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Cabinda

Capital Cabinda
Data da Fundacao: 28 de Fevereiro de 1919

Caracteristicas Geograficas

Densidade: 20,6 hab/km.


População 801 374 hab (2018)

Superfície 7 283 km²


Cabinda é um enclave limitado ao norte da Republica do Congo e a leste e sul pela Republica
Democrática do Congo. A população de Cabinda pertence na sua quase totalidade aos povos bantu,
mais concretamente ao grupo Fiote, cuja língua, o Ibinda, é um dos dialetos do Kikongo.
Administrativamente, a província é constituída pelos municípios de Cabinda, Cacongo, Buco-Zau e
Belize.

Cabinda é uma das 18 províncias de Angola, localizada na região norte do


país, sendo a mais setentrional e também único exclave da nação.[3] A capital é
a cidade e município de Cabinda.[3]
Segundo as projeções populacionais de 2018, elaboradas pelo Instituto
Nacional de Estatística, conta com uma população de 801 374 habitantes e
com uma área territorial de 7 283 km², sendo a província mais densamente
povoada de Angola depois de Luanda.[2]
Administrativamente, a província é constituída pelos municípios
de Cabinda, Cacongo (anteriormente Lândana), Buco-Zau e Belize.[3]

Etimologia
Segundo o historiador e padre Joaquim Martins,[4] o nome "Cabinda" tem origem
da junção do termo "Mafuca" com o nome próprio "Binda", onde a aglutinação
da última sílaba da palavra "Mafuca" — que nos antigos reinos
de Loango, Cacongo e Angoio-Nagoio era uma espécie de intendente-geral do
comércio e dignitário do rei que, em nome deste último, tratava de todas as
transações comerciais — junta-se a "Binda", que era o nome do "Mafuca"
naquela época.[4] Este intendente-geral do comércio de nome Binda era,
portanto, um importante funcionário público que tratava questões de interesse
dos reinos nativos com os portugueses.[4][5]
HISTÓRIA

Contatos com europeus


Exploradores, missionários e comerciantes portugueses chegaram à foz do rio Congo na metade do
século XV, fazendo contacto com o manicongo (nome pelo qual era chamado o mandatário do Reino
do Congo). O manicongo controlava grande parte da região através da afiliação com reinos
minoritários, tais como os do Negoio, Luango e Cacongo, todos eles parte integrante do antigo reino
do Congo e situados na atual Cabinda.
O reino de Cacongo, um dos Estado confederados do reino do Congo e mais importante ente
soberano a se desenvolver naquele território, mantinha capital em Caio-Caliado (atual comuna de
Tanto-Zinze).
Com o passar dos anos, portugueses, holandeses e britânicos estabeleceram postos de comércio,
fábricas de extração de madeira e de óleo de palma em Cabinda. O comércio continuou e a presença
europeia cresceu, resultando em conflitos entre as potências coloniais rivais.
Presença brasileira
De 1827 a 1830, a Armada Imperial Brasileira estabeleceu a base naval da Divisão Naval do Leste
no território de Cabinda, fazendo deste efetivamente o único território colonial brasileiro fora da
América do Sul.
No quadro da "corrida europeia para África", Portugal concluiu em fevereiro de 1885, com os chefes
dos reinos ao norte de Angola, o Tratado de Simulambuco que daria a região o status de protectorado
da Coroa Portuguesa "sob permissão dos príncipes e governantes do Congo" reservando dessa forma
os direitos de governação do território.
Por ocasião da Conferência de Berlim, realizada no mesmo ano, quando simultaneamente nasceram
o Congo Belga (antigo Zaire e atual República Democrática do Congo) e o Congo Francês (antigo
Congo-Brazavile e atual República do Congo), a atribuição de Cabinda a Portugal foi
internacionalmente confirmada, adotando-se a designação Congo Português.
No entanto, como a Bélgica reivindicou uma saída para o Atlântico para o Congo Belga, agora
constituído como tal, foi-lhe concedido um "corredor" constituído pelos territórios adjacentes ao rio
Congo. Desta maneira foi cortada a ligação por terra, anteriormente existente, entre Cabinda e o
restante Reino do Congo.
Do distrito à província
Quase junto da formação política do Protetorado do Congo Português, Portugal criou o distrito do
Congo (atual província do Uíge), em 31 de maio de 1887, e; na portaria nº. 867, de 10 de julho de
1912, os limites provisórios do distrito do Congo são definidos, com o Protetorado do Congo
Português iniciando o processo de ser absorvido neste. A cidade de Cabinda foi a sede do
protetorado e do distrito do Congo até 1917, quando passa a ser a cidade de Maquela do Zombo. O
protetorado foi haurido como colônia plena no ato de transferência da sede distrital.
Por portaria nº. 50, de 28 de fevereiro de 1919, o território do distrito do Congo foi desmembrado
para constituir o "distrito de Cabinda", ficando o antigo distrito do Congo responsável
administrativamente pela região continental ao sul do rio Congo e o novo distrito com o enclave de
Cabinda e as ilhas do Congo.
Mas pelo decreto nº. 18 662, de 24 de julho de 1930, em face das dificuldades financeiras que se
atravessavam e como medida de compressão de despesas, foi revista a divisão administrativa
passando Angola a ter apenas oito distritos; o distrito de Cabinda tornou-se "Intendência-Geral de
Zaire e Cabinda", que ficou sob a jurisdição direta do governador do distrito do Congo.
O decreto nº. 40225, de 5 de junho de 1955, acabou por dividir Angola em 13 distritos, tendo
Cabinda deixado de ser Intendência-Geral e conseguido a restauração de seu estatuto de distrito,
ficado sob jurisdição da província de Luanda até 1972, quando finalmente tornou-se plenamente
província. Cabe ressaltar que o decreto-lei 571/34, de 24 de fevereiro de 1934 já havia restaurado
Cabinda ao estatuto de distrito, mas não foi cumprido.
Período colonial tardio
No quadro do sistema colonial estabelecido em Angola, Cabinda teve alguma importância
económica que levou a um significativo desenvolvimento da cidade de Cabinda que chegou a ser
dotada de um porto e de um aeroporto.
A Igreja Católica, pilar do sistema, estabeleceu em Cabinda uma diocese e promoveu a
cristianização, já iniciada no século XIX, da quase totalidade da população. Esta foi de par com uma
expansão, pela Igreja Católica e pelo Estado colonial, da educação escolar, para além da verificada
noutros distritos.
A situação mudou dramaticamente quando, em 1967, foram descobertos importantes jazidos de
petróleo ao largo da costa de Cabinda, o que levou Portugal a promover de imediato a sua
exploração.
Descolonização

