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Dedicado às meninas do grupo:

Com toda pureza

Livro traduzido exclusivamente para a edificação da Igreja


de Cristo, sem qualquer fim lucrativo.

Estes três sermões são parte de uma série de vinte e cinco


sermões (Um Diretório de Deveres Domésticos). Os três
estão disponíveis gratuitamente em: www.fpcr.org

Por Richard Bacon, 1998.

Lina Mendes
1 - Namoro:
Encontrando Um Parceiro Para a Vida

A diferença entre um diretório e uma lista é


que um diretório nos dá conceitos amplos ―
princípios pelos quais podemos fazer listas. Um
Diretório de Deveres Domésticos deve nos dar os
princípios para as coisas que Deus nos chama a fazer
em nossos relacionamentos familiares. Começamos
nosso estudo dos Deveres Domésticos com o
princípio de que existem certos relacionamentos que
mantêm a estrutura na vida humana. Essa estrutura é
caracterizada pela palavra “aliança”. O termo
“aliança” nos ajuda a definir as relações que temos
uns com os outros. Existe uma aliança entre marido e
mulher. Existe uma aliança entre pai e filho. Existe até
uma aliança de tipos entre empregador e empregado.
Embora na América o relacionamento entre
empregador e empregado não seja estruturado de
forma tão pactual como entre patrão e servo; no
entanto, essa estrutura de confiança mútua, de dever
mútuo e de responsabilidade mútua vale até mesmo
para a do empregador e do empregado. Aqueles de
vocês que têm funcionários esperam que eles
trabalhem para vocês, e vocês os pagam por seu
trabalho. Aqueles de vocês que trabalham para
alguém esperam um salário pelo seu trabalho. Mesmo
nesta relação há deveres mútuos, responsabilidades
mútuas, e até mesmo privilégios mútuos. Existem
expectativas mútuas mesmo nessa relação empregador-
empregado.
Nos últimos sermões desta série, discutimos o
fato de que o mais básico dos relacionamentos
humanos é aquele que existe entre marido e mulher.
A família é o bloco de construção fundamental mais
básico de todos os outros aspectos da sociedade ―
incluindo a sociedade civil e a sociedade eclesiástica.
Se for verdade ― e é ― que o relacionamento humano
mais básico é a família, e se a família é construída a
partir do casamento, então é da mais extrema
importância para nós escolhermos a pessoa certa para
casar. O título deste sermão é: “Encontrando um
parceiro para a vida”, mas eu queria chamá-lo de “O
que há de errado com o namoro?”. Achei que isso
poderia ser muito direto. No entanto, estaremos
discutindo os princípios bíblicos que demonstram o
que há de errado no namoro e, a partir desses
princípios, seremos capazes de fazer algumas
aplicações que guiarão nosso pensamento e nossas
escolhas para encontrar um parceiro para a vida.
Pode haver jovens lendo este sermão e
pensando que isso está há anos de distância no futuro
para eles. Isso é para todos vocês, não importa a sua
idade. Filhos, muitos de vocês estão atingindo a idade
em que seus corpos estão mudando. Alguns de vocês
reconheceram essa mudança. A voz de alguns rapazes
está começando a mudar. Suas vozes falham por um
tempo e então, finalmente, num dia, param de falhar
e permanecem mais graves. Seus corpos estão
mudando. Seus corpos começam a adquirir o que às
vezes são chamadas de características sexuais
secundárias. Os meninos começam a ter barbas. As
jovens começarão a ter curvas diferentes das que
tinham quando eram meninas. À medida que
passamos por esse estágio da vida chamado
puberdade, nossos corpos assumem as coisas
necessárias para que o casamento ocorra. O que
chamamos de puberdade, a Bíblia em 1 Coríntios
capítulo 7 chama de “a flor da idade”. Quando
alcançamos a puberdade, significa que nosso corpo
está pronto para o casamento. Isso acontece
automaticamente. No entanto, nossas mentes, nossos
corações e nossos espíritos não se tornam
automaticamente prontos para o casamento. Isso requer
a instrução da Palavra de Deus. Meu trabalho é ajudá-
lo(a) ― e ajudar seus pais a ajudá-lo(a) ― durante este
momento difícil.
Já foi dito que a adolescência é uma das fases
mais difíceis ― senão a mais difícil ― da vida, porque
nossos corpos estão passando por essas mudanças.
Até mesmo nossos processos mentais estão passando
por mudanças. Paulo caracterizou isso em 1 Coríntios
13.11: “Quando eu era criança, falava como criança,
entendia como criança, pensava como criança; mas
quando eu me tornei homem, eu coloquei de lado as
coisas infantis.”. Ele não acordou uma manhã e
simplesmente deixou de lado todo o seu pensamento
infantil e de repente começou a pensar diferente. Sua
mente passou por um processo de mudança, assim
como seu corpo passou por um processo de mudança.
Como nossos corpos mudam, é possível que nossos
impulsos fiquem à frente de nossas mentes. É até
possível que nossos impulsos controlem nossas
vontades e conduzam nossas vontades. Você pode
liderar um touro se colocar uma argola em seu nariz.
Um touro é uma criatura grande e, no entanto, se
colocar uma argola no nariz, você pode levá-lo para
onde quiser. Adolescentes, jovens, rapazes e moças:
muitas vezes nossos corpos se adiantam para que
façamos tudo o que nossos desejos nos levam a fazer,
como aquele grande touro conduzido por uma
pequena argola. Isso está errado. Temos que estar
preparados com antecedência ― antes que aconteça ―
para que, quando acontecer, estejamos preparados. É
por isso que estou falando com vocês, filhos, não
importa a idade que tenham. Você precisa estar
preparado(a). Pais, é nosso trabalho ajudar nossos
filhos neste momento. A adolescência é o período em
que mudamos de crianças para adultos. Por causa da
luta que está acontecendo quimicamente em nossos
corpos durante esse tempo, precisamos de ajuda
espiritual. O lugar principal em que devemos procurar
essa ajuda espiritual são nossos pais. Uma das
principais coisas erradas com o namoro é que ele
gratifica a própria mudança que está acontecendo nos
corpos de nossos filhos.
Então, o que há de errado em namorar?
Discutiremos esse assunto em quatro tópicos. Existem
quatro coisas específicas em relação ao namoro que
precisam ser “cortadas pela raiz”. A primeira é que
existe uma negação virtual da supervisão e do conselho
dos pais. O namoro se fundamenta na autonomia do
filho. Ele viola o próprio alicerce da estrutura de
autoridade familiar. A criança assume uma
autoridade que na verdade pertence a seus pais.
Em segundo lugar, o namoro promove ou favorece
a impureza sexual. Tenho algumas estatísticas que
discutiremos mais tarde que alarmarão a vocês. Essas
estatísticas não são apenas para adolescentes
americanos em geral. Reuni estatísticas de várias
fontes, especificamente a respeito de filhos de cristãos
evangélicos. Em outras palavras, filhos que cresceram
na igreja. Filhos que talvez tenham sido batizados;
filhos que invocaram o nome do Senhor. Quando os
filhos de pais evangélicos namoram, as estatísticas
demonstram que eles se tornam vítimas das mesmas
impurezas sexuais das quais os filhos do mundo são
vítimas. Não entreguemos os cordeiros aos lobos.
A terceira coisa que há de errada no namoro é
que ele se baseia no conceito errado de compromisso.
Nas práticas modernas de namoro, primeiro a pessoa
se envolve romanticamente e depois faz um
compromisso. O padrão bíblico é exatamente o
oposto. Primeiro escolhemos quem vamos amar,
depois amamos quem escolhemos. Deixe-me repetir
isso. Primeiro, escolhemos quem vamos amar; depois,
amamos quem escolhemos. Não há nenhuma passagem
nas Escrituras onde somos ordenados a amar alguém
de uma maneira romântica que não seja nosso marido
e esposa. Expor-nos, enquanto adolescentes, com os
hormônios subindo pelo corpo, a tais tentações, ou,
enquanto pais, expor nossos filhos e filhas a tais
tentações é negligenciar nossos deveres. Pode ser que
seu filho ou sua filha tenha saído para um encontro, e
você pode me dizer: “Pastor Bacon, minha filha saiu
para um encontro, e eu estava escondido no mato. Eu
sei que nada de imoral aconteceu”. Isso é ótimo!
Posso mostrar a vocês crianças de cinco anos que
brincaram com fósforos e não incendiaram a casa.
Mas, como o desastre não aconteceu da primeira vez,
não significa que vamos entregar caixas de fósforos
aos nossos filhos de cinco anos. Além disso, suspeito
que a maioria dos pais não estava se escondendo no
mato enquanto a filha saía para um encontro e não
tem conhecimento de primeira mão de tudo o que
aconteceu.
Ao começarmos a falar sobre a quarta coisa que
há de errada no namoro, quero refletir sobre o fato de
que nos tornamos o que praticamos. A estrela do tênis
Monica Seles foi esfaqueada há alguns anos. Ela disse
que demorou um pouco para se curar das feridas,
mas, desde então, ela tem praticado várias vezes. Ela
tem que praticar bater na bola continuamente. Ela fica
praticando seu saque repetidamente. Ela entende que
nos tornamos o que praticamos. Mesmo os jogadores da
Liga Principal de beisebol saem antes do jogo e
praticam rebatidas. Eles sabem como rebater uma
bola de beisebol, mas entendem que "a prática leva à
perfeição". A quarta coisa contra o namoro é que
praticamos um envolvimento de curto prazo e depois
terminamos. Não deveria ser uma surpresa saber que a
mesma nação que inventou o namoro também tem a
maior taxa de divórcios do mundo civilizado.
Passamos todos os nossos relacionamentos tentando
descobrir como terminar. Na primeira vez que um
jovem e uma jovem namoram, o rompimento é difícil.
Essa primeira separação é muito difícil
emocionalmente. As palavras certas simplesmente
não existem. Mas, depois de algum tempo, o jovem
aprende a sair com outras meninas e a menina
aprende a sair com outros rapazes, e eles aprendem a
terminar. Eles aprendem a dizer: “Vamos ser apenas
amigos”. Romper torna-se cada vez mais fácil.
Namorar é praticar o rompimento. À medida que
praticamos a separação, tornamo-nos muito bons
nisso! Então fica fácil romper, mesmo depois do
casamento. Isso leva ao divórcio. Desenvolvemos o que
pode até ser chamado de padrão de infidelidade.
Não nos opomos ao namoro simplesmente
porque nunca o realizamos. Não nos opomos a isso
simplesmente porque é novo, embora por quatro mil
anos a igreja nunca tenha usado o namoro para
encontrar maridos e esposas uns para os outros. O
namoro é um fenômeno recente, e é um fenômeno
peculiarmente ocidental. Há várias perguntas que
devemos fazer. Por que nós, o povo da igreja, estamos
envolvidos em tal coisa? A igreja aprendeu o namoro
com o mundo. Por que a igreja agora aceita isso quase
sem questionar? Se você disser à maioria dos
evangélicos que namorar não é uma boa ideia, eles
olharão para você como se você tivesse acabado de
sair do século XVII ― ou do primeiro século. Pais, se
tomarmos uma posição ― e acho que devemos ―
contra o namoro de nossos filhos, encontraremos
oposição. Parte da oposição pode ser de nossos
próprios filhos, porque todos os seus amigos
namoram. “João namora e Maria namora. Por que não
posso namorar, pai?”. Você vai precisar tomar notas
deste sermão. Você precisará dos princípios
discutidos aqui. Pais, vocês podem não precisar disso
amanhã de manhã ― talvez sua filha de dez anos não
queira namorar amanhã de manhã. Mas chegará o dia
em que você será chamado para responder a essa
pergunta, pai. Se você tiver tomado a posição correta,
estará em conflito com o mundo. Você será solicitado
a justificar a posição que está assumindo.

