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Características e Aplicação prática

O Método Montessori
Características e Aplicação prática
A necessidade de preparar as novas gerações para desenvolverem habilidades de
pensamento crítico e de resolução de problemas tornou-se ainda mais importante
à medida que enfrentamos desafios que aparecem em um mundo de mudanças
cada vez mais aceleradas. O Método Montessori já desempenha esse papel desde
o seu surgimento em 1907. É uma filosofia educacional que apoia a curiosidade
inata do aluno e a liberdade de se expressar, incentivando a adaptabilidade e a
independência.

Os conceitos da abordagem Montessori são elegantes em sua simplicidade, ao


mesmo tempo que se baseiam em entendimentos sofisticados da relação entre
desenvolvimento humano, aprendizado e ambiente.

Um verdadeiro Programa Montessori possui professores altamente treinados,


materiais de aprendizagem específicos, e um currículo cuidadosamente planejado,
que ajudará a criança a:

- Desenvolver habilidades sociais cooperativas

- Desenvolver o autocontrole

- Tomar a iniciativa

- Desenvolver uma mentalidade analítica

- Nutrir uma alegria, amor e emoção ao longo da vida para aprender

No material de Introdução ao Método Montessori foram destacados os Pilares do


Método Montessori e as características gerais de uma escola montessoriana. Aqui
vamos aprofundar um pouco mais o olhar em relação a essas características e sua
aplicação prática.
Características e Aplicação prática

Princípios educativos
A Dra. Maria Montessori desenvolveu um método pedagógico experimental
derivados de anos de trabalho em asilos, clínicas psiquiátricas, hospitais,
policlínicas pediátricas e nas classes de crianças de 3 a 6 anos. Assim nasceu o
sistema educacional “Casa dei Bambini”.

Montessori se interessou pelo estudo das enfermidades da infância e iniciou


pesquisas voltadas para a educação especial com propostas de tratamento
pedagógico. Na vanguarda de sua época e em oposição à comunidade médica,
intuiu que os problemas das crianças “anormais”, como eram chamadas nessa
época, tinham um fundo pedagógico e não médico. Isto a levou a falar em 1898, no
Congresso de Turim, sobre o método de educação moral.

Aos poucos, Maria Montessori percebeu que as práticas que utilizava com as
crianças “anormais” poderiam ser aplicadas às crianças “normais” e observou que
os resultados teriam grandes efeitos no desenvolvimento da personalidade da
criança.

Os métodos de trabalho com crianças “anormais” tiveram início na época da


Revolução Francesa, o primeiro médico que dedicou seu trabalho à reabilitação de
crianças surdas em Paris foi Jean Marc Gaspard Itard, que alcançou êxito a partir
de suas intervenções. Posteriormente, Itard se dedicou ao trabalho com uma
criança encontrada em estado selvagem na França, conhecida como “O selvagem
de Aveyron”. Os trabalhos de Itard se concentraram na elaboração e execução de
um programa de treinamento e educação para esse garoto. Com o apoio de
Madame Guérin, responsável pelos cuidados físicos e materiais, Itard pôde
dedicar-se à elaboração do seu programa de tratamento psicológico e
readaptação. O médico escreveu duas memórias, a primeira em 1801 (no início de
seu trabalho) e a segunda em 1806 (quando deu por concluída a sua investigação).
Os dois trabalhos são modelos de rigor científico, metodológico e de clareza
expositiva. Esses trabalhos têm como base a observação minuciosa e exaustiva do
garoto e possibilitaram alguns destaques pedagógicos de seu trabalho:

● Educação individualizada em um ambiente cuidadosamente preparado,


rompendo com as práticas do modelo tradicional de educação;

● Início da Pedagogia Científica, baseada na filosofia e medicina, que


empregava a técnica de observação;
Características e Aplicação prática

● Decomposição da tarefa em pequenos passos para facilitar sua


compreensão e domínio, aproximando-se da dinâmica de isolar as
dificuldades;

● Educação dos sentidos;

● Início do ensino da escrita antes da leitura. Para começar esse processo é


realizado um treinamento das mãos, são oferecidas letras separadas para
permitir a composição de palavras na busca por agrupá-las de acordo com
suas semelhanças e contrastes. Além disso, trabalha-se a associação de
palavras escritas com objetos reais correspondentes.

