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PREFEITURA MUNICIPAL DE CONTAGEM

SECRETARIA MUNICIPAL DE OBRAS E SERVIÇOS URBANOS

CONCLUSÃO DA AV. CARMELITA DRUMOND DINIZ

(AVENIDA. MARACANÃ)

PROJETO EXECUTIVO
VOLUME 01 – MEMORIAL DESCRITIVO

Elaboração: Engesolo Engenharia Ltda.


Outubro/2018
SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................... 1
2. MAPA DE LOCALIZAÇÃO .............................................................................................................. 6
3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO .............................................................................. 8
3.1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 8
4. ESTUDOS ...................................................................................................................................... 20
4.1. ESTUDOS TOPOGRÁFICOS.................................................................................................................... 20
4.1.1. Introdução ................................................................................................................................. 20
4.1.2. Descrição do Levantamento das Referências Topográficas ..................................................... 26
4.1.3. Levantamento Planialtimétrico e Cadastral .............................................................................. 30
4.1.4. Apresentação dos Resultados .................................................................................................... 31
4.2. ESTUDOS GEOTÉCNICOS ...................................................................................................................... 32
4.2.1. Estudos dos Materiais dos Cortes e Subleito nos Segmentos a Serem Terraplenados ............. 32
4.2.2. Estudos de Agregados Pétreos Britados.................................................................................... 33
4.2.3. Estudos de Áreas de Empréstimo.............................................................................................. 34
4.2.4. Areais ........................................................................................................................................ 35
4.2.5. Estudos para Avaliação das Características Geotécnicas dos Materiais de Fundação das
Galerias, Bueiros de Grota, Pontes e Viadutos a Serem Construídas ................................................. 35
4.2.6. Observações Sobre o Nível d' água Medido nas Sondagens (Prof. Mário Brandi Pereira 1977)
............................................................................................................................................................. 42
4.3. ESTUDOS DE INTERFERÊNCIAS E REMANEJAMENTO DE SERVIÇOS PÚBLICOS............... 44
4.3.1. Introdução ................................................................................................................................. 44
4.3.2. Concessionárias de Redes de Telefonia .................................................................................... 44
4.3.3. Concessionária de Redes de Água e Esgoto - COPASA .......................................................... 45
4.3.4. Concessionária de Redes de Energia Elétrica - CEMIG ........................................................... 46
4.3.5. Concessionária de Redes de Gasodutos - GASMIG ................................................................. 46
4.3.6. Estruturas Existentes sobre o Córrego ........................................................................ 46
4.3.7. Considerações Finais ........................................................................................................ 47
4.4. ESTUDOS HIDROLÓGICOS..................................................................................................................... 48
4.4.1. Chuva de Projeto ....................................................................................................................... 48
4.4.2. Vazões de Projeto...................................................................................................................... 50
4.4.3. Hidrogramas de Cheia ............................................................................................................... 58
5. PROJETOS EXECUTIVOS ............................................................................................................ 67
5.1. PROJETO GEOMÉTRICO E GEOMÉTRICO DE INTERSEÇÃO ....................................................... 67
5.2. PROJETO GEOMÉTRICO DE CONTENÇÃO ..................................................................................... 108
5.3. PROJETO DE TERRAPLENAGEM ....................................................................................................... 110
5.3.1. Introdução ............................................................................................................................... 110
5.3.2. Inclinação dos taludes ............................................................................................................. 110
5.3.3. Substituição de Solo ................................................................................................................ 110
5.3.4. Cálculo de Volumes ................................................................................................................ 111
5.3.5. Distribuição de Massa ............................................................................................................. 111
5.3.6. Área de Empréstimo................................................................................................................ 112
5.3.7. Bota-Fora ................................................................................................................................ 112
5.3.8. Apresentação dos Resultados .................................................................................................. 112
5.4. PROJETO DE DRENAGEM .................................................................................................................... 180
5.4.1. Resumo dos Estudos Hidrológicos ......................................................................................... 180
5.4.2. Introdução ............................................................................................................................... 186
5.4.3. Drenagem Superficial ............................................................................................................. 186
5.4.4. Apresentação dos Resultados .................................................................................................. 193
5.5. PROJETO DE PAVIMENTAÇÃO ........................................................................................................... 196
5.5.1 Introdução ................................................................................................................................ 196
5.5.2 Investigações Geotécnicas ....................................................................................................... 196
5.5.3 Tráfego Solicitante ................................................................................................................... 196
5.5.4 Concepção Da Estrutura Do Pavimento................................................................................... 198
5.5.5 Dimensionamento Da Estrutura De Pavimento ....................................................................... 199
5.5.7 Sistema De Drenagem Subsuperficial Do Pavimento.............................................................. 212
5.5.8 Especificações Básicas De Materiais E Serviços ..................................................................... 213
5.5.9 Detalhamento Do Projeto ......................................................................................................... 217
5.6. PROJETO ESTRUTURAL ....................................................................................................................... 218
5.6.1 Retorno 01 ................................................................................................................................ 218
5.6.2 Retorno 02 ................................................................................................................................ 218
5.6.3 Retorno 04 ................................................................................................................................ 219
5.6.4 Retorno 05 ................................................................................................................................ 220
5.6.5 Viaduto LMG 808..................................................................................................................... 220
5.7 PROJETO DE SINALIZAÇÃO E OBRAS COMPLEMENTARES (PASSEIO E NEW JERSEY) . 222
5.7.1 Introdução ................................................................................................................................. 222
5.7.2 Sinalização Horizontal ............................................................................................................... 222
5.7.2.1 Linhas de Divisão de Fluxos de Mesmo Sentido - LMS .......................................................... 223
5.7.2.2 Linhas de Bordo - LBO........................................................................................................... 223
5.7.2.3 Linhas de Continuidade – LCO ............................................................................................... 223
5.7.2.4 Linhas de Canalização ............................................................................................................ 224
5.7.2.5 Dispositivos de Canalização Permanente (Zebrados) ............................................................... 224
5.7.2.6 Linhas de Dê a Preferência (LDP) ........................................................................................... 224
5.7.2.7 Símbolos................................................................................................................................. 224
5.7.2.8 Setas ....................................................................................................................................... 225
5.7.3 Sinalização Vertical ................................................................................................................... 225
5.7.3.1 Placas de Regulamentação: ..................................................................................................... 226
5.7.3.2 Placas de Indicação: ................................................................................................................ 226
5.7.3.3 Marcadores de Perigo ............................................................................................................. 226
5.7.3.4 Delineadores ........................................................................................................................... 227
5.7.3.5 Defensas ................................................................................................................................. 227
5.7.3.6 Tachas .................................................................................................................................... 228
5.8 PROJETO ELÉTRICO E TELECOMUNICAÇÃO ................................................................................. 229
5.8.1 Apresentação ............................................................................................................................. 229
5.8.2 Objetivo..................................................................................................................................... 229
5.8.3 Concepção Geral ....................................................................................................................... 230
5.8.3.1 Intalações Elétricas ................................................................................................................. 230
5.8.3.2 Suprimento de Energia............................................................................................................ 231
5.8.3.2 Instalações de Telecomunicações ............................................................................................ 231
5.8.4 Especificações Técnicas............................................................................................................. 231
5.8.4.1 Especificação Geral ................................................................................................................ 231
5.8.4.2 Eletroduto, Curvas e Luvas ..................................................................................................... 232
5.8.4.3 Emendas e Terminações ......................................................................................................... 234
5.8.4.4 Acessórios .............................................................................................................................. 235
5.8.4.5 Disjuntores ............................................................................................................................. 235
5.8.4.6 Condutores Elétricos ............................................................................................................... 235
5.8.4.7 Transporte e Acondicionamento.............................................................................................. 236
5.8.4.8 Enfiação ................................................................................................................................. 237
5.8.4.8 Identificação dos Condutores .................................................................................................. 237
5.8.4.8 Luminárias.............................................................................................................................. 237
5.8.4.9 Testes ..................................................................................................................................... 238
5.8.4.10 Disjuntores............................................................................................................................ 239
5.8.4.11 Cabos de Força e Controle .................................................................................................... 239
5.8.4.12 Barramento de Baixa Tensão ................................................................................................ 239
5.8.4.13 Iluminação ............................................................................................................................ 239
5.8.4.14 Tomadas ............................................................................................................................... 240
5.8.5 Observações Finais .................................................................................................................... 240
1

1. APRESENTAÇÃO

A ENGESOLO ENGENHARIA LTDA., detentora do contrato n.º: 001/2014-SEMOBS,


que tem por objeto a Elaboração de Estudos Técnicos e Projetos Básicos e Projetos
Executivos de Engenharia para trechos viários prioritários no município de Contagem,
apresenta o Projeto Executivo da Conclusão da Av. Carmelita Drumond Diniz (Av.
Maracanã), objeto da Ordem de Serviço n° 002.

Compõem a apresentação do Projeto Executivo os seguintes volumes:

 Volume 01 – Memorial Descritivo;


 Volume 02 – Desenhos - Tomo I;
 Volume 02 - Desenhos - Tomo II;
 Volume 02 - Desenhos - Tomo III;
 Volume 02 - Desenhos - Tomo IV;
 Volume 02 - Desenhos - Tomo V;
 Volume 02 - Desenhos - Tomo VI;
 Volume 02 - Desenhos - Tomo VII;
 Volume 02 - Desenhos - Tomo VIII;
 Volume 02 - Desenhos - Tomo IX;
 Volume 02 - Desenhos - Tomo X;
 Volume 02 - Desenhos - Tomo XI;
 Volume 02 - Desenhos - Tomo XII;
 Volume 02 - Desenhos - Tomo XIII;
 Volume 02 - Desenhos - Tomo XIV;
 Volume 02 - Desenhos - Tomo XV;
 Volume 02 - Desenhos - Tomo XVI;
 Volume 02 - Desenhos - Tomo XVII;
 Volume 02 - Desenhos - Tomo XVIII;
 Volume 03 – Orçamento, Cronogramas, Memórias de Cálculo, Cotações e
Composições de Preços - Tomo I;
 Volume 03 – Orçamento, Cronogramas, Memórias de Cálculo, Cotações e
Composições de Preços - Tomo II;
 Volume 03 – Orçamento, Cronogramas, Memórias de Cálculo, Cotações e
Composições de Preços - Tomo III;
2

 Volume 03 – Orçamento, Cronogramas, Memórias de Cálculo, Cotações e


Composições de Preços - Tomo IV;
 Volume 03 – Orçamento, Cronogramas, Memórias de Cálculo, Cotações e
Composições de Preços - Tomo V;
 Volume 03 – Orçamento, Cronogramas, Memórias de Cálculo, Cotações e
Composições de Preços - Tomo VI;
 Volume Único - Caderno de Encargos de Infraestrutura;
 Anexo I – Estudos Geotécnicos;
 Anexo II - Memória de Cálculo Estrutural - Interseção com a Rodovia LMG 808
 Anexo III - Memória de Cálculo Estrutural - Travessia Rua Manoel Jacinto
Coelho Jr.
 Anexo IV - Memória de Cálculo Estrutural - Galeria 1 (Av. Albert Schwartzer)
 Anexo V - Memória de Cálculo Estrutural - Retorno 1
 Anexo VI - Memória de Cálculo Estrutural - Retorno 2
 Anexo VII - Memória de Cálculo Estrutural - Retorno 4
 Anexo VIII - Memória de Cálculo Estrutural - Retorno 5
 Anexo IX - Memória de Cálculo Estrutural - Retorno 6 (Rua Dulce Geralda Diniz)
 Anexo X - Memória de Cálculo Estrutural - Galeria 2
 Anexo XI – Memorial Descritivo e Memória de Cálculo do Sistema de
Esgotamento Sanitário

O Volume 01 - Memorial Descritivo contém o memorial descritivo e justificativo dos


estudos e projetos de infraestrutura realizados;

O Volume 02 - Desenhos - Tomo I contém os desenhos relativos aos estudos e


projetos executivos a saber: estudos topográficos, estudos de interferências e projeto
de canalização.(SANEAMENTO)

O Volume 02 - Desenhos - Tomo II contém os desenhos relativos aos projetos


executivos a saber: geométrico, geométrico de interseção e geométrico de
contenção.(MOBILIDADE)

O Volume 02 - Desenhos - Tomo III contém os desenhos relativos aos projetos


executivos a saber: drenagem, pavimentação, sinalização e paisagismo.(MOBILIDADE/
SANEAMENTO)
3

O Volume 02 - Desenhos - Tomo IV contém os desenhos relativos aos projetos


executivos a saber: esgotamento sanitário.(SANEAMENTO)

O Volume 02 - Desenhos - Tomo V contém os desenhos relativos aos projetos


executivos a saber: estrutural dos viadutos na interseção com a rodovia LMG-
808.(MOBILIDADE)

O Volume 02 - Desenhos - Tomo VI contém os desenhos relativos aos projetos


executivos a saber: estrutural da travessia da rua Manoel Jacinto Coelho
Jr.(SANEAMENTO)

O Volume 02 - Desenhos - Tomo VII contém os desenhos relativos aos projetos


executivos a saber: estrutural da Galeria 1 (Av. Albert Schwartzer).(SANEAMENTO)

O Volume 02 - Desenhos - Tomo VIII contém os desenhos relativos aos projetos


executivos a saber: estrutural do Retorno 1.(MOBILIDADE)