O decreto nº. 40 225, de 5 de junho de 1955, acabou por dividir Angola em 13


distritos, tendo Cabinda deixado de ser Intendência-Geral e conseguido a
restauração de seu estatuto de distrito, ficado sob jurisdição da província de
Luanda até 1972, quando finalmente tornou-se plenamente província.[25] Cabe
ressaltar que o decreto-lei 571/34, de 24 de fevereiro de 1934 já havia
restaurado Cabinda ao estatuto de distrito, mas não foi cumprido.[26]
Período colonial tardio e processo de descolonização

Bandeira da FLEC-EC

No quadro do sistema colonial estabelecido em Angola, a partir de 1960


Cabinda passou a ter certa importância económica regional,[3] fato que levou a
um significativo desenvolvimento do corredor Cabinda-Lândana-Massabi-Ponta
Negra, sem grande interesse no interior, com o litoral dotado de um
movimentado porto[17] que sustentava-se na exportação de madeira, café e
cacau.[3] A situação mudou dramaticamente quando, em 1954, a Cabinda Gulf
Oil Company (parte do grupo estadunidense Chevron) obteve a concessão da
exploração do petróleo de Cabinda.[14] Em 1962[14] foram descobertos
importantes jazidos de petróleo ao largo de Malembo,[14] em águas pouco
profundas que iam de 10 a 20 metros,[3] o que levou Portugal a promover de
imediato a sua exploração.[3][17] Em 1967 Cabinda já fornecia petróleo à Chevron.
[14]