Maria Montessori adotou estes aspectos aplicando-os no desenvolvimento de suas


práticas pedagógicas, aliando a observação científica na área da educação, a
realização de tarefas da vida cotidiana (o que posteriormente se tornou a área de
Vida Prática) e a estruturação do refinamento sensorial.

Outro médico que inspirou a Dra. Maria Montessori foi Edouard Seguin, a quem
corresponde a criação de um verdadeiro sistema educacional para crianças
“anormais”. Seguin retoma os trabalhos de Itard, de quem foi discípulo, e os aplica,
modifica e complementa. Durante seus anos de trabalho, Seguin define por
completo seu método de educação, ao qual nomeou Método Fisiológico.

Maria Montessori relata no livro Pedagogia Científica como iniciou seu trabalho
com as crianças “anormais” (segundo o termo utilizado na época) seguindo o livro
de Seguin e as experiências de Itard. A partir desses estudos, mandou fabricar os
materiais, sobre os quais comentou o seguinte: “... são um meio maravilhoso,
excelente, nas mãos de quem sabe utilizá-los. O material por si só não consegue
atrair a atenção dos deficientes”. Montessori destacou que não eram os materiais
que atraiam as crianças e sim sua atitude e sua voz ao convidá-los à atividade que
despertavam seu interesse. Ela reforçou o pensamento de Seguin que dava ênfase
ao fato de que se o educador não se preparava adequadamente, todos os seus
esforços eram em vão, portanto a preparação do educador é um fator de grande
importância para estabelecer as relações humanas que permitem um
entendimento com as crianças. Seguin descreve como deveria ser a personalidade
do educador: voz suave que transmite paz, que atrai, cuidado minucioso com a sua
aparência, cuidado com os gestos e entonações da voz, movimentos orgânicos e
precisos.

Deste mesmo autor, Montessori adota os seguintes aspectos: observar a criança a


partir de uma amplitude global que busca seu crescimento em várias vertentes de
sua personalidade (autorregulação, motricidade, emocionalmente, etc); busca de
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uma aprendizagem baseada na experiência e na atividade (considerando que o


contato com objetos reais permitem a construção de representações concretas a
partir dos sentidos, dando lugar à importância do isolamento dos sentidos que se
alcança através dos materiais); a apresentação de uma dificuldade por vez;
considerar a mesma abordagem educativa para crianças em qualquer condição
de desenvolvimento; ter a segurança de que até as crianças com maiores
dificuldades de aprendizagem, existe uma mínima base de compreensão a partir
da qual se pode construir a aprendizagem; o propósito de partir do fácil para o
difícil, do concreto ao abstrato, da experiência sensorial à consolidação de
padrões e conceitos. Sobre este último aspecto, a Dra. Montessori cita uma
máxima de Seguin: “da educação dos sentidos às noções, das noções às ideias e
das ideias à moralidade”. Além disso, retoma a Lição de Três Tempos, utilizada para
transmitir a linguagem à criança. A Lição de Três Tempos se trata da didática que
o Dr. Seguin aplicou com crianças com déficit de aprendizagem, a partir da qual se
ensina vocabulário/nomenclatura dos objetos às crianças. Os pontos mais
importantes da Lição de Três Tempos são que a criança precisa ter uma
experiência prévia com o objeto (tendo explorado o objeto sensorialmente) e dar a
nomenclatura no momento psicológico da exploração do material, ou seja, o
momento em que a criança se familiariza com o material e continua interessada
em trabalhar com ele.