O namoro nega a supervisão parental


Acho que existem certos princípios que devem
ser pressupostos ao se buscar um cônjuge. A Escritura
não nos dá instruções explícitas. Não existe um livro
na Bíblia chamado “A Primeira Epístola para
Encontrar uma Esposa”, ― ou, no caso de muitas
pessoas na sociedade atual: “Segunda para Encontrar
uma Esposa” ou mesmo “Terceira para Encontrar
uma Esposa”. No entanto, as Escrituras nos dão
princípios que fundamentam os métodos para se
encontrar uma esposa. O primeiro desses princípios é
que isso deve ser feito com a supervisão e o conselho dos
pais. O namoro mina isso. Vai soar muito “vitoriano”
da minha parte, mas, mesmo assim, deixe-me dizer.
Pode haver ocasiões em que um rapaz e uma moça,
ao tentarem determinar se um é adequado para o
outro, podem dar um passeio e você não consiga
ouvir a conversa deles. Como você deve lidar com
isso? Você caminha atrás deles numa distância de
quinze metros. Você não os envia sozinhos. Você os
acompanha [chaperone]. Este é um conceito considerado
estranho na sociedade atual. A palavra “chaperone”
significa liderança. Uma cobertura é um “chapeau”, e a
palavra “chaperone, acompanhante” vem da mesma
palavra latina. Se vocês forem o cabeça de seus filhos,
pais, vocês acompanharão os seus filhos. Vocês estarão
com eles em seu papel de chefe de família. O namoro
viola esse princípio.
Em Gênesis, capítulo 2, quando Deus trouxe os
vários animais a Adão, Deus “viu” que nenhum dos
animais era adequado para Adão. Nos versículos 21-
24 lemos: “E o SENHOR Deus fez um profundo sono
cair sobre Adão, e ele dormiu; e ele [Deus] tomou
uma de suas [isto é, de Adão] costelas, e fechou a
carne em seu lugar; e da costela que o SENHOR Deus
havia tirado do homem, ele fez uma mulher, e a levou
ao homem. E Adão disse: Esta agora é osso dos meus
ossos, e carne da minha carne; ela será chamada
Mulher, porque ela foi tomada de dentro do Homem.
Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se
apegará à sua mulher, e eles serão uma carne”. Uma
das implicações dessa passagem é que o homem deixa
seu pai e sua mãe. Isso pressupõe que o homem, antes
do casamento, estava com o pai e a mãe! O pai e a mãe
tiveram alguma influência na vida dele até o ponto de
deixá-los para se casar e se juntar a sua esposa. Eva
não teve um pai para dá-la em casamento, logo vemos
que Deus a deu a Adão. Em nenhum lugar dessa
passagem vemos Adão tendo alguma contribuição
nesta decisão. Deus trouxe Eva a Adão, e Adão
imediatamente reconheceu que Deus havia feito a
coisa certa por ele. Adão e Eva foram feitos um.
No versículo 24 desta passagem, o “por isso”
indica “só depois que”. Um dos problemas da
sociedade americana é que os pais permitem que seu
filho, ou filha, volte para casa. A Bíblia ordena que
eles saiam. É claro que um filho pode visitar seus pais,
mas ele não volta para casa para morar com seus pais.
Filhos, vocês não voltam para mamãe e papai. Filhas,
vocês especialmente não deixam seu marido para voltar
para seus pais. Recentemente, me foi contada a
história de uma jovem de algumas gerações atrás que
decidiu que deixaria o marido e voltaria para a casa
dos pais. Seu pai disse: “Eu te entreguei. Volte para o
marido que te dei”. Forçado a resolver as coisas, o
jovem casal o fez e teve um longo casamento depois
disso. Existe um princípio envolvido aqui. O princípio
é que deixemos pai e mãe. Portanto, se não somos
financeiramente capazes de deixar a casa de nossos pais,
não estamos prontos para nos casar. Os rapazes
precisam estar financeiramente preparados para se
casar. As moças também precisam estar preparadas
para o casamento. Elas precisam saber como manter
uma casa. Mães, vocês precisam ensinar suas filhas a
manter e construir um lar. Às vezes chamamos nossas
esposas de “do lar” [ou melhor, esposas da casa,
housewives]. Esse é um conceito errado. Nossas
esposas não são “esposas da casa”; elas são feitoras do
lar [homemakers]. Em Tito 2.5, Paulo usa o termo
“guardiãs no lar”. Elas constroem um lar para nós.
Elas são as guardiãs de nossas casas. A jovem que
aspira ao casamento precisa ser capaz de administrar
um lar. Mães, vocês deveriam ensinar suas filhas a
administrar uma casa. Elas não estão prontas para
sair até que possam fazê-lo. Pais, uma de nossas
responsabilidades é ajudar nossos filhos a alcançar a
vocação. Eles precisam de uma vocação que os pague
o suficiente para sustentar a filha de outro pai. Nossos
filhos deixam a casa de seus pais quando estão
preparados para isso ― e não antes.
Porque Eva não tinha pai, Deus a deu a Adão.
Normalmente deveríamos ver o pai dando a filha.
Aquele que soleniza o casamento pergunta: "Quem dá
esta mulher?". O pai responde: "A mãe dela e eu a
damos." O pai está atestando o fato de que ele e sua esposa
criaram a filha para ser uma feitora do lar piedosa. Há
muito significado nesta pequena declaração. Estas
não são palavras inúteis. Ao longo das Escrituras, os
pais têm a tarefa de dar suas filhas em casamento.
Nenhuma pessoa sã estaria disposta a dar uma das
coisas mais preciosas de sua vida a um estranho. E a
coisa mais preciosa que você dará é a sua filha. Não
devemos dar nossas filhas a estranhos. A mesma coisa
acontece com nossos filhos. Não devemos entregar
nossos filhos a mulheres estranhas. Os filhos são
ordenados nas Escrituras a dar ouvidos aos conselhos
dos pais. Em todo o livro de Provérbios, somos
instruídos a obter sabedoria ouvindo e dando atenção
a nossos pais. A decisão de seguir a Cristo é a decisão
mais importante que qualquer um de nós fará. Além
disso, a decisão mais importante que tomaremos é
quem será nosso parceiro de vida. E os filhos muitas
vezes não buscam o conselho de seus pais nesta
decisão tão importante. Na América hoje, muitos
tomam essa decisão levianamente. Desde o início eles
decidiram que, se não gostarem da escolha número
um, podem passar para a número dois ― e alguns vão
para a número três e até mesmo para a número
quatro.
Os filhos devem obedecer ao conselho dos pais
porque os pais são mais do que meros conselheiros.
Os pais são seus chefes. Os pais não estão
simplesmente coletando opiniões sobre o que os
outros pais estão fazendo. Os pais devem seguir as
Escrituras quanto ao que a Bíblia os ordena a fazer.
Provérbios 1.8-9: “Filho meu, ouve a instrução de teu
pai, e não abandone a lei de tua mãe; porque serão
como ornamento de graça sobre a tua cabeça, e
correntes ao teu pescoço”. Provérbios 13.1: “O filho
sábio ouve a instrução de seu pai, mas o escarnecedor
não ouve a repreensão”. Provérbios 15.5: “Um tolo
despreza a instrução de seu pai, mas o que considera
a repreensão é prudente”. Também, em 1 Coríntios
7.36-38: “Mas, se algum homem pensa que ele trata
sem decoro à sua virgem, se ela passar a flor da idade,
e a necessidade o exigir, faça o que quiser; não peca;
casem-se”. A palavra “homem” aqui nesta passagem
não significa o marido em potencial. Significa “pai”.
A ideia aqui é que o pai está se comportando de
maneira desagradável para com a filha solteira. Esse é
o contexto. Se algum homem pensa que se comporta
mal para com sua filha (com sua virgem, com a filha
solteira), se ela passar a flor de sua idade (isto é, se ela
atingiu a puberdade, se atingiu a idade de casar), e
assim o exigir, deixe-o fazer o que quiser ― isto é, ele
pode, de fato, deixá-la se casar. Ora, nesta carta em
particular, Paulo estava escrevendo para uma igreja
que se encontrava em aflição. Houve considerável
perseguição pela frente. A pergunta era: “Devemos
nos casar apesar do fato de que vamos passar por
considerável perseguição e sofrimento?”. Paulo
respondeu que, mesmo em uma situação como essa,
era permitido ir em frente e se casar.
“Todavia, aquele que está firme em seu
coração, não tendo necessidade, mas tendo poder
sobre a sua própria vontade, e assim decretou no seu
coração, de guardar a sua virgindade, faz bem” [v.37].
Observe que Paulo proclama que o pai é o guardião
da vontade de sua filha. Nossa confissão diz com
razão que um pai não deve negar sua permissão para
se casar, exceto por um bom motivo (CMW 139). Isso é o
que Paulo estava discutindo. Houve uma situação
naquele dia, naquela igreja, naquela localidade, em
que pode ter havido bons motivos para não dar a filha
em casamento. Observe que o pai tinha a custódia da
vontade da sua filha. Isso simplesmente irrita a psique
americana. Nós, na América, ignoramos o conceito de
aliança. Falamos sobre os valores da família e depois
vamos à igreja e separamos a família nas escolas
dominicais e nos grupos de jovens. Falamos sobre
valores familiares e depois deixamos nossas filhas saírem
com homens em quem não confiaríamos para comprar nosso
carro. Que vergonha para nós! Precisamos de
arrependimento. O julgamento começa na casa do
Senhor. Se nós, os filhos de Deus, não nos
arrependemos, certamente não podemos convocar o
mundo ao arrependimento.