No mesmo período a Igreja Católica, representada pelas missões de São Tiago


Maior de Lândana-Cacongo e Santa Maria de Cabinda, pilares do sistema
sociocultural e político em Cabinda,[3] levou a cabo uma razoável expansão da
educação escolar no território se comparada aos números verificados noutros
distritos angolanos, feito principalmente atribuído ao trabalho conjunto com o
educador cabindino José Pinheiro da Silva.[28]
Porém, no fim da década de 1950 e inícios da década de 1960, constituíram-se
no território vários grupos que se insurgiam contra a dominação colonial; neste
meio havia desde o início a ideia de uma independência de Cabinda separada
de Angola. Ficaram em evidência o Movimento para a Libertação do Enclave
de Cabinda (MLEC), apoiado pelo Congo-Brazavile, o Comité de Acção da
União Nacional de Cabinda (CAUNC) e a Aliança Nacional do Maiombe
(ALIAMA),[29] este o porta-voz dos subgrupos étnicos habitantes das Cordilheiras
de Maiombe.[30]
Em 1962, estes grupos uniram-se, formando em Brazavile a Frente para a
Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC).[30] Este movimento teve, desde o
início, o propósito de promover para Cabinda uma independência separada da
pretendida para Angola,[3] desde os anos 1950, pelos movimentos
nacionalistas Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e Movimento
Popular de Libertação de Angola (MPLA), e a partir de 1966, também o
da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA).[3]
Neste sentido, a FLEC constituiu em 1967 um "Governo de Cabinda no Exílio",
com sede na Ponta Negra, no Congo-Brazavile. As atividades desenvolvidas
pela FLEC foram, durante esta fase, no essencial de mobilização política em
Cabinda, e de procura, por via diplomática, de um reconhecimento
internacional alargado.[17]
Em simultâneo, a FNLA e o MPLA desenvolveram a partir do Zaire (e o MPLA
mais tarde a partir do Congo-Brazavile) operações militares em Cabinda, no
essencial em regiões do interior, de acesso mais difícil. Estas operações
obrigaram Portugal a reforçar consideravelmente a sua presença militar em
Cabinda, conseguindo deste modo conter a penetração dos dois movimentos
— tarefa facilitada pelos frequentes conflitos armados entre ambos. No fim
da década de 1960, a FNLA cessou praticamente as suas operações em
Cabinda,[3] enquanto o MPLA marcou relevante presença militar até ao fim da
era colonial.[3] MPLA e FLEC rivalizaram fortemente no campo da mobilização
política entre 1972 e 1974.[3]
Após a Revolução do 25 de Abril de 1974 em Portugal, a situação militar na
província rapidamente tornou-se favorável ao MPLA que, a partir da vila
de Miconje, levou a cabo a campanha militar Miconje-Cabinda, tomando as
localidades de Belize, Buco-Zau, Dinge e Cabinda.[31] A campanha foi
fundamental para que a província de Cabinda permanecesse sob a guarda
angolana, visto que, em 1975, nas vésperas da independência nacional,
ocorreram intensos combates na batalha da fronteira Antó/Iema contra as
forças conjuntas da FNLA e do Exército Zairense,[32] operação que vitimou o
notório Comandante Gika.[33] Ao que conseguiram repelir a entrada na fronteira,
passaram aos combates da batalha do Morro do Chizo, na zona sul da cidade
de Cabinda, contra a unidade da FNLA, que estava nas margens do rio Lucola,
vencendo os rivais.[33]
Vencido o FNLA e o Zaire no território cabindino, o MPLA passou a defender a
continuação do enclave como parte integrante de Angola, e procurando
neutralizar os militantes da FLEC.[31] Por sua vez a FLEC, na altura dividida em
várias correntes, tinha declarado a independência separada e a formação
da República de Cabinda em 1º de agosto de 1975, criando rapidamente um
pequena força militar que operava somente nas zonas de difícil acesso, floresta
densa e de montanhas, longe das cidades cabindinas. Por fim, a FLEC tentou
uma invasão surpresa a partir do Zaire, mas foi sem problemas maiores
totalmente rechaçada do território pelo MPLA em 4 de janeiro de 1976, pondo
fim a República de Cabinda.[31]

