade ambiental, protecção dos


solos e bem natural, cuja intervenção é definida através de legislações específicas;

Fauna – Pela importância que significa como indicadores ambientais naturais e pela
fragilidade devido às alterações dos habitats naturais terrestres e aquáticos.

7.2.1.3.Meio Sócio - Económico

No que se refere ao meio socioeconómico os elementos ambientais sujeitos às acções


das fases de planeamento, implantação e operação deste empreendimento são:

População e Uso do Solo – Quanto às novas tendências de uso do solo durante a fase
de implantação e operação do empreendimento;

Infra – Estrutura Regional – Verificação dos principais instrumentos públicos que


poderão ser afectados, em função de uma nova demanda (aumento do número de
trabalhadores);

Arrecadação de Impostos – Valores a serem arrecadados pelo Município, Comuna


Estado na fase de implantação e operação do empreendimento, que retornarão em
benefícios para população;

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
72
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

Mercado de Trabalho – Novos postos de empregos a serem gerados para o Município


de Bula Atumba, Zona do Cambondo e Região durante a fase de implantação e
operação do empreendimento.

Estes elementos são mais susceptíveis às interferências directas das alterações do


Projecto - Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula
Atumba, Província do Bengo.

7.3.Acções Geradoras de Impactos

A identificação das acções geradoras de impacto, tiveram como base a experiência da


equipe técnica no licenciamento ambiental de empreendimentos que, pela sua natureza,
dimensão ou localização possam ter implicações sobre o equilíbrio e harmonia
ambiental e social, de modo a que a Avaliação de Impacte Ambiental se constitua num
instrumento eficaz de protecção e gestão ambiental, bem como de garantia de decisões
justas e equilibradas pela administração pública.

7.3.1. Fase de Planeamento

Divulgação do Projecto - Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo,


Município de Bula Atumba, Província do Bengo.

7.3.2. Fase de Implantação

 Construção de Estaleiro de Apoio as operações gerais do projecto


 Contratação de mão-de-obra;
 Aberturas de caminhos (estradas de terra batida);
 Movimentação de máquinas, veículos e equipamentos relativos a terraplenagem
e escavações de solo;
 Eventual necessidade de disposição de material excedente das escavações;
 Preparação e escavação do terreno para implementação dos equipamentos, obras
civis, fundações e tubulações;
 Construção das fundações, obras civis, montagem de equipamentos,
interligações implantação de ductos e equipamentos com as unidades e sistemas
existentes;
Estudo de Impacte Ambiental
Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
73
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

 Descomissionamento da frente de obra, armazenamento e destinação de todos


os resíduos gerados durante a fase de implantação.

7.3.3. Fase de Operação

 Operação das actividades de exploração florestal;


 Manutenção correctiva e preventiva das actividades de exploração florestal

7.4.Avaliação Dos Impactes Ambientais

A partir da identificação das acções geradoras de impactos, que ocorrerão durante a fase
de planeamento, implantação e operação deste empreendimento, relacionados com os
seus respectivos factores ambientais através do método Check List apresentado, os
mesmos serão discutidos e avaliados através de uma matriz de análise de impactos e
medidas mitigadoras para cada elemento ambiental (matriz de impacto pontual).

Para avaliação dos impactos ambientais foram utilizadas as seguintes directrizes e


critérios descritos a seguir:

Fase de Acontecimentos – Refere-se à etapa de implementação do projecto, na qual os


impactos acontecem, isto é, nas fases de planeamento, implantação e operação do
empreendimento.

Factor Ambiental – Especifica o elemento ao meio no qual estão sendo avaliados os


impactos ambientais (Meio Físico, Meio Biótico e Meio Socioeconómico);

Localização – Determina o local espacial onde ocorrerá o impacto, ou seja, na Área de


Influência Directa – AID, Área Directamente Afectada – ADA e Área de Influência
Indirecta – AII ou Disperso quando este não ocorrer somente nas áreas anteriores;

Natureza – Analisa os efeitos dos impactos ambientais, identificando quando houver


melhoria ambiental como positivo e quando ocorrer dano ou piora da qualidade como
negativo;

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
74
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

Ocorrência – Especifica quando há certeza da ocorrência de um determinado impacto


em um factor ambiental como certo, ou quando existe a incerteza da ocorrência de um
determinado impacto ambiental como incerto;

Magnitude – Indica a intensidade do impacto em um específico factor ambiental, de


forma qualitativa como pequeno, médio e grande;

Temporalidade – Indica a duração de um determinado impacto em um específico


factor ambiental como temporário ou permanente;

Reversibilidade – Chance do ambiente das áreas de influência voltar às situações pré-


existentes, desta forma o impacto pode ser classificado como reversível (quando as
acções propostas façam o equilíbrio ambiental retornar à situação pré-existente) ou
irreversível (quando as alterações não possam ser revertidas por acções de recuperação
ou mitigação);

Significância – Avaliação do impacto gerado frente aos outros impactos e ao quadro


ambiental actual e futuro da área, sendo qualificada em baixa, média ou alta.