O namoro zomba da aliança.


O namoro zomba do envolvimento dos pais. O
namoro favorece a autonomia dos adolescentes. Pense
em como é ridícula a ideia de um jovem de dezoito
anos, cheio de hormônios, escolher quem será seu
parceiro de vida. Os casais de namorados passam a
maior parte do tempo completamente sozinhos e sem
acompanhamento. Frequentemente, eles tomam
decisões com base em compensações sexuais. Eles têm
pouca ou nenhuma supervisão. Eventualmente, o
grande dia chegará quando levarão a pessoa para casa
para conhecer seus pais. Neste país, há moças que
usam maquiagem e saem para encontros com 12 e 13
anos de idade. Achamos que somos virtuosos porque
fazemos nossos filhos esperarem até os 16 anos e
podem dirigir um carro para fazer isso!
Precisamos fazer algumas aplicações. Deixe-me
explicar minha experiência pessoal de como fiz para
encontrar uma esposa. Primeiro decidi que estava
pronto para me casar. Não namorei apenas porque
queria ser socialmente aceito por meu grupo. A
primeira aplicação é que nossos filhos não namorem
apenas para serem sociáveis. Pode haver atividades
para jovens em que todos os jovens da igreja vão jogar
boliche juntos em uma situação com acompanhante.
Todos eles podem andar de patins ou fazer um
piquenique ou alguma outra atividade onde haja
supervisão suficiente. No entanto, não há encontros um a
um. Em seguida, você espera até estar pronto para o
casamento. Rapazes, esperem até que a pessoa que
vão escolher seja alguém que vocês estariam
dispostos a sustentar [suportar] pelo resto da vida.
Mocinhas, ele deve ser alguém cuja casa vocês estejam
preparadas para guardar pelo resto da vida. Antes de se
envolver emocionalmente ou fisicamente com
alguém, você deveria fazer uma lista. Faça uma lista
das qualidades que você deseja em um companheiro
de vida. A lista pode ter vinte ou cinquenta itens.
Algumas dessas coisas serão absolutamente
irredutíveis ― “Essas são absolutamente necessárias, e
não aceitarei menos” ―, outras coisas serão
negociáveis ― “Não seria bom se...”. Há uma
diferença entre essas duas coisas. Existem algumas
coisas que você não prescindirá. Quais são algumas
das coisas em sua lista que você não prescindirá? Se
você quer uma família, ele(a) deve querer uma
família. Isso é irredutível. Ele(a) tem que ser cristão.
Ele(a) tem que ser alguém que está exibindo em
algum nível o fruto do Espírito. Ele(a) tem que
parecer estar caminhando com o Senhor.
Filhos, deixem-me sugerir-lhes que, na medida
que sabem orar, vocês deveriam orar por seus pais,
pedindo sabedoria! Se eles vão ajudá-lo nesta decisão,
se vão orientar, aconselhar e aconselhar a você nessa
decisão, eles precisam da ajuda de Deus. Você deve
orar por sabedoria para seus pais. Orem por si mesmos
também, filhos. Você precisará de considerável
humildade, de considerável paciência e de
considerável discernimento ao ouvir seus pais. É da
natureza da juventude desejar ser independente e
fazer isso por si mesmo. Em algum lugar ao longo do
caminho, entre dezesseis e vinte anos, nos
transformamos em crianças de dois anos novamente e
queremos fazer tudo sozinhos. Aos dois, a criança
aprende a dizer: “Eu faço isso sozinho”. Essa frase
retorna quando temos entre dezesseis e vinte anos.
Portanto, filhos, vocês precisam orar para que Deus
lhes dê paciência, discernimento e humildade
enquanto trabalham com seus pais para encontrar um
parceiro para toda a vida. Vá para sua mãe e seu pai.
Deixe-os saberem que você está contando com eles.
Deixe-os saberem que você vai depender da sabedoria
deles, do discernimento deles e da visão deles sobre o
que você deve procurar. Desenvolva essa lista.
Comece agora. Não faça a lista depois de já ter se
interessado por alguém, sua lista será semelhante a essa
pessoa. Faça a lista antes de se envolver
emocionalmente. Faça a lista quando estiver
“pensando direito”. Faça a lista quando você não tiver
nada a perder e tudo a ganhar, colocando as melhores
qualidades nessa lista. Não mire muito baixo.
Mantenha sua visão elevada.
Pense nisso por um momento. Sua mãe e seu
pai estão orando por seu(a) futuro(a) parceiro(a).
Você está orando por seu(a) futuro(a) parceiro(a). Se
tudo estiver como deveria, seu(a) futuro(a) parceiro(a)
estará orando por você. Agora a responsabilidade se
torna ainda maior. Você tem a responsabilidade de se
tornar a pessoa que Deus espera que você seja. Você
tem a responsabilidade de se tornar a pessoa que o
outro jovem tem na lista dele. Você deve desejar se
tornar a pessoa que está na lista de seu futuro cônjuge. Isso
significa que temos que orar e trabalhar em direção à
maturidade espiritual. Precisamos nos esforçar para
trazer à tona os dons que Deus deu a cada um de nós.
Você precisa fazer uma aliança com seus pais, filhos.
Eles prometem não trazer para casa um “monte de
insucessos” e você promete não sair à procura de um
“monte de insucessos”. Você precisa fazer uma
aliança com seus pais de que vai procurar um
parceiro para a vida de uma maneira piedosa. Você
pode fazer isso? Eu sei que alguns de vocês têm cinco
ou seis anos de idade e estão dizendo facilmente:
“sim, senhor”. Lembre-se disso quando tiver doze
anos. Lembre-se disso quando tiver quatorze anos.
Lembre-se disso quando tiver dezoito anos. Lembre-
se disso quando tiver vinte anos. Quando você fizer
sua lista, dê uma cópia dela para seu pai. Quando os
rapazes começarem a “telefonar”, você pode se sentar
com seu pai e revisar a lista. Estou falando sobre
assumir o compromisso de seguir esse ensinamento.
Meninas, vocês sabem o quanto quebraria o coração
do seu pai ― o quanto quebraria o coração do seu
pastor ― se vocês se casassem com o sujeito errado?
Não estou dizendo essas coisas para tirar sua
diversão. Estou lhe dizendo essas coisas porque quero
que você tenha uma vida de felicidade, alegria e amor
com o rapaz que Deus tem em mente para você. Isso
pode não acontecer se atendermos à carne. Você
precisa orar por esse futuro cônjuge. Com que idade
você deve começar a orar por seu futuro cônjuge?
Assim que você tem idade suficiente para orar, você
tem idade suficiente para começar a orar por seu
cônjuge. Imagine ser capaz de dizer no dia do seu
casamento: “Tenho orado por você desde os dois anos
de idade”.
Finalmente, e mais importante, trabalhe em sua
própria santificação. Prepare-se. Esteja pronto(a).
Senhoritas, tornem-se aquela feitora do lar que Deus
deseja que sejam. Homens, tornem-se aquele
provedor, aquele cabeça da aliança que Deus quer
que vocês sejam. Pratiquem a liderança, homens.
Pratiquem a submissão, mulheres. Rapazes, vocês não
podem aprender a serem chefes antes de aprenderem
a submissão. Como rapazes, vocês devem se submeter
a seus pais. Você deve aprender a se submeter ao pai,
então você saberá o que deve procurar no caminho da
submissão piedosa. Você aprenderá a ser um líder
aprendendo a ser submisso. Primeiro devemos
trabalhar em nossa própria santificação. Em seguida,
devemos evitar aquelas coisas que iremos discutir nos
próximos sermões: impureza sexual e depender de
ideias românticas em vez de compromissos pactuais.
Devemos evitar o desenvolvimento de padrões de
infidelidade. Eu queria primeiro considerar a
aplicação prática. A seguir, iremos enfatizar nossas
razões. Devemos ter princípios bíblicos sobre por que
não escolhemos um parceiro para a vida como o
mundo faz. Então, seremos capazes de desenvolver
juntos, nos próximos sermões, uma resposta à
pergunta: "Se não o namoro, então o quê?".
2 - Os Perigos Do Namoro

Na primeira parte desta série de quatro1 partes,


começamos a lidar com o modo de se encontrar um
marido ou esposa ― um(a) companheiro(a) para toda
vida. Na semana passada estudamos por que isso é
tão importante: uma vez casado, casado para sempre.
Uma vez que tenhamos feito essa aliança de
casamento, uma vez que tenhamos feito esse contrato
de casamento, ele é inviolável para nós. Devemos
realmente cumprir as promessas que fizemos a Deus.
Assim como o rei (Salmo 61) que faz os votos deve
mantê-los, todos os que fazem um voto perante o
Senhor devem mantê-los. A única exceção bíblica é se
uma donzela faz um voto sem o conhecimento ou
consentimento de seu pai. Assim que o pai souber do
voto, pode anulá-lo. Mas ele tem que fazer isso assim

1Somente três das quatro partes sobre o tema estão disponíveis


[N. do T.].
que descobrir. Se ele não anulá-lo imediatamente, seu
silêncio é considerado consentimento. Aprendamos
com isso mais um princípio bíblico: quando
silenciamos em qualquer coisa sobre a qual temos
conhecimento, consentimos. De acordo com nosso
lugar e posição, temos a responsabilidade de falar
contra o que está em erro, ou o que está errado, ou
contra o que é imoral. Precisamos lembrar que este
princípio se aplica a nós de acordo com nossos lugares e
posições. Devemos falar da maneira e no lugar
adequados. No entanto, não ousamos ficar calados
diante da injustiça. Se o fizermos, teremos, por nosso
silêncio, consentido com a injustiça.
Na primeira parte, começamos a examinar o
namoro ― o sistema usado neste país e em todo o
mundo ocidental para encontrar um parceiro para a
vida. A primeira coisa que vimos de errado com ele
foi que zombava da supervisão, controle e autoridade
dos pais na vida de jovens que estão em idade de
procurar um(a) companheiro(a) para a vida. Você se
lembra de como a alma de Rebeca se entristeceu
dentro de si quando Esaú se casou com mulheres
dentre os hititas? Basicamente, ele começou a
namorar algumas incrédulas da vizinhança. Como
resultado desse namoro, ele se casou com descrentes.
Ele se casou com idólatras que estavam fora da
aliança, e isso afligiu o coração de sua mãe.