No fim da década de 1950 e inícios da década de 1960, constituíram-se no território vários grupos
que se insurgiam contra a dominação colonial; neste meio havia desde o início a ideia de uma
independência de Cabinda separada de Angola.
Em 1962, estes grupos uniram-se, formando em Brazzaville a Frente para a Libertação do Enclave
de Cabinda (FLEC).[ Este movimento teve desde o início o propósito de promover para Cabinda
uma independência separada da pretendida para Angola, desde os anos 1950, pelos movimentos
nacionalistas FNLA e MPLA, e a partir de 1966, também o da UNITA.
Neste sentido, a FLEC constituiu em 1967 um "Governo de Cabinda no Exílio", com sede em Ponta
Negra, no Congo-Brazavile. As atividades desenvolvidas pela FLEC foram, durante esta fase, no
essencial de mobilização política em Cabinda, e de procura, por via diplomática, de um
reconhecimento internacional alargado.
Em simultâneo, a FNLA e o MPLA desenvolveram a partir do Congo-Quinxassa (e o MPLA mais
tarde a partir do Congo-Brazavile) operações militares em Cabinda, no essencial em regiões do
interior, de acesso mais difícil. Estas operações obrigaram Portugal a reforçar consideravelmente a
sua presença militar em Cabinda, conseguindo deste modo conter a penetração dos dois movimentos
- tarefa facilitada pelos frequentes conflitos armados entre ambos. No fim das anos 1960, a FNLA
cessou praticamente as suas operações em Cabinda, enquanto o MPLA marcou alguma presença
militar até ao fim da era colonial. MPLA e FLEC rivalizaram fortemente no campo da mobilização
política.
Após a Revolução do 25 de Abril de 1974 em Portugal, o MPLA obteve rapidamente o controle
militar de Cabinda, defendendo a continuação do enclave como parte integrante de Angola, e
procurando neutralizar os militantes da FLEC. Por sua vez a FLEC, na altura dividida em várias
correntes, declarou a independência separada de Cabinda e criou rapidamente um pequena força
militar. Esta tentou uma incursão a partir do Congo-Quinxassa, mas foi sem problemas maiores
rechaçada pelo MPLA. A partir deste momento, a FLEC deixou de ter qualquer papel no processo
conflituoso que levou à Independência de Angola.
Período pós-colonial
Na constelação resultante das circunstância em que foi alcançada a independência de Angola - o
MPLA a conquistar o poder, e UNITA e FNLA a desencadearem de imediato a Guerra Civil
Angolana - o petróleo de Cabinda tornou-se no recurso económico vital para a sobrevivência do
novo regime político. Por um lado, este investiu fortemente na protecção militar das instalações de
extração do crude, valendo-se durante algum tempo do apoio por parte de unidades cubanas; por
outro lado, concluiu rapidamente contratos com companhias americanas, especializadas na extração
de 'crude.
Dada a rápida decadência da FNLA enquanto força militar, e a impossibilidade de a UNITA chegar
até Cabinda, esta não foi, porém, afetada pelas operações militares, durante e Guerra Civil. Em
contrapartida, a FLEC - apesar das suas divisões internas - retomou algum fôlego, menos em termos
de ações armadas, mas com uma significativa capacidade de mobilização política. Esta última foi de
certo modo facilitada pela repressão dura por parte do governo do MPLA.
Os conflitos, que duraram longos anos, suscitaram a intervenção de várias forças da sociedade civil
de Cabinda, com destaque para a Igreja Católica, com o fim de conseguir a pacificação. Porém, só
depois do fim da Guerra Civil, em 2003, foi assinado, em 1 de julho de 2006, um "Memorando de
Entendimento para a Paz e a Reconciliação da Província de Cabinda", entre o Governo de Angola e
o Fórum Cabindês para o Diálogo, órgão da sociedade civil que também integra parte das tendências
da FLEC.
Em consequência deste entendimento, os efectivos militares da FLEC foram aquarteladas e a 6 de
janeiro de 2007, alguns destes elementos incorporados nas Forças Armadas Angolanas e na Polícia
Nacional. Um dirigente da FLEC, António Bento Bembe, passou a integrar o governo de Luanda.
Um contingente de bolsas de estudo foi atribuído a pessoas anteriormente envolvidas na oposição ao
Estado angolano. O governo do MPLA prometeu atribuir a Cabinda uma parcela maior dos lucros
obtidos no setor petrolífero. Entre várias outras melhorias, destaca-se a criação, em 2009, da
Universidade 11 de Novembro, na cidade de Cabinda.
Década de 2010
No entanto, elementos inconformados da FLEC acabaram por realizar ataques esporádicos contra
forças do governo nas selvas e também contra instalações de empresas sediadas no território. Para
demonstrar normalidade, Cabinda havia sido escolhida como uma das sub-sedes do Campeonato
Africano das Nações de futebol, organizado por Angola em 2010. A FLEC aproveitou esta
oportunidade para levar a cabo um ato terrorista, atacando o autocarro que fazia o transporte da
selecção do Togo, matando o motorista e ferindo dois jogadores.[14] Este ato suscitou fortes reações
da comunidade internacional e da parte dos serviços de segurança de Angola.
Em inícios de março de 2011, as Forças Armadas Angolanas capturaram o chefe do estado maior das
Forças Armadas de Cabinda (FAC; braço armado da FLEC).

