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CURSO DE PSICOLOGIA
GRUPO Nº 02
LUANDA, 2023
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE ANGOLA
CURSO DE PSICOLOGIA
Elaborado por:
LUANDA, 2023
Índice
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 4
Breve história .................................................................................................................................. 5
Línguas e Localização..................................................................................................................... 6
Religião e Cultura ........................................................................................................................... 7
Mascaras ......................................................................................................................................... 9
Pensador ........................................................................................................................................ 10
Organização sociopolítica e socioeconómica ............................................................................... 10
Conclusão ...................................................................................................................................... 12
Referências bibliográficas ............................................................................................................. 13
INTRODUÇÃO
O povo Tshokwe é uma etenia Bantu que se concentra sobre tudo no nordeste de angola e
numa longa faixa, se estende até ao sul do pais, mais também no estremo sudoeste da Republica
democrática do congo e no estremo noroeste da Zâmbia.
Breve história
O grupo Tchokwe é um dos maiores, mais importante do nordeste e um dos mais notáveis
de Angola, tendo origem nos povos Bantu e não Bantu (“Bochimanes e os Vátuas”).
Sociolinguisticamente é composto por vários povos ou grupos: Lunda, Lunda-Lwachinde, Lunda-
Lwa-Ndembo, Matamba, Cacongo, Mai e Cokwe.
No entanto, o poder económico deste povo manteve-se até ao final do século XIX e a sua
independência tornou-se mais forte pelo facto deste povo possuir mestria em pintura e escultura,
ser constituído por bons caçadores e guerreiros potentes; independentes que eram, mantiveram
sempre a sua tradição e a sua cultura, rejeitando qualquer domínio da cultura europeia.
O idioma cokwe, estava sob a autoridade politca, legal religiosa de um chefe tribal, o
mwanangana, que reinava com o apoio dos seus antepassados aos quais prestava culto. os Tshokwe
viviam na serra de muzamba, a norte de angola, quando foram invadidos, no final do seculo XV,
pelos Lunda. Apartir de 1830, conseguiram libertar-se do poder dos invasores e emprenderam uma
enorme expansão com apoio de armas e de trafico, esscencialmente, de marfim escravo e cera. A
expansão dos tshokue atingiu o seu auge social e cultural durante os seculos XVIII XIX, chegando
a poderar-se da capital dos Lunda, em 1887. Posteriormente, enfrequecido pela doença e
submetido ao domínio dos portugueses e dos belga os tshokue procurarm salvaguardar a sua
autonomia, emigrando para leste e tornando-se semi nómadas.
As migrações deste grupo étnico surgiram depois da morte do “Iala Mácu” que tinha três
filhos Tchinguri, Iala e Lueje; antes de morrer indicou a sua filha mais nova “Lueji”, como
sucessora, e pediu aos outros chefes que a amparassem e a aconselhassem, visto ser ainda nova e
inexperiente, evitando que os irmãos se apoderassem do lucano. Com isto, os dois irmãos não
querendo sujeitar-se à autoridade de Lueji e do estrangeiro com quem ela se tinha unido,
resolveram, com alguns parentes mais afeiçoados, abandonar as suas terras e ir organizar, longe
dali, um novo e forte Estado, cujas forças pudessem mais tarde vencer as do Muatiânvua. Foram
fixar-se para oeste e sudoeste dando origem aos povos Mbangala, Tchokwe, Minungo e Songo que
povoam as zonas linguísticas de Angola correspondente às Províncias da Lunda-Norte, Lunda–
Sul, Malanje, Moxico, Bié, e Cuando Cubango.
Línguas e Localização
O povo Tchokwe é do grupo Bantu e o seu conhecimento baseia-se na tradição oral. A sua
língua é o Tchokwe dominante nas Lundas norte e sul e no Moxico, tendo também fortes núcleos
nas Províncias de Malanje, Cuando-Cubango, Bié e em pequenos núcleos na Província do Cunene.
É falada também em outros países africanos, como: República do Congo, nordeste da República
da Zâmbia e na Tanzânia, onde o tucokwe (povo) têm uma presença notória.
A língua Cokwe, difundida e amplamente falada por quase todos os povos da Província,
revela a forte influência cultural deste povo, para além dos seus hábitos e costumes, apesar da
diversidade sociolinguística. Todas as línguas nativas da Lunda- Norte são línguas da mesma
família, e pertencem ao grande grupo das línguas Bantu.
Tchokwe é a língua Bantu falada pelo povo Tchokwe da República Democrática do Congo,
Angola e Zâmbia. É reconhecida como língua nacional de Angola, onde cerca de 456.000 pessoas
a falavam em 1991. Mais meio milhão de falantes viviam no Congo em 1990 e cerca de 44.200 na
Zâmbia em 1986. Instituto de Línguas Nacionais de Angola ) estabeleceu regras de ortografia para
Tchokwe com vista a facilitar e promover a sua utilização. É usado como língua franca no leste de
Angola.
Religião e Cultura
As suas tradições religiosas derivam, em grande parte dos Lunda (e por isso, também dos
Luba com os quais possuem grandes ligações). Como todos os bantus, dão grande importância aos
antepassados ou ancestrais, até ao ponto de se considerar que a vida carece de valor se falta a sua
presença, o seu poder, e pela responsabilidade ante os mesmos.
Estes Ancestrais (dos quais muitas vezes é difícil saber se, na realidade, se trata de espíritos
de antepassados ou concretamente de forças invisíveis da natureza, ou seja, elementais ou devas)
são considerados parte da família (como os Manes, em Roma) e consultados frequentemente pelos
seus membros. O conceito sacralizado da realeza, tão importante na coesão do seu Império é o
mesmo, e foi introduzido desde os povos Luba a partir de uma personagem mítica, o caçador de
sangue real chamado Chibinda Ilunga.