Desejos desordenados
Vamos lidar com um segundo problema esta
manhã, que é o problema da luxúria. A luxúria é um
desejo excessivo por qualquer coisa. Luxúria é
quando você deseja algo mais do que deveria ou de
uma forma que não deveria. Existem desejos
perfeitamente legítimos na vida. Em 1 Coríntios 9,
Paulo falou de seu desejo de que as pessoas fossem
salvas. Ele falou de seu desejo de ver as pessoas virem
ao Senhor Jesus Cristo. Ele falou de seu desejo de
pregar o evangelho ― tanto que ele disse no versículo
16: "Ai de mim, se eu não pregar o evangelho!" Que
desejo forte é esse! Ao contrário dos estoicos, não
dizemos que os desejos são desordenados porque são
fortes. Devemos ter paixões e desejos fortes. Um
desejo se torna desordenado ― uma luxúria ― quando
é pela coisa errada, ou é mantido pela pessoa errada,
ou é exercido da maneira errada. Isso é o que
queremos dizer com desejo excessivo. É aquele que
não está devidamente limitado pela Palavra de Deus;
alguém que está fora das ordenanças de Deus.
A natureza de homens e mulheres caídos
Por que a luxúria é um dos problemas ao se
namorar para encontrar um companheiro? É porque
os homens desejam mulheres, e as mulheres desejam
ser cobiçadas pelos homens. Os homens estão mais
ligados ao visual. Os homens estão mais ligados ao
que veem. Assim, Jesus ensinou em Mateus 5.28:
“Mas, eu vos digo que qualquer que olhar para uma
mulher e cobiçá-la, já cometeu adultério com ela em
seu coração”. Ele já cometeu adultério com ela em seu
pensamento, em seu coração. Ele já pensou nisso; ele
já cedeu ao desejo excessivo por ela. Jó disse (31.1):
“Eu fiz uma aliança com os meus olhos; por que então
eu pensaria em uma donzela?”. A luxúria entra no
coração pela “porta dos olhos”.
As mulheres, por outro lado, normalmente
desejam ser cobiçadas. Isso é uma das coisas que nos
tornam diferentes. Quando você olha pelo mundo
animal, a maneira como Deus fez os pássaros e os
mamíferos e assim por diante, qual geralmente é o
mais ornamentado, o mais bonito? Todas as coisas
sendo iguais, em geral, o macho é o mais
ornamentado dos dois. Por exemplo, dos cardeais, o
macho é o vermelho brilhante, e a fêmea é o
vermelho-amarronzado opaco. Mas, na espécie
humana, o que as mulheres fazem? Eles se vestem
para serem mais ornamentados, não é? Por quê?
Porque é da natureza das mulheres desejarem ser
cobiçadas.

A verdadeira beleza
Por que Pedro avisa as mulheres sobre trançar
o cabelo e usar joias de ouro? Não é porque o cabelo
trançado ou o ouro sejam em si maus. Na verdade, de
acordo com o capítulo 2 de Gênesis, o ouro daquela
terra era bom. A razão pela qual Pedro dissuade as
mulheres de trançar o cabelo e usar ornamentos de
ouro e joias é porque elas tendem a pensar nisso como
beleza, em vez de pensar no que Deus chama de
beleza propriamente dita. Por que nós, presbiterianos,
evitamos decorar nossas paredes, erguer estátuas e
tornar nossas casas de culto tão ornamentadas quanto
as outras? É porque acreditamos que a beleza da
santidade é preferida à santidade "pretensiosa" da
beleza. Agora, isso não quer dizer que não desejemos
coisas bonitas; nós queremos. Mas precisamos ter
cuidado para que elas não se tornem para nós uma
luxúria excessiva.

Fuja da luxúria juvenil


Em 2 Timóteo 2.22, Paulo diz ao jovem
Timóteo2 para fugir das concupiscências da juventude
e seguir “a justiça, a fé, a caridade e a paz com os que
invocam o Senhor com um coração puro”. Em
Romanos 13.13-14, Paulo escreve: “E nós caminhamos
honestamente, como de dia, não em tumultos, nem
em embriaguez, nem em orgias, nem em devassidão,
nem em contendas e inveja. Mas revesti-vos do
Senhor Jesus Cristo e não façam provisão para a
carne, para cumprir suas cobiças”. A principal coisa
que o namoro faz, com respeito aos desejos
desordenados da carne, é tomar providências para a
carne. O que é fazer provisão para a carne? Alguém
que pretende fazer dieta, mas vai à padaria e estoca
bolos e põe alguns na geladeira, tomou providências
para quebrar essa dieta. E então Paulo nos diz aqui
2Embora Paulo se refira a Timóteo como jovem, Timóteo não era
um adolescente de dezesseis anos. Timóteo era um homem
maduro. Ele simplesmente não era tão velho quanto alguns dos
homens da igreja e, comparado a Paulo, ele não era um homem
velho.
não apenas para fugirmos dos desejos da juventude,
mas também para não tomarmos nenhuma
providência! Não coloque na geladeira! Não coloque
as coisas de lado na esperança de voltar a elas mais
tarde. Mas o que estamos fazendo quando reservamos
a sexta à noite ou o sábado à noite para um encontro
noturno, quando reservamos esse tempo para ficar a
sós com alguma pessoa do sexo oposto que não é
nosso cônjuge? Estamos fazendo provisão para as
concupiscências da carne.
Observe, se for necessário evitar o pecado,
então, que é sábio e lícito evitar a tentação. Devemos
evitar aquilo que nos tenta a pecar. Não oramos na
oração do Senhor para que Ele não nos leve à
tentação? E, no entanto, quantas vezes Ele não tem
nem que nos levar à tentação, não é? Nós fazemos
nosso caminho até lá por nós mesmos. Esses
versículos nos dizem que devemos evitar o pecado e
também evitar a ocasião do pecado.

Estatísticas desanimadoras
Não vou entrar em detalhes ― apenas os fatos,
sem os detalhes, são desanimadores o suficiente. De
acordo com a Northwestern University Medical
School e com a pesquisa de Barna, mais da metade
(55%) dos jovens evangélicos já se envolveu no ato
sexual antes dos dezoito anos3. É de se admirar que as
pessoas não consigam ver a diferença entre os filhos
da igreja e os pagãos? Quase três quartos deles (74%)
se envolveram em algum nível de imoralidade sexual
aos dezoito anos.
E isso por quê? Em parte, pelo menos, é porque
os filmes do mundo, a literatura do mundo, a
televisão do mundo, as canções do mundo, o rádio do
mundo, a cultura do mundo estão todos dizendo aos
nossos filhos que não há nada de errado nisso. Na
verdade, o mundo afirma: isso é o que é o amor. No
entanto, esses mesmos filmes, literatura, televisão,
canções e rádio não alertam nossos filhos sobre o
estupro num encontro e sobre o sexo não consumado.
E onde essas coisas acontecem? Acontecem em carros.
E por que aquele rapaz e aquela moça estão juntos em
um carro? Porque eles estão em um encontro. E isso
resulta em fornicação, culpa, gravidez, doença,
aborto, separação e amargura.

3Vale ressaltar que estes sermões foram escritos de 1998 a 2002


[N. do T.].
A Bíblia nos fala sobre essas coisas, e é por isso
que precisamos seguir o caminho de Deus em vez do
caminho do mundo. É por isso que precisamos buscar
instruções na Palavra de Deus sobre como encontrar
um parceiro para a vida, em vez de olhar para o
mundo em busca de instruções sobre como encontrar
um parceiro para a vida. Sabemos como as coisas
terminam quando fazemos do jeito do mundo. Nós
vimos isso! Isso acaba com gravidez na adolescência,
acaba na assistência pública, acaba em doenças como
a AIDS. Pessoas estão morrendo por causa desse
pecado! Ainda assim, isso continua. E como ousamos
― como ousamos nós! ― pensar que nossos filhos são,
de alguma forma, diferentes, para que não sejam
infectados pelo mundo quando fizerem as coisas do
jeito que que o mundo vive. Isso não é fé. Isso é pura
presunção. É abusar da graça de Deus.

Não desperte o amor antes da hora.


Bem, a Bíblia me parece ter a resposta.
Concordo com os teólogos puritanos que entenderam
que o livro de Cânticos de Salomão fazia referência a
Cristo e Sua noiva, a igreja. No entanto, lembre-se de
que quando o Cântico dos Cânticos fala, mesmo de
forma simbólica, ele usa aquela linguagem do amor
masculino e feminino. Podemos aprender muito com
Cânticos de Salomão sobre esse assunto. Cântico dos
Cânticos 2.7: “Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém,
pelas gazelas e cervas do campo, que não desperteis e
nem acordeis o amor4, até que ele queira”. Isso
significa: “Não incite ou desperte o amor até que seja
o momento certo, até que seja o momento agradável,
até que seja o momento certo para que isso aconteça”.
Em Cantares de Salomão 3.5 diz: “Conjuro-vos, ó
filhas de Jerusalém, pelas gazelas e cervas do campo,
que não desperteis, e nem acordeis o amor, até que
seja o tempo adequado” [tradução direta], isto é, até
que seja adequado, até que seja apropriado, até que
seja o momento abençoado. Quase o mesmo
pensamento é repetido em 8.4. Ora, sempre que um
versículo como esse é repetido quase literalmente três
vezes no mesmo livro, ele praticamente assume a
natureza do tema do livro. Não devemos despertar,
não devemos suscitar e não devemos acender os
desejos do amor homem-mulher até que seja o
momento certo.

