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Estudo de Impacte Ambiental

HU BEN
INVESTIMENTOS E INDÚSTRIAS, LDA

PEDREIRA HU BEN
UNIDADE DE EXPLORAÇÃO DE INERTES

setembro/outubro 2020
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

ILHA DE SANTIAGO

ZONA DE FORNO VARELA


MUNINCIPIO DA S. DOMINGOS

ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL


PEDREIRA HU BEN

Proponente: Empresa Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.

Projeto: Pedreira HU BEN

Localização do projeto: Fontes Almeida - Forno Varela – São Domingos - Ilha de Santiago.

Coordenação/Consultores do EIA: Eng. Nilton Gomes. OECV 1111, Mestre Engenharia de


Ambiente), Eng.º Mário Oliveira (Eletromecânico), Dr. Euclides Gonçalves (Biologia)

Data da elaboração: setembro/outubro 2020

Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.


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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

Conteúdo
PARTICIPAÇÃO PÚBLICA...................................................................................................................... 6
ENTIDADES CONTACTADAS E/OU CONSULTADAS: ............................................................................. 6
1.1. PROPONENTE DO PROJETO ......................................................................................................... 7
1.2. ENTIDADE LICENCIADORA............................................................................................................ 8
1.3 AUTORIDADE DE AIA ..................................................................................................................... 8
1.4. IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DAS PARTES INTERESSADAS E AFETOS AO PROJETO........................ 8
1.5 ENQUADRAMENTO LEGAL ............................................................................................................ 9
1.6. ÁREAS SENSÍVEIS NA ÁREA DE PROJETO .......................................................................... 10
1.7. ANTECEDENTES DO PROJECTO .................................................................................................. 11
2.1. METODOLOGIA E ESTRUTURA DO EIA ....................................................................................... 12
2.1.1. Metodologia Geral .............................................................................................................. 12
2.2. ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO EIA ........................................................................................ 16
3. OBJECTIVOS, JUSTIFICAÇÃO DO PROJECTO E ALTERNATIVAS .......................................................... 18
3.1. JUSTIFICAÇÃO DA OPÇÃO DE LOCALIZAÇÃO PROPOSTA ........................................................... 19
3.2. ALTENATIVAS DE LOCALIZAÇÃO AO PROJECTO ......................................................................... 20
4. DESCRIÇÃO DO PROJETO .................................................................................................................. 21
4.1. LOCALIZAÇÃO DO PROJECTO ..................................................................................................... 21
4.1.1 Características da área de intervenção do projeto .............................................................. 24
4.2. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO PROJETO .................................................................................... 26
4.3 FASE DE INSTALAÇÃO.................................................................................................................. 27
4.5 FASE DE EXPLORAÇÃO ................................................................................................................ 29
4.5.1 Descrição do processo de laboração da pedreira ................................................................ 29
4.5.2 Ciclo produtivo ..................................................................................................................... 33
4.5.3. Recursos humanos .............................................................................................................. 35
4.5.4 Água, Energia e Sistema de esgotos. ................................................................................... 35
4.5.5 Definição da zona de influência do projeto ......................................................................... 35
4.6. PLANOS DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO EM VIGOR NA ÁREA DE PROJETO .......... 36
5.CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA............................................................................. 37
5.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ILHA DE SANTIAGO E DO MUNICÍPIO DE S. DOMINGOS ............. 39
5.2 CLIMA .......................................................................................................................................... 40
5.3 GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA.................................................................................................. 41
5.4 SOLOS E USO DOS SOLOS ............................................................................................................ 44
5.5 RECURSOS HÍDRICOS................................................................................................................... 46
5.6. SISTEMAS ECOLÓGICOS ............................................................................................................. 48
5.7. QUALIDADE DO AR ..................................................................................................................... 52
5.8. AMBIENTE SONORO ................................................................................................................... 54
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5.9. PAISAGEM .................................................................................................................................. 55


5.10. ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO ............................................................................................ 58
5.11. SOCIOECONOMIA..................................................................................................................... 58
5.12. PATRIMONIO ............................................................................................................................ 59
5.12. RISCOS NATURAIS E ANTROPICOS ........................................................................................... 59
5.13. RESÍDUOS ................................................................................................................................. 61
5.12.1. Resíduos Mineiros ............................................................................................................. 61
5.12.2 Resíduos não Mineiros ....................................................................................................... 62
6. ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO SEM A IMPLANTAÇÃO DO PROJECTO ..................... 65
7. AVALIAÇÃO DE IMPACTES AMBIENTAIS ........................................................................................... 66
7.1 METODOLOGIA DE PREVISÃO E AVALIAÇÃO DE IMPACTES AMBIENTAIS .................................. 67
7.2. IDENTIFICAÇÃO DE IMPACTES AMBIENTAIS .............................................................................. 69
7.2.1. CLIMA .................................................................................................................................. 69
7.2.2 GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA........................................................................................... 70
7.2.3 SOLO E USO DO SOLO .......................................................................................................... 72
7.2.4 RECURSOS HÍDRICOS............................................................................................................ 74
7.2.5 SISTEMAS ECOLÓGICOS ....................................................................................................... 76
7.2.6 QUALIDADE DO AR ............................................................................................................... 78
7.2.7. AMBIENTE SONORO ............................................................................................................ 79
7.2.8. PAISAGEM ........................................................................................................................... 80
7.2.9. ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO ....................................................................................... 82
7.2.10. SÓCIO-ECÓNOMIA ............................................................................................................ 83
7.2.11. PATRIMONIO ..................................................................................................................... 84
2.2.12. RESÍDUOS .......................................................................................................................... 85
7.3. IMPACTES CUMULATIVOS ...................................................................................................... 85
7.3.1. Clima ................................................................................................................................... 86
7.3.2. Geologia e Geomorfologia .................................................................................................. 86
7.3.3. Recursos Hídricos ................................................................................................................ 86
7.3.4. Biodiversidade..................................................................................................................... 87
7.3.5. Socioeconómico .................................................................................................................. 87
7.3.6. Paisagem ............................................................................................................................. 88
7.3.7. Ambiente Sonoro ................................................................................................................ 89
7.3.8. Qualidade do Ar .................................................................................................................. 89
7.4. AVALIAÇÃO GLOBAL DE IMPACTES ............................................................................................ 90
8.MEDIDAS DE MITIGAÇÃO E GESTÃO AMBIENTAL ............................................................................. 95
8.1. MEDIDAS PROPOSTAS DE MITIGAÇÃO DE IMPACTES AMBIENTAIS SIGNIFICATIVOS ............... 95
8.1.1. Clima ................................................................................................................................... 98

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8.1.2. Geologia, Geomorfologia e Recursos minerais ................................................................... 98


8.1.3. Solos e Capacidade de Uso do Solo .................................................................................... 99
8.1.4. Recursos Hídricos .............................................................................................................. 100
8.1.5. Biodiversidade................................................................................................................... 101
8.1.6. Socioeconómica ................................................................................................................ 102
8.1.7. Paisagem ........................................................................................................................... 102
8.1.8 Ambiente Sonoro ............................................................................................................... 104
8.1.9 Qualidade do Ar ................................................................................................................. 105
8.1.10. Resíduos .......................................................................................................................... 106
9. PLANO DE MONITORIZAÇÃO.......................................................................................................... 107
9.1. METODOLOGIA DE MONITORIZAÇÃO...................................................................................... 109
9.1.1. Objetivos da Monitorização .............................................................................................. 109
9.1.2. Discriminação das Atividades de Monitorização .............................................................. 109
9.1.3. Definição de Critérios de Avaliação de Desempenho ....................................................... 109
9.1.4. Determinação das Causas do Desvio ao Desempenho Previsto ....................................... 110
9.1.5. Planos de Monitorização................................................................................................... 110
9.1.7. Paisagem ........................................................................................................................... 111
9.1.8. Ruído ................................................................................................................................. 112
9.1.9. Qualidade do Ar ................................................................................................................ 112
9.1.10. Resíduos .......................................................................................................................... 112
9.2 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DA MONITORIZAÇÃO ....................................................... 113
9.3. REVISÃO DO PLANO DE MONITORIZAÇÃO .............................................................................. 114
10.LACUNAS TÉCNICAS DE INFORMAÇÃO .......................................................................................... 115
11. AVALIAÇÃO GLOBAL DO PROJECTO ........................................................................................ 116
12.BIBLIOGRAFIA................................................................................................................................. 120
13.ANEXOS .......................................................................................................................................... 122
PLANTA DE LOCALIZAÇÃO ................................................................................................................... 122
DECLARAÇÃO CAMARA MUNICIPAL SÃO DOMINGOS........................................................................ 125
PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL.......................................................................................................... 126
PROTOCOLO DE ENTENDIMENTO ....................................................................................................... 134

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ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 - Matriz de Leopold (simplificada). ......................................................................................................... 14
Tabela 2 - Equipamentos fixos afetos a pedreira Hu Ben. .................................................................................... 34
Tabela 3 - Equipamentos moveis afetos a pedreira Hu Ben ................................................................................. 34
Tabela 4 - Funcionários afetos à Pedreira Hu Ben ................................................................................................ 35
Tabela 5 - Características das zonas climáticas do município de S. Domingos. .................................................... 41
Tabela 6 - Classificação dos solos na ilha de Santiago. ......................................................................................... 45
Tabela 7 - Resumo de todos os resíduos não mineiros resultantes da atividade da “Pedreira Hu Ben”. ............ 64
Tabela 8 - Principais fontes emissoras, suas características e principais poluentes emitidos. ............................. 79
Tabela 9 - Característica/Valor e Símbolo dos Impactes. ..................................................................................... 90
Tabela 10 - Matriz Global de impactes ................................................................................................................. 91
Tabela 11 - Parâmetros a monitorizar durante as fases de exploração e descativação. .................................... 108

ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 - Localização da zona da implantação do projeto, Pedreira Hu Bem (14.35 há), no município de São
Domingos, ilha de Santiago, Cabo Verde. ............................................................................................................. 22
Figura 2 - Ilustração da disposição física da Pedreira Hu Bem. Legenda: 1- zona de exploração; 2 – Stock; 3 –
Vendas; 4 – Administrativos, área social e auxiliares. .......................................................................................... 22
Figura 3 - Classificação dos espaços do Município da Ribeira Grande de Santiago, segundo o PDM - Plano
Diretor Municipal, 2008. ....................................................................................................................................... 23
Figura 4 - Ilustração da vertente a ser explorada. ................................................................................................ 26
Figura 5 - Acesso a Pedreira, a partir de rotunda de Trindade – circulara da Praia. ............................................ 28
Figura 6 - Tipologia de infraestruturas para zona de apoio. ................................................................................. 29
Figura 7 - Esquema geral da atividade extrativa. .................................................................................................. 31
Figura 8 - Retroescavadora no processo de desmonte a ser utilizada na pedreira. ............................................. 31
Figura 9 - Aspeto de uma Unidade de britagem a ser instalada. .......................................................................... 32
Figura 10 - Modelo de maquinarias a serem utlizados na pedreira Hu Ben, no município de São Domingos. .... 32
Figura 11 - Modelo básico de ciclo produtivo de uma pedreira. .......................................................................... 33
Figura 12 - Ciclo da produção da pedreira a ser implementado. ......................................................................... 34
Figura 13 - Enquadramento da ilha de Santiago no contexto de Cabo Verde. ..................................................... 39
Figura 14 - Área de Escoada basáltica a superfície na zona de pedreira. ............................................................. 42
Figura 15 - Área a ser nivelada para implantação das infraestruturas de apoio. ................................................. 42
Figura 16 - Material Basáltico a superfície............................................................................................................ 43
Figura 17 - Morfologia - aspeto do terreno. ......................................................................................................... 44
Figura 18 - Pratica de agricultura na área envolvente do Projeto. ....................................................................... 46
Figura 19 - População de Prosopis juliflora na área do Projeto. ........................................................................... 51
Figura 20 - Vista da zona de pedreira em direção a Cidade da Praia. .................................................................. 56
Figura 21 - Vista do terreno em direção pedreira Huang. .................................................................................... 57
Figura 22 - Vista da estrada de acesso para o local de implantação da Pedreira (fraca visibilidade)................... 57

Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.


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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

PARTICIPAÇÃO PÚBLICA

Não obstante a lei recomendar a participação púbica na elaboração do EIA, dada a situação
pandémica que se vive, em particular com o aumento de número de casos na ilha, não foi
possível organizar esta atividade. Contudo, a implementação do projeto não interfere
diretamente com nenhuma população, não representando nenhum risco para as populações,
uma vez que a população mais próxima da zona de implantação do projeto dista cerca de 700
do mesmo.

De referir que foram contactados varias instituições para dar a conhecer e recolher subsídios
para o projeto.

ENTIDADES CONTACTADAS E/OU CONSULTADAS:

DNA – DIREÇÃO NACIONAL DO AMBIENTE


MINISTÉRIO DAS FINANÇAS
CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO DOMINGOS
LIDERES COMUNITÁRIO LOCAL
DGT – DIRECÇÃO GERAL DE INDUSTRIA E COMÉRCIO
INE – INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA

Agradece-se a colaboração prestada por estas entidades para a elaboração do presente


Estudo de Impacte Ambiental (EIA).

Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.


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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

1.INTRODUÇÃO
O presente trabalho consiste na apresentação do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) do
projeto privado intitulado “Pedreira Hu Ben", Unidade de Exploração de Inertes, a localizar-
se na Zona de Forno Varela - Fontes Almeida, Município de S. Domingos, a ser explorada
pela “Empresa Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.,”.

O projeto a ser apresentado diz respeito à exploração de uma pedreira, numa extensão de,
aproximadamente, 14,35, tendo a sua finalidade de providenciar materiais inertes, britas e
areias (finas e grossas) e pedras para construção civil a todo o mercado da ilha Santiago
(região sul e do interior da ilha de Santiago (Santiago Norte)).

Refira-se que o EIA e a elaboração do Plano de Pedreira (PP), decorreu em simultâneo, pelo
que os dados, resultados e recomendações de ambos os documentos foram sucessivamente
integrados e conciliados. Assim, o objetivo da elaboração destes dois documentos é
identificar antecipadamente os principais impactes ambientais positivos e negativos
associados à Implementação da “Pedreira Hu Ben”, e dotar a empresa da informação
necessária a uma adequada Gestão Ambiental de todo o processo, de modo a garantir o
maior equilíbrio possível entre a área da pedreira e o meio biofísico, cultural e social que o
irá enquadrar.

O Estudo de Impacte Ambiental foi desenvolvido com o objetivo de responder aos


requisitos estabelecidos no Decreto-Lei nº 27/2020, de 19 de março, conjugado com o
Decreto-Lei nº 3/2015, de 6 de janeiro, referente à exploração de pedreiras.

1.1. PROPONENTE DO PROJETO

O proponente do Projeto de exploração da Pedreira Hu Ben é a Empresa Hu Ben –


Investimentos e Indústrias, Lda. – NIF 282447202, com sede na Fazenda perto dos
Bombeiros, Praia, Cabo Verde. Os seus contactos são: Tel. 9984565/ 9117770. A duração da
sociedade é por tempo indeterminado e esta tem por objetivos a conceção, produção e
aplicação de materiais de construção, e execução de infraestruturas necessárias à valorização
do património construído, em todo o território nacional ou estrangeiro. A sociedade poderá
ainda dedicar-se à venda de pré-fabricados de construção civil e obras públicas, bem como a
importação, exportação e comercialização de ligantes hidráulicos e seus derivados, em
consequência da sua atividade principal.

Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.


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1.2. ENTIDADE LICENCIADORA

A entidade licenciadora do projeto, sujeito a procedimento de Avaliação de Impacte


Ambiental (AIA) é, nos termos do número 1 do artigo 17º do Decreto-Lei n.º 3/2015, de 6
de janeiro, é a Direção Nacional do Ambiente ou, sem prejuízo do disposto no nº 4 pelo
município em cuja circunscrição territorial, a exploração se irá desenvolver.

1.3 AUTORIDADE DE AIA

A autoridade de AIA é a Direção Nacional do Ambiente do Ministério da Agricultura e


Ambiente, nos termos do Artigo 6º do Decreto-Lei n.º 27/2020, de 19 de março, que
estabelece como autoridade o serviço central do departamento governamental responsável
pela área do ambiente.

1.4. IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DAS PARTES INTERESSADAS E AFETOS AO


PROJETO

A parte interessada do presente projeto é, primeiramente o mercado da construção civil na


região sul e do interior da ilha de Santiago. Dado o aumento da demanda e a redução de
oferta do produto de qualidade no que tange inertes (pedra, britas e areias de diferentes
granulometrias) o promotor em concertação com a Câmara Municipal de São Domingos,
insta e fornecer ao mercado da região sul, interior e norte da ilha, o produto (inertes) de
qualidade de modo a garantir a qualidade das obras e contribuir na ascensão da construção
civil em torno da ilha.
O Município de São Domingos conquista assim, mais uma unidade industrial de referência
no município e na promoção da marca local. É uma das atividades e prioridades nas ações da
pedreira contribuir para o desenvolvimento do município, estreitar parcerias com o município
em prol de um desenvolvimento sustentável em diversas vertentes.

Os aglomerados populacionais existentes circunjacentes da zona de exploração, têm na


pecuária e agricultura de subsistência as suas principais atividades geradoras económicas,
fustigados pela seca dos últimos anos e pela escassez das chuvas, agravado pelas alterações
climáticas, alguns sentiram-se obrigados a abandonarem as suas habitações a procura de um
mercado de trabalho na cidade da Praia. A implementação da indústria extrativa na região irá
contratar a mão-de-obra local garantindo assim, uma fonte de rendimento fixo à população,

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sem prejuízo na atividade pecuária, visto que, aproximadamente, 90% da área na região é
Silvo Pastoril.
Em suma, o projeto contribuirá para a redução da vulnerabilidade económica no município e,
de fora indireta, em torno da ilha de Santiago.

1.5 ENQUADRAMENTO LEGAL

O presente estudo tem por base os princípios, orientações e diretivas constantes da


Legislação Cabo-verdiana vigente, designadamente:
A Lei de Base da Política do Ambiente que estabelece as bases da política do ambiente
cabo-verdiano, orientada pelos princípios de prevenção, baseando -se na redução ou
eliminação das causas dos impactes ambientais negativos e/ou correção dos efeitos das
ações ou atividades suscetíveis de alterarem a qualidade do ambiente.

O Decreto-Legislativo n.º 14/97 especifica no seu artigo 3.º que os planos, projetos,
trabalhos e ações que pela sua natureza, dimensão ou localização, são suscetíveis de
provocar incidências significativas no ambiente, o território e a qualidade de vida dos
cidadãos, ficam sujeitos a um processo prévio de avaliação de impacte ambiental como
formalidade essencial para o licenciamento da obra ou trabalho. Este decreto estipula ainda,
no seu artigo 32.º, n.º 3, que a exploração de pedreiras deve ser feita de forma controlada, a
fim de não causar danos ao ambiente, designadamente a deterioração da paisagem e
ambiente circunvizinho, e a não constituir perigo para a segurança da vida humana e bens.
O Decreto-Lei nº 27/2020 de 19 de março, que estabelece o regime jurídico da Avaliação
de Impacte Ambiental de projeto públicos e privados suscetíveis de provocarem impactes
no ambiente.

O Decreto-Lei nº56/2014 de 7 de outubro estabelece o regime jurídico de revelação e


aproveitamento de recursos naturais existentes no solo e subsolo, genericamente designados
por recursos geológicos. Integrados ou não no domínio público do Estado, com a exceção
das ocorrências de hidrocarbonetos. Nos termos do ponto 1 do artigo 6º os estabelecimentos
de massas minerais tomam a designação de pedreiras, e sua exploração é remetida para
legislação específica.

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Assim, o Decreto-Lei nº3/2015 de 6 de janeiro define o regime jurídico de aproveitamento


de massas minerais, compreendendo a sua exploração.

Plano Diretor Municipal (PDM) de São Domingos, publicado na - II SÉRIE — Nº 45 «B.


O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE de 26 de novembro de 2008.

Institucional

Os organismos do estado que se ocupam da área do ambiente em Cabo Verde são: a


Assembleia Nacional, através da Comissão Especializada para a Agricultura, Ambiente
Energia e Água; o Governo através do Ministério de Agricultura e Ambiente, envolvendo
ainda organismos como a Direção Nacional do Ambiente, a Comissão Nacional para o
Ambiente e a Comissão Nacional da Água; os Municípios através dos Pelouros do Ambiente
e das Equipas Técnicas Municipais Ambientais; e diversas organizações não-governamentais
(ONG’s).

A nível institucional realça-se ainda o papel preponderante da Direção Nacional do


Ambiente (DNA) com atribuições e competências de concorrer para a definição da política
nacional para o ambiente, participar na elaboração dos planos, programas e projetos relativos
às atividades de ambiente e recursos naturais, definir medidas de avaliação da qualidade da
água, do ar e do ambiente acústico.

1.6. ÁREAS SENSÍVEIS NA ÁREA DE PROJETO

De acordo com do Decreto-Lei n.º 3/2003, de 24 de fevereiro, considera como “áreas


sensíveis” as seguintes áreas:

Área sensível: Reservas Naturais, Parques Nacionais, Parques Naturais, Monumentos


Naturais, Paisagens Protegidas e Sítios de Interesse Cientifico que integrem a Rede Nacional
de Áreas Protegidas, ao abrigo do disposto no Decreto-Lei nº 3/2003, de 24 de fevereiro,
alterado pelo Decreto-Lei nº 44/2006 de 28 de agosto;

Os Sítios da Rede Natura 2000, zonas especiais de conservação e zonas de proteção especial;

A área do projeto encontra-se na fora de qualquer área sensível.


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1.7. ANTECEDENTES DO PROJECTO

Tendo sido o projeto de pedreira Hu Ben, submetido ao processo de avaliação de impacte


ambiental na Direção Nacional do Ambiente, em dezembro de 2020.

O projecto de acordo com do DL 27/2020, de 19 de março foi categorizado como sendo de


categoria A, ou seja, o projeto enquadra-se na tipologia pedreiras, e não se insere em nenhum
plano com avaliação ambiental estratégica.

Dando o cumprimento ao DL nº 27/2020 de 19 de março, artigo 9° foi criada a comissão de


avaliação do projeto, constituída por três técnicos da DNA, um técnico do INGT e um técnico
da Direção Geral da Industria, para verificação de conformidade.

Uma vez criada a comissão de avaliação, efetuou-se a visita ao terreno, e da visita ao terreno
a comissão, solicitou algumas informações adicionais, que já foram incorporados no estudo e
constatou que o projeto é incompatível que o uso estabelecido no PDM de São Domingos,
situação esta que esta sendo resolvida com a câmara municipal sendo, este processo
agendado para reunião da assembleia da Camara Municipal de S. Domingos, onde a área
pretendida para a exploração e extração de inertes será desanexada da zona classificada como
ASP e classificada como área não edificáveis, zona industrial mista e extrativa.

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

2. METODOLOGIA DO EIA E DESCRIÇÃO GERAL DA ESTRUTURA DO EIA

2.1. METODOLOGIA E ESTRUTURA DO EIA

O projeto iniciou-se pela estruturação do projeto em duas fases, nomeadamente a fase de


exploração e a fase de recuperação/desativação. Para cada uma das fases foram identificados
e caracterizados os impactes esperados, assim como as respetivas medidas de mitigação.

2.1.1. Metodologia Geral

A metodológica desenvolvida, para a seleção dos descritores e componentes ambientais


considerados relevantes e suscetíveis de sofrer afetação direta e/ou indireta nas fases de
instalação e exploração do projeto, teve em conta as caraterísticas ambientais do local de
implantação do Projeto e a sua funcionalidade face às caraterísticas intrínsecas do tipo de
projeto.

De acordo com a regulamentação do procedimento de AIA, no presente EIA apresentam-se


o seguinte âmbito e metodologia geral, para cada um dos descritores ambientais analisados:

a) Objetivos e justificativa do projeto


Nesta sessão será apresentado o objetivo geral e específicos delineados definidos pelo
promotor, assim como também, a necessidade da implementação do projeto.

b) Descrição do Projeto
A metodologia geral que foi seguida para a execução do presente EIA dividiu -se em várias
fases. Seguidamente será efetuada uma descrição de cada uma das fases da metodologia
implementada para a execução do EIA.

c) Caracterização da Situação Ambiental de Referência;


De forma a sustentar a pesquisa anteriormente efetuada foram realizadas várias visitas,
suportadas por trabalho de campo específico, de modo a aferir com o rigor necessário as
diferentes componentes do projeto. Este reconhecimento teve especial importância para as
componentes fauna, flora, recursos hídricos, ruido, qualidade do ar, património cultural e
geologia/geomorfologia. É de salientar que grande parte do levantamento da situação de
referência foi baseado no levantamento de campo da zona em estudo.

Segue-se a caracterização da situação de referência, que tem como objetivo a


caracterização detalhada da situação ambiental antes da implementação do projeto.
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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

Neste ponto são considerados os aspetos mais relevantes e, concretamente, os que foram,
direta ou indiretamente influenciados pela implementação do projeto. Desta forma, foram
selecionados os seguintes descritores:

1. Clima;
2. Geologia e Geomorfologia;
3. Solos e Uso dos Solos;
4. Recursos Hídricos;
5. Sistemas Ecológicos (Fauna e Flora);
6. Qualidade do Ar;
7. Ambiente Sonoro;
8. Paisagem;
9. Ordenamento e Condicionantes
10. Sócio -Economia;
11. Património
12. Riscos naturais e antrópicos (incluindo a Vulnerabilidade ás alterações climáticas
13. Resíduos

d) Recolha e Analise de Informação


Após a estruturação do projeto, iniciou-se a recolha e análise de informação. Deste modo,
foi efetuada uma pesquisa do maior número de informação disponível para a área em
apreço, designadamente ao nível da cartografia disponível, a existência e estudos específicos
relativos à zona de projeto, bem como outros elementos bibliográficos publicados
considerados relevantes. Foram ainda consultadas várias entidades públicas e privadas, com
o objetivo da obtenção de informação técnica relevante para o projeto.

Foram realizadas reuniões com o proponente, com o objetivo de conhecer o projeto, bem
como de recolher todos os elementos disponíveis. Identificaram-se diversos elementos para
a avaliação de impactes, rentabilizando desde logo os recursos existentes.

Realizou-se uma visita conjunta à zona de intervenção do projeto, para permitir uma melhor
e mais célere familiarização da equipa do EIA com o projeto e as suas condicionantes. Por
último, foram estabelecidos diversos contactos com as entidades oficiais detentoras da
informação ambiental existente, no sentido de recolher a informação de base disponível para
essa zona de implementação do projeto, nomeadamente a Câmara Municipal de São
Domingos.

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e) Caracterização e Previsão dos Possíveis Impactes Ambientais e Medidas de


Mitigação

Nesta etapa é feita a avaliação de impactes através da definição de limiares para a avaliação
dos impactes. Estas categorias relativas resultam da análise de peritos sectoriais e da
comparação de valores disponíveis em documentos técnicos, obtendo-se assim uma relação
entre valores reais e esta categorização dos impactes passíveis de afetarem
significativamente a qualidade do meio ambiente e/ou de vida da população residente na
área envolvente da pedreira.

Serão apresentados os meios de entrosamentos entre as principais ações do projeto (agentes


impactantes) com os fatores relevantes do ambiente e do meio social. As avaliações dos
impactes gerados pela instalação e exploração do projeto serão efetuadas com base nos
pontos de intercessão das ações impactantes das atividades com os agentes ambientais que
podem ser modificados, integrando a matriz simplificada de Leopold
(http://ponce.sdsu.edu/la_matriz_de_leopold.html), numa descrição de seus efeitos e caracterização
qualitativa assente fundamentalmente nos seguintes parâmetros:

Tabela 1 - Matriz de Leopold (simplificada).


Natureza / Aspetos Positivo Negativo
Incidência Direto Indireto
Temporalidade Temporário Periódico Permanente
Dimensão Espacial Local Regional Nacional
Reversibilidade Reversível Irreversível
Magnitude/Intensidade Reduzida Media Elevada
Direto / Pouco
Forma/Significância Significativo significativo Indireto / Pouco significativo

Os aspetos presentes na tabela acima devem ser entendidos da seguinte forma:


Natureza – Critério que permite analisar quais os efeitos das alterações sobre os
descritores ambientais.

Incidência – Permite classificar um impacte se é direto, quando é gerado pelas ações


do próprio projeto ou pela influência do mesmo, indireto.

Temporalidade – Esta pretende distinguir os impactes que se manifestam apenas


durante um período de tempo (temporário), ocasionalmente ao longo da vida útil do

Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.


14
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

projeto (periódico) ou se manifesta durante todo o período de vida do projeto


(permanente).
Dimensão Espacial – Critério utilizado para distinguir a extensão do impacte
referente a recetores como área geográfica, população e outros.

Reversibilidade – Relação com as consequências ao longo do tempo, critério que


distingue se os efeitos permanecem no tempo ou se extinguem-se quando a atividade
causadora é suspensa. Analisa o estado de recuperação (ou não) do descritor ambiental
afetado.