Geografia
O território é um exclave angolano, sendo limitado ao norte pela República do
Congo, a leste e ao sul pela República Democrática do Congo e a oeste
pelo Oceano Atlântico.[3]
Clima
Segundo a classificação climática de Köppen-Geiger predomina em toda a
província o clima tropical de savana (Aw/As), com precipitações anuais em
torno de 800 mm, com alta pluviosidade ao longo do ano. A temperatura média
anual varia entre os 25 e os 30º Celsius.[6]
Demografia
A população de Cabinda pertence na sua quase totalidade aos povos bantos,
majoritariamente grupo dos congos e subgrupo dos ibindas.[3] Os ibindas estão
distribuídos em oito tribos/clãs: bauóio, bacuacongo, balinge, baluango,
basundi, baiombe, bavili e bacochi. Presença relevante de outras frações
étnicas ou de nacionalidades distintas há basicamente na capital provincial,
com o restante do território etnicamente mais homogêneo.[7] [7]
A principal língua falada é o português, com o principal idioma tradicional
o ibinda, considerado um dialecto da língua congo.[8]
Ecologia, flora e fauna
Toda a faixa leste e litorânea, com frações no extermo norte da província, é
dominada pela ecorregião das "savanas e florestas de escarpa angolanas",
com flora de árvores altas rodeadas de ervas altas, com áreas de mangais e
pântanos nas margens dos rios, especialmente na Laguna de Massabi, no
Lago Lumbo e no Pântano de Lândana,[8] com manchas de floresta nublada nas
partes mais montanhosas e bosques secos de pastagens arborizadas.[9] Já no
centro, oeste e norte da província predomina a ecorregião das "florestas
equatoriais atlânticas", região de florestas húmidas de folhas largas,[9] com
especial destaque para a "floresta de Maiombe".[10]
Dentre as espécies endêmicas da província cabindina destacam-se o morcego-
frugívoro-menor-angolano, o elefante-da-floresta, o sapo-nariz-de-Perret, a rã-
de-garras-de-André, o papagaio-do-congo, o muntual, o gorila-ocidental-das-
terras-baixas e o chimpanzé-central.[9]
Hidrografia
O principal curso d'água é o rio Chiluango,[3] que nasce no Congo-Quinxassa,
tendo como afluentes os rios Luali, Lufe e Lombe.[3][11] Outros flúmens
importantes são os rios Lubinda (formador da Laguna de Massabi),[3] Lulondo e
Lucola.[3] A Laguna de Massabi é o maior reservatório natural de água
cabindino, além de ser importante polo pesqueiro, bem como as lagoas de
água doce de Sassa-Zau, Manenga e Chuquisse.[12]
Proteções litorâneas
Os principais marcos litorâneos de Cabinda são as baías de Cabinda, Malembo
e Lândana,[3] importantes polos pesqueiros marítimos e referenciais de
navegação.[12]
Relevo
As elevações mais relevantes se encontram nos Maciços de Maiombe[10] e em sua
extensão, a Serra do Muabi.[3][13] Destaque também para o Morro do Chizo, para as
Pedras do Chinga e para as escarpas litorâneas do Chiazi-Fútila.[3] Há também as
relevantes planícies do Malembo, da Sanga, de Massabi-Chicamba, de Chipita e a
planície pantanosa de Lândana.[14]

Economia

Operação de instalação de uma torre de extração petrolífera no litoral cabindino, em


2005.

Até ao fim da era colonial, Cabinda produzia contingentes importantes de


madeira e café, e mais reduzidos de cacau e óleo de palma.[14] Houve inclusive
um início de turismo no litoral.[14] Em consequência dos conflitos verificados
entre 1974 e 2006, estas actividades económicas reduziram-se muito,
apresentando certa recuperação a partir de 2010.[14]
Agropecuária e extrativismo
A agricultura provincial tende a ser de base de subsistência, ou seja, sem
exportação de excedentes, concentrada na principalmente nas culturas de
café, cacau, amendoim, banana, mandioca, batata, feijão e milho.[45]
Outras atividades importantes são os rebanhos bovinos (para leite e corte),
a suinocultura[14], a criação de galináceos (carne e ovos), a captura de mariscos
e a pesca fluvial e marítima;[14] esta última serve para a subsistência e também
para a venda de excedentes ao Congo-Quinxassa e ao restante de Angola.[14]
Indústria, petróleo e mineração
No setor industrial observa-se a existência de muitas plantas agroindustriais,
para processamento de alimentos, óleos culinários, carnes e leite, além da
produção de derivados.[14] Outra categoria industrial importante é a de extração
madeireira, concentrada no norte da província de Cabinda.[14]
Na província está em implantação o Polo Industrial do Fútila (PIF), na zona
norte da capital provincial. Prevê-se no PIF a instalação de unidades fabris de
produtos químicos, plantas agroindustriais, de materiais de apoio à indústria
petrolífera e de construção civil.[46]
A atividade industrial de maior relevo na província é a de extração e
armazenamento de petróleos e outros hidrocarbonetos. Em 2010 o crude
extraído em Cabinda representava cerca de 70% de todo o petróleo exportado
por Angola.[47] Além do petróleo, a mineração industrial está concentrada
também na extração de fosfato[14] e de argila, registrada nas minas de Cacáta,
Mongo Tando, Chibuete, Ueca, Chivovo e Cambota. O centro de operações
está na vila de Lucula Zenze.[48] Há ainda reservas de manganês,[14] titânio,
[14]
burgau, cal, potássio, ouro[14] e urânio.[49]
Comércio e serviços
O comércio em Cabinda é de bases locais, servindo basicamente ao
atendimento da população no suprimento de alimentos e itens domésticos
básicos;[14] o principal centro atacadista é a capital provincial.[14]
No setor de serviços o destaque está nas atividades relacionadas à logística e
transporte, geradoras de grandes divisas e massa salarial.[14] Isso se explica
observando a geografia da província, que é um exclave, dependendo
fortemente de seus portos, no Complexo Portuário de Cabinda, para transporte
de cargas pesadas e vitais para o restante de Angola.[50]