Medidas Mitigadoras/ Potencializadoras – Apresentam as medidas que irão interagir


em determinado factor ambiental, apresentando como esta medida será empregada,
executada e monitorada. Estas medidas visam evitar ou minimizar os impactos
negativos ou potencializar os impactos positivos;

Responsável – Indica o responsável pela implementação da medida mitigadora e/ou


monitoramento, que no caso envolve directamente o empreendedor e órgãos públicos,
ou não identificação directa.

Nas Tabelas nº 3 e 4 são apresentados de forma detalhada os impactos e os elementos


ambientais identificados para os meios Físico, Biótico e Socioeconómico durante as
fases de planeamento, implantação e operação a partir das acções geradoras de
impactos, utilizando o Método de Check List.

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
75
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

Tabela 3: Resumo dos Potenciais Impactes e Sua Classificação Meio Físico.

Descritores Fases Potencias Impactes Ambientais Classificação


MEIO FÍSICO
Implantação/ Instalação Emissão de ruído pelo manuseamento e Impacte negativo, pouco significatico, directo,
Clima manutenção de equipamentos e maquinaria magnitude baixa, provável, temporário, local e
Operação
de produção reversível
Alteração da geologia local gerada pela Impacte negativo, pouco significatico, directo,
Implantação/ Instalação
Geologia e Geomorfologia implantação do projecto magnitude baixa, provável, temporário, local e
Operação Intensificação de processos erosivos reversível
Implantação/ Instalação Intensificação de processos erosivos Impacte negativo, pouco significatico, directo,
Solo e Ocupação do Solo magnitude baixa, provável, temporário, local e
Operação Compactação do solo
reversível
Implantação/ Instalação Impacte negativo, pouco significatico, directo,
Hidrologia e qualidade da
Risco de contaminação de coleções hídrica magnitude baixa, provável, temporário, local e
Água Operação
reversível
Implantação/ Instalação Impacte negativo, pouco significatico, directo,
Qualidade do Ar Alteração da qualidade do ar magnitude baixa, provável, temporário, local e
Operação
reversível
Implantação/ Instalação Impacte negativo, pouco significatico, directo,
Ambiente Sonro Aumento da pressão sonora magnitude baixa, provável, temporário, local e
Operação
reversível
Implantação/ Instalação Impacte negativo, directo, de magnitude
Vibrações provenientes das deslocações dos
Vibrações moderada, certo, permanente, irreversível,
Operação equipamentos e máquinas
imediato e significativo ao nível local
INFRAESTRUTURAS
Implantação/ Instalação Perigosidade pela presença de cabos à vista, Impacte negativo, directo, de magnitude elevada,
Rede de Energia Eléctrica será um potencial risco e perigo a saúde dos certo, permanente, reversível e significativo ao
Operação
transeuntes nível local

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do Bengo
76
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

Rede de Abastecimento de Implantação/ Instalação Não estão previstos impactes, uma vez que junto ao empreendimento não existem redes de
Água Operação abstecimento de água
Implantação/ Instalação Impacte negativo, pouco significativo, directo,
Contaminação do solo e de águas superficias
Rede de Águas Resíduais de magnitude moderada, temporário, extensível e
Operação e/ou subterrâneas por infiltração
reversível
Implantação/ Instalação Geração de resíduos de diversas tipologias
(perigos e não perigosos)
Impacte negativo, directo, de magnitude
Gestão de Resíduos moderada, certo, permanente, irreversível,
Operação Geração de resíduos resultantes das
imediato e significativo ao nível local
actividades da exploração/ operação do
projecto
Implantação/ Instalação Impacte negativo, directo, de magnitude
Aumento de tráfego assim como
Vias de Comunicação moderada, certo, permanente, irreversível,
Operação consequente desgaste do pavimento
imediato e significativo ao nível local

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do Bengo
77
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

Tabela 4: Resumo Dos Potenciais Impactes e Sua Classificação Meio Biológico.