O Volume 02 - Desenhos - Tomo IX contém os desenhos relativos aos projetos


executivos a saber: estrutural do Retorno 2.(MOBILIDADE)

O Volume 02 - Desenhos - Tomo X contém os desenhos relativos aos projetos


executivos a saber: estrutural do Retorno 4.(MOBILIDADE)

O Volume 02 - Desenhos - Tomo XI contém os desenhos relativos aos projetos


executivos a saber: estrutural do Retorno 5.(MOBILIDADE)

O Volume 02 - Desenhos - Tomo XII contém os desenhos relativos aos projetos


executivos a saber: estrutural do Retorno 6 (Rua Dulce Geralda Diniz).
(SANEAMENTO)

O Volume 02 - Desenhos - Tomo XIII contém os desenhos relativos aos projetos


executivos a saber: estrutural da Galeria 2.(SANEAMENTO)

O Volume 02 - Desenhos - Tomo XIV contém os desenhos relativos aos projetos


executivos a saber: Elétrico (MOBILIDADE)

O Volume 02 - Desenhos - Tomo XV contém os desenhos relativos aos projetos


executivos a saber: terraplenagem (MOBILIDADE)
4

O Volume 02 - Desenhos - Tomo XVI contém os desenhos relativos aos projetos


executivos a saber: terraplenagem (MOBILIDADE)

O Volume 02 - Desenhos - Tomo XVII contém os desenhos relativos aos projetos


executivos a saber: terraplenagem (MOBILIDADE)

O Volume 02 - Desenhos - Tomo XVIII contém os desenhos relativos aos projetos


executivos a saber: terraplenagem (MOBILIDADE)

O Volume 03 - Orçamento, Cronogramas, Memórias de Cálculo, Composições de


Preços e Cotações (Mobilidade) - Tomo I contém as planilhas de quantitativos e
preços dos serviços previstos, o cronograma proposto para a execução das obras, as
memórias/demonstrativos de cálculos dos quantitativos de cada tipo/natureza de
serviço, além das cotações de preços de materiais e serviços realizadas no mercado
junto a fornecedores. (MOBILIDADE)

O Volume 03 - Orçamento, Cronogramas, Memórias de Cálculo, Composições de


Preços e Cotações (Mobilidade) - Tomo II contém as composições de preços com
desoneração correspondentes para os serviços não previstos em tabelas de preços de
órgãos públicos  SINAPI, SUDECAP, DEOP, SICRO, DER/MG e COPASA/MG.
(MOBILIDADE)

O Volume 03 - Orçamento, Cronogramas, Memórias de Cálculo, Composições de


Preços e Cotações (Mobilidade) - Tomo III contém as composições de preços sem
desoneração correspondentes para os serviços não previstos em tabelas de preços de
órgãos públicos  SINAPI, SUDECAP, DEOP, SICRO, DER/MG e COPASA/MG.
(MOBILIDADE)

O Volume 03 - Orçamento, Cronogramas, Memórias de Cálculo, Composições de


Preços e Cotações (Saneamento) - Tomo IV contém as planilhas de quantitativos e
preços dos serviços previstos, o cronograma proposto para a execução das obras, as
memórias/demonstrativos de cálculos dos quantitativos de cada tipo/natureza de
serviço, além das cotações de preços de materiais e serviços realizadas no mercado
junto a fornecedores. (SANEAMENTO)

O Volume 03 - Orçamento, Cronogramas, Memórias de Cálculo, Composições de


Preços e Cotações (Saneamento) - Tomo V contém as composições de preços com
5

desoneração correspondentes para os serviços não previstos em tabelas de preços de


órgãos públicos  SINAPI, SUDECAP, DEOP, SICRO, DER/MG e COPASA/MG.
(SANEAMENTO)

O Volume 03 - Orçamento, Cronogramas, Memórias de Cálculo, Composições de


Preços e Cotações (Saneamento) - Tomo VI contém as composições de preços sem
desoneração correspondentes para os serviços não previstos em tabelas de preços de
órgãos públicos  SINAPI, SUDECAP, DEOP, SICRO, DER/MG e COPASA/MG.
(SANEAMENTO)

O Anexo I – Estudos Geotécnicos - contém os boletins de sondagem e os quadros-


resumo - caracterização e compactação relativos aos materiais dos cortes e subleito a
serem terraplenados, agregados pétreos britados, áreas de empréstimos, areal,
sondagens à percussão e sondagens mista/rotativas. (MOBILIDADE/ SANEAMENTO)

Os Anexos II ao X – Memórias de Cálculo Estrutural - contêm as memórias de


cálculo estrutural das obras de arte especiais, apresentando as metodologias, normas
e parâmetros considerados no dimensionamento das estruturas, além dos resultados
dos cálculos efetuados. (MOBILIDADE/ SANEAMENTO)

O Anexo XI – Memorial Descritivo de Esgotamento Sanitário – apresenta o projeto


executivo do sistema de esgotamento sanitário.(SANEAMENTO)

O Volume Único – Caderno de Encargos de Infraestrutura – Tomos I e II contém as


especificações técnicas de materiais e serviços, incluindo a relação dos equipamentos
básicos previstos, controles de aceitação de materiais e da execução e, ainda, os
critérios de medição e pagamento (itens de serviços, unidades de medição e serviços
contemplados nos preços unitários) relativos aos serviços de infraestrutura.
(MOBILIDADE/ SANEAMENTO)
6

2. MAPA DE LOCALIZAÇÃO

A seguir é apresentado o mapa de situação da área de projeto:


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3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
3.1. INTRODUÇÃO

3.1.1 DESCRIÇÃO GERAL DO SISTEMA VIÁRIO EXISTENTE E SUA


CORRELAÇÃO COM O PROJETO

O Município de Contagem está localizado na região Central de Minas Gerais, no


Campo das Vertentes e na Zona Metalúrgica. Pertence à Região Metropolitana de Belo
Horizonte e ocupa uma extensão territorial de 195,27 km², tendo como limites os
municípios de Ribeirão das Neves, Esmeraldas, Betim, Ibirité e a capital do Estado,
Belo Horizonte.

O território municipal apresenta-se organizado em 8 regiões administrativas, que são


unidades geopolíticas, onde ocorrem as discussões e deliberações comunitárias de
interesse regional e municipal, através de processos participativos. As regiões
administrativas são assim elencadas: Eldorado, Industrial, Nacional,
Petrolândia,Ressaca, Sede, Riacho e Vargem das Flores.

Figura: Regionais Administrativas de Contagem


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Ao longo dos últimos anos, a frota veicular do município teve um crescimento de


praticamente 100%, devido aos programas de incentivo do governo federal para
aquisição de veículos associado à ineficiência do sistema de transporte coletivo. Esse
fato mostra que o uso de veículo particular aumentou potencialmente, conforme pode
ser observado no gráfico a seguir, que demonstra a frota de veículos do município dos
anos de 2005 até 2016. Pode-se inferir que a circulação da cidade é prejudicada com o
crescimento dessa frota, visto que, é necessária a ampliação da rede viária para
comportar toda essa dinâmica de expansão veicular.

400.000
TOTAL; 322.981
300.000

200.000

100.000

0
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Gráfico: Frota de veículos do município de 2005 até 2016

Fonte: DENATRAN (2017)

No que diz respeito a infraestrutura viária, algumas vias possuem notoriedade no


município. O sistema viário conta com uma malha que facilita o transporte da produção
industrial, porém, as vias de acesso estão sobrecarregadas pelo tráfego de passagem.
Para esses deslocamentos diários são utilizadas majoritariamente algumas vias, como
a Via Expressa, BR 381, BR 040 e Avenida João César de Oliveira.

Várias são as externalidades negativas, dentre as quais podem ser citadas, sobretudo
o aumento dos congestionamentos, redução das velocidades médias dos
deslocamentos, aumento dos tempos de viagem, com consequente aumento do
consumo de combustíveis e das taxas de emissão de poluentes e consequentes
comprometimentos da sustentabilidade e redução da qualidade de vida dos cidadãos.

Esses problemas são agravados pela configuração do município decorrente do seu


processo de formação. Contagem possui três características de organização territorial:
fragmentação, segmentação e desarticulação.
10

Considerando as áreas densamente conurbadas e os vazios urbanos decorrentes de


áreas em que não aconteceram loteamentos, em função de preservação ambiental ou
por razões diversas, como grandes ocupações industriais, Contagem se desenvolveu e
pode ainda ser vista como um conjunto de seis grandes áreas distintas ou fragmentos
urbanos:

 Sede;

 Nova Contagem, Icaivera e Darcy Ribeiro;

 Nacional;

 Ressaca;

 Petrolândia;

 Eldorado, Inconfidentes, Riacho e Industrial.

Esta configuração, entretanto, foi ao longo do tempo sendo segmentada por grandes
eixos viários e um ferroviário, que sedimentaram fisicamente a separação desses
fragmentos, ao mesmo tempo em que cortava alguns deles. Assim, a duplicação da
BR-040 criou uma barreira separando os fragmentos, Nacional e Ressaca dos demais;
a Via Expressa e a Avenida Helena Vasconcelos Costa isolaram a Sede do Eldorado e
o Eldorado do Água Branca, ao mesmo tempo que cortava Petrolândia ao meio no
sentido Leste – Oeste; e a BR-381 passou a separar o Eldorado e o Inconfidentes do
Industrial, enquanto cortava o Riacho em duas áreas. Assim, além de fragmentada,
Contagem passou a ser uma cidade segmentada.

Essa segmentação dificultou a ligação dos fragmentos, que tiveram de se concentrar


em poucos locais de travessia das vias, com capacidade viária reduzida e com
articulação viária deficiente, que não contemplam as conversões necessárias entre as
vias, criando uma cidade desarticulada em que as rodovias que cortam, embora
apresentem um número razoável de cruzamentos, não possuem articulações que
facilitem a sua transposição, além do fato de que essas travessias não fornecem uma
passagem segura para o transporte não motorizado, dificultando o acesso de pedestres
e ciclistas, tornando as transposições inviáveis.
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Visando melhorar a qualidade da mobilidade urbana do município, a Prefeitura


Municipal de Contagem está propondo uma série de intervenções através de projetos
de requalificação viária e obras de arte especiais, bem como a implantação de um
Novo Sistema de Transporte Urbano.

Os projetos de requalificação de vias contemplarão intervenções de ampliação do


sistema viário, e de reabilitação de trechos existentes altamente degradados. A
prioridade destes projetos são as vias que fazem parte dos itinerários de linhas do
sistema de transporte público, dentre as quais se situa a continuação da Avenida
Maracanã como parte do Corredor Norte-Sul.

Há uma demanda implícita da Prefeitura Municipal de Contagem / TransCon referente


à implantação de componentes do Plano de Integração Intermodal de Transporte do
Município, envolvendo três Corredores Estruturais de Transporte:

 Corredor Norte-Sul, com extensão de 22,3km;

 Corredor Leste-Oeste, com extensão de 10,5km;

 Corredor Ressaca, com extensão de 9,3km.

O objetivo da implantação desses Corredores de Transporte é propiciar efetiva


melhoria no sistema de transporte público por ônibus de Contagem, contribuindo,
consequentemente, para a melhoria na mobilidade urbana. Os Corredores de
Transporte são parte do Sistema de Transporte Intermodal, que é organizado na forma
de uma rede única, com a integração de diversos modos (ônibus, metrô e bicicleta),
integração esta que deverá acontecer física, operacional e tarifariamente.

Entretanto, para viabilizar a implantação da Rede Estrutural de Transportes no


Município de Contagem, será necessário reavaliar o sistema viário como um todo, pois
o mesmo apresenta atualmente grandes gargalos na oferta da acessibilidade e
mobilidade no espaço urbano. Em uma avaliação preliminar da atual situação, fica clara
a necessidade imperiosa de intervenções viárias de pequeno, médio e grande porte,
que juntas poderão viabilizar as efetivas melhorias que se pretende. Assim, prevê-se
que serão necessárias ações sobre o ambiente construído, o que implicará em
investimentos maciços no sistema viário e seus elementos que constituem calçadas,
pontos de parada dos ônibus, estações, dentre outros.
12

Espera-se que com a implantação do Contagem Integrada e seu Sistema Estrutural em


Corredores será possível maior controle e previsibilidade no desempenho da operação
do sistema, reduzindo consideravelmente as interferências hoje causadas pelo tráfego
geral.

De maneira geral, pode-se afirmar que, basicamente, será implantado um Sistema


Tronco Alimentador, apoiado em Corredores de Transporte, Terminais de Integração,
Estações de Transferência, Estações de Embarque/Desembarque e Pontos de Parada.

O corredor norte-sul é o principal proposto pelo novo sistema, quer seja pela sua
extensão, quer pela função estruturante que exercerá para toda a cidade de Contagem
e também para a região metropolitana de Belo Horizonte.

Há hoje uma parte já implantada da Avenida Maracanã e ora se propõe o projeto da


continuidade da obra para complementação do Corredor Estrutural de Transporte
Norte/Sul, concebido dentro do SIM – Contagem, no trecho entre a Rua Albert
Schwaitzer e a Rodovia LMG-808, atravessando os bairros Chácaras Califórnia,
Alvorada, Quintas Coloniais e Praia, totalizando 4,5 km de vias a implantar.
13

3.1.2 DESCRIÇÃO DO SISTEMA PROPOSTO

As intervenções em estudo estão inseridas no fundo de vale do Córrego do Matadouro.