Infraestrutura
Transportes
A província dispõe do Complexo Portuário de Cabinda, do Aeroporto Maria
Mambo Café e de uma razoável rede rodoviária que cobre quase a totalidade
de seu território, composta pelas rodovias EN-100, que liga o Iema ao Massabi,
a EN-201 que liga a cidade de Cabinda ao Tanto-Zinze e ao Lucula Zenze, a
EN-202, que a liga o Malembo ao Lucula Zenze, e a EN-200 que liga o
Bichequete ao Dinge, Buco-Zau, Belize e Miconje. Outras rodovias incluem a
EN-101, a EC-301 e a EC-300.[51]
Educação
No que tange a educação superior, a província dispõe da Universidade 11 de
Novembro, com dois campi em seu território, sendo um na própria cidade de
Cabinda e outro na cidade de Buco-Zau.[52]

Economia: Em termos económicos Cabinda é das províncias mais importantes para Angola devido á
exploração de Petróleo, em 2010 70% do petróleo exportado por Angola provinha de Cabinda. No
sector industrial existem várias agroindústrias que operam no processamento de alimentos carnes,
leite e seus derivados. A agricultura da província é uma agricultura de subsistência, concentrada nas
culturas de café, cacau, amendoim, banana, mandioca, batata, feijão e milho. A exploração de
minerais tem como centro de operações a vila de Lucula Zenze e é extraido essencialmente
fosfato. No setor de serviços o destaque está nas atividades relacionadas à logística e transporte,
geradoras de grandes divisas e massa salarial. Isso se explica observando a geografia da província,
que é um exclave, dependendo fortemente de seus portos, no Complexo Portuário de Cabinda, para
transporte de cargas pesadas e vitais para o restante de Angola.
A província de Cabinda dispõe de Aeroporto ( Aeroporto Maria Mambo Café) e o complexo
Portuário de Cabinda de uma razoável infraestrutura rodoviária.
Clima: tropical de savana com a temperatura média anual a variar entre os 25 e os 30º Celsius.

Dados Geo-Demográficos de Cabinda


A província de Cabinda tem uma área total de 7.270 Km2, é a província mais a norte de
Angola. É um enclave que faz fronteira a norte com a República do Congo, a este com a
República Democrática do Congo e a oeste com o Oceano Atlàntico. Segundo o censo
populacional realizado em 2014 cabinda possui 688.285 habitantes.
Cabinda divide-se em 4 municípios: Belize, Buco Zau, Cabinda, Cacongo.

Cultura

Esta província é muito marcada pelas tradições e sobretudo os Bakama perpetuam-nas.


São grupos culturais com seitas próprias que aparecem nas festas históricas com
máscaras pintadas, vestidos com folhas secas de bananeira e trazem consigo uma
vassoura feita de nervuras de folha de palmeira.

A Floresta de Maiombe está no imaginário popular e é palco de vários contos e estórias


populares da literatura angolana.

Floresta do Maiombe

A Floresta do Maiombe é a segunda maior floresta do mundo. Está localizado em


África, a maior parte fica em território angolano. Descubra mais sobre uma das 7
Maravilhas de Angola.