Descritores Fases Potencias Impactes Ambientais Classificação


MEIO BIOLÓGICO E ECOSSISTEMAS
Implantação/ Instalação Impactos nos sistemas ecológicos na área de Impacte negativo, directo, de magnitude
Ecologia implementação do projecto, alteração de moderada, certo, permanente, irreversível,
Operação
habitats naturais imediato e significativo ao nível local
Implantação/ Instalação Impacte negativo, directo, de magnitude
Interrupção do processo de regeneração da
Flora/ Vegetação moderada, certo, permanente, irreversível,
Operação floresta nativa
imediato e significativo ao nível local
Implantação/ Instalação Impacte negativo, directo, de magnitude
Redução de abrigos e passagens naturais
Fauna moderada, certo, permanente, irreversível,
Operação para a fauna
imediato e significativo ao nível local
Implantação/ Instalação Alteração da paisagem natural, introdução Impacte negativo, directo, de magnitude
Paisagem de elementos externos, barreiras e moderada, certo, permanente, irreversível,
Operação
obstáculos existentes imediato e significativo ao nível local
Implantação/ Instalação Não estão previstos impactes significativos, uma vez que junto ao empreendimento não
Área Protegidas
existem área protegidas

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do Bengo
78
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

Tabela 5: Resumo Dos Potenciais Impactes e Sua Classificação Meio Socioeconómico.

Descritores Fases Potencias Impactes Ambientais Classificação


MEIO SOCIO- ECONÓMICO
Implantação/ Instalação Aumento na empregabilidade Impacte positivo, significativo,
Emprego Aumento na circulação monetária directo, elevada magnitude, local,
Operação
local regional, temporário à permanente
Aumento na demanda de mão-
Implantação/ Instalação
deobra especializada Positivo, significativo, directo, certo,
Actividades Económicas Crescimento das actividades elevada magnitude, local e regional,
Operação económicas, criação e temporário à permanente, reversível
manutenção de empregos
Implantação/ Instalação Não estão previstos impactes significativos, uma vez que área de
Património Cultural e Histórico implantaçãodo empreendimento, não foi identificado qualquer património
Operação
cultural

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do Bengo
79
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

8. DESCRIÇÃO DAS MEDIDAS DE MITIGAÇÃO

O Estudo de impacte ambiental (EIA) merece grande importância em qualquer


actividade florestal, sendo com grande insidência na fase de colheita, devido à grande
intervenção antrópica, necessita de uma atenção especial. Assim, para que se possa
estudar efetivamente esses impactos, deve-se evidenciar os principais componentes dos
meios físico, biótico e antrópico relacionados a essa operação.

Os impactes identificados resultam essencialmente das seguintes situações:

a) Na fase de implantação e/ ou instalação

Movimentações de veículos e pessoas, bem como do funcionamento de instalações


auxiliares e outras instalações provisórias de apoio.

b) Na fase de exploração e/ operação

Funcionamento do Projecto - Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo,


Município de Bula Atumba, Província do Bengo

8.1.Medidas Gerais

Gestão Ambiental da fase de implantação e/ ou instalação

 Adopção de uma política activa de prevenção de acidentes nas actividades de


implantação e/ ou instalação;
 Realizar o acompanhamento ambiental das actividades de implantação e/ ou
instalação;
 Gestão de resíduos produzidos nas actividades de implantação e/ ou instalação,
deverão ter destinos finais licenciados;
 Adopção de práticas correctas na concentração e armazenamento dos produtos
químicos a utilizar, sobretudo quanto à protecção contra derrames dos produtos
com maior perigosidade;
 Concentração no espaço e no tempo dos trabalhos, evitando a sua expansão a
locais próximos.

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
80
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

Sensibilização dos Trabalhadores afectos ao Projecto

 Os trabalhadores técnicos e encarregados afectos ao projecto deverão ser


sensibilizados para a adopção de procedimentos correctos de Higiene e
Segurança no Trabalho;
 Interditar o acesso de terceiros ao local de implantação e/ ou instalação do
projecto, para redução do risco de acidentes;
 Sinalização correcta dos acessos ao local de implantação e/ ou instalação, com
indicações de redução de velocidade e proibição de sinais sonoros;
 Sinalização das áreas de intervenção com bandeiras ou com fitas coloridas fixas
em estacas, limitando o trânsito e a deposição de materiais fora das áreas
demarcadas.

Equipamentos, veículos, Maquinaria Afectos a implantação / instalação do


projecto

 Manutenção periódica das máquinas e veículos em condições adequadas de


funcionamento, minimizando as emissões gasosas para a atmosfera e aos riscos
de contaminação de solos e águas pela perda de óleos e outros hidrocarbonetos;
 O manuseamento de óleos durante a implantação e/ ou instalação e as operações
de manutenção da maquinaria devem ser conduzidos com os necessários
cuidados;
 Previsão dum sistema eficaz para recolha de óleos usados e respectivo
encaminhamento para destino final adequado.