A Figura abaixo apresenta a localização da futura avenida em relação ao município de
Contagem e se situa inteiramente na Região Administrativa Sede (Fig. 1).

Figura 1: Identificação da área de intervenção

Do ponto de vista geográfico a urbanização é o desenvolvimento das cidades.


Associado a este fenômeno tem-se o crescimento populacional, que demanda maior
oferta de infraestrutura nos centros urbanos. Dentro dessa lógica o planejamento
urbano deve ser o ponto de partida na construção das cidades. Entretanto, o que se
observa no Brasil é o movimento inverso, primeiro se constroem as cidades, depois se
planeja.

O modelo de crescimento urbano brasileiro, desordenado e acelerado moldou e molda


as características sociais do espaço, e consequentemente, os reflexos são notórios no
14

dia a dia da sociedade. Dentre as várias condicionantes advindas da urbanização, tem-


se o nível de congestionamentos do sistema viário das médias e grandes cidades.

Neste contexto, são evidentes as dificuldades de deslocamento dentro dos centros


urbanos brasileiros, atualmente vive-se uma crise da mobilidade crescente.
Contrapondo-se a esse crescimento dos centros urbanos, tem-se um sistema viário
que é estático dado à limitação física das vias, que não conseguem acompanhar este
ritmo de crescimento.

Além de promover melhorias à mobilidade urbana no contexto metropolitano o novo


Sistema de Transportes foi elaborado levando em consideração a sustentabilidade do
sistema, com ações voltadas para o acesso democrático ao espaço urbano, com menor
gasto de energia possível e consequentemente, menor impacto ao meio ambiente.

Diante destas premissas são necessárias a priorização dos modos de transporte


coletivo e dos modos não motorizados, visando a inclusão social e a sustentabilidade
ambiental.

O município de Contagem tem buscado nos últimos anos qualificar a circulação e os


deslocamentos na cidade, no sentido de promover a melhoria da qualidade de vida da
população. Nesse sentido, a implantação da Av. Maracanã vai ao encontro com
medidas previstas nos principais instrumentos de planejamento estratégico do
município, a saber: Plano Diretor, Modelo Intermodal de Transporte de Contagem
(MITCON), Plano de Mobilidade (PLANMOB) e Sistema Integrado de Mobilidade (SIM).

O Projeto irá beneficiar toda a população de Contagem. No aspecto particular,


inicialmente, os moradores e usuários do sistema viário atualmente existentes terão
seus custos de descolamento, tempo de viagem e acidentes de trânsito
significantemente reduzidos, além do benefício ambiental e saneamento. Com a
implantação da Av. Maracanã, a população diretamente beneficiada será de
aproximadamente 1.500.000 habitantes.

A implantação da Av. Maracanã trará benefícios que serão sentidos no transporte


público assim como também no transporte privado. Desse modo, a análise de
benefícios decorrentes do projeto foi realizada para essas duas modalidades. Estima-
se uma redução de 6 minutos por passageiro de ônibus, motoristas e ocupantes de
veículos privados, no tempo de viagem após a implantação da obra.
15

O projeto de implantação dessa continuidade da Avenida Maracanã tem 4.625,894 m


de extensão em pista dupla. Estão incorporadas as interseções complexas com grande
extensão, principalmente aquela com a Rodovia LMG-808. O trajeto principal da
avenida segue da estaca 0 (na interseção com a Av. Maracanã) à estaca 231+5,894 m
(na interseção com a Rodovia LMG-808). Há alguns estaqueamentos de vias
secundárias e complementos de interseções que podem ser verificados no projeto
geométrico do empreendimento.

Há 21 curvas horizontais no trajeto da pista do Lado Esquerdo e 18 curvas horizontais


no trajeto da pista do Lado Direito do estaqueamento. As seções transversais das
pistas de ambos os lados do canal e da área do parque linear que será constituído ao
longo da avenida, incluindo passeios, faixa de estacionamento e duas faixas de trânsito
de veículos, faixa do BRT, ciclovia, bermas etc. Tais características podem ser
verificadas nas pranchas denominadas VU-PR147/14-DE-05-201 a VU-PR147/14-DE-
05-226 do geométrico.

O projeto geométrico foi desenvolvido com base na modelagem planialtimétrica do


terreno e o cadastramento da infraestrutura existente, árvores isoladas, drenagem,
sistema sanitário e o cadastro de pontes e outras construções existentes. As cotas do
terreno natural variaram de 872 m a 852 m de elevação, ou seja, uma diferença de
menos de 20 m de desnível de montante a jusante da extensão total da avenida.
Ressalta-se aqui que dois terços da extensão do levantamento topográfico para
concepção do projeto da avenida foi feito incluindo a presença do curso d’água entre as
pistas e um terço através de pastagem seca.

O projeto de macrodrenagem da avenida Maracanã inclui o projeto da canalização da


bacia do Córrego do Curtume por entre as pistas da avenida num canal aberto com
seção trapezoidal com base de 10 m e altura de 3 m com revestimento vegetal, exceto
nas situações onde será aplicado revestimento em colchão Reno ou concreto armado
em virtude das contribuições afluentes terem volume ou regime de turbulência que
justifiquem.

Em condições específicas foram implantadas galerias de concreto armado em seção


aberta ou fechada para permitir a implantação de vias de tráfego sobre a canalização.

Foram projetados seis muros de contenção de taludes criados em decorrência de obras


de drenagem ou pavimentação ao longo da Avenida Maracanã, numa extensão linear
16

total de 307 m e situados à direita ou esquerda do eixo à aproximadamente 15 m deste.


Estão localizados nas estacas 83 + 15 m, 139 + 5 m, 142 + 5 m, 145+5 m, 146 + 5 m e
150 + 5 m, conforme detalhado no projeto geométrico de contenção.

Quanto ao projeto de pavimentação da avenida, para estimativa da solicitação do


tráfego, foram realizadas pesquisas de origem-destino e de contagem volumétrico-
classificatória de tráfego. Tais resultados foram utilizados para o dimensionamento da
operacionalidade e geometria das vias e das estruturas dos pavimentos. A metodologia
para dimensionamento das estruturas dos pavimentos adota as orientações e critérios
estabelecidos pela Prefeitura Municipal de São Paulo (IP-02 "Classificação de Vias"). É
considerado tráfego leve a pesado, tráfego urbano a rodoviário, com faixas exclusivas
para ônibus e considerações sobre tráfego comercial acima de 2000 veículos por dia,
como convém a esta via, parte de um corredor de transporte de uma importante região
metropolitana do país.

Há quatro interseções com outras vias no trajeto da Avenida Maracanã:

1. A primeira na estaca 0 com a Av. Albert Schwaitzer, a segunda na estaca 73;


2. A segunda no cruzamento com a Rua Manoel Jacinto Coelho estaca 73 onde
será implantado um viaduto (OAE) em pista simples com alças para acesso
somente da Avenida Maracanã para a Rua Manoel Jacinto Coelho nos dois
sentidos;
3. A terceira na interseção com a Rua Dulce Geralda Diniz estaca 141 conta
com um viaduto (OAE) em pista simples sem alças para acesso à Avenida
Maracanã.
4. A quarta no entroncamento com a Rodovia LMG-808 onde haverá um viaduto
em pista dupla, no fim do trecho, aproximadamente na estaca 217, com todas
as conversões entre as duas vias.

Os retornos na avenida são nove; dois deles não são em nível por serem coincidentes
com OAE’s nas estacas 73 e 141 que se descreveu nas interseções acima.

Os retornos em nível propriamente ditos são os sete a seguir listados:

1. Estaca 18+15 m;
17

2. Estaca 36+15 m;
3. Estaca 88;
4. Estaca 121+18 m;
5. Estaca 149+18 m;
6. Estaca 158+ 5 m; e
7. Estaca 167+ 18 m.

O projeto executivo do sistema de esgotamento sanitário concebido para coleta de


efluentes no entorno da Avenida Maracanã tem seu ponto alto na concepção dos
interceptores que serão construídos ao longo dos dois lados do canal de condução do
córrego. Tal empreendimento trará mais saúde e bem-estar à população afetada,
revitalizando o corpo hídrico evitando assoreamento e eliminando o lançamento in
natura de esgotos domésticos.

No projeto de esgotamento sanitário são apresentados os elementos técnicos de


engenharia (memoriais de cálculo com as devidas especificações técnicas) que foram
concebidos para dimensionar a vazão de contribuição dos efluentes a serem coletados
nos interceptores e depois, através de uma estação elevatória de esgoto, enviados
para a estação de tratamento de esgotos do Onça.

Os interceptores da margem direita e esquerda foram dimensionados com o diâmetro


de DN200 mm e alguns trechos com DN300 mm de PVC e FoFo com declividade
superior a 0,5%.

As interferências com serviços públicos de coleta de esgoto de 200 e 300 mm,


distribuição de água potável de 50 e 100 mm foram todas estudadas e dimensionadas.

As Obras de Arte Especiais projetadas para a Avenida Maracanã foram:

1. Viaduto em pista simples conduzindo a Rua Manoel Jacinto Coelho sobre a


Avenida Maracanã na altura da estaca 73;
2. Viaduto em pista simples conduzindo a Rua Dulce Geralda Diniz sobre a
Avenida Maracanã na altura da estaca 141; e
3. Viaduto em pista dupla conduzindo a Avenida Maracanã na altura da estaca
217 sobre a Rodovia LMG-808.
18

4. Retorno 01
5. Retorno 02
6. Retorno 04
7. Retorno 05

O tráfego de veículos privados é intenso em todas as vias e locais contemplados pelo


projeto da Avenida Maracanã.

O custo operacional estimado para a situação atual (sem o projeto) é de R$0,70 por
Km e com a implantação do projeto será reduzido para R$0,60 por Km, devido ao
aumento de velocidade operacional, conforme pode ser visto na figura abaixo.

Figura 2: Custo Operacional

O custo operacional do sistema de transporte coletivo é dado pelos custos fixos (peças,
acessórios, óleos, etc.), mais os custos variáveis (despesas administrativas,
depreciação, etc.) somados a impostos e taxas. Portanto, este depende das condições
físicas das vias por ondem trafegam.

Tendo em vista uma economia de 3 minutos por sentido, sendo no itinerário (ida e
volta) um tempo economizado de 6 minutos que no sistema de transporte coletivo
teremos uma redução do custo operacional.

Esta variação de velocidade será obtida com a melhoria da fluidez do tráfego


proporcionado pelas melhorias viárias, notadamente a construção de melhorias da Av.
Maracanã.
19

O custo operacional estimado para a situação atual (sem o projeto) é de R$ 5,7509 por
Km e com a implantação do projeto será reduzido para R$5,6692 por Km, devido ao
aumento de velocidade operacional, conforme pode ser visto na figura a seguir.

Figura 3: Custo operacional do Transporte Urbano

O empreendimento possui funcionalidade própria independente do Corredor Norte Sul,


considerando que a solução proposta visa reduzir significativamente o tráfego na área
central e promover o ordenamento do espaço urbano, como forma de qualificar a
circulação melhorando os deslocamentos da cidade. A implantação da Av. Maracanã
complementará o sistema viário interrompido na altura da Rua Albert Schwaitzer,
garantindo a continuidade da Av. João Cesar de Oliveira, ligando as regiões sul e norte
sem passar pelo centro histórico. A atratividade desta ligação permitirá o desvio de
parte expressiva do tráfego, que demanda a região norte da cidade e apresenta-se
como uma boa solução operacional e também terá um significativo valor em termos da
segurança viária e melhoria nas condições ambientais e saneamento e no tráfego pela
interligação de todas as ruas transversais à nova via proposta.
20

4. ESTUDOS
4.1. ESTUDOS TOPOGRÁFICOS
4.1.1. Introdução

Os estudos topográficos para a área compreenderam na análise minuciosa de todo o


local, planejamento de estratégia de levantamento de campo, planejamento de
implantação de marcos de partida e poligonal de apoio, planejamento de levantamento
de campo atendendo prioridades, implantação de marcos de partida, implantação de
poligonal de apoio, levantamento topográfico de campo propriamente dito,
levantamento batimétrico do fundo do curso d’agua existente, levantamento de
complementos, processamento de dados, desenho e entrega final.

O trabalho realizado foi levantamento planialtimétrico cadastral, com


georreferenciamento no sistema de referência geodésica SIRGAS 2000, com finalidade
de servir de base para projeto de implantação de projeto viário, com largura mínima de
100,00 m (quando não houver obstrução de caminho) e extensão de 3,50 Km em
trecho com córrego e 1,50 Km em trecho com pastagem. Levantamento de áreas
especiais com aproximadamente 275.000m². Também foram levantadas 27 seções
batimétricas em córrego situado a norte da faixa de interesse. As curvas de nível serão
geradas levando em consideração o fundo do córrego.