4
Na versão King James, a palavra 'meu' foi fornecida pelos
tradutores; ela não está lá no original.
Quando as pessoas namoram e passam algum
tempo sozinhas, não é o caso que o amor está sendo
despertado e estimulado? Não apenas os desejos
físicos, mas também os desejos emocionais e
espirituais. Doug Wilson, pastor de uma igreja
protestante em Moscou, Idaho, disse que quando uma
pessoa se entrega a outra pessoa, emocional e
espiritualmente, ela não pode deixar de se entregar a
ela fisicamente, assim como você não pode desenrolar
a extremidade esquerda de um carpete sem
desenrolar a extremidade direita do carpete. Quando
um homem e uma mulher se dão um ao outro
emocional e espiritualmente, a entrega corporal
também ocorre. Então, Salomão aqui no Cântico de
Salomão nos adverte para não despertar o amor, não
despertar esse sentimento, não despertar esse apego
até que seja o momento certo.
Quanto às estatísticas mencionadas
anteriormente, cabe perguntar como isso poderia
acontecer. Eles foram ensinados da melhor forma, não
foram? No entanto, eles saem e fazem isso apesar de
todos os bons conselhos que receberam. Acontece de
qualquer maneira. Como isso acontece? O desejo
romântico é estimulado. Um menino e uma menina
juntos, sozinhos, sem supervisão, sem treinamento,
no escuro, em um quarto ambulante; um quarto sobre
rodas. É assim que acontece.
Mas a Bíblia diz para fugir das concupiscências
da juventude e não dar ocasião ao diabo. Se for ilegal
fazermos isso, é sensato evitarmos. Devemos evitar
aquilo que agita, devemos evitar aquilo que desperta
desejos desordenados.

Homens: Façam uma aliança com seus olhos


Portanto, tendo em mente que os homens
desejam as mulheres, o que os homens devem fazer?
Fazemos como Jó fez: fazemos uma aliança com os
nossos olhos de que não devemos olhar para uma
donzela. Acredito que foi Lutero quem disse que a
tentação é como um pássaro voando sobre sua cabeça.
Você não pode evitar quando um pássaro voa, mas
pode evitar que ele construa um ninho com seu
cabelo. Sim, de vez em quando, você verá mulheres
vestidas de maneira indecente, e essa é a hora de
desviar os olhos. O que aconteceu com a esposa de
Potifar e José quando eles passaram um tempo juntos
sozinhos? Foi somente por causa do compromisso de
José com Deus que ele foi capaz de resistir às
seduções dela. E o que ele fez? Ele fugiu! Ele fugiu
das luxúrias juvenis. O que eles estavam fazendo?
Eles estavam passando um tempo juntos sozinhos.
Mesmo assim, por mais justo que José fosse, isso deu
à esposa de Potifar a oportunidade de mentir sobre
ele quando estava sozinho com ela. Homens, não
passem tempo sozinhos com moças ou com esposas
de outros homens.

Mulheres: Vistam-se com modéstia


E, também, tenha em mente que as mulheres
desejam ser cobiçadas. As mulheres devem cuidar de
suas roupas; observar suas roupas; vigiar a maneira
como se comportam. Ora, percebo que parte da
luxúria, parte do desejo que se passa no coração de
um homem é biológico e parte é cultural. Em certas
culturas, porque algumas coisas são proibidas de
serem olhadas, elas são um tabu, por assim dizer. Só
de olhar para elas ficamos agitados. Devemos evitar
qualquer coisa duvidosa. Se houver alguma dúvida
sobre essa [parte], cubra-a. Ora, eu não estou dizendo
que os vestidos têm que estar tão longe do chão e tão
abaixo do joelho, e que o pregador e os presbíteros
precisam usar uma fita métrica. Isso seria legalismo.
Estou sugerindo o mesmo tipo de coisa que Paulo
disse que faria em 1 Coríntios 9: renunciarei a minha
liberdade em vez de fazer um irmão tropeçar.
Senhoras, é isso que estou lhes pedindo, e ensinem
suas filhas a fazer. Abandone quaisquer liberdades
que você possa pensar que tem para evitar que um
irmão tropece. Isso não é irracional. Novamente, se
houver dúvida, cubra. Algo que é modesto quando
vocês estão de pé, senhoras, pode não ser modesto
quando estão sentadas. Especialmente dada à altura,
às vezes, de assentos de automóveis e assim por
diante; enquanto você dirige na estrada, ou quando
está sentada em um banco, você precisa manter o
recato em mente.

O problema da ociosidade
Então, falamos sobre passar algum tempo
juntos sozinhos e sobre roupas indecentes. Que tal a
ociosidade? Você já parou para pensar em como sua
mente vagueia e em que direção ela vagueia quando
você está ocioso? Minha avó sempre disse que mãos
ociosas são a oficina do diabo. Bem, esse princípio
está na Bíblia. Quando não tratamos de nossos
chamados; quando não estamos fazendo as coisas que
Deus deseja que façamos, então, provavelmente,
estamos na área em que estamos sendo tentados. Não
estamos fugindo dos desejos juvenis. Uma das piores
coisas que podemos ter é o tempo em nossas mãos.
Pode ser muito prejudicial para nós simplesmente por
causa de como nossas mentes funcionam. O rei Davi
deveria estar em guerra quando foi tentado a pecar
com Bate-Seba.
Outra coisa a evitar é o envolvimento
emocional e espiritual com alguém cedo demais.
Novamente, não podemos nos dar a alguém
emocionalmente e espiritualmente sem que outras
coisas se sigam naturalmente. Portanto, se evitarmos
o que desperta a luxúria, estaremos fugindo da
luxúria juvenil. E o que seriam essas coisas? Sem
tempo juntos a sós, sem vestimentas indecentes, sem
ociosidade e sem envolvimento emocional e espiritual
cedo demais.

Escolhendo alguém para amar


Não precisamos aprender tudo o que há para
saber sobre alguém antes de nos casarmos. Aqui está
uma anedota pessoal. Eu não tive um pai ou uma
sessão da igreja que estivesse interessado em me
ajudar a escolher uma esposa. Eu realmente não tinha
muitos irmãos mais velhos no Senhor que estivessem
interessados em me aconselhar sobre como escolher
uma esposa. Portanto, sei que cometi alguns erros ―
não erros em quem escolhi, mas erros cometidos na
maneira como o fiz. No entanto, quero que você
pense se Deus deseja, ou não, que você faça algo
muito semelhante à abordagem que fiz. Depois que
decidi que era hora de me casar, uma das coisas que
fiz foi sentar com um bloco e um lápis e escrever o
que eu achava que Deus queria que eu procurasse em
uma esposa. Depois, passei um tempo observando
como as mulheres do campus se comportavam.
Observei quais mulheres pegariam sua bandeja no
refeitório e a levariam de volta para a cozinha, em vez
de esperar que outra pessoa fizesse isso por elas.
Observei para ver quais estavam vestidas com
modéstia. Eu vigiava quais estavam nos eventos que
eu pensava que uma pessoa sã deveria comparecer, e
quais estavam ausentes nesses eventos. Em outras
palavras, eu estava procurando uma solução das
qualidades que esperava encontrar: uma mulher
sóbria, modesta, prestativa, humilde e submissa. Ao
ver essas coisas acontecendo na vida de várias jovens,
fiz uma lista que reduzi de cerca de 1.200 mulheres
para 5. O compromisso que eu tinha com minha lista
naquele momento era que eu estava disposto a me
casar com qualquer uma delas. Qualquer uma com
quem eu me casasse seria aquela que eu amaria.
Aqui está o ponto: primeiro você escolhe quem
você vai amar, depois você ama aquele que escolheu.
Não se envolva emocionalmente com sua escolha
antes de escolhê-la. Faça sua escolha com base nos
princípios bíblicos. Não se contente com menos do
que o melhor de Deus. Faça essa lista, saiba o que é
que você está procurando e, então, observe para ver
quem é que está vivendo assim. Essa é uma história
da minha vida; é uma anedota e não uma Bíblia. Mas
certamente é uma forma de não emocionalmente ―
isto é, pré-emocionalmente ― selecionar alguém a
quem você escolherá amar.

Catecismo Maior de Westminster


O Catecismo Maior de Westminster, sobre o
sétimo mandamento, tem algumas coisas pertinentes
a dizer sobre esse assunto. O sétimo mandamento
requer não apenas a preservação de nossa própria
castidade, mas a preservação da do próximo. Isso
significa que Deus não apenas requer que você
mantenha sua própria castidade em corpo, mente,
afeto, palavra e comportamento, mas também a
preservação dela nos outros. Não apenas isso, mas
requer que você evite todas as ocasiões de impureza e
requer que você resista a todas as tentações. “a
vigilância sobre os olhos e todos os sentidos; a
temperança, a conservação da sociedade de pessoas
castas, a modéstia no vestuário, o casamento daqueles
que não têm o dom da continência, o amor conjugal e
a coabitação; o trabalho diligente em nossas vocações
[lembre-se do que dissemos sobre ociosidade]; o
evitar todas as ocasiões de impurezas e resistir às suas
tentações”. De acordo com o Catecismo Maior de
Westminster, claramente o que eu defendo não é
incomum. O sistema de namoro praticado pelos
pagãos neste país é completamente contrário à
questão 138 de nosso Catecismo Maior, que
entendemos ser simplesmente uma exposição dos
requisitos do sétimo mandamento.
A Questão 139 do Catecismo Maior fala sobre o
que é proibido no sétimo mandamento. Proíbe a
imaginação impura. Bem, pode ser que haja pessoas
que podem ir a certas peças de teatro e filmes e ver
certos livros e fotos e cantar certas canções e não ter
imaginações infrutíferas, lascivas e impuras. Mas eu
duvido. Devemos simplesmente evitar estas coisas:
imaginações impuras, pensamentos impuros,
propósitos impuros, afeições impuras ― até mesmo
conversas e gracejos tolos. Devemos nos livrar de
situações em que essas coisas possam ser uma
tentação. Suponho que seja possível que os teólogos
de Westminster tivessem piadas sujas em mente aqui,
o tipo de coisa que os homens podem ouvir no
trabalho. Devíamos apenas fechar nossos ouvidos a
elas. Certamente não as repetimos e, ao máximo que
pudermos, fechamos nossos ouvidos para elas. Se
estiver acontecendo no bebedouro, comece a levar
uma garrafa térmica com água para o trabalho. Evite
coisas que possam fazer com que você tropece.