Mayombe é uma região geográfica da África ocidental ocupada por montanhas


que se estendem desde o Rio Congo ao sul até o rio Kouilou-Niari pelo norte.
Essa região inclui parte da República Democrática do Congo,
de Angola (província da Cabinda), da República do Congo e também
do Gabão.
Na República Democrática do Congo, Mayombe é parte da província de Bas-
Congo na margem direita do Rio Congo, aonde estão situadas as cidades e
povoados de Lukula, Seke Banza, Kangu e também Tshela. A floresta do
Mayombe é antiga, possuindo várias espécies vegetais de interesse
econômico, dada sua grande biodiversidade. Uma das espécies de árvores
valiosas encontradas nas florestas do Mayombe é a Limba
Morada
Angola, Cabinda
A Floresta do Maiombe é a segunda maior floresta do mundo, estando atrás da floresta
Amazónia, na América do Sul. É conhecida também como o segundo pulmão do planeta
terra.

Trata-se de uma reserva florestal, e de um verdadeiro paraíso turístico para os amantes


da natureza. A floresta do Maiombe tem árvores que chegam mais de 50 metros de
altura.

Adicionalmente é uma das maiores fontes de rendimento para as empresas que fazem a
extracção de madeiras. Nesta região existem madeiras de muitas qualidades como o
pau-preto, ébano e sândalo-africano.

Por possuir uma enorme importância na vida dos seres vivos e dispor de uma beleza
natural exclusiva, é considerada uma das 7 Maravilhas de Angola.
Localização e dimensão

Maiombe
A floresta do Maiombe fica localizada na província de Cabinda, o enclave de Angola.
Em termos geográficos, a província de Cabinda encontra-se isolada das restantes
províncias no mapa.

A Floresta do Maiombe tem um total de 290 mil hectare. Começa na província de


cabinda, atravessa o sul da república do Congo e, e ao norte, divide a república do
Congo com a parte sul do Gabão.

Como chegar

Maiombe
Para chegar até a Floresta do Maiombe, caso o seu ponto de partida seja na cidade
capital de Luanda. Primeiro é necessário viajar até a província de Cabinda através da
TAA – Companhia Aérea de Angola, no aeroporto doméstico de Luanda, ou por via
marítima através de uma embarcação de transportes públicos.

Estando em Cabinda, deverá seguir a estrada ao norte da província, passando pelas


seguintes zonas: Futila, Landana, Buco-zau e Belize.
Rios e montanhas

Rios no Maiombe
A Floresta do Maiombe é banhada por vários rios, onde vivem diversas espécies de
animais. Estes rios também são responsáveis pelo equilíbrio do ecossistema. Os 3
maiores rios da floresta são os seguintes:

 Rio Shiloango;
 Rio Lukula;
 Rio Lubizi.

Adicionalmente dispõe de magníficas cachoeiras e grutas.

A Floresta do Maiombe apresenta ainda várias elevações montanhosas, com destaque


para:

 Monte Foungout – Possui 930 metros de altura;


 Monte Bamba – Possui 810 metros de altura;
 Montanhas Kinoumbou – Possui 784 metros de altura;
 Montanhas Kanga – Possui 764 metros de altura;
 Monte Bombo – Possui 751 metros de altura;
 Pico Kiama – Possui 747 metros de altura.
Cascatas do Maiombe

Fauna e Flora

Maiombe
A Floresta do Maiombe é um encanto para os amantes da natureza, dado que é possível
encontrar espécies raras de plantas e animais.

Clima

O clima predominante na província do Cabinda é clima tropical húmido. A temperatura


média anual varia entre os 25º e os 30º C.

Natureza

A Reserva Florestal de Kakongo (Maiombe) cobre uma área de 650 km2 e faz fronteira a
norte com a República Democrática do Congo, a leste com o rio Luali, a oeste com o rio
Inhuca e a sul com a junção do rio Inhuca e Luali.

A Floresta do Maiombe, chamada de ‘mar vegetal’, pela sua impenetrabilidade, é uma


floresta tropical cerrada que deslumbra qualquer visitante com os seus magníficos tons
verdes. Rica em madeiras preciosas, a sua fauna é composta por gorilas, chimpanzés,
elefantes e uma variedade imensa de aves, alguns muito raros.

O Pântano de Lândana é um sítio adequado para a observação de pássaros e um


santuário para pelicanos e flamingos.

A Foz do rio Chiloango, tal como o próprio rio ao longo do seu curso, é uma atracção
turística pela sua beleza.

Foz do Rio Chiloango

A Lagoa de Sassa-Zau, situada no Malembo, a 30km a norte da cidade de Cabinda, é um


tesouro natural ainda virgem do ponto de vista turístico. Os banhos e a pesca desportiva são
imperdíveis.

As Lagoas de Manenga e Tchúqisse, ambas na comuna de Massabi, são ricas em peixe e


marisco, dada a sua ligação ao ocenao; têm água ligeiramente salgada dando origem a
uma fauna piscatória híbrida.

