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República de Angola

Governo da Provincia de Luanda


Ministério da Educação

Complexo escolar São José de Clunny


Tema: O Povo Chócue (Kioco)

Adriano Santos
• Cílio Maquiesse
• Éber Francisco
• Stelio Fernandes
• Stefan Fernandes
• Tilson Domingos

Professor:
José Adolfo

Índice:
• Introdução-------------------------------------------------------------------------------------
3
• Desenvolvimento----------------------------------------------------------------------------4
Povo Chócue----------------------------------------------------------------------------------4
Escravidão------------------------------------------------------------------------------------4
Sociedade e cultura------------------------------------------------------------------------5
Preservação da cultura Chócue---------------------------------------------------------7
• Conclusão------------------------------------------------------------------------------------9
• Bibliografia---------------------------------------------------------------------------------10

Introdução:

Neste trabalho nós abordamos sobre o Povo Chócue/Kioco e sobre a valorização e a


preservação das línguas em Angola. O Chócue ou Kioco (Côkwe, pronunciado tchócue) é
um idioma africano e uma das principais línguas nacionais de Angola, tendo o Instituto
de Línguas Nacionais de Angola fixado normas ortográficas para a sua melhor divulgação
e utilização.
Para a realização desse trabalho nós fizemos as nossas pesquisas nos seguintes sites
Wikipédia, jornal de angola etc. retiramos algumas informações do livro de EMC da 9º
classe.
Desenvolvimento:
Povo Côkwe:
O povo Côkwe, conhecido por muitos outros nomes (incluindo Kioco, Bajokwe ,
Chibokwe , Kibokwe , Ciokwe , Cokwe ou Badjok ), é um grupo étnico da África Central
e do Sul . Eles são encontrados principalmente em Angola, partes do sudoeste da
República Democrática do Congo (Kinshasa a Lualaba) e partes do noroeste da Zâmbia.
O Chócue é falado por mais de 456 000 habitantes angolanos, localizados no Nordeste,
Sul e Norte da Lunda, no leste do Bié, a oeste do Moxico, na região central do kuando
kubango, no Cunene e em Malanje. Em Luanda, a capital, é mais falado no Município de
Viana. Também é falado na República Democrática do Congo e na Zâmbia.
Os Côkwe já foram um dos doze clãs do grande Império Lunda de Angola nos séculos
XVII e XVIII. Eles foram inicialmente empregados por nobres Lunda, eventualmente se
tornaram independentes quando se recusaram a continuar a pagar tributos ao imperador
Lunda. O seu comércio de sucesso e recursos abundantes fizeram com que fossem um
dos grupos mais ricos de Angola. Em 1900, o Côkwe havia desmantelado o reino Lunda
(também chamado de Mwata Yanvo ) por completo, usando armas que receberam em
troca dos Ovibundos . A língua e a influência Côkwe começaram então a dominar o
nordeste de Angola e a espalhar-se entre os povos Lunda. À medida que as guerras e
conflitos cresceram durante a era colonial dos séculos 19 e 20, tanto dos europeus do
oeste quanto dos árabes suaíli do leste, eles responderam militarmente e se expandiram
para o norte de Angola, Congo e oeste da Zâmbia.
Os portugueses praticamente não tiveram contacto com os Côkwe até a década de 1830,
quando os Côkwe comercializaram cera, borracha e marfim. Os portugueses acabaram
com o domínio do povo Côkwe na região, mas o povo Côkwe resistiu.
Escravidão:
Nos séculos 18 e 19, o povo Côkwe não apenas sofreu as consequências da captura e
exportação de escravos, mas eles próprios compraram e mantiveram escravos. Os nobres
Lunda de Angola empregaram o povo Côkwe como soldados e caçadores, primeiro para
conter a violência e ameaças ao poder político indígena trazidas pela demanda colonial e
mercados de exportação de escravos, mas uma vez que o povo Côkwe tinha as armas,
formação e coordenação étnica, derrubaram os Lunda e empregaram escravos por conta
própria para a lavoura e o trabalho doméstico na segunda metade do século XIX e nas
primeiras décadas do XX. Os escravos provenientes de outros grupos étnicos da África
tornaram-se um bem valioso procurado pelos Côkwe. Particularmente no alto rio
Zambeze e nas regiões de Kasai, eles já foram vítimas de ataques bem armados de
portugueses ou belgas do oeste e de ataques árabe-suaíli do leste (como por Tippu Tip
também conhecido como Hamad bin Muhammad el Murjebi ; mais tarde, o povo Côkwe
juntou-se à violência e vitimou outros ao capturar e despachar um número substancial de
escravos capturados para ganhos financeiros, bem como comprar e manter mulheres
escravas em suas próprias casas com os lucros de seu trabalho artesanal.
Segundo Achim von Oppen, o uso de escravos entre o povo Côkwe era provavelmente
uma realidade cultural em pequena escala, antes do enorme crescimento da captura de
escravos e da actividade comercial para o mercado colonial atlântico. A antiga prática
teve origem em disputas entre aldeias, particularmente após ferimentos ou assassinato,
onde a aldeia vítima buscava vingança ou um escravo como compensação pela perda.
Nos casos de entrega de uma pessoa, seria preferencialmente a transferência de uma
criança escrava da aldeia que causou a perda. Como a demanda e os retornos financeiros
do comércio de escravos para os mercados coloniais aumentaram, muitos escravos foram
capturados ou passaram pelo território controlado de Côkwe. Eles permitiriam que o
movimento de escravos continuasse para o oeste em direcção aos portos em cooperação
com os portugueses, enquanto as mulheres frequentemente eram mantidas. Esta prática
continuou por muito tempo depois que a escravidão foi proibida na Europa e nos Estados
Unidos, mas a demanda por trabalhadores em outros lugares, como na América do Sul,
Caribe, árabes suaíli, Omã e outros mercados de plantações coloniais continuou,
alimentando um mercado de escravos contrabandeados. Exploradores europeus que
visitaram as aldeias Côkwe no início do século 20 relataram que a maioria das mulheres
ali eram escravas em lares polígamos e uma das causas do boom populacional. Em certas
regiões, como outros grupos étnicos e europeus, o povo Côkwe usava escravos para
invadir seus vizinhos em busca de lucrativos estoques de marfim para exportação, bem
como para conter os ataques de gangues militarizadas árabes-suaílis em busca de
estoques de marfim e pagamentos de tributos.

