Montessori? • Maria Montessori nasceu em Chiaravalle, pequena cidade no leste da Itália em 31/08/1870. Por volta de 1890, se torna a primeira mulher de sua época a cursar medicina e forma-se em psiquiatria; • Sua vida foi pontilhada de acontecimentos que acompanharam duas guerras; • Divulgou seu método pela Europa, foi perseguida por Mussolini e viveu na Espanha; • Quando a 2ª Guerra explode , está na índia , onde fica como exilada de guerra; • Na Holanda Maria Montessori passa seus últimos anos, morre em 1952, aos 82 anos; • Seu filho, Mario Montessori continua o seu trabalho. Mario morre em 1982,com 83 anos; • Dr.Mario Montessori Jr, neto de Maria Montessori, escreveu “Educação para o desenvolvimento Humano, para entender Montessori.”; • Renilde Montessori, neta mais nova de Maria Montessori , foi assistente de seu pai Mario Montessori e hoje exerce a função de Presidente da AMI- Association Montessori Internationale, que tem sede na Holanda. Em quem ela se inspirou? • Itard (observação e comportamento); • Seguin (educação pelos sentidos); • Froebel (uma escola na medida para as crianças); • Pestalozzi (do concreto para o abstrato, educação pelos sentidos, educação ativa, adulto preparado); • Gandhi/ a Índia /a Teosofia (educação cósmica /visão cósmica); • Rousseau (a visão humanista da educação). Obras Ao longo de sua vida, Drª Montessori escreveu cerca de 17 livros, alguns deles são: • O segredo da Infância, (1936). • Mente absorvente, Ed. Nórdica, (1949) . • Formação do Homem, Ed. Portugália ,(1949). • Em Família, Ed. Nórdica, (1951). • Pedagogia Científica, Ed. Flamboyant, (1965). • A Criança, com Luíz Horácio da Matta,(1984). • Educação e a Paz, Ed. Papirus, (2004). • Para Educar o Potencial Humano, Ed.Papirus, (2004). • Da Infância à Adolescência, (2006) Os períodos sensíveis Montessori muito falava sobre a mente absorvente infantil, plasticidade cerebral e plasticidade sináptica, que são a capacidade de absorver os estímulos do ambiente e utilizá-los no processo de adaptação à vida. Trata-se da capacidade que o cérebro tem em se remodelar, em função das experiências do sujeito, reformulando as suas conexões em função das necessidades e dos fatores do meio ambiente. Inclui também a capacidade de fortalecer ou enfraquecer sinapses, em resposta aos estímulos recebidos pelo cérebro ao longo da vida. As etapas de desenvolvimento foram divididas em períodos sensíveis, são eles: • 1º Plano - Do nascimento aos 6 anos. Com características bastante definidas este período pode ser subdividido em duas partes: 0 a 3 anos: É um fértil período de aprendizagens, onde a criança parece ter uma "mente absorvente inconsciente”. Nesse período criam-se as estruturas fundamentais da personalidade individual. Sentidos e movimentos se unem para que a criança cumpra o seu papel de captar o máximo de informações necessárias para adaptar- se ao meio no momento cultural dos indivíduos de sua espécie. Aprende a andar e a falar, socializar-se, sendo estes seus focos de aprendizagem. 3 a 6 anos: Se de um lado na etapa anterior a "mente absorvente" encarregou-se de registrar as informações, durante esta segunda fase desenvolvem-se e consolidam-se as estruturas precedentemente criadas. Estas vão ser decodificadas para que possam ser então operacionalizadas: o desenvolvimento do vocabulário, atribuindo propriedade às palavras; a construção da linguagem gráfica, apropriando-se das estruturas da língua (notacionais, semânticas, gramaticais, léxicas, sintáticas; estruturas matemáticas, etc.). • 2º Plano - Dos 6 aos 12 anos Nesta fase as crianças preocupam-se com o "como" e com o "porquê" das coisas. A cultura as fascina de modo geral. O ambiente amplia-se além do seio da família. Apresentam um rígido senso de justiça, pois precisam estabelecer os limites entre o bem e o mal, estando envolvidas na construção dos valores. • 3º Plano - Dos 12 aos 18 anos É a adolescência propriamente dita, onde as estruturas da personalidade individual parecem, por assim dizer, necessitar de discussões para encontrarem um novo equilíbrio. Podemos identificar como o período da personalidade dotada de novas estruturas que permitirão uma interação ativa no contexto social. O mundo passa a interessar ao jovem sob um ponto de vista diferente: procura aquilo que deve fazer, ou seja, desperta para o problema das causas e dos efeitos e constrói valores pessoais. • 4º Plano - Dos 18 aos 24 anos Finalmente, a quarta