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HU BEN
INVESTIMENTOS E INDÚSTRIAS, LDA
PEDREIRA HU BEN
UNIDADE DE EXPLORAÇÃO DE INERTES
setembro/outubro 2020
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN
ILHA DE SANTIAGO
Localização do projeto: Fontes Almeida - Forno Varela – São Domingos - Ilha de Santiago.
Conteúdo
PARTICIPAÇÃO PÚBLICA...................................................................................................................... 6
ENTIDADES CONTACTADAS E/OU CONSULTADAS: ............................................................................. 6
1.1. PROPONENTE DO PROJETO ......................................................................................................... 7
1.2. ENTIDADE LICENCIADORA............................................................................................................ 8
1.3 AUTORIDADE DE AIA ..................................................................................................................... 8
1.4. IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DAS PARTES INTERESSADAS E AFETOS AO PROJETO........................ 8
1.5 ENQUADRAMENTO LEGAL ............................................................................................................ 9
1.6. ÁREAS SENSÍVEIS NA ÁREA DE PROJETO .......................................................................... 10
1.7. ANTECEDENTES DO PROJECTO .................................................................................................. 11
2.1. METODOLOGIA E ESTRUTURA DO EIA ....................................................................................... 12
2.1.1. Metodologia Geral .............................................................................................................. 12
2.2. ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO EIA ........................................................................................ 16
3. OBJECTIVOS, JUSTIFICAÇÃO DO PROJECTO E ALTERNATIVAS .......................................................... 18
3.1. JUSTIFICAÇÃO DA OPÇÃO DE LOCALIZAÇÃO PROPOSTA ........................................................... 19
3.2. ALTENATIVAS DE LOCALIZAÇÃO AO PROJECTO ......................................................................... 20
4. DESCRIÇÃO DO PROJETO .................................................................................................................. 21
4.1. LOCALIZAÇÃO DO PROJECTO ..................................................................................................... 21
4.1.1 Características da área de intervenção do projeto .............................................................. 24
4.2. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO PROJETO .................................................................................... 26
4.3 FASE DE INSTALAÇÃO.................................................................................................................. 27
4.5 FASE DE EXPLORAÇÃO ................................................................................................................ 29
4.5.1 Descrição do processo de laboração da pedreira ................................................................ 29
4.5.2 Ciclo produtivo ..................................................................................................................... 33
4.5.3. Recursos humanos .............................................................................................................. 35
4.5.4 Água, Energia e Sistema de esgotos. ................................................................................... 35
4.5.5 Definição da zona de influência do projeto ......................................................................... 35
4.6. PLANOS DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO EM VIGOR NA ÁREA DE PROJETO .......... 36
5.CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA............................................................................. 37
5.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ILHA DE SANTIAGO E DO MUNICÍPIO DE S. DOMINGOS ............. 39
5.2 CLIMA .......................................................................................................................................... 40
5.3 GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA.................................................................................................. 41
5.4 SOLOS E USO DOS SOLOS ............................................................................................................ 44
5.5 RECURSOS HÍDRICOS................................................................................................................... 46
5.6. SISTEMAS ECOLÓGICOS ............................................................................................................. 48
5.7. QUALIDADE DO AR ..................................................................................................................... 52
5.8. AMBIENTE SONORO ................................................................................................................... 54
Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.
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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 - Matriz de Leopold (simplificada). ......................................................................................................... 14
Tabela 2 - Equipamentos fixos afetos a pedreira Hu Ben. .................................................................................... 34
Tabela 3 - Equipamentos moveis afetos a pedreira Hu Ben ................................................................................. 34
Tabela 4 - Funcionários afetos à Pedreira Hu Ben ................................................................................................ 35
Tabela 5 - Características das zonas climáticas do município de S. Domingos. .................................................... 41
Tabela 6 - Classificação dos solos na ilha de Santiago. ......................................................................................... 45
Tabela 7 - Resumo de todos os resíduos não mineiros resultantes da atividade da “Pedreira Hu Ben”. ............ 64
Tabela 8 - Principais fontes emissoras, suas características e principais poluentes emitidos. ............................. 79
Tabela 9 - Característica/Valor e Símbolo dos Impactes. ..................................................................................... 90
Tabela 10 - Matriz Global de impactes ................................................................................................................. 91
Tabela 11 - Parâmetros a monitorizar durante as fases de exploração e descativação. .................................... 108
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 - Localização da zona da implantação do projeto, Pedreira Hu Bem (14.35 há), no município de São
Domingos, ilha de Santiago, Cabo Verde. ............................................................................................................. 22
Figura 2 - Ilustração da disposição física da Pedreira Hu Bem. Legenda: 1- zona de exploração; 2 – Stock; 3 –
Vendas; 4 – Administrativos, área social e auxiliares. .......................................................................................... 22
Figura 3 - Classificação dos espaços do Município da Ribeira Grande de Santiago, segundo o PDM - Plano
Diretor Municipal, 2008. ....................................................................................................................................... 23
Figura 4 - Ilustração da vertente a ser explorada. ................................................................................................ 26
Figura 5 - Acesso a Pedreira, a partir de rotunda de Trindade – circulara da Praia. ............................................ 28
Figura 6 - Tipologia de infraestruturas para zona de apoio. ................................................................................. 29
Figura 7 - Esquema geral da atividade extrativa. .................................................................................................. 31
Figura 8 - Retroescavadora no processo de desmonte a ser utilizada na pedreira. ............................................. 31
Figura 9 - Aspeto de uma Unidade de britagem a ser instalada. .......................................................................... 32
Figura 10 - Modelo de maquinarias a serem utlizados na pedreira Hu Ben, no município de São Domingos. .... 32
Figura 11 - Modelo básico de ciclo produtivo de uma pedreira. .......................................................................... 33
Figura 12 - Ciclo da produção da pedreira a ser implementado. ......................................................................... 34
Figura 13 - Enquadramento da ilha de Santiago no contexto de Cabo Verde. ..................................................... 39
Figura 14 - Área de Escoada basáltica a superfície na zona de pedreira. ............................................................. 42
Figura 15 - Área a ser nivelada para implantação das infraestruturas de apoio. ................................................. 42
Figura 16 - Material Basáltico a superfície............................................................................................................ 43
Figura 17 - Morfologia - aspeto do terreno. ......................................................................................................... 44
Figura 18 - Pratica de agricultura na área envolvente do Projeto. ....................................................................... 46
Figura 19 - População de Prosopis juliflora na área do Projeto. ........................................................................... 51
Figura 20 - Vista da zona de pedreira em direção a Cidade da Praia. .................................................................. 56
Figura 21 - Vista do terreno em direção pedreira Huang. .................................................................................... 57
Figura 22 - Vista da estrada de acesso para o local de implantação da Pedreira (fraca visibilidade)................... 57
PARTICIPAÇÃO PÚBLICA
Não obstante a lei recomendar a participação púbica na elaboração do EIA, dada a situação
pandémica que se vive, em particular com o aumento de número de casos na ilha, não foi
possível organizar esta atividade. Contudo, a implementação do projeto não interfere
diretamente com nenhuma população, não representando nenhum risco para as populações,
uma vez que a população mais próxima da zona de implantação do projeto dista cerca de 700
do mesmo.
De referir que foram contactados varias instituições para dar a conhecer e recolher subsídios
para o projeto.
1.INTRODUÇÃO
O presente trabalho consiste na apresentação do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) do
projeto privado intitulado “Pedreira Hu Ben", Unidade de Exploração de Inertes, a localizar-
se na Zona de Forno Varela - Fontes Almeida, Município de S. Domingos, a ser explorada
pela “Empresa Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.,”.
O projeto a ser apresentado diz respeito à exploração de uma pedreira, numa extensão de,
aproximadamente, 14,35, tendo a sua finalidade de providenciar materiais inertes, britas e
areias (finas e grossas) e pedras para construção civil a todo o mercado da ilha Santiago
(região sul e do interior da ilha de Santiago (Santiago Norte)).
Refira-se que o EIA e a elaboração do Plano de Pedreira (PP), decorreu em simultâneo, pelo
que os dados, resultados e recomendações de ambos os documentos foram sucessivamente
integrados e conciliados. Assim, o objetivo da elaboração destes dois documentos é
identificar antecipadamente os principais impactes ambientais positivos e negativos
associados à Implementação da “Pedreira Hu Ben”, e dotar a empresa da informação
necessária a uma adequada Gestão Ambiental de todo o processo, de modo a garantir o
maior equilíbrio possível entre a área da pedreira e o meio biofísico, cultural e social que o
irá enquadrar.
sem prejuízo na atividade pecuária, visto que, aproximadamente, 90% da área na região é
Silvo Pastoril.
Em suma, o projeto contribuirá para a redução da vulnerabilidade económica no município e,
de fora indireta, em torno da ilha de Santiago.
O Decreto-Legislativo n.º 14/97 especifica no seu artigo 3.º que os planos, projetos,
trabalhos e ações que pela sua natureza, dimensão ou localização, são suscetíveis de
provocar incidências significativas no ambiente, o território e a qualidade de vida dos
cidadãos, ficam sujeitos a um processo prévio de avaliação de impacte ambiental como
formalidade essencial para o licenciamento da obra ou trabalho. Este decreto estipula ainda,
no seu artigo 32.º, n.º 3, que a exploração de pedreiras deve ser feita de forma controlada, a
fim de não causar danos ao ambiente, designadamente a deterioração da paisagem e
ambiente circunvizinho, e a não constituir perigo para a segurança da vida humana e bens.
O Decreto-Lei nº 27/2020 de 19 de março, que estabelece o regime jurídico da Avaliação
de Impacte Ambiental de projeto públicos e privados suscetíveis de provocarem impactes
no ambiente.
Institucional
Os Sítios da Rede Natura 2000, zonas especiais de conservação e zonas de proteção especial;
Uma vez criada a comissão de avaliação, efetuou-se a visita ao terreno, e da visita ao terreno
a comissão, solicitou algumas informações adicionais, que já foram incorporados no estudo e
constatou que o projeto é incompatível que o uso estabelecido no PDM de São Domingos,
situação esta que esta sendo resolvida com a câmara municipal sendo, este processo
agendado para reunião da assembleia da Camara Municipal de S. Domingos, onde a área
pretendida para a exploração e extração de inertes será desanexada da zona classificada como
ASP e classificada como área não edificáveis, zona industrial mista e extrativa.
b) Descrição do Projeto
A metodologia geral que foi seguida para a execução do presente EIA dividiu -se em várias
fases. Seguidamente será efetuada uma descrição de cada uma das fases da metodologia
implementada para a execução do EIA.