Abaixo, segue o quadro demonstrativo e quantidades executadas:

QUANTIDADE QUANTIDADE
DESCRIÇÃO UNID
PREVISTA EXECUTADA

Levantamento Planialtimétrico de Faixa


Km 3,50 2,22
com até 100m – Trecho Córrego

Levantamento Planialtimétrico de Faixa


Km 1,50 1,24
com até 100m – Trecho Pasto

Levantamento Planialtimétrico de áreas


m² 275000,00 355038,77
especiais

Levantamento Batimétrico Seções 27 35


21

Na área do projeto foram implantados os pinos de aço devidamente identificados que


serviram como referência para todo o levantamento, conforme respectivas
coordenadas e cotas apresentadas no quadro a seguir:

Coordenadas
Vértice Altitude Ortométrica (m)
Norte (m) Este (m)

PT-01 7.799.210,4844 596.935,8259 877,907

PT-02 7.799.347,5865 596955,5122 877,064

PT-1A 7.800.689,2731 594.111,5599 889,996

PT-2A 7.800.563,9342 594.196,6960 896,261

O Sistema Geodésico de Referência adotados para este trabalho foi o UTM - SIRGAS
2000 para a planimetria e o Datum da cota do nível médio dos mares IMBITUBA – SC,
definido pelo IBGE.

Os estudos topográficos foram desenvolvidos com o objetivo de fornecer a modelagem


planialtimétrica do terreno e o cadastramento da infraestrutura existente, árvores
isoladas, drenagem, sistema sanitário e o cadastro de pontes visando a possibilidade
de geração dos traçados em planta e perfil.

Abaixo seguem as monografias dos Vértices de apoio básico:


22

Figura 4 - Monografia Vértice PT-1


23

Figura 5- Monografia Vértice PT-2


24

Figura 6 - Monografia Vértice PT-1A


25

Figura 7- Monografia Vértice PT-2A


26

4.1.2. Descrição do Levantamento das Referências Topográficas

O apoio topográfico foi desenvolvido conforme orientação do IBGE, utilizando o método


de posicionamento relativo estático atrelado ao sistema de posicionamento global
GNSS, onde se compreendem principalmente os satélites dos sistemas GPS e
Glonass. Foi realizado o transporte das coordenadas da estação MGBH - Belo
Horizonte integrante da Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo (RBMC) - IBGE.
Abaixo está sendo apresentada a monografia da estação MGBH, ao qual as
coordenadas servirão como base e controle para a referência topográfica:
27

Figura 5 - Monografia MGBH (IBGE, 2017) - Parte 1/2


28

Figura 6 - - Monografia MGBH (IBGE, 2017) - Parte 2/2

Para a obtenção das coordenadas dos vértices de apoio básico, atreladas ao Sistema
Geodésico Oficial Brasileiro – SIRGAS 2000, que serviram como base para os demais
29

e também para orientação e controle das poligonais, foram rastreados utilizando


equipamento receptor GNSS (GPS + Glonass) com as seguintes especificações:

Marca: TOPCON

Modelo: Hiper II

Capacidade de rastreamento: 72 Canais Universais (L1 CA, L1/L2, Código P, L2C,


L1/L2 CA, L1/L2 código P WAAS, EGNOS, MSAS)

Precisão de Posicionamento:

Estático L1+L2 H: 03mm + 0,5ppm V: 05mm + 0,5ppm

RTK L1+L2 H: 10mm + 1,0ppm V: 15mm + 1,0ppm

Comunicação sem fio: Bluetooth

O rastreamento dos vértices das poligonais foi realizado de forma a garantir precisão
determinada através da NBR 13.133/94. A partir da definição da classe da poligonal,
definiu-se os equipamentos bem como a metodologia para o seu desenvolvimento.

Para obtenção dos pontos que materializaram o levantamento topográfico


planialtimétrico propriamente dito, foram utilizadas as técnicas de irradiação com
Estação Total e também a técnica de correção em tempo real RTK com receptor
GNSS.

Para o levantamento com técnicas de irradiações utilizando Estação Total, foi


necessária a implantação de uma poligonal de apoio básico, apoiada em vértices que
foram rastreados e determinadas coordenadas precisas de referência com baixos
resíduos em desvio padrão. A Estação Total é um equipamento goniômetro e
distanciômetro e funciona com o princípio da reflexão total de um laser emitido pelo
equipamento até um alvo, que no nosso caso foi prisma de cristal. A desvantagem do
método é a necessidade de ao menos duas pessoas para fazer o levantamento. Como
vantagem temos a possibilidade de trabalho em locais fechados, matas ou que não
tenham conexão direta com o céu.

Para o levantamento topográfico cadastral com técnica RTK (Correção das diferenças
de fase em tempo real), foi utilizado o mesmo Receptor GNSS Topcon Hiper II que
30

gerou a materialização das referências topográficas de partida. A técnica RTK, é


bastante utilizada para levantamentos topográficos cadastrais em áreas abertas devido
sua agilidade de trabalho com acurácia garantida. As correções diferenciais entre uma
base e o rover são enviadas em tempo real por transmissão de ondas de rádio UHF e
as posições de cada ponto é determinada. A desvantagem da escolha desse método é
a necessidade de o levantamento ser realizado em área aberta, onde não haja
nenhuma obstrução com o céu.

A Estação Total que foi utilizada no levantamento foi a Estação Total Topcon/Cygnus
KS 102, que tem as seguintes características: Leitura direta de 1 segundo e precisão
de 2”, alcance de 2.000 m com 01 prisma, precisão linear de 2 mm + 2ppm, prumo
ótimo da alidade, a prova d’agua IP54.

O processamento dos dados foi feito com o apoio dos softwares Topcon Tools V. 8.3,
TopoGRAPH 98SE V. 4, AutoCAD v2017, Google Earth, Global Mapper e pacote
Microsoft Office.
4.1.3. Levantamento Planialtimétrico e Cadastral

O levantamento planialtimétrico foi realizado tomando como partida os vértices dos


Marcos de apoio GPS e das ramificações de poligonais, com utilização de Estação
Total Gowin TKS 202. Foram levantados, por irradiação, todos os detalhes
planialtimétricos necessários para a fiel representação da área, tais como:

 bordos, calçadas, meios-fios (pé e crista), pé e crista de taludes, talvegues,


cursos d'água, contenções;
 placas, árvores, postes, torres;
 edificações, cercas e muros de divisas de propriedades;
 Pv's das redes de serviços públicos, bocas de lobo, canaletas, bueiros, galerias,
alas e escadas hidráulicas
 pontos diversos representando fielmente o relevo do terreno.

Todos os pontos levantados fazem parte de um contexto planialtimétrico, usado tanto


para o desenho do cadastro das edificações e elementos físicos, de acidentes
geográficos existentes no terreno e, consequentemente, para geração de curvas de
nível equidistante de 1 metro.
31

4.1.4. Apresentação dos Resultados

Os dados de campo foram convertidos em arquivos texto contendo a identificação, a


descrição, as coordenadas e as cotas de cada ponto levantado (número, descrição,
coordenadas norte e leste, cota). As plantas planialtimétricas cadastrais derivadas do
levantamento foram elaboradas através do software AutoCad e formatadas na escala
1:1000, dispondo, entre outras, com as seguintes informações:

 Malha do sistema de coordenadas;


 Indicação do norte verdadeiro;
 Indicação dos vértices de apoio;
 Representação do terreno, com indicação das curvas de nível equidistantes de 1
(um) metro;
 Acidentes geográficos;
 Cadastro de todos os elementos físicos existentes na área levantada

O conteúdo apresentado do levantamento topográfico foi específico para atender cada


disciplina do projeto.

Os desenhos resultantes do levantamento topográfico planialtimétrico cadastral da área


do projeto é no Volume 02 - Desenhos.
32

4.2. ESTUDOS GEOTÉCNICOS

Os Estudos Geotécnicos foram desenvolvidos objetivando fornecer subsídios à


elaboração dos Projetos de Terraplenagem, Pavimentação, Contenções, Drenagem e
Estrutural de Fundações, envolvendo basicamente:

 Estudos dos materiais dos cortes e subleito envolvendo as pistas


direita e esquerda do projeto de conclusão da Avenida Carmelita
Drumond (Av. Maracanã) Diniz e áreas correspondentes aos ramos e
alças da interseção no final o trecho;

 Sondagens SM e SP Para caracterização geológico-geotécnica dos


materiais, fornecimento de informações e análise para o
dimensionamento de fundações das galerias pluviais, bueiros de grota
e obras de arte especiais a serem construídas.

Os Estudos Geotécnicos envolveram ainda a realização dos estudos de:

 Agregados pétreos britados Pedreira Martins Lanna para emprego


em pavimentação (brita graduada tratada com cimento e brita
graduada melhorada com cimento), obras de drenagem e concreto.
Foram feitos ensaios de caracterização de agregados da Pedreira
(brita 2, brita 1, brita 0 e pó de pedra);

 Áreas de empréstimo para fornecimento de material para os


serviços de terraplenagem (corpo e camadas finais de
aterro/acabamento de terraplenagem e substituição de material de
subleito em segmento com terraplenagem em corte);

 Areal Como fonte de fornecimento de areia para emprego em


drenagem e obras-de-arte correntes.

4.2.1. Estudos dos Materiais dos Cortes e Subleito nos Segmentos a Serem
Terraplenados

Para fornecer subsídios à elaboração dos Projetos de Terraplenagem e de


Pavimentação foi elaborado plano de sondagem dos cortes e subleito das vias que
compõem a interseção, sendo efetuados furos de sondagem a pá e picareta e/ou a
33

trado com profundidades variáveis e coleta de amostras dos horizontes de materiais


até a profundidade mínima de 1,5 m abaixo do greide de projeto de pavimento
acabado.

Com as amostras coletadas foram realizados, em laboratório, os seguintes ensaios:

 caracterização física: granulometria por peneiramento, granulometria


por peneiramento e sedimentação, limite de liquidez e limite de
plasticidade;
 caracterização mecânica: compactação Proctor intermediário e índice
suporte Califórnia - ISC.

A locação dos furos de sondagem é apresentada no desenho "Estudos Geotécnicos -


Sondagem a Trado - Planta de Locação dos Furos" (folha: EGT-205) que se encontra
no volume Anexo I - Estudos Geotécnicos.

Os Boletins de Sondagem e os Quadros-resumo - Caracterização e Compactação


também são apresentados no volume Anexo I – Estudos Geotécnicos.

4.2.2. Estudos de Agregados Pétreos Britados

Os Estudos Geotécnicos envolveram a coleta de agregados pétreos britados (brita de


gnaisse) da Pedreira Martins Lanna (brita 2, brita 1, brita 0 e pó de pedra) para
emprego em pavimentação, obras de drenagem e concreto. Com as amostras
coletadas foram realizados ensaios rotineiros em laboratório, a saber:

 granulometria por peneiramento;


 desgaste por abrasão “Los Angeles” (DNIT-ME 035/98);
 durabilidade com emprego de sulfato de sódio (DNIT-ME 089/94);
 adesividade ao CAP 50/70 e à emulsão RR-2C (DNIT-ME 078//94);
 índice de forma (DNIT-ME 086//94);
 densidade real dos grãos e densidade aparente dos grãos (DNIT-ME
081//94);
 absorção de água e porosidade aparente (NBR 74/18);
 massa específica no estado solto (DNIT-ME 152//95).

Os estudos relativos aos agregados pétreos britados são apresentados no volume


Anexo I – Estudos Geotécnicos.
34

4.2.3. Estudos de Áreas de Empréstimo

Foram estudadas 8 áreas de empréstimo para possível utilização na execução de


aterros e/ou substituição de solos do subleito:
 Empréstimo E-01: empréstimo Lateral localizado lateralmente ao eixo da rodovia
nas imediações da estaca 18 (lado direito), constituído de argila areno siltosa e
volume estimado de 50.000 m3;
 Empréstimo E-02: empréstimo Lateral localizado lateralmente ao eixo da rodovia
nas imediações da estaca 48 (lado esquerdo), constituído de argila areno siltosa/
silte areno argiloso e volume estimado de 70.000 m3.
 Empréstimo E-03: empréstimo Lateral localizado lateralmente ao eixo da rodovia
nas imediações da estaca 70 (lado direito), constituído de argila areno siltosa/ silte
areno argiloso/ areia silto argilosa e volume estimado de 73.000 m 3.
 Empréstimo E-04: empréstimo Lateral localizado lateralmente ao eixo da rodovia
nas imediações da estaca 104 (lado direito), constituído de argila areno siltosa e
volume estimado de 34.000 m3.
 Empréstimo E-05: empréstimo Lateral localizado lateralmente ao eixo da rodovia
nas imediações da estaca 137 (lado direito), constituído de argila areno siltosa/ silte
areno argiloso e volume estimado de 12.000 m3.
 Empréstimo E-06: empréstimo Lateral localizado lateralmente ao eixo da rodovia
nas imediações da estaca 167 (lado esquerdo), constituído de argila areno siltosa/
silte areno argiloso e volume estimado de 33.000 m 3.
 Empréstimo E-07: empréstimo Lateral localizado lateralmente ao eixo da rodovia
nas imediações da estaca 197 (lado direito), constituído de argila areno siltosa/ silte
areno argiloso e volume estimado de 42.000 m3.
 Empréstimo E-08: Empréstimo Pedreira Martins Lanna, situada junto à Pedreira
Martins Lanna, que se localiza na Fazenda Rancho Novo - Bairro Praia, em
Contagem/MG, a cerca de 2,1 km da área da interseção com a LMG-808.