fase, da personalidade do jovem e da maturidade; o que o torna um adulto. Pilares da educação montessoriana A compreensão mais completa do desenvolvimento permite a utilização dos recursos mais adequados a cada fase e, claro, a cada criança individualmente. Dando suporte a todo o resto, os seis pilares educacionais de Montessori são: • Autoeducação • Educação como ciência • Educação Cósmica • Ambiente Preparado • Adulto Preparado • Criança Equilibrada • Autoeducação – Trata-se da habilidade que as crianças têm de aprender sozinhas e que nós, enquanto adultos que detêm todo o conhecimento, ignoramos. As crianças aprendem sozinhas a falar, andar, comer, pegar, reconhecer voz, aparência, receber e fazer carinho e não conseguimos perceber a inteligência que existe por trás dessas ações. A autoeducação nada mais é do que fazer com que a criança perceba o seu próprio potencial. • Educação cósmica – É a educação para o mundo novo. Do todo para a parte, a visão do homem integrado ao todo, como parte do universo, como animal com capacidade superiores.É também a espiritualidade e a visão da ocupação do espaço geográfico com base nas necessidades fundamentais do homem, o necessário para sobreviver. • Educação como ciência – Sem hierarquias rígidas, é a educação pensada no que a criança precisa aprender para viver. • Ambiente preparado – É no ambiente preparado que a criança terá seu pleno desenvolvimento e com isso, alcançará os objetivos traçados anteriormente. É de suma importância que este item seja amplamente respeitado por um educador montessoriano, já que, é no ambiente que se dá o aprendizado. • Adulto preparado – Para que se tenha uma criança equilibrada, é necessário que o adulto esteja em constantes atualizações. Não há adulto preparado, sem que ele se capacite e estude, tanto sobre o método quanto sobre a área em que ele deseja que seu aluno obtenha sucesso. • Criança equilibrada–É o resultado de todos os outros pilares e de cada fase de sua infância respeitada. A abordagem desse currículo é transdisciplinar, ou seja, é um movimento que se estabelece “entre”, “através” e “para” além das disciplinas, cuja dinâmica consolida-se na coerência, na legitimidade e na articulação dos saberes que se desdobram, construindo e concluindo sobre determinada ideia. É a possibilidade para o alargamento da compreensão do real, como renascimento do espírito e de uma nova consciência, de uma nova cultura para enfrentar os perigos de horrores desta época. Sentidos e movimentos, arte e conhecimento, saúde e esportes, espiritualidade e ética; todos estes aspectos se unem numa escola Montessori para construir um aluno competente nas diferentes áreas do currículo escolar e mais do que isto, um ser humano competente na vida. Montessori em sala de aula A partir do currículo da classe de três a seis anos, das observações que o professor realiza sobre cada criança, elabora-se um planejamento curricular individual. É neste planejamento que o professor deve pensar nas competências e habilidades que quer ver desenvolvidas em sua criança, estratégias devem ser utilizadas para que tal objetivo aconteça. É neste processo que o professor define “o que, quando e como”, tendo como base o que Montessori oferece para que a criança alcance todos os patamares da sua idade. O currículo e o ambiente precisam andar de mãos dadas. Uma sala montessoriana precisa disponibilizar todo o currículo no ambiente. O material discutido no ambiente é a chave para a aquisição do conhecimento. Quando o professor fizer o registro do currículo de sua classe, é preciso que verifique se ele está presente no ambiente. Uma sala Montessori deve apresentar o material necessário para os três níveis de trabalho e o adulto deve saber oferecer variações e extensões para fixar e aprofundar o trabalho das crianças. O termo currículo é usado como expressão operativa de um programa de curso organizado e sequenciado segundo particularidades da psicologia do desenvolvimento que motivam tanto os processos como os métodos. Lorena Rodrigues Pedagoga; Pós-graduanda em Neuropsicopedagogia; Especialista em educação Montessoriana; Especialista em alfabetização de crianças autistas; Professora da Rede Municipal do Rio de Janeiro. Referências bibliográficas • O método –2013 -https://larmontessori.com/o- metodo/ - acessado em: 01/06/2019 • MONTESSORI, Maria. A descoberta da criança, pedagogia científica. Campinas - SP, 2017. Editora Kírion.