Neste ponto são considerados os aspetos mais relevantes e, concretamente, os que foram,
direta ou indiretamente influenciados pela implementação do projeto. Desta forma, foram
selecionados os seguintes descritores:
1. Clima;
2. Geologia e Geomorfologia;
3. Solos e Uso dos Solos;
4. Recursos Hídricos;
5. Sistemas Ecológicos (Fauna e Flora);
6. Qualidade do Ar;
7. Ambiente Sonoro;
8. Paisagem;
9. Ordenamento e Condicionantes
10. Sócio -Economia;
11. Património
12. Riscos naturais e antrópicos (incluindo a Vulnerabilidade ás alterações climáticas
13. Resíduos
Foram realizadas reuniões com o proponente, com o objetivo de conhecer o projeto, bem
como de recolher todos os elementos disponíveis. Identificaram-se diversos elementos para
a avaliação de impactes, rentabilizando desde logo os recursos existentes.
Realizou-se uma visita conjunta à zona de intervenção do projeto, para permitir uma melhor
e mais célere familiarização da equipa do EIA com o projeto e as suas condicionantes. Por
último, foram estabelecidos diversos contactos com as entidades oficiais detentoras da
informação ambiental existente, no sentido de recolher a informação de base disponível para
essa zona de implementação do projeto, nomeadamente a Câmara Municipal de São
Domingos.
Nesta etapa é feita a avaliação de impactes através da definição de limiares para a avaliação
dos impactes. Estas categorias relativas resultam da análise de peritos sectoriais e da
comparação de valores disponíveis em documentos técnicos, obtendo-se assim uma relação
entre valores reais e esta categorização dos impactes passíveis de afetarem
significativamente a qualidade do meio ambiente e/ou de vida da população residente na
área envolvente da pedreira.
f) Monitorização
Após a caracterização e avaliação dos impactes, da definição das medidas de mitigação dos
mesmos e da identificação dos principais indicadores ambientais, estabeleceu-se um plano
de monitorização e gestão ambiental. O plano de monitorização e gestão ambiental tem
como objetivo avaliar o impacte do plano de ação e o respetivo desenvolvimento das ações
adotadas.
Neste sentido, o presente EIA é composto por três seções, nomeadamente: o Resumo Não
Técnico (RNT) que será apresentado em documento separado, cujo objetivo reside em
resumir em linguagem simples e acessível, a todos os interessados o trabalho, desenvolvido
no Estudo de Impacte Ambiental (EIA); o Relatório Síntese (RS), que enquadra toda a
informação relevante; Plano de Pedreira e os Anexos, nos quais constam todas as
informações complementares.
Desta forma a estrutura geral do EIA é composta por:
Este relatório é constituído por 11 capítulos, mais bibliografia, cujos conteúdos genéricos se
resumem de seguida.
Capítulo 1: Introdução – Foi contextualizado o projeto nomeadamente no que diz
respeito à sua designação e à sua fase. Foram identificados os principais aspetos do
projeto no que se refere às responsabilidades de execução do mesmo, da respetiva
entidade licenciadora, o período de elaboração do EIA e antecedentes da “Pedreira Hu
Ben”;
Capítulo 2: Metodologia e Descrição Geral da Estrutura do EIA – Que correspondem
ao presente capítulo;
Capítulo 3: Objetivos e Justificação do Projeto - Identificam-se os objetivos do
projeto, apresenta-se a respetiva justificação, abordando-se ainda a respetiva
conformidade com os instrumentos de gestão territorial em vigor, apresentando-se
ainda os benefícios esperados e implicações da sua não realização;
Capítulo 4: Descrição do Projeto - Descreve-se a localização e a conceção geral do
projeto;
Capítulo 5: Caracterização da Situação de Referência - Descreve-se a situação
ambiental da área em estudo antes da implementação do projeto, analisando -se as
componentes ambientais mais suscetíveis de serem perturbadas pela exploração,
recuperação e desativação do mesmo;
Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.
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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN
A localização da zona de extração é estratégica, pois, permitirá dar vazão às demandas dos
mercados nas regiões de Santiago Sul e do Norte, acrescentado o produto de qualidade nos
mercados da ilha, a um preço mais acessível, e assim alavancar a construção civil.
Este projeto justifica-se pelo facto de apesar da crise económica nacional e mundial ter
atingido níveis preocupantes, o sector da construção civil, continua dinâmico tanto em Cabo
Verde como na costa Ocidental da África, onde a existência de basalto é nula.
A Carta Geológica da ilha de Santiago, conforme pode ser confirmado no Plano de Lavra
de na descrição da componente geológica da área em estudo, comprova a existência de
importantes reservas de rocha basáltica na zona, com características adequadas para
aplicação nas diferentes componentes das obras civis. As visitas de terreno efetuadas ao
local comprovaram o conteúdo da literatura existente e fornecem informações adicionais
sobre o material, consideradas relevantes, e que se encontram detalhadas no Plano de Lavra
em anexo e no capítulo Situação de referência.
O projeto de exploração da Pedreira Hu Ben, constituído pela pedreira surge, assim, para a
empresa Hu Ben, Lda. como uma consequência natural da situação crítica de inertes
existente na ilha de Santiago e como uma estratégia de crescimento da empresa, no sentido
do alargamento das suas valências, assumindo-se como um dos pilares da sua
sustentabilidade.
Desta forma o presente projeto (EIA) tem como principal objetivo garantir a construção
civil de qualidade na ilha de Santiago, e particular na região de Santiago Norte, através de
O terreno em questão não está incluído na rede nacional de áreas protegidas e nele
não foram encontrados espécies e habitats naturais que justifiquem uma
preservação especial devido ao seu elevado valor ecológico;
Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.
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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN
O facto de o local ficar situado num ponto de difícil visibilidade para qualquer
observador que passa nas vias mais próximas;
A proximidade relativa aos locais de consumo, pois o seu valor comercial não
suporta o transporte a grandes distâncias;
Assim, a localização proposta é aquela que se afigura como viável, por este tipo muito
específico de rocha ornamental existir comprovadamente no local.
Em resumo, o aproveitamento de recursos geológicos só pode desenvolver-se onde exista
recurso. Devido a um incipiente conhecimento do território, raras vezes é promovida uma
verdadeira definição de áreas destinadas à indústria extrativa devidamente enquadradas nos
instrumentos de gestão territorial.
Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.
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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN
4. DESCRIÇÃO DO PROJETO
4.1. LOCALIZAÇÃO DO PROJECTO
A Empresa Hu Ben, Lda visa instalar uma unidade de exploração a céu aberto na vertente,
com recurso a maquinaria pesada, mas sem uso de explosivos.
A área total é de 14,35 hectares, mas para a instalação da pedreira e seus anexos é de 5
(Cinco hectares).
A área de localização permite uma rápida recuperação a paisagem após a exploração das
rochas podendo a recuperação ser orientada para a silvicultura, pecuária ou urbanização.
Figura 1 - Localização da zona da implantação do projeto, Pedreira Hu Bem (14.35 há), no município de São
Domingos, ilha de Santiago, Cabo Verde.
Figura 2 - Ilustração da disposição física da Pedreira Hu Bem. Legenda: 1- zona de exploração; 2 – Stock; 3 –
Vendas; 4 – Administrativos, área social e auxiliares.
A zona de intervenção está inserida na área não edificáveis, classificada como zona de Agro-
Silvo-Pastoril (ASP), figura 3 e em Anexo, segundo o Plano Diretor Municipal (PDM) de
São Domingos, ilha de Santiago, Cabo Verde. No entanto, o PDM do município, elaborado
no ano de 2008, encontra-se írrito, tendo ultrapassado o seu prazo de validade, 12 anos, e
segundo a Câmara Municipal de São Domingos, o PDM encontra-se em fase de revisão,
sendo a área pretendida para a exploração e extração de inertes será desanexada da zona
classificada como ASP e classificada como área não edificáveis, zona industrial mista e
extrativa.
Área proposta para exploração da Pedreira Hu Ben, localiza-se num terreno pertencente
aos Herdeiros de Alfredo José de Carvalho da Veiga, que declara conceder a título de
Arrendamento á Empresa Hu Ben – Investimentos e Indústrias Lda., conforme a
Declaração de Concessão em anexo. Nenhuma atividade económica significativa tem sido
desenvolvida no local pelo que é visível a conservação das características iniciais do local.
Das visitas ao terreno foi possível confirmar o uso a qual o solo local tem sido
preconizado. Como referido anteriormente, nenhuma atividade industrial desenvolve-se na
área em questão.
A região onde se insere o projeto apresenta um relevo ondulado com alguma variação
hipsométrica, com declives relativamente suaves do lado esquerdo e abruptos do lado
Direito. No fundo trata-se de um troço da Zona de Fontes Almeida – Localidade de Forno
Varela e as suas adjacências, que incluem as suas margens (encostas). As formas
topográficas dominantes são achadas, que intercalam com vales pouco acentuados no
território, constituída por pedras de grande qualidade. A rede hidrográfica é pouco
ramificada, mas bem definida e de regime de escoamento excecional. A exploração será
executada inicialmente na vertente Sul, em bancadas de cima para baixo. De modo que as
ínfimas partículas no ar resultados da atividade da extração transportados o vento
predominante, vento de alísio (“sopra” de Nordeste para Sudoeste, sendo chamado de alísio
do Norte (com sentido Oeste-Leste)) não passam pelo pequeno aglomerado de população
existente à Oeste da zona de delimitada para a pedreira.
Na área de implantação da Pedreira Hu Ben não existem áreas sensíveis a serem afetadas,
nem direta nem indiretamente, pela materialização do projeto. As áreas sensíveis mais
próximas ficam significativamente afastadas, nomeadamente, a Este localiza-se pequenos
aglomerados populacionais e a Sul, em linha recta intercetada por montanhas e vales. Pelas
consideráveis distâncias que estas áreas sensíveis estão da zona de implantação do projeto,
é seguro afirmar-se que o projeto não influenciará estas zonas durante as suas fases de
construção e exploração.