8.2.Medidas Especificas
8.2.1. Meio Físico

Geomorfologia e Geologia - Controlo das acções de manutenção e reparação dos


equipamentos que deverão ser efectuados de forma adequada pela entidade gestora,
evitando-se assim a degradação dos equipamentos e possível dano nos mantos de
extracção.

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
81
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

Solo e Ocupação do Solo

 Construção de uma bacia de retenção com capacidade adequada e respectiva


rede de escorrências com encaminhamento para separador de hidrocarbonetos;
 Toda frota da empresa deve circular em boas condições de carburação e com as
necessárias revisões, no sentido de diminuir o risco de ocorrência de situações
acidentais;
 Proceder a limpeza de toda a área com remoção de todos os resíduos
(embalagens de plástico, papel e outros) presentes em toda a magnitude do
terreno que alberga o empreendimento;
 Correcto armazenamento de materiais susceptíveis de derrame.

Hidrogeologia, Recursos Hídricos e Qualidade da Água

 Impermeabilizar todas as áreas passíveis de contaminar o solo e


consequentemente as águas superficiais e subterrâneas;
 Construção de uma bacia de retenção com capacidade adequada e respectiva
rede de escorrências com encaminhamento para separador de hidrocarbonetos;
 Adopção de regras de funcionamento para os trabalhadores relacionadas com a
operação das máquinas e manuseamento de lubrificantes, de modo a evitar
derrames (de óleos, combustível, etc.) durante a execução dos trabalhos;
 Proibição de deposição de resíduos a céu aberto, de forma a evitar a produção de
águas lixiviantes e o seu arrastamento pelas águas pluviais de substâncias
nocivas ao ambiente.

Qualidade do Ar

 Toda a frota da empresa deve circular em boas condições de carburação no


sentido de diminuir a emissão de poluentes gasosos para a atmosfera;
 Limitar e controlar a velocidade dos veículos pesados no transporte,
nomeadamente nos acessos de terras batida;
 Os locais de depósito de materiais, entulho e resíduos deverão situar-se em
locais protegidos dos ventos;

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
82
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

 Controlar as condições de acondicionamento das cargas de veículos de


transporte (matéria - prima, resíduos ou outros materiais soltos) para evitar
quedas de material nos percursos entre locais de carga e o local da sua
deposição.

Ambiente Sonoro

Em termos de ruído, para minimização da sua propagação ou excedência, deverão ser


implementadas as seguintes medidas:

 Respeitar os horários de trabalho e evitar os trabalhos mais ruidosos no período


nocturno;
 Devem minimizar-se as deslocações dos equipamentos e maquinaria.

Vibrações

Em termos de vibrações, deve-se ter em conta a propagação vibracional, minimizando


as deslocações de equipamentos e maquinaria.

No interior das instalações, os equipamentos susceptíveis de provocar perturbações


vibratórias, deverão ser munidos de batentes e/ ou absorventes das mesmas.

8.2.2. Meio Biológico e Ecossistemas Naturais

Ecologia

Fauna e Flora - Biodiversidade

Para atenuar a contaminação de habitats propõe-se as seguintes medidas:

 A realização de vistorias e manutenções periódicas ao local de implantação do


projecto, garantindo dessa forma o seu bom funcionamento e consequente
protecção do meio ambiente;
 Adopção de medidas de diminuição do ruído de modos a não afugentar as
espécies e permitir que continuem a povoar as zonas mais próximas do projecto.

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
83
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

Áreas Protegias

Não foram identificadas áreas protegidas, apenas o Parque Nacional da Quissama,


localizado zona Sul da provinvia do Bengo, estende-se por mais de 100 km de costa,
ocupa uma área de 9 600 km² e dista 14 km da comuna de Bom Jesus pertencente a
Icolo e Bengo.

Por isso não foram consideras adopção de medidas para o presente Estudo de Impacte
Ambiental.