As áreas de empréstimos foram sondadas e as amostras coletadas submetidas aos


seguintes ensaios de caracterização:
 Limite de Liquidez;
 Limite de Plasticidade;
 Granulometria por Peneiramento;
 Compactação na Energia de referência do Proctor Normal;
35

 Índice de Suporte Califórnia;

Os estudos relativos aos empréstimos são apresentados no volume Anexo I –


Estudos Geotécnicos.
4.2.4. Areais

Como fonte de fornecimento de areia para emprego em drenagem e obras-de-arte


correntes, foi estudado o seguinte areal:
 Areal – Mineração Dragões da Areia: localizado no município de Esmeralda-MG, a
41,5 km do trecho, constituído de areia média de barranco lavada;

O estudo relativo ao areal é apresentado no Anexo I – Estudos Geotécnicos


4.2.5. Estudos para Avaliação das Características Geotécnicas dos Materiais de
Fundação das Galerias, Bueiros de Grota, Pontes e Viadutos a Serem
Construídas

Para caracterização geológico-geotécnica dos materiais, fornecimento de informações


e análise para o dimensionamento de fundações das galerias pluviais, bueiros de grota
e obras de arte especiais a serem construídas, foram realizadas sondagens à
percussão (SPT) e mista/rotativa (SM) pela Empresa Torres Geotecnia Ltda., nos
meses de dezembro/2017, janeiro/2018 e fevereiro/2018.

Para os projetos das galerias principais em concreto armado: 1 (início da canalização e


sob a Avenida Albert Schwartzer) e 2 (entre as estacas 154 e 168+16,00, onde
ocorrem, em sequência, as travessias da Rua Francisco Almeida Melo e a pista direita
do projeto da Avenida Maracanã) foram realizadas investigações geotécnicas do tipo
sondagens à percussão (SPT), contemplando os seguintes furos:
 SP-01, SP-02, SP-03 e SP-04 - Galeria 1;
 SP-05, SP-06 (SP-06 A), SP-07 (SP-07 A e SP-07 B), SP-08, SP-09, SP-10 e
SP-11 - Galeria 2;

Também foram executadas sondagens à percussão para subsidiar os projetos das


galerias celulares contribuintes e bueiros de grota, contemplando os seguintes furos:
 SP-12 - Estaca 151+6,939 (PE) - Bueiro de Grota Drenagem da Bacia 4 - 2,50 x
2,00 m;
 SP-13 - Estaca 152+16,351 (PD) - Bueiro de Grota Drenagem da Bacia 3 - 2 x
2,50 m x 1,50 m;
36

 SP-14 - Estaca 184+15,918 (PE) - Bueiro de Grota Drenagem da Bacia 5 - 2,50


m x 2,50 m;
 SP-15 - Estaca 186+2,620 (PD) - Bueiro de Grota Drenagem da Bacia 5 - 2,50 m
x 2,50 m;
 SP-16 - Estaca 80+10,00 (PD) - Corte;
 SP-17 - Estaca 64+10,00 (PD) - Corte;
 SP-18 (SP-18 A e SP-18 B) - Estaca 33+4,378 (PE) - Bueiro de Grota 1,50 m x
1,50 m;
 SP-19 (Dulce Geralda Diniz) - 1,50 m x 1,50 m;
 SP-20 (Dulce Geralda Diniz) - 1,50 m x 1,50 m;
 SP-21 - Estaca 76+0,00 (PD) - Bueiro de Grota 1,50 x 1,50 m;
 SP-22 - Estaca 56+2,041 (PD) - Bueiro de Grota Drenagem da Bacia 2 - 2,50 x
2,50 m;

Portanto, foram executados 27 furos de sondagem à percussão, com as profundidades


abaixo relacionadas, totalizando 452,21 metros de perfuração:
37
38

A realização das sondagens à percussão baseia-se nas seguintes normas técnicas:


 ABNT NBR 6484/2001: “Execução de sondagens de simples reconhecimento
dos solos”;
 ABNT NBR 7250/1982: “Identificação de Descrição de Amostras de Solos
Obtidas em Sondagens de Simples Reconhecimento dos Solos”.

Os índices de penetração foram obtidos pela cravação do amostrador padrão através


de quedas sucessivas do martelo padronizado com massa de ferro de 65 Kg da altura
de 0,75 m, até se atingir a penetração de 0,45 m, anotando-se o número de golpes
necessários à cravação de cada 0,15 m do referido amostrador padrão, ou conforme
orientação da Norma Brasileira NBR – 6484/2001.

Os resultados são apresentados em gráficos e numericamente e consistem na soma do


número de golpes necessários para cravação dos 0,30m finais.

Após cada rotina de cravação do amostrador, do mesmo é retirada e obtida uma


amostra amolgada do solo que é classificada segundo sua gênese, consistência ou
compacidade, cores predominantes e etc.

Foram realizadas determinações do nível d’água freático conforme o método de ensaio


da Norma Brasileira NBR – 6484/2001.

A locação dos furos de sondagem é apresentada no desenho "Estudos Geotécnicos -


Sondagem à Percussão - Planta de Locação dos Furos" (folhas: EGT-203 e EGT-204)
que se encontra no volume Anexo I - Estudos Geotécnicos.

Os boletins de sondagem à percussão são apresentados no volume Anexo I - Estudos


Geotécnicos.

Para fornecer subsídios às soluções estruturais das fundações das pontes de travessia
das Ruas Manoel Jacinto Coelho e Dulce Geralda Diniz e dos 2 (dois) viadutos na
interseção com a rodovia LMG-808, foram realizadas investigações geotécnicas do tipo
sondagens mista/rotativa (SM), contemplando os seguintes furos:
 SM-05 e SM-06 - Via Manoel Jacinto Coelho Jr.;
 SM-11 e SM-12 - Rua Dulce Geralda Diniz;
 SM-15, SM-16, SM-17 e SM-18 - Viadutos da Interseção com a LMG-808.
39

Foram executados 8 furos de sondagem rotativa/mista, com profundidades abaixo


relacionadas, sendo 243,59 metros de perfuração em solo, e 13,40 metros de
perfuração em matacão/rocha (com uso de coroa diamantada), totalizando 256,99
metros de perfuração:
SONDAGEM ROTATIVA/MISTA
Profundidade Profundidade Profundidade Nível de Água
Sondagem solo (m) Rocha (m) total (m) (m) após 24hs
SM-05 30,15 0,00 30,15 4,25
SM-06 36,02 0,00 36,02 4,05
SM-11 29,05 7,00 36,05 2,78
SM-12 27,63 6,40 34,03 3,60
SM-15 30,10 0,00 30,10 16,70
SM-16 30,23 0,00 30,23 17,70
SM-17 30,20 0,00 30,20 16,30
SM-18 30,21 0,00 30,21 15,30
TOTAL 243,59 13,40 256,99 -

A realização das sondagens mista/rotativa baseia-se nas seguintes normas técnicas:


 ABNT NBR 6502/1995: “Rochas e solos - terminologia”.
 ABNT NBR 6484/2001: “Execução de sondagens de simples reconhecimento
dos solos”;
 ABNT NBR 7250/1982: “Identificação de Descrição de Amostras de Solos
Obtidas em Sondagens de Simples Reconhecimento dos Solos”.

O método investigativo é feito com um tubo, denominado barrilete, dotado de peça


cortante feita com material de alta dureza (coroa) em sua ponta, que perfura o solo por
meio do movimento de rotação. O barrilete tem sempre uma camisa livre em seu
interior para proteger o testemunho do terreno. Para rochas brandas utiliza-se coroa
com pastilhas de vídia. Para rochas de média e alta dureza emprega-se coroa de
diamante industrial.

Foi usada sonda hidráulica MACH 920, com revestimentos de ФBW acopladas a
sondas percussivas, barriletes duplos giratórios e coroas diamantadas para avanço em
pedregulhos/matacões de rocha e rocha sã.

As amostras (testemunhos), obtidos durante a perfuração foram acondicionados em


caixas de madeira aplainada feitas criteriosamente de maneira a serem mantidas as
40

posições relativas dos testemunhos coletados na ordem em que aparecem durante a


perfuração.

Feito isto, são realizados análises para indicação do tipo de rocha, grau de alteração,
consistência, fraturamento, porcentagem de recuperação, além do índice de qualidade
da mesma.

Para perfuração em solo, conforme a tabela abaixo, estabelece uma correlação entre
Resistência à Penetração e Pressão Admissível, para uma avaliação preliminar, sendo:

Para perfuração em rocha, conforme as tabelas a seguir foram realizadas análises para
indicar o tipo de rocha encontrado, grau de alteração, fraturamento, consistência,
porcentagem de recuperação e o índice de qualidade da rocha, sendo:
41

A locação dos furos de sondagem é apresentada no desenho "Estudos Geotécnicos -


Sondagem Mista - Planta de Locação dos Furos" (folhas: EGT-201 e EGT-202) que se
encontra no volume Anexo I - Estudos Geotécnicos.
42

Os boletins de sondagem mista são apresentados no volume Anexo I - Estudos


Geotécnicos.
4.2.6. Observações Sobre o Nível d' água Medido nas Sondagens (Prof. Mário
Brandi Pereira 1977)

4.2.6.1 A informação de nível d'água medida nas sondagens é expedita e


preliminar, podendo sofrer alterações ao longo do tempo. Conforme item 6.5 da Norma
Brasileira NBR 6484/2001 ela é medida durante a perfuração e no mínimo 12 horas
após o término das sondagens e retirada do tubo de revestimento. É também
importante a verificação de eventual fuga de água (perda d'água total ou parcial) e/ou
ocorrência de artesianismo - durante a perfuração. É muito frequente a variação de sua
cota no espaço de tempo decorrido entre a execução das sondagens e a execução das
fundações.

4.2.6.2. A diferença entre as cotas encontradas de N.A. nas sondagens, ou mesmo


a não ocorrência deste Nível D'Água e sua posterior posição à época de execução das
fundações, pode ser devida aos seguintes fatos:

a) Dimensão dos Furos de Sondagem: o diâmetro pequeno destes furos implica


em pequena superfície de drenagem e consequente vazão, o que torna, as
vezes o período das sondagens insuficiente para a definitiva estabilização do
N.A.
b) b)Condições Locais do Maciço: em casos de encostas, deve ser feita uma
observação mais apurada da posição do N.A., levando em conta as condições
locais de drenagem, os movimentos de terra nas vizinhanças e a possibilidade
de ocorrência de camadas com permeabilidade muito diferente comparando
entre os furos de sondagens executados.
c) Ocorrência de Chuvas: na época de chuvas, o N.A. apresenta-se em cota mais
elevada que na época das secas.
d) Fenômenos tixotrópicos - dependendo da natureza do solo, podem ocorrer
fenômenos tixotrópicos, com formação de películas impermeabilizantes, que
prejudicam a drenagem para o interior da perfuração, especialmente na
presença de camadas argilosas com alto teor de argila coloidal.

4.2.6.3. Recomendações
43

Tendo em vista que uma forte variação da posição do N.A. medido nas sondagens e
sua posição encontrada no período de execução das fundações pode resultar numa
alteração no tipo de solução geotécnica adotada apenas com os dados obtidos nas
sondagens, sugerimos:

a) A instalação de um tubo piezométrico em pelo menos uma das sondagens é


solução mais eficaz para se medir a posição real do N.A. à qualquer época que
se queira medí-lo.
b) Outra solução para a confirmação da correta posição do N.A. é a escavação de
um poço de observação que poderia ser um tubulão-piloto ou um furo à trado
com diâmetro mínimo de 0,30 m, com a específica finalidade de se verificar o
Nível D'Água.

Fonte : Intersolo Engenharia LTDA.


44

4.3. ESTUDOS DE INTERFERÊNCIAS E REMANEJAMENTO DE SERVIÇOS


PÚBLICOS
4.3.1. Introdução

Os Estudos de Interferências desenvolvidos para o Projeto Executivo da Conclusão da


Avenida Carmelita Drumond Diniz (Avenida Maracanã) tiveram como objetivos:
 Identificar a existência de redes das concessionárias de serviços públicos
existentes na faixa de interesse do projeto, sejam elas aéreas ou subterrâneas;
 Investigar a existência de projetos que originaram obras existentes a serem
compatibilizadas com as soluções do projeto;
 Identificar a existência de projetos no entorno do empreendimento que
pudessem implicar na necessidade de interfaces mútuas.

Nesse sentido, foram mantidos contatos com as várias concessionárias e órgãos da


Prefeitura Municipal de Contagem envolvidos no projeto, objetivando obter o máximo
de informações possíveis.

A orientação adotada para situar as ocorrências tem como referência os


estaqueamentos dos eixos de projeto da Avenida Maracanã pistas direita e esquerda,
conforme projeto geométrico, crescentes no sentido da Rua Albert Schwartzer, a
montante, para MG-432/LMG-808, a jusante.

Para maiores detalhes dos estudos de interferências, ver desenho das informações e
dos cadastros lançados sobre o projeto geométrico, no Volume 02 - Desenhos -
Estudos de interferências.
4.3.2. Concessionárias de Redes de Telefonia

As concessionárias de redes de telefonia OI/TELEMONT, CLARO/EMBRATEL/NET,


ALGAR TELECOM, CEMIGTELECOM e VIVO/GVT foram contatadas, através de seus
departamentos técnicos, os quais forneceram as plantas dos cadastros das redes
aéreas e subterrâneas na área de abrangência deste projeto.