Assim como Seguin, Maria Montessori estava firmemente convencida da enorme


capacidade das crianças, ainda que apresentassem alguma dificuldade, ela
enxergava em cada uma delas a necessidade de descobrir, que se converte no
movimento pela descoberta e no encontro com a verdadeira natureza da criança a
partir do trabalho.
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As experiências de Maria Montessori deu forma a alguns


Princípios Pedagógicos:

Professor como facilitador - Guia ao lado da criança

O professor é um facilitador da aprendizagem. Seu papel é preparar o ambiente


para que as crianças aprendam a partir de suas próprias experiências e
acompanhar com um olhar técnico e científico a conquista de habilidades e
competências de cada uma delas individualmente. Um Guia Montessori trabalha
ao lado das crianças, não se coloca na posição de “sábio no palco”. O Educador
Montessori passa por um treinamento extensivo para se habilitar para conduzir a
sala de aula de maneira adequada, diminuindo a sua presença e dando espaço
para a conquista da independência e autonomia dos alunos. O professor monitora
de perto o progresso de cada aluno, ajudando-os a fazer boas escolhas que os
conduzirão no aprendizado e exploração de todas as disciplinas do currículo
acadêmico.

Um educador Montessori preparado é bem versado não apenas na teoria e na


filosofia de Montessori, mas também no uso preciso e apropriado de materiais
montessorianos. Possui habilidades de observação para orientar e desafiar seus
alunos, uma base sólida no crescimento e desenvolvimento humano e as
habilidades de liderança necessárias para promover um ambiente estimulante que
apóia fisicamente e psicologicamente o aprendizado.

No material O Educador Montessori há um maior detalhamento e


aprofundamento em relação à preparação e perfil de um professor montessoriano.

Respeito pela criança - Afinal, de quem é a jornada?

A criança floresce em um ambiente que apoia a sua individualidade, habilidades e


potencial. A Educação Montessori promove o ensino individualizado e
personalizado. E toda a construção do conhecimento se dá a partir da
concentração, repetição do exercício e da livre escolha.

As salas de aula de Montessori devem organizar a sua rotina garantindo um longo


período de tempo de “livre escolha” chamado “período de trabalho ininterrupto”.
Essa dinâmica reconhece e respeita as variações individuais no processo de
aprendizagem. Durante o período de trabalho ininterrupto, os alunos têm tempo
para selecionar e trabalhar com várias tarefas no seu próprio ritmo, sem
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interrupção. O ciclo de trabalho de uma criança envolve a seleção de uma


atividade, realizando-a pelo tempo em que estiver interessada, organização do
material para devolvê-lo à prateleira antes de selecionar outra atividade.

Durante o período de trabalho, os professores apóiam e monitoram o trabalho dos


alunos e fornecem apresentações individuais ou em pequenos grupos. O período
de trabalho ininterrupto facilita o desenvolvimento da coordenação, concentração
e independência. Para cada um dos níveis do programa Montessori, a American
Montessori Society - AMS recomenda os seguintes períodos de trabalho
ininterrupto:

● 0 a 2,5 anos: No mínimo, um ciclo de trabalho diário de 2 horas. O intervalo de


tempo permite rotinas de refeições, lanches, higiene e cochilo / descanso
assistidos por adultos.

● 2,5 a 6 anos: No mínimo, um ciclo de trabalho de 2 horas, 4 dias por semana.


Um ciclo de trabalho ininterrupto de 3 horas, 5 dias por semana, é o ideal.

No ambiente, os materiais estão à disposição das crianças e elas os escolhem de


acordo com as suas necessidades interiores. Quando a criança se interessa por
um objeto próximo à sua zona de desenvolvimento, fixa toda a sua atenção nele e
se abstrai de tudo que a rodeia, colocando-se em atividade com uma
concentração surpreendente. A partir desse momento, a atitude pedagógica deve
ser a não interrupção da criança em nenhuma circunstância. Podemos observar a
manifestação desse estado mental no silêncio e na repetição dos movimentos com
propósito pela criança.