Aviso e advertência aos pais


Se aqueles que estão acima da idade em que os
hormônios ainda estão surgindo por todo seu corpo
acham difícil por causa da concupiscência dos olhos,
quanto mais difícil não seria para os filhos que estão
atravessando a puberdade, que de fato têm os vários
hormônios da puberdade surgindo por seus corpos
em um nível que nunca se repetirá? Os pais têm a
responsabilidade de evitar que seus filhos tropecem.
Jesus disse que se deixarmos um pequenino tropeçar,
ou se fizermos com que um pequenino tropece, seria
melhor para nós se tivéssemos uma pedra de moinho
presa ao pescoço e fôssemos lançados ao mar. Seria
melhor para você se isso acontecesse. Portanto, existe
um destino pior do que esse reservado para aqueles
que fizerem tropeçar um desses pequenos filhos da
aliança. Pais, quando colocamos nossas filhas e nossos
filhos naquele quarto ambulante sozinhos depois de
escurecer, sem supervisão, pedindo-lhes apenas que
voltem antes da meia-noite, é difícil dizer a que
tentações eles serão confrontados antes de chegarem
em casa. Não ousamos fazer tropeçar nossos filhos.
Para evitar que isso aconteça, desde os primeiros
estágios, desde os primeiros dias, crie seus filhos
explicando-lhes que os cristãos não encontram um
parceiro para a vida da mesma forma que o mundo
tenta encontrar.
3 - Namoro & Cortejo

Esta é a nossa terceira lição em nosso estudo


sobre o namoro. Deus nos deu instruções sobre como
devemos encontrar aquele(a) com quem Ele deseja
que passemos o resto de nossas vidas. Obviamente,
devido à natureza de tal assunto, estamos falando
principalmente para aqueles que ainda não são
casados; no entanto, devido à natureza da aliança
familiar, também estamos falando aos pais e mães.
No entendimento bíblico deste assunto, pais e
mães devem participar na busca de esposos(as) para
seus filhos e filhas. Para que não seja mal
interpretado, não estou sugerindo que a comunidade
da aliança deva seguir o padrão das nações pagãs e
ter casamentos arranjados. Eu acredito que os
casamentos arranjados seriam um passo muito mais
justo do que o que temos atualmente neste país, mas
não é isso que estou defendendo. O que estou
defendendo é o que você pode chamar de “namoro
supervisionado”: um namoro supervisionado pelos
pais dos rapazes e das moças que procuram um
cônjuge. Isso é estranho na sociedade de hoje, mas
não é estranho na história da igreja.
Estamos voltando de cento a cento e cinquenta
anos para recuperar as coisas que a igreja perdeu e,
como resultado, temos que “cavar novamente” os
poços que foram entupidos (Gênesis 26:18). Estamos
tendo que ser um pouco contra a cultura de hoje.
Existe uma antítese entre o trigo e o joio; há uma
antítese entre ovelhas e bodes; há uma antítese entre
aqueles que são chamados por Deus e aqueles que são
rejeitados por Ele em Sua eleição soberana. Existe, de
fato, um grande abismo estabelecido entre os dois
povos na terra ― os filhos de Deus e aqueles que não
são Seus filhos. Deus nos chamou para a santidade,
para a justiça e para viver de uma maneira separada
do mundo. Ele nos instrui a sair do meio dos pagãos.
Portanto, segue-se logicamente que teríamos uma
visão de mundo e de vida ― uma cultura ― que é
diferente do mundo. Como nossa visão de mundo e
vida está centrada na lei de Deus e em Sua justiça,
isso afeta todas as áreas de nossa vida. Até afeta a
maneira como procuramos encontrar um cônjuge
para nós ou para nossos filhos. Mesmo nesta tarefa,
nosso principal objetivo deve ser glorificar a Deus e
obedecer aos Seus mandamentos.
Vimos o método atual de namoro adolescente
nas lições anteriores. Discutimos quatro coisas que
achamos contrárias ao nosso objetivo.
Em primeiro lugar, o sistema de namoro de
hoje minimiza e às vezes elimina a supervisão dos
pais. Portanto, mesmo estando na cultura do mundo,
temos que nos opor a ela. Acreditamos firmemente
que a supervisão dos pais é a chave: é um elemento
essencial do namoro bíblico supervisionado.
Acreditamos na solidariedade da família. Não apenas
falamos disso da boca para fora: tentamos vivê-lo. E,
portanto, a família ― em particular os pais ― deve ter
um papel fundamental na escolha do cônjuge do(a)
filho(a).
Em segundo lugar, observamos que o namoro
promove ou até incentiva a promiscuidade sexual. As
Escrituras são muito claras, que “esta é a vontade de
Deus, sim, a sua santificação”. Muitas vezes ouvimos
pessoas de todas as idades perguntando: "Com quem
Deus deseja que eu me case?", "Como eu vou saber?",
“Como vou saber qual é a vontade de Deus?”.
Nenhum de nós aqui é tão velho que não se lembre de
ter feito a mesma pergunta. 1 Tessalonicenses 4.3-4
nos dá a resposta a essas perguntas. “Porque esta é a
vontade de Deus, a vossa santificação: Que vos
abstenhais da fornicação, que cada um de vós saiba
possuir o seu vaso [que é o seu corpo, o vaso de barro
em que vivemos] em santificação e honra”. Quando
Hebreus 13.4 diz que “o leito matrimonial seja
honroso entre todos”, está falando de nos abster das
concupiscências carnais que guerreiam contra nossas
almas. Pecamos contra nossos corpos e também
pecamos contra nossas almas quando permitimos que
nossos desejos reinem plenamente. Portanto, ao
considerarmos a questão de como vamos encontrar
um parceiro para a vida, devemos sempre lembrar
que esta é a vontade de Deus: que você se abstenha
dos desejos carnais e da fornicação, e que a vontade
de Deus para você é a sua santificação. Seja qual for a
nossa maneira de encontrar um parceiro para a vida,
deve envolver pureza; deve envolver castidade; deve
envolver uma maior santificação. Quando Deus
trouxe Eva a Adão pela primeira vez, Seu propósito
em trazê-la a ele não era uma tentação para ver se ele
poderia resistir aos desejos carnais. Deus deu Eva a
Adão para ser uma ajudadora idônea para ele: para
ser uma ajudadora face a face com ele, que
correspondia a ele, como nenhum dos animais o fazia.
Pouco antes disso, Deus fez com que Adão nomeasse
todos os animais. Adão não teve que ir caçar os
animais. Deus trouxe os animais a ele, e Adão os
nomeou. Ele deu nomes apropriados; ele os
categorizou. Ele estava exercendo a zoologia e a
biologia. Ele estava, de fato, se engajando em sua
ocupação ordenada por Deus para submeter a terra à
glória de Deus. Mas Deus reconheceu que Adão
precisava de uma ajudante que pudesse ficar face a
face com ele. Ele precisava de uma ajudante que
pudesse ser uma parceira. Encontrar um(a)
parceiro(a) de qualquer forma que promova o pecado
em nossas vidas é fazer exatamente o oposto do que
esse(a) parceiro(a) deve fazer. Nosso(a) parceiro(a)
deve nos ajudar em nossa ocupação ordenada por
Deus para submeter a terra à glória de Deus.
A terceira coisa é que o namoro tende a
depender de ideias românticas ao invés de
considerações pactuais. O namoro faz com que um
rapaz e uma moça se sintam atraídos um pelo outro.
Então, eles tomam decisões com base nessa atração,
em vez de basear suas decisões em considerações
pactuais. Nós o caracterizamos da seguinte maneira: o
namoro tem a tendência de escolher quem amamos,
enquanto as considerações pactuais exigem que
amemos aquele que escolhemos. Devemos fazer
nossas escolhas não com base em considerações
românticas, mas com base no que a Palavra de Deus
diz que devemos procurar em um cônjuge.
Finalmente, a quarta coisa que vimos de errada
no namoro é que ele nos treina para ter
relacionamentos casuais que são facilmente rompidos.
O namoro nos treina pela experiência, da mesma
maneira que um atleta pratica para fazer algo
repetidamente. O namoro promíscuo ensina nossos
jovens a se separarem repetidamente. É um fato
alarmante que os países que se envolvem em namoro
tenham uma taxa de divórcio muito maior do que
aqueles que não o fazem. Posso estar cometendo uma
falácia post hoc5, mas vemos repetidamente em países
onde o namoro se torna a maneira normal de
encontrar um cônjuge que o índice de divórcios
dispara.

