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Modelo Pedagógico

Maria Montessori

Trabalho realizado por:


Beatriz Nascimento, nº 20200031;
Joana Pereira, nº 20200344;
Liliana Contim, nº 20200360;
Sara Cabral, nº 20200303;

TPEB2PL Educação Básica pós- laboral


Docente: Maria Fernanda Rodrigues
novembro de 2022
Biografia de Maria Montessori

Maria Tecla Artemisia Montessori, nasceu a 31 de agosto de 1870, em Chiaravalle, no Norte da Itália, mas
foi em Roma que cresceu e estudou.

Era filha de Alessandro Montessori e de Renilde Stopanni. As influências familiares, nomeadamente por
parte da mãe, foram decisivas para que tenha sido uma das primeiras mulheres, em Itália, a frequentar uma
universidade e a formar-se em Medicina.

Ao longo da sua vida, Maria Montessori relacionou-se com inúmeros


intelectuais, que contribuíram para o seu interesse nas questões políticas e
cívicas do seu país, que, mais tarde, relacionou com a área da educação.

Maria Montessori envolveu-se no movimento feminista italiano, entre 1896


e 1908, que condicionou a sua carreira profissional.
Biografia de Maria Montessori
Em 1898, esteve presente na primeira conferência de pedagogia, na cidade de Turim, onde defendeu que
as questões relacionadas com as crianças portadoras de deficiência não passavam por problemas médicos, e
sim, por problemas pedagógicos.

Maria Montessori acreditava que o investimento na área da educação viria a ter um grande impacto na
vida de todas as crianças.

A sua fama como especialista em educação das crianças, originou o


convite, por parte do engenheiro civil e diretor geral do IRBS
(sociedade de investimento imobiliário), para dirigir as atividades
educacionais das casas das crianças. No dia 6 de janeiro de 1907 foi
inaugurada a primeira dessas casas, “Case dei Bambini” (Casa das
Crianças), o que correspondeu a um momento-chave da vida e da
obra de Maria Montessori, uma vez que foi nesses espaços que se
criaram condições para desenvolver, na prática, o que a pedagoga
designava por Pedagogia Científica.
Biografia de Maria Montessori
Em 1909, encerra a parceria com o IRBS, e inicia uma colaboração com a Ordem das Irmãs Franciscanas de
Maria, que esteve na origem de uma Casa das Crianças, fundada em 1910, onde foram realizados, em 1913,
os primeiros cursos internacionais de divulgação do Método Montessori.

A partir de 1915, terminou a colaboração com a


Ordem das Irmãs Franciscanas de Maria e começou o
processo de internacionalização do Método
Montessori, tornando-se, assim, numa pedagoga
internacionalmente reconhecida, o que a levou a
realizar palestras pelo mundo, a participar em cursos de
formação e a envolver-se noutros projetos relacionados
com a divulgação do seu método.

Será em 1952, aos 81 anos, que Montessori acabará


por falecer em Noordwidjk an Zee, na Holanda.
Contextualização Histórica

A sociedade não se preocupou durante anos com a criança. Não existiam lugares apropriados para que as
crianças se sentissem valorizadas e compreendidas na sociedade. Até então, a educação era sinónimo de
castigo, com punições que envolviam violências físicas e ofensas, privando a criança de brincar e de se
exprimir espontaneamente, uma vez que eram consideradas como seres vazios e incapazes.

Montessori com base nos estudos que realizou, procurou romper a conceção de criança como adulto em
miniatura, criticando a forma como as crianças eram tratadas pelos adultos, sobretudo, pelo facto dos
mesmos não reconhecerem as suas particularidades e a sua capacidade de autoconstrução.

Montessori esclarece, ainda, que a ciência contribuiu para o início de um movimento social a favor da
infância, onde os conceitos de higiene desempenharam um papel importante no combate à mortalidade
infantil.
Método Montessori

A abordagem multidisciplinar que sustenta a visão de Maria Montessori, teve origem no seu vínculo com a
Antropologia, em conjunto com os contributos da Psicologia e da Pedagogia, uma vez que, para ela, a
educação deve basear-se, sobretudo, no desenvolvimento humano, dando destaque aos aspetos biológicos.

Refere, ainda, que o desenvolvimento inicial da criança ocorre, lentamente, uma vez que as estruturas
psíquicas mais complexas exigem mais tempo para serem desenvolvidas, sendo estas, essenciais para o seu
desenvolvimento individual. Estas estruturas vão-se desenvolvendo gradualmente, em função das adaptações
e flexibilizações que vão sendo vivenciadas pela criança.

Montessori afirma que a expressão livre da criança e a sua liberdade de ação, promovem o seu
desenvolvimento, uma vez que, são livres para efetuar escolhas, seguir os seus interesses e resolver os seus
próprios conflitos. Desta forma, valoriza-se e respeita-se a sua independência e autonomia durante a própria
aprendizagem individual.
Método Montessori

Montessori defende que o adulto tem a responsabilidade de organizar o ambiente, de forma a criar
condições e oportunidades favoráveis ao desenvolvimento das potencialidades inatas de cada criança,
motivando-as e preparando-as para a vida adulta.

Atividade, individualidade e liberdade formam a base do Método Montessori, onde os estímulos externos
são considerados como determinantes para o desenvolvimento da criança.

Montessori enfatiza que a criança, durante o processo do seu desenvolvimento psíquico, passa pelo
“período sensível”, onde faz descobertas significativas, enquanto se relaciona com o meio onde está inserida.
Nesse período, o desenvolvimento é guiado pelos sentidos, que correspondem a instintos temporários, ou
seja, são estes que orientam as escolhas da criança, fazendo com que estas sejam sensíveis ou indiferentes a
determinada situação.