Paisagem

 A limpeza da área deverá ser restrita às áreas previstas e estritamente


necessárias, de forma a impedir o aumento das áreas desmatadas;
 Deverá ser executada delimitação física das áreas constantes nas autorizações
para desmatamento, evitando assim supressão desnecessária de vegetação e/ou
soterramento de outras áreas e comprometimento de corpos de água. Esta
delimitação poderá ser feita por meio de estaqueamento, fitas de sinalização ou
similares;
 As actividades de supressão vegetal e limpeza de terreno deverão se concentrar
nos períodos mais secos;
 Tal procedimento tem como orientação a protecção de linhas de drenagens
naturais e de áreas susceptíveis a processos erosivos e ainda a protecção da
fauna;
 A supressão vegetal deverá ser planejada e executada de forma conduzir a fauna
para áreas vizinhas não habitadas;

8.2.3. Meio Socioeconómico

.As expectativas com a criação de novos postos de empregos a serem gerados na Zona
do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do Bengo , durante a fase de
instalação e operação do empreendimento, gera expectativas entre as diversas partes
interessadas, não necessariamente correspondendo à realidade das mudanças
provocadas pelo empreendimento.

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
84
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

9. PROGRAMA DE ACOMPANHAMEBTO E MONITORIZAÇÃO DOS


IMPACTES AMBIENTAIS

Os planos e programas ora propostos foram elaborados a partir dos impactos ambientais
identificados em função das actividades do Projecto – Exploração Florestal de Madeira
na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do Bengo, frente às
vulnerabilidades e potencialidades identificadas na área de influência do
empreendimento.

Buscou-se propor medidas a fim de se evitar e/ou minimizar os impactos negativos e


maximizar os positivos, além de acções de acompanhamento da evolução da qualidade
ambiental que permitam adopções de medidas complementares de controlo sempre que
necessário.

Quadro 8: Aspectos a Monitoras.

Aspectos a Monitorizar Frequência de Monitorização


Meio Físico
Ruído Anual
Qualidade do ar Anual
Solo Trimestral
Vibrações Anual
Infra - Estruturas
Rede de Energia Eléctrica Mensal
Rede de Abastecimento de Água Mensal
Rede de Água Residuais Mensal
Gestão de Resíduos Controlo Constante
Meio Biológico
Fauna Bienal
Flora Anual
Meio Sócio - Económico
Emprego Variações
Actividades Económicas Controlo Constante

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
85
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

9.1.Medidas Preventivas
9.1.1. Definição das áreas de exclusão

 Num contorno de cerca de 1000 há ao longo da vedação da Exploração Florestal


de Madeira;
 Introduções de animais que não estejam ao serviço dos guardas; Persecução e
captura de animais e quantas actividades possam infligir danos;
 Instalações auxiliares (Parque de maquinaria, Planta de lavagem, armazém,
acampamentos, subestações eléctricas, dormitórios de protecção, higiene do
trabalho, acessos a pessoal autorizado).

9.1.2. Gestão de Resíduos

A gestão de resíduos, desde a sua produção até ao seu destino final, pressupõe o
conhecimento sistemático e aprofundado das suas características, quer quantitativas,
quer qualitativas.

A caracterização dos resíduos constitui um importante instrumento de base para a sua


gestão, neste caso, para o projecto de Exploração Florestal de Madeira, sendo as
seguintes medidas:

 Óleos usados: Serão armazenados em zonas impermeáveis e correctamente


delimitadas, evitando a mistura com água e com outros resíduos, os depósitos
podem ser bidões ou tanques soterrados e impermeáveis;
 Serrim: Serão utilizados como matéria-prima, fonte de energia alternativa ou
fertilizante dos solos próximos da Exploração Florestal de Madeira.

9.1.3. Protecção e Conservação da Vegetação

Em função dos objectivos e necessidades do Projecto de Florestal de Madeira, deve ser


tomada algumas medidas, destacando- se as seguintes abaixo mencionadas:

 Inventário de árvores destruídas;


 Transplante de vegetação de interesse;

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
86
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

 Protecção do arvorado dentro e fora da zona de Exploração Florestal de


Madeira;
 Reflorestação de exemplares da mesma espécie por cada alvorado destruído;
 Criação de habitats/ refúgios;
 Proibição de colocação de pregos, ferros, e outros objectos, em árvores e
arbustos.