Propõe-se a instalação duma unidade de produção de inertes numa área com cerca de 5
hectares, sita na freguesia de São Nicolau Tolentino, concelho de S. Domingos, para a
extração de material basáltico. Estima-se que na área em estudo existe uma reserva de
Como já referido, esta descrição tem como objetivo apresentar e expor as principais
atividades de projeto que interferem com o ambiente envolvente e ao mesmo tempo fazer
um enquadramento do Plano de Pedreira a ser licenciada.
Será efetuada uma limpeza prévia do terreno, visto que antes de se iniciar a sua exploração é
necessário retirar o material composto por pedras a superfície, a camada de terras mais finas
e a vegetação composta essencialmente por exemplares de Acácia americana e outras
espécies autóctones. Segue-se uma aplanação e assentamento do terreno de modo a
implantar as infraestruturas de apoio e de produção.
A área acima descrita será ocupada pelos locais de armazenamento temporário de inertes e
a Central de Britagem. Os escritórios, as áreas sociais, oficinas, estacionamento de
máquinas afetas à pedreira e camiões de distribuição, bem como as restantes infraestruturas
de apoio ao funcionamento da pedreira funcionarão no, numa cota superior à plataforma de
instalação da Central de Britagem. Nesta área será feita apenas a limpeza do terreno e a
impermeabilização em algumas áreas.
Acessos
Os caminhos onde circularão as máquinas, dentro da exploração e da envolvente do
complexo, serão definidos previamente, de modo a afetar negativamente o mínimo de solo
quanto for possível. O acesso até ao local será feito pela Circular da Praia, até à rotunda de
Trindade e a partir desse ponto entra-se numa estrada calcetada que passa em frente do
Hospital de Trindade, seguindo em frente até a zona de Forno Varela – Fontes Almeida. A
área social da Pedreira Hu Ben, será constituída por um pequeno escritório e equipada com
instalações sanitárias para os operários. Estas instalações terão lavabos e retretes que serão
ligadas, através de um sistema de drenagem de águas residuais, a uma fossa séptica
impermeabilizada com betão e que será limpa periodicamente.
c
Zona de apoio
A área administrativa e social, será constituída por um pequeno escritório e equipada com
instalações sanitárias para os operários e 15 quartos. Estas instalações terão lavabos e
sanitários que serão ligadas, através de um sistema de drenagem de águas residuais, a uma
fossa séptica impermeabilizada com betão e que será limpa periodicamente.
Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.
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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN
Antes de se entrar no processo de lavra, propriamente dito, existe uma grande quantidade
de material basáltico disposto à superfície que deverá ser retirado e triturado. Este material
encontra-se disponível, pelo que o dono do projeto poderá iniciar a sua produção ainda
durante a limpeza prévia do terreno, anterior à lavra.
A exploração será efetuada de cima para baixo por degraus e patamares. Uma vez que o
material in situ possui, maioritariamente, valores significativos de coesão serão adotados,
na configuração final de escavação, 5 m de altura para as bancadas e cerca de 4 m de
largura para os patamares. Os taludes de escavação terão individualmente cerca de 59º de
inclinação sendo o ângulo geral de talude da ordem dos 37º de inclinação com a horizontal.
Numa segunda fase será iniciado o método de cava a céu aberto que consistirá em
laboração sub-vertical. o A exploração será feita por degraus/bancadas, de cima para baixo,
de modo a permitir a recuperação imediata após a exploração e por outro lado, a
modificação mínima das paredes rochosas, permitindo a criação de patamares propícios à
futura instalação de vegetação, no projeto de recuperação; · Serão utilizados equipamentos
de perfuração e de transporte do material adequados, de modo a minimizar os efeitos das
poeiras, na envolvência da área de laboração; · Será necessária a criação de barreiras para
minimizar o impacte visual provocado pelas explorações (plantação de árvores);
O transporte do local da lavra para a linha de produção será feito por um camião e por um
dumper de acordo com uma via de circulação interna definida de modo a causar mínimos
efeitos negativos no ambiente.
Figura 10 - Modelo de maquinarias a serem utlizados na pedreira Hu Ben, no município de São Domingos.
Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.
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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN
Equipamentos
Quant. Categoria
1 Diretor Técnico da pedreira
2 Auxiliar administrativo
1 Coordenador da linha de produção
10 Operários especializados
4 Trabalhadores indiferenciados
A zona de influência é toda a área que pode ser afetada, direta ou indiretamente, pelo
projeto, quer na sua fase de instalação/construção como de exploração. Neste sentido
definiu-se a zona de influência tendo em conta um conjunto de parâmetros como: os
descritores biofísicos e socioeconómicos na zona envolvente à área de implantação do
Complexo. Foram consideradas duas fases, a de implantação dos equipamentos, onde os
impactes serão mais diretos e outra de exploração e funcionamento do projeto, que terá
uma abrangência maior devida, essencialmente, aos impactes socioeconómicos do projeto
que se farão sentir em toda a ilha, no que tange ao sector da construção civil e nos
aglomerados populacionais mais próximos do empreendimento.
Deste modo, distinguem-se duas zonas de influência distintas: uma afetada durante a fase
de implantação dos equipamentos e outra de maior dimensão, afetada no período de
exploração e funcionamento de toda a unidade, por fatores de evolução espacial, como por
exemplo a geração de empregos e a dinamização da economia, na perspetiva do
desenvolvimento industrial. Neste contexto, pode-se afirmar categoricamente que a zona de
influência do projeto vária de um descritor para outro e que na sua fase de exploração a
zona de influência é todo o município de S. Domingos.
O EROT, da Ilha de Santiago, tendo como objetivos a identificação dos interesses públicos
de nível regional e estabelecer as previsões e restrições relativas à transformação das áreas
abrangidas, é o instrumento de planeamento que estabelece o quadro espacial das atuações
com impacto na organização do território, integrando as opções estabelecidas a nível
nacional e considerando as estratégias municipais de desenvolvimento local, constituindo o
quadro de referência para a elaboração dos planos urbanísticos.
A área de instalação do projeto corresponde a uma pastagem árida que foi arborizada com
Prosopis juliflora. No âmbito do Plano Diretor Municipal (PDM), a área está inserida no
domínio Agro-silvopastoril das zonas áridas do Município.
Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.
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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN
O âmbito e a escala geográfica considerados no estudo foram ainda ajustados em função dos
diferentes descritores biofísicos, socioeconómicos e culturais considerados, tendo a
especificidade inerente a cada um conduzido à abordagem em níveis de análise que
variaram entre a escala local e a escala regional.
Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.
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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN
No entanto, dependendo do descritor ambiental a ser avaliado, será considerada uma escala
mais adequada. Esta abordagem permitirá aferir com maior precisão, a magnitude dos
potenciais impactes e propor medidas preventivas com vista à sua minimização ou
maximização, conforme estes impactes sejam negativos ou positivos. As áreas temáticas
abordadas foram aquelas que se consideram mais importantes tendo em vista os objetivos
do presente estudo, designadamente:
1- Clima;
2- Geologia e Geomorfologia;
3- Solos e Uso dos Solos;
4- Recursos Hídricos;
5- Sistemas Ecológicos (Fauna e Flora);
6- Qualidade do Ar;
7- Ambiente Sonoro;
8- Paisagem;
9- Ordenamento e Condicionantes
10- Sócio -Economia;
11- Património
12- Riscos naturais e antrópicos (incluindo a Vulnerabilidade ás alterações climáticas
13- Resíduos
Santiago é a maior ilha do arquipélago de Cabo Verde com uma área de 991 km2 e
características topográficas únicas: picos proeminentes, encostas íngremes, vales profundos
e suaves e uma extensa zona costeira. Vista de longe, a ilha parece dividida pelas duas
principais montanhas: Pico da Antónia - 1394m e Serra Malagueta – 1064m.
Aproximadamente metade da população de Cabo Verde vive nesta ilha e a capital, Praia
(situada no sul da ilha), abriga aproximadamente 25% da população do país e serve como o
principal centro de comércio, político, administrativo e diplomático do país.
profundos e estreitos que se vão abrindo, formando zonas mais ou menos planas á medida
que se aproximam do litoral.
Segundo o Censo 2010, a Freguesia de São Nicolau Tolentino, a mais populosa e onde se
localiza a sede do Concelho, tem uma população absoluta de 8.720 habitantes constituída
por 4.222 homens e 4.498 mulheres. A Freguesia de Nossa Senhora da Luz com apenas
metade da população da Freguesia de São Nicolau Tolentino constituída por 2.196 homens e
2.380 mulheres, é onde se espera uma maior evolução demográfica no curto prazo, devido à
sua localização estratégica (próximo da cidade capital do País, albergando lindas praias
vocacionadas para o turismo balnear, fácil acesso e disponibilidade de espaço para
construções).
5.2 CLIMA
O clima é do tipo tropical seco, com duas estações, a seca e a húmida. A estação seca ou das
"brisas" decorre de dezembro a junho e a estação húmida ou das "águas", de agosto a
outubro. Os meses de julho e novembro são considerados de transição. De acordo com
dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INMG) e recolhidos
na estação climática do aeroporto da Praia, que cobre grande parte da região sul da ilha, por
encontrar-se no mesmo andar climático (O aeroporto da Praia à semelhança da zona de
Corresponde a zonas com altitude acima dos 200 metros e abaixo dos 500
SUB húmida
metros, com precipitações que variam entre os 400 e 500 mm;
A zona de implantação da Pedreira situa-se na área climática semiárida e sub litorânea com
altitudes entre os 100 e os 200 metros e precipitações variando entre os 250 e os 400 mm.
entre 211- 272 m de altitude, sendo que a maior parte da propriedade se encontra situada nos
400 m de altitude.
Na parte norte da área estudada a escoada basáltica é menos espessa do que na parte Norte
uma vez que esta zona é formada por diferentes escoadas basálticas sobrepostas. Na encosta
por baixo da rocha basáltica aparece um depósito de vertente cobrindo a rocha do Complexo
Antigo (CA). Nesta zona poderá ser instalada a unidade de produção de inertes. Nos outros
locais a rocha basáltica aparece á superfície e neste caso facilita a sua exploração.