5 “Post hoc ergo propter hoc” é uma expressão latina que significa
“depois disso, logo por causa disso”. Esse é o nome de uma
falácia que ocorre quando concluímos existir uma relação causal
entre dois eventos pelo fato de geralmente ou sempre ocorrerem
em sequência. Essa falácia também é chamada de falsa causa,
correlação coincidente ou causa questionável. Por exemplo:
“Sempre que eu lavo os tênis, chove. Logo, lavar meus tênis faz
chover” [N. do T.].
I. Sentimentos (a abordagem romântica)
Nesta lição, quero que examinemos “namoro e
romance” versus “namoro e aliança”: duas
abordagens diferentes para encontrar um cônjuge. O
romance é baseado em sentimentos, afeições e
emoções. Nós nos envolvemos emocionalmente com
alguém. E, como nos envolvemos emocionalmente,
acreditamos que o próximo passo lógico é fazer dessa
pessoa nosso parceiro de vida. Em nenhum lugar da
Bíblia somos instruídos a basear qualquer decisão
dessa magnitude em algo como uma emoção ou
sentimento. Em nenhum lugar das Escrituras é dito
que o romance é a base do casamento. A ideia de
basear uma decisão tão importante em meros
sentimentos é relativamente nova. Deixe-me lembrar
a você que aqueles que se casam por motivos de
apego emocional estão procurando problemas. Eu
não disse que o casamento deles nunca vai funcionar.
Eu disse que eles estão procurando encrenca. É como
uma criança procurando se queimar quando brinca
com fósforos. Ela pode não incendiar a casa da
primeira vez, mas ainda assim não a incentivamos a
brincar com fósforos. Na verdade, dizemos a ela: “não
brinque com fósforos, porque você pode incendiar a
casa”. E assim é com nossas emoções. Eu lhe advirto
da mesma forma que a Bíblia avisa em Provérbios
6.27: “Pode um homem levar carvão ao peito e não
queimar as suas vestes?”. Se continuarmos a agir de
forma ímpia, estaremos nos colocando em risco. Se
brincarmos com o pecado, podemos nos queimar.
A Bíblia ensina que os sentimentos são o
subproduto do compromisso pactual. Um subproduto
é algo que é adicionado a; não é uma parte essencial ou
função principal, é algo extra que resulta como uma
casualidade do propósito principal. Primeiro, temos
um compromisso pactual. Comprometemo-nos com
aquele com quem acreditamos que Deus quer que
casemos, e então as emoções surgem como um
subproduto desse compromisso. Porque Deus está
satisfeito conosco, porque Deus se agrada do que
fazemos, Ele nos concede o sentimento correto sobre
nosso cônjuge de longa data. O namoro, por outro
lado, coloca os sentimentos como o precursor ou
mesmo alicerce para o compromisso do casamento.
Mas o que acontece quando esses sentimentos
mudam? O fundamento, o precursor ou o
pressuposto foram embora e todo o casamento está
prestes a desmoronar. Não ouço a música moderna,
mas tenho certeza de que você está tão ciente quanto
eu do fato de que a maioria das músicas modernas é
sobre relacionamentos que terminaram porque os
sentimentos de alguém mudaram. Faz parte da nossa
cultura. O namoro não só faz parte da nossa cultura,
mas também o resultado do namoro faz parte da
nossa cultura. Em nossa cultura hoje, estamos muito
acostumados com a ideia de relacionamentos
terminando. Muitas vezes, porque o casamento foi
baseado em emoções, o casamento rapidamente
termina em divórcio quando essas emoções mudam.
Pastores e conselheiros matrimoniais de todo o
mundo veem casais cujos relacionamentos não são
apenas frágeis, mas estão rachando, prontos para se
separarem. Observe que é muito interessante que
muito poucas pessoas tenham tempo para o
aconselhamento matrimonial antes do casamento, mas
muitas procuram aconselhamento somente depois que o
casamento começa a ruir. É como o velho ditado que diz
que nunca há tempo para se fazer o certo, mas sempre
há tempo para se tentar de novo. E assim é no
casamento: se recebermos o aconselhamento com
antecedência, se soubermos para onde estamos indo
antes de fazê-lo, então podemos esperar sucesso.
Efésios 5.25 fala sobre como o marido deve amar sua
esposa. Na língua grega, existem três palavras-chave
que significam amor. A palavra “eros” é a palavra que
se esperaria encontrar para marido e mulher: é a
palavra da qual extraímos a palavra “erótico”.
Significa um desejo apaixonado por alguém. Em
Efésios 5.25, onde Paulo está dizendo ao marido para
amar sua esposa, esperaríamos que ele estivesse se
referindo a esse tipo de amor. Mas o amor de que
Paulo fala, em Efésios 5.25 é a palavra grega “agapao”.
“Ágape” é um amor volitivo. É um amor que decide
sentir. É um amor ao qual posso ser rendido e ao qual
posso render a outros. Não é um amor que tenho de
estimular as emoções para sentir: é um amor que
posso começar a praticar imediatamente. Assim como
sou chamado a amar a Deus com todo o meu coração,
alma, mente e força, e ao meu próximo como a mim
mesmo, também sou chamado a amar minha esposa
como Cristo amou a Igreja. Paulo não exige que
amemos nossas esposas de uma forma erótica, mas
sim que amemos nossas esposas com amor ágape.
Devemos amar nossa esposa com o mesmo tipo de
amor com que devemos amar a Deus. É um amor
volitivo: é um amor que determinamos que faremos.
Isso significa que não devemos ter sentimentos por
nossas esposas? Claro que não! Mas devemos fazer o
amor volitivo acontecer primeiro, então os
sentimentos seguirão como um subproduto natural
do amor volitivo.