Magnitude / Intensidade – Permite determinar o grau de agressividade de cada ação


e a sensibilidade dos fatores ambientais afetados. A Intensidade classifica
quantitativamente ou qualitativamente o grau de incidência de um impacte sobre um
parâmetro ambiental num contexto do universo ambiental.

Forma /Significância – Critério utilizado para discriminar o tipo de incidência diretas


ou indiretas dependendo das ações induzidas. A significância é um critério cujo
significado é influenciado por outros descritores do impacto.

Após a identificação e avaliação dos impactes serão apresentadas as medidas de mitigação


dos impactes. Estas têm como objetivo evitar, reduzir, ou compensar os impactes negativos
decorrentes da implementação do projeto e identificados para cada um dos descritores.

f) Monitorização
Após a caracterização e avaliação dos impactes, da definição das medidas de mitigação dos
mesmos e da identificação dos principais indicadores ambientais, estabeleceu-se um plano
de monitorização e gestão ambiental. O plano de monitorização e gestão ambiental tem
como objetivo avaliar o impacte do plano de ação e o respetivo desenvolvimento das ações
adotadas.

Esta sessão descreve o programa de monitorização previsto para a fase de instalação e


exploração, incluindo os aspetos relevantes de um sistema de gestão ambiental na fase de
exploração.

Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.


15
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

2.2. ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO EIA


O conteúdo estrutural considerado para apresentação do presente EIA, privilegiou a melhor
forma de expor toda a informação recolhida e analisada ao longo da elaboração do estudo,
tendo sido organizado em 3 (três) volumes técnicos fundamentais e complementares,
conforme previsto no Decreto-Lei 27/2020 de 19 de março, conjugado com o Decreto-Lei nº
3/2015.

Neste sentido, o presente EIA é composto por três seções, nomeadamente: o Resumo Não
Técnico (RNT) que será apresentado em documento separado, cujo objetivo reside em
resumir em linguagem simples e acessível, a todos os interessados o trabalho, desenvolvido
no Estudo de Impacte Ambiental (EIA); o Relatório Síntese (RS), que enquadra toda a
informação relevante; Plano de Pedreira e os Anexos, nos quais constam todas as
informações complementares.
Desta forma a estrutura geral do EIA é composta por:

Volume I – Relatório Síntese

Este relatório é constituído por 11 capítulos, mais bibliografia, cujos conteúdos genéricos se
resumem de seguida.
Capítulo 1: Introdução – Foi contextualizado o projeto nomeadamente no que diz
respeito à sua designação e à sua fase. Foram identificados os principais aspetos do
projeto no que se refere às responsabilidades de execução do mesmo, da respetiva
entidade licenciadora, o período de elaboração do EIA e antecedentes da “Pedreira Hu
Ben”;
Capítulo 2: Metodologia e Descrição Geral da Estrutura do EIA – Que correspondem
ao presente capítulo;
Capítulo 3: Objetivos e Justificação do Projeto - Identificam-se os objetivos do
projeto, apresenta-se a respetiva justificação, abordando-se ainda a respetiva
conformidade com os instrumentos de gestão territorial em vigor, apresentando-se
ainda os benefícios esperados e implicações da sua não realização;
Capítulo 4: Descrição do Projeto - Descreve-se a localização e a conceção geral do
projeto;
Capítulo 5: Caracterização da Situação de Referência - Descreve-se a situação
ambiental da área em estudo antes da implementação do projeto, analisando -se as
componentes ambientais mais suscetíveis de serem perturbadas pela exploração,
recuperação e desativação do mesmo;
Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.
16
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

Capítulo 6: Evolução do Estado do Ambiente Sem o Projeto - Descreve-se um


cenário previsível da evolução da situação atual na ausência do projeto, ou seja, a
alternativa zero, e que deveria ser a base para a avaliação de impactes, se fosse
possível caracterizá-la com pormenor, à semelhança do efetuado para a caraterização
do estado atual do ambiente;
Capítulo 7: Avaliações de Impactes Ambientais - Identificam-se e avaliam-se os
principais impactes negativos e positivos decorrentes das fases de exploração,
recuperação e desativação do projeto e avaliam -se os impactes cumulativos;
Capítulo 8: Medidas de Mitigação - Identificam-se um conjunto de medidas que
permitem enquadrar ambientalmente o projeto e, por outro lado, definem - se medidas
de valorização para os impactes positivos gerados pelo mesmo;
Capítulo 9: Monitorização e Gestão Ambiental - Identifica-se um plano de
monitorização para o projeto em análise, nomeadamente nas componentes onde o
acompanhamento é essencial para a adequada gestão ambiental do projeto e/ou para
clarificar a eficácia de algumas das medidas minimizadoras propostas;
Capítulo 10: Lacunas de Conhecimento - Identificam-se as principais lacunas de
conhecimento ou deficiências de informação que surgiram no decorrer do EIA;
Capítulo 11: Avaliação Global - As principais avaliações do estudo efetuado;
Capítulo 12: Referências Bibliográficas. Anexos

Volume II - Resumo Não Técnico


Este volume, tal como referido, que contém, numa linguagem não técnica, as disposições
impostas nos termos do previsto no Decreto-Lei nº 27/2020 de 19 de março, que estabelece
o regime jurídico da Avaliação de Impacte Ambiental. Destina-se a uma divulgação
alargada das informações veiculadas no Relatório Síntese, pelo que contém os dados
essenciais do EIA numa linguagem mais simplificada e acessível ao público em geral.

Volume III – Plano de Pedreira

O Plano de Pedreira constitui um documento técnico, que descreve todas as atividades


associadas à existência da pedreira e no qual se incluem, o método de exploração, os
sistemas de extração e transporte, os sistemas de abastecimento e escoamento, o plano de
Segurança e o Plano de Recuperação Paisagística.

Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.


17
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

3. OBJECTIVOS, JUSTIFICAÇÃO DO PROJECTO E ALTERNATIVAS


Na expectativa de diversificação da sua atividade industrial, a sociedade identificou uma
grande lacuna no mercado de Santiago Norte, o aumento da demanda nos concelhos do
interior da ilha na região de Santiago Sul relativo á produção e venda de inertes em termos
de quantidade e qualidade.

A localização da zona de extração é estratégica, pois, permitirá dar vazão às demandas dos
mercados nas regiões de Santiago Sul e do Norte, acrescentado o produto de qualidade nos
mercados da ilha, a um preço mais acessível, e assim alavancar a construção civil.

Ora, se o combate a apanha de areia e outros inertes é um imperativo, o mercado da


construção civil não deixa de ter a sua importância decisiva na economia, pelo que, para que
o combate à apanha de areia seja eficaz, impõe-se uma alternativa ao fornecimento de
inertes, por isso, a exploração de uma pedreira para produção de inertes posiciona-se como
definitivo.

Este projeto justifica-se pelo facto de apesar da crise económica nacional e mundial ter
atingido níveis preocupantes, o sector da construção civil, continua dinâmico tanto em Cabo
Verde como na costa Ocidental da África, onde a existência de basalto é nula.

A Carta Geológica da ilha de Santiago, conforme pode ser confirmado no Plano de Lavra
de na descrição da componente geológica da área em estudo, comprova a existência de
importantes reservas de rocha basáltica na zona, com características adequadas para
aplicação nas diferentes componentes das obras civis. As visitas de terreno efetuadas ao
local comprovaram o conteúdo da literatura existente e fornecem informações adicionais
sobre o material, consideradas relevantes, e que se encontram detalhadas no Plano de Lavra
em anexo e no capítulo Situação de referência.

O projeto de exploração da Pedreira Hu Ben, constituído pela pedreira surge, assim, para a
empresa Hu Ben, Lda. como uma consequência natural da situação crítica de inertes
existente na ilha de Santiago e como uma estratégia de crescimento da empresa, no sentido
do alargamento das suas valências, assumindo-se como um dos pilares da sua
sustentabilidade.
Desta forma o presente projeto (EIA) tem como principal objetivo garantir a construção
civil de qualidade na ilha de Santiago, e particular na região de Santiago Norte, através de

Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.


18
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

fornecimentos de inertes (pedras, areias e britas) de qualidade, sem comprometer a


integridade ambiental, social económico na região de extração.
Apresenta ainda os seguintes objetivos específicos:

 Averiguação e obtenção de informações relevantes sobre os potenciais impactes do


projeto ao ambiente natural, social e económico na região, focalizada em assuntos-
chave;
 Auxiliar, de modo técnico e científico, o promotor na identificação de medidas de
minimização e na definição de diretrizes de monitorização dos potenciais efeitos
adversos;
 Auxiliar o promotor para uma tomada de decisão sobre o licenciamento,
devidamente informada;
 Informar o público e as entidades interessadas. Sendo a metodologia a utilizar deve-
se respeitar às orientações das autoridades nacionais, dado a conjuntura mundial
da pandemia do Corona Vírus Covid-19, restringindo a aglomeração e
ajuntamento de pessoas.

3.1. JUSTIFICAÇÃO DA OPÇÃO DE LOCALIZAÇÃO PROPOSTA

Apesar do território nacional, em geral, e da ilha de Santiago, em particular, possuírem


abundantes reservas basálticas, a maior parte dessas reservas encontra-se indisponível para
a maioria dos exploradores devido aos elevados investimentos necessários à sua
exploração, bem como aos impactes ambientais negativos associados à sua exploração.
A Pedreira Hu Ben, pertencente à Hu Ben, Lda, justifica-se, pelas seguintes razões:

 Existência de abundantes reservas basálticas, sendo que grande parte destas se


encontram disponíveis à superfície o que facilita a sua extração, quer do ponto de
vista económica quer ambiental;

 Existência de acessos rodoviários até às proximidades do terreno onde localiza-se a


pedreira;

 O facto de não existir nas proximidades do terreno a implantar o projeto, nenhum


aglomerado urbano;

 O terreno em questão não está incluído na rede nacional de áreas protegidas e nele
não foram encontrados espécies e habitats naturais que justifiquem uma
preservação especial devido ao seu elevado valor ecológico;
Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.
19
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

 O facto de o local ficar situado num ponto de difícil visibilidade para qualquer
observador que passa nas vias mais próximas;

 A proximidade relativa aos locais de consumo, pois o seu valor comercial não
suporta o transporte a grandes distâncias;

 A crescente escassez de reservas em termos de inertes comuns, devido à


dependência de terceiros ou às inúmeras condicionantes ambientais e de
ordenamento do território;

Deve-se ser salientado que instalação e exploração da referida pedreira no município de


São Domingos, permitirá que seja colocado nos mercados, a um preço mais acessível,
regionais de Santiago Sul e dos concelhos da zona interior da ilha, materiais de construção
de qualidade, nomeadamente areia, brita e pedra, e assim alavancar a construção civil nos
municípios.

3.2. ALTENATIVAS DE LOCALIZAÇÃO AO PROJECTO

A seleção da localização do presente projeto, bem como de qualquer unidade de


aproveitamento de recursos geológicos, está dependente da localização da matéria-prima,
dado que qualquer pedreira se encontra condicionada pela disponibilidade espacial e pela
qualidade do recurso natural. A este condicionalismo natural acrescem os condicionalismos
decorrentes dos compromissos e das opções de ordenamento estabelecidas para o território.

A seleção da presente área de implantação do projeto resultou de vários fatores,


nomeadamente: a ocorrência do recurso mineral, as acessibilidades, o acesso aos terrenos
(arrendamento/ concessão), a sensibilidade da área, as opções de uso de solo consignadas
nos planos de ordenamento do território em vigor. Desta forma, está a “Hu Ben, Lda.”
disposta a assegurar a adoção de todas as medidas de proteção ambiental que venham a ser
consideradas necessárias para melhor compatibilizar a atividade extrativa com a
preservação do património natural e a salvaguarda da qualidade de vida das populações.

Assim, a localização proposta é aquela que se afigura como viável, por este tipo muito
específico de rocha ornamental existir comprovadamente no local.
Em resumo, o aproveitamento de recursos geológicos só pode desenvolver-se onde exista
recurso. Devido a um incipiente conhecimento do território, raras vezes é promovida uma
verdadeira definição de áreas destinadas à indústria extrativa devidamente enquadradas nos
instrumentos de gestão territorial.
Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.
20
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

4. DESCRIÇÃO DO PROJETO
4.1. LOCALIZAÇÃO DO PROJECTO

A Empresa Hu Ben, Lda visa instalar uma unidade de exploração a céu aberto na vertente,
com recurso a maquinaria pesada, mas sem uso de explosivos.

A linha de transformação será montada em área contínua ao campo de lavra de modo a


diminuir o transporte de matérias-primas. A linha de transformação terá capacidade de
produzir, britas e areias em diferentes granulometrias usadas no mercado de construção
civil na ilha de Santiago. A capacidade instalada poderá produzir entre 170 a 250
toneladas/hora para britas e 60 a 160 toneladas/hora para areia. No entanto, a produção será
ajustada às demandas do mercado.

A área total é de 14,35 hectares, mas para a instalação da pedreira e seus anexos é de 5
(Cinco hectares).

Com essa localização tanto o acesso de equipamentos como o escoamento de produtos


acabados serão beneficiados por uma rodovia moderna que dá acesso à pedreira. Apesar do
relativo afastamento permite o recrutamento da mão-de-obra na localidade e gerar postos
de trabalhos permanentes na população residente.

A área de localização permite uma rápida recuperação a paisagem após a exploração das
rochas podendo a recuperação ser orientada para a silvicultura, pecuária ou urbanização.

Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.


21
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

Figura 1 - Localização da zona da implantação do projeto, Pedreira Hu Bem (14.35 há), no município de São
Domingos, ilha de Santiago, Cabo Verde.

Figura 2 - Ilustração da disposição física da Pedreira Hu Bem. Legenda: 1- zona de exploração; 2 – Stock; 3 –
Vendas; 4 – Administrativos, área social e auxiliares.

Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.


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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

Figura 3 - Classificação dos espaços do Município da Ribeira Grande


de Santiago, segundo o PDM - Plano Diretor Municipal, 2008.

Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.


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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

A zona de intervenção está inserida na área não edificáveis, classificada como zona de Agro-
Silvo-Pastoril (ASP), figura 3 e em Anexo, segundo o Plano Diretor Municipal (PDM) de
São Domingos, ilha de Santiago, Cabo Verde. No entanto, o PDM do município, elaborado
no ano de 2008, encontra-se írrito, tendo ultrapassado o seu prazo de validade, 12 anos, e
segundo a Câmara Municipal de São Domingos, o PDM encontra-se em fase de revisão,
sendo a área pretendida para a exploração e extração de inertes será desanexada da zona
classificada como ASP e classificada como área não edificáveis, zona industrial mista e
extrativa.

Previamente à elaboração do presente estudo, foi apresentado a Câmara Municipal de São


Domingos pelo o proponente a intensão da implementação do projeto no município, a
mesma, ciente dos benefícios do projeto ao município, foi assinado um protoloco entre ambas
as partes na cedência e concessão da licença de exploração da pretendida pedreira
(documento em anexo).

4.1.1 Características da área de intervenção do projeto

Área proposta para exploração da Pedreira Hu Ben, localiza-se num terreno pertencente
aos Herdeiros de Alfredo José de Carvalho da Veiga, que declara conceder a título de
Arrendamento á Empresa Hu Ben – Investimentos e Indústrias Lda., conforme a
Declaração de Concessão em anexo. Nenhuma atividade económica significativa tem sido
desenvolvida no local pelo que é visível a conservação das características iniciais do local.
Das visitas ao terreno foi possível confirmar o uso a qual o solo local tem sido
preconizado. Como referido anteriormente, nenhuma atividade industrial desenvolve-se na
área em questão.

Além da vegetação autóctone da região, existe no terreno uma população considerável de


Prosopis juliflora, como resultado de campanhas florestais realizadas nos anos 80. Não
existem explorações pecuárias industriais ou familiares no terreno em questão, no entanto
no terreno não existe nenhum uso predominante, mas alguns plantios de milho de forma
esporádica, assim como os terrenos vizinhos à região.

Apesar de atividades pecuárias incipientes praticadas, a área onde se pretende proceder à


instalação da Pedreira, constituída por uma pedreira e uma central de britagem fixa, a área

Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.


24
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

encontra-se atualmente desocupada de atividades, quer industrial quer agrícola e mede


cerca de 14,35 hectares, conforme o levantamento topográfico apresentado em anexo.

A região onde se insere o projeto apresenta um relevo ondulado com alguma variação
hipsométrica, com declives relativamente suaves do lado esquerdo e abruptos do lado
Direito. No fundo trata-se de um troço da Zona de Fontes Almeida – Localidade de Forno
Varela e as suas adjacências, que incluem as suas margens (encostas). As formas
topográficas dominantes são achadas, que intercalam com vales pouco acentuados no
território, constituída por pedras de grande qualidade. A rede hidrográfica é pouco
ramificada, mas bem definida e de regime de escoamento excecional. A exploração será
executada inicialmente na vertente Sul, em bancadas de cima para baixo. De modo que as
ínfimas partículas no ar resultados da atividade da extração transportados o vento
predominante, vento de alísio (“sopra” de Nordeste para Sudoeste, sendo chamado de alísio
do Norte (com sentido Oeste-Leste)) não passam pelo pequeno aglomerado de população
existente à Oeste da zona de delimitada para a pedreira.

Na área de implantação da Pedreira Hu Ben não existem áreas sensíveis a serem afetadas,
nem direta nem indiretamente, pela materialização do projeto. As áreas sensíveis mais
próximas ficam significativamente afastadas, nomeadamente, a Este localiza-se pequenos
aglomerados populacionais e a Sul, em linha recta intercetada por montanhas e vales. Pelas
consideráveis distâncias que estas áreas sensíveis estão da zona de implantação do projeto,
é seguro afirmar-se que o projeto não influenciará estas zonas durante as suas fases de
construção e exploração.

Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.


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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

Figura 4 - Ilustração da vertente a ser explorada.

Além da vegetação autóctone da região, nota-se a presença da acácia americana (Prosopis


Jiliflora), arbustos e árvores predominantes na região, resultado de campanhas florestais
realizadas nos anos 80.

4.2. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO PROJETO


O projeto em questão foi concebido à luz do Decreto-Lei n.º 3/2015, de 6 de janeiro, que
estabelece o regime jurídico sobre o licenciamento de pedreiras, pelo que integra, entre
outros documentos, o Plano de Pedreira (inclui Plano de Lavra, Plano de Monitorização
Ambiental e Plano de Recuperação Paisagística) o presente EIA e o respetivo Resumo não
Técnico (RNT).

Propõe-se a instalação duma unidade de produção de inertes numa área com cerca de 5
hectares, sita na freguesia de São Nicolau Tolentino, concelho de S. Domingos, para a
extração de material basáltico. Estima-se que na área em estudo existe uma reserva de

aproximadamente 2 milhões de m3 de rocha basáltica de boa qualidade. Com a

implementação do projeto, pretende-se atingir uma exploração de cerca de 200.000 m3 de

inertes, de diferentes granulometrias, por ano.

Como já referido, esta descrição tem como objetivo apresentar e expor as principais
atividades de projeto que interferem com o ambiente envolvente e ao mesmo tempo fazer
um enquadramento do Plano de Pedreira a ser licenciada.

Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.


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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

O Plano de Pedreira constitui um documento técnico, que descreve todas as atividades


associadas à existência da pedreira e no qual se incluem, o método de exploração
propriamente dito, os sistemas de extração e transporte, os sistemas de abastecimento e
escoamento, com claras vantagens para o aproveitamento do recurso mineral e para a
qualidade do ambiente na sua envolvente, plano de Segurança, Plano de Recuperação
Paisagística.

4.3 FASE DE INSTALAÇÃO

Será efetuada uma limpeza prévia do terreno, visto que antes de se iniciar a sua exploração é
necessário retirar o material composto por pedras a superfície, a camada de terras mais finas
e a vegetação composta essencialmente por exemplares de Acácia americana e outras
espécies autóctones. Segue-se uma aplanação e assentamento do terreno de modo a
implantar as infraestruturas de apoio e de produção.

Estas infraestruturas serão instaladas do lado norte do terreno, numa área


naturalmente próxima à planitude, o que minimizará os trabalhos de movimentação de
terras e consequentemente impactes em componentes ambientais como geomorfologia,
solos, qualidade do ar, etc. No entanto será feito um trabalho de regularização do terreno de
modo a obter-se uma área de aproximadamente 2300 m2 para instalação das
infraestruturas.

A área acima descrita será ocupada pelos locais de armazenamento temporário de inertes e
a Central de Britagem. Os escritórios, as áreas sociais, oficinas, estacionamento de
máquinas afetas à pedreira e camiões de distribuição, bem como as restantes infraestruturas
de apoio ao funcionamento da pedreira funcionarão no, numa cota superior à plataforma de
instalação da Central de Britagem. Nesta área será feita apenas a limpeza do terreno e a
impermeabilização em algumas áreas.

O equipamento de moagem e produção de inertes (britadeira) precisa de uma superfície


aplanada para a sua instalação e atividade. Esta linha de produção é constituída por
moinhos, crivos e cintas transportadoras acionados por motores a diesel e encontra-se
equipada por dispositivos de aspersão de água automáticos de modo a minimizar a emissão
de poeiras. As atividades previstas para a fase de instalação da pedreira estão
esquematizadas na figura abaixo.

Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.


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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

Acessos
Os caminhos onde circularão as máquinas, dentro da exploração e da envolvente do
complexo, serão definidos previamente, de modo a afetar negativamente o mínimo de solo
quanto for possível. O acesso até ao local será feito pela Circular da Praia, até à rotunda de
Trindade e a partir desse ponto entra-se numa estrada calcetada que passa em frente do
Hospital de Trindade, seguindo em frente até a zona de Forno Varela – Fontes Almeida. A
área social da Pedreira Hu Ben, será constituída por um pequeno escritório e equipada com
instalações sanitárias para os operários. Estas instalações terão lavabos e retretes que serão
ligadas, através de um sistema de drenagem de águas residuais, a uma fossa séptica
impermeabilizada com betão e que será limpa periodicamente.
c

Figura 5 - Acesso a Pedreira, a partir de rotunda de Trindade – circulara da Praia.

Zona de apoio

A área administrativa e social, será constituída por um pequeno escritório e equipada com
instalações sanitárias para os operários e 15 quartos. Estas instalações terão lavabos e
sanitários que serão ligadas, através de um sistema de drenagem de águas residuais, a uma
fossa séptica impermeabilizada com betão e que será limpa periodicamente.
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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

Figura 6 - Tipologia de infraestruturas para zona de apoio.

4.5 FASE DE EXPLORAÇÃO

O objetivo do projeto é permitir a extração de rocha basáltica e a sua trituração (britagem),


de modo a obterem-se granulometrias diferentes, com auxílio a tecnologias modernas. Este
objetivo será alcançado com o uso de crivos de separação com diferentes níveis de
granulometria. Salienta-se que a metodologia de exploração a utilizar neste complexo, tem
como objetivo racionalizar o aproveitamento do recurso mineral em termos técnicos e
económicos, ao mesmo tempo que se minimiza os impactes ambientais, ao definir uma
lavra faseada, o que permite libertar as áreas de exploração, imediatamente ao seu uso, para
recuperação paisagística.

4.5.1 Descrição do processo de laboração da pedreira

Antes de se entrar no processo de lavra, propriamente dito, existe uma grande quantidade
de material basáltico disposto à superfície que deverá ser retirado e triturado. Este material
encontra-se disponível, pelo que o dono do projeto poderá iniciar a sua produção ainda
durante a limpeza prévia do terreno, anterior à lavra.

O método de lavra a adotar nesta exploração consiste no desmonte de toda a área de


escavação com o avanço da lavra das cotas mais altas para as mais baixas, em sistema de
bancadas de cerca de 5 metros de altura. Favorecerá melhores condições técnicas, visando
o racional aproveitamento técnico-económico dos inertes a serem explorados, de acordo
com os interesses da obra, e proporcionando melhores condições de higiene e segurança
aos colaboradores do projeto.

Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.


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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

Assim, a exploração das camadas basálticas é precedida da remoção do material


sobrejacente, designadamente blocos basálticos, camada de terra vegetal e os materiais
finos intercalados no maciço rochoso. As terras vegetais serão depositadas em locais
predefinidos. Tanto as terras vegetais como os materiais finos serão aplicados na
implementação do Plano de Recuperação Paisagística.

A exploração será efetuada de cima para baixo por degraus e patamares. Uma vez que o
material in situ possui, maioritariamente, valores significativos de coesão serão adotados,
na configuração final de escavação, 5 m de altura para as bancadas e cerca de 4 m de
largura para os patamares. Os taludes de escavação terão individualmente cerca de 59º de
inclinação sendo o ângulo geral de talude da ordem dos 37º de inclinação com a horizontal.

O corpo basáltico propriamente dito é separável dos materiais arenosos permitindo um


método de lavra seletivo, separando-se o material sem aproveitamento económico da
rocha, evitando-se a diluição e o subsequente desperdício de matéria-prima com valor
económico. No entanto, dada a característica do material a ser explorado, as atividades
serão traçadas das seguintes formas: · A exploração consistirá na remoção da camada
superficial, que será deixada num depósito seguro (vazadouros controlados), na perspetiva
de esta servirem na recuperação paisagística com o avanço da lavra, numa primeira fase; ·

Numa segunda fase será iniciado o método de cava a céu aberto que consistirá em
laboração sub-vertical. o A exploração será feita por degraus/bancadas, de cima para baixo,
de modo a permitir a recuperação imediata após a exploração e por outro lado, a
modificação mínima das paredes rochosas, permitindo a criação de patamares propícios à
futura instalação de vegetação, no projeto de recuperação; · Serão utilizados equipamentos
de perfuração e de transporte do material adequados, de modo a minimizar os efeitos das
poeiras, na envolvência da área de laboração; · Será necessária a criação de barreiras para
minimizar o impacte visual provocado pelas explorações (plantação de árvores);

O método de desmonte das frentes processa-se com a utilização de uma retroescavadora e


um perfurador, em bancadas. Devido ao estado de fraca compactação em que se encontra a
jazida, não será necessário o uso de explosivos.

O transporte do local da lavra para a linha de produção será feito por um camião e por um
dumper de acordo com uma via de circulação interna definida de modo a causar mínimos
efeitos negativos no ambiente.

Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.


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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

Figura 7 - Esquema geral da atividade extrativa.

Figura 8 - Retroescavadora no processo de desmonte a ser utilizada na pedreira.

Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.


31
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

Figura 9 - Aspeto de uma Unidade de britagem a ser instalada.

Figura 10 - Modelo de maquinarias a serem utlizados na pedreira Hu Ben, no município de São Domingos.
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32
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

4.5.2 Ciclo produtivo

O ciclo produtivo da atividade a desenvolver na Pedreira Hu Ben pertencente à Hu Ben


Lda., encontra-se esquematizado na figura abaixo. Como já referido, antes de iniciar o
processo de desmatação será removido todo o material basáltico à superfície, de boa
qualidade e dimensão para produção agregados na britadeira (areias e britas). Além de
apresentar boa qualidade geotécnica, este material encontra -se depositado de tal forma que
facilita a sua remoção.

Remoção do coberto vegetal


DESMATAÇÃO existente

DECAPAGEM Remoção da terra vegetal

DESMONTE Desagregação do maciço por ação


de escavadoras e perfuradoras

CRIVAGEM Produção de inertes com diferentes


granulometrias

STOCAGEM Armazenamento dos materiais em


pilhas, para posteriormente serem
comercializados

EXPEDIÇÃO Transporte do produto para


o seu destino final

Figura 11 - Modelo básico de ciclo produtivo de uma pedreira.

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33
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

Figura 12 - Ciclo da produção da pedreira a ser implementado.

Equipamentos

Os equipamentos móveis que se encontram previstos para realizar as atividades de


exploração da Pedreira, encontram-se no quadro abaixo. A linha de produção de inertes
encontra-se equipada com aspersores que garantem a humidificação do material durante a
sua produção, reduzindo drasticamente a emissão de poeiras o que minimiza a afetação
negativa da qualidade do ar.

Tabela 2 - Equipamentos fixos afetos a pedreira Hu Ben.

Tipo de equipamento Modelo Quantidade


1 Complete stone britador de impacto PF1212 1
2 Transportador de correia B 800 x 19m 1
3 Transportador de correia B1200 x 30m 1
4 Transportador de correia B500 x 10m 1
5 Transportador de correia B800 x 8 m 1
6 Transportador de correia B650 x 15m 4
7 Gerador Caterpillar 550F 1

Tabela 3 - Equipamentos moveis afetos a pedreira Hu Ben

Tipo de equipamento Modelo Quantidade


1 Escavadora giratória SANY SY 55c RC 2
2 Retroescavadora LW500KV XCMG 5ton 2
3 Camiões KING KAN 4

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34
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

4.5.3. Recursos humanos

A unidade de britagem terá um quadro de pessoal privativo responsável pela administração,


operação e manutenção de máquinas. Em caso de necessidade poderão ser contratados
pontualmente mais pessoal auxiliar indiferenciado. Neste segundo caso serão dadas
preferências aos trabalhadores que tradicionalmente exploram as pedreiras no local de
implantação da lavra.