Existe no local de projeto uma grande quantidade de material à superfície, o que diminuirá
consideravelmente o esforço em demolição de rocha no local de extração. Esta
disponibilidade evitará o uso de explosivos e técnicas mecânicas mais agressivas por um
largo período de tempo.
A depressão aluvial tem uma base plana preenchida por depósitos recentes e se estende até
ao norte e para o interior da margem terrestre. A linha costeira fora da baia da Praia é
geralmente composta por encostas íngremes com pedras soltas e blocos protegendo a base
da encosta.
Segundo a Carta de Zonagem Agro-ecológica da ilha de Santiago que tomou por base a
legenda de classificação dos Solos da FAO/UNESCO (1968) os solos da ilha de Santiago em
termos de “associações de Solos” estão sistematizados na tabela abaixo:
De fonolíticos e andesitos
REGOSSOLOS (R) Regossolos psamíticos (Rg)
Regossolos de material
piroclástico (Rp)
SOLOS REGÓLICOS (S) S. Rególicos de materiais
piroclásticos (Sp)
De origem aluvial
COLUVIOSSOLOS (C) Coluviossolos êutricos de De depósitos de Vertente
vertente (Cv)
CAMBISSOLOS (B) Cambissolos êutricos (Be) Rochas basalt. Afins
Fonolíticos e traquiticos
Piroclastos
Fonoliticos e andesittos
Os solos constituem um recurso não renovável, resultado das suas taxas de degradação
potencialmente rápidas, que têm vindo a aumentar nos últimos tempos, cuja génese está
associada a processos geológicos bastante longos. O solo pode ser encarado como um recurso
caudaloso, em direção ao mar, de modo que somente uma ínfima parte dos milhões de m3 de
Os principais recursos hídricos situam-se nas aluviões das ribeiras e nas formações
basálticas recentes que formam as achadas. Vários furos foram realizados de modo a
explorar os lençóis de água subterrânea. Fontes de captação, galerias, poços e diques têm
permitido a mobilização de uma grande parte das águas infiltradas. Apesar de volumoso,
todo este trabalho não é suficiente para responder às crescentes demandas da ilha, quer ao
nível da agricultura ou do abastecimento de água potável às populações, principalmente na
zona Sul, onde localiza-se o Município de S. Domingos. Para fazer face a este deficit,
recorre-se, há aproximadamente duas décadas, à dessalinização da água do mar para garantir
o abastecimento às populações.
Em geral, o efeito das cheias resultante das precipitações intensas faz-se sentir com maior
acuidade nas áreas urbanas localizadas na foz das bacias hidrográficas. As cheias ocorrem
geralmente de julho a outubro, mas as maiores frequências verificam-se em setembro.
A Zona de Fontes Almeida, que recebe os afluentes do curso de água próximo à zona de
exploração da pedreira, caracteriza-se pela ocorrência de escoamentos superficiais laminar e
concentrados no tempo, ou seja, ocorrem imediatamente após os fenómenos de precipitação,
perdendo-se em direção ao mar, por infiltração e por evapotranspiração. Este elevado
escoamento deve-se ao tipo de regime pluviométrico verificado (de forte intensidade) e às
condições de baixa permeabilidade dos solos.
Enquadramento Ecológico
O arquipélago de Cabo Verde, juntamente com os arquipélagos da Madeira, Açores,
Canárias e Selvagens, constitui a Macaronésia – denominação geográfica utilizada para
designar os arquipélagos do Nordeste Atlântico. Atualmente, as relações existentes entre os
valores ecológicos destes arquipélagos são alvo de debate no contexto da região geográfica
da Macaronésia, sendo de referir que para a maioria dos grupos taxonómicos a riqueza
específica nestes arquipélagos está positivamente correlacionada com a área e a altitude e
negativamente com a distância à plataforma continental.
Biodiversidade
Coberto Vegetal
Os perímetros florestais, em si, representam um recurso ambiental valioso, pois para além
do seu papel na luta contra a desertificação e na reconstituição do coberto vegetal, é de
realçar a sua importância agro-silvo-pastoril e a sua contribuição para a harmonia da
paisagem. O sector florestal do município é extremamente vulnerável em consequência da
seca persistente. De igual modo a pressão antrópica sobre os recursos tem contribuído para
o aumento da vulnerabilidade florestal, apesar de esforços empreendidos pelos sucessivos
Governos em matéria de florestação.
As áreas florestais representam um recurso ambiental valioso para o município para além
do seu papel na luta contra a desertificação e na reconstituição do coberto vegetal, é de
distinguir a sua importância agro-silvo-pastoril e a sua contribuição para harmonia da
paisagem. O património arbóreo do Município de S. Domingos é constituído por árvores de
Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.
49
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN
Existem espécies de vida cíclica por toda a zona envolvente ao terreno a licenciar. Estas
espécies nascem no período imediatamente à queda das chuvas e no mês de dezembro,
devido a falta de chuvas nos últimos anos, as espécies estão praticamente secas.
Fauna
Durante as visitas de terreno não foram identificados nenhum tipo de exemplares de Falco
tinnunculos alexandri (Francedja) e Passer iagoensis (Tchota cana ou rotcha) a sobrevoar a
área. Apesar de não terem sido visualizadas durante as visitas efectuadas ao local, outras
espécies de aves circulam pela região, de acordo com a literatura científica existente. São
espécies típicas da avifauna nativa local e que se encontram com hábitos perfeitamente
cosmopolitas como Columba livia (Pomba), Passer hispaniolensis (Tchota coco),
Eremopterix nigriceps, Corvus ruficolli (Corvo), Apus alexandri (Andorinhão).
5.7. QUALIDADE DO AR
Esta deverá ser uma situação a ter em conta nas fases de instalação e exploração da
pedreira, uma vez que é expectável um incremento das partículas em suspensão e dos gases
de combustão, decorrentes de uma intensificação da circulação de veículos automóveis,
No que se refere aos veículos e equipamentos móveis os principais poluentes emitidos são
os típicos do tráfego rodoviário, como é possível verificar na tabela acima. O facto da
exploração se desenvolver a céu aberto leva a que os gases libertados pelos veículos e
equipamentos sofram imediatamente uma dispersão na atmosfera, não vindo a existir
qualquer acumulação de valores suscetíveis de registo. As condições meteorológicas são o
fator fundamental na dispersão dos poluentes na atmosfera existindo duas componentes
principais:
Componente vertical comandada pela turbulência gerada pelo gradiente
vertical da temperatura entre as camadas da baixa atmosfera;
Componente horizontal em que o vento é o principal agente tanto no
transporte como na mistura.
5.9. PAISAGEM
A paisagem constitui uma entidade viva e dinâmica, que conjuga diversas componentes do
meio, e que está sujeita a um processo de evolução constante. Deve ser encarada como um
recurso natural não renovável, dado que, à semelhança de todos os recursos naturais, não é
inesgotável nem se mantém inalterável perante as atividades humanas.
A zona de implantação da Pedreira Hu Ben fica inserida na comunidade das zonas semi-
áridas, apresentando escassa vegetação, durante a maior parte do ano (novembro a julho)
ficando limitada ao domínio claro da Prosopis juliflora.
Em termos de visibilidade a paisagem do local não possui um elevado valor, visto que dos
pontos de maior circulação por parte de potenciais observadores, que são as estradas e
aglomerados populacionais mais próximos, não é possível observar a futura frente de lavra
e o local de instalação das infraestruturas de apoio.
Figura 22 - Vista da estrada de acesso para o local de implantação da Pedreira (fraca visibilidade).
A região onde está previsto a instalação do projeto da pedreira, tem pouca potencialidade
de uso agropecuário, e como determinado nos instrumentos de gestão do território (IGT), o
uso área na sua totalidade se destina as atividades extrativas e florestais conforme o PDM,
porem ainda por explorar. Pontualmente a zona pode ser usada como zona de pastoreio
livre em épocas de seca na região.
5.11. SOCIOECONOMIA
Segundo o Censo 2010, a Freguesia de São Nicolau Tolentino, a mais populosa e onde se
localiza a sede do Concelho, tem uma população absoluta de 8.720 habitantes constituída
por 4.222 homens e 4.498 mulheres. A Freguesia de Nossa Senhora da Luz com apenas
metade da população da Freguesia de São Nicolau Tolentino constituída por 2.196 homens
e 2.380 mulheres, é onde se espera uma maior evolução demográfica no curto prazo,
devido à sua localização estratégica (próximo da cidade capital do País, albergando lindas
praias vocacionadas para o turismo balnear, fácil acesso e disponibilidade de espaço para
construções).
Um dos maiores desafios que o povo cabo-verdiano vem enfrentado desde a época
colonial, até aos nossos dias é a falta de emprego. Os sectores económicos que têm
garantido o maior número de empregos no Concelho são o sector agro -pecuário, a
construção civil e as obras de conservação de solo e água.
O emprego constitui a base para a criação de rendimentos para as famílias e a sua procura é
elevada. A maioria dos desempregados pertence à camada jovem, sem formação técnica ou
profissional e mulheres. A pobreza atinge com maior incidência precisamente esses grupos
desfavorecidos afetados pelo desemprego.
5.12. PATRIMONIO
A zona de forno, local onde se situa o projecto, não possui qualquer património
classificado.
Os riscos são hoje, cada vez mais, transversais à sociedade contemporânea, fazendo por isso
parte da informação quotidiana. Todos nos pronunciamos sem qualquer pejo e, até, temos
opinião formada sobre os mais variados e diferentes tipos de risco, quer sejam:
naturais, isto é, aqueles em que o fenómeno que produz os danos tem a sua origem
na natureza;
antrópicos, aqueles em que o fenómeno causador do dano tem origem em ações
humanas;
Muitas ações de adaptação são locais e elaboradas fora da gestão de riscos climáticos, e ainda
existe um conjunto de barreiras e limitações para adaptação.
social, pode potencializar os riscos de ocorrência dos desastres ambientais, situação que esta
devidamente acautelada na Pedreira HU Ben, pois trata- se de um projeto, que visa a inclusão
social e que se preocupa com questões ambientais.
Desta forma, a redução de desastres ambientais na area do projeto deve ser uma combinação
de mais investimento em obras de prevenção a riscos com mais investimento na ampliação da
estrutura de oportunidades das populações mais vulneráveis do município.