Nas avenidas Albert Schwartzer e Dois, Via Jacinto Coelho Jr., ruas 4, 5, 6, Dulce
Geralda Diniz e Felisbino Pinto Monteiro/Francisco Almeida Melo e LMG-808
identificou-se a existência de redes aéreas das concessionárias supracitadas.
45

As redes aéreas de telefonia existentes na região serão remanejadas conforme


remanejamento dos postes da rede de energia da CEMIG em função do projeto
geométrico.

Os remanejamentos destas redes de telefonia que se fizerem necessários, ficarão a


cargo das respectivas concessionárias ou consórcio destas, em função de sua
especificidade e/ou trabalharem em consórcio e às vezes individualmente. Na ocasião
das obras, deverão ser observados os cadastros atualizados e as ocorrências ou não
das redes como interferências, e o acompanhamento de técnicos das empresas
envolvidas e interessadas.
4.3.3. Concessionária de Redes de Água e Esgoto - COPASA

a) Adutoras e Redes

A COPASA forneceu as plantas das redes de água, porém com localização apenas
esquemática das mesmas, ou seja, sem confiabilidade do posicionamento em planta e
cotas de implantação. Mas, não houve, a necessidade de trabalhos adicionais de
campo, priorizando a identificação de adutoras que pudessem interferir com o projeto.

Confrontando o cadastro da Copasa com o projeto, obtivemos as seguintes


informações:
 Uma rede de distribuição DN 100 mm (PVC DEFoFO) que vem na pista
adjacente ao canteiro central e/ou pelo canteiro central da Rua Dulce Geralda
Diniz;
 Duas redes de distribuição DN 100 mm e DN 150 mm (PVC DEFoFO) que vêm
na pista da Rua Francisco Almeida Melo;
 Várias redes de distribuição DN 50 mm no entorno dos quarteirões afetados pelo
projeto deverão ser remanejadas, ou desativadas, em função da nova
configuração do sistema viário da interseção.

Para diâmetros menores ou iguais a 200 mm, o projeto e o remanejamento ficarão a


cargo do Distrito Regional da COPASA.

b) Esgoto

Com relação ao sistema de esgotamento sanitário, a COPASA também forneceu as


plantas do cadastro do sistema existente que serviram apenas como subsídio
46

complementar, já que foi realizado cadastro de campo de todas as redes da área de


projeto.

Na Avenida Maracanã, as redes de esgoto e interceptores deverão ser adequados, o


que é objeto de projeto específico deste trabalho.

4.3.4. Concessionária de Redes de Energia Elétrica - CEMIG

Conforme identificado no projeto geométrico da Avenida Maracanã em confrontação


com o cadastro do entorno, serão necessários o remanejamento e/ou desativação de
vários postes da rede de energia da CEMIG.

A CEMIG informou que questões relacionadas com a iluminação pública especial


deverão ser verificadas com a Prefeitura Municipal de Contagem.

Vale lembrar que junto aos postes há a presença de rede de telefonia conforme já
mencionado, as quais também deverão ser remanejadas pelas respectivas
concessionárias.
4.3.5. Concessionária de Redes de Gasodutos - GASMIG

A GASMIG, após contato, afirmou não existir rede de gás nas proximidades do projeto
da Avenida Maracanã.

4.3.6. Estruturas Existentes sobre o Córrego

Todas as estruturas existentes sobre o córrego serão demolidas e substituídas por


novas estruturas com capacidade de suportar até cheias centenárias, conforme:

 Reestruturação da travessia da Rua Albert Schwartzer;


 BDCC de seção (4,00 x 2,50 m) na travessia da Rua Presidente Tancredo
Neves (Rua G);
 Ponte da Rua Vila 33 (Via Manoel Jacinto Coelho Jr.;
 Bueiro na travessia da Av. Dulce Geralda Diniz;
 Bueiro na travessia da Rua Felisbino Pinto Monteiro/Francisco Almeida Melo.
47

4.3.7. Considerações Finais

A representação das interferências no projeto teve como base a conjugação das


informações do cadastro topográfico, dos cadastros fornecidos pelas concessionárias,
e das informações prestadas pelas concessionárias durante visitas em campo.

Portanto, os estudos de interferências não são conclusivos, demandando a


necessidade de confirmações na fase de obra, seja através da assistência direta das
concessionárias envolvidas, seja através da realização de sondagens em pontos
específicos. Nestas circunstâncias, poderão ser necessárias adequações de projetos,
sobretudo de redes de drenagem, abastecimento de água e redes de iluminação
pública/alta tensão/telefonia/semafórica.

De qualquer forma, ressalta-se a necessidade do acompanhamento rotineiro das obras


(fundações, cortes, redes enterradas diversas) pelas concessionárias, conforme
ocorrência, sendo de interesse das mesmas.

Em linhas gerais, antes da execução das obras de obras de movimentação de terra,


nos trechos próximos ou que cruzam com redes enterradas de concessionárias de
serviços públicos, recomenda-se:
 Solicitar a avaliação dos perfis dos dispositivos projetados pelas
concessionárias, de modo a validar as indicações do projeto;
 Prevalecendo dúvida quanto ao item anterior, realizar sondagens para a correta
localização das redes das concessionárias.

Vale informar que esses remanejamentos serão realizados pelas respectivas


concessionárias, conforme planejamento a ser definido na fase de obra.

No Volume 02 - Desenhos são apresentadas as plantas dos estudos de interferências,


lançadas sobre a base topográfica, contendo a representação das redes enterradas de
serviços públicos identificadas.
48

4.4. ESTUDOS HIDROLÓGICOS


4.4.1. Chuva de Projeto

Os estudos hidrológicos representam a base do projeto de drenagem, pois


caracterizam o regime de chuvas intensas e definem as chuvas de curta duração,
críticas para o escoamento superficial de pequenas bacias.

Várias metodologias são apresentadas para a estimativa da chuva de projeto, todas


elas baseadas nas características das chuvas intensas registradas em pluviógrafos e
das chuvas diárias observadas em pluviômetros.

A região de interesse a estes estudos não possui nenhum estudo de chuvas intensas
adotado pela Prefeitura de Contagem. O pluviógrafo normalmente utilizado como
referência é o de Belo Horizonte, estudado, na década de 50, pelo Eng° Otto Pfafstetter
no trabalho "Chuvas Intensas no Brasil", publicado pelo DNOS.

Mais recentemente, a SUDECAP adotou o estudo desenvolvido por Márcia Pinheiro,


em dissertação de mestrado, orientada pelo Prof. Mauro Naghetini, baseado na rede
pluviométrica da região metropolitana, como referência para desenvolvimento dos
trabalhos que envolvem estudo hidrológico das bacias da região de abrangência do
estudo. A expressão para cálculo da precipitação é desenvolvida pela expressão:

I  0,76542 xD 0,7059xP 05360xT , d , sendo:

I – Intensidade Pluviométrica, associada ao período de retôrno, mm/h;

D – Duração da Chuva, horas;

P – Precipitação média anual local, adotada igual a 1.500 mm;

mT,d - Quantil admensional de freqüência regional (Ver Tabela 1).

A definição do período de retorno, ou tempo de recorrência (Tr) das chuvas para


projeto dos dispositivos de drenagem representa o conceito de "coeficiente de
segurança" a que estará sujeito cada dispositivo, visando uma cobertura desejada à
ocorrência de eventos mais severos de precipitação. Estes valores prendem-se a
diversos fatores, destacando-se aqueles de natureza econômica (investimento inicial e
49

manutenção), importância e segurança que a obra deve apresentar no contesto


urbano.

Neste estudo foram adotados os valores de Tr-10 anos para microdrenagem, Tr-25
anos para bueiros, Tr-50 anos para a canalização do Córrego do Curtume e Tr-100
anos para verificação de áreas de inundação.
TABELA 1 – Quantis Adimensionais µT,d correspondes às Probabilidades Anuais de Gumbel
DURAÇÃO PERÍODO DE RETÔRNO (anos)
DA
CHUVA 1.05 1.2 2 10 20 50 100 200
10 minutos 0,691 0,828 1,013 1,428 1,586 1,791 1,945 2,098
15 minutos 0,695 0,830 1,013 1,422 1,578 1,780 1,932 2,083
30 minutos 0,707 0,836 1,013 1,406 1,557 1,751 1,897 2,043
45 minutos 0,690 0,827 1,013 1,430 1,589 1,795 1,949 2,103
1 hora 0.679 0.821 1,014 1,445 1,610 1,823 1,983 2,143
2 horas 0,683 0.823 1,014 1,439 1,602 1,813 1,970 2,128
3 horas 0.679 0.821 1,014 1,445 1,610 1,823 1,983 2,143
4 horas 0.688 0.826 1,013 1,432 1,591 1,798 1,953 2,108
8 horas 0.674 0.818 1,014 1,451 1,618 1,834 1,996 2,157
14 horas 0.636 0,797 1,016 1,503 1,690 1,931 2,112 2,292
24 horas 0.603 0,779 1,017 1,550 1,754 2,017 2,215 2,412

Com base nesta metodologia foram estimadas as precipitações de referência para


desenvolvimento dos projetos, apresentadas na Tabela 2, em mm e na Tabela 3, as
intensidades de precipitação em mm/h.
TABELA 2 – PRECIPITAÇÕES (mm)
DURAÇÃO DA
Tr 10 anos Tr 25 anos Tr 50 anos Tr 100 anos
CHUVA (horas)
0,50 44.86 50.91 55.09 59.68
1,00 55.07 62.54 70.32 76.49
1,50 62.17 70.59 79.00 85.90
2,00 67.77 76.96 85.75 93.17
2,50 72.67 81.75 91.82 99.82
3,00 77,00 85.79 97.14 105.66
TABELA 3 – INTENSIDADE DAS PRECIPITAÇÕES (mm/h)
DURAÇÃO DA
Tr 10 anos Tr 25 anos Tr 50 anos Tr 100 anos
CHUVA (horas)
0,50 89.73 101.82 110.17 119.36
1,00 55.07 62.54 70.32 76.49
1,50 41.44 47.06 52.67 57.26
2,00 33.89 38.48 42.87 46.59
2,50 29.07 32.70 36.73 39.93
3,00 25.67 28.60 32.38 35.22
50

4.4.2. Vazões de Projeto

A metodologia para o cálculo das descargas máximas para o projeto de drenagem das
vias, para verificação da capacidade hidráulica das redes pluviais e, para aos
escoamentos em talvegues naturais ou canalizados é função das características e
extensão da área de drenagem das bacias hidrográficas.

De acordo com as Instruções para Elaboração de Projetos de Drenagem da


SUDECAP, as descargas máximas são determinadas obedecendo a seguinte
metodologia:

4.4.2.1. - Para sub-bacias ou Áreas de Contribuição Direta, no projeto de micro


drenagem, as descargas são estimadas pelo Método Racional que considera a
seguinte expressão de cálculo:

Q  C x i x A x 0 .00278

Onde:

Q - vazão de projeto, em m3/s

C – coeficiente de escoamento superficial.

i - representa a intensidade da precipitação que atua sobre a bacia e contribui para


formação da cheia de projeto, em mm/h.

A - é a área de contribuição da bacia hidrográfica, em ha, avaliada a partir das plantas


aerofogramétricas do município e do levantamento topográfico.

O coeficiente de escoamento é determinado pela relação C = 0,67 x C2, onde C2 é o


Coeficiente Volumétrico determinado pelas características de ocupação do solo,
resumidos na Tabela 4.
TABELA 4 – COEFICIENTE VOLUMÉTRICO (C2)
CÓDIGO DA
ZONEAMENTO URBANO C2
ZONA
Zona de Proteção Ambiental ZPAM 0,20-0,90
Zona de Proteção 1 ZP-1 0,30-0,50
Zona de Proteção 2 ZP-2 0,50
Zona de Proteção 3 ZP-3 0,60
Zona de Adensamento Restrito 1 ZAR-1 0,70
Zona de Adensamento Restrito 2 ZAR-2 0,75
Zona Adensada ZA 1,00
Zona de Adensamento Preferencial ZAP 0,80
51

Zona Hipercentro ZHIP 1,00


Zona Central ZC 1,00
Zona de Especial Interesse Social ZEIS 0,70
Zona de Grandes Equipamentos ZE 0,30-0,90

4.4.2.2 - Para bacias com Contribuição em Escoamento por Talvegues, no projeto de


macro drenagem, as descargas são estimadas pelo Método do Hidrograma Unitário
Triangular, sendo utilizado, neste trabalho, o modelo desenvolvido pelo Hidrologic
Engineering Center (HEC), pelo emprego do módulo HEC-HMS, que simula o cálculo
do hidrograma pela metodologia desenvolvida pelo Soil Conservation Service (SCS).