Tabela 4 - Funcionários afetos à Pedreira Hu Ben

Quant. Categoria
1 Diretor Técnico da pedreira
2 Auxiliar administrativo
1 Coordenador da linha de produção
10 Operários especializados
4 Trabalhadores indiferenciados

4.5.4 Água, Energia e Sistema de esgotos.


A água usada nas operações do Complexo, lavagem de equipamentos e fornecimento para
uso nas zonas de higiene da área social será periodicamente auto-transportada. A água para
consumo humano será adquirida engarrafada. A energia produzida dentro das instalações
do Complexo será fornecida pela rede elétrica de distribuição, através de um PT a ser
instalado na zona e outra parte será provenientes de fornecida por gerador de 350 KVA.
As águas residuais domésticas provenientes das instalações de apoio serão armazenadas
numa fossa séptica impermeável. A fossa será dimensionada para uma capitação específica
de 50 L/hab./dia, para o máximo de 18 trabalhadores. Periodicamente a mesma é esvaziada
pelos serviços municipais.

4.5.5 Definição da zona de influência do projeto

A zona de influência é toda a área que pode ser afetada, direta ou indiretamente, pelo
projeto, quer na sua fase de instalação/construção como de exploração. Neste sentido
definiu-se a zona de influência tendo em conta um conjunto de parâmetros como: os
descritores biofísicos e socioeconómicos na zona envolvente à área de implantação do
Complexo. Foram consideradas duas fases, a de implantação dos equipamentos, onde os
impactes serão mais diretos e outra de exploração e funcionamento do projeto, que terá
uma abrangência maior devida, essencialmente, aos impactes socioeconómicos do projeto
que se farão sentir em toda a ilha, no que tange ao sector da construção civil e nos
aglomerados populacionais mais próximos do empreendimento.

Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.


35
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

Para definir corretamente a zona de influência do projeto foram levados em consideração


alguns descritores biofísicos e socioeconómicos, que pela sua natureza possuem a
característica de não serem estaticamente localizados no espaço e no tempo. Assim, esta
análise foi feita com base nos descritores, qualidade do ar, ruído, águas subterrâneas e
superficiais, o clima, a demografia e o emprego.

Deste modo, distinguem-se duas zonas de influência distintas: uma afetada durante a fase
de implantação dos equipamentos e outra de maior dimensão, afetada no período de
exploração e funcionamento de toda a unidade, por fatores de evolução espacial, como por
exemplo a geração de empregos e a dinamização da economia, na perspetiva do
desenvolvimento industrial. Neste contexto, pode-se afirmar categoricamente que a zona de
influência do projeto vária de um descritor para outro e que na sua fase de exploração a
zona de influência é todo o município de S. Domingos.

4.6. PLANOS DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO EM VIGOR NA ÁREA DE


PROJETO
a) Esquema Regional de Ordenamento do Território (EROT)

O EROT, da Ilha de Santiago, tendo como objetivos a identificação dos interesses públicos
de nível regional e estabelecer as previsões e restrições relativas à transformação das áreas
abrangidas, é o instrumento de planeamento que estabelece o quadro espacial das atuações
com impacto na organização do território, integrando as opções estabelecidas a nível
nacional e considerando as estratégias municipais de desenvolvimento local, constituindo o
quadro de referência para a elaboração dos planos urbanísticos.

b) O Plano Diretor Municipal (PDM)

O Plano Diretor Municipal (PDM) de São Domingos, publicado na - II SÉRIE — Nº 45 «B.


O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE de 26 de novembro de 2008, tem como
objectivos a identificação dos interesses públicos a nível local e estabelecer as previsões e
restrições relativas as transformações das áreas abrangidas. É o principal instrumento de
planeamento e organização territorial ao nível municipal, dando pistas para elaboração de
estratégias municipais de desenvolvimento, constituindo assim o quadro de referência para a
elaboração dos planos urbanísticos de desenvolvimento e ocupação do solo.

A área de instalação do projeto corresponde a uma pastagem árida que foi arborizada com
Prosopis juliflora. No âmbito do Plano Diretor Municipal (PDM), a área está inserida no
domínio Agro-silvopastoril das zonas áridas do Município.
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36
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

A sua localização em área de domínio Agro-silvoPastoril, sem qualquer gestão ou


acompanhamento ambiental, contribuíram significativamente para o estado de degradação
em que se encontra.

Em não se actuando urgentemente para se reverter a precaridade em que se encontra a


referida Zona, a curto ou médio prazo, desaparecerão os escassos valores naturais que ainda
se encontram nesse espaço.

Cremos que o projecto poderá contribuir significativamente para a reversão da tendência de


degradação acima mencionada e satisfará os objectivos almejados a instalação de uma
unidade de exploração de inertes.

O impacto positivo da proposta extravasa o âmbito ambiental. Contribuirá para o


aparecimento de mais uma industrial extrativa sustentável direccionado para um segmento
de construção civil (fornecimento de areia e brita para os Municípios), que permitirá a
diversificação da oferta de material de construção civil que no município, hoje tem um
acréscimo substancial nas construções, contribuindo para a criação de novos postos de
trabalho diretos (15/20), aumento do rendimento das famílias, atracção de divisas, aumento
das receitas públicas municipais com o pagamento da taxa de exploração de inertes e
dinamização dos sectores económicos conexos.

5.CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA


Neste capítulo apresenta-se a análise e caracterização do estado atual do ambiente, em
sentido lato, na área de influência do projeto da “Pedreira Hu Ben”. Esta análise tem por
objetivo definir as condições do estado corrente do meio ambiente, suscetíveis de serem
influenciadas pela implantação deste projeto. Esta caracterização fundamenta-se na
informação de base obtida a partir de bibliografia e em trabalho de campo realizado para
levantamentos temáticos, para aferição da informação mais relevante da zona afetada pelo
projeto de instalação e exploração da Pedreira Hu Ben pertencente à Hu Ben Lda, de acordo
com os estudos realizados entre setembro e outubro de 2020.

O âmbito e a escala geográfica considerados no estudo foram ainda ajustados em função dos
diferentes descritores biofísicos, socioeconómicos e culturais considerados, tendo a
especificidade inerente a cada um conduzido à abordagem em níveis de análise que
variaram entre a escala local e a escala regional.
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37
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

A presente caracterização surge como uma necessidade de avaliar os efeitos da instalação e


exploração da pedreira sobre a área de estudo. A área de estudo compreende, em termos
mais diretos a área de implantação do projeto e estruturas da fase de construção e a sua
envolvente próxima.

No entanto, dependendo do descritor ambiental a ser avaliado, será considerada uma escala
mais adequada. Esta abordagem permitirá aferir com maior precisão, a magnitude dos
potenciais impactes e propor medidas preventivas com vista à sua minimização ou
maximização, conforme estes impactes sejam negativos ou positivos. As áreas temáticas
abordadas foram aquelas que se consideram mais importantes tendo em vista os objetivos
do presente estudo, designadamente:
1- Clima;
2- Geologia e Geomorfologia;
3- Solos e Uso dos Solos;
4- Recursos Hídricos;
5- Sistemas Ecológicos (Fauna e Flora);
6- Qualidade do Ar;
7- Ambiente Sonoro;
8- Paisagem;
9- Ordenamento e Condicionantes
10- Sócio -Economia;
11- Património
12- Riscos naturais e antrópicos (incluindo a Vulnerabilidade ás alterações climáticas
13- Resíduos

Assim, com a presente caracterização, que suportará a identificação de impactes e


medidas de minimização, pretende-se contribuir para a integração das questões ambientais
nas diversas fases de implementação do projeto da Pedreira Hu Ben. Porém, antes de
entrar na caracterização da zona de implantação do projeto apresenta-se uma descrição
geral e sumária da ilha de Santiago e do município de São Domingos.

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38
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

5.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ILHA DE SANTIAGO E DO MUNICÍPIO DE S.


DOMINGOS

Figura 13 - Enquadramento da ilha de Santiago no contexto de Cabo Verde.

Santiago é a maior ilha do arquipélago de Cabo Verde com uma área de 991 km2 e
características topográficas únicas: picos proeminentes, encostas íngremes, vales profundos
e suaves e uma extensa zona costeira. Vista de longe, a ilha parece dividida pelas duas
principais montanhas: Pico da Antónia - 1394m e Serra Malagueta – 1064m.

Aproximadamente metade da população de Cabo Verde vive nesta ilha e a capital, Praia
(situada no sul da ilha), abriga aproximadamente 25% da população do país e serve como o
principal centro de comércio, político, administrativo e diplomático do país.

O Município de S. Domingos, situado a sudeste da Ilha de Santiago, entre os concelhos de


Santa cruz e da Praia, é limitado no litoral pelo mar e estende-se no sentido Este-Oeste,
desde a povoação de Praia Baixo até à zona de Loura. Possui uma extensão territorial de
134,6 Km2, ocupando uma área que corresponde aproximadamente a 13,6% do território da
ilha e a 3,3% do território Nacional, que se alonga do litoral para interior da ilha. O interior é
mais montanhoso com fortes pendentes, incluindo inúmeras linhas de água em vales

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

profundos e estreitos que se vão abrindo, formando zonas mais ou menos planas á medida
que se aproximam do litoral.

Relativamente ao restante da ilha, o município apresenta precipitações baixas, como


consequência da sua própria orografia que não propicia o aparecimento dos microclimas
característicos das zonas mais altas.

A população absoluta do Município é de 13.808 habitantes, dispersa em 27 povoados das


Freguesias de Nossa Senhora da Luz e de São Nicolau Tolentino. A densidade populacional
é de 96,6 pessoas por km², sendo a tendência para um aumento considerável, devido a
migrações de pessoas dos arredores da cidade para o campo.

Segundo o Censo 2010, a Freguesia de São Nicolau Tolentino, a mais populosa e onde se
localiza a sede do Concelho, tem uma população absoluta de 8.720 habitantes constituída
por 4.222 homens e 4.498 mulheres. A Freguesia de Nossa Senhora da Luz com apenas
metade da população da Freguesia de São Nicolau Tolentino constituída por 2.196 homens e
2.380 mulheres, é onde se espera uma maior evolução demográfica no curto prazo, devido à
sua localização estratégica (próximo da cidade capital do País, albergando lindas praias
vocacionadas para o turismo balnear, fácil acesso e disponibilidade de espaço para
construções).

5.2 CLIMA

O clima regional da ilha de Santiago encontra-se diretamente relacionado com diversos


fatores e condicionalismos, tais como, o acidentado do relevo, as altitudes elevadas, a
exposição das vertentes e as correntes atmosféricas. Sendo parte integrante do território
nacional, o município não escapa à influência dos fatores climáticos que condicionam o
clima do arquipélago e da ilha de Santiago em particular. As chuvas distribuem-se de forma
bastante irregular, criando um contraste paisagístico entre as zonas altas e as faixas litorais.

O clima é do tipo tropical seco, com duas estações, a seca e a húmida. A estação seca ou das
"brisas" decorre de dezembro a junho e a estação húmida ou das "águas", de agosto a
outubro. Os meses de julho e novembro são considerados de transição. De acordo com
dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INMG) e recolhidos
na estação climática do aeroporto da Praia, que cobre grande parte da região sul da ilha, por
encontrar-se no mesmo andar climático (O aeroporto da Praia à semelhança da zona de

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40
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

implantação do projeto enquadra-se na zona climática semiárida), o período mais quente


ocorre entre os meses de agosto e outubro, enquanto o período mais fresco ocorre de janeiro
a abril. A temperatura média anual é de 24.8ºC e a média das temperaturas máximas e
mínimas mensais é de 30.9ºC em setembro é de 18.6ºC em março, respetivamente.

Constata-se que à medida que aumenta a altitude, regista-se um aumento da pluviosidade e


uma diminuição da aridez, sendo o fator relevo responsável pela diferenciação entre as zonas
microclimáticas. De acordo com a Carta de Zonagem Agro-ecológica e da Vegetação da ilha
de Santiago, o município de S. Domingos é abrangido pelas seguintes zonas climáticas
descritas na tabela:

Tabela 5 - Características das zonas climáticas do município de S. Domingos.

Zonas Climáticas Descrição

Desenvolve-se ao longo da costa SE-S, desde do nível do mar


atingindo altitude inferior a 100 metros, com precipitação inferior
a 250mm.
Árida
Zona de aplanação litoral, de declive médio compreendido entre os 5 e os

10%, relacionada com substratos basálticos do “complexo


eruptivo antigo”
Corresponde a faixa dos 100 a 200 metros de altitude com precipitações
Semiárida variando entre os 250 a 400 mm;

Corresponde a zonas com altitude acima dos 200 metros e abaixo dos 500
SUB húmida
metros, com precipitações que variam entre os 400 e 500 mm;

A zona de implantação da Pedreira situa-se na área climática semiárida e sub litorânea com
altitudes entre os 100 e os 200 metros e precipitações variando entre os 250 e os 400 mm.

5.3 GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA


O relevo é montanhoso na parte oeste do Concelho, apresentando colinas, vales profundos e
planaltos. Mais para o litoral, os pendentes são mais suaves, com predominância de
planícies, constituindo extensas achadas onde se desenvolve o pastoreio livre. A Carta Agro-
ecológica e da Vegetação de Cabo Verde da Ilha de Santiago caracteriza à área do projeto
como sendo uma área onde destaca-se a presença de superfícies ligeiramente inclinadas para
o litoral Sudeste (SE) com altitude média entre 170-400 m de altitude. De acordo com o
Modelo Digital do Terreno elaborado, constatou-se que a propriedade se encontra inserida

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

entre 211- 272 m de altitude, sendo que a maior parte da propriedade se encontra situada nos
400 m de altitude.

Figura 14 - Área de Escoada basáltica a superfície na zona de pedreira.

Na parte norte da área estudada a escoada basáltica é menos espessa do que na parte Norte
uma vez que esta zona é formada por diferentes escoadas basálticas sobrepostas. Na encosta
por baixo da rocha basáltica aparece um depósito de vertente cobrindo a rocha do Complexo
Antigo (CA). Nesta zona poderá ser instalada a unidade de produção de inertes. Nos outros
locais a rocha basáltica aparece á superfície e neste caso facilita a sua exploração.

Figura 15 - Área a ser nivelada para implantação das infraestruturas de apoio.

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

Figura 16 - Material Basáltico a superfície.

Existe no local de projeto uma grande quantidade de material à superfície, o que diminuirá
consideravelmente o esforço em demolição de rocha no local de extração. Esta
disponibilidade evitará o uso de explosivos e técnicas mecânicas mais agressivas por um
largo período de tempo.

Segundo M. Monteiro Marques (1990), existem sete unidades geomorfológicas na ilha de


Santiago, nomeadamente: Achadas Meridionais, Maciço Montanhoso do Pico da Antónia,
Planalto de Santa Catarina, Flanco Oriental, Maciço Montanhoso da Malagueta, Tarrafal e
Flanco Ocidental. A altitude média da ilha é de 278,5 m, sendo a altitude máxima de 1392m
(Pico da Antónia). A Sul destaca-se uma série de achadas escalonadas entre o nível do mar
entre 300 – 500 m de altitude.

A depressão aluvial tem uma base plana preenchida por depósitos recentes e se estende até
ao norte e para o interior da margem terrestre. A linha costeira fora da baia da Praia é
geralmente composta por encostas íngremes com pedras soltas e blocos protegendo a base
da encosta.

A exploração da pedreira far-se-á numa encosta entalhada na área do projeto. A encosta


em si apresenta um relevo movimentado resumindo-se a cristas cerradas que terminam num
vale bastante embutido. As achadas referidas acima caracterizam -se por aplanações suaves
e pequenos montes salientes que culminam em plataformas rochosas. Os seus declives
variam entre 4 a 8 % e as altitudes variam entre os 20 e os 160 metros nos níveis inferiores e
de 190 a 200 metros nos níveis superiores.
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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

Figura 17 - Morfologia - aspeto do terreno.

5.4 SOLOS E USO DOS SOLOS

Segundo a Carta de Zonagem Agro-ecológica da ilha de Santiago que tomou por base a
legenda de classificação dos Solos da FAO/UNESCO (1968) os solos da ilha de Santiago em
termos de “associações de Solos” estão sistematizados na tabela abaixo:

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

Tabela 6 - Classificação dos solos na ilha de Santiago.


Classe de Solos Sub- classe Origem

LITOSSOLOS (L) Litossolos êutricos (Le) De basaltos e rochas afins

De fonolíticos e andesitos
REGOSSOLOS (R) Regossolos psamíticos (Rg)

Regossolos de material
piroclástico (Rp)
SOLOS REGÓLICOS (S) S. Rególicos de materiais
piroclásticos (Sp)

FLUVISSOLOS (J) Fluvissolos êutricos (Je) De origem coluvial

De origem aluvial
COLUVIOSSOLOS (C) Coluviossolos êutricos de De depósitos de Vertente
vertente (Cv)
CAMBISSOLOS (B) Cambissolos êutricos (Be) Rochas basalt. Afins

Fonolíticos e traquiticos

Mat. de alteração (argilas)

Piroclastos

Cambissolos líticos (Bt) Basaltos ou rochas afins

Fonoliticos e andesittos

Cambissolos vérticos (Bv)

Cambissolos cálcicos (Bc)


XEROSSOLOS (X) Xerossolos háplicos (Xh)
Xerossolos lúvicos (Xl)
Xerossolos (Xv)

VERTISSOLOS (V) Vertissolos pélicos (Vp)


Vertissolos crómicos (Vc)

CASTANOZEMES (K) Castanozemes háplicos (Kh)


Castanozemes lúvicos (Kl)
Castanozemes vérticos (Kv)
PHAEOZEMES (H) Phaeozemes háplicos (Hh)
haeozemes lúvicos (Hl)

Os solos constituem um recurso não renovável, resultado das suas taxas de degradação
potencialmente rápidas, que têm vindo a aumentar nos últimos tempos, cuja génese está
associada a processos geológicos bastante longos. O solo pode ser encarado como um recurso

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

indispensável à instalação e desenvolvimento de atividades humanas, mas também como


meio de suporte dos ecossistemas naturais.
Os solos são delgados, incultos em grande parte, com culturas de sequeiro bastante
aleatórias e pastagens pontuais e com elevada pedregosidade. Os declives são por vezes
excessivos, o que aliado aos ventos persistentes favorece a ocorrência da erosão. A
poluição química dos solos proveniente da utilização de pesticidas, fertilizantes químicos e
resíduos industriais é inexistente na região, devido à fraca incidência destas atividades na
zona de implantação da Pedreira Hu Ben.
Em relação ao uso do solo, na área envolvente ao projeto apresenta poucas aptidões para a
prática da agricultura, devido às condições edafoclimáticas e a deficiente precipitação que se
regista no local. No entanto nas imediações do local foi verificado alguma prática de
agricultura de sequeiro com milho e feijões e alguma pastagem.

Figura 18 - Pratica de agricultura na área envolvente do Projeto.

5.5 RECURSOS HÍDRICOS


A ilha de Santiago é bastante atingida por chuvas nas zonas situadas acima dos 600 metros
de altitude, sendo que nas zonas abaixo dos 200 metros a precipitação é bastante
insignificante. As precipitações atingem valores de 650 mm/ano na Serra Malagueta e Pico
da Antónia e apenas 100 mm/ano em zonas baixas como a cidade da Praia, o principal
centro urbano do arquipélago, localizado a Sul da ilha de Santiago. As características da
superfície da ilha de santiago, fazem desta o melhor impluvium do arquipélago, pois capta

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

aproximadamente 286.590.000 m3/ano. A sua orografia favorece o escoamento rápido e

caudaloso, em direção ao mar, de modo que somente uma ínfima parte dos milhões de m3 de

água das chuvas infiltra-se no solo.

Os principais recursos hídricos situam-se nas aluviões das ribeiras e nas formações
basálticas recentes que formam as achadas. Vários furos foram realizados de modo a
explorar os lençóis de água subterrânea. Fontes de captação, galerias, poços e diques têm
permitido a mobilização de uma grande parte das águas infiltradas. Apesar de volumoso,
todo este trabalho não é suficiente para responder às crescentes demandas da ilha, quer ao
nível da agricultura ou do abastecimento de água potável às populações, principalmente na
zona Sul, onde localiza-se o Município de S. Domingos. Para fazer face a este deficit,
recorre-se, há aproximadamente duas décadas, à dessalinização da água do mar para garantir
o abastecimento às populações.

Relativamente à agricultura verifica-se uma sobre-exploração das reservas hídricas, que


resulta na salinização e/ou escassez de água. O Governo cabo-verdiano, através do Plano
Diretor para a Exploração dos Recursos Hídricos – 1993/2005 (Diagnóstico e Plano de Acão
para a Ilha de Santiago), tem vindo a fazer esforços consideráveis no sentido de fornecer
água potável para as populações, para irrigação e para outras necessidades.

Os Recursos Hídricos Subterrâneos da ilha de Santiago são estimados em 42.4 milhões de


metros cúbicos por ano. Dessa quantidade total, apenas 26.0 milhões de metros cúbicos por
ano são tecnicamente exploráveis, num ano de pluviometria regular, e 16.5 milhões de
metros cúbicos por ano, nos anos mais secos. Os Recursos Hídricos Superficiais são
estimados em 56.6 milhões de metros cúbicos por ano. Esses recursos, praticamente não são
explorados devido à inexistência de dispositivos de captação e de armazenamento
(barragens).

O projeto da Pedreira Hu Ben será implantado na Zona de Fontes Almeida. A forma de


ocupação do território do projeto terá em conta a preservação do terreno e ribeira de modo a
não perturbar o escoamento natural e não pôr em risco a segurança de pessoas e bens afetas
ao projeto e não só.

Em geral, o efeito das cheias resultante das precipitações intensas faz-se sentir com maior
acuidade nas áreas urbanas localizadas na foz das bacias hidrográficas. As cheias ocorrem
geralmente de julho a outubro, mas as maiores frequências verificam-se em setembro.

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

A Zona de Fontes Almeida, que recebe os afluentes do curso de água próximo à zona de
exploração da pedreira, caracteriza-se pela ocorrência de escoamentos superficiais laminar e
concentrados no tempo, ou seja, ocorrem imediatamente após os fenómenos de precipitação,
perdendo-se em direção ao mar, por infiltração e por evapotranspiração. Este elevado
escoamento deve-se ao tipo de regime pluviométrico verificado (de forte intensidade) e às
condições de baixa permeabilidade dos solos.

5.6. SISTEMAS ECOLÓGICOS


No âmbito deste descritor pretende-se avaliar as principais consequências da
implementação da Pedreira Hu Ben sobre os valores florísticos, faunísticos e respetivos
habitats identificados na área de implantação do projeto e envolvente. Determinando as
oportunidades e riscos que correspondem respetivamente aos impactes de natureza
estratégica positivos e negativos. Para esta avaliação foi necessário proceder-se à
caracterização da situação atual de todos os sistemas biológicos existentes.

Enquadramento Ecológico
O arquipélago de Cabo Verde, juntamente com os arquipélagos da Madeira, Açores,
Canárias e Selvagens, constitui a Macaronésia – denominação geográfica utilizada para
designar os arquipélagos do Nordeste Atlântico. Atualmente, as relações existentes entre os
valores ecológicos destes arquipélagos são alvo de debate no contexto da região geográfica
da Macaronésia, sendo de referir que para a maioria dos grupos taxonómicos a riqueza
específica nestes arquipélagos está positivamente correlacionada com a área e a altitude e
negativamente com a distância à plataforma continental.

Relativamente à importância ecológica da área de estudo é de referir que o concelho não


possui nenhuma unidade passível de estatuto especial de conservação, por possuir espécies
ou habitats de elevado valor científico ou conservacionista. No entanto, identificam-se
ecossistemas que servem como base de recursos disponibilizados para a prática da
agricultura, pecuária, silvicultura e pesca.

Biodiversidade

As diferentes comunidades de espécies vegetais variam de acordo com as condições


edafoclimáticas existentes ao longo dos diferentes estratos climáticos já identificados e
leitos das principais ribeiras. Muita da flora identificada atualmente na ilha de Santiago
pouco corresponde à vegetação original, isto porque ao longo dos tempos foi sujeita a
elevada degradação por pressão humana, face aos recursos escassos e aos longos períodos
de seca, traduzida em atividades agrícolas e pecuárias praticadas de forma inadequada.
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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

Complementarmente identifica-se um elevado número de espécies exóticas que representa


a flora atual da ilha.

Considerando que, à semelhança do restante do arquipélago e da ilha de Santiago em


particular, nas áreas rurais do concelho, face à escassez de recursos naturais e às
características climáticas especialmente limitantes, a subsistência das populações assenta
nas atividades agrícolas e pecuárias, que praticadas de forma extensiva levou a uma forte
degradação dos ecossistemas e habitas naturais. Pelos motivos apresentados acima a ilha e
o concelho apresentam uma pobreza em flora nativa com populações seriamente reduzidas
e comprometidas devido à destruição dos seus habitats naturais.

O tipo de vegetação encontrada está normalmente associado a determinados fatores


ecológicos determinantes, como a altitude, cujos efeitos relacionam-se com as
características climáticas, particularmente as pluviométricas, que lhe estão associadas, e a
exposição dos ventos alísios (formação de nevoeiros e ocorrência de precipitação oculta).

Coberto Vegetal

A vegetação da ilha de Santiago é constituída, em grande parte, por espécies introduzidas


não só pelo homem, como por outros vetores, tais como as aves, as correntes marinhas e os
ventos. A vegetação é caracterizada por formações vegetais com características estéticas,
salpicadas por vezes de arbustos ou pequenas árvores, representando relíquias de
formações mais densas, gradualmente destruídas pelas sucessivas estiagens e pela
crescente degradação resultante da ação do homem.

Os perímetros florestais, em si, representam um recurso ambiental valioso, pois para além
do seu papel na luta contra a desertificação e na reconstituição do coberto vegetal, é de
realçar a sua importância agro-silvo-pastoril e a sua contribuição para a harmonia da
paisagem. O sector florestal do município é extremamente vulnerável em consequência da
seca persistente. De igual modo a pressão antrópica sobre os recursos tem contribuído para
o aumento da vulnerabilidade florestal, apesar de esforços empreendidos pelos sucessivos
Governos em matéria de florestação.

As áreas florestais representam um recurso ambiental valioso para o município para além
do seu papel na luta contra a desertificação e na reconstituição do coberto vegetal, é de
distinguir a sua importância agro-silvo-pastoril e a sua contribuição para harmonia da
paisagem. O património arbóreo do Município de S. Domingos é constituído por árvores de
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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

diversas espécies em que a Prosopis juliflora (acácia americana) e Azidirata indica


(Tendente) são espécies dominantes.

Zona de Implantação do projeto

Das visitas à zona de implementação do projeto, e arredores constatou-se que a vegetação


no local é muito pobre em termos de variabilidade das espécies. A espécie dominante no
local é Prosopis juliflora que foi introduzida no passado, como resultado de campanhas de
florestação levadas a cabo por todo arquipélago. A população desta espécie é encontrada
com grande densidade no terreno de exploração da pedreira e zona envolvente.

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

Figura 19 - População de Prosopis juliflora na área do Projeto.

A implantação da Pedreira Hu Ben e suas infraestruturas terá implicações ao nível das


manchas florestais existentes, pelo que esta ocupação deverá ser acompanhada de medidas de
gestão ambiental para este descritor, de modo a manter a sua sustentabilidade da paisagem.
Algumas destas medidas passarão pela implementação de ações de recuperação paisagística
da área de exploração da pedreira.

Existem espécies de vida cíclica por toda a zona envolvente ao terreno a licenciar. Estas
espécies nascem no período imediatamente à queda das chuvas e no mês de dezembro,
devido a falta de chuvas nos últimos anos, as espécies estão praticamente secas.

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

Fauna

Durante as visitas de terreno não foram identificados nenhum tipo de exemplares de Falco
tinnunculos alexandri (Francedja) e Passer iagoensis (Tchota cana ou rotcha) a sobrevoar a
área. Apesar de não terem sido visualizadas durante as visitas efectuadas ao local, outras
espécies de aves circulam pela região, de acordo com a literatura científica existente. São
espécies típicas da avifauna nativa local e que se encontram com hábitos perfeitamente
cosmopolitas como Columba livia (Pomba), Passer hispaniolensis (Tchota coco),
Eremopterix nigriceps, Corvus ruficolli (Corvo), Apus alexandri (Andorinhão).

5.7. QUALIDADE DO AR

A qualidade do ar varia em função da presença ou ausência, na atmosfera, de um ou mais


contaminantes, em quantidade e espaço temporal que possam afetar os fatores bióticos e
abióticos. As fontes de poluição podem ter origem natural (por exemplo, eventos
vulcânicos) ou antropogénica (por exemplo, queima de combustíveis fósseis) e estas
podem ser móveis, estacionárias, compostas, diretas, indiretas, pontuais, lineares ou difusas
e a forma como estas afetam os recetores depende das interações atmosféricas como a
diluição, o transporte, a mistura e/ou reações químicas.