5.13. RESÍDUOS
Resíduos Mineiros;
Resíduos Não Mineiros.
Os resíduos gerados na Unidade de Exploração de Inertes são encaminhados para uma área
de deposição temporária e posteriormente são utilizados nas operações preconizada no
PARP da pedreira.
a) Metais
As sucatas resultantes da atividade da “Pedreira Hu Ben” são constituídas por peças de
desgaste, nomeadamente, latas metálicas e peças decorrentes de pequenas reparações em
máquinas e equipamentos. Este tipo de resíduo apesenta-se em estado sólido e é armazenado
temporariamente até ser recolhido por operador de resíduos autorizado (sucateiros) na oficina
da pedreira, num contentor devidamente identificado com o LNR 20 01 40 “metais”.
b) Pneus Usados
Os pneus classificados como resíduos, resultam da substituição dos pneus do parque de
máquinas (Dumpers, pás carregadoras, etc.). Este resíduo apresenta -se no estado sólido é
armazenado a granel na arrecadação devidamente identificado com o LNR 16 01 03” Pneus
usados” até ser recolhido por operador licenciado ou encaminhado ao destino final, conforme
as diretrizes da ANAS, para o efeito.
d) Filtros de Óleo
Os filtros de óleos advêm da manutenção das máquinas afetas a laboração da pedreira
(Dumpers, giratórias, pás carregadoras, etc.), apresentam -se no estado sólido. Os filtros de
óleos são armazenados, também na oficina da pedreira em bidões, devidamente
identificados com o LNR 16 01 07 “Filtros de óleo”. Estes filtros são armazenados
temporariamente até serem recolhidos por operador licenciado ou encaminhado ao destino
final, conforme as diretrizes da ANAS, para o efeito.
e) Baterias de Chumbo
As baterias de chumbo são uma tipologia de resíduo também classificado com perigoso,
gerados em atividades desta natureza, sendo provenientes da manutenção das máquinas e
equipamentos afetos a pedreira (Dumpers, giratórias, pás carregadoras, etc.). Este resíduo
apresenta-se no estado sólido e é devidamente armazenado sobre estrados de madeira
devidamente identificado com o LNR 16 06 01 “Acumuladores de chumbo.”. Este resíduo
fica armazenado na arrecadação da pedreira até recolha por operador devidamente
autorizado para o efeito.
Tabela 7 - Resumo de todos os resíduos não mineiros resultantes da atividade da “Pedreira Hu Ben”.
Quantidades
Código LNR Tipo de Resíduos Destino Final
produzidas
20 01 40 Metais 200 Kg Operador Licenciado
16 01 03 Pneus usados 14 Operador Licenciado
encaminhado ao destino
final, (ANAS)
Óleos de motores, transmissões e Operador Licenciado
13 02 06 lubrificações 1200 l encaminhado ao destino
16 01 07 Filtros de Óleo 50 final, (ANAS)
16 06 01 Pilhas de Chumbo 5 Operador Licenciado
20 03 04 Lamas de fossas sépticas 280 m3 Serviços
municipalizados ou
entidade licenciada
Absorventes, materiais filtrantes
15 02 02 (incluindo filtros de óleo não 100 Kg Operador Licenciado
anteriormente especificados), panos de encaminhado ao destino
limpeza e vestuário de proteção, final, (ANAS)
contaminados por substâncias perigosas.
Absorventes, materiais filtrantes, panos Operador Licenciado
15 02 03 de limpeza e vestuário de proteção não 200 Kg encaminhado ao destino
abrangidos em 15 02 02. final, (ANAS)
Caso não seja implantada a pedreira, no local definido e estudado ao longo do presente
relatório, espera-se que o local continue, a médio e longo prazo a ter as mesmas
características atuais, ou seja:
Entende-se por impacte ambiental o conjunto das alterações favoráveis (impacte positivo)
e desfavoráveis (impacte negativo) produzidas em parâmetros ambientais e sociais, num
determinado período de tempo e numa determinada área (situação de referência),
resultantes da realização de um projeto, comparadas com a situação que ocorreria, nesse
período de tempo e nessa área, se esse projeto não viesse a ter lugar. A avaliação de
impactes resulta do cruzamento das características das biocenoses, descritas na situação de
referência, com as alterações introduzidas nas biocenoses, inerentes à implementação do
projeto.
A ação inicial que incluí desmatagem, decapagem e remoção de solos para pargas de solos
constitui a fase inicial de exploração da pedreira, não sendo facilmente separáveis. Por
outro lado, a fase de recuperação pode coincidi r no tempo com a fase de exploração de
uma dada área da exploração, mas sempre de acordo com o princípio “exploração à frente
recuperação à retaguarda”.
A metodologia de avaliação dos impactes passa pela sua caracterização em relação a cada
um dos descritores considerados na caracterização da situação de referência, com a
identificação das medidas propostas, sempre que aplicáveis.
Apesar de se tratar de um conceito com alto grau de subjetividade, no sentido de classificar,
fundamentar e objetivar a avaliação de impactes, procedeu -se à criação uma escala de
significância. Assim, os impactes ambientais identificados no presente trabalho podem ser
classificados como:
Pouco significativos;
Significativos;
Muito significativo.
7.2.1. CLIMA
Não se prevê que a Pedreira Hu Ben venha a gerar impactes diretos negativos significativos
sobre a generalidade das variáveis climáticas. De qualquer modo, mesmo que pouco
significativos, os impactes ambientais previstos resultantes do projeto são:
Ao nível das alterações climáticas, o impacte resultante das emissões de gases com efeito
de estufa, resultará, maioritariamente, dos consumos de combustíveis fósseis nos
equipamentos móveis.
A qualidade do ar é fortemente condicionada pelo regime de ventos uma vez que dele
depende o transporte dos poluentes atmosféricos, nomeadamente, o transporte a curta
distância das partículas em suspensão.
No caso do ambiente sonoro, tem-se a influência exercida por fatores como a temperatura,
a humidade atmosférica e o regime de ventos, sobre os mecanismos de propagação das
Com a recuperação das áreas exploradas, desenvolvimento da atividade por fases, duração
da atividade em períodos curtos, a ação sobre as variações climatológicas serão diminutas
considerando-se os impactes Poucos Significativos, isto tendo em conta as seguintes
variáveis: Ação: Direta; Desfasamento no Tempo: Imediatos; Duração: Temporária;
Extensão Geográfica: Local; Magnitude: Reduzida; Probabilidade: Improvável;
Reversibilidade: Reversível; Qualificação: Positiva a exceção da Emissões de gases com
efeito de estufa em que os impactes são também Poucos Significativos, mas tendo em
conta as seguintes variáveis: Ação: Direta; Desfasamento no Tempo: Imediatos; Duração:
Temporária; Extensão Geográfica: Local; Magnitude: Reduzida; Probabilidade: certos;
Reversibilidade: Reversível com o fim da exploração; Qualificação: Negativa.
A destruição das formações geológicas presentes na área de intervenção, como resultado das
operações de desmonte, constituíra um impacte negativo permanente. Contudo, considera-se
que esta perda será pouco significativa uma vez que estas formações geológicas não
constituem valores geológicos a preservar.
Estes impactes serão temporários, uma vez que as operações de recuperação paisagística
preveem o encosto dos estéreis nos taludes de escavação, levando à estabilização do
maciço.
A fase de recuperação/desativação tem associados impactes positivos, uma vez que está
associada à implementação de medidas presentes no PARP da zona de extração. Para que tal
se verifique e se atinja a recuperação do local terá de se proceder à movimentação de terras,
limpeza e revegetação da área. O cumprimento deste plano irá permitir a mitigação de
impactes ambientais, não se prevendo outros impactes nesta fase.
Devido ao volume potencial de materiais a explorar (456.000 m3), à extensão a afetar pela
sua exploração (cerca de 5 hectares) provoca no ambiente um impacte negativo, localizado,
permanente, de elevada magnitude e significativo, e à alteração do maciço rochoso que será
irreversível.
Os impactes negativos de maior magnitude sobre o descritor solo e uso dos solos resultam
das ações de remoção do coberto vegetal e de terras superficiais, operação inerente ao
avanço da lavra. A remoção do coberto vegetal expõe os solos aos processos erosivos. No
entanto, o aumento da erosão dos solos é um impacte que será absorvido pela própria
remoção das camadas superficiais do solo. De modo a não induzir processos erosivos
adicionais recomenda-se a remoção do coberto vegetal apenas nas áreas estritamente
necessárias, ou seja, nas áreas onde haverá progressão da lavra.
A ocupação do solo e seus recursos possui a mesma duração temporal que a atividade
extrativa, estando relacionada com a disponibilidade do recurso geológico alvo dessa
mesma exploração e das condições de mercado que permitam a sua realização. Deste modo,
quando se der a cessação da atividade extrativa, os solos serão reabilitados/valorizados de
modo a recuperarem a sua anterior utilização.
deverá ser extraído e armazenado em pargas, para uma futura aplicação nas ações de
recuperação à medida que os degraus atingem a sua configuração final.
As modificações do uso do solo relacionam-se com esta atividade e estão relacionados com
implantação de vias de transporte, desmatação, extração de basalto e instalação de
infraestruturas.
Os impactes ao nível do solo podem ser separados em duas valências: em relação às suas
características naturais e intrínsecas (muito alteradas e irrecuperáveis a curto e médio prazo)
e em relação ao uso do solo (a implantação da pedreira reacondiciona toda a área e
utilização do solo).
Tendo por base tudo o que foi referido, sumarizam-se os impactes para as fases de
preparação e exploração em relação às duas valências agora descritas:
Características dos solos
Assim, e de acordo com as medidas a implementar, os impactes nas características dos solos
serão negativos, diretos, temporários até à reposição e cumprimento do PARP, certos,
locais, imediatos, de magnitude moderada, reversíveis e minimizáveis com a aplicação do
PARP. Em síntese serão impactes Pouco Significativos.