O povo Tchokwe é muito religioso, acredita num ser superior a todos os espíritos, Chitunda
kola nhi woma (Altíssimo e temível), conhecido como Nzambi Kalunga (Deus eterno) não criado
existindo por si mesmo (Ndala kaditanga) e adorado através dos Mahambas (divindades visíveis).
A cultura Tchokwe é muito rica, envolvendo provérbios e contos Tchokwe que são
elementos que representam grande sabedoria até os dias de hoje. Os ritos, as cerimônias e as danças
Tchokwe são educativos e envolventes. Tem-se como exemplos de cerimoniais e rituais o
nascimento, o casamento, a iniciação à cultura, o funeral, a divinação, dentre outros.
Os Tchokwe são bem conhecidos pelos objetos de arte produzidos para celebrar e validar
a corte real. Esses objetos incluem banquetas esculpidas e cadeiras usadas como tronos. A maioria
das esculturas são retratos, que representam a linhagem real. Cajados, cetros e lanças estão entre
outros implementos esculpidos para celebrar a corte.
Quanto à mahamba (plural de hamba), esta trata do culto aos espíritos tutelares (espíritos
ancestrais ou da natureza) que estão representados por estatuetas, árvores, pedaços de termiteiras
e máscaras. Para garantir a proteção diária ou apaziguar um espírito, são realizadas ofertas,
sacrifícios e orações. Se algum hamba estiver zangado, pode provocar doenças ou prejuízos no
transgressor, como infertilidade nas mulheres e azar na caça feita pelos homens.
Relativamente à ukule, que consiste num ritual de iniciação feminina, realiza-se aquando
da primeira menstruação (ukule) da adolescente. Esta cerimónia é constituída por várias etapas
durante as quais a jovem (kafundeji) aprende uma dança do ventre (apreciada pelos Tshokwe e
que antecipa as relações sexuais), recebe instruções sobre o acasalamento, é pintada com tatuagens
púbicas (mikonda) para fins eróticos e, juntamente, com o seu futuro noivo, procede a diversos
rituais que culminam na consumação do casamento dos dois jovens.
No que respeita à mucanda, que se efetua durante a puberdade, trata-se dum ritual de
iniciação masculina durante o qual as crianças são circuncidadas. Mucanda designa o campo
cercado com palhotas redondas, no qual os iniciados, tundandji (plural de kandandji), vivem
afastados das suas famílias por um período de um a dois anos. A iniciativa de um ritual mucanda
é tomada pelo chefe da aldeia. A máscara kalelwa marca o início e o fim do ritual e proíbe
severamente a aproximação de mulheres à mucanda.
Mascaras
Salienta-se que a palavra mukishi (plural de akishi) indica que um espírito ancestral ou da natureza
encarna na máscara. O mascarado não é identificável, pois está encoberto com a máscara e com
um fato feito de fitas entrelaçadas que lhe cobre as mãos e os pés. Segundo a tradição dos Tshokwe,
aquele que põe a máscara perde as suas qualidades humanas e incorpora o espírito.
Este povo desenvolveu também uma arte de corte refinada e poderosa, sobretudo, através
da escultura de estátuas, cetros, tronos, instrumentos de música, entre outros.
Pensador
Este povo desenvolveu também uma arte de corte refinada e poderosa, sobretudo, através
da escultura de estátuas, cetros, tronos, instrumentos de música, entre outros. De destacar a famosa
estatueta do Pensador ou Velhol (Kalamba Kulu), que se tornou um símbolo de Angola.
Vale ressaltar que, a figura do Rei no reino dos Tchokwe, equivale ao soba grande ou
regedor noutras províncias que, pelo seu estatuto, tem a prorrogativa de coordenar os demais sobas.
Importa frisar, ainda, que o Mwata no reino Tchokwe corresponde ao soba nas demais regiões de
Angola. Em algumas províncias, encontramos também os sekulos que, se dedicam em auxiliar os
sobas. Cada soba tem o seu sekulo.
A estrutura organizativa dos Tchokwe demonstra que, distante da administração colonial
que estruturou a hierarquia das Autoridades Tradicionais de forma singular, os povos autóctones
têm a sua particularidade. Ou melhor, cada grupo se estrutura conforme os seus preceitos.
A composição da corte real é, ordinariamente, constituída pelos Myana Ngana que exercem
a dupla função de regedores e conselheiros. Em geral, os Myana Ngana integram a família real,
isto é, são os irmãos, tios, sobrinhos e filhos do Rei. Os Myana Ngana ocupam um papel político
de grande valor, sobretudo pelo poder que detêm aquando da sucessão de um novo Rei. Os Myana
Ngana, para além de aconselharem o Rei em assuntos administrativos, assessoram também em
matérias normativa e de resolução de conflitos.
Os jangos funcionam como uma espécie de tribunais de justiça do reino para a resolução
de conflitos. Cada regedoria dispõe de um jango e juízes responsáveis por julgar crimes
comunitários. O destaque recai sobre o jango do Rei que, de forma particular, desfruta dos seus
próprios juízes. O jango do Rei atua, na prática, como um supremo tribunal. Nesse jango, são
resolvidas, apenas, situações extremas, ou melhor, o jango do Rei opera, de fato, quando os demais
jangos com os seus juízes não conseguem resolver um problema que requer, por certo, a máxima
atenção do Rei e da corte real.
Conclusão
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
https://www.hoteisangola.com/noticias/povo-tchokwe.html
Coppe, C. & Santos. C. (2019). O contexto cultural e o contexto escolar em Angola: conhecendo
Nzongo – unidade de medida do povo Chokwe na comuna de Camaxilo.