A qualidade do ar da zona em estudo, em particular, e de todo o arquipélago é afetada no


período de bruma seca, que cobre as ilhas com partículas em suspensão de pequenas
dimensões provenientes do deserto do Sahara e transportadas pelos ventos, ocorrendo nos
meses de dezembro a março.

Zona de implantação do projeto


De acordo com os levantamentos efetuados no local de implantação do projeto pode-se
considerar que a qualidade do ar local é razoável face à existência de fontes de poluição
significativas de origem antropogénica, presença de Pedreira na proximidade.

Das atividades humanas destaca-se a contribuição para a quantidade de sólidos em


suspensão e poluentes químicos na atmosfera resultantes da circulação de veículos em
estradas não pavimentadas. No entanto, trata-se de fontes de poluição pontuais, como
resultado da fraca circulação de veículos.

Esta deverá ser uma situação a ter em conta nas fases de instalação e exploração da
pedreira, uma vez que é expectável um incremento das partículas em suspensão e dos gases
de combustão, decorrentes de uma intensificação da circulação de veículos automóveis,

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

neste caso de veículos pesados associados ao transporte de materiais, durante os períodos


exploração da Pedreira Huang e da instalação e exploração da Pedreira Hu Ben.

No quadro abaixo apresentam-se as principais fontes de poluentes atmosféricos que estarão


presentes na pedreira, caracterizadas pelo tipo de fonte e os principais poluentes emitidos.

FONTE TIPO DE FONTE PRINCIPAIS POLUENTES EMITIDOS


CO, CO2, NOX, SOX,
Viaturas e Equipamentos da
Difusa Partículas, Chumbo (Pb),
Pedreira
Hidrocarbonetos (HC).
Vias de acesso exteriores à zona de CO, CO2, NOX, SOX,
exploração, por onde irão, circular as Linear Partículas, Chumbo (Pb),
viaturas pesadas de transporte Hidrocarbonetos (HC).
Vias temporárias do interior da
exploração, por onde irão, circular as Linear fugitiva Partículas
viaturas pesadas de transporte

No que se refere aos veículos e equipamentos móveis os principais poluentes emitidos são
os típicos do tráfego rodoviário, como é possível verificar na tabela acima. O facto da
exploração se desenvolver a céu aberto leva a que os gases libertados pelos veículos e
equipamentos sofram imediatamente uma dispersão na atmosfera, não vindo a existir
qualquer acumulação de valores suscetíveis de registo. As condições meteorológicas são o
fator fundamental na dispersão dos poluentes na atmosfera existindo duas componentes
principais:
 Componente vertical comandada pela turbulência gerada pelo gradiente
vertical da temperatura entre as camadas da baixa atmosfera;
 Componente horizontal em que o vento é o principal agente tanto no
transporte como na mistura.

Deste modo, na área da “Pedreira Hu Ben”, e à semelhança de todas as pedreiras a céu


aberto, o principal poluente atmosférico a considerar serão as partículas em suspensão. As
partículas poderão ser agressivas para o meio ambiente e, consequentemente, para a saúde
humana, dependendo de alguns fatores como sejam a sua composição química, dimensão e
volume na atmosfera. As mais gravosas para a saúde humana são as de menor diâmetro (<
10 µm), as denominadas PM10. É de salientar que ao contrário de outros poluentes como o
CO2, O3, etc., as partículas são conservativas e a sua dispersão depende da componente
horizontal vento, como tal a sua dispersão afeta de uma forma geral apenas uma pequena
área localizada numa zona próxima da fonte emissora.

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

5.8. AMBIENTE SONORO

A qualidade do ambiente acústico é um dos principais fatores ambientais motivador de


situações de conflituosidade e de reclamações por parte da população envolvente à área de
implantação de projetos, ainda mais quando tratar-se de pedreiras, como o caso presente. A
avaliação de impactes neste descritor reveste-se, por isso, da maior importância. As
explorações de massas minerais e derivados envolvem um conjunto de fontes ruidosas
potencialmente geradoras de níveis de ruído elevados.

Para avaliar os potenciais impactes associados à implantação do projeto, ao nível do ruído,


torna-se necessário caracterizar o ambiente sonoro de referência existente no local. No caso
em análise a caracterização da situação de referência foi efetuada, de forma qualitativa,
devido à inexistência de organismos que façam este tipo de levantamento quantitativo ao
nível de Cabo Verde.

Zona de implantação do projeto


Nos levantamentos efetuados no terreno não foi identificada qualquer fonte significativa de
ruído, visto tratar-se duma área de fraca ocupação humana. O desenvolvimento industrial
na região é reduzido e a presença humana mais próxima diz respeito aos povoados na zona
de Forno e muito distante da zona do projeto.

As potenciais fontes de ruído na área de implantação de projeto e envolvente referem-se à


pedreira Huang, a cerca de 500 metros, mas o seu tráfego atual é insignificante face à
possibilidade de causar incómodos ao nível do ruído.

No entanto, com o início dos trabalhos de instalação da pedreira e o seu posterior


funcionamento, prevê-se uma intensificação dos níveis de ruído causados quer pela
intensificação do tráfego automóvel, quer pelas atividades de extração e trituração de
rochas, passíveis de causarem níveis de ruído elevados e que poderão provocar
incomodidade da população.

Neste sentido, será de relevante importância a implementação de medidas de minimização


adequadas, designadamente concentrando as atividades mais ruidosas em períodos do dia
menos críticos. Para definição dos limites e dos períodos críticos deverão ser adotados
parâmetros internacionais, visto que legislação nacional não específica e não regulamenta
os níveis de ruídos e períodos críticos.

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

5.9. PAISAGEM
A paisagem constitui uma entidade viva e dinâmica, que conjuga diversas componentes do
meio, e que está sujeita a um processo de evolução constante. Deve ser encarada como um
recurso natural não renovável, dado que, à semelhança de todos os recursos naturais, não é
inesgotável nem se mantém inalterável perante as atividades humanas.

A resultante paisagística de um local é, em cada momento, o reflexo da interação de vários


fatores, quer de ordem biofísica (entre os quais é habitual salientar o relevo / geomorfologia,
a geologia/litologia, as características da rede hidrográfica e o coberto vegetal) quer de
ordem sócio-cultural (relacionando-se estes últimos com as ações de natureza antrópica, os
quais são frequentes resumir no fator Ocupação do Solo) que têm manifestações diferentes
na construção do território.

Um dos aspetos marcantes da paisagem da ilha de Santiago, em geral, e do município de S.


Domingos em particular é o contraste devido à presença de vales e achadas que enriquecem
o seu valor cénico. Outro elemento que caracteriza a paisagem do concelho é a sua extensa
linha de costa que, no entanto, tem sofrido algumas pressões humanas, nomeadamente, a
apanha de areia, urbanização e depósito indevido de resíduos sólidos.

A zona de implantação da Pedreira Hu Ben fica inserida na comunidade das zonas semi-
áridas, apresentando escassa vegetação, durante a maior parte do ano (novembro a julho)
ficando limitada ao domínio claro da Prosopis juliflora.

A rede hidrográfica local é bastante escavada e caracteriza-se por um fraco contraste de


cores no período seco, devido à presença da escassa vegetação (resumindo-se apenas à
Prosopis juliflora) quer no leito da ribeira quer no território envolvente. No período húmido
esse cenário muda com o aparecimento das espécies cíclicas que nascem logo após a queda
das chuvas. Assim, a paisagem local mistura a tonalidade verde da vegetação com o
castanho das partes do solo descobertas. As linhas de água são elementos bastante
caracterizadores da paisagem local.

Para determinar as implicações de uma determinada ação sobre a paisagem, é necessário


proceder a uma análise da sensibilidade da paisagem na situação de referência, de modo a,
posteriormente, poder avaliar os impactes. Pese embora toda a subjetividade que lhe é
inerente, a metodologia consiste em identificar e particularizar as suas características
visuais básicas, para depois verificar o modo como serão afetadas pela intervenção
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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

pretendida e avaliar a magnitude e a importância dos respetivos impactes. Assim, o


raciocínio conduz à necessidade de perceber como responde uma paisagem perante uma
intervenção externa, clarificando a sua qualidade visual e a sua capacidade de absorção
visual, que em conjunto determinam a sua sensibilidade. Por sua vez, se forem tidas em
conta as características visuais do projeto em estudo, é possível identificar o impacte visual
associado, de acordo com o diagrama da figura seguinte.

A área de implantação do projeto localiza-se numa ribeira com características paisagísticas


particulares. Através da análise das características visuais da paisagem da área em estudo,
verifica-se que se trata de uma diversidade paisagística singular, virgem e única, com uma
linha de água bem definida e recortada e uma orografia muito diversificada resultante dos
fenómenos e processos naturais, que estão na base da origem e evolução das ilhas
(vulcanismo, erosão, sedimentação).

Figura 20 - Vista da zona de pedreira em direção a Cidade da Praia.

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

Figura 21 - Vista do terreno em direção pedreira Huang.

Em termos de visibilidade a paisagem do local não possui um elevado valor, visto que dos
pontos de maior circulação por parte de potenciais observadores, que são as estradas e
aglomerados populacionais mais próximos, não é possível observar a futura frente de lavra
e o local de instalação das infraestruturas de apoio.

Localização do projecto Pedreira Huang

Figura 22 - Vista da estrada de acesso para o local de implantação da Pedreira (fraca visibilidade).

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

5.10. ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO

De acordo com a Lei de Bases do Ordenamento do Território e Planeamento Urbanístico


define que os instrumentos de gestão territorial, de acordo com as funções diferenciadas
que desempenham, integram:
 Instrumentos de ordenamento e desenvolvimento territorial, de natureza estratégica,
que compreendem como figuras de planos, a Diretiva Nacional de Ordenamento do
Território e o Esquema Regional de Ordenamento do Território;
 Instrumento de Planeamento Territorial de natureza regulamentar, que compreendem
as seguintes figuras seriadas de acordo com o respetivo grau hierárquico, Plano
Diretor Municipal, Plano de Desenvolvimento Urbano e Planos Detalhados;
 Instrumentos de políticas sectoriais que compreendem planos com incidência
territorial da responsabilidade dos diversos sectores da administração central;
 Instrumentos de natureza especial, que estabelecem meios específicos de intervenção
para prossecução de objetivos particulares de interesse nacional, regional ou local e
que compreendem os Planos Especiais de Ordenamento do Território como por
exemplo os Planos de Gestão de Áreas Protegidas.

A região onde está previsto a instalação do projeto da pedreira, tem pouca potencialidade
de uso agropecuário, e como determinado nos instrumentos de gestão do território (IGT), o
uso área na sua totalidade se destina as atividades extrativas e florestais conforme o PDM,
porem ainda por explorar. Pontualmente a zona pode ser usada como zona de pastoreio
livre em épocas de seca na região.

5.11. SOCIOECONOMIA

A população absoluta do Município é de 13.808 habitantes, dispersa em 27 povoados das


Freguesias de Nossa Senhora da Luz e de São Nicolau Tolentino. A densidade
populacional é de 96,6 pessoas por km², sendo a tendência para um aumento considerável,
devido a migrações de pessoas dos arredores da cidade para o campo.

Segundo o Censo 2010, a Freguesia de São Nicolau Tolentino, a mais populosa e onde se
localiza a sede do Concelho, tem uma população absoluta de 8.720 habitantes constituída
por 4.222 homens e 4.498 mulheres. A Freguesia de Nossa Senhora da Luz com apenas
metade da população da Freguesia de São Nicolau Tolentino constituída por 2.196 homens

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

e 2.380 mulheres, é onde se espera uma maior evolução demográfica no curto prazo,
devido à sua localização estratégica (próximo da cidade capital do País, albergando lindas
praias vocacionadas para o turismo balnear, fácil acesso e disponibilidade de espaço para
construções).

Um dos maiores desafios que o povo cabo-verdiano vem enfrentado desde a época
colonial, até aos nossos dias é a falta de emprego. Os sectores económicos que têm
garantido o maior número de empregos no Concelho são o sector agro -pecuário, a
construção civil e as obras de conservação de solo e água.

O emprego constitui a base para a criação de rendimentos para as famílias e a sua procura é
elevada. A maioria dos desempregados pertence à camada jovem, sem formação técnica ou
profissional e mulheres. A pobreza atinge com maior incidência precisamente esses grupos
desfavorecidos afetados pelo desemprego.

5.12. PATRIMONIO

Considerando as características do projeto, este trabalho tem um carácter geográfico


definido, abrangendo a área afeta ao projeto e análise da sua envolvente.

A estratégia aplicada neste estudo passou pelo planeamento e levantamento bibliográfico de


toda a informação disponível.

A zona de forno, local onde se situa o projecto, não possui qualquer património
classificado.

5.12. RISCOS NATURAIS E ANTROPICOS

Os riscos são hoje, cada vez mais, transversais à sociedade contemporânea, fazendo por isso
parte da informação quotidiana. Todos nos pronunciamos sem qualquer pejo e, até, temos
opinião formada sobre os mais variados e diferentes tipos de risco, quer sejam:

 naturais, isto é, aqueles em que o fenómeno que produz os danos tem a sua origem
na natureza;
 antrópicos, aqueles em que o fenómeno causador do dano tem origem em ações
humanas;

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

A ocorrência de desastres ambientais em áreas urbanas/rurais provocados por fenômenos


naturais tem se intensificado à medida que a própria industrialização se acelera. Terremotos,
tsunamis, furações, chuvas intensas, invernos rigorosos e secas prolongadas parecem ter
consequências cada vez mais extensas e graves à proporção que a população cresce. Está-se
diante de dois fenômenos que se associam e se reforçam mutuamente: as mudanças
climáticas e o crescimento da população.

A relação entre ambiente e industrialização e sobre como a degradação ambiental se associa à


degradação social, criando situações de risco para populações instaladas em áreas precárias.
Em contrapartida, se o ambiente de negócio potencializa o risco de desastres ambientais, que
afetam com mais intensidade os pobres, também criam oportunidades que melhoram a
capacidade de resposta de indivíduos e grupos sociais a estes riscos. Risco e oportunidade,
portanto, andam juntos, definindo graus diferenciados de vulnerabilidade socio ambiental.

Muitas ações de adaptação são locais e elaboradas fora da gestão de riscos climáticos, e ainda
existe um conjunto de barreiras e limitações para adaptação.

As medidas de adaptação à mudança climática combinam subconjuntos de atividades como:


 Prevenção de extremos de tempo, clima e ressacas que podem deflagrar
desastres naturais e enchentes;
 Desenvolvimento de infraestrutura;
 Otimização de processo tecnológico;
 Mudança ou reforço institucional e comportamental;
 Gestão integrada dos recursos naturais, como bacias hidrográficas e zonas
costeiras;
 Serviços financeiros, incluindo a transferência de riscos;
 Sistemas de informação.

Assim, a implantação desta infraestrutura procurar fazer um enfoque na ocorrência de


desastres ambientais nas áreas do projeto, tendo em conta a população na envolvente
combinado com mais frequências e intensidade de fenómenos naturais com potencial de
causar danos materiais e humanos.

Normalmente, as precárias condições de infraestruturas nas quais a urbanização acontece em


algumas cidades e municípios de Cabo Verde, e com ainda elevado grau de desigualdade

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

social, pode potencializar os riscos de ocorrência dos desastres ambientais, situação que esta
devidamente acautelada na Pedreira HU Ben, pois trata- se de um projeto, que visa a inclusão
social e que se preocupa com questões ambientais.

Desta forma, a redução de desastres ambientais na area do projeto deve ser uma combinação
de mais investimento em obras de prevenção a riscos com mais investimento na ampliação da
estrutura de oportunidades das populações mais vulneráveis do município.

Com isso, vamos aumentar a capacidade de respostas dessas populações, reduzir-se-iam os


riscos. Esta é a maneira de resolver o desequilíbrio entre aumento crescente do risco e menos
capacidade de resposta a que estão submetidas em países ainda não plenamente
desenvolvidos e socialmente muito desiguais.

5.13. RESÍDUOS

O regime geral aplicável à prevenção, produção e gestão de resíduos e aprova o regime


jurídico do licenciamento e concessão das operações de gestão de resíduos está estabelecido
no Decreto-Lei n.º 56/2015, de 17 de outubro.
A laboração da “Pedreira Hu Ben”, assim como qualquer indústria desta natureza, produz
dois tipos de resíduos, nomeadamente:

 Resíduos Mineiros;
 Resíduos Não Mineiros.

5.12.1. Resíduos Mineiros

Das operações de exploração da “Pedreira Hu Ben “não resultam resíduos. No entanto, na


Unidade de Exploração de Inertes resultam aproximadamente 40% de restos de rocha de
material não ornamental inseridos na Lista Nacional de Resíduos (Código LNR) como “01
04 13 Resíduos do corte e serragem de pedra não abrangidos em 01 04 07”, de acordo com
DL n.º 65/2018, de 20 de dezembro.

Os resíduos gerados na Unidade de Exploração de Inertes são encaminhados para uma área
de deposição temporária e posteriormente são utilizados nas operações preconizada no
PARP da pedreira.

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

5.12.2 Resíduos não Mineiros


Os resíduos não mineiros são de vários tipos, os quais seguidamente se descrevem:

a) Metais
As sucatas resultantes da atividade da “Pedreira Hu Ben” são constituídas por peças de
desgaste, nomeadamente, latas metálicas e peças decorrentes de pequenas reparações em
máquinas e equipamentos. Este tipo de resíduo apesenta-se em estado sólido e é armazenado
temporariamente até ser recolhido por operador de resíduos autorizado (sucateiros) na oficina
da pedreira, num contentor devidamente identificado com o LNR 20 01 40 “metais”.

b) Pneus Usados
Os pneus classificados como resíduos, resultam da substituição dos pneus do parque de
máquinas (Dumpers, pás carregadoras, etc.). Este resíduo apresenta -se no estado sólido é
armazenado a granel na arrecadação devidamente identificado com o LNR 16 01 03” Pneus
usados” até ser recolhido por operador licenciado ou encaminhado ao destino final, conforme
as diretrizes da ANAS, para o efeito.

c) Óleos de motores, transmissões e lubrificações


Os óleos de motores, transmissões e lubrificações são classificados como resíduos perigosos
de acordo com a Convenção de Basileia são resultantes da lubrificação e mudanças de óleo
de máquinas e equipamentos. Os óleos apresentam -se no estado líquido e são armazenados
em bidões devidamente identificados com o LNR 13 02 06 “Óleos sintéticos de motores,
transmissões e lubrificação.” na arrecadação da pedreira. É de salientar que os bidões se
encontram colocados sobre bacias de retenção, como objetivo de prevenir possíveis
derrames. Estes óleos s ão armazenados temporariamente até serem recolhidos por operador
licenciado para o efeito.

d) Filtros de Óleo
Os filtros de óleos advêm da manutenção das máquinas afetas a laboração da pedreira
(Dumpers, giratórias, pás carregadoras, etc.), apresentam -se no estado sólido. Os filtros de
óleos são armazenados, também na oficina da pedreira em bidões, devidamente
identificados com o LNR 16 01 07 “Filtros de óleo”. Estes filtros são armazenados
temporariamente até serem recolhidos por operador licenciado ou encaminhado ao destino
final, conforme as diretrizes da ANAS, para o efeito.

e) Baterias de Chumbo
As baterias de chumbo são uma tipologia de resíduo também classificado com perigoso,
gerados em atividades desta natureza, sendo provenientes da manutenção das máquinas e

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

equipamentos afetos a pedreira (Dumpers, giratórias, pás carregadoras, etc.). Este resíduo
apresenta-se no estado sólido e é devidamente armazenado sobre estrados de madeira
devidamente identificado com o LNR 16 06 01 “Acumuladores de chumbo.”. Este resíduo
fica armazenado na arrecadação da pedreira até recolha por operador devidamente
autorizado para o efeito.

f) Lamas de fossas sépticas


Dado que não existe ligação a rede pública de saneamento às águas residuais resultantes das
instalações sanitárias e vestiários são encaminhados para fossa séptica estaque onde ficam
armazenadas as “Lamas de fossas sépticas” classificadas com o código LNR 20 03 04. Esta
fossa séptica é esvaziada periodicamente por empresa autorizada para o efeito.

g) Absorventes, materiais filtrantes, panos de limpeza e vestuário de proteção

Nas pequenas reparações efetuadas às máquinas e equipamentos é utilizado o que se designa


vulgarmente por “desperdícios” que engloba panos absorventes, assim com fardamento
utilizado por trabalhadores. Estes materiais poderão ser considerados perigosos se estivem
contaminado com óleos, sendo assim classificados com a LNR 15 02 02 “Absorventes,
materiais filtrantes (incluindo filtros de óleo não anteriormente especificados), panos de
limpeza e vestuário de proteção, contaminados por substâncias perigosas.”. Estes materiais
são armazenados em bidões devidamente identificados com a LNR 15 02 02, até recolha por
empresa licenciada, ou encaminhado ao destino final, conforme as diretrizes da ANAS para
o efeito.

Existem ainda resíduos do tipo “Absorventes, materiais filtrantes, panos de limpeza e


vestuário de proteção não abrangidos em 15 02 02.”, isto é, não perigosos que são também
armazenados em bidões devidamente identificados com o LNR 15 02 03 na oficina, até
recolha por empresa licenciada encaminhado ao destino final, conforme as diretrizes da
ANAS para o efeito.

A Tabela 6. constitui um resumo de todos os resíduos não mineiros resultantes da atividade


da “Pedreira Hu Ben”, assim como uma estimativa das quantidades anualmente produzidas
e o seu destino final.

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

Tabela 7 - Resumo de todos os resíduos não mineiros resultantes da atividade da “Pedreira Hu Ben”.
Quantidades
Código LNR Tipo de Resíduos Destino Final
produzidas
20 01 40 Metais 200 Kg Operador Licenciado
16 01 03 Pneus usados 14 Operador Licenciado
encaminhado ao destino
final, (ANAS)
Óleos de motores, transmissões e Operador Licenciado
13 02 06 lubrificações 1200 l encaminhado ao destino
16 01 07 Filtros de Óleo 50 final, (ANAS)
16 06 01 Pilhas de Chumbo 5 Operador Licenciado
20 03 04 Lamas de fossas sépticas 280 m3 Serviços
municipalizados ou
entidade licenciada
Absorventes, materiais filtrantes
15 02 02 (incluindo filtros de óleo não 100 Kg Operador Licenciado
anteriormente especificados), panos de encaminhado ao destino
limpeza e vestuário de proteção, final, (ANAS)
contaminados por substâncias perigosas.
Absorventes, materiais filtrantes, panos Operador Licenciado
15 02 03 de limpeza e vestuário de proteção não 200 Kg encaminhado ao destino
abrangidos em 15 02 02. final, (ANAS)

Como referido anteriormente, todos os resíduos são armazenados temporariamente na


arrecadação de apoio à “Pedreira Hu Ben”. Nestes termos, os resíduos são devidamente
armazenados em bidões ou estrados adequados, devidamente identificados com os
respetivos LNR, até as quantidades armazenadas justificarem a deslocação do Operador de
Gestão de Resíduos Não Urbanos, devidamente autorizado para o efeito para proceder à
recolha, valorização ou eliminação dos seus resíduos indústrias. É de salientar que o
armazenamento é sempre inferior a 12 meses.

Os resíduos sólidos urbanos resultam de restos de alimentos ou materiais consumidos pelos


trabalhadores e são estimados em cerca de 2m3/mês. Estes resíduos vão para o contentor
municipal de “lixo”, de onde serão recolhidos pelos serviços municipalizados.

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

6. ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO SEM A IMPLANTAÇÃO


DO PROJECTO

Neste capítulo procede-se à descrição da evolução previsível da situação atual na ausência


do projeto de instalação e exploração da Pedreira Hu Ben, pela Hu Be Lda. Este cenário
apenas é considerado por haver a possibilidade de, por algum motivo, o projeto objeto do
presente EIA não ser aprovado pela instituição responsável pelo processo de Avaliação de
Impacte Ambiental.

Caso não seja implantada a pedreira, no local definido e estudado ao longo do presente
relatório, espera-se que o local continue, a médio e longo prazo a ter as mesmas
características atuais, ou seja:

 Um troço de vale seco, com vida vegetal composta pela presença de


Prosopis juliflora e espécies com período de vida cíclicos, após a queda das
chuvas;
 Continuará a receber as águas de escorrimento superficial provenientes da
queda das chuvas a montante e no próprio troço da ribeira, que se perderão
em direção ao mar;
 O uso de solos continuará a ser, predominantemente e incultos,
considerando a tendência do abandono das zonas rurais, por parte dos
jovens, em direção à cidade;
 As perspetivas de criação de postos de trabalho no sector da agricultura e
atividades conexas tenderão a diminuir;
 A paisagem continuará, na maior parte do ano, a revelar uma faceta seca e
monótona pela falta de contraste de cores que caracteriza a região,
principalmente nos meses secos.

Finalmente considera-se que a manutenção da área de implantação do projecto de


instalação e exploração da Pedreira Hu Ben tal como ela se encontra hoje seria uma opção
contrária às aspirações do concelho e da sua população, que travam uma luta árdua no
combate à pobreza e às elevadas taxas de desemprego, principalmente entre a população
jovem.

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

7. AVALIAÇÃO DE IMPACTES AMBIENTAIS

O objetivo do presente capítulo centra-se na caracterização dos impactes ambientais


resultantes da implementação do projeto da “Pedreira Hu Ben”, considerando-se como
impactes todos os efeitos ou consequências não intencionais, provenientes de ações
planeadas (implementadas ou previstas). Esta caracterização destina -se posteriormente à
apresentação das medidas que são fundamentais para a mitigação e/ou compensação dos
impactes negativos.

Entende-se por impacte ambiental o conjunto das alterações favoráveis (impacte positivo)
e desfavoráveis (impacte negativo) produzidas em parâmetros ambientais e sociais, num
determinado período de tempo e numa determinada área (situação de referência),
resultantes da realização de um projeto, comparadas com a situação que ocorreria, nesse
período de tempo e nessa área, se esse projeto não viesse a ter lugar. A avaliação de
impactes resulta do cruzamento das características das biocenoses, descritas na situação de
referência, com as alterações introduzidas nas biocenoses, inerentes à implementação do
projeto.

No presente estudo, foi pretendido a avaliação de impactes ambientais através de uma


análise objetiva, a sua determinação envolve alguma subjetividade devido aos critérios que
cada indivíduo ou comunidade utiliza e atribui aos aspetos em estudo. Sabe-se, contudo,
que um impacte será tanto mais significativo quanto maior for a alteração dos “usos-
qualidade” do ambiente por ele induzida – mais usos, impacte significativo e vice-versa.
De igual modo, um impacte será tanto mais significativo quanto maior a abrangência
espacial, duração, irreversibilidade, probabilidade e magnitude que o caracterizam. Para
tentar ultrapassar esta subjetividade, procurou-se avaliar os impactes decorrentes do
Projeto com o maior rigor possível, atendendo ao seu grau de significância e em função da
avaliação da perda de usos do ambiente para o homem ou ecossistema. Desta forma, no
presente Capítulo procurou-se, para cada fase de desenvolvimento do Projeto, identificar as
respetivas ações, tarefas ou operações suscetíveis de originar um impacte sobre o ambiente
e avaliá-las. Em alguns descritores a avaliação dos impactes foi realizada de forma mais
aprofundada e em maior ou menor escala, em consequência da própria natureza do Projeto.
Quando se trata de um projeto de exploração de inertes, como é o caso, a distinção de
impactes consoante a fase em que se desenvolve o projeto é, em geral pouco nítida, quer a
nível temporal, quer no que respeita ao desenvolvimento da atividade no espaço.

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A ação inicial que incluí desmatagem, decapagem e remoção de solos para pargas de solos
constitui a fase inicial de exploração da pedreira, não sendo facilmente separáveis. Por
outro lado, a fase de recuperação pode coincidi r no tempo com a fase de exploração de
uma dada área da exploração, mas sempre de acordo com o princípio “exploração à frente
recuperação à retaguarda”.

7.1 METODOLOGIA DE PREVISÃO E AVALIAÇÃO DE IMPACTES AMBIENTAIS

A metodologia de avaliação dos impactes passa pela sua caracterização em relação a cada
um dos descritores considerados na caracterização da situação de referência, com a
identificação das medidas propostas, sempre que aplicáveis.
Apesar de se tratar de um conceito com alto grau de subjetividade, no sentido de classificar,
fundamentar e objetivar a avaliação de impactes, procedeu -se à criação uma escala de
significância. Assim, os impactes ambientais identificados no presente trabalho podem ser
classificados como:
 Pouco significativos;
 Significativos;
 Muito significativo.

Esta classificação resulta da conjugação dos seguintes parâmetros:

 Ação/ Efeito ou Tipo de Impacto: Direto ou indireto caso se trate de um


impacte direto causado pela implementação do projeto ou de forma indireta,
devido aos efeitos que não se devem ao projeto, mas às atividades com ele
relacionado.
 Desfasamento no Tempo: os impactes são considerados de imediatos se os
seus efeitos se verificarem durante ou imediatamente após a sua ocorrência.
São classificados de “médio prazo” se os respetivos efeitos se repercutirem
mais ou menos intensamente durante um período de um ano. São
considerados de “longo prazo” se este período for superior a um ano.