II. Compromisso (a abordagem bíblica)


Em segundo lugar, em nossa discussão sobre
“namoro e romance” versus “namoro e aliança”,
precisamos olhar para o compromisso. Os sentimentos
não são no que devemos basear um casamento.
Devemos basear nosso casamento no compromisso.
Começamos nossas discussões sobre o diretório dos
deveres domésticos discutindo o fato de que Deus nos
chama para uma tarefa e que essa tarefa é realizada
de melhor forma em um ambiente familiar. Em
Gênesis, capítulo 1, Deus nos chamou para a tarefa de
subjugar o mundo à Sua glória, de encher a terra, de
encher a terra de filhos. Em Gênesis, capítulo 2, vimos
que isso é realizado no contexto do casamento. Encher
a terra de filhos pressupõe que temos um cônjuge.
Devemos olhar para trás, para nosso propósito, ao
pensarmos no casamento. Deus planejou o casamento
para nos dar um parceiro na vida para nos ajudar em
nossa ocupação para submeter a terra à glória de
Deus.
Algumas semanas atrás, fui para Des Moines,
Iowa. Eu estava no terminal do aeroporto. Eu sabia
que queria ir para Des Moines, mas não poderia
simplesmente pegar qualquer avião para chegar lá.
Eu tinha um propósito, um destino em mente, mas
havia apenas um avião que me levaria aonde eu
queria ir. Precisamos aplicar esse mesmo princípio em
nosso desejo de encontrar um cônjuge. Se
conhecermos o propósito do casamento, isso
influenciará como procederemos para nos casar. O
que procuro quando penso em me casar? Estou
apenas procurando alguém para compartilhar minha
cama? Eu deveria estar procurando por alguém que
vai me ajudar a subjugar a terra à glória de Deus e
enchê-la de filhos. Em última análise, esse é o meu
propósito ao me casar: essa é a tarefa que Deus
designou para o casamento.
Quando começarmos a procurar um cônjuge,
devemos saber quais serão as nossas tarefas do reino.
Já deveríamos saber qual é o nosso chamado. Já
deveríamos estar participando de nossa ocupação. O
que vou dizer a seguir pode, a princípio, ofender
alguns de nossos jovens, mas quando eu explicar isso
à luz das Escrituras, espero que você perceba que é
um elogio em vez de uma observação depreciativa.
Basicamente, quando começamos a procurar
um companheiro, não deve ser significativamente
diferente da maneira como faríamos para comprar um
cavalo. Não se ofenda com isso. Na verdade, Salomão
considerou um grande elogio comparar seu amor nos
Cânticos de Salomão a um cavalo, porque um cavalo
é lindo. Um cavalo exala a glória de Deus. Portanto,
não quero que você se ofenda com essa afirmação.
Existem várias coisas que você precisa considerar.
Quando você pensa em comprar um cavalo, você não
compra apenas o primeiro cavalo que encontrar. A
primeira coisa a fazer é determinar com antecedência
o propósito do cavalo. Existem vários itens a serem
considerados antes de decidir qual cavalo escolher.
Você quer um cavalo que possa correr um quilômetro
ou poucos metros? Então você buscaria um puro-
sangue. Vou comprar este cavalo para apartar o gado?
Então você pode escolher um Mustang. Se você
quisesse que o cavalo puxasse uma carroça pesada,
um Clydesdale serviria para seus propósitos. Depois
de decidir o propósito do cavalo, isso será uma
grande parte da decisão de que tipo de cavalo você
deve comprar. Usando o mesmo princípio, devemos
primeiro determinar que tipo de ajudante precisamos,
e isso nos ajudará a decidir que tipo de esposa seria
adequada para nós. Em seguida, procuramos uma
esposa que atenda a esses requisitos.
Não há nenhum versículo na Bíblia que
explique exatamente como encontrar um cônjuge.
Mas acredito que podemos encontrar princípios
bíblicos que nos ajudarão em nossa busca. A Bíblia
fala do amor como uma ordem. Já discutimos Efésios
5.25. Nesse versículo, os homens são ordenados a
amarem suas esposas. Em Tito 2.4, as mulheres são
ordenadas a amarem seus maridos. Nesta passagem,
as mulheres mais velhas devem ensinar as mulheres
mais jovens a “...amar seus maridos”. Como um
sentimento pode ser ensinado? O sentimento pode, de
fato, ser ensinado? Não. O que as mulheres mais
velhas devem ensinar às mulheres mais jovens é o
dever que temos uns com os outros. O amor é algo
que fazemos. O amor não é um sentimento, o amor é
uma ação. Assim como os homens são chamados a
amar suas esposas como Cristo amou a igreja,
também as mulheres devem aprender a amar seus
maridos. Qual é a melhor época para aprender a amar
seu marido? A resposta é: antes de você se casar com
ele. Deixe-me explicar que não estou falando sobre
amar qualquer pessoa, e talvez até mais de uma, antes
de escolher com quem pretende se casar. Na verdade,
em nenhum lugar das Escrituras (além do amor
fraternal que devemos ter por todos os homens) é dito
que devemos ter algo que se aproxime do amor que
um homem tem por sua esposa, ou uma mulher tem
por seu marido, por qualquer outra pessoa que não
seja nosso próprio cônjuge. Em nenhum lugar das
Escrituras nos é ordenado ou mesmo permitido ter
esse tipo de amor por alguém com quem não somos
casados. Esse tipo de coisa é reservado apenas para o
casamento. Com o tempo, as paixões florescerão. Se
os homens estão fazendo o que os homens são
chamados a fazer, e as mulheres estão fazendo o que
as mulheres são chamadas a fazer, e se estamos
tratando uns aos outros como a Bíblia nos ensina a
tratar uns aos outros, as próprias paixões florescerão.
A paixão virá: ela surgirá à medida que
fizermos ativamente o que Deus ordena. Deixe-me
ilustrar isso para você. Alguns de nós começamos a
cantar os Salmos antes de aprender a amá-los.
Tínhamos o mesmo tipo de amor pelos Salmos que
tínhamos pelo restante da Palavra de Deus, mas
começamos a cantar os Salmos mais por um senso de
dever do que por amor. Não sabíamos como fazer e
não o fazíamos muito bem, mas acreditávamos que
era nosso dever cantar os Salmos. Mas, não é verdade
que, conforme você cantava os Salmos semana após
semana aqui no culto público, e em sua casa dia após
dia, seu apego aos Salmos crescia à medida que você
os cantava mais e mais? Por quê? Porque a paixão
está no caminho do dever. À medida que aprendemos
a fazer o que nos é ordenado e começamos a fazê-lo,
Deus faz com que a paixão floresça. Deixe-me
adicionar uma advertência aqui. Por isso mesmo, os
casais que estão em um relacionamento de namoro
não devem se envolver romanticamente até que haja
um noivado. Há um momento para o envolvimento
romântico mais tarde. Antes do noivado, não
devemos nos envolver romanticamente com outra
pessoa para que essa paixão não tenha oportunidade
de surgir antes do momento biblicamente apropriado.
Até agora, discutimos que os sentimentos, ou
afeições românticas, não devem ser a base para a
escolha de nossos parceiros de vida. Em contraste,
vimos que o compromisso era a coisa certa sobre a
qual basear o casamento. Com esses dois fatos como
orientação, deixe-me fazer algumas aplicações. A
primeira aplicação é para aqueles que já são casados.
O compromisso está lá; nós já assumimos esse
compromisso. A aplicação para nós é continuar no
caminho do nosso compromisso: precisamos
continuar a cumprir nossas obrigações pactuais
nesses casamentos. Haverá momentos em que você
não terá certeza de seus sentimentos em relação ao
seu parceiro. Esse é o problema dos sentimentos: eles
podem mudar com muita facilidade. Um dia você
pode se sentir muito próximo de seu parceiro e, no
dia seguinte, pode estar sentindo como se estivesse
cheio dessa pessoa. Os sentimentos vão mudar. Não
conte com o sentimento. Você não pode basear seu
casamento em seus sentimentos, porque a única coisa
de que você pode ter certeza sobre os sentimentos é
que eles mudarão. Em vez disso, cultive um
compromisso com sua obrigação pactual em seu
casamento e ore para que Deus faça com que os
sentimentos sejam o que deveriam ser.
Para aqueles que ainda não são casados, deixe-
me dar o conselho mais sólido que vocês já
receberam: estejam dispostos a esperar. Se isso
significa estar disposto a esperar até os dezoito anos,
até os vinte e cinco, até os trinta e oito, até os quarenta
e nove, até os cinquenta e seis, mesmo que isso
signifique que você nunca encontrará alguém com
quem você está disposto a passar sua vida, esteja
disposto a esperar. Coloque nas mãos de Deus,
sabendo disto: que não cabe a nós encontrarmos
alguém. No curso de nossas vidas, no curso de Sua
Providência, Deus nos revelará com quem Ele deseja
que nos casemos. Uma das dificuldades de escolher
um parceiro para a vida é que ficamos impacientes.
Começamos a nos preocupar em ficar solteiros por
"muito tempo". Tememos uma vida sem um parceiro.
Mas é muito pior se casar com a pessoa errada. É
muito pior se casar pelo motivo errado. É muito pior
se casar na hora errada. O conselho mais importante
que posso lhe dar é estar disposto a esperar pela
vontade de Deus para encontrar um parceiro para a
vida.
Minha segunda aplicação é para os jovens que
ainda não são casados. O que você deve fazer
enquanto espera a vontade de Deus? Será que você
não deveria estar fazendo nada, esperando
indiferentemente, dizendo: “Algum dia meu príncipe
virá”? Claro que não. Você tem a responsabilidade de
se preparar para a tarefa de encontrar um(a)
parceiro(a) para toda a vida. Primeiro você deve se
preparar. Você deve preparar o seu “querer”. Como
tomamos decisões? Como determinamos o que
desejamos? A Palavra de Deus deve determinar isso
para nós. Nosso “quereres” ― nossas vontades ―
devem ser informados pela Palavra de Deus. Ao
buscarmos fazer a vontade de Deus, Ele nos mostrará
aquela pessoa que escolheu para cumprirmos os
desejos de nosso coração. Quando colocamos nossos
corações em Jesus Cristo; quando colocamos nossos
corações em Sua justiça; quando não desejamos algo
mais do que desejamos a Sua santidade, então Deus
nos mostrará quem é essa pessoa que nos ajudará a
realizar as tarefas que Ele tem para nós em Seu reino.
Deus prometeu recompensar nossa obediência. Nós
entendemos, pela fé no amor que Deus tem por Seu
povo, que o Deus que nos amou e deu Seu Filho por
nós certamente nos dará tudo o que precisamos. Você
pode ter medo de que algum acontecimento em sua
vida o impeça de encontrar a pessoa certa. Mas esse
evento aconteceu em sua vida por causa da
Providência de Deus, e sabemos a partir de Romanos
8.28 que “todas as coisas cooperam juntamente para o
bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são
chamados segundo o Seu propósito”. Conhecemos
essas coisas pela fé. A paciência é fruto da fé. Primeiro
você deve preparar seu “querer” para esperar no
Senhor.
A segunda aplicação para aqueles que ainda
não são casados é preparar-se, desenvolvendo
habilidades familiares. Para os rapazes, isso significa
que você desenvolve principalmente sua vocação ― e
as habilidades de que precisará para sua vocação ―
antes do casamento. Você precisa fazer isso antes de
se casar. É claro que você estará aprimorando suas
habilidades todos os dias de sua vida, mas,
principalmente, deve determinar sua vocação
enquanto estiver solteiro. Você deve descobrir o que
Deus deseja que você faça pelo resto de sua vida antes
de se casar. Você não deve levar sua esposa para uma
viagem de aventura para um pobre barraco. 1
Timóteo 5.8 diz: “Mas, se alguém não cuida dos seus,
e principalmente dos da sua casa, negou a fé e é pior
do que o infiel.” Esta é a chave das nossas vocações,
homens. Se um homem não sustenta sua própria
família, é pior do que um infiel. Se você não está
preparado para sustentar sua família; se você não está
preparado financeiramente para sustentar uma
esposa e filhos, não tem porque se casar. Se você se
casar antes de poder sustentar financeiramente uma
família, estará fazendo suposições que nem mesmo os
infiéis fazem. Obtenha sua educação universitária ou
treinamento comercial antes de se casar. O que quer
que a vocação que você escolher requeira de sua
preparação, faça isso antes de se casar. Aprenda a ter
uma mente prática. Pense em como fazer as coisas e
quais são seus objetivos na vida. Desenvolva
habilidades que lhe permitirão instruir seus filhos.
Não espere ter filhos para aprender a ser um bom pai.
Desenvolva essas habilidades agora, ao se preparar
para seus deveres futuros como marido e pai.
Há também uma aplicação para as jovens
solteiras. Aprenda habilidades de gerenciamento
doméstico. Na passagem de Tito 2.4 que já
discutimos, as mulheres mais velhas são ordenadas a
ensinar as mulheres mais jovens a serem "guardiãs no
lar". Isso significa que a única coisa que uma moça
precisa aprender é como manter a casa limpa? Que
elas nunca devem sair pela porta da frente e interagir
com o mundo? Não é isso que se quer dizer. Significa
que elas devem ser as administradoras do lar: elas
devem ser as guardiãs dos lares. Devemos apenas
retirar a palavra “do lar” [ou melhor, esposa da casa,
housewife] de nosso vocabulário e substituí-la pela
palavra adequada “feitora do lar” [homemaker].
Nossas esposas são as “feitoras do lar”. Elas não estão
“casadas com a casa”. As senhoras mais velhas devem
ensinar as mais novas como amar seus maridos e
como amar seus filhos. Paulo as está instruindo a
ensiná-las a guardar um lar. Isso é o que significa ser
“guardiãs no lar". Isso não significa que elas nunca
podem sair de casa. Na verdade, no capítulo
trigésimo primeiro de Provérbios, vemos vários
exemplos daquela esposa que é mais preciosa do que
rubis, fazendo muitas coisas fora de casa. Não
acredito que isso signifique que ela seja uma mulher
com uma carreira, mas significa que é perfeitamente
capaz de administrar sua casa. Provérbios 31.27 diz:
“Ela atenta para o andamento de sua casa e não come
o pão da preguiça”. Essa não é a imagem de uma
mulher que estaria apenas sentada em sua casa,
esperando que seu marido trouxesse o pão para que
ela pudesse comê-lo. Ela não deve comer o pão da
preguiça; em vez disso, ela deve se empenhar em
fazer daquela casa um lar para sua família. Ela é a
administradora da casa. Ela se atenta para o
andamento de seu lar. Ela zela por ele: ela o guarda.
Porque ela faz isso, Provérbios 31.28 diz que “seus
filhos se levantam e a chamam de abençoada; seu
marido também, e ele a louva”. Desenvolva suas
habilidades de gerenciamento doméstico.
Tito 2.4 também instrui as moças a
desenvolverem o traço da moderação. As mulheres
jovens em nossa cultura parecem ser dominadas por
uma imaginação volúvel. Essa é uma deficiência real
muito evidente entre as mulheres jovens de hoje. Há
uma vertigem ― um capricho, uma frivolidade ― a
respeito das moças do mundo que não deveria
caracterizar nossas moças da aliança. Não deve
caracterizar nossas filhas e não deve caracterizar
nossas esposas. Em vez disso, nossas esposas e filhas
devem ser sóbrias. Todas as moças da comunidade da
aliança que estão se preparando para uma companhia
para toda a vida devem ser caracterizadas pela
moderação. Essa mente sóbria não é uma mente
sombria. O Senhor não exige que nossas mulheres
sejam constantemente taciturnas ou tristes. Ter a
mente sóbria significa que elas são realistas. Elas não
são volúveis. Elas entendem e escolhem cumprir seu
dever. Elas pensam em termos práticos em relação à
sua vida e ao seu futuro como guardiãs do lar. Elas se
preparam para esse objetivo, tendo sempre em mente
que seu objetivo principal é se tornar o tipo de pessoa
que será uma parceira piedosa de seu futuro marido
em sua tarefa de submeter a terra à glória de Deus.
Elas são sérias sobre como Deus as chamou,
especialmente no que se refere a ser uma ajuda
adequada para aquele que Deus escolheu para elas.
Finalmente, devemos confessar que somos
totalmente indignos e não merecedores de tais
companheiros que Deus nos deu. Devemos orar para
que Deus nos torne gratos por nos dar o(a)
companheiro(a) que temos. Devemos orar por nossos
filhos, para que Deus dê a eles e a nós sabedoria na
escolha de parceiros para a vida toda. Isso não deve
ser feito com pressa; não deve ser feito por causa de
sentimentos ou romance. Em vez disso, devemos
basear esta decisão que afeta a vida no compromisso
que temos com Deus e Sua Palavra.

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