Águas subterrâneas
Ao nível da hidrogeologia local, a realização de escavações durante as fases instalação e
exploração da pedreira induzirá impactes negativos, diretos e muito pouco significativos,
uma vez que não existem captações de água subterrânea na proximidade da área de
implantação do projeto. Na zona de projeto não existe nenhum ponto de água e os pontos
existentes mais próximos encontram-se secos e/ou salinizados devido sobre-exploração, não
reunindo assim, condições mínimas de uso em atividades económicas, mesmo que de
subsistência. Neste sentido, considera-se que os impactes negativos nas águas subterrâneas
serão nulos.
Águas superficiais
Além deste potencial impacte negativo, a própria segurança das instalações poderá estar
ameaçada em caso de ocorrência de caudais de ponta extremos. Pelo exposto, serão
indicadas medidas de mitigação concretas de modo a eliminar os riscos acima referidos, no
respetivo capítulo.
A qualidade das águas superficiais na envolvente da unidade, deverá ser afetada pela
atividade extrativa e de transformação, devido a:
A execução das ações de projeto nas suas fases de instalação e exploração induzirão
impactes essencialmente negativos atendendo à possibilidade de ocorrência das seguintes
situações:
Relativamente à avi-fauna não ocorrerão impactes negativos por a zona a ser afetada pelo
projeto não constituir habitat para estas espécies.
7.2.6 QUALIDADE DO AR
Deste modo, com a correta aplicação das medidas de mitigação durante a exploração, os
impactes decorrentes da atividade da “Pedreira Hu Ben” não serão distintos dos demais
gerados por outras explorações semelhantes existentes em zonas igualmente semelhantes.
Na fase de recuperação/desativação irão ocorrer trabalhos de movimentação de terras,
associados à execução do PARP, pelo que os impactes a gerar nestas fases serão
semelhantes aos da fase de exploração, mas em níveis inferiores uma vez que o ritmo de
trabalhos será menor.
7.2.8. PAISAGEM
Estes impactes visuais serão tanto mais significativos quanto maior for: a área de
intervenção, o período de vida útil do projeto, o número de potenciais observadores e a
sensibilidade paisagística. É importante referir que, a implementação do Plano de
Recuperação Paisagística, mitiga muitos dos impactes negativos identificados. Tal situação
traduzir-se-á numa redução da magnitude dos impactes previstos para a exploração.
solo na área a explorar é minimizável, pela aplicação do PARP, este impacte é classificado
como pouco significativo.
Do decorrer dos trabalhos da lavra a céu aberto prevê-se a emissão de poeiras proveniente
do corte e circulação de veículos, que após suspensão, irão cobrir as áreas próximas à
exploração, o que tornará a sua existência mais evidente ao olhar, característica mais óbvia
no período do ano de menor humidade. Este impacte, que será temporário, limitando-se ao
período de atividade da exploração, é minimizável através da aplicação de medidas de
minimização.
Após previsão dos impactes sobre a paisagem, importa reforçar que estes perdurarão
durante um período de tempo elevado, mas limitado, restringindo -se o impacte visual à
fase de preparação dos trabalhos, exploração e primeiros anos após sua recuperação,
enquanto a vegetação não se estabelecer.
A implementação deste tipo de projeto implica a ocupação parcela de solo considerável com
baixo valor paisagística ambiental, mas como a interferência com o solo é muito elevada e
subterrânea, verifica-se uma fácil recuperação posterior, cumprido o estipulado do PRAP.
Deste modo, considera-se que o impacte global relativo a esta fase será negativo, direto,
temporário e pouco significativo
Durante a fase de exploração, a qual tem um horizonte temporal previsto de 50 anos, e visto
que as áreas de terrenos a ocupar são extensas, os impactes esperados derivam das novas
condicionantes de uso criadas pela existência do projeto.
Assim prevê-se que o impacte decorrente desta fase seja positivo, direto, permanente e
pouco significativo.
7.2.10. SÓCIO-ECÓNOMIA
Fase de exploração
Na fase de preparação/exploração existe uma série de ações do projeto suscetíveis de
provocar impactes, as quais estão associadas com as diferentes etapas da atividade, desde a
extração até à expedição do produto final. As ações associadas à fase de exploração do
recurso, designadamente a desmatação e decapagem, desmonte, transformação e
expedição, terão como principais impactes positivos a criação de emprego para os
diferentes intervenientes no processo extrativo. A criação de postos de trabalho (Unidade
de Exploração de Inertes) será localmente significativa, face aos números do desemprego
atualmente registados e à escassez de ofertas de trabalho e contrariando as tendências de
desertificação.
Além da criação de postos de trabalho, existem ainda uma série de efeitos indiretos
positivos no tecido económico local e regional, designadamente ao nível das empresas
fornecedoras de serviços necessários à atividade da pedreira (combustíveis, reparação de
máquinas, logística).
Do anteriormente exposto resulta claro que, apesar dos claros benefícios em termos de
geração de emprego e estímulo económico local e regional com a atividade d a pedreira em
causa, o seu impacto apresenta um grau de incerteza elevado, tornando complexa a sua
quantificação direta.
Atendendo ao expectável tráfego de veículos pesados afetos à pedreira, não se prevê que os
mesmos contribuam de forma significativa para a degradação do pavimento das vias. Caso
ocorra eventual degradação do pavimento, o mesmo não constituirá um impacto
significativo, já que apresentará um efeito local e apenas no período de atividade da
pedreira.
7.2.11. PATRIMONIO
2.2.12. RESÍDUOS
Uma gestão adequada dos resíduos implica o conhecimento real dos quantitativos gerados
na laboração, sua caracterização, destino final, frequência de recolha e meios de transporte
utlizados. Os impactes resultantes de um eventual incorreto manuseamento dos resíduos não
mineiros serão na fase de exploração e na recuperação/desativação, classificados como
negativos, locais, direto, certo, imediato e moderada. Todos os impactes descritos são
considerados temporários, limitados à fase de exploração e, eventualmente, a fase de
recuperação/desativação e reversíveis, com o encerramento da exploração.
Neste ponto irá proceder-se à identificação e análise dos impactes cumulativos resultantes
da implementação da “Pedreira Hu Ben”. Assim, podemos definir impacte cumulativo como
o impacte ambiental resultante do somatório das afetações provenientes de ações humanas
passadas, presentes ou previstas para determinada área, independentemente do facto de a
entidade responsável pela ação seja pública ou privada.
7.3.1. Clima
A coexistência de outra pedreira nesta área irá contribuir, em algumas ações, para o
agravamento dos impactes negativos de extensão local e regional, dos quais se destaca, a
emissão de poeiras resultantes das movimentações de terra e inertes e dos trabalhos do plano
de lavra, e um aumento da propagação do ruído resultado da atividade no local.
A existência de outra pedreira na zona poderá implicar alterações qualitativas nas linhas de
água nas proximidades. Dado o facto de existir uma unidade industrial de transformação de
pedra, poderão acumular-se impactes na zona do projeto. Deste modo, na exploração os
efeitos expectáveis e indesejáveis ao nível da qualidade das águas superficiais e/ou
subterrâneas, resultantes da movimentação, lavagem e manutenção da maquinaria utilizada
no processo de exploração e transporte da matéria - prima, poderá existir risco de derrames
acidentais de combustíveis e lubrificantes, provenientes das operações de manutenção de
viaturas, máquinas e equipamentos, assim como um maior incremento do transporte e
arrastamento de matérias e partículas solidas em suspensão, ou mesmo de hidrocarbonetos,
sobretudo nos períodos de maior precipitação.
Este risco ambiental poderá originar impactes ambientais negativos, diretos e muito
significativos. No entanto, através da adoção de diversos procedimentos de natureza
preventiva e da criação de um plano de emergência ambiental para as situações de crise, este
risco será devidamente controlado.
7.3.4. Biodiversidade
7.3.5. Socioeconómico
7.3.6. Paisagem
Este impacte é classificado como muito significativo, mas, na sua quase totalidade,
minimizáveis com a aplicação de ações de recuperação paisagística. Com estas, após o
encerramento de cada uma destas pedreiras, o impacte será atenuado, podendo mesmo
chegar a eliminar-se. Sendo assim, os impactes cumulativos esperados com a implantação
do PARP, serão muito significativos e de magnitude elevada.
Como conjunto de áreas alteradas o seu impacte visual torna-se muito mais evidente do que
a existência de uma pedreira isolada. Este impacte visual associa -se, em especial, ao
contraste cromático entre as áreas em exploração, desprovidas de coberto vegetal, e as áreas
com vegetação natural. Para além deste contraste a descontinuidade topográfica é evidente,
assim como a alteração dos diversos processos naturais associados ao relevo e coberto
vegetal originário. A dinâmica associada aos trabalhos e à expedição de material é um
aspeto que se associa a esta paisagem alterada, movimentação de que resulta a suspensão de
pó de pedra que cobre a envolvente e interstícios deste conjunto de explorações. Salienta-se
que a visibilidade deste núcleo de pedreiras está inteiramente dependente da topografia, com
exposições distintas, assim como da localização do observador.
7.3.8. Qualidade do Ar
Consideram-se Muito Significativos os impactes que perfaçam pelo menos uma das
seguintes condições:
Impacte com três das seguintes classificações: “p”, “c”, “2”, “3”, “M” e “L”.
Impacte com duas das seguintes classificações: “p”, “c”, “2”,”3” “M” e “L”.
Na tabela seguinte apresentam-se, em matriz, os impactes considerados mais importantes, com a implementação do Complexo e após implementação das
medidas de minimização que serão propostas, classificados por descritor e de acordo com os parâmetros de caracterização de impactes ambientais
descritos no ponto introdutório, deste capítulo.
Tabela 10 - Matriz Global de impactes
8.1.1. Clima
Deste modo, as ações que garantem as adequadas condições geotécnicas encontram -se
previstas no Projeto, dispensando o estabelecimento de medidas de minimização específicas
ao nível deste descritor. Contudo propõem-se:
Na Fase de Exploração
Fase de Desativação
o Efetuar a remoção de todos os resíduos ou substâncias perigosas e
poluentes, assim como todos os equipamentos, antes da construção do aterro
com os subprodutos da pedreira, sobre o qual será aplicado o solo;
o Os acessos criados para a laboração da pedreira e sem utilização no futuro
deverão, dentro do possível, ser renaturalizados. Para o efeito devera
proceder-se a sua limpeza e posterior cobertura com uma camada de terra
viva;
Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.