A humilhação impede o crescimento. As crianças têm um profundo sentido de


dignidade pessoal e social, por isso é importante respeitar o seu espaço e o seu
tempo para que experimentem e sintam o que estão aprendendo.
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A combinação entre o material preparado, a livre escolha e o movimento com


propósito resultam na concentração, na satisfação da criança com as suas
descobertas e num estado de calma e paz interior. Esse encontro da criança
consigo mesma desperta o interesse pela repetição do exercício para aperfeiçoar e
aprofundar a sua experiência quantas vezes considerar necessário. Essa dinâmica
carrega no seu centro o mais profundo respeito pela criança!

Motivação intrínseca - Sem estrelas douradas

A educação Montessori apoia as crianças na escolha de um trabalho significativo


e desafiador que capte seu interesse, levando ao engajamento, motivação
intrínseca, atenção sustentada e um senso de responsabilidade consigo mesmo e
com os outros. Este trabalho dirigido a crianças é apoiado pelo design e fluxo da
sala de aula Montessori, criada para despertar a curiosidade de cada criança e
oferecer a oportunidade de trabalhar em espaços calmos e organizados,
individualmente ou com colegas. Cada criança deve conduzir a sua aprendizagem
a partir de seus interesses e objetivos e não motivadas por recompensas externas.
A recompensa da criança é a satisfação com a conquista da aprendizagem a
partir do seu próprio trabalho.

Ambiente Preparado - O ambiente molda as experiências de aprendizagem

A ordem no ambiente ajuda a criança a criar uma ordem interna, facilitando o


reconhecimento do interesse e a concentração. Maria Montessori afirma
“Compreendi então que tudo no ambiente deve estar medido e ordenado, e que, a
partir da ausência de confusão e de objetos supérfluos, nasce o interesse e a
concentração”. É importante cuidar da quantidade de estímulos existentes no
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ambiente e verificar se esses são suficientes e necessários, reduzindo ao máximo


confusões e superficialidades.

Uma sala de aula Montessori é projetada a partir de uma estrutura cuidadosa que
facilita os alunos a fazerem escolhas e aprenderem no seu próprio ritmo. É um
ambiente que desenvolve habilidades independentes de solução de problemas,
permitindo que os alunos tenham tempo de explorar, descobrir, concentrar,
pesquisar e aprender. Uma sala de aula Montessori é calma e pacífica. As crianças
escolhem as atividades e trabalham por um bom tempo profundamente
concentradas.

A disciplina surge no ambiente a partir da tomada de responsabilidade pelos


próprios atos (autodisciplina). As crianças que alcançam essa condição
transparecem uma liberdade interior.

Multietariedade - Formação social

As salas de aula Montessori possuem alunos com diferentes idades, agrupados de


3 em 3 anos, ou seja, de 0 a 3 anos, de 3 a 6 anos e assim em diante. A mistura de
idades fortalece a formação social dos alunos desde os primeiros anos de vida -
favorecendo a aprendizagem entre pares; a capacidade de em alguns momentos
ensinar, e em outros aprender; o desenvolvimento de habilidades de colaboração,
liderança, compaixão e domínio do material.
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Nas escolas Montessori, os grupos de várias idades permitem que as crianças


aprendam com crianças mais velhas e experimentem novos desafios por meio da
observação. As crianças mais velhas reforçam seu próprio aprendizado ensinando
conceitos que já dominam, enquanto desenvolvem habilidades de liderança e
servem como modelos. Como o trabalho de cada aluno é individual, as crianças
progridem no seu próprio ritmo; há cooperação e não competição entre as idades.
Esse arranjo reflete o mundo real, no qual indivíduos trabalham e socializam com
pessoas de todas as idades e disposições.