9.2.Medidas de Mitigação Correctoras

Para o Projecto - Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de


Bula Atumba, Província do Bengo, deverão ser mitigados e corrigidosm os seguintes
impactos:

 Emissões de material particulado orgânico (serrim);


 Emissões gasosas do gerador e outros equipamentos
 Ruídos;
 Desflorestação;
 Processo de serração da madeira;

Medidas de mitigação e correcção que devem ser tomadas em relação a operação das
instalações da Exploração Florestal de Madeira:

 Em caso de derrames acidentais de substancia contaminantes, recolher


imediatamente o derrame junto com a fracção de solo, para posteriormente ser
tratada por empresas certificadas;
 Os trabalhos de florestação e reflorestação devem realizar-se com as mesmas
espécies;
 Minimizar o impacte paisagístico, com a integração no entorno do projecto,
diminuindo o impacte visual das infraestruturas, plantação de vegetação;
 Eliminação de todo tipo de construção temporal que não seja utilizada na fase de
instalação, recuperação mediante a florestação e reflorestação;
 Tratamento dos resíduos sólidos (Cacos, embalagens, tambores contaminados,
material derivado da soldadura, aço, lodos, etc.
 Proporcionar acções de educação ambiental entre os trabalhadores da Base.
Estudo de Impacte Ambiental
Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
87
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

9.3.Plano de Vigilância Ambiental

O Plano de Vigilância Ambiental estabelece o sistema que garante o cumprimento das


indicações e medidas preventivas de mitigação ou correctoras contidas no epígrafe
anterior.

O Plano de Vigilância Ambiental estabelece um conjunto de critérios de carácter técnico


que, a partir da predição ou constatação realizada sobre os efeitos ambientais do
empreendimento. Em função disto, pode-se chegar as seguintes conclusões:

a) A necessidade de se estabelecer um sistema, que compreenda uma serie de


actuações, parâmetros de tolerância, que permita cumprir os objectivos;
b) A subordinação do programa do Estudo de Impacte Ambiental;
c) Criação de uma equipa técnica de especialistas, composta por pessoal
qualificado com domínio em solos, agua e ar (Agrónomos, Geólogos,,
Hidrologia, Físicos, Químicos, etc., com supervisão de um Gestor Ambiental;
d) Tramitação de informes (Com registos de cortes de árvores, e relato de outras
situações ocorridas).

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
88
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

10. LACUNAS ´TECNICAS DE CONHECIMENTO

Ao longo da realização do presente Estudo de Impacte Ambiental do Projecto -


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba,
Província do Bengo da empresa Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda., a equipa
técnica responsável pela elaboração do (EIA), deparou-se com algumas dificuldades, as
quais deram origem a lacunas de conhecimento que neste capítulo se pretendem
reconhecer.

Sem dúvidas que a maioria das lacunas identificadas se prende com a falta de
informação técnica específica local relativamente à caracterização do solos e uso do
solo, qualidade do ar, biodiversidade, paisagem, vegetação, avifauna e mamíferos,
ruído, recursos hídricos. A completar, existe o facto de não haver legislação e
regulamentos, com valores mínimos e máximos admissíveis, para alguns dos descritores
nomeadamente no que toca à qualidade do ar e ruído.

De qualquer forma, muitas das componentes ambientais, para as quais se torna


importante a prospecção da área de estudo, as lacunas foram colmatadas recorrendo à
análise cartográfica de fotografia aéreas, revisão bibliográfica disponível, e realizando
prospecção da área envolvente e a área do projecto em causa.

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
89
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

11. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta AIA identificou e avaliou os possíveis impactes biofísicos e socioeconómicos


associados ao Projecto proposto, e são recomendadas medidas apropriadas de mitigação
e optimização. A equipa do EIA acredita que estão disponíveis informações suficientes
sobre a situação de referência e relacionadas com o Projecto, para garantir que os
impactes sejam identificados e geridos para que o Projecto seja construído e operado de
forma sustentável.

A maioria dos impactos biofísicos, socioeconómicos e de saúde e segurança laboral


identificados serão localizados e de intensidade média á baixa. A implementação das
medidas de mitigação identificadas no presente estudo irá minimizar os possíveis
impactos negativos, bem como potenciar os impactos positivos identificado.

Os impactes positivos do emprego e do desenvolvimento económico local devem ser


melhorados, recrutando-se localmente, tanto quanto possível, e adquirindo tanto bens e
serviços de fornecedores locais quanto possível.

Com base nas conclusões da AIA, é essencial que as recomendações, medidas de


mitigação e actividades de monitorização e gestão, incluídas como acções de gestão,
sejam efectivamente implementadas pela Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda., em
todas as fases do Projecto proposto.

Este relatório será enviado ao IDF suportando um pedido de Licenciamento


Ambiental. O IDF revirá este EIA e aconselhará o Ministério da Cultura, Turismo e
Ambienta (DNPAIA) Departamento Nacional de Prevenção e Avaliação de Impacte
Ambiental) sobre a aceitabilidade de possíveis impactes.