O hidrograma produzido pela chuva de projeto tem forma triangular, iniciando-se a


partir do início do incremento de chuva considerado, atingindo o escoamento máximo
no instante definido como tempo de ponta (Tp) e retornando à situação inicial no
instante denominado tempo de base (Tb). Estes tempos são calculados pelas
expressões seguintes:

Tp  D / 2  0,6.Tc
Tb  Tp x 2,67,
onde D é a duração do incremento de chuva, adotado igual a 1/5 do tempo de
concentração da bacia, que é o tempo desde o início da chuva para que toda a
superfície da bacia esteja contribuindo para a formação do deflúvio (escoamento
superficial) máximo, podendo ser avaliado pela expressão:
 L3 
0 , 385

tc  0,95 x  
H

Onde:

tc - tempo de concentração, em horas

L- comprimento do talvegue, em km

H - desnível topográfico, em metros

A bacia de drenagem total apresenta como principais características físicas L = 6,90


km e H = 40,0 m, que corresponde ao tempo de concentração de 135,00 minutos,
Assim o incremento de chuva adotado (D) foi de 30,0 minutos (135,00/5=27,0 minutos).
52

A descarga unitária (descarga correspondente à chuva unitária) é dada por: QP =


A/(1,8 x Tb), onde QP é a descarga de ponta do hidrograma, e Tb é o tempo de base,
que corresponde à base do hidrograma de cheia.

A parcela de precipitação (Pe) que se transforma em escoamento superficial é


estimada por:
(P  0,2 x S)2
Pe 
P  0,8 x S

Sendo P a precipitação acumulada para cada intervalo de tempo e S a diferença


potencial máxima entre precipitação e escoamento no início da chuva e estimado pela
expressão:
100  CN
S x 254
CN

onde CN representa as características de uso e ocupação do solo.

A modelagem foi desenvolvida considerando duas situações de ocupação do solo,


definidas como Situação Atual, que considera as condições de ocupação atual das
bacias hidrográficas e Situação Futura, que leva em conta o zoneamento de solo
previsto pela Prefeitura de Contagem.

O Desenho HID-201, apresentado a seguir, mostra a delimitação das bacias


hidrográficas e sua inserção nas zonas de uso e ocupação do solo.
53

INSERIR MAPA DE BACIAS HID-201


54

Foram definidas cinco bacias de drenagem, denominadas como Bacia 1 a Bacia 5,


cujas características físicas estão mostradas na Tabela 5.

A Tabela 6 mostra os coeficientes de transformação da chuva de projeto em chuva


efetiva, que provocam escoamento superficial, definidos como CN, para as condições
atuais e condições futuras.
TABELA 5 – CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DAS BACIAS DE DRENAGEM
IDENTIFICAÇÃO
ÁREA (km2) L (km) H (m) Tc Lag
DA BACIA
Bacia 1 7,80 4.67 30.00 96.06 57.63
Bacia 2 2,20 3.00 40.00 51.57 30.94
Bacia 3 9,20 4.80 40.00 88.75 53.25
Bacia 4 2,80 2.80 40.00 47.62 28.57
Bacia 5 5,00 3.80 50.00 62.19 37.31
Obs.: o Lag Time corresponde a 0,60*Tc

TABELA 6 – COEFICIENTES DE ESCOAMENTO (CN)


IDENTIFICAÇÃO
CONDIÇÃO ATUAL CONDIÇÃO FUTURA
DA BACIA
Bacia 1 78 89
Bacia 2 68 89
Bacia 3 62 75
Bacia 4 72 85
Bacia 5 68 80

4.4.2.3. – Esquema Geral da Modelagem HMS

A Figura 1 mostra a montagem da rede de escoamento utilizada para modelar a bacia


hidrográfica no HMS. Nesta Figura identificamos os seguintes elementos:

Bacia 1 – que corresponde à bacia de contribuição do trecho canalizado da Avenida


Carmelita Drumond Diniz, com área de drenagem de 7,80 km2.

Bacia 2 – que é uma pequena bacia cujo fluxo escoa lateralmente à Rua Nair
Camargos Aguiar, com área de drenagem de 2,20 km2.

Junção 1 – representa o ponto de confluência das Bacias 1 e 2. A vazão neste ponto é


a utilizada para dimensionamento do início da canalização no escopo deste trabalho.

Bacia 3 – que tem seu escoamento pelos Bairros Quintas Coloniais e Granjas Vista
Alegre, com área de drenagem de 9,20 km2.
55

Bacia 4 – que drena a bacia de escoamento das áreas dos Bairros N. S. de Fátima e
São Gonçalo e escoa lateralmente à Avenida José dos Santos Diniz, com área de
drenagem de 2,80 km2..

Junção 2 – é o ponto de confluência do escoamento da Junçao 1 (Bacias 1 e 2) e das


Bacias 3 e 4, drenando uma área total de 22,0 km2.

Bacia 5 – que drena as áreas dos Bairros Colonial, Estância do Hibisco e Chácaras
Contagem, drenando uma área de 5,0 km2.

Junção 3 – que drena o fluxo de jusante da Junção 2 acrescido do fluxo da Bacia 5. A


área total drenada é de 27,0 km2.

As vazões utilizadas no dimensionamento da canalização do Córrego do Curtume são


as concentradas nas Junções 1, 2 e 3.

As vazões correspondentes às Bacias 2, 3, 4 e 5 serão utilizadas para


dimensionamento das galerias de travessias das pistas da Avenida Maracanã, para
lançamento no canal do Córrego do Curtume. A Bacia 1 contribui para o escoamento
do trecho já canalizado da Avenida Carmelita Drumond Diniz e do início da canalização
da Avenida Maracanã.

No item 4.4.3. estão mostrados os hidrogramas de saída de cada uma dessas bacias
para as duas condições estudadas.
56

FIGURA 1 – ESQUEMA DA MODELAGEM HMS


57

4.4.2.4 – Resultados Alcançados

Com a metodologia desenvolvida no item 4.4.2.1 foram obtidas as vazões de projeto


indicadas na Tabela 7, para as condições atuais e na Tabela 8, para as condições
futuras.
TABELA 7 – VAZÕES PARA AS CONDIÇÕES ATUAIS (m3/s)
BACIA
Tr 10 anos Tr 25 anos Tr 50 anos Tr 100 anos
HIDROGRÁFICA
Bacia 1 27,80 36,00 45,30 53,00

Bacia 2 4,10 5,80 8,00 9,80

Junção 1 31,80 41,90 52,90 62,60

Bacia 3 9,20 13,00 17,90 22,50

Bacia 4 7,40 10,30 13,30 16,20

Junção 2 44,20 59,90 78,70 94,60

Bacia 5 8,70 12,40 16,80 20,60

Junção 3 52,90 72,30 95,50 115,20

TABELA 8 – VAZÕES PARA AS CONDIÇÕES FUTURAS (m3/s)


BACIA
Tr 10 anos Tr 25 anos Tr 50 anos Tr 100 anos
HIDROGRÁFICA
Bacia 1 54,60 66,00 77,60 87,60

Bacia 2 17,70 21,40 24,90 28,10

Junção 1 70,40 85,30 100,30 113,20

Bacia 3 23,90 31,40 40,10 47,30

Bacia 4 18,30 22,90 27,10 31,00

Junção 2 105,20 130,40 156,70 179,40

Bacia 5 21,10 27,10 33,50 39,00

Junção 3 126,40 157,50 190,20 218,50


58

4.4.3. Hidrogramas de Cheia


As Figuras a seguir mostram as saídas do modelo HMS para representar os hidrogramas de
cheias para a situação atual e a situação futura de ocupação do solo.
59

SITUAÇÃO ATUAL – Tr 10 anos

Bacia 1 Bacia 2

Junção 1 Bacia 3

Bacia 4 Junção 2

Bacia 5 Junção 3
60

SITUAÇÃO ATUAL – Tr 25 anos

Bacia 1 Bacia 2

Junção 1 Bacia 3

Bacia 4 Junção 2

Bacia 5 Junção 3

SITUAÇÃO ATUAL – Tr 50 anos


61

Bacia 1 Bacia 2

Junção 1 Bacia 3

Bacia 4 Junção 2

Bacia 5 Junção 3

SITUAÇÃO ATUAL – Tr 100 anos


62

Bacia 1 Bacia 2

Junção 1 Bacia 3

Bacia 4 Junção 2

Bacia 5 Junção 3

SITUAÇÃO FUTURA – Tr 10 anos

Bacia 1 Bacia 2
63

Junção 1 Bacia 3

Bacia 4 Junção 2

Bacia 5 Junção 3

SITUAÇÃO FUTURA – Tr 25 anos

Bacia 1 Bacia 2
64

Junção 1 Bacia 3

Bacia 4 Junção 2

Bacia 5 Junção 3

SITUAÇÃO FUTURA – Tr 50 anos

Bacia 1 Bacia 2
65

Junção 1 Bacia 3

Bacia 4 Junção 2

Bacia 5 Junção 3

SITUAÇÃO FUTURA – Tr 100 anos

Bacia 1 Bacia 2
66

Junção 1 Bacia 3

Bacia 4 Junção 2

Bacia 5 Junção 3
67

5. PROJETOS EXECUTIVOS
5.1. PROJETO GEOMÉTRICO E GEOMÉTRICO DE INTERSEÇÃO

Os estudos e projetos indicam a conclusão da Avenida Carmelita Drumond Diniz na


extensão total de aproximadamente 4,34km, até a rodovia LMG-808.

O trecho de intervenção caracteriza-se, fundamentalmente, por se desenvolver, em


mais da metade de sua extensão, ao longo de um fundo de vale ainda não ocupado por
parcelamentos urbanos. Isso possibilitou a implantação de soluções menos
impactantes no curso d’água. Soluções dessa natureza podem se integrar melhor às
preocupações ambientais recentes.

Tendo em vista a presença de pequenas ocupações às margens do curso d'água, tanto


de moradias quanto de benfeitorias, bem como presença de terrenos não parcelados,
foram necessárias remoções e desapropriações significativas ao longo do trecho.

Considerando que as intervenções inicialmente propostas ocorrerão onde não existe


sistema viário implantado, praticamente não há interferências nas questões de trânsito,
exceto no tratamento dos cruzamentos das Ruas Manoel Jacinto, Dulce Geralda Diniz,
Rua Francisco Almeida Melo e interseção com a LMG - 808. Para estes locais,
recomenda-se a adoção de soluções construtivas que evitem a necessidade de desvio
de tráfego dos fluxos viários já existentes.

Cerca de 50% do trecho é desabitado, o que minimiza os impactos sociais das


desapropriações e remoções. Alguns segmentos ainda preservam características
rurais. No restante do trecho, a ocupação é predominantemente residencial, com
previsão de várias desapropriações de propriedades regulares e remoções de
ocupações irregulares para implantação da continuidade da avenida.

Para viabilizar esta intervenção os estudos contemplaram, considerando a canalização


do córrego e a implantação das pistas laterais, o tratamento viário, implantação de
retornos, rotatória próxima à estaca 205+0 da pista direita e uma interseção em dois
níveis com LMG – 808.

O projeto geométrico da Avenida Carmelita Drumond Diniz e ruas transversais foram


elaborados com base nos estudos de traçado realizados preliminarmente, quando foi
68

estudada a compatibilidade do traçado das vias com o traçado do canal aberto +


talude, sempre levando em conta os aspectos de desapropriações / remoções.

As seções transversais-tipo das VIAS foram definidas para atender a implantação de


uma Avenida Sanitária de ambas as margens, com duas faixas de trafego para
veículos, uma faixa destinada ao BRT, uma faixa de estacionamento e um passeio para
ambos os lados da VIA, sendo que a pista da margem esquerda foi destinada uma
ciclovia que foi projetada ao lado do parque. Entre a Rua Albert Schwartzer e a Rua
Felisbino Coelho as VIAS estão separadas por um parque e o canal aberto + talude.
Entre a Rua Felisbino Coelho e a LMG – 808, a Avenida Maracanã não acompanha o
canal, passando a VIA ser separada por um canteiro central de 7,00 metros de largura.

Compatibilizadas estas condicionantes, definiu-se o projeto geométrico em planta e em


perfil para a Avenida Carmelita Drumond Diniz e as ruas transversais existentes.

O segmento inicial entre a Rua Albert Schwartzer e a estaca 9+0 da pista esquerda, foi
projetado com plataforma variável e o restante do trecho da Avenida foi projetado com
plataformas constantes. Todo segmento foi projetado com pistas duplas separadas por
parque e canal aberto + talude. Devido à seção tipo definida com duas pistas de
rolamento e uma pista para BRT, não foi possível dar continuidade à solução do trecho
implantado à montante.

Com relação ao traçado horizontal, o raio mínimo adotado na pista esquerda foi de
50,50 metros curva 2E, desenvolvimento de 25,259 metros e ângulo central de 28° 39’
30” e raio máximo de 482,50 curva 12E, desenvolvimento 68,881 metros e ângulo
central 08° 10’ 46”.

Na pista direita o raio mínimo adotado foi de 50,00 metros nas curvas 4D e 11D com
desenvolvimento 58,968 e 11,308 respectivamente e ângulo central de 34° 51’ 53” e
25° 29’ 18” respectivamente.

Com relação ao traçado vertical os greides das pistas esquerda e direita foram
elaborados em conjunto com o projeto do canal, cruzamento das vias, vias laterais e
compatibilização dos retornos. A rampa mínima foi de: 0,45% e a máxima de 7,30% na
chegada da rotatória, isso para pista esquerda e a pista direita, a rampa mínima foi de:
0,45% e máxima de 7,27%.
69

Foram projetadas alça de retorno no cruzamento da Rua Manoel Jacinto Coelho Junior,
evitando a conversão à esquerda da na avenida minimizando a zona de conflito neste
cruzamento.