Sociedade e cultura:
O povo Côkwe é regionalmente famoso por seu artesanato.
Eles são regionalmente famosos por seu excepcional trabalho artesanal, especialmente
com cestos, cerâmica, escultura de máscaras, estátuas, bancos e outros artesanatos.
A obra de arte inclui objectos utilitários, mas frequentemente integra mitologias Côkwe,
história oral e crenças espirituais. Por exemplo, o herói cultural Chibinda Ilunga, que se
casou com uma mulher Lunda e assumiu o poder, é uma figura frequentemente esculpida.
A arte Cikungu personifica o poder colectivo dos ancestrais de Côkwe, enquanto as
estatuetas de Mwana po representam os guardiões da fertilidade e da procriação. As
estatuetas de Ngombo têm sido tradicionalmente parte de espíritos divinos que são
abalados para contar as causas de doenças, infortúnios, não ter filhos e outros problemas
enfrentados por uma família ou uma aldeia. As esculturas Chócue mais famosas são: o
pensador, Mwana Pwo e a Chibinda Ilunga.

Conta-se que O Pensador tem a seguinte origem: No nordeste de Angola existe o cesto de
adivinhação, o ngombo, e o adivinhador usa pequenas figuras, esculpidas em madeira, as
quais irão determinar a sorte do consulente. Curiosamente, foram estas figurinhas que
vieram a inspirar a famosa figura nacional O Pensador. Essa imagem é, hoje, uma figura
emblemática de Angola, que aparece inclusive na filigrana das notas de kwanza, a moeda
nacional.
A Máscara Mwana Pwo é originária do grupo etnolinguístico Côkwe. Ela simboliza a
mulher ou rapariga, sobretudo esta que floresce e garante a procriação, em suma a
continuidade da sociedade na qual está inserida. Sob o ponto de vista da Cultura Côkwe,
ela encarna a ancestralidade feminina.
O herói Chibinda Ilunga, ancestral real do povo Côkwe. Segundo a lenda, Ilunga, filho de
um grande chefe Luba, cortejou Lweji, um chefe Lunda. Ele introduziu naquela tribo o
conceito de realeza divina e também ensinou aos Lunda a arte da caça. Da sua união,
ainda que indirectamente, vieram os governantes Mwata Yamvo da Lunda, a quem os
Côkwe não só prestaram homenagem, mas também forneceram regularmente escultores
que produziram muitos tipos de arte da corte quase até aos dias de hoje. Por associação,
Chibinda Ilunga tornou-se um herói cultural e modelo também para os chefes Côkwe.
Tanto os chefes quanto os grupos de aldeias são encontrados na cultura Côkwe. As
aldeias consistem em complexos de empresas com cabanas quadradas ou casas circulares
de grama com um espaço central que serve como ponto de encontro para os moradores.
Os Côkwe são tradicionalmente uma sociedade matrilinear, mas onde a mulher se muda
para viver com a família do marido após o casamento. A poligamia é uma prática
histórica geralmente limitada ao chefe ou a uma família rica.
As crenças religiosas tradicionais dos Côkwe giram em torno da adoração dos espíritos
ancestrais. Em grupos onde existem chefes, eles são considerados representantes do deus
Kalunga ou Nzambi, portanto, reverenciados e chamados de Mwanangana ou "supervisor
da terra". Às vezes, é percebida uma conexão espiritual entre as obras de arte, como
artesanato e objectos esculpidos e ancestrais, bem como o deus Kalunga ou Nzambi. Com
a era colonial, Côkwe se converteu ao cristianismo em massa, mas as crenças originais
foram mantidas para produzir um sincretismo de crenças e práticas. Eles, por exemplo,
continuaram seus rituais espirituais desde a era pré-cristã, bem como mantiveram suas
elaboradas cerimónias de ritos de passagem, particularmente para marcar a entrada na
idade adulta de homens e mulheres.

Preservação da cultura Chócue:


Todos os povos têm uma história. É esta história que cabe aos indivíduos, e aos jovens
em particular regatar e valorizar para que se perpetue as culturas e as tradições angolanas.
A sociedade angolana é hoje constituída por pessoas de muitas origens, sobretudo