Os caprichos do “período sensível” ocorrem quando as necessidades das crianças não são satisfeitas,
causando uma perturbação no comportamento.
Três períodos para o desenvolvimento
humano
Maria Montessori estabeleceu três períodos para o desenvolvimento humano:

• “Mente Absorvente” (0-6 anos) - Formam-se a inteligência e a personalidade da criança:

-> “mente absorvente inconsciente” (0-3 anos) - Ao nascer, a criança traz consigo potencialidades que
podem ser desenvolvidas e é influenciada, inconscientemente, pelo meio ambiente, através das suas
experiências sensoriais, motoras, afetivas e cognitivas.

-> “mente absorvente consciente” (3-6 anos) - A criança é influenciada, conscientemente, pelo meio e já
domina e utiliza a memória para interagir com o mesmo. É um fase importante para a aprendizagem de
habilidades, sendo, a linguagem e o movimento relevantes, pois são os meios para o desenvolvimento
psíquico da mesma.
Três períodos para o desenvolvimento
humano

• “Intermediário” (6-12 anos) - A criança torna-se mais calma e vigorosa, tanto física como mentalmente. É
esta a fase ideal para a aquisição de informações culturais e científicas, para a formação da consciência
moral e para o desenvolvimento da sociabilidade.

• Última fase (12-18 anos) - O jovem passa por mudanças significativas no plano físico e mental. Ao atingir,
já no final da fase, a maturidade, chega à plenitude do seu desenvolvimento e adquire a consciência social.

-> “puberdade” (12-15 anos);


-> “adolescência” (15-18 anos);
Método Montessori
A pedagogia científica proposta por Maria Montessori, defende que a aprendizagem das crianças deve ser
desenvolvida através dos sentidos, onde é respeitada a individualidade e o ritmo de cada criança, enquanto se
propiciam as manifestações espontâneas e da personalidade da mesma, de forma a que, posteriormente,
consiga elaborar atividades superiores, a nível intelectual.

A tarefa do professor, neste caso, será dar significado às experiências da criança, afastando os obstáculos
do desenvolvimento da mesma, independentemente da opção metodológica que prefira utilizar. Além disto,
deverá preparar o ambiente da sala de aula, de forma a criar condições que favoreçam o desenvolvimento das
crianças e disponibilizar materiais científicos que auxiliem a criança no momento de aprendizagem.

De forma a conseguir promover o desenvolvimento das manifestações espontâneas e da personalidade da


criança, o professor deve, acima de tudo, observar a criança na sua livre ação e refletir sobre isso, desta
forma aperceber-se-á das qualidades e necessidades da criança, reveladas pela própria, durante a sua
atividade espontânea.

As atividades disponibilizadas devem ser preparadas de forma a que a criança obtenha sucesso, de forma a
trazer ao de cimo o potencial da mesma. Caso a criança fracasse, dar-se-á o chamado “castigo natural”, que
Montessori define como perder a consciência da própria competência. Os prémios e os castigos não devem
existir na sala de aula.
Espaço Físico e Ambiente
O espaço físico e o ambiente devem corresponder às idades e necessidades das crianças. Desta forma as
crianças conseguirão transitar livremente pela sala com os materiais que lhe são oferecidos e agir de maneira
inteligente no espaço.

Esta livre movimentação permite à criança ser independente, de forma a, posteriormente, ser capaz de
alcançar a autonomia, porém, devem ser impostos alguns limites no que diz respeito aos interesses coletivos.
O professor deve interferir se uma criança demonstrar um comportamento que prejudica outra criança,
disciplinando o comportamento, sem imobilizar a mesma.

Em relação ao mobiliário, este deve ser pensado conforme as faixas


etárias e os tamanhos das criança. Devem existir na organização da sala de
aula: móveis acessíveis e transportáveis; materiais que que trabalhem a
educação dos sentidos; atividades que tenham um significado e uma função
prática para o crescimento da criança; quadros de giz; entre outros…

Estes materiais vão permitir que a criança escolha a posição que lhe
agrade para trabalhar, de forma a sentir-se cómoda e organizada enquanto
aprende.
Atividades de Rotina
As atividades de rotina devem fazer parte do dia-a-dia das crianças na escola. Atividades como, pôr a
mesa, servir a comida, apertar botões ou fechos, limpar o que sujam, estender tapetes e enrolá-los, pentear o
cabelo, entre outras, são tarefas de dificuldade graduada, que permitem à criança desenvolver competências
e adquirir cultura.

Exemplo 1 Exemplo 2

Exemplo 1: Quadros para abotoar, que utilizam gestos repetitivos para desenvolver habilidades como amarrar,
dar laços, abrir e fechar diferentes tipos de fechos, botões, etc…

Exemplo 2: Crianças a servirem-se, durante a hora do lanche.


Referências Bibliográficas

• dos Santos Oliveira, D., Martins, D. R. G., de Oliveira, C. C., da Silva, C. R., da Silva, R. R., &
Silva, J. E. (2021). O Método Montessori na educação básica: Uma revisão sistemática da
literatura sobre sua influência para o desenvolvimento da criança nos anos iniciais. Research,
Society and Development, 10(5).

• Paschoal, J. D., & Machado, M. C. G. (2019). A pedagogia de Maria Montessori para a educação
na infância. Quaestio-Revista de Estudos em Educação, 21(1).

• Trindade, R. (2018). Maria Montessori: educação, ciência e catolicismo= Maria Montessori:


education, science and catholicism.

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