99
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN
Ainda que não se prevejam impactes graves para este descritor, salienta-se a necessidade
da adequada manutenção do estado de limpeza dos órgãos de drenagem pluvial,
nomeadamente das valas a instalar na periferia das áreas de escavação, e dos acessos às
zonas de trabalhos, bem como o cumprimento estrito do estabelecido no PL.
8.1.5. Biodiversidade
Saliente-se que todas as medidas que diminuam a emissão de poeiras, ruído e poluição das
águas e dos solos, e que se encontram descritas de forma mais exaustiva nos respetivos
descritores constituem também para a Flora e Fauna, medidas de minimização de impactes.
8.1.6. Socioeconómica
Não obstante os impactes deste descritor serem na sua globalidade positivos, devem
articular- se as medidas de mitigação de impactes neste descritor com as medidas previstas
relativamente à qualidade do ar e do ruído ambiente.
As medidas de mitigação previstas neste âmbito para a fase de exploração são as seguintes:
Regularizar e regar os caminhos da exploração e de acesso a esta, sobretudo
nos períodos secos e ventosos, evitando desta forma a produção, acumulação e
ressuspensão de poeiras;
Controlar o peso bruto dos veículos pesados, de forma a evitar o transporte de
pesos excessivos que contribuam para a danificação da rede viária que serve a
unidade;
Realizar manutenção preventiva sistemática dos veículos de transporte, de
forma a minimizar os ruídos e vibrações durante esta operação;
Conceber e implementar um plano de comunicação com a população local, com
o objetivo de informar e sensibilizar para o projeto em questão, envolvendo
para isso os principais atores locais (i.e., câmara municipal, movimentos
associativos locais);
Vedar e sinalizar a área de exploração, controlando desta forma a entrada de
pessoas e veículos na unidade;
Implementar sinalização adequada ao movimento rodoviário de viaturas pesadas
no acesso à exploração, assegurando desta forma a segurança de pessoas e bens,
com especial enfoque no cumprimento dos limites de velocidade praticadas nas
vias rodoviárias que servem a área do projeto.
Será privilegiada, sempre que possível, a contratação de mão-de-obra local para
as atividades de construção;
No desenvolvimento dos trabalhos deverá ser evitada a afetação de terrenos
privados quer com o armazenamento temporário de materiais ou produtos
sobrantes;
Criação de um mecanismo de atendimento ao público de forma a registar
reclamações e/ou sugestões decorrentes da execução do projeto.
8.1.7. Paisagem
Garantir a limpeza regular dos acessos e área de trabalho para evitar a acumulação
e suspensão de poeiras, não só pela ação dos ventos, mas também pela circulação
de veículos e maquinaria afetos à pedreira;
Para redução das eventuais poeiras em suspensão, levantadas pela deslocação de
maquinaria pesada e extração da matéria-prima, essencialmente no período estival,
deverá efetuar-se aspersão com água nos percursos e área de trabalho, ou adotar
qualquer outra solução que o evite;
As áreas de depósito e anexos deverão ser localizadas em locais de reduzida
visibilidade, para que não sejam facilmente detetadas do exterior da pedreira;
Não se prevê a ocorrência de situações em que são excedidos os limites impostos pela
Organização Mundial da Saúde e legislação Nacional relativos aos critérios de exposição
máxima e de incomodidade junto de zonas habitadas. Mesmo assim serão propostas
algumas medidas com vista à minimização dos impactes no Ambiente Sonoro.
Para limitar a exposição de zonas habitacionais a níveis elevados de ruído, sugere-se que
não deverá ser autorizada a construção de habitações em áreas onde se perspetiva a
ocorrência de níveis de ruído superiores a 55 dB(A) no período diurno.
Abaixo propõem-se algumas medidas com vista à redução de ruídos na fonte produtora, ou
seja:
o Interditar a utilização de equipamentos que não cumpram os requisitos legais
internacionais (visto que na legislação Cabo-verdiana os limites não estão
regulamentados), relativos à emissão de ruído, devendo também ser evitada a
utilização de máquinas que não possuam indicação da sua potência sonora,
garantida pelo fabricante;
8.1.9 Qualidade do Ar
É Para além desta medida, serão aplicadas outras, de cariz preventivo, de modo a limitar
as emissões de poeiras, em especial nos acessos não pavimentados e no funcionamento
normal da britadeira. Este objetivo poderá ser alcançado através das seguintes medidas
organizacionais:
o Melhoramento dos acessos: deve ser aplicada uma camada de jorra nas
zonas mais suscetíveis, de acordo com a disponibilidade deste
material;
o O equipamento de perfuração a utilizar na zona de extração de pedra, estará
equipado com sistema de captação de poeiras;
O sistema de produção de britas e areias por ação mecânica será equipado com sprinklers
de modo a humedecer o material triturado à saída da britadeira e assim reduzir
significativamente a emissão de poeiras.
Esta prática vem sendo adotadas em algumas britadeiras, com sucesso. A utilização dos
equipamentos, operado por uma equipa, é uma garantia de continuação da efetividade desta
medida.
8.1.10. Resíduos
resíduos;
o Assegurar o destino adequado para os efluentes domésticos provenientes dos
equipamentos sociais;
o Manutenção periódica dos equipamentos, de forma a prevenir derrames. É
efetuado o registo destas operações de manutenção;
o Manutenção correta da bacia de retenção de óleos (virgens e usados) e posterior
encaminhamento para empresas devidamente licenciadas, de forma a
evitar possíveis contaminações e derrames para os solos ou meio hídrico;
o Manutenção do separador de hidrocarbonetos, de tratamento das águas oleosas
produzidas no local de manutenção de viaturas e de armazenamento de óleos
novos e usados;
o Manutenção da fossa de vista utilizada para lubrificação/manutenção de
máquinas e viaturas, com drenagem das águas de lavagem ou pluviais para um
separador de hidrocarbonetos;
o Acondicionamento e armazenamento temporário de resíduos perigosos (óleos
usados, filtros de óleo, baterias e produtos contaminados por hidrocarbonetos),
bem como de óleos novos, em local próprio impermeabilizado e coberto
(arrecadação).
9. PLANO DE MONITORIZAÇÃO
A monitorização consiste na análise e recolha de dados relativos aos efeitos causados sobre
o ambiente pela implementação do projeto, assim como na avaliação da execução e da
eficácia das medidas de mitigação propostas no âmbito do presente estudo. Desta forma,
pretende-se avaliar a eficiência dos procedimentos propostos para reduzir os impactes
ambientais decorrentes da implementação do projeto, assim como detetar impactes que
possam não ter sido previstos ou que foram subestimados no presente estudo.
De acordo com o que está acima referido, e levando em conta a legislação vigente, a
“Empresa Hu Ben, Lda.” apresentará relatórios de acompanhamento da situação ambiental
nos termos e nos prazos definidos pelas entidades competentes para o efeito.
Para cada descritor foram definidos os objetivos a cumprir e que, perspetivam conferir,
sempre que possível, o desempenho ambiental conjeturado no presente EIA e aquele que irá
ocorrer ao longo das várias fases do projeto (Fase de Exploração, Fase de Recuperação,
Fase de Desativação e Pós Desativação).
Parâmetros a avaliar;
Local de amostragem;
Método de amostragem;
Frequência de amostragem;
Duração da monitorização.
Cumpre;
Não cumpre.
É de referir que para alguns dos descritores considerados críticos não existe um registo
histórico que permita projetar quantitativamente o desempenho esperado. Nestes casos, a
avaliação de desempenho far-se-á por confronto dos valores observados com aqueles que
foram obtidos na caracterização da situação de referência.
9.1.6. Solos
Parâmetros a monitorizar
Local de Amostragem
Método de Amostragem
Análise da manutenção dos solos e controle dos processos erosivos, assim como verificação
das pargas de solos e o solo já aplicado nas áreas recuperadas.
Esta monitorização deverá ser realizada duas vezes por ano, uma na primavera e outra no
outono, durante a fase de exploração e nos dois anos subsequentes a recuperação
paisagística.
9.1.7. Paisagem
Parâmetros a monitorizar
Nesta mesma fase e nos dois anos subsequentes à recuperação paisagística, em toda a área
recuperada, deverá ser verificada a eficácia do PARP, assim como o sucesso de
estabelecimento e crescimento da vegetação, com consequente redução do impacte visual
sobre a paisagem e regeneração dos seus processos naturais. Assim, dever-se-á efetuar uma
correta gestão da cobertura vegetal implementada por forma a se obter rapidamente e nas
melhores condições os efeitos pretendidos com o PARP. Para além disso deverão ser
cumpridos os períodos de garantia da recuperação, para que o sucesso da intervenção seja
maior.
Local de Amostragem
Método de Amostragem
Esta monitorização deverá ser realizada duas vezes por ano, durante a fase de exploração e
até ao final do período de fixação de espécie. Nessa altura deverá avaliar-se a necessidade de
ser apresentado um programa geral de trabalhos a prosseguir para a manutenção das áreas
verdes.
9.1.8. Ruído
Parâmetros a monitorizar
9.1.9. Qualidade do Ar
Parâmetros a monitorizar
9.1.10. Resíduos
Parâmetros a monitorizar
Local de Amostragem
Toda a área da Pedreira, em especial a área de armazenamento dos resíduos e locais com
maior probabilidade de derrames de resíduos nos solos.
Método de Amostragem
Procedimento constante e diário durante a vida útil da pedreira. As condições deverão ser
aferidas pelo encarregado numa base semanal. Assim deverá ser verificado o estado de
manutenção dos contentores de resíduos, dos locais de manutenção. O encarregado intervém
em função da análise efetuada através das operações de manutenção necessárias.
O presente plano de monitorização deverá ser dinâmico, por forma a poder adaptar-se à
evolução, a médio, longo prazo, das condições que determinaram a sua execução,
nomeadamente:
Alteração da legislação nacional vigente;
Modernização dos meios técnicos previstos;
Da verificação de um desajuste entre as ações de monitorização e os objetivos
definidos;
No que se refere ao trabalho de campo importa atender que nas campanhas de amostragem
e caracterização efetuadas, que incidiram sobre os fatores de qualidade do ambiente e
ecológicos, procedeu-se à caracterização pontual de descritores que têm uma grande
dinâmica ou variabilidade ao longo do ano. A execução de trabalhos de campo durante um
período de tempo restrito é uma limitação típica dos estudos de impacte ambiental, pelo
usual défice de informação ambiental prévio à sua realização. A eliminação destas lacunas
não é compatível com os calendários de execução de um EIA, mas com recolha de
informação continuada no tempo, tal como previsto nos planos de monitorização.