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
90
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AZEVEDO, A.L., REFEGA, A.A.G., SOUSA, E.C., PORTAS, C.A.N., VILHENA,


M.A.L., MARQUES, M.N., LOURO de SÁ, V.H. (1972). Caracterização Sumária das
Condições Ambientais de Angola. Universidade de Luanda. Nova Lisboa. 106p.

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. 1993.

Araújo, A. G & Guimarães, F. (1992). Geologia de Angola. Mapa e Noticia Explicativa


da Carta Geológica à Escala 1:1 000.000, Luanda, Angola.

ALMEIDA, J.R. Avaliação de Impactes Ambientais. In: Avaliação e Perícia Ambiental

APCD. (1995). Colorado State Implementation Plan for Particulate Matter (PM10) -
Denver Metropolitan Nonattainment Área Element. Regional Air Quality Council and
Colorado Department of Health, Air Pollution Control Division.

Arino, O. et al., 2012. Global Land Cover Map for 2009 (GlobCover 2009). European
Space Agency (ESA) & Université catholique de Louvain (UCL).

Banco Mundial (2013). Angola Economic Update. Desenvolvimentos e Questões


Económicas que Moldam o Futuro de Angola. 1ª Edição. Setembro de 2017.

BARBOSA, L.A.G. (1970). Carta Fitogeográfica de Angola. Instituto de Investigação


Científica de Angola. Luanda. 323p.

Constituição da República de 2010 (Aprovada pela Assembleia Nacional em 2010).

Ciampo, G.; Di Donato, V. Duarte-Morais, M. L.; Putignano, M. L.; Sgrosso, I. & Neto,
B. (2000) - Stratigraphic and sedimentologic characters of the Luanda Formation, in the
succession cropping out in the surrondings of Luanda (Kwanza Basin-Angola).
Internacional Conferenca Geoluanda May 2000. Luanda: 21-24.

De Andrade, H.; Duarte-Morais, M. L. & Sgrosso, I. (1998) - The “Areias Cinzentas”: a


new continental formation of the Kwanza Basin (Angola). 15th Internacional
Sedimentological Congress (IAS), Alicante (Spain), April 12-17, Abstract: 284-285.
Estudo de Impacte Ambiental
Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
91
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

Diniz, A. C. (1973) - Características mesológicas de Angola. 155-164. Martínez de


Azagra, A. & Navarro, J. (1996) - Hidrología florestal. El ciclo hidrológico, Secr.
Publicaciones, Universidad de Valladolid, 283 p.

Decreto Executivo nº 130/09 - Sobre Taxas de Licenciamento Ambiental.

Decreto Presidencial n.º117/ 20 de 22 de Abril – Sobre Avaliação de Impacte Ambiental


e Procedimentos de Licenciamento Ambiental

Decreto Presidencial n.º 194/11 de 7 de Julho - Regulamento sobre Responsabilidade


por Danos Ambientais.

Decreto Presidencial n.º 190/12 2012- Regulamento sobre Gestão de Resíduos.

Decreto Presidencial n.º 196/12 de 30 de Agosto - Plano Estratégico para Gestão de


Resíduos Urbanos.

Carta Geológica de Angola, Nota explicativa, (1:1 000 000) Direcção Provincial dos
Serviços de Geologia e Minas, Folha 3, Atlas Geográfico, Volume 1, Ministério da
Educação 1982.

EMEP/EEA Guidebook: 1A4 - Non-road mobile sources and machinery Environment


Statistics Country Snapshot: Angola (2009).

FIGUEROA, A., CONTRERAS, R. Y SANCHEZ, J. “Evaluación de impacto


ambiental. Un instrumento para el desarrollo”. Centro de Estudios Ambientales para el
Desarrollo Regional, Corporación Autónoma de occidente, Cali, 1998.

FINDETER. “El impacto ambiental en los proyectos de desarrollo”. FINDETER.


Santafé de Bogotá, 1992.

G. Miguel et al, Ciências da Terra (UNL), Lisboa, nº esp. V, CD-ROM, E38-E41).

Lei de Águas, Lei n.º 6/02 de 21 de Junho.

Lei das Transgressões Administrativas (Lei n.º 12/11 de 16 de Fevereiro).

LEOPOLD, L. B., A Procedure for Evaluation Environmental Impact. Washington,


D.C., Geological Survey Circular 645, 1971, 13p.

LORENZI, H. Árvores Brasileiras. Manual de identificação e cultivo de plantas


arbóreas nativas do Brasil.Volume 2. 2008.
Estudo de Impacte Ambiental
Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
92
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

Miguel, G. L. (1996) - Levantamento geológico de Luanda e arredores. Tese de


licenciatura (relatório inédito). Departamento de Geología, Universidade Agostinho
Neto, Luanda, Angola.