 Duração ou Persistência: temporários ou permanentes dependendo se os


impactes se verificarão apenas durante um determinado período ou se forem
continuados no tempo. Parâmetro que avalia se os efeitos estão limitados no
tempo, ou se farão sentir-se permanentemente sobre o descritor. Os impactes
temporários são inerentes à fase de atividade da pedreira e os permanentes
perduram para além do período de vida da exploração.

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 Extensão Geográfica: Local, sub-regional, regional ou nacional dependendo


se os impactes se verificarão a uma escala local, sub-regional, regional ou
nacional. Este parâmetro avalia o raio de influência do impacte, sendo
considerado pontual quando se trata de uma ocorrência isolada e local
quando ocorrem até um raio de 10 km relativamente à área de exploração.
Quando o impacte se estende num raio superior a 10 km é considerado
impacte regional, sendo nacional quando a sua importância é a nível do País e
transfronteiriço quando ultrapassa as suas fronteiras.

 Magnitude: Reduzido, moderado ou elevado. Classifica os impactes


quanto à sua intensidade, tendo em conta a agressividade de cada uma das
ações propostas e a sensibilidade dos fatores ambientais. Os princípios a
considerar para a classificação deste parâmetro de avaliação variam
consoante o descritor.

 Possibilidade de Mitigação: minimizável, impossível. Refere-se à


possibilidade de reduzir os efeitos provocados pelas ações inerentes ao
projeto.

 Probabilidade: improváveis, prováveis ou certos dependendo da


probabilidade de incidência no meio face a situações semelhantes. O grau de
probabilidade de ocorrência de impactes, tendo por base o conhecimento das
características de cada uma das ações e de cada fator ambiental, permite-nos
prever o acontecimento de determinadas consequências.

 Qualificação: Positivo, negativo ou nulo, consoante o efeito do impacte


melhore a qualidade do ambiente, provoque a sua degradação ou não a afete.

 Reversibilidade: irreversíveis ou reversíveis. Diz respeito à possibilidade de


reverter os efeitos produzidos pela exploração, permanecendo ou anulando -
se quando cessar a respetiva causa. Os impactes irreversíveis são os que não
regressam às condições iniciais após o encerramento do projeto, enquanto os
reversíveis voltam ao seu estado inicial.

De seguida são detalhadas as metodologias de avaliação de impactes específicas adotadas


para cada um dos descritores ambientais em causa e efetuada a sua avaliação, sendo que
para cada descritor foram realçados os parâmetros mais relevantes para a tipologia de
impacte em questão.

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7.2. IDENTIFICAÇÃO DE IMPACTES AMBIENTAIS

7.2.1. CLIMA

Não se prevê que a Pedreira Hu Ben venha a gerar impactes diretos negativos significativos
sobre a generalidade das variáveis climáticas. De qualquer modo, mesmo que pouco
significativos, os impactes ambientais previstos resultantes do projeto são:

o Alteração do regime de escoamento de micro-escala das massas de ar;

o Alteração da humidade relativa do ar, consequência da alteração do coberto

o vegetal, da topografia e do regime hidrológico local.


No que respeita aos aspetos globais do clima, nomeadamente a destruição da camada de
ozono estratosférico e às alterações climáticas, a sua abordagem e quantificação em termos
de impacte ambiental é diversa. As substâncias que promovem a destruição do ozono não
fazem parte dos processos normais das atividades em estudo.

Ao nível das alterações climáticas, o impacte resultante das emissões de gases com efeito
de estufa, resultará, maioritariamente, dos consumos de combustíveis fósseis nos
equipamentos móveis.

Os impactes resultantes da laboração da pedreira e da britadeira, sobre o clima da área em


estudo condicionam outros descritores ambientais, nomeadamente a qualidade do ar, a
qualidade das águas e o ambiente sonoro. As variáveis climatológicas que mais
condicionam esses descritores ambientais são o regime de ventos e a precipitação.

A qualidade do ar é fortemente condicionada pelo regime de ventos uma vez que dele
depende o transporte dos poluentes atmosféricos, nomeadamente, o transporte a curta
distância das partículas em suspensão.

As implicações das condicionantes climatéricas, vento e precipitação, ocorrem basicamente


ao nível da direção predominante do escoamento das massas de ar na região de estudo, bem
como ao nível da área afetada pela formação de eventuais plumas de dispersão de
poluentes na zona de exploração e acessos.

No caso do ambiente sonoro, tem-se a influência exercida por fatores como a temperatura,
a humidade atmosférica e o regime de ventos, sobre os mecanismos de propagação das

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ondas sonoras. A velocidade de propagação do som no ar depende da temperatura e


aumenta com esta. Quanto ao regime de ventos ele condiciona a propagação das ondas
sonoras que, como ondas mecânicas que são, ficam sujeitas ao campo de velocidades.
Assim, os recetores localizados nas imediações das fontes de ruído ambiente deverão sentir
com mais intensidade o ruído, quando o vento sopra na sua direção (na direção dos
recetores).

O projeto da “Pedreira Hu Ben” desenvolve-se de forma faseada, ou seja, o avanço da


exploração efetuar-se por etapas, estando sempre condicionado à recuperação das áreas
anteriormente exploradas. Desta forma, aspetos desfavoráveis de incremento de fenómenos
de natureza climatológicos serão drasticamente reduzidos, existindo consequências
reduzidas na associação entre exploração da pedreira e impactes ambientais.

Com a recuperação das áreas exploradas, desenvolvimento da atividade por fases, duração
da atividade em períodos curtos, a ação sobre as variações climatológicas serão diminutas
considerando-se os impactes Poucos Significativos, isto tendo em conta as seguintes
variáveis: Ação: Direta; Desfasamento no Tempo: Imediatos; Duração: Temporária;
Extensão Geográfica: Local; Magnitude: Reduzida; Probabilidade: Improvável;
Reversibilidade: Reversível; Qualificação: Positiva a exceção da Emissões de gases com
efeito de estufa em que os impactes são também Poucos Significativos, mas tendo em
conta as seguintes variáveis: Ação: Direta; Desfasamento no Tempo: Imediatos; Duração:
Temporária; Extensão Geográfica: Local; Magnitude: Reduzida; Probabilidade: certos;
Reversibilidade: Reversível com o fim da exploração; Qualificação: Negativa.

7.2.2 GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

Na área a intervencionar os impactes ao nível do descritor geologia e geomorfologia


relacionam-se com os processos erosivos, a destruição das formações geológicas e do relevo
e a instabilidade e subsidência do maciço.

As atividades que decorrem da fase de funcionamento da atividade extrativa na área a


intervencionar, tais como a destruição do coberto vegetal e a remoção das terras de
cobertura, põem a descoberto uma determinada extensão de rocha, facilitando os processos
erosivos, o que constitui um impacte negativo.

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A destruição das formações geológicas presentes na área de intervenção, como resultado das
operações de desmonte, constituíra um impacte negativo permanente. Contudo, considera-se
que esta perda será pouco significativa uma vez que estas formações geológicas não
constituem valores geológicos a preservar.

O impacte decorrente da modificação do relevo superficial devido à atividade extrativa será


permanente. Este impacte será significativo uma vez que será criado um desnível entre a
topografia original e a base da corta (após modelação). Ao nível da geotecnia, os impactes
expectáveis refletem-se na integridade estrutural do maciço rochoso, com implicações
diretas na segurança de pessoas, animais e bens. De facto, a alteração de relevo resultante
das atividades extrativas ira definir inclinações do talude superiores às do relevo natural. A
estratificação e a fracturação são os fatores que mais irão pesar nas condições de segurança
a observar na pedreira.

Face ao anteriormente exposto, o estudo da presença de fatores que motivem o


escorregamento ou tombamento de rocha, são de extrema importância para a garantia da
estabilidade das escavações. Apesar de a probabilidade de ocorrência destes fenómenos ser
praticamente nula, função da metodologia de lavra prevista no PP, a sua ocorrência traduz-
se num impacte direto e negativo. A sua magnitude será função das consequências que dai
advierem, sempre condicionada ao envolvimento de pessoas, bens e animais.

Estes impactes serão temporários, uma vez que as operações de recuperação paisagística
preveem o encosto dos estéreis nos taludes de escavação, levando à estabilização do
maciço.

A fase de recuperação/desativação tem associados impactes positivos, uma vez que está
associada à implementação de medidas presentes no PARP da zona de extração. Para que tal
se verifique e se atinja a recuperação do local terá de se proceder à movimentação de terras,
limpeza e revegetação da área. O cumprimento deste plano irá permitir a mitigação de
impactes ambientais, não se prevendo outros impactes nesta fase.

Devido ao volume potencial de materiais a explorar (456.000 m3), à extensão a afetar pela
sua exploração (cerca de 5 hectares) provoca no ambiente um impacte negativo, localizado,
permanente, de elevada magnitude e significativo, e à alteração do maciço rochoso que será
irreversível.

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7.2.3 SOLO E USO DO SOLO

Os impactes negativos de maior magnitude sobre o descritor solo e uso dos solos resultam
das ações de remoção do coberto vegetal e de terras superficiais, operação inerente ao
avanço da lavra. A remoção do coberto vegetal expõe os solos aos processos erosivos. No
entanto, o aumento da erosão dos solos é um impacte que será absorvido pela própria
remoção das camadas superficiais do solo. De modo a não induzir processos erosivos
adicionais recomenda-se a remoção do coberto vegetal apenas nas áreas estritamente
necessárias, ou seja, nas áreas onde haverá progressão da lavra.

A ocupação do solo e seus recursos possui a mesma duração temporal que a atividade
extrativa, estando relacionada com a disponibilidade do recurso geológico alvo dessa
mesma exploração e das condições de mercado que permitam a sua realização. Deste modo,
quando se der a cessação da atividade extrativa, os solos serão reabilitados/valorizados de
modo a recuperarem a sua anterior utilização.

Com a implantação da “Pedreira Hu Ben” foram introduzidas alterações à atual ocupação do


solo, com modificação da sua capacidade de uso. Os impactes inerentes ao projeto
consistem na substituição de uma área de uso e ocupação florestal por uma área de extração
de inertes.

Os impactes sobre os solos surgem em consequência das operações de preparação da área de


lavra, devendo ser considerados de acordo com o faseamento do projeto. A capacidade
produtiva dos solos na área a intervencionar para a extração de basaltos é reduzida a muito
reduzida, devido à sua reduzida espessura, o que configura que os impactes expectáveis
serão pouco significativos.

Numa perspetiva estritamente económica, esta alteração ao uso do solo constituirá um


impacte positivo. Os impactes negativos associados a este descritor são reversíveis pela
cessação das atividades extrativas e consequente implementação do PARP, que estabelece
como objetivo de recuperação o retorno do uso inicial do espaço. Aplicando as medidas
propostas no PARP consegue-se, à medida que se der a cessação da atividade extrativa,
promover a reposição dos solos valorizados, de modo a que estes tenham a mesma
utilização que anteriormente. Assim, durante as ações de desmatagem e decapagem o solo

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deverá ser extraído e armazenado em pargas, para uma futura aplicação nas ações de
recuperação à medida que os degraus atingem a sua configuração final.

As modificações do uso do solo relacionam-se com esta atividade e estão relacionados com
implantação de vias de transporte, desmatação, extração de basalto e instalação de
infraestruturas.

Os impactes expectáveis da atividade extrativa nas várias etapas da implementação do


projeto são os seguidamente descritos.

Na fase de preparação e exploração, os principais impactes estão relacionados com a


remoção de parte da camada superficial do solo e desmatação e, em estágios posteriores,
com a remoção de todo o solo. A remoção do coberto vegetal origina também uma maior
exposição do substrato, potenciando a sua erosão.

Nesta fase, os impactes identificados e expectáveis no futuro, sobre o solo e capacidade do


seu uso são:
 Preparação dos solos, desmatação e decapagem do terreno, que irá implicar a
alteração da fertilidade e a remoção do coberto vegetal, que irá originar uma
maior exposição do substrato, potenciando a sua erosão;
 Uso de veículos e maquinaria e construção de acessos, que leva a
compactação, erosão e a possíveis contaminações dos solos por
derramamentos de óleos e combustíveis;
 A movimentação de terras, desmonte e extração, podem implicar erosão dos
solos expostos nas pilhas de armazenamento, perda de solos ou fertilidade
dos solos armazenados, assim como, separação ou armazenamento incorreto
dos solos removidos;
 Possível contaminação do solo por resíduos industriais decorrentes da
atividade de extração.

Os impactes ao nível do solo podem ser separados em duas valências: em relação às suas
características naturais e intrínsecas (muito alteradas e irrecuperáveis a curto e médio prazo)
e em relação ao uso do solo (a implantação da pedreira reacondiciona toda a área e
utilização do solo).

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Tendo por base tudo o que foi referido, sumarizam-se os impactes para as fases de
preparação e exploração em relação às duas valências agora descritas:


 Características dos solos
Assim, e de acordo com as medidas a implementar, os impactes nas características dos solos
serão negativos, diretos, temporários até à reposição e cumprimento do PARP, certos,
locais, imediatos, de magnitude moderada, reversíveis e minimizáveis com a aplicação do
PARP. Em síntese serão impactes Pouco Significativos.

 Uso dos solos


Tal assim como as características do solo, o uso do solo será alterado durante a existência da
pedreira e enquanto não se cumprirem e/ou se verificar o cumprimento das ações de
recuperação paisagística.

Assim, os impactes no uso do solo durante a exploração serão negativos, diretos,


temporários, certos, locais, imediatos, de magnitude reduzida, reversíveis e minimizáveis.
Com a aplicação do PARP, em particular com a modelação de terrenos e recuperação do
coberto vegetal os impactes negativos associados à exploração serão gradualmente
eliminados passando a positivos, diretos, permanentes, certos, locais, imediatos e de
magnitude elevada.

Na fase de recuperação e desativação avança-se na recuperação paisagística, modelação


de terrenos e recuperação do coberto vegetal. A desativação da exploração contribui
também com a redução intensa do tráfego rodoviário, o que por si só contribui gradualmente
para a reabilitação dos solos.

O restabelecimento dos meios para a implantação e crescimento de vegetação na área de


intervenção e de condições de drenagem e infiltração de água contribuirá para a fixação dos
solos, bem como para a sua proteção contra os agentes erosivos, fomentando a criação de
condições para que se processe a génese natural dos solos.
Deste modo, os impactes a verificarem-se, serão essencialmente positivos e permanentes.

7.2.4 RECURSOS HÍDRICOS


O processo de instalação da pedreira e exploração da mesma envolvem um consumo de
água que será garantido através do uso de auto-tanques. Por outro lado, os consumos nas

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áreas sociais da pedreira implicam a produção de efluentes domésticos que serão


encaminhados para uma fossa séptica.

Águas subterrâneas
Ao nível da hidrogeologia local, a realização de escavações durante as fases instalação e
exploração da pedreira induzirá impactes negativos, diretos e muito pouco significativos,
uma vez que não existem captações de água subterrânea na proximidade da área de
implantação do projeto. Na zona de projeto não existe nenhum ponto de água e os pontos
existentes mais próximos encontram-se secos e/ou salinizados devido sobre-exploração, não
reunindo assim, condições mínimas de uso em atividades económicas, mesmo que de
subsistência. Neste sentido, considera-se que os impactes negativos nas águas subterrâneas
serão nulos.

Águas superficiais

O principal impacte negativo resultante do projeto de instalação e exploração da Pedreira


Hu Bennos recursos hídricos superficiais é a afetação do regime de escoamento, que como
descrito anteriormente é bastante caudaloso e limitado no tempo. Considerando a
proximidade existente entre a área de instalação da pedreira e a linha de água, prevê-se que
a unidade de exploração de inertes poderá induzir interferências significativas no
escoamento superficial, uma vez que o leito de uma ribeira fica a escassos metros do terreno
onde serão instalados os equipamentos e algumas estruturas de apoio.

Além deste potencial impacte negativo, a própria segurança das instalações poderá estar
ameaçada em caso de ocorrência de caudais de ponta extremos. Pelo exposto, serão
indicadas medidas de mitigação concretas de modo a eliminar os riscos acima referidos, no
respetivo capítulo.

Qualidade das águas


A área de exploração da lavra é pouco vulnerável à contaminação química e orgânica uma
vez que se está na presença de material consolidado, com uma permeabilidade praticamente
nula. Com efeito, recomenda-se que sejam observadas restrições à manipulação de
substâncias solúveis perigosas, de forma a impedir eventuais derrames acidentais de óleos,
lubrificantes e combustíveis, que seriam especialmente perigosos. Neste sentido, não
deverão ocorrer impactes negativos significativos que possam afetar a qualidade do sistema
hídrico.

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

A qualidade das águas superficiais na envolvente da unidade, deverá ser afetada pela
atividade extrativa e de transformação, devido a:

o Deposição, por via húmida e seca, de partículas de poeiras;

o Afetação acidental por óleos e lubrificantes utilizados nas máquinas e


veículos, que procedem à exploração, transformação e transporte;

o Arrastamento de sólidos para as linhas de água em função da desmatação


das áreas de exploração do complexo;

A afetação da qualidade das águas superficiais por partículas de poeiras constitui um


impacte negativo, certo e temporário, mas pouco intenso, dado que se fará sentir somente
nos períodos imediatamente após a queda das chuvas e enquanto durar a fase de exploração
da pedreira.

Relativamente à afetação acidental por óleos e lubrificantes utilizados nas máquinas e


veículos afetos à exploração, o impacte ao nível da qualidade das águas será negativo e
muito significativo, caso não sejam tomadas medidas imediatas para a contenção destes
derrames. Contudo, o facto de se estar na presença de uma exploração de basalto (material
altamente impermeável) e de um regime de escoamento muito excecional, contribui para
redução da extensão de eventuais derrames acidentais.

Na fase de desativação da pedreira, a modelação do terreno permitirá o estabelecimento de


uma rede de drenagem com ligação à rede de drenagem natural, evitando-se assim a
acumulação de águas pluviais nas bancadas exploradas da pedreira.

7.2.5 SISTEMAS ECOLÓGICOS

A identificação e a avaliação das condicionantes ambientais aqui efetuadas baseiam-se nos


elementos obtidos na fase de Caracterização da Situação de Referência, fase esta que
permitiu antever os possíveis impactes que decorrerão da implementação do projeto de
instalação e exploração da Pedreira Hu Ben. A realização de ações como a desmatação e a
implementação de áreas de extração terão efeitos negativos sobre os ecossistemas e devem
ser alvo de medidas de minimização adequadas. Porém, considerando a pobreza do
património vegetal, em termos de valor ecológico, da área de estudo é possível antever que
os efeitos adversos sobre a flora, vegetação e habitats não sejam significativamente
negativos.

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

A execução das ações de projeto nas suas fases de instalação e exploração induzirão
impactes essencialmente negativos atendendo à possibilidade de ocorrência das seguintes
situações:

 Destruição do habitat – ocorrência de alterações na composição da


comunidade faunística local devido ao desaparecimento de espécies típicas
do habitat existente, assim como possível aparecimento de outras;
 Aumento dos níveis de mortalidade para a fauna;
 Efeito-repulsa sobre a fauna decorrente de um aumento da perturbação de
origem antropogénica do local (aumento dos níveis de ruído, alterações na
iluminação do local, circulação de máquinas e pessoal, ocorrências de
derrames de substâncias químicas).

Atendendo a que os valores faunísticos identificados na região não são passíveis de


nenhum estatuto especial de conservação, pela sua quantidade relativamente ao contexto
regional e nacional, estes impactes negativos que potencialmente poderão afetar as
comunidades faunísticas serão, no geral, pouco significativas.

Relativamente à avi-fauna não ocorrerão impactes negativos por a zona a ser afetada pelo
projeto não constituir habitat para estas espécies.

Os potenciais impactes gerados pelo projeto em estudo, na fase de exploração/produção,


serão, sobretudo, decorrentes das ações referentes à fase de funcionamento pleno do
Complexo. Relativamente à vegetação, a sua eliminação é inevitável em toda a área de
extração. Esta eliminação ocorre essencialmente na fase de desmatação. A eliminação da
camada superficial do solo, através de ações de decapagem, o aumento dos declives e o
aumento da erosão, criam dificuldades à posterior regeneração natural das espécies
vegetais.

Na fase de recuperação e desativação irá verificar-se a recuperação/renaturalização de


biótopos, a implementação das ações de recuperação das zonas intervencionadas e/ou
ocupadas temporariamente por deposição de materiais sobrantes e das zonas de proteção
permitirá iniciar um processo de renaturalização da área, embora conduzido, que
introduzirá um impacte positivo imediato pela recuperação ecológica com alguma
continuidade com os biótopos da zona envolvente.

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

Estes impactes são positivos, significativos, permanentes, de estabelecimento ou início


após a fase de implementação do PARP, e maximizáveis após o abrandamento da lavra e
prossecução do PARP, com aplicação da implantação e recuperação dos espaços verdes da
zona.

7.2.6 QUALIDADE DO AR

A qualidade do ar atual na envolvente do projeto é condicionada por poluentes do tipo


monóxido de carbono (CO), dióxido de carbono (CO2), óxidos de enxofre (SOx), aerossóis,
hidrocarbonetos (HC) e partículas em suspensão que têm como fonte produtora o tráfego
automóvel nas vias alternativas em terra batida, existentes na zona Forno Varela.

Como referido anteriormente, as partículas em suspensão são o principal poluente


atmosférico associado a “Pedreira Hu Ben” sendo que a sua origem se encontra relacionada
com a circulação de equipamentos e veículos pesados no interior da pedreira e com o
próprio processo de desmonte e transporte do basalto.

Pelo exposto, na fase de exploração, o impacte sobre a qualidade do ar é classificado como


negativo, local, direto, provável e imediato, temporário, moderado, reversível e
minimizável.

Deste modo, com a correta aplicação das medidas de mitigação durante a exploração, os
impactes decorrentes da atividade da “Pedreira Hu Ben” não serão distintos dos demais
gerados por outras explorações semelhantes existentes em zonas igualmente semelhantes.
Na fase de recuperação/desativação irão ocorrer trabalhos de movimentação de terras,
associados à execução do PARP, pelo que os impactes a gerar nestas fases serão
semelhantes aos da fase de exploração, mas em níveis inferiores uma vez que o ritmo de
trabalhos será menor.

Considerando as características das atividades previstas na Pedreira Hu Ben, consideram-se


diferentes fontes de poluição atmosférica. As atividades ocorrem descontinuamente no
tempo uma vez que nos períodos noturnos não existem quaisquer atividades. No Quadro
abaixo apresentam-se as principais fontes de poluentes atmosféricos existentes na pedreira,
de acordo com a fonte e principais poluentes emitidos.

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

Tabela 8 - Principais fontes emissoras, suas características e principais poluentes emitidos.


FONTE TIPO DE FONTE PRINCIPAIS POLUENTES EMITIDOS
Viaturas e máquinas afetas Fixa (britadeira) CO, CO2, NOx, SO2,
à produção Móvel (camiões e Partículas, Hidrocarbonetos
máquinas) (HC), Chumbo (Pb)

Vias temporárias por onde Linear Partículas


circulam as viaturas e
máquinas (dentro da zona
de produção)

Vias de acesso por onde Linear CO, CO2, NOx, SO2,


circulam as viaturas Partículas, Hidrocarbonetos
pesadas de transporte (fora (HC), Chumbo (Pb)
da zona de exploração)

7.2.7. AMBIENTE SONORO

Para fazer a avaliação deste descritor recorreu-se a um conjunto de dados, nomeadamente a


localização das fontes ruidosas (vias de comunicação e equipamentos nas frentes de
desmonte), à localização dos recetores e a topografia do terreno. As fontes ruidosas
consideradas para a previsão de impactes foram a laboração de máquinas nas frentes de
desmonte, as atividades da britadeira e o tráfego de viaturas no interior da pedreira e no
acesso entre a mesma e o destino do material produzido.

Na fase de preparação/exploração, o impacte sobre o ambiente sonoro é classificado como


negativo, local, direto, certo, imediato e moderada. Todos os impactes descritos são
considerados temporários, limitados a fase de exploração e, eventualmente, a fase de
recuperação/desativação e reversíveis, com o encerramento da exploração. Deste modo,
podemos considerar que os impactes da “Pedreira Hu Ben” sobre o ambiente sonoro
poderão ser Pouco Significativos, contudo com a aplicação das medidas de mitigação os
impactes serão minimizáveis.

Na fase de recuperação/desativação, irão ocorrer trabalhos de movimentação de terras,


relacionados à execução do PARP. A execução desta conceção do projeto a exploração e a
recuperação paisagística irão realizar-se em simultâneo, como tal prevê-se que os trabalhos
na fase recuperação/desativação se prolonguem por apenas mais uma fase, até recuperação
da última área explorada.

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

Face ao exposto ao longo da fase de recuperação/desativação considera-se que poderão


ocorrer impactes negativos ao nível do ambiente sonoro da envolvente da “Pedreira Hu
Ben”, contudo com a correta aplicação das medidas de mitigação estes impactes poderão
ser minimizáveis.

7.2.8. PAISAGEM

De acordo com o capítulo de descrição da situação de referência as características visuais da


Paisagem, afetadas pela implementação do projeto de extração e transformação de pedras,
apresentam uma sensibilidade baixa, devido à fraquíssima visibilidade a que está sujeita a
zona de implementação do projeto, pelo que é seguro afirmar que o local apresenta uma boa
capacidade para absorver alterações provocadas por atividades humanas.

Relativamente às características do projeto, refiram-se como mais relevantes a alteração do


relevo natural nas áreas de frente de lavra e de instalação das infraestruturas de apoio. A
atividade extrativa e transformadora, a céu aberto origina impactes visuais negativos de
elevada magnitude que se encontram associados à:

 Destruição do coberto vegetal existente;


 Eliminação da “terra viva” de cobertura;
 Desertificação das áreas intervencionadas;
 Introdução de “feridas” na paisagem local;
 Formação de uma nova topografia fruto das escavações;
 Presença física dos equipamentos afetos ao projeto.

Estes impactes visuais serão tanto mais significativos quanto maior for: a área de
intervenção, o período de vida útil do projeto, o número de potenciais observadores e a
sensibilidade paisagística. É importante referir que, a implementação do Plano de
Recuperação Paisagística, mitiga muitos dos impactes negativos identificados. Tal situação
traduzir-se-á numa redução da magnitude dos impactes previstos para a exploração.

A alteração do uso do solo é um impacte evidente e negativo para a paisagem. Esta


modificação diz respeito à conversão do uso descrito na situação de referência para a
implementação de um projeto de extração do subsolo, induzindo um impacte negativo e
certo sobre a paisagem. Tendo por base que o impacte conferido pela alteração do uso do

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

solo na área a explorar é minimizável, pela aplicação do PARP, este impacte é classificado
como pouco significativo.

Do decorrer dos trabalhos da lavra a céu aberto prevê-se a emissão de poeiras proveniente
do corte e circulação de veículos, que após suspensão, irão cobrir as áreas próximas à
exploração, o que tornará a sua existência mais evidente ao olhar, característica mais óbvia
no período do ano de menor humidade. Este impacte, que será temporário, limitando-se ao
período de atividade da exploração, é minimizável através da aplicação de medidas de
minimização.

Com todas as alterações que surgem da implementação da exploração, o carácter da


paisagem sofre alterações. Esta alteração, tendo em conta todas as características referidas,
é considerada como um impacte muito significativo, pois embora o “elemento pedreira”,
hoje em dia constitua parte integrante da paisagem desta região, sendo uma marca, pouco
positiva, da sua identidade, as características específicas da envolvente à área em estudo
tornam este local particular. É relevante salientar que à medida que a exploração a céu
aberto for evoluindo, com a correta aplicação das medidas de minimização e a
implementação do PARP em articulação com a lavra, espera-se que este impacte seja
gradualmente minimizado e convertido, para que a identidade de um espaço
natural/naturalizado volte a surgir entre os observadores.

Na fase de exploração, o impacte sobre a paisagem é classificado como negativo, muito


significativo, direto, certo, imediato, permanente, local, irreversível, mas minimizável,
podendo, contudo, ser transformado num impacte positivo com a implementação do PARP
após a degradação do local. Salienta-se que a implementação do PARP, com o
restabelecimento da morfologia do terreno e reposição dos padrões de vegetação da
envolvente, foi considerado um impacte de magnitude elevada, devido à sua importância
para a regeneração da paisagem. Para este descritor, alguns impactes originados assumirão
um carácter definitivo, surgindo novos elementos visuais que serão responsáveis pelas
alterações da estrutura e organização da paisagem.

Após previsão dos impactes sobre a paisagem, importa reforçar que estes perdurarão
durante um período de tempo elevado, mas limitado, restringindo -se o impacte visual à
fase de preparação dos trabalhos, exploração e primeiros anos após sua recuperação,
enquanto a vegetação não se estabelecer.

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

7.2.9. ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO

No presente ponto procede-se à identificação e avaliação dos impactes do projeto no


Ordenamento do Território, considerando os impactes resultantes, direta ou indiretamente
do funcionamento do projeto e que como tal, são inerentes à fase atual de exploração.