africanas, mas também europeias, e até de outros continentes. Essa diversidade de
percursos culturais e de vida não pode ser vista como uma ameaça à cultura angolana, até
porque a nossa própria cultura é feita de muitas culturas diferentes, muitas tradições
diferentes e muitos rituais diferentes.
Assim como a maior parte dos países tem tradições regionais e locais, assim Angola deve
entender a riqueza da sua diversidade, preservar e valorizar as tradições, os saberes, os
rituais são tarefas da responsabilidade de todos. O mundo tem assistido ao fenómeno por
muitos designado por “globalização” em que existe um livre circulação de pessoas e de
culturas, onde as sociedades são cada vez mais híbridas, simultaneamente passa a existir
uma necessidade maior de se preservar uma certa identidade nacional.
Hoje em dia vê-se q a sociedade Angolana está perdendo as suas culturas, está perdendo a
sua identidade, os jovens não querem saber mais sobre a sua própria cultura, se tu ires a
rua e perguntares a vários jovens se sabem falar uma língua nacional de Angola, a
maioria vai dizer que não sabe falar, por esse andar as nossas línguas nacionais serão
extintas.
É necessário que as igrejas, as autoridades tradicionais, os partidos políticos e as
associações cívicas, entre outras instituições sociais, incentivem as pessoas a falarem as
línguas nacionais e sensibilizem a população no sentido de preservar esse bem cultural.
Ninguém pode fugir da sua língua materna, por ser um elemento fundamental na
identidade do indivíduo. A língua materna deve constituir o princípio de educação nos
lares, onde os pais e outros encarregados de educação ensinam os seus filhos a falar e
escrever para que saibam das suas origens
A aculturação é um risco cada vez crescente entre os jovens e deve servir de alerta a
todos, antes do desaparecimento de determinados hábitos e costumes, com todas as
consequências notáveis. Hoje os jovens desprezam muitos dos aspectos identitários das
suas regiões de origem, ao ponto de aspectos antes fundamentais estarem a ser
banalizados, é altura de começar uma campanha de massificação para resgatar muitos dos
valores perdidos da cultura Lunda-Côkwe.
As divergências entre gerações confirmam o défice gritante na transmissão do legado.
Mas já há inúmeras iniciativas para corrigir esta realidade, entre as quais a realização de
festivais e debates, com a participação de especialistas de outras regiões do país”, disse. é
preciso criar mecanismos para encontrar um denominador comum que ajude a resgatar o
legado perdido. Uma das formas de evitar a extinção desta cultura é aproveitar, da melhor
forma possível, os conhecimentos das tribos ainda existentes, criar parcerias público-
privadas e elaborar programas capazes de ajudar na divulgação da arte Côkwe, assim
como organizar festivais regionais, com a participação de outras etnias do país. Podemos
também divulgar a cultura Côkwe nas escolas, como forma de incentivar mudanças
positivas no pensamento das famílias e comunidades sobre as suas origens.
O Rei do povo Lunda Tchokwe, Mwene Muatxissengue Wa-Tembo, afirmou em
Saurimo, província da Lunda Sul, que os hábitos, costumes e a cultura da região leste do
país está ser bem preservada e valorizada. o soberano disse que a tradição e os rituais do
povo Lunda Tchokwe continuam ainda vivos e preservados, sobretudo nas comunidades
rurais, o que segundo ele, demostra que os mais velhos estão a transmitir tais
conhecimentos à nova geração. “Hoje ainda assistimos em várias cerimónias a execução
das danças txianda, muango, ibanga, cafundeji, muchete, entre outras que simbolizam a
nossa cultura. Assistimos igualmente crianças e jovens a falar a nossa língua tradicional
Côkwe, o que demostra a transmissão fiel deste hábito à nova geração”. “Os mais velhos
são os principais veículos de transmissão de hábitos, costumes, tradição e de história”.