Ciclo de três anos - Personalização do ensino

Os alunos permanecem com o mesmo professor por três anos. Isso permite que o
professor adquira um conhecimento profundo em relação ao estilo e potencial de
aprendizagem de cada criança e garanta uma lógica de continuidade e
consistência na vida acadêmica da criança.

Método e Materiais - Atemporalidade

Uma característica marcante da educação Montessori é a abordagem prática do


aprendizado e o uso de materiais de aprendizado especialmente projetados. Com
um design bonito e preciso, os materiais de aprendizagem distintos da Montessori
ensinam uma única habilidade ou conceito. Os materiais seguem uma progressão
lógica e apropriada para o desenvolvimento que permite à criança desenvolver
uma compreensão abstrata de um conceito.

Muitos dos materiais que a Dra. Maria Montessori desenvolveu há 100 anos são
usados nas salas de aula até hoje. Por exemplo, os materiais de sequenciamento
utilizados pelos alunos são altamente aplicáveis à sintaxe estrita necessária para a
programação de computadores ou a criação de aplicativos de software. Além
disso, muitos materiais Montessori autocorretivos permitem que os alunos tenham
sucesso sem a intervenção de adultos, incentivando a independência e a
autoconfiança dos alunos.

Habilidades práticas - Dignidade

Os alunos se envolvem em tarefas que se relacionam diretamente às habilidades


práticas diárias. Cuidar de si mesmo ou do ambiente, organizar e usar materiais
do seu cotidiano, construir seu conhecimento de acordo com suas características
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e particularidades, nutrir o amor pela atividade e pelo trabalho. Na Casa dei


Bambini, Maria Montessori testemunhou a transformação social das famílias de
crianças de baixa renda (em sua maioria filhos de pais analfabetos) a partir da
realização de atividades cotidianas - higiene e cuidados pessoais, colocação da
mesa, alimentação em conjunto, limpeza do ambiente, entre outros. Ao executar
essas habilidades práticas na escola, os alunos passavam a adotá-las em casa,
fortalecendo sua autoconfiança e autonomia, gerando um senso de dignidade
para si mesmo e sua família.

Graça e Cortesia - Harmonia

Ser atencioso com as necessidades dos outros e se envolver com eles de maneira
respeitosa são características importantes de uma Educação Montessori. Estes
são os alicerces do currículo de paz que está sempre presente em uma escola
Montessori.

Montessori introduziu exercícios de Graça e Cortesia em reação à necessidade de


ordem da criança. A criança precisa conhecer e absorver as estruturas sociais
para se sentir mais à vontade em seu ambiente. As lições de Graça e Cortesia dão
à criança vocabulário e noções de comportamento social para que ela desenvolva
sua consciência e capacidade de resposta para as pessoas ao seu redor. Isso dá à
criança um maior senso de orientação em sua estrutura social.

As lições de Graça e Cortesia geralmente são dadas em grupo. Isso permite que a
criança tenha um entendimento claro e um local para aperfeiçoar essas
habilidades com os outros. O papel do educador é dar às crianças as palavras
corretas e os movimentos precisos. A criança absorve totalmente os
comportamentos e vocabulário do ambiente em que vive, com as lições de Graça e
Cortesia ela buscará tornar a vida mais agradável para o outro e para si mesma.
Aos poucos a criança incorpora essas lições em sua vida cotidiana, o que
permitirá uma sala de aula mais agradável e um ambiente mais agradável onde
quer que a criança possa ir.
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Referências Bibliográficas
Association Montessori Internationale. Materiais de estudo. Estados Unidos: AMI.

International Montessori Institute. Materiais de estudo. Espanha: IMI.

MONTESSORI, Maria. La mente absorbente del niño. Holanda: Pierson Publishing


Company.

MONTESSORI, Maria. El niño: el secreto de la infancia. Holanda: Pierson Publishing


Company.

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