No caso dos fatores de qualidade do ambiente, e como referido nos respetivos subcapítulos,
a caracterização teve uma abordagem qualitativa e incidiu sobre uma situação que se prevê
dominante ao longo do ano.
Solos
A maior parte da informação disponível está relacionada com os usos de solos na ilha de
Santiago. Não existe informação disponível e sistematizada sobre a poluição e potenciais
erosivos dos solos.
Água
Não existem mecanismos sistemáticos de seguimento da variação da quantidade e
qualidade das águas subterrâneas e superficiais. Apesar de não haver escoamentos
permanentes de águas superficiais e presença de aquíferos na região do projeto, considera-
se este facto uma lacuna.
Qualidade do Ar
Sobre este descritor não existe qualquer tipo de informação. O seu seguimento resume- se a
parâmetros climáticos básicos: temperatura, ventos e humidade relativa. Dados sobre gases
de efeito de estufa não são acompanhados embora tenham sido estimados em 2016 com a
elaboração do Terceiro Inventário Nacional de Gases com Efeito de Estufas.
Ruído
Nunca foram realizados estudos sobre este descritor, na zona de projeto e no território
nacional. Não existem mapas de ruído a nível nacional, regional e local. Apesar da lacuna
existente, pode-se afirmar que a nível local os níveis de ruído são ainda muito reduzidos,
considerando a inexistência de fontes de ruído nesse local e envolvente. No entanto,
globalmente, avalia-se que estas lacunas de conhecimento não impediram uma avaliação
correta dos impactes ambientais associados ao projeto.
Saliente-se que na área do projeto não ocorrem valores geológicos excecionais. Neste
contexto, concluiu-se também que os impactes ao nível da geologia podem ser
considerados negativos e permanentes, mas pouco significativos.
Os solos da área de exploração não são usados para nenhum fim agrícola ou outra atividade
económica sustentável, o que leva a concluir que a afeitação dos solos presentes na área de
intervenção do projeto apresenta baixa magnitude e reduzida extensão. Existirá sim uma
Hu Ben – Investimentos e Indústrias, Lda.
116
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – PEDREIRA HU BEN
afeitação negativa ao uso florestal, mas que a longo prazo, será parcialmente reversível,
durante a fase de desativação, através da pedogénese.
Quanto ao uso do solo, identificou-se como a alteração mais importante gerada pelo projeto a
substituição de uma área florestal por uma área de extração de inertes. A natureza deste tipo
de impacte é difícil de avaliar, devido à ausência de um critério indiscutível para determinar
se as alterações ao uso são positivas ou negativas.
Porém, numa perspetiva estritamente económica, pôde concluir-se que esta alteração ao
uso do solo constituirá um impacte positivo.
No que respeita aos recursos hídricos subterrâneos, com a implantação da exploração não
são expectáveis impactes significativos, visto que não existem na zona aquíferos em
quantidade e qualidade, com potencial de exploração.
A qualidade das águas superficiais poderá ser afetada por situações acidentais geradas
pelas máquinas e veículos afetos à exploração. No entanto, este impacte é pouco provável.
Neste contexto, conclui-se que os impactes associados ao projeto, nos Recursos Hídricos
são na sua globalidade de baixa magnitude, desde que medidas adequadas sejam
implementadas.
Dadas às reduzidas dimensões relativas do projeto não se preveem alterações nas condições
climáticas locais, pelo que se considera os impactes no clima como nulos. No entanto, pela
análise de outros descritores concluiu-se que algumas variáveis climatológicas,
designadamente a precipitação e o vento podem influenciar os impactes na qualidade da
água, dos solos, do ar e ambiente sonoro.
No que respeita ao ambiente sonoro, conclui-se que na fase de execução do projeto poderão
ocorrer impactes negativos no ambiente acústico. No entanto, os impactes negativos
previstos serão pouco significativos uma vez que nas proximidades do local do projeto não
No que respeita à qualidade do ar, conclui-se que os impactes gerados pelo funcionamento
da unidade de produção de Inertes, causarão na qualidade do ar alguns impactes negativos
gerados essencialmente pela emissão de poeiras. É sem dúvida a fase de exploração que
surtirá maior número de situações passíveis de interferir com a qualidade do ar da área
envolvente e no trajeto para onde será transportado o material, tendo-se identificado como
atividades mais críticas e passíveis de gerar impactes negativos as operações de desmonte,
trituração de rochas e a circulação de veículos em pisos não pavimentados.
Este facto não excluiu a apresentação de um Plano de Monitorização, para este descritor,
como medida cautelar.
No que respeita aos descritores de fauna, e flora e vegetação, foi concluído que a
biodiversidade local, além de ser fraca, não apresenta nenhum valor digno de preservação.
De um modo geral, pôde concluir-se que os impactes neste descritor não são relevantes no
contexto regional ou nacional, dado que incidem sobre uma área sem qualquer valor do
ponto de vista biológico.
Por outro lado, atendendo à forma como se desenvolverá a exploração, à sua duração e às
soluções de recuperação paisagística preconizadas, considera-se que ao serem cumpridas
todas as medidas previstas neste estudo, estes impactes serão progressivamente
minimizados. Este facto não excluiu a apresentação de um Plano de Monitorização, para
este descritor, como medida cautelar.
Tendo em conta que as lacunas de conhecimento detetadas não assumem relevo suficiente
para colocar em causa a avaliação de impactes aqui apresentada, conclui-se pelo
levantamento e tratamento da informação apresentada neste trabalho, que os impactes
ambientais resultantes do Projeto de Instalação e Exploração da Pedreira Hu Ben,
pertencente à Hu Ben Lda., não inviabilizam a execução do mesmo, desde que sejam
aplicadas as medidas de gestão dos impactes previstas neste estudo.
12.BIBLIOGRAFIA
Ecologia das Populações e Comunidades, Maria Teresa Pité e Teresa Avelar – Fundação
Calouste Gulbenkian, 1996;
www.sia.cv;
www.googlemaps.com;
www.inmg.cv;
www.areasprotegidas.cv;
13.ANEXOS
PLANTA DE LOCALIZAÇÃO
Coordenadas geográficas
Nº XUTM YUTM
1 222722 1659530
2 222682 1659525
3 222687 1659488
4 222713 1659449
5 222732 1659450
6 222779 1659399
7 222802 1659368
8 222851 1659248
9 222893 1659248
10 222896 1659200
11 222940 1659146
12 222983 1659182
13 223063 1659195
14 223096 1659190
15 223130 1659193
16 223172 1659226
17 223179 1659246
18 223277 1659284
21 223238 1659329
22 223230 1659360
23 223198 1659426
24 223139 1659468
25 223082 1659463
26 223086 1659480
27 223045 1659512
28 223030 1659540
29 222950 1659564
30 222933 1659568
31 222930 1659581
32 222921 1659581
33 222883 1659626
34 222864 1659623
35 222823 1659683
36 222815 1659683
37 222805 1659707
38 222793 1659715
39 222785 1659724
40 222786 1659696
41 222792 1659668
42 222798 1659649
43 222818 1659628
44 222830 1659614
45 222846 1659577
46 222849 1659552
47 222840 1659536
48 222798 1659516
49 222754 1659545
O Plano de gestão ambiental consiste na análise e recolha de dados relativos aos efeitos
causados sobre o ambiente pela implementação do projeto, assim como na avaliação da
execução e da eficácia das medidas de mitigação propostas no âmbito do presente estudo.
Desta forma, pretende-se avaliar a eficiência dos procedimentos propostos para reduzir os
impactes ambientais decorrentes da implementação do projeto, assim como detetar impactes
que possam não ter sido previstos ou que foram subestimados no presente estudo.
De acordo com o que está acima referido, e levando em conta a legislação vigente, a
“empresa Hu Bem, Lda.” apresentará relatórios de acompanhamento da situação ambiental
nos termos e nos prazos definidos pelas entidades competentes para o efeito.
No quadro abaixo foi feita uma síntese dos principais impactes ambientais, avaliados no
EIA, assim como as medidas de mitigação proposta, para a minimização dos impactes mais
significativos, tanto na fase de Implementação, como de exploração.
Alterações na taxa de infiltração A manutenção dos veículos será realizada num sítio
das águas pluviais; especificamente desenvolvido para este efeito, de modo
a evitar possíveis derrames;
Possível contaminação por
Instalação/Exploração
Geração dos resíduos com a remoção Serão removidas todos os depósitos de resíduos ou
Resíduos e desinstalação dos equipamentos; substâncias perigosas (fossas sépticas, bacia de retenção,
industriais depósito de óleos usados, depósitos de combustíveis,
Produção de resíduos de construção e etc.), garantindo o seu adequado destino final;
demolição provenientes da remoção Os resíduos estéreis “não utilizáveis” serão utilizados na
das estruturas de apoio; modelação da área explorada;
Produção de sucatas, principalmente Os filtros, pneus, baterias e óleos usados serão
das carcaças de viaturas e outros. armazenados em recipientes adequados e devidamente
encaminhado para tratamento;
Cessação dos contratos com os Inserção dos trabalhadores afetos à exploração noutras
Sócio economia colaboradores, com consequência na atividades da empresa;
renda das famílias;
Cessação da exposição das pessoas e colaboradores;
Redução de gases e poeiras e nível de Disponibilidade e limpeza das parcelas ocupadas pela
ruído causado pela atividade extrativa unidade industrial para uso na agricultura.
e circulação de viaturas.
5 - Comunicação
A Gerência vai manter registo em formato papel e/ou electrónico sobre todos os processos e
procedimentos necessários à implementação do Sistema de Gestão Ambiental.
Para a implementação do Plano de Gestão ora elaborado, tendo em conta as suas atividades,
são necessários recursos financeiros e humanos, pelo que a seguir se esquematiza no quadro,
as atividades a serem implementadas, a sua calendarização, os recursos a serem empregues e
a responsabilidade para a sua execução.
PROTOCOLO DE ENTENDIMENTO