A implementação deste tipo de projeto implica a ocupação parcela de solo considerável com
baixo valor paisagística ambiental, mas como a interferência com o solo é muito elevada e
subterrânea, verifica-se uma fácil recuperação posterior, cumprido o estipulado do PRAP.

É esperado que no decorrer da fase de implementação se verifiquem alguns impactes, os


quais resultarão da afetação de solos, provocada pelas ações de instalação do projeto, com
incidência nas regulamentações específicas do uso do solo existentes, nas áreas
intervencionadas. Será nesta fase que se espera que os impactes ocorram mais facilmente,
devido às ações de preparação do terreno e construção de Edifício de apoio. A passagem de
viaturas e equipamento poderá alterar as características mecânicas e a permeabilidade dos
solos nos caminhos de acesso.

Deste modo, considera-se que o impacte global relativo a esta fase será negativo, direto,
temporário e pouco significativo

Durante a fase de exploração, a qual tem um horizonte temporal previsto de 50 anos, e visto
que as áreas de terrenos a ocupar são extensas, os impactes esperados derivam das novas
condicionantes de uso criadas pela existência do projeto.

Contudo e de um modo geral, o impacte será negativo, direto, permanente e significativo.

Para a fase de desativação prevê-se que os impactes sobre o ordenamento do território


sejam escassos ou mesmo negligenciáveis, já que a desmontagem apenas poderá implicar a
retoma do uso do solo.

Assim prevê-se que o impacte decorrente desta fase seja positivo, direto, permanente e
pouco significativo.

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

7.2.10. SÓCIO-ECÓNOMIA

Fase de instalação da pedreira


Os impactos socioeconómicos associados a uma determinada atividade, no caso concreto a
indústria extrativa, apresentam sempre um grau de incerteza associada e um grau de
imprevisibilidade relativo à extensão temporal de influência dos impactes.

A indústria extrativa constitui um Pólo dinamizador e de desenvolvimento socioeconómico,


devido à extração dos recursos existentes, bem como pelos benefícios que gera direta e
indiretamente em termos financeiros e de empregabilidade nas indústrias paralelas,
contribuindo de forma positiva para o estímulo da atividade económica local e regional.
Nesta abordagem essencialmente de índole económica, os impactes resultantes desta
atividade são claramente positivos.

Os impactes negativos são sobretudo de carácter ambiental, influenciando de forma negativa


a qualidade de vida das populações locais, designadamente ao nível das poeiras, ruído,
vibrações e dificuldades de tráfego.

A construção/instalação da pedreira será responsável pela produção de ruído, vibrações e


poeiras inerentes ao funcionamento de um estaleiro de construção civil e à movimentação de
máquinas e equipamento afetos à construção. Contudo, e atendendo a que o estaleiro irá ser
implantado numa área sem recetores sensíveis próximos na envolvente e que as obras de
construção estão confinadas do ponto de vista de visibilidade, admite-se que a qualidade de
vida das populações mais próximas não venha a ser afetada de forma significativa.

Fase de exploração
Na fase de preparação/exploração existe uma série de ações do projeto suscetíveis de
provocar impactes, as quais estão associadas com as diferentes etapas da atividade, desde a
extração até à expedição do produto final. As ações associadas à fase de exploração do
recurso, designadamente a desmatação e decapagem, desmonte, transformação e
expedição, terão como principais impactes positivos a criação de emprego para os
diferentes intervenientes no processo extrativo. A criação de postos de trabalho (Unidade
de Exploração de Inertes) será localmente significativa, face aos números do desemprego
atualmente registados e à escassez de ofertas de trabalho e contrariando as tendências de
desertificação.

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Além da criação de postos de trabalho, existem ainda uma série de efeitos indiretos
positivos no tecido económico local e regional, designadamente ao nível das empresas
fornecedoras de serviços necessários à atividade da pedreira (combustíveis, reparação de
máquinas, logística).

Do anteriormente exposto resulta claro que, apesar dos claros benefícios em termos de
geração de emprego e estímulo económico local e regional com a atividade d a pedreira em
causa, o seu impacto apresenta um grau de incerteza elevado, tornando complexa a sua
quantificação direta.

As ações do projeto desenvolvidas na fase de exploração serão responsáveis pela emissão


de poeiras, produção de vibrações, e pela produção de ruído. Atendendo a que os
aglomerados populacionais não se localizam na envolvente imediata da pedreira,
considera-se que o nível de ruído e dispersão de poeiras e vibrações são impactos pouco
significativos, dado que os recetores sensíveis mais próximos se localizam a cerca de 800
m da exploração.

Atendendo ao expectável tráfego de veículos pesados afetos à pedreira, não se prevê que os
mesmos contribuam de forma significativa para a degradação do pavimento das vias. Caso
ocorra eventual degradação do pavimento, o mesmo não constituirá um impacto
significativo, já que apresentará um efeito local e apenas no período de atividade da
pedreira.

No global, considera-se que os impactes socioeconómicos do projeto de licenciamento da


“Pedreira Hu Ben” são positivos, dada a importância local na criação de emprego direto e
indireto, contribuindo de forma positiva para o estímulo da atividade económica local e
regional.
A fase de recuperação/desativação tem associados impactes positivos.

7.2.11. PATRIMONIO

A avaliação é efetuada tendo em consideração os valores patrimoniais existentes e o impacte


que o projeto possa ter sobre esses valores patrimoniais.

A implementação e exploração do Projeto não provocam impactes significativos no


património, uma vez que para o local e envolvente, não existe nenhum tipo de património.

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2.2.12. RESÍDUOS

Uma gestão adequada dos resíduos implica o conhecimento real dos quantitativos gerados
na laboração, sua caracterização, destino final, frequência de recolha e meios de transporte
utlizados. Os impactes resultantes de um eventual incorreto manuseamento dos resíduos não
mineiros serão na fase de exploração e na recuperação/desativação, classificados como
negativos, locais, direto, certo, imediato e moderada. Todos os impactes descritos são
considerados temporários, limitados à fase de exploração e, eventualmente, a fase de
recuperação/desativação e reversíveis, com o encerramento da exploração.

7.3. IMPACTES CUMULATIVOS

Neste ponto irá proceder-se à identificação e análise dos impactes cumulativos resultantes
da implementação da “Pedreira Hu Ben”. Assim, podemos definir impacte cumulativo como
o impacte ambiental resultante do somatório das afetações provenientes de ações humanas
passadas, presentes ou previstas para determinada área, independentemente do facto de a
entidade responsável pela ação seja pública ou privada.

A identificação dos impactes cumulativos é realizada em determinada área geográfica e


temporal, determinando-se os impactes diretos e indiretos decorrentes da implementação da
pedreira, analisando-se os projetos, infraestruturas e ações existentes e previstos e
identificando-se os recursos, ecossistemas e populações que podem ser afetados. Em função
da sua atuação em conjunto, avalia-se quais destes efeitos são significativos.

A ocupação do solo na envolvente da área do projeto da pedreira apresenta uma situação


distinta, há existência de uma pedreira em exploração.

Os impactes cumulativos associados à presença desta pedreira relacionam-se


predominantemente com a emissão de ruídos e poeiras. No que se refere à potencial
afetação das populações residentes na envolvente e sobre as infraestruturas existentes,
considera-se que face, aos volumes de produção previstos (7200 m3/ano) e no contexto atual
de ocupação e circulação na rede viária existente, não se preveem impactes cumulativos
significativos com a implementação do projeto de exploração da pedreira, uma vez que esta
não originará um acréscimo relevante no atual fluxo de tráfego de pesados.

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Devido à presença de uma área de exploração na envolvente da área em estudo são


esperados impactes cumulativos resultantes do seu funcionamento conjunto, impactes esses
atualmente existentes.

Tendo em conta a caraterização da situação de referência e a avaliação de impactes sobre os


diferentes fatores ambientais realizada nos capítulos anteriores, apenas serão de considerar
impactes cumulativos nas seguintes vertentes ambientais: clima, geologia e geomorfologia
biologia, socio economia, paisagem, ruido, e qualidade do ar.

7.3.1. Clima

A coexistência de outra pedreira nesta área irá contribuir, em algumas ações, para o
agravamento dos impactes negativos de extensão local e regional, dos quais se destaca, a
emissão de poeiras resultantes das movimentações de terra e inertes e dos trabalhos do plano
de lavra, e um aumento da propagação do ruído resultado da atividade no local.

7.3.2. Geologia e Geomorfologia

Os impactes cumulativos ao nível da geologia e geomorfologia são negativos na medida em


que a “Pedreira Hu Ben” é confinante com uma outra pedreira, e num raio de 500 m, em
terrenos vizinhos, aumentando assim a área de remoção do solo de cobertura, a extração da
rocha basáltica e as alterações ao relevo.

7.3.3. Recursos Hídricos

A existência de outra pedreira na zona poderá implicar alterações qualitativas nas linhas de
água nas proximidades. Dado o facto de existir uma unidade industrial de transformação de
pedra, poderão acumular-se impactes na zona do projeto. Deste modo, na exploração os
efeitos expectáveis e indesejáveis ao nível da qualidade das águas superficiais e/ou
subterrâneas, resultantes da movimentação, lavagem e manutenção da maquinaria utilizada
no processo de exploração e transporte da matéria - prima, poderá existir risco de derrames
acidentais de combustíveis e lubrificantes, provenientes das operações de manutenção de
viaturas, máquinas e equipamentos, assim como um maior incremento do transporte e
arrastamento de matérias e partículas solidas em suspensão, ou mesmo de hidrocarbonetos,
sobretudo nos períodos de maior precipitação.

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Este risco ambiental poderá originar impactes ambientais negativos, diretos e muito
significativos. No entanto, através da adoção de diversos procedimentos de natureza
preventiva e da criação de um plano de emergência ambiental para as situações de crise, este
risco será devidamente controlado.

7.3.4. Biodiversidade

A nível da biologia identificam-se dois tipos de impactes cumulativos associados ao projeto.


O aumento dos níveis de perturbação nas áreas circundantes da pedreira, impacte que
incidirá cumulativamente com a outra pedreira adjacente e a sua unidade industrial de
produção de inertes, produzindo uma magnitude final maior na área adjacente ao “núcleo”
de pedreiras, mas restringindo a área afetada por este impacte a uma área já perturbada. De
facto, se as pedreiras estivessem geograficamente separadas, a área de incidência negativa
sobre as zoocenoses seria mais ampla, pelo que a localização da Pedreira Hu Ben diminuirá
os efeitos negativos finais deste impacte. Assim, existe, neste caso, uma diminuição
sinergística da magnitude, devido à localização da área a explorar a céu aberto. O mesmo
fenómeno passa-se com outros impactes como a produção de poeiras. O facto de a
exploração a céu aberto se localizar junto a outra pedreira aumenta a magnitude nas áreas
adjacentes ao “núcleo” de pedreiras, mas restringe estes impactes a uma área mais pequena
do que se as pedreiras estivessem dispersas no território.

7.3.5. Socioeconómico

O projeto de exploração da “Pedreira Hu Ben” apresenta impactos cumulativos com outra


unidade existentes nas proximidades, assim como com a sua unidade industrial de produção
de inertes.

Aspetos como a formação de poeiras e libertação de gases de combustão de motores, o


ruído, e o tráfego pesado nas vias de circulação que servem as explorações industriais,
constituem-se como os impactes cumulativos negativos significativos. Salienta-se que na
globalidade, o impacte conjunto das duas unidades extrativas existentes no local é
necessariamente superior à soma dos impactes gerados por cada uma das unidades de forma
individual.

Apesar desta classificação, considera-se que em virtude do movimento já existente na área


de influência do projeto assim como o plano de medidas de minimização previsto, faz com

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que os impactes cumulativos positivos e negativos decorrentes do crescimento do “núcleo”


industrial no qual a “Pedreira Hu Ben” se insere, sejam amplificados.

No descritor sócio economia prevê-se um impacte cumulativo positivo e significativo, como


resultado do número de postos de trabalho diretos e indiretos criados pelas diferentes
unidades extrativas em funcionamento na zona de influência do projeto.

Este fator reveste-se de extrema importância para a dinamização, reforço e diversificação do


tecido económico local e regional, sobretudo no contexto económico atual.

7.3.6. Paisagem

A nível da paisagem, os impactes cumulativos derivam essencialmente da alteração da


morfologia do terreno numa maior escala, assim como da consequente destruição do coberto
vegetal, o que origina impacte cromático de grandes dimensões, e alteração do carácter da
paisagem. Pode então referir-se que a grande maioria dos impactes paisagísticos
cumulativos são gerados durante a fase de exploração.

Este impacte é classificado como muito significativo, mas, na sua quase totalidade,
minimizáveis com a aplicação de ações de recuperação paisagística. Com estas, após o
encerramento de cada uma destas pedreiras, o impacte será atenuado, podendo mesmo
chegar a eliminar-se. Sendo assim, os impactes cumulativos esperados com a implantação
do PARP, serão muito significativos e de magnitude elevada.

Como conjunto de áreas alteradas o seu impacte visual torna-se muito mais evidente do que
a existência de uma pedreira isolada. Este impacte visual associa -se, em especial, ao
contraste cromático entre as áreas em exploração, desprovidas de coberto vegetal, e as áreas
com vegetação natural. Para além deste contraste a descontinuidade topográfica é evidente,
assim como a alteração dos diversos processos naturais associados ao relevo e coberto
vegetal originário. A dinâmica associada aos trabalhos e à expedição de material é um
aspeto que se associa a esta paisagem alterada, movimentação de que resulta a suspensão de
pó de pedra que cobre a envolvente e interstícios deste conjunto de explorações. Salienta-se
que a visibilidade deste núcleo de pedreiras está inteiramente dependente da topografia, com
exposições distintas, assim como da localização do observador.

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

Em termos temporais, relativamente ao período de restabelecimento dos espaços após


encerradas as explorações, a sua previsão global está dependente de uma disparidade de
fatores e informações que não são de nosso conhecimento e/ou estão para além do nosso
controlo. Salienta-se que este período temporal se encontra diretamente relacionado com a
vida útil prevista e efetiva de cada uma dessas explorações, assim como do faseamento
proposto para a recuperação e das próprias soluções adotadas. Aspetos como as condições
meteorológicas, a vivência da fauna, entre outros, poderá também condicionar a regeneração
do espaço. Mediante as condicionantes referida e uma vez que se tratar de avaliar uma
regeneração paisagística, dinâmica, e que requer uma busca constante pelo equilíbrio
ecológico, não é possível determinar um período temporal objetivo para o restabelecimento
da vegetação no conjunto de áreas considerado. Pode, no entanto, referir-se que esta
conversão se assume como um impacte positivo, de escala Regional, tendo em consideração
a visibilidade deste núcleo de pedreiras, e que se implementará a médio prazo, após
terminadas as ações de recuperação. Por consideramos que esta área se insere numa
paisagem essencialmente natural, a requalificação destas áreas degradadas é assumida como
um impacte de magnitude elevada e muito significativa.

7.3.7. Ambiente Sonoro

Dada a proximidade da “Pedreira Hu Ben” a outra exploração de inertes, poderá ocorrer


impactes cumulativos ao nível do descritor “Ambiente Sonoro”. Considera-se que a
avaliação de impactes realizada anteriormente constitui uma análise de impactes
cumulativos, uma vez que a quando da avaliação do “Ambiente Sonoro” quer a “Pedreira
Hu Ben” e seus anexos, quer a pedreira da envolvente se encontravam em pleno
funcionamento e a proximidade a estrada municipal. Neste caso conclui-se que os níveis não
serão superiores ao valor limite estabelecido por lei.

7.3.8. Qualidade do Ar

Á semelhança do descritor “Ambiente Sonoro” ocorrem impactes cumulativos ao n ível do


descritor “Qualidade do Ar”. Deste modo, considera-se também que a avaliação de impactes
realizada em relação ao descritor “Qualidade do Ar” é uma análise de impactes cumulativos,
uma vez, que a quando da avaliação deste descritor a pedreira da envolvente e a Pedreira
Huang, e as estradas da proximidade da pedreira se encontravam em funcionamento.
Através do estudo do descritor “Qualidade do Ar” concluiu-se o cumprimento dos limites
estipulados na legislação a nível internacional e OMS.

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7.4. AVALIAÇÃO GLOBAL DE IMPACTES


No presente ponto pretende-se sistematizar a avaliação feita anteriormente, definir as
significâncias dos impactes ambientais e apresentar as medidas propostas para a mitigação
dos impactes negativos e a maximização dos impactes positivos.
Tabela 9 - Característica/Valor e Símbolo dos Impactes.

CARACTERÍSTICA VALOR SÍMBOLO

Ação/ efeito ou tipo de Direto/Indireto D/I


impacto
Desfasamento no tempo Imediato/médio prazo/longo I/M/L
prazo
Duração ou persistência Temporário/Permanente T/P
Local/sub-regional/regional
Extensão geográfica /nacional/ l/s/r/n
Magnitude Reduzida/moderada/elevada 1/2/3
Possibilidade de mitigação Minimizável/impossível m/i
Probabilidade Certo/provável/improvável c/p/u
Qualificação Positivo/Negativo +/-
Reversibilidade Reversível/irreversível r/i
Positivo Negativa
Pouco Significativos
Significativos
Significância
Muito Significativos

Consideram-se Muito Significativos os impactes que perfaçam pelo menos uma das
seguintes condições:

 Impacte com classificação “elevada” no critério magnitude;

 Impacte com três das seguintes classificações: “p”, “c”, “2”, “3”, “M” e “L”.

 Consideram-se. Significativos os impactes que perfaçam a seguinte condição:

 Impacte com duas das seguintes classificações: “p”, “c”, “2”,”3” “M” e “L”.

Consideram-se Pouco Significativos os impactes com qualquer outra classificação


diferente da supra referida.

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Na tabela seguinte apresentam-se, em matriz, os impactes considerados mais importantes, com a implementação do Complexo e após implementação das
medidas de minimização que serão propostas, classificados por descritor e de acordo com os parâmetros de caracterização de impactes ambientais
descritos no ponto introdutório, deste capítulo.
Tabela 10 - Matriz Global de impactes

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8.MEDIDAS DE MITIGAÇÃO E GESTÃO AMBIENTAL


8.1. MEDIDAS PROPOSTAS DE MITIGAÇÃO DE IMPACTES AMBIENTAIS
SIGNIFICATIVOS
Após a identificação e avaliação dos principais impactes ambientais decorrentes da
construção/instalação e exploração da Pedreira Hu Ben, serão aqui enunciadas, para as
diferentes fases de implementação do projeto, as medidas de minimização e ou de
compensação dos impactes ambientais negativos detetados. Adicionalmente, serão
avançadas recomendações para potenciar os impactes positivos, por forma a que resulte em
um maior equilíbrio entre a inserção do projeto e o meio envolvente.
No presente capítulo são apresentadas as medidas de mitigação a adotar durante as fases de
implementação do projeto (preparação/exploração, recuperação/desativação) com vista à
mitigação das alterações previstas.
Algumas das medidas aqui expressas constituem aspetos complementares das intervenções
descritas no PP constituído pelo PL, PSS, PARP e PD, como na própria laboração da
“Pedreira Hu Ben”. No entanto outras tratam-se de medidas técnicas e ambientalmente
mais sustentáveis.
Assim, as medidas de mitigação genéricas são:
1. Vedar e sinalizar todo o perímetro da “Pedreira Hu Ben”, e sinalizar a proibição de
pessoas estranhas ao serviço;
2. Limitação da velocidade de circulação dos equipamentos e máquinas no interior da
pedreira;
3. Garantir o cumprimento das normas de segurança propostas no PSS de forma não
só a garantir-se a segurança, como também não gerar perturbações nas povoações
envolventes a “Pedreira Hu Ben”;
4. Implementação do Plano de Monitorização que faz parte integrante do presente
estudo;
5. Formar e informar os trabalhadores da “Pedreira Hu Ben” sobre a correta
execução dos trabalhos incutindo-lhes conceitos de desenvolvimento sustentável
sobre as ações suscetíveis de causar impactes ambientais e as medidas de
minimização a implementar, designadamente normas e cuidados a ter no decurso
dos trabalhos;
6. Implementar uma correta gestão e manuseamento dos resíduos e efluentes
produzidos, nomeadamente, óleos e combustíveis, resíduos sólidos e águas
residuais, através de envio para entidades autorizadas para o efeito;
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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

7. Manter os acessos em boas condições circulação;


8. Assegurar que os caminhos nas imediações da “Pedreira Hu Ben” não fiquem
obstruídos ou em más condições, possibilitando a sua normal utilização por parte
da população local;
9. Manutenção do estado de limpeza dos órgãos de drenagem pluvial;
10. Proibir as queimas a céu aberto;
11. Assegurar o correto armazenamento temporário dos resíduos produzidos, de
acordo com a sua tipologia e em conformidade com a legislação em vigor. Criação
de mecanismos que permitam a contenção/retenção de eventuais
escorrências/derrames;
12. Os resíduos produzidos nas áreas sociais e equiparáveis a resíduos urbanos
deverão ser depositados em contentores especificamente destinados para o efeito;
13. Identificação e classificação em conformidade com a Lista Nacional de Resíduos
(LNR), a definição de responsabilidade de gestão e a identificação dos destinos
finais mais adequados para os diferentes fluxos de resíduos;
14. Manutenção de um registo atualizado das quantidades de resíduos gerados e
respetivos destinos finais, com base nas guias de acompanhamento de resíduos;
15. Assegurar o destino adequado para os efluentes domésticos provenientes dos
equipamentos sociais.
16. Humedecer os acessos ao local de implantação das infra-estruturas de apoio e de
exploração de rocha, sempre que se verifique a emissão de poeiras devido ao
movimento de veículos e às atividades de escavação;

Na fase de exploração deverão ser seguidas as seguintes medidas de mitigação gerais:

1. Definir um faseamento de exploração e recuperação adequado, que promova a


revitalização das áreas intervencionadas no mais curto espaço de tempo possível e
concentrado em áreas bem delimitadas, evitando a dispersão de frentes de lavra em
diferentes locais e em simultâneo;
2. Confinar as ações respeitantes à exploração ao menor espaço possível, limitando
as áreas de intervenção para que estas não extravasem e afetem,
desnecessariamente, as zonas limítrofes;
3. Privilegiar o uso de caminhos já existentes;

4. Limitar a destruição do coberto vegetal às áreas estritamente necessárias e garantir


a sua recuperação logo que possível;

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5. Antes dos trabalhos de movimentação de terras, proceder à decapagem da terra


viva e ao seu armazenamento em pargas, para posterior utilização na recuperação
paisagística;
6. Proceder à decapagem e armazenamento da camada superficial do solo para
posterior utilização dos trabalhos de recuperação paisagística;
7. Definir, clara e antecipadamente, os locais de deposição dos stocks de materiais,
da terra viva decapada;
8. Transportar e depositar os estéreis o mais rapidamente possível para as áreas a
modelar definitivamente, evitando a permanência e acumulação destes materiais
no interior da Unidade;
9. Recorrer a equipamentos que apresentem um bom estado de conservação e não
ultrapassem os limites relativos às emissões gasosas e ruído, minimizando os
efeitos da sua presença;
10. Efetuar a manutenção periódica dos equipamentos e maquinaria associada à
exploração, garantindo a não ocorrência de situações extremas relativas à emissão
de poluentes atmosféricos e ruído;
11. Garantir que o transporte de materiais se efetua de forma acondicionada
limitando-se a emissão de poeiras ao longo do seu percurso;
12. Regar e regular sistematicamente, todos os acessos á Unidade, de forma a
minimizar a emissão de poeiras;
13. Realizar ações de formação e divulgação aos trabalhadores da Unidade acerca das
normas e cuidados a ter em conta no decorrer dos trabalhos;
14. Proceder à implementação do Plano de Monitorização integrado no presente EIA,
de forma a detetar a existência de eventuais desvios aos impactes esperados e
proceder à sua correção atempada;
15. Assegurar o correto cumprimento das normas de segurança e sinalização de
entrada e saída de viaturas na via pública.
Na fase de desativação preconizam-se as seguintes medidas gerais:

1. No que se refere à desativação dos equipamentos estes serão eliminados


observando sempre as normas em vigor respeitantes à eliminação dos resíduos,
principalmente no que se refere aos líquidos lubrificantes;
2. Efetuar a remoção e limpeza de todos os depósitos de resíduos ou substâncias
perigosas (fossas sépticas, tanques de depósito de óleos usados, depósitos de
combustíveis, etc.), garantindo o seu adequado encaminhamento para destino final;

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

3. Efetuar o desmantelamento e remoção do equipamento existente no Complexo


procedendo às necessárias diligências de forma a garantir que este será enviado
para destino final adequado;
4. Garantir que todas as áreas afetadas pelas atividades associadas à exploração da
Unidade são devidamente recuperadas, procedendo aos necessários ajustes de
forma a que exista, no mais curto espaço de tempo possível, uma ligação formal
entre a área intervencionada e a paisagem envolvente.

Finalmente, para a fase de pós-desativação destacam-se as seguintes medidas gerais:

1. Avaliar a evolução da área recuperada através da prossecução das atividades de


monitorização, de acordo com o Plano estabelecido, com especial atenção para
o comportamento dos taludes e crescimento da vegetação;
2. A implementação destas medidas de minimização trará benefícios, diretos e
indiretos, sobre a generalidade dos descritores ambientais, pelo que
seguidamente só se procede à sua descrição quando existem ações concretas
com influência sobre descritores específicos.
3. Verificar-se periodicamente a vedação da pedreira e sinalização, por forma a
impedir o fácil acesso de pessoas estranhas à mesma.

8.1.1. Clima

Não se apontam diretamente nenhuma medida de minimização para este descritor. As


medidas de minimização respeitantes aos impactes diretos nos outros descritores encontram-
se explanadas nos mesmos.

8.1.2. Geologia, Geomorfologia e Recursos minerais

De acordo com os impactes identificados e expectáveis deve proceder -se ao cumprimento


do PL e do PARP, que serão os principais instrumentos no sentido de reduzir os inevitáveis
impactes na geologia.

Deste modo, as ações que garantem as adequadas condições geotécnicas encontram -se
previstas no Projeto, dispensando o estabelecimento de medidas de minimização específicas
ao nível deste descritor. Contudo propõem-se:

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

 Deverão ser realizadas, implementadas e cumpridas integralmente as


medidas constantes no PP, nas componentes específicas do PL e PARP;
 Atualização constante do PL durante a fase de exploração, permitindo a
adequada gestão do recurso geológico.

8.1.3. Solos e Capacidade de Uso do Solo

No sentido de minimizar a alteração da ocupação e uso do solo que resultam da atividade


extrativa no geral, mais concretamente da decapagem dos solos, serão apresentadas
algumas medidas de mitigação, com o objetivo de reduzir os impactes identificados.

Na Fase de Exploração

o Deverá promover-se à decapagem da camada de terra viva, antes da


descubra do terreno, para ser posteriormente utilizada na Recuperação
Paisagística. Esta terra deverá ser armazenada em pargas, localizando -se
em zonas previamente definidas para tal. A decapagem da terra deverá
ocorrer preferencialmente no período seco, evitando a época das chuvas, de
forma a minimizar a erosão por arrastamento das partículas de solo,
entretanto desprotegido;
o Implementar uma correta gestão dos resíduos associados à pedreira, em
particular óleos, combustíveis e outros elementos estranhos ao meio
natural, que possibilitem a ocorrência de contaminações;
o Manutenção correta da bacia de retenção de óleos (Virgens e usados) e
posterior encaminhamento para empresas devidamente licenciadas, de
forma a evitar possíveis contaminações e derrames;
o Manutenção de um correto armazenamento das sucatas (local devidamente
impermeabilizado e posterior encaminhamento para empresa licenciada);

o Limitar as áreas e a velocidade de circulação dos veículos e máquinas de


modo a diminuir a erosão e compactação do solo;
o Implementação e cumprimento estrito das medidas do PL e no PARP.

Fase de Desativação
o Efetuar a remoção de todos os resíduos ou substâncias perigosas e
poluentes, assim como todos os equipamentos, antes da construção do aterro
com os subprodutos da pedreira, sobre o qual será aplicado o solo;
o Os acessos criados para a laboração da pedreira e sem utilização no futuro
deverão, dentro do possível, ser renaturalizados. Para o efeito devera
proceder-se a sua limpeza e posterior cobertura com uma camada de terra
viva;
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99
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

o Implementação e cumprimento estrito das medidas do PL e no PARP.

8.1.4. Recursos Hídricos


Águas superficiais

Ainda que não se prevejam impactes graves para este descritor, salienta-se a necessidade
da adequada manutenção do estado de limpeza dos órgãos de drenagem pluvial,
nomeadamente das valas a instalar na periferia das áreas de escavação, e dos acessos às
zonas de trabalhos, bem como o cumprimento estrito do estabelecido no PL.