Miguel, G. L. (2002) - Caracterización geológica, hidrogeológica y ambiental de


Luanda y alrededores, Trabajo de Investigación Tutelado (Informe inédito).
Departamento de Geología, Universidad de Alcalá. Madrid.

Mussungo, E. (2000) - Caracterização geológica da Formação Luanda, Tesina


(Relatório inédito). Departamento de Geología, Universidade Agostinho Neto, Luanda,
Angola, Schlumberger (1991) - Avaliação de Formações de Angola. W.E.C., Paris, 1-
95.

MINISTÉRIO DO URBANISMO E AMBIENTE. Primeiro Relatório Nacional para a


Conferência das Partes da Convenção da Diversidade Biológica. Projecto 00011125 –
Estratégia e Plano de Acção Nacionais para a Biodiversidade (NBSAP). Agosto, 2006.

MINISTÉRIO DO URBANISMO E AMBIENTE, Relatório do Estado Geral do


Ambiente em Angola – MINUA. Programa de Investimento Ambiental, Governo de
Angola, 2006.

Miguel, G. et. al. (2002), Avaliação preliminar da recarga e da reserva do sistema


Aquífero Quelo – Luanda (Angola), Trabalho de Investigação; Departamento de
Geologia, Universidade de Alcalá, Madrid (Espanha).

MINUA 2006 – Relatório do Estado Geral do Ambiente em Angola 2006, Ministério do


Urbanismo e Ambiente, 2006, Governo de Angola.

Ministério do Planeamento – Relatório Final, 2003, Perfil Socioeconómico, Républica


de Angola.

Ministério do Urbanismo e Ambiente - República de Angola. 2006. Primeiro Relatório


Nacional para a Conferência das Partes da Convenção da Diversidade Biológica.
Luanda.

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
93
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

Maria Emília de Castro e Almeida, Maria Cecília de Castro. - Lisboa: Centro de Estudo
de Etnologia do Ultramar, 1964.

Michael Mills & Martim Melo. 2013. A lista das aves de Angola. Associação Angolana
para Aves e Natureza (Aves Angola), Luanda, Angola e Birds Angola.

Plano Nacional de Desenvolvimento Sanitário 2012 – 2035, Volume 2, República de


Angola, Ministério da Saúde, Agosto de 2012.

Plano Nacional de Energia e Água 2013 – 2017. MINEA, Angola, 2012.

PARTIDÁRIO, M.R., Guia de Boas Práticas para Avaliação Ambiental Estratégica –


Orientações Metodológicas, Edição: Agência Portuguesa do Ambiente, Lisboa. 2007.

PORTUGAL. Divisão de Urbanismo e Obras Particulares, Relatório de Factores


Críticos da Revisão do Plano Director Municipal de Amares, no âmbito do Decreto-Lei
n.º232/2007 de 15 de junho, Amares, 2008.

RICKLEFS, R. E. A economia da natureza. 5a edição. Editora Guanabara Koogan.


2003. UNIÃO EUROPÉIA, MWH. Actualização do Perfil Ambiental de Angola,
Relatório Final.

Ruiz Gutiérrez, L; Bancroft Hernández, R. Impactos ambientales de las construcciones


turísticas en la región del Caribe. Instituto Superior Politécnico José A Echevarría,
CICA del Ministerio de Ciência, Tecnología y Medio Ambiente, Cuba. 2007.

Tese Doctoral de Gabriel Luis Miguel de Caracterización hidrogeológica y ambiental de


Luanda y sus alrededores (Angola) Universidad de Alcalá.

Sinclair, Ian & Ryan, Peter. 2003. A comprehensive illustrated field guide - birds of
Africa, South of the Sahara. Struik Nature. Cape Town.

Zerquera Altunaga, J. et. al. (2008). Angola. Atlas Geográfico. Ensino Secundario.
INIDE - McMillan Africa.

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
94
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

ANEXOS

ANEXO 1: Documentação Legal da Empresa

ANEXO 2: Planta e Croquis de Localização

ANEXO 3: Fotos da área de Exploração Florestal de Madeira

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do
Bengo
95
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

Área de Influência do Projecto

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do Bengo
96
Gracifilhos – Comércio e Serviços Lda GeoAmbiens – Geoprocessamento & Análise Ambiental

Perspectiva da área de implantação da exploração florestal de madeira

Estudo de Impacte Ambiental


Exploração Florestal de Madeira na Zona do Cambondo, Município de Bula Atumba, Província do Bengo
97

Você também pode gostar