Praias

Cabinda oferece excelentes praias para desportos marítimos e pesca desportiva, tal
como a 10 de Maio, Lândana, Chinga, Fútila, Malembo, Mandarim, Cabassango e
Capelo.
Praia de Lândana

Como chegar
Para chegar até a província de Cabinda por um lado temos via área, compra-se bilhete
passagem da companhia TAAG Linhas Áreas de Angola no aeroporto doméstico, com
destino ao aeroporto provincial que tem a 2ª maior pista do país (Aeroporto Maria
Mambo Café) e que recebe aviões de pequeno e grande porte; Por outro lado temos via
marítima, através do Porto Comercial de Cabinda.

Onde ficar
A província de Cabinda dispõe de dezenas unidades hoteleiras, como dica o nosso web-
site escolheu 4 hotéis para manter a sua estadia confortável e segura, que são as
seguintes:

 Hotel Executivo Paraiso


 Hotel INFOTUR Cabinda
 Hospedaria Mansinho
 Hotel Gerlu
 Resort Maiombe
 Beach Futila
Tratado do Simulambuco

Com medo de perder Cabinda, Portugal assinou os acordos Chinfuma e Chicamba com
os chefes indígenas cabindanos entre 1883 e 1884 e, em 1º de fevereiro de 1885, o
Tratado de Simulambuco. Assim, este documento permite que Portugal tenha uma base
legal em Cabinda, com vista à delimitação final dos territórios africanos durante a
Conferência de Berlim de 1885, uma reunião de potências européias para o
compartilhamento de colônias e áreas de influência em África.

O mais importante desses tratados é o assinado em 1º de fevereiro de 1885 em


Simulambuco pelo rei de Cabinda, Ibiala Mamboma, que colocou Cabinda sob o
protetorado do Reino de Portugal. A validade desse tratado foi reconhecida pela
conferência de Berlim, pois britânicos e alemães entenderam o interesse em dividir a
região da foz do rio Congo entre seus três rivais, franceses, belgas e Português.
Hoje, este tratado de protetorado constitui o ato fundador dos separatistas, na
medida em que estabelece legalmente a existência de uma entidade política
cabinda. Pois, de fato, o fim do protetorado deveria ter sido acompanhado pela
independência do território cabindiano, reconhecido pelo direito internacional.
Além disso, a constituição portuguesa de 1933, em vigor até 1975, estabelece uma
distinção clara e clara entre Angola e Cabinda, como dois territórios, em particular no
artigo 1, parágrafo 2 – título 1.
Em 1957, Portugal colocou Cabinda e Angola sob a autoridade de um único
administrador, sem modificar o Tratado de Simulambuco, e em contradição com a
constituição portuguesa, que distinguia esses dois territórios. Parecendo endossar essa
fusão de fato, a resolução 1542 (XV) da Assembléia Geral das Nações Unidas, adotada
em 15 de dezembro de 1960, relativa à descolonização, manteve “Angola incluindo o
enclave de Cabinda”. Porém, em 1964, após uma reunião no Cairo, a Organização da
Unidade Africana (OUA) publicou uma lista de países a serem descolonizados,
mencionando separadamente Angola (caso nº 35) e Cabinda (caso nº 39) ) Isso não
aconteceu, a descoberta de grandes campos de petróleo offshore em 1966 não levou
Portugal a abandonar esse território.
Em 15 de janeiro de 1975, o artigo 3 do ato final da Conferência de Alvor, assinado
pelos três movimentos político-militares separatistas angolanos (MPLA, FNLA,
UNITA) e Portugal, proclamou o apego de Cabinda ao ‘Angola. A FLEC não foi
convidada. No entanto, recorde-se que estes mesmos acordos de Alvor foram suspensos
por Portugal um mês e dezassete dias antes da proclamação da independência de
Angola. Os separatistas cabindas consideram justamente os acordos de Alvor nulos.
Transporte
Para se deslocar na província poderá encontrar alguns serviços de rent a car em algumas
unidades hoteleiras e não só. Também poderá aderir serviços de transporte, táxi
personalizado que é o mais formal, ou ainda se precisa de um transporte informal
poderá encontrar serviços de moto táxi e serviços de candongueiros.

Pratos típicos da Região


Um dos pratos que identifica a cultura angolana é o funge, acompanhado de vários
molhos, com carne fresca ou seca, peixe fresco ou seco, e nalguns casos com lagartos
comestíveis que é conhecido como o catato e vários outros acompanhantes

SÍMBOLO

Bakama
Representam um dos maiores símbolos da cultura de Cabinda, famosos pela sua coreografia e
indumentária.

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