Efetuar a manutenção da bacia de retenção das valas de drenagem do interior da pedreira,


por forma a evitar que a escorrência do interior da pedreira vá diretamente para o exterior.
O depósito de materiais em zonas expostas à erosão hídrica ou eólica será evitado, de modo
a impedir o seu arrastamento. Para salvaguardar o curso natural das águas de escoamento
superficial e garantir a segurança de bens e pessoas durante o período de queda das chuvas,
recomenda-se a construção de uma barreira longitudinal de modo isolar do perímetro da
Pedreira Hu Ben.

Os trabalhos que envolvam escavações e movimentos de terras deverão ser executadas


preferencialmente no período seco de modo a minimizar a erosão e o transporte de sólidos.
Os depósitos dos materiais sobrantes, temporários e definitivos devem ser localizados em
áreas planas e providas de adequado sistema de drenagem, para evitar o transporte de
sólidos para a linha de água.

Apesar de não se prever a ocorrência de impactes negativos significativos sobre a qualidade


das águas superficiais e subterrâneas, serão adotadas algumas medidas preventivas,
nomeadamente:

o Assegurar a manutenção e revisão periódica de todas as viaturas, máquinas e


equipamentos presentes nas fases de implantação e exploração da pedreira,
sendo mantidos registos actualizados dessa manutenção e/ou revisão por
equipamento de acordo com as especificações do respetivo fabricante;

o Todas as intervenções a realizar nas máquinas e equipamentos serão efetuadas


no parque de oficinas do estaleiro que será impermeabilizado e estanque para
evitar derrames acidentais de óleos e lubrificantes;

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100
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

o Construir tanques separadores de óleos usados que frequentemente terão a


camada oleosa retirada e armazenada para posteriormente serem enviadas até
destino final adequado;

o Implementar sistemas de drenagem das águas pluviais, de forma a minimizar o


transporte de materiais finos para as zonas de jusante;

8.1.5. Biodiversidade

De acordo com o descrito no capítulo relativo à avaliação de impactes, assim como no


capítulo relativo à descrição da situação de referência, no caso dos descritores de fauna e
flora, não foram identificados nem valores naturais excecionais com estatuto de proteção
especial na área a intervencionar, nem impactes de magnitude elevada. Neste contexto, as
medidas apontadas para este descritor enquadram-se nas medidas específicas do projeto, que
visam minimizar impactes negativos relativos a mais do que um descritor, designadamente:

o As operações de desmatação e decapagem do local de implantação da pedreira e


infra-estruturas de apoio devem restringir-se aos limites definidos para as áreas
a serem desmatadas, de forma a evitar afetações desnecessárias da flora e
vegetação existente no local;

o Deverá proceder-se à recuperação paisagística da área envolvente ao local de


implantação dos estaleiros, acessos ao mesmo e envolvente dos acessos
utilizando espécies locais, de forma a evitar alterações desnecessárias na
estrutura da vegetação ou contaminação genética por variedades alóctones;

o Além de todos os procedimentos usuais relativos à preservação dos solos e


recuperação de áreas utilizadas, toda a vegetação arbustiva e arbórea existente
nas áreas não atingidas pelas atividades construtivas deverá ser protegida;

o Garantir a efetiva implementação do Plano de Recuperação Paisagística, que


permitirá acelerar os processos de recuperação natural da área afetada durante a
fase de exploração da pedreira.

Saliente-se que todas as medidas que diminuam a emissão de poeiras, ruído e poluição das
águas e dos solos, e que se encontram descritas de forma mais exaustiva nos respetivos
descritores constituem também para a Flora e Fauna, medidas de minimização de impactes.

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101
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

8.1.6. Socioeconómica

Não obstante os impactes deste descritor serem na sua globalidade positivos, devem
articular- se as medidas de mitigação de impactes neste descritor com as medidas previstas
relativamente à qualidade do ar e do ruído ambiente.
As medidas de mitigação previstas neste âmbito para a fase de exploração são as seguintes:
 Regularizar e regar os caminhos da exploração e de acesso a esta, sobretudo
nos períodos secos e ventosos, evitando desta forma a produção, acumulação e
ressuspensão de poeiras; 
 Controlar o peso bruto dos veículos pesados, de forma a evitar o transporte de
pesos excessivos que contribuam para a danificação da rede viária que serve a
unidade; 
 Realizar manutenção preventiva sistemática dos veículos de transporte, de
forma a minimizar os ruídos e vibrações durante esta operação; 
 Conceber e implementar um plano de comunicação com a população local, com
o objetivo de informar e sensibilizar para o projeto em questão, envolvendo
para isso os principais atores locais (i.e., câmara municipal, movimentos
associativos locais); 
 Vedar e sinalizar a área de exploração, controlando desta forma a entrada de
pessoas e veículos na unidade; 
 Implementar sinalização adequada ao movimento rodoviário de viaturas pesadas
no acesso à exploração, assegurando desta forma a segurança de pessoas e bens,
com especial enfoque no cumprimento dos limites de velocidade praticadas nas
vias rodoviárias que servem a área do projeto. 
 Será privilegiada, sempre que possível, a contratação de mão-de-obra local para
as atividades de construção;
 No desenvolvimento dos trabalhos deverá ser evitada a afetação de terrenos
privados quer com o armazenamento temporário de materiais ou produtos

 sobrantes;
 Criação de um mecanismo de atendimento ao público de forma a registar

reclamações e/ou sugestões decorrentes da execução do projeto.

8.1.7. Paisagem

As medidas de minimização, apresentadas neste ponto, constituem propostas para atenuar


os efeitos negativos ou maximizar os positivos, causados pela introdução da “Pedreira Hu
Ben” na paisagem. Assim recomendam-se as seguintes orientações:

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

Durante a fase de preparação/exploração deverá:

 O faseamento da exploração e recuperação deverá promover a revitalização das


áreas intervencionadas no mais curto espaço de tempo, concentrando -se o avanço
da lavra em áreas bem delimitadas, o que evitará a dispersão das suas frentes em

diferentes locais, em simultâneo;
 Deverá promover-se a decapagem da camada de terra viva, antes da descubra do
terreno, para ser posteriormente utilizada na Recuperação Paisagística. Esta terra
deverá ser armazenada em pargas, construídas de forma estável e protegidas por
vegetação ou tela apropriada, localizando -se em zonas previamente definidas para

tal;
 Os trabalhos de desmatação e decapagem dos solos deverão limitar -se às áreas
estritamente necessárias à atividade extrativa, em cada uma das fases de exploração

da pedreira;
 Por forma a manter a coerência com a envolvente e respeitar o elenco florístico
que lhe é natural, deverá dar-se prioridade a espécies da vegetação autóctone na

recuperação paisagística da área em estudo;
 Para que se dê um revestimento rápido da área explorada a recuperar, e
consequentemente, uma redução do impacte cromático originado pela exploração,

deve recorrer-se a espécies pioneiras;
 A implementação do PARP deverá garantir o enquadramento da área da pedreira

com a envolvente natural;

 Deverão limitar-se as zonas de circulação na envolvente da exploração por forma a


evitar a compactação dos terrenos limítrofes que não se encontrem em exploração,

utilizando os acessos já existentes, sempre que tal seja possível;

 Garantir a limpeza regular dos acessos e área de trabalho para evitar a acumulação
e suspensão de poeiras, não só pela ação dos ventos, mas também pela circulação

de veículos e maquinaria afetos à pedreira;
 Para redução das eventuais poeiras em suspensão, levantadas pela deslocação de
maquinaria pesada e extração da matéria-prima, essencialmente no período estival,
deverá efetuar-se aspersão com água nos percursos e área de trabalho, ou adotar

qualquer outra solução que o evite;
 As áreas de depósito e anexos deverão ser localizadas em locais de reduzida

visibilidade, para que não sejam facilmente detetadas do exterior da pedreira;

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

 As cores dos anexos de apoio e maquinaria deverão ser semelhantes às matrizes



características do local de implantação da pedreira, sempre que tal seja possível;

 Manutenção dos acessos no interior da pedreira;

Na fase de desativação deverá concluir-se a solução de recuperação proposta no PARP,


efetuando-se a fase final da reconversão das áreas degradadas durante a atividade extrativa.
Após a desativação da exploração e aplicação do PARP, deverá proceder -se ao
acompanhamento e avaliação da evolução da área recuperada, com especial atenção ao
desenvolvimento da vegetação.

8.1.8 Ambiente Sonoro

Não se prevê a ocorrência de situações em que são excedidos os limites impostos pela
Organização Mundial da Saúde e legislação Nacional relativos aos critérios de exposição
máxima e de incomodidade junto de zonas habitadas. Mesmo assim serão propostas
algumas medidas com vista à minimização dos impactes no Ambiente Sonoro.

Para limitar a exposição de zonas habitacionais a níveis elevados de ruído, sugere-se que
não deverá ser autorizada a construção de habitações em áreas onde se perspetiva a
ocorrência de níveis de ruído superiores a 55 dB(A) no período diurno.

Abaixo propõem-se algumas medidas com vista à redução de ruídos na fonte produtora, ou
seja:
o Interditar a utilização de equipamentos que não cumpram os requisitos legais
internacionais (visto que na legislação Cabo-verdiana os limites não estão
regulamentados), relativos à emissão de ruído, devendo também ser evitada a
utilização de máquinas que não possuam indicação da sua potência sonora,
garantida pelo fabricante;

o Utilizar técnicas e processos construtivos que gerem menos ruído:

o Concentrar as atividades geradoras de maiores níveis de ruído no período


diurno e nos dias úteis, tendo em vista a minimização dos impactes negativos
cobre a população envolvente.

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

8.1.9 Qualidade do Ar

As partículas em suspensão geradas pela circulação de viaturas nos acessos não


pavimentados constituem o principal poluente atmosférico emitido durante as fases de
instalação e exploração da Pedreira Hu Ben.

É necessário limitar as emissões de poeiras, caso contrário os valores limite (previstos em


regulamentos de organismos internacionais) aplicáveis às partículas em suspensão poderão
ser excedidos. A aspersão de água frequente nos acessos não asfaltados ou calcetados será
suficiente para a redução dos impactes associados à instalação e laboração da pedreira. A
aspersão de água nos acessos não pavimentados poderá conduzir à redução das emissões
em cerca de 75 a 85 %.

É Para além desta medida, serão aplicadas outras, de cariz preventivo, de modo a limitar
as emissões de poeiras, em especial nos acessos não pavimentados e no funcionamento
normal da britadeira. Este objetivo poderá ser alcançado através das seguintes medidas
organizacionais:

o Restrições aos veículos: a velocidade de circulação dos veículos no


interior e exterior do Complexo será limitada;

o Proceder de forma sistemática à cobertura da carga dos veículos de


transporte de terras e inertes;

o Melhoramento dos acessos: deve ser aplicada uma camada de jorra nas
zonas mais suscetíveis, de acordo com a disponibilidade deste
material;
o O equipamento de perfuração a utilizar na zona de extração de pedra, estará
equipado com sistema de captação de poeiras;

O sistema de produção de britas e areias por ação mecânica será equipado com sprinklers
de modo a humedecer o material triturado à saída da britadeira e assim reduzir
significativamente a emissão de poeiras.

Esta prática vem sendo adotadas em algumas britadeiras, com sucesso. A utilização dos
equipamentos, operado por uma equipa, é uma garantia de continuação da efetividade desta
medida.

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105
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

A implementação do plano de monitorização na vertente qualidade do ar, permitirá


acompanhar a evolução dos níveis de empoeiramento junto aos aglomerados populacionais
mais próximos.

A seguir são apontadas medidas com vista à minimização da emissão de poluentes


químicos, resultantes da queima de combustíveis fósseis pela circulação de veículos
pesados e funcionamento de maquinaria em geral afeta à pedreira nas suas fases de
instalação e exploração:

o Utilizar apenas equipamentos que respeitem as normas legais em vigor,


relativas às emissões gasosas e de ruído, e efetuar a manutenção periódica
dos equipamentos e da maquinaria associada;

o Manutenção dos veículos pesados e maquinaria afeta à obra em boas


condições de funcionamento, de modo a evitar casos de má carburação e as
consequentes emissões de escape excessivas e desnecessárias;

o Interdição da queima de qualquer tipo de resíduo a céu


aberto.

8.1.10. Resíduos

As medidas de minimização relativas a este descritor passam por:


o Assegurar o correto armazenamento temporário dos resíduos produzidos, de
acordo com a sua tipologia e em conformidade com a legislação em vigor.
Criação de mecanismos que permitam a contenção/retenção de eventuais
escorrências/derrames;
o Os resíduos produzidos nas áreas sociais e equiparáveis a resíduos urbanos
deverão ser depositados em contentores especificamente destinados para o
efeito, devendo ser promovida a separação na origem das frações recicláveis e
posterior envio para reciclagem;
o Manutenção de um Plano de Gestão de Resíduos, considerando todos os
resíduos suscetíveis de serem produzirem no âmbito da atividade da pedreira,
com a sua identificação e classificação em conformidade com a Lista Nacional
de Resíduos (LNR), a definição de responsabilidade de gestão e a
identificação dos destinos finais mais adequados para os diferentes fluxos de
resíduos;
o Manutenção de um registo atualizado das quantidades de resíduos gerados e
respetivos destinos finais, com base nas guias de acompanhamento de
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106
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

resíduos;
o Assegurar o destino adequado para os efluentes domésticos provenientes dos
equipamentos sociais;
o Manutenção periódica dos equipamentos, de forma a prevenir derrames. É
efetuado o registo destas operações de manutenção;
o Manutenção correta da bacia de retenção de óleos (virgens e usados) e posterior
encaminhamento para empresas devidamente licenciadas, de forma a
evitar possíveis contaminações e derrames para os solos ou meio hídrico;
o Manutenção do separador de hidrocarbonetos, de tratamento das águas oleosas
produzidas no local de manutenção de viaturas e de armazenamento de óleos
novos e usados;
o Manutenção da fossa de vista utilizada para lubrificação/manutenção de
máquinas e viaturas, com drenagem das águas de lavagem ou pluviais para um
separador de hidrocarbonetos;
o Acondicionamento e armazenamento temporário de resíduos perigosos (óleos
usados, filtros de óleo, baterias e produtos contaminados por hidrocarbonetos),
bem como de óleos novos, em local próprio impermeabilizado e coberto
(arrecadação).

9. PLANO DE MONITORIZAÇÃO
A monitorização consiste na análise e recolha de dados relativos aos efeitos causados sobre
o ambiente pela implementação do projeto, assim como na avaliação da execução e da
eficácia das medidas de mitigação propostas no âmbito do presente estudo. Desta forma,
pretende-se avaliar a eficiência dos procedimentos propostos para reduzir os impactes
ambientais decorrentes da implementação do projeto, assim como detetar impactes que
possam não ter sido previstos ou que foram subestimados no presente estudo.

A monitorização ambiental é um conceito definido no enquadramento legislativo atual, em


matéria de Avaliação de Impacto Ambiental. O Plano de Monitorização deve ter como
objetivos:

I. Assegurar o cumprimento da legislação e outros requisitos legais aplicáveis


neste domínio, em vigor ou outros que venham a ter força de lei;

II. Desenvolver os esforços necessários para uma melhoria contínua do


desempenho ambiental do empreendimento, tendo em consideração as inovações

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107
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

e melhorias tecnológicas que venham a ser efetivadas no decorrer da vida útil do


empreendimento;
JJ.
III. Desenvolver as melhores práticas que permitam a utilização racional dos
recursos naturais, bem como prever e implementar as melhores técnicas de
prevenção e redução da poluição na fonte, só para destacar os principais.

Ficará a cargo da empresa o registo da informação decorrente das ações de


verificação/acompanhamento/fiscalização dos planos de modo a constituir um arquivo de
informação que estará disponível para consulta por parte das entidades oficiais que o
solicitem.

De acordo com o que está acima referido, e levando em conta a legislação vigente, a
“Empresa Hu Ben, Lda.” apresentará relatórios de acompanhamento da situação ambiental
nos termos e nos prazos definidos pelas entidades competentes para o efeito.

Tabela 11 - Parâmetros a monitorizar durante as fases de exploração e descativação.

Fase Descritor Parâmetros Critérios de Periodicidade


Avaliação
Solo Capacidade de solo Qualidade do solo e semestral
de sustentar a seus usos;
vegetação manutenção dos
Exploração solos e controle dos
processos erosivos
Paisagem Eficácia da cortina Continua
visual existente que PARP
impede a direta
observação para o
interior da pedreira
Ambiente Sonoro Avaliação Acústica Regulamento Geral Trienal
do Ruido
Qualidade do Ar PM10 Legislação: Anual
Qualidade do Ar
Resíduos Resíduos Inertes; PARP Continua
Óleos usados
Sucatas
Biodiversidade Implantação de PARP Semestral
espécies vegetais;
Desativação cobertura do solo
Resíduos Resíduos Inertes; PARP Continua
Sucatas
Construções

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108
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

9.1. METODOLOGIA DE MONITORIZAÇÃO


No presente plano de monitorização foram integrados os descritores ambientais
considerados críticos, nomeadamente:
Solos;
Paisagem;
Ambiente Sonoro;
Qualidade do Ar; Resíduos.

9.1.1. Objetivos da Monitorização

Para cada descritor foram definidos os objetivos a cumprir e que, perspetivam conferir,
sempre que possível, o desempenho ambiental conjeturado no presente EIA e aquele que irá
ocorrer ao longo das várias fases do projeto (Fase de Exploração, Fase de Recuperação,
Fase de Desativação e Pós Desativação).

9.1.2. Discriminação das Atividades de Monitorização

Para cada descritor apresentam-se:

Parâmetros a avaliar;
Local de amostragem;
Método de amostragem;
Frequência de amostragem;
Duração da monitorização.

9.1.3. Definição de Critérios de Avaliação de Desempenho

Estabeleceram-se critérios de avaliação de desempenho, que especificam os níveis de


alteração que o plano de monitorização deverá detetar e a partir dos quais será necessário
interferir com a introdução de medidas de gestão ambiental.
Os critérios de avaliação de desempenho irão determinar uma das seguintes avaliações:

 Cumpre;
 Não cumpre.

É de referir que para alguns dos descritores considerados críticos não existe um registo
histórico que permita projetar quantitativamente o desempenho esperado. Nestes casos, a

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109
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

avaliação de desempenho far-se-á por confronto dos valores observados com aqueles que
foram obtidos na caracterização da situação de referência.

9.1.4. Determinação das Causas do Desvio ao Desempenho Previsto

Perante a hipótese de desvio ao desempenho ambiental previsto, preconizou -se a imediata


implementação de trabalhos periciais tendentes a identificar as causas que lhe estão
subjacentes. Seguidamente apresentam-se os três formatos distintos de causas, assim como
as medidas de gestão ambiental a adotar em caso de desvio ao desempenho previsto:
Não conformidade na implementação do projeto: Medidas corretivas: destinadas
a corrigir situações de não conformidade entre as ações de prevenção ou de
mitigação de impactes previstos e sua implementação efetiva;
Ineficácia ou desadequação das medidas de gestão ambiental preconizadas no
projeto: Redefinição dos objetivos de desempenho ambiental do projeto e/ou de
ações do projeto: nos casos em que se verificar a ineficácia ou a desadequação das
medidas de prevenção ou de mitigação dos impactes propostas ou ainda, devido a
uma alteração significativa dos pressupostos de base que presidiram à sua
elaboração;
Acidente: Planos de contingência: destinados a corrigir danos decorrentes de
impactes não previstos.

9.1.5. Planos de Monitorização

Seguidamente apresenta-se o plano de monitorização a realizar para os descritores


considerados críticos.

9.1.6. Solos

Parâmetros a monitorizar

Os parâmetros a monitorizar no descritor solo serão:

Capacidade de solo de sustentar a vegetação;


Na decapagem, deve-se ter em atenção a localização das pargas de solos e a sua
correta constituição, assim como as medidas tomadas para a manutenção das
qualidades do solo ao longo do período de exploração da pedreira.

Local de Amostragem

A amostragem deverá ser feita às pargas e a exploração.


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110
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

Método de Amostragem

Análise da manutenção dos solos e controle dos processos erosivos, assim como verificação
das pargas de solos e o solo já aplicado nas áreas recuperadas.

Frequência e Duração da Amostragem

Esta monitorização deverá ser realizada duas vezes por ano, uma na primavera e outra no
outono, durante a fase de exploração e nos dois anos subsequentes a recuperação
paisagística.

9.1.7. Paisagem
Parâmetros a monitorizar

Relativamente à paisagem não há necessidade da implementação de um Plano de


Monitorização, esperando-se o correto cumprimento do apresentado no PARP. Salienta-se,
no entanto, que durante a fase de exploração deverá ser verificada a eficácia da cortina
visual existente que impede a direta observação para o interior da pedreira.

Nesta mesma fase e nos dois anos subsequentes à recuperação paisagística, em toda a área
recuperada, deverá ser verificada a eficácia do PARP, assim como o sucesso de
estabelecimento e crescimento da vegetação, com consequente redução do impacte visual
sobre a paisagem e regeneração dos seus processos naturais. Assim, dever-se-á efetuar uma
correta gestão da cobertura vegetal implementada por forma a se obter rapidamente e nas
melhores condições os efeitos pretendidos com o PARP. Para além disso deverão ser
cumpridos os períodos de garantia da recuperação, para que o sucesso da intervenção seja
maior.

Local de Amostragem

Vários locais fixos da pedreira e da sua envolvente, com diversos afastamentos.

Método de Amostragem

As técnicas, métodos analíticos e equipamentos necessários são a recolha dos dados


necessários à implementação do programa de monitorização. Deverá ser efetuada por
observação local com maior incidência nas áreas geradoras de impactes visuais mais
significativos.

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

Frequência e Duração da Amostragem

Esta monitorização deverá ser realizada duas vezes por ano, durante a fase de exploração e
até ao final do período de fixação de espécie. Nessa altura deverá avaliar-se a necessidade de
ser apresentado um programa geral de trabalhos a prosseguir para a manutenção das áreas
verdes.

9.1.8. Ruído

Parâmetros a monitorizar

Os parâmetros a monitorizar serão:


“Nível Sonoro Médio de Longa Duração” (Lden);

A monitorização do ruído ambiental será efetuada de acordo com a metodologia


estabelecida pela entidade responsável pelo Ambiente, uma vez que não existe empresa
especializada a nível nacional e que se enquadre dentro da legislação em vigor.

9.1.9. Qualidade do Ar

Parâmetros a monitorizar

O parâmetro a avaliar será a concentração de partículas PM10 (µg/m3).

A monitorização da qualidade do será efetuada de acordo com a metodologia estabelecida


pela entidade responsável pelo Ambiente, uma vez que não existe empresa especializada a
nível nacional e que se enquadre dentro da legislação em vigor, mesmo porque não existe
uma legislação especifica que define quais os limites de emissão para industria extrativa.

9.1.10. Resíduos
Parâmetros a monitorizar

Os parâmetros a avaliar serão os resíduos mineiros e industriais resultantes da atividade da


“Pedreira Hu Ben”, assim como o cumprimento da legislação nacional vigente em matéria
de gestão de resíduos. Com a monitorização da gestão de resíduos pretende -se uma atuação
permanente com o objetivo de prevenir e minimizar acidentes, como derrames,
contaminações dos solos, controlar os locais de armazenamento de resíduos e proceder à
recolha seletiva desses resíduos por parte de empresas licenciadas para o efeito, efetuar uma
gestão diária dos resíduos sólidos urbanos e controlar os locais de manutenção de
equipamentos e viaturas, entre outros aspetos.
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112
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

Local de Amostragem

Toda a área da Pedreira, em especial a área de armazenamento dos resíduos e locais com
maior probabilidade de derrames de resíduos nos solos.

Método de Amostragem

A monitorização de resíduos passara pela verificação dos seguintes parâmetros:


 Verificação de eventuais acidentes como derrames e contaminações dos
solos;
 Correção do eventual acidente;
 Controle e manutenção dos locais de armazenamento de resíduos e recolha
seletiva dos resíduos não mineiros;
 Verificação da gestão diária dos resíduos sólidos urbanos, controle dos locais
de manutenção de equipamentos/viaturas;
 Documentação de todas as guias de acompanhamento de
resíduos;
 Preenchimento dos mapas de resíduos.

A responsabilidade pelo acompanhamento no terreno do plano de monitorização de resíduos


é do encarregado da pedreira, no que se refere a verificação dos procedimentos
administrativos estes são da responsabilidade do administrativo.

Frequência e Duração da Amostragem

Procedimento constante e diário durante a vida útil da pedreira. As condições deverão ser
aferidas pelo encarregado numa base semanal. Assim deverá ser verificado o estado de
manutenção dos contentores de resíduos, dos locais de manutenção. O encarregado intervém
em função da análise efetuada através das operações de manutenção necessárias.

9.2 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DA MONITORIZAÇÃO

Os resultados da monitorização e gestão ambiental serão apresentados sobre a forma de


relatórios. Estes relatórios poderão ser de três tipos, nomeadamente:

 Relatórios de monitorização parcelares: Os relatórios de monitorização parcelares


irão descrever os trabalhos desenvolvidos, os resultados obtidos e farão a análise
dos mesmos. Estes relatórios serão tantos quantas as ações de monitorização a

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

realizar e serão elaborados com a periodicidade estabelecida para as atividades a


que se referem.
 Relatórios de monitorização anuais: Os relatórios de monitorização anuais
reportar-se-ão, pelo menos, a um ciclo completo do programa de monitorização,
têm como objetivo dar a conhecer a entidade licenciadora os trabalhos realizados
ao longo do ano, nomeadamente: ações desenvolvidas, resultados obtidos,
interpretação e comparação com as antevisões efetuadas no PP. Assim, estes
relatórios deverão ser enviados ao final de cada ano a entidade licenciadora e serão
realizados tendo também por base os relatórios parcelares.

 Relatórios de monitorização excecionais: Sempre que se detetem desvios aos


objetivos estabelecidos no presente EIA. Nestes relatórios deverão ser descritas as
medidas corretivas, ou os planos de contingência que se pretende implementar, ou
uma proposta fundamentada da redefinição dos objetivos do plano de
monitorização aqui definido.

9.3. REVISÃO DO PLANO DE MONITORIZAÇÃO

O presente plano de monitorização deverá ser dinâmico, por forma a poder adaptar-se à
evolução, a médio, longo prazo, das condições que determinaram a sua execução,
nomeadamente:
 Alteração da legislação nacional vigente;
 Modernização dos meios técnicos previstos;
 Da verificação de um desajuste entre as ações de monitorização e os objetivos
definidos;

 Da verificação de impactes negativos com natureza ou magnitude divergentes


daqueles que foram conjeturadas no presente EIA;
 Da modificação dos motivos que sustentaram a elaboração do presente projeto e
que, consequentemente, possam modificar a avaliação de impactes ambientais.

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

10.LACUNAS TÉCNICAS DE INFORMAÇÃO

Durante a realização do presente trabalho, foram encontradas algumas dificuldades na


obtenção de informação relativa a determinados descritores. Assim as falhas de informação
ou abordagens mais superficiais de alguns temas são consideradas lacunas técnicas de
informação.

No que se refere ao trabalho de campo importa atender que nas campanhas de amostragem
e caracterização efetuadas, que incidiram sobre os fatores de qualidade do ambiente e
ecológicos, procedeu-se à caracterização pontual de descritores que têm uma grande
dinâmica ou variabilidade ao longo do ano. A execução de trabalhos de campo durante um
período de tempo restrito é uma limitação típica dos estudos de impacte ambiental, pelo
usual défice de informação ambiental prévio à sua realização. A eliminação destas lacunas
não é compatível com os calendários de execução de um EIA, mas com recolha de
informação continuada no tempo, tal como previsto nos planos de monitorização.

No caso dos fatores de qualidade do ambiente, e como referido nos respetivos subcapítulos,
a caracterização teve uma abordagem qualitativa e incidiu sobre uma situação que se prevê
dominante ao longo do ano.

Esta abordagem qualitativa deve-se à falta de informação ambiental quantitativa produzida


em Cabo Verde, nomeadamente dados sobre qualidade do ar, qualidade de água,
escoamentos, estado da biodiversidade, etc. As principais lacunas identificadas são
apresentadas a seguir:

Solos
A maior parte da informação disponível está relacionada com os usos de solos na ilha de
Santiago. Não existe informação disponível e sistematizada sobre a poluição e potenciais
erosivos dos solos.

Água
Não existem mecanismos sistemáticos de seguimento da variação da quantidade e
qualidade das águas subterrâneas e superficiais. Apesar de não haver escoamentos
permanentes de águas superficiais e presença de aquíferos na região do projeto, considera-
se este facto uma lacuna.

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

Qualidade do Ar

Sobre este descritor não existe qualquer tipo de informação. O seu seguimento resume- se a
parâmetros climáticos básicos: temperatura, ventos e humidade relativa. Dados sobre gases
de efeito de estufa não são acompanhados embora tenham sido estimados em 2016 com a
elaboração do Terceiro Inventário Nacional de Gases com Efeito de Estufas.

Ruído
Nunca foram realizados estudos sobre este descritor, na zona de projeto e no território
nacional. Não existem mapas de ruído a nível nacional, regional e local. Apesar da lacuna
existente, pode-se afirmar que a nível local os níveis de ruído são ainda muito reduzidos,
considerando a inexistência de fontes de ruído nesse local e envolvente. No entanto,
globalmente, avalia-se que estas lacunas de conhecimento não impediram uma avaliação
correta dos impactes ambientais associados ao projeto.