Conclusão:

Concluímos q o povo Chócue, é um grupo étnico que já foi um dos grupos mais ricos de
Angola em termos de cultura e agricultura, eles são mais conhecidos pelas suas
esculturas, especialmente em mascaras e cestos. Vimos que cada mascara ou escultura
tinha o seu próprio significado, alguns talvez não são verdadeiros mas eles acreditavam
nisso e contavam histórias sobre isso, isso era a sua cultura.
A cultura Chócue está desaparecendo do mapa, vimos que hoje em dia há poucas pessoas
que falam as línguas nacionais de Angola, os mais velhos que são os principais veículos
de transmissão de hábitos, costumes, tradição e de história estão morrendo e nós
devíamos aproveitar os que ainda restam para aprender mais sobre a nossa cultura.
Vimos também que a escola desempenha um papel importante ao dar às novas gerações a
possibilidade de construir uma sociedade multirracial e multicultural. Isto é uma prática
educativa baseada a estudo mais aprofundado da cultura angolana, mas respeitado as
diferenças e a pluralidade do osso povo.

Bibliografia:
Livro de EDUCAÇÂO MORAL E CÍVICA 9ª classe, texto editores-
www.textoeditores.com
Jornal de Angola - Notícias - Defendida valorização das línguas. www.jornaldeangola.ao
Chócues HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Ch%C3%B3cues" HYPERLINK
"https://pt.wikipedia.org/wiki/Ch%C3%B3cues" HYPERLINK
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"https://pt.wikipedia.org/wiki/Ch%C3%B3cues"– HYPERLINK
"https://pt.wikipedia.org/wiki/Ch%C3%B3cues" Wikipédia, a enciclopédia livre-
pt.wikipedia.org
História e origem do povo cokwe - Caracterização histórico-social do povo cokwe
1library.org
Rei do povo Lunda Tchokwe garante que a cultura está a ser preservada - Rede Angola -
Notícias independentes sobre Angola---m.redeangola.info
Chibinda Ilunga | Kimbell Art Museum-kimbellart.org
VOCÊ SABE QUEM È MWANA PWO? – Bateu Bwé-bateubweoficial.wordpress.com
História da África: O Pensador – Angola-historiadaafricauff.blogspot.com
SciELO - Brazil - As esculturas cokwe como respostas às assimetrias civilizacionais As
esculturas cokwe como respostas às assimetrias civilizacionais-www.scielo.br
Arte e etnografia cokwe: antes e depois de Marie-Louise Bastin-journals.openedition.org
A valorização das línguas nacionais – Palavra & Arte-palavraearte.co.ao
Bantus – Wikipédia, a enciclopédia livre-pt.wikipedia.org
Tshokwe – Infopédia-www.infopedia.pt
Língua chócue – Wikipédia, a enciclopédia livre-pt.wikipedia.org
Categoria: Povo bantu – Wikipédia, a enciclopédia livre-pt.wikipedia.org
Chócue – Wikipédia, a enciclopédia livre-pt.wikipedia.org

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