11. AVALIAÇÃO GLOBAL DO PROJECTO

A seguir apresentam-se as principais conclusões relativas a cada descritor


analisado/avaliado e uma apreciação global de toda a informação tratada neste relatório.
Quanto à geomorfologia concluiu-se que os principais impactes serão gerados na fase de
extração da rocha basáltica, sendo as alterações morfológicas, induzidas pelos trabalhos de
lavra, de carácter praticamente irreversível. Será conseguida uma ligeira minimização
através da modelação topográfica, prevendo-se a suavização dos taludes de escavação.

Saliente-se que na área do projeto não ocorrem valores geológicos excecionais. Neste
contexto, concluiu-se também que os impactes ao nível da geologia podem ser
considerados negativos e permanentes, mas pouco significativos.

Relativamente ao descritor solo, concluiu-se que os impactes diretos e negativos de maior


magnitude resultam das ações de remoção de terras, operação inerente ao avanço da lavra e
precedida da decapagem do coberto vegetal, que expõe os solos aos processos erosivos. No
entanto, a natureza e a intensidade dos impactes gerados dependem das potencialidades de
uso dos solos afetados.

Os solos da área de exploração não são usados para nenhum fim agrícola ou outra atividade
económica sustentável, o que leva a concluir que a afeitação dos solos presentes na área de
intervenção do projeto apresenta baixa magnitude e reduzida extensão. Existirá sim uma
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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

afeitação negativa ao uso florestal, mas que a longo prazo, será parcialmente reversível,
durante a fase de desativação, através da pedogénese.

A reversibilidade será ainda acelerada através da aplicação das medidas de minimização


previstas no PRP, salientando-se a decapagem prévia da camada de terra viva nas áreas a
explorar, sendo colocada em depósito e posteriormente utilizada para promover a
recuperação paisagística da área de lavra.

Quanto ao uso do solo, identificou-se como a alteração mais importante gerada pelo projeto a
substituição de uma área florestal por uma área de extração de inertes. A natureza deste tipo
de impacte é difícil de avaliar, devido à ausência de um critério indiscutível para determinar
se as alterações ao uso são positivas ou negativas.

Porém, numa perspetiva estritamente económica, pôde concluir-se que esta alteração ao
uso do solo constituirá um impacte positivo.

No que respeita aos recursos hídricos subterrâneos, com a implantação da exploração não
são expectáveis impactes significativos, visto que não existem na zona aquíferos em
quantidade e qualidade, com potencial de exploração.

A qualidade das águas superficiais poderá ser afetada por situações acidentais geradas
pelas máquinas e veículos afetos à exploração. No entanto, este impacte é pouco provável.
Neste contexto, conclui-se que os impactes associados ao projeto, nos Recursos Hídricos
são na sua globalidade de baixa magnitude, desde que medidas adequadas sejam
implementadas.

Dadas às reduzidas dimensões relativas do projeto não se preveem alterações nas condições
climáticas locais, pelo que se considera os impactes no clima como nulos. No entanto, pela
análise de outros descritores concluiu-se que algumas variáveis climatológicas,
designadamente a precipitação e o vento podem influenciar os impactes na qualidade da
água, dos solos, do ar e ambiente sonoro.

No que respeita ao ambiente sonoro, conclui-se que na fase de execução do projeto poderão
ocorrer impactes negativos no ambiente acústico. No entanto, os impactes negativos
previstos serão pouco significativos uma vez que nas proximidades do local do projeto não

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

existem habitações. Este facto não excluiu a apresentação de um Plano de Monitorização,


para este descritor.

No que respeita à qualidade do ar, conclui-se que os impactes gerados pelo funcionamento
da unidade de produção de Inertes, causarão na qualidade do ar alguns impactes negativos
gerados essencialmente pela emissão de poeiras. É sem dúvida a fase de exploração que
surtirá maior número de situações passíveis de interferir com a qualidade do ar da área
envolvente e no trajeto para onde será transportado o material, tendo-se identificado como
atividades mais críticas e passíveis de gerar impactes negativos as operações de desmonte,
trituração de rochas e a circulação de veículos em pisos não pavimentados.

Com o controlo das emissões de partículas em suspensão não se prevê a ocorrência de


níveis de concentração superiores ao limite aceitável. Os potenciais impactes negativos
gerados serão de magnitude reduzida, pouco significativos e temporários.

Este facto não excluiu a apresentação de um Plano de Monitorização, para este descritor,
como medida cautelar.

No que respeita aos descritores de fauna, e flora e vegetação, foi concluído que a
biodiversidade local, além de ser fraca, não apresenta nenhum valor digno de preservação.
De um modo geral, pôde concluir-se que os impactes neste descritor não são relevantes no
contexto regional ou nacional, dado que incidem sobre uma área sem qualquer valor do
ponto de vista biológico.

No que respeita ao descritor paisagem, pôde concluir-se que a implementação do projeto


não irá gerar impactes negativos de magnitude elevada. Este facto advém da sensibilidade
visual da área afeta ao projeto ser baixa, facto que decorre da topografia do terreno e da
existência de barreiras visuais naturais eficazes.

Por outro lado, atendendo à forma como se desenvolverá a exploração, à sua duração e às
soluções de recuperação paisagística preconizadas, considera-se que ao serem cumpridas
todas as medidas previstas neste estudo, estes impactes serão progressivamente
minimizados. Este facto não excluiu a apresentação de um Plano de Monitorização, para
este descritor, como medida cautelar.

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

No que respeita ao descritor de socioeconómica, verifica-se que a implementação do


projeto não gera impactes negativos significativos. Pelo contrário, o projeto em avaliação
contribui significativamente com impactes sociais e económicos positivos.

Globalmente, os aspetos que contribuem decisivamente para a atenuação dos efeitos


negativos no ambiente envolvente resultantes da materialização do projeto são:

 a reduzida área a afetar;


 o afastamento a aglomerados populacionais, uma vez que as povoações mais
próximas se situam a cerca de 3 km do local a intervencionar;
 o acesso fácil a partir de uma estrada nacional e toda a sua envolvente, sendo
apenas necessário executar um acesso ao local da pedreira com um
desenvolvimento de cerca de 1km;
 a ausência de áreas sujeitas a regimes de conservação específicos, como Reservas
Naturais ou outras áreas protegidas;
 a presença de solos incultos;
 a existência de habitats naturais pouco relevantes para a conservação e
relativamente abundantes na região;
 a reduzida fragilidade visual do local de implantação face ao Projeto em estudo.

Tendo em conta que as lacunas de conhecimento detetadas não assumem relevo suficiente
para colocar em causa a avaliação de impactes aqui apresentada, conclui-se pelo
levantamento e tratamento da informação apresentada neste trabalho, que os impactes
ambientais resultantes do Projeto de Instalação e Exploração da Pedreira Hu Ben,
pertencente à Hu Ben Lda., não inviabilizam a execução do mesmo, desde que sejam
aplicadas as medidas de gestão dos impactes previstas neste estudo.

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

12.BIBLIOGRAFIA

PRINCIPLES OF ENVIRONMENTAL ASSESSMENT, United States Environmental


Protected Agency (USEPA), 1999;

CARDOSO DE MATOS, G. Hidrogeologia e Recursos hídricos da ilha de Santiago


– Universidade de Aveiro, Departamento de Geociências, 2007;

Air Control Polution Engeneering, Joel Denevers, second edition;

Carta de Zonagem Agro-Ecológica e da Vegetação de Cabo Verde – Ilha de Santiago,


Castanheira Dinis e Cardoso de Matos, Lisboa 1988;

Censo 2000, INE, 2000;

Relatório Preliminar do Censo 2010, INE 2010;

Contribuição de Cabo Verde para o Estado do Ambiente em África;

Decreto-Lei 27/2020 – Regime Jurídico de Avaliação de Impactes Ambientais;

Decreto-Lei 3/2003 – Regime Jurídico dos Espaços Naturais protegidos;

Decreto-Lei 3/2015 – Regime Jurídico de licenciamento de Pedreiras;

Decreto-Lei 31/2003 – Regime Jurídico sobre Eliminação de Resíduos Sólidos;


Decreto-legislativo 1/2006 – Bases do Ordenamento do Território e Planeamento
Urbanístico;

Ecologia das Populações e Comunidades, Maria Teresa Pité e Teresa Avelar – Fundação
Calouste Gulbenkian, 1996;

Fundamentos de Avaliação de Impacte Ambiental, Maria do Rosário Partidário e Júlio de


Jesus – Universidade Aberta - 2003

Introdução à Gestão Ambiental, Paulo Cadete Ferrão, IST PRESS – 1998;

Inquérito ao emprego, IEFP – 2006;

Inventário das Emissões de Gases de Efeito de Estufa, Secretariado Executivo Para o


Ambiente, Praia 1995;

Livro Branco Sobre o Estado do Ambiente em Cabo Verde, MAAAP, 2004;

Manual de Impactes Ambientais, Banco do Nordeste, Brasil, 1999;

Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.


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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

Partidário, M. R. Jesus, J. (1994) – Avaliação do Impacte Ambiental, GEPGA, Lisboa.


Portugal.

Plano Ambiental Municipal de S. Domingos, PANA II, 2004; Sistemas de Informação


Geográfica, João Matos, LIDER – 1999; Hidráulica, António Carvalho Quintela, Fundação
K. Gulbenkian;

Ambiente e Construção Sustentável, Manuel Duarte Pinheiro, Instituto do Ambiente – 2006;

Estudo geológico de Trindade, Arrigo Querido – 2011;

www.sia.cv;

www.googlemaps.com;

www.inmg.cv;

www.areasprotegidas.cv;

Questionário Unificado de Indicadores de Bem-Estar – 2006/2007 (QUIBB).

Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.


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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

13.ANEXOS

PLANTA DE LOCALIZAÇÃO

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

Coordenadas geográficas

Nº XUTM YUTM
1 222722 1659530
2 222682 1659525
3 222687 1659488
4 222713 1659449
5 222732 1659450
6 222779 1659399
7 222802 1659368
8 222851 1659248
9 222893 1659248
10 222896 1659200
11 222940 1659146
12 222983 1659182
13 223063 1659195
14 223096 1659190
15 223130 1659193
16 223172 1659226
17 223179 1659246
18 223277 1659284
21 223238 1659329
22 223230 1659360
23 223198 1659426
24 223139 1659468
25 223082 1659463
26 223086 1659480
27 223045 1659512
28 223030 1659540
29 222950 1659564
30 222933 1659568
31 222930 1659581
32 222921 1659581
33 222883 1659626
34 222864 1659623
35 222823 1659683
36 222815 1659683
37 222805 1659707
38 222793 1659715
39 222785 1659724
40 222786 1659696
41 222792 1659668
42 222798 1659649
43 222818 1659628
44 222830 1659614
45 222846 1659577
46 222849 1659552
47 222840 1659536
48 222798 1659516
49 222754 1659545

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

Declaração de Concessão de herdeiros

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

DECLARAÇÃO CAMARA MUNICIPAL SÃO DOMINGOS

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL

Segundo o Decreto-Lei n. 27/2020, de 19 de março, no anexo VI, referente ao conteúdo do


Estudo de Impacte Ambiental, prevê a elaboração de um Plano de gestão Ambiental, que
deverá constituir um instrumento que assegure qua a instalação e operação do projeto são
executadas com base em práticas de atuação responsável, de acordo com os padrões
ambientalmente aceitáveis e em cumprimento dos requisitos legalmente estabelecidos.

O Plano de gestão ambiental consiste na análise e recolha de dados relativos aos efeitos
causados sobre o ambiente pela implementação do projeto, assim como na avaliação da
execução e da eficácia das medidas de mitigação propostas no âmbito do presente estudo.
Desta forma, pretende-se avaliar a eficiência dos procedimentos propostos para reduzir os
impactes ambientais decorrentes da implementação do projeto, assim como detetar impactes
que possam não ter sido previstos ou que foram subestimados no presente estudo.

O Plano de Gestão Ambiental deve ter como objetivos:

I. Assegurar o cumprimento da legislação e outros requisitos legais aplicáveis neste


domínio, em vigor ou outros que venham a ter força de lei;

II. Desenvolver os esforços necessários para uma melhoria contínua do


desempenho ambiental do empreendimento, tendo em consideração as
inovações e melhorias tecnológicas que venham a ser efetivadas no decorrer da
vida útil do empreendimento;

III. Desenvolver as melhores práticas que permitam a utilização racional dos


recursos naturais, bem como prever e implementar as melhores técnicas de
prevenção e redução da poluição na fonte, só para destacar os principais.

Ficará a cargo da empresa o registo da informação decorrente das ações de


verificação/acompanhamento/fiscalização dos planos de modo a constituir um arquivo de
informação que estará disponível para consulta por parte das entidades oficiais que o
solicitem.

Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.


126
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

De acordo com o que está acima referido, e levando em conta a legislação vigente, a
“empresa Hu Bem, Lda.” apresentará relatórios de acompanhamento da situação ambiental
nos termos e nos prazos definidos pelas entidades competentes para o efeito.

Síntese dos impactes e das medidas de minimização

No quadro abaixo foi feita uma síntese dos principais impactes ambientais, avaliados no
EIA, assim como as medidas de mitigação proposta, para a minimização dos impactes mais
significativos, tanto na fase de Implementação, como de exploração.

Descritor Fase Impactes Ambientais Medidas de Minimização

Alteração da estrutura geológica Delimitar a área de exploração estritamente ao necessário


provocado pela atividade extrativa; para extração;
Geologia Aproveitamento eficiente do material extraído;
Exploração e consumo do Evitar o esgotamento do recurso ali existente.
Recurso geológico.

Alteração da morfologia da área Aproveitamento ao máximo do material explorado;


de extração; Vedação parcial da área de exploração e transformação;
Geomorfologia Aumento do potencial de erosão. Conduzir a lavra em concomitância com a recuperação
paisagística.

Alterações na taxa de infiltração A manutenção dos veículos será realizada num sítio
das águas pluviais; especificamente desenvolvido para este efeito, de modo
a evitar possíveis derrames;
Possível contaminação por
Instalação/Exploração

Os óleos usados devem ser recolhidos em recipientes


resíduos industriais.
adequados e devidamente identificados;
Recursos hídricos
Construção de bacia de retenção de modo a evitar
derrame de hidrocarbonetos;
Promover o uso racional da água.

Potenciação de eventuais A execução das ações consideradas no PARP, serão


Solo e uso do processos erosivos; iniciadas atempadamente;
Solo Todo o solo decapado e material inútil deverá ser
Degradação do solo na área de
empréstimo; armazenado em áreas limítrofes, de modo a ser
reutilizado nas ações de recuperação das áreas
Possível perda da capacidade
produtiva do solo; intervencionadas;
As operações devem ser faseadas consoante as
Alteração da estrutura e da
necessidades do avanço da lavra, por forma a reduzir,
composição do solo;
tanto quanto possível, a área de solo desnudado
Alteração do uso do solo; minimizando fenómenos erosivos;
Diminuição da taxa de infiltração de Definir, clara e antecipadamente, os locais de deposição
água e consequente aumento da da terra superficial decapada.
escorrência superficial e do risco de
erosão.

Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.


127
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

Descritor Fase Impactes Ambientais Medidas de Minimização

Perda de alguns exemplares da Limitar tanto quanto possível a remoção da vegetação;


Sistemas vegetação ali existente; Reduzir a área de intervenção do projeto ao estritamente
Ecológicos necessária;
Perda de habitat;
Afugentamento das espécies Adotar medidas compensatórias, ou seja, introduzir
faunísticas; espécies vegetais nas áreas circundantes.
Perturbação do ecossistema.
Recorrer a equipamentos que apresentem um bom estado
Qualidade do Ar Eventual alteração da qualidade do ar de conservação e não ultrapassem os limites relativos às
na área do projeto e na sua emissões gasosas e de ruído, minimizando os efeitos da
envolvente mais próxima derivada a sua presença;
suspensão de partículas finas PM10
na atmosfera (sem efeitos Recomenda-se o humedecimento, por aspersão
significativos para as populações) controlada de água, dos locais em que possam ocorrer
emissões de poeiras sempre que necessário;

O transporte de areia, alvo de arrastamento pelo vento,


dever-se-á realizar em veículos cobertos por lona, de
forma a evitar ou reduzir a emissão e dispersão de
partículas;
Instalação/Exploração

Avaliação periódica da concentração de poeiras nos


locais de trabalho.
Produção de resíduos, A mudança de óleos das máquinas, camiões e
Resíduos nomeadamente, restos de inertes, equipamentos serão realizadas na oficina da empresa,
industriais pneus usados, sucatas, óleos usados. que apresenta condições para o efeito.

Acréscimo dos níveis sonoros na Os trabalhos na pedreira irão decorrer exclusivamente


área do projeto e sua envolvente em período diurno, de modo a evitar potenciais
mais próxima (sem efeitos incómodos;
significativos para as populações);
Ambiente sonoro Acréscimo dos níveis sonoros na Recomenda-se a manutenção periódica de todo o
área do projeto e sua envolvente equipamento, em especial na unidade industrial, bem
mais próxima; como o controlo das suas emissões sonoras.
Acréscimo dos níveis sonoros Uso obrigatório dos EPI por parte dos trabalhadores.
existentes nas vias de circulação
dos veículos.
Alteração da qualidade visual Vedação parcial da área de implementação do projeto;
devido à presença de corpos A unidade industrial será instalada numa área abrigada,
Paisagem estranhos (unidade industrial, diminuindo desta forma o impacte visual pela presença
instalações de apoio e do corpo estranho;
equipamentos) e da cicatriz da
exploração; A exploração será ordenada e faseada por forma a
Degradação da qualidade visual da intervir em menor área possível, reduzindo o impacte
área do projeto. gerado pela cicatriz da exploração;
A recuperação paisagística decorrerá em concomitância
com o avanço da lavra.

Aumenta do tráfego na expedição Deverá proceder-se com a sinalização e manutenção


dos inertes, que por sua vez pode frequente do acesso a utilizar pelos camiões de
Rede viária contribuir para degradação da rede transporte dos inertes;
viária; Controle do peso bruto dos veículos pesados, no
Incomodidade no ceio da sentido de evitar a degradação das estradas e riscos de
população, provocado pelo aumento acidentes;
do nível do ruído; Circular sempre em velocidades moderadas, de forma a
Acréscimo do risco de acidente nas reduzir risco de acidentes e também minimizar a
vias de acesso. emissão de poeiras e de ruído.

Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.


128
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

Descritor Fase Impactes Ambientais Medidas de Minimização

Acréscimo na qualidade de vida dos Geração de postos de trabalho;


Sócio economia colaboradores do projeto; Dinamização da economia do Município /ilha;
Colocação de placas de sinalização com informações
Riscos de acidentes de trabalho; sobra a execução de trabalhos no local;
Criação de novos postos de trabalho O espaço da exploração deverá ser restringido ao público,
para a população do concelho; de forma a prevenir situações de risco e insegurança;
Realização dos trabalhos na pedreira exclusivamente em
Abastecimento da obra com produtos
período diurno, de modo a evitar potenciais incómodos;
de qualidade e em quantidade
Realizar ações de formação e divulgação aos
necessária;
trabalhadores, acerca das normas e cuidados a ter em
Aumento da renda e dinamização da
conta no decorrer dos trabalhos.
atividade económica do concelho.

Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.


129
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

Descritor Fase Impactes Ambientais Medidas de Minimização

Cessação das atividades extrativas; Cessação das atividades extrativas;


Geologia Inicio das atividades de recuperação Inicio das atividades de recuperação das áreas afetadas
das áreas afetadas pela exploração. pela exploração.
Monitorização periódica do comportamento dos taludes
resultantes da recuperação das bancadas em flanco de
encosta, de forma a controlar os processos erosivos e
garantir a sua estabilidade;
Suavizar os taludes finais das áreas exploradas, por
forma a evitar a ocorrência de processos erosivos
acelerados;
Garantir que as áreas afetadas pela exploração e
produção sejam devidamente recuperadas no final da
vida útil da pedreira.
Modelação do terreno com recurso Com o término das atividades extrativas os taludes
Geomorfologia aos materiais inertes, provenientes serão
dos trabalhos de escavação e regularizados e estabilizados;
terraplanagem. Colocação de terras vegetais nos taludes para posterior
Desativação/Recuperação

uso na agricultura de regadio;


Garantir que as áreas afetadas pela exploração e
produção sejam recuperadas.
Possível derrame de combustíveis Remoção total de todos os equipamentos instalados e
Solo durante a remoção dos equipamentos dos
e materiais instalados. resíduos produzidos na fase de exploração;
Modelação do solo em toda a área de influência do
projeto;
Restituição da terra vegetal na camada superficial e
aplicação de corretivos que favorecem o
desenvolvimento das culturas;
Criação de condições adequadas para uso agrícola nas
bancadas;
Diminuição do risco de erosão e de contaminação dos
solos.
Cessando a atividade extrativa haverá Redução do número de veículos no processo de
Qualidade do Ar melhoria da qualidade do ar na área recuperação;
do projeto e na sua envolvente. Cessação da atividade industrial, reduzindo
significativamente a emissão de partículas finas;
Haverá atenuação dos níveis sonoros Os trabalhos de recuperação paisagística irão decorrer
Ambiente sonoro na área do projeto e na sua exclusivamente em período diurno, de modo a evitar
envolvente. potenciais incómodos para a população envolvente;

Redução significativa das atividades ruidosas, após a


remoção da unidade industrial e da redução do número
de veículos em circulação.
Nesta fase será promovida a Restituição da camada superficial do solo;
Sistemas reflorestação de toda a área de Introdução de espécies com capacidade de adaptação às
Ecológicos influência do projeto; condições edáfo-climáticas da região;
Deixará de haver a perturbação Promover a criação habitat para as espécies faunísticas
sobre a fauna local e avifauna.

Geração dos resíduos com a remoção Serão removidas todos os depósitos de resíduos ou
Resíduos e desinstalação dos equipamentos; substâncias perigosas (fossas sépticas, bacia de retenção,
industriais depósito de óleos usados, depósitos de combustíveis,
Produção de resíduos de construção e etc.), garantindo o seu adequado destino final;
demolição provenientes da remoção Os resíduos estéreis “não utilizáveis” serão utilizados na
das estruturas de apoio; modelação da área explorada;
Produção de sucatas, principalmente Os filtros, pneus, baterias e óleos usados serão
das carcaças de viaturas e outros. armazenados em recipientes adequados e devidamente
encaminhado para tratamento;

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

Descritor Fase Impactes Ambientais Medidas de Minimização

Os resíduos de sucatas serão entregues às sucateiras para


a reciclagem;
Outras estruturas de apoio “pré-fabricados” serão
reutilizadas noutros projetos da empresa.
Melhoria da qualidade visual devido à Serão desmantelados e removidos todos os equipamentos
Paisagem remoção da unidade industrial, e estrutura de apoio, procedendo às necessárias
instalações de apoio e equipamentos; diligências de forma a garantir que estes serão
encaminhados para o destino final adequado;
Melhoria da qualidade visual da área
de intervenção devido à modelação da Garantir que todas as áreas afetadas pela atividade
cava explorada; extrativa são devidamente recuperadas, procedendo aos
necessários ajustes para que exista, no mais curto espaço
Integração paisagística das áreas de tempo possível, uma ligação formal entre a área
afetadas pela atividade extrativa; intervencionada e a paisagem envolvente;

Cessação dos contratos com os Inserção dos trabalhadores afetos à exploração noutras
Sócio economia colaboradores, com consequência na atividades da empresa;
renda das famílias;
Cessação da exposição das pessoas e colaboradores;
Redução de gases e poeiras e nível de Disponibilidade e limpeza das parcelas ocupadas pela
ruído causado pela atividade extrativa unidade industrial para uso na agricultura.
e circulação de viaturas.

3 - Implementação E operacionalização - Estrutura e responsabilidade

Segundo o Decreto-Lei n. 27/2020, de 19 de março, no anexo VI, referente ao conteúdo do


Estudo de Impacte Ambiental, prevê a elaboração de um Plano de gestão Ambiental, estando
a gerência, com a responsabilidade, entre outras, de elaborar o PGA, promover a sua
implementação, monitorizar o respetivo cumprimento e avaliar a sua eficácia com a
periodicidade estabelecida.

Na operacionalização da PGA haverá maior interação da gerência com os parceiros e


colaboradores.

À Gerência compete assegurar que os requisitos do sistema ambiental são cumpridos,


através de comunicações escritas, acerca da necessidade de melhoria daquele, ou mesmo da
respetiva revisão, bem como acerca de qualquer falta de colaboração ou outro entrave
colocado, interna ou externamente, ao bom desempenho das suas funções na qualidade
referida.

4 - Formação e Sensibilização Ambiental

A implementação do PGA depende das acções educativas e de sensibilização ambiental que


forem levadas a cabo.

Só com o comprometimento da organização e de todos os seus colaboradores em minimizar


ou eliminar os impactes ambientais, directos ou indirectos, se conseguirá a prossecução dos
objectivos e metas fixados.

Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.


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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

Considera-se que a consciencialização ambiental e a informação fundamentam a mudança


de atitude, assumindo um papel importante na assimilação das boas práticas tendentes a um
melhor ambiente de trabalho, a par de uma maior racionalização de custos, e à preservação
do ambiente.

Este é um dos grandes desafios durante a vigência do plano.

5 - Comunicação

A comunicação interna entre os diversos actores que contribuem para o cumprimento do


Plano deve ser feita sempre de forma escrita. A comunicação externa deve ser efectuada
por panfletos, cartazes, posters e outros.

6 - Documentação do Sistema de Gestão Ambiental

A Gerência vai manter registo em formato papel e/ou electrónico sobre todos os processos e
procedimentos necessários à implementação do Sistema de Gestão Ambiental.

7 - Controlo dos Documentos

Os documentos relativos à gestão ambiental devem ser concentrados na Gerência e


partilhados por todos os colaboradores na parte correspondente a cada um deles. Todos os
documentos devem ter junto todas as atualizações e versões. Toda a documentação deve ser
legível e datada.

8 - Prevenção E Capacidade De Resposta A Emergências

Devem ser estabelecidos procedimentos para identificar situações passíveis de causar


acidentes e situações de emergência, bem como serem definidas medidas de atuação a ter
nesses casos, visando a segurança dos visitantes e funcionários, estabelecendo as regras a
cumprir, bem como a capacidade de resposta quanto à prevenção e minimização dos
impactes ambientais que possam estar correlacionados. Está prevista, em conformidade, a
elaboração de um Plano de Emergência Interno (PEI).

9 - Verificação e Ações Corretivas

Tendo em conta as medidas estabelecidas, devem ser monitorizadas, periodicamente, as


características das atividades e ações que têm um impacte significativo no ambiente, bem
como os dados que interessam a cada área de impacte, sendo feito o registo de toda a
informação que permita acompanhar o desempenho do projeto e a conformidade com os
objetivos fixados.

Qualquer acção corretiva que se mostre necessária, em função de não conformidades


detetadas, deve ser implementada e ser objeto de registo.

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

Num estádio mais avançado de implementação e consolidação do PGA, poderão ordenar-


se auditorias internas ou externas, a ser realizadas por auditores internos ou externos,
devidamente qualificados, de forma a verificar das não conformidades do Plano com o
estabelecido e a propor a implementação das necessárias correções.

10 - Revisão do Plano de Gestão Ambiental

Compete a Gerência, na busca da melhoria contínua, enviar a DNA, com periodicidade


anual ou sempre que o entenda pertinente, a eficácia do sistema de gestão ambiental, com
base nos Relatórios elaborados e em resultado das auditorias realizadas.

11 - Calendarização das atividades e estimativas de custo para implementação do PGA

Para a implementação do Plano de Gestão ora elaborado, tendo em conta as suas atividades,
são necessários recursos financeiros e humanos, pelo que a seguir se esquematiza no quadro,
as atividades a serem implementadas, a sua calendarização, os recursos a serem empregues e
a responsabilidade para a sua execução.

Atividade Período Recursos Responsável


Execução do programa de Fase de 1.500.000$00 Gerência
monitorização Construção e
Empresa/
Exploração
contratada
Delimitação da área do projeto Fase de 1.000.000$00 Gerência
(opcional) Construção Empresa/
contratada
Gestão dos resíduos sólidos Fase de Gerência
900.000$00
Equipamentos para armazenagem construção/ Empresa/
(transporte e destino final) exploração consultoria
contratada
Realização de analises e estudos Fase de 1.500.000$00 Empresa/
de monitorização dos parâmetros exploração consultoria
definidos contratada
Segurança, Manutenção de Fase de Gerência
2.000.000$00
preventiva dos equipamentos Exploração
Empresa/
consultoria
contratada
Formação continua para os Fase de 150.000$00 Empresa/
colaboradores. Exploração mensal consultoria
contratada
Programa de sensibilização dos Fase de 1.500.000$00 Gerência
visitantes sobre os valores Construção/
paisagísticos do local exploração

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN

PROTOCOLO DE ENTENDIMENTO

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