Entre as estacas 161+0,00 e 164+0,00 a pista da direita será elevada para permitir a
passagem da canalização com a necessidade de implantação de canal fechado.

Com relação às vias transversais, foi objeto de projeto executivo de geometria,


indicando-se plataforma de largura conforme já existente.

Os desenhos dos Projetos Geométrico e Geométrico de Interseção, em planta e em


perfil, são apresentados no Volume 02 – Desenhos.

As notas de serviço de pavimento acabado são apresentadas a seguir:


108

5.2. PROJETO GEOMÉTRICO DE CONTENÇÃO

O Projeto Geométrico de Contenção foi elaborado com base no Projeto Geométrico e


teve por finalidade de identificar as contenções necessárias, onde os talude de corte
(1:1) e aterro (1,5:1) não foram suficientes para a implantação das vias e acessos.

Os muros de contenção foram definidos visando à compatibilização do greide das


pistas de rolamento com o projeto do canal, nos seguintes pontos:

 Pista Esquerda: Muro 1 - estaca 83+15,00 à 85+15,00 e Muro 2 - estaca


145+5,00 à 148+5,00;
 Pista Direita: Muro 3 - estaca 139+5,00 à 140+19,00; Muro 4 - estaca 142+5,00
à 145+5,00; Muro 5 - estaca 146+5,00 à 149+8,00 e Muro 6 - estaca 150+5,00 à
152+15,00.

Teve-se como premissa evitar a redução da seção hidráulica do canal projetado (vide
figura abaixo) e viabilizar a implantação dos retornos, compostos de faixa de
aceleração e taiper, resultando a redução da largura do parque e consequentemente o
comprimento das obras de arte das travessias.

O Projeto Geométrico de Contenção, bem como os Projetos Estruturais da contenção


projetada são apresentados no Volume 02 – Desenhos.
109

As memórias de cálculo do Muro 1 são apresentadas no Anexo I – Memória de Cálculo


Estrutural.
110

5.3. PROJETO DE TERRAPLENAGEM


5.3.1. Introdução

O Projeto de Terraplenagem foi desenvolvido com base no Projeto Geométrico, no


Projeto de Canalização, no Projeto de Drenagem, no Projeto de Pavimentação, nas
investigações geotécnicas e nas observações de campo, através dos quais foram
avaliadas as características dos materiais e quantificados os volumes a movimentar
para implantação das vias, das redes de drenagem e do canal.

As seções transversais da Avenida e rua transversais foram geradas eletronicamente,


sobre as quais foram gabaritadas as plataformas das vias, permitindo assim a
quantificação dos volumes de corte, aterro e escavação.

5.3.2. Inclinação dos taludes

Foram adotadas para os taludes de corte e aterros as seguintes inclinações:


 Taludes de Corte: h = 1,0 / v = 1,0
 Taludes de Aterro: h = 3,0 / v = 2,0;

Aos volumes de aterro foi acrescido o percentual de 30%, constituindo-se no fator de


compactação, para compensação das diferenças entre a densidade do material no
corte e compactado, além das perdas resultantes das operações de limpeza e
transporte dos materiais.

5.3.3. Substituição de Solo

Como conseqüência dos estudos geotécnicos do subleito e dos parâmetros adotados


no dimensionamento do pavimento, deverá ser executada a substituição do material do
subleito, na largura da plataforma em que a terraplenagem se fará em corte ou aterro
de pequena altura (nos segmentos em aterro apenas na espessura necessária para
totalizar a espessura de substituição – espessura de aterro + espessura de substituição
< espessura indicada), nos locais em que o mesmo é constituído por solos com
capacidade de suporte inferior ao ISproj adotado e/ou solos expansivos (expansão >
2%), a saber:
111

EXTENSÃO ESPESSURA
PISTA ESTACA INICIAL ESTACA FINAL
(m) (cm)
7 + 0,0 16 + 0,0 180

71 +10,0 73 + 10,0 40
Direita 60
86 + 10,0 92 + 0,0 110

126 + 10,0 129 + 10,0 60

10 + 10,0 16 + 10,0 120

18 + 0,0 33 + 0,0 300

56 + 10,0 64 + 10,0 160

Esquerda 76 + 10,0 84 + 10,0 160 60

91 + 10,0 94 + 10,0 60

108 + 10,0 143 + 10,0 700

150 + 10,0 153 + 10,0 60

Os materiais a serem empregados na substituição deverão apresentar ISC > 7%,


quando compactados com a energia de referência do Proctor normal e, ainda,
expansão < 2,00%.

5.3.4. Cálculo de Volumes

Os volumes de corte, aterro e escavação da Avenida e ruas transversais foram


calculados por processamento eletrônico, a partir das seções transversais do terreno,
dos elementos dos greides e das seções transversais-tipo.

5.3.5. Distribuição de Massa

A distribuição de massa teve como finalidade fornecer uma previsão de utilização


racional dos materiais escavados, objetivando a execução dos serviços de forma
adequada, técnica e economicamente.

Os parâmetros definidos pelo Projeto de Pavimentação e as Normas e


Recomendações para o Projeto de Terraplenagem, quanto às características dos
materiais a serem utilizados nos aterros consistiram de:

 Corpo de Aterros:
ISC min = 2,0 % Exp.  4,0 %

 Camada Final dos Aterros:


112

ISC mín = 7 % Exp.  2,0 %

As características geotécnicas dos materiais a serem escavados para implantação do


canal apresentam-se inadequadas para utilização nos aterros. Esses materiais têm
composição heterogênea, com mistura de entulho, matéria orgânica e sedimentos e
apresentar-se-ão com parcela saturada, devendo, portanto, serem destinados a bota-
fora.

Os volumes de corte de terraplenagem das vias, caracterizados por horizontes de


pequenas espessuras e materiais bastante heterogêneos, também foram destinados a
bota fora. Os materiais necessários para os aterros foram previstos das áreas de
empréstimo indicadas no projeto.

5.3.6. Área de Empréstimo

Foram estudadas 8 áreas de empréstimo para possível utilização na execução de


aterros e/ou substituição de solos do subleito, sendo sete empréstimos laterais ao eixo
projetado da Av. Maracanã e uma área de empréstimo situado junto a pedreira Martins
Lanna, localizada a cerca de 2,1 km do trecho.

Para a quantificação dos volumes de corte de material proveniente de empréstimo


foram tomados os volumes geométricos de aterros correspondentes e multiplicados
pelo fator de conversão de 1,30.

5.3.7. Bota-Fora

Para efeito de quantificação do momento de transporte dos volumes destinados a bota-


fora foi considerado DMT de 16,0 km, referente à distância até o bota-fora operado pela
empresa Ambienta Soluções Ambientais e está localizado no Km 515 da BR-040, no
Município de Ribeirão das Neves. No entanto, o local de bota-fora deverá ser
confirmado pela Prefeitura à época da execução da obra, levando-se em conta a
disponibilidade de locais devidamente autorizados/licenciados e com capacidade para
absorver a demanda da obra.

5.3.8. Apresentação dos Resultados

O detalhamento do projeto é apresentado no Volume 2 – Projeto de Execução.


113

As seções transversais gabaritadas com o pavimento acabado são apresentadas nos


Volume 02 – Desenhos.

A seguir são apresentados as planilhas de cálculos de volumes (cubação), planilhas de


Distribuição de Materiais e planilha resumo geral de materiais:
5.4. PROJETO DE DRENAGEM
5.4.1. Resumo dos Estudos Hidrológicos

5.4.1.1. Chuva de Projeto

O estudo hidrológico representa a base do projeto de drenagem pois caracteriza o


regime de chuvas intensas e define as chuvas de curta duração, críticas para o
escoamento superficial de pequenas bacias.

Várias metodologias são apresentadas para a estimativa da chuva de projeto, todas


elas baseadas nas características das chuvas intensas registradas em pluviógrafos e
das chuvas diárias observadas em pluviômetros.

A região de interesse a este estudo não possui nenhum estudo de chuvas intensas
adotado pela Prefeitura de Contagem. O pluviógrafo normalmente utilizado como
referência é o de Belo Horizonte, estudado, na década de 50, pelo Eng° Otto Pfafstetter
no trabalho "Chuvas Intensas no Brasil", publicado pelo DNOS.

Mais recentemente, a SUDECAP adotou o estudo desenvolvido por Márcia Pinheiro,


em dissertação de mestrado, orientada pelo Prof. Mauro Naghetini, baseado na rede
pluviométrica da região metropolitana, como referência para desenvolvimento dos
trabalhos que envolvem estudo hidrológico das bacias da região de abrangência do
estudo. A expressão para cálculo da precipitação é desenvolvida pela expressão:

I  0,76542 xD 0,7059xP 05360xT , d , sendo:

I – Intensidade Pluviométrica, associada ao período de retorno T, mm/h


D – Duração da Chuva, horas
P – Precipitação média anual local, adotada igual a 1.500 mm
µT,d - Quantil admensional de freqüência regional (Ver Tabela 1)

A definição do período de retorno, ou tempo de recorrência (Tr) das chuvas para


projeto dos dispositivos de drenagem representa o conceito de "coeficiente de
segurança" a que estará sujeito cada dispositivo, visando uma cobertura desejada à
ocorrência de eventos mais severos de precipitação. Estes valores prendem-se a
diversos fatores, destacando-se aqueles de natureza econômica (investimento inicial e
manutenção), importância e segurança que a obra deve apresentar no contesto
urbano.
TABELA 1 – Quantis Adimensionais µT,d correspondes às Probabilidades Anuais de Gumbel
DURAÇÃO TEMPO DE RECORRÊNCIA
181

DA CHUVA (anos)
1.05 1.2 2 10

10 minutos 0,691 0,828 1,013 1,428

15 minutos 0,695 0,830 1,013 1,422

30 minutos 0,707 0,836 1,013 1,406

45 minutos 0,690 0,827 1,013 1,430

1 hora 0.679 0.821 1,014 1,445

2 horas 0,683 0.823 1,014 1,439

3 horas 0.679 0.821 1,014 1,445

Com base nesta metodologia foi estimada a intensidade da precipitação de referência


para desenvolvimento do projeto de drenagem, considerando Tr igual a 10 anos para
drenagem das pistas, 25 anos para a drenagem das microbacias e 50 anos para a
drenagem das macrobacias, considerando a chuva com duração mínima de 10
minutos, com intensidade de precipitação de 194,50 mm/h.

5.4.1.2. Vazões de Projeto

5.4.1.2.1. Macrobacias

A Tabela 2 mostra as vazões obtidas no estudo hidrológico das macrobacias,


apresentado no ítem 5.2.2.
TABELA 2 – VAZÕES DE PROJETO PARA AS MACROBACIAS (m3/s)
BACIA
Tr 10 anos Tr 25 anos Tr 50 anos Tr 100 anos
HIDROGRÁFICA

Bacia 1 54,60 66,00 77,60 87,60

Bacia 2 17,70 21,40 24,90 28,10

Bacia 3 23,90 31,40 40,10 47,30

Bacia 4 18,30 22,90 27,10 31,00

Bacia 5 21,10 27,10 33,50 39,00


182

5.4.1.2.2. Drenagem Superficial e Microbacias

De acordo com as Instruções para Elaboração de Projetos de Drenagem da


SUDECAP, as descargas máximas para sub-bacias ou Áreas de Contribuição Direta
são determinadas utilizando a seguinte expressão, estabelecida para aplicações do
Método Racional:

Q  C x i x A x 0 .00278

Onde:

Q - vazão de projeto, em m3/s

C – coeficiente de escoamento superficial.

i - representa a intensidade da precipitação que atua sobre a bacia e contribui para


formação da cheia de projeto, em mm/h.

A - é a área de contribuição da bacia hidrográfica, em ha, avaliada a partir do


levantamento topográfico.

O coeficiente de escoamento é determinado pela relação C = 0,67 x C2, onde C2 é o


Coeficiente Volumétrico determinado pelas características de ocupação do solo,
resumidos na Tabela 3.

As áreas de drenagem, necessárias para os cálculos das vazões de contribuição aos


dispositivos de drenagem, foram definidas com base no Projeto Geométrico da Avenida
Maracanã sobreposto à restituição aerofotogramétrica do município de Contagem, que
estão apresentadas no Volume 02 - Desenhos (Ver pranchas DRE-230 a DRE-232).
A Tabela 4 mostra a planilha de cálculo das vazões para as sub-bacias de drenagem
identificadas.
183

TABELA 3 – COEFICIENTE VOLUMÉTRICO (C2)


ZONEAMENTO URBANO CÓDIGO DA ZONA C2

Zona de Proteção Ambiental ZPAM 0,20-0,90


Zona de Proteção 1 ZP-1 0,30-0,50
Zona de Proteção 2 ZP-2 0,50
Zona de Proteção 3 ZP-3 0,60
Zona de Adensamento Restrito 1 ZAR-1 0,70
Zona de Adensamento Restrito 2 ZAR-2 0,75
Zona Adensada ZA 1,00
Zona de Adensamento Preferencial ZAP 0,80
Zona Hipercentro ZHIP 1,00
Zona Central ZC 1,00
Zona de Especial Interesse Social ZEIS 0,70
Zona de Grandes Equipamentos ZE 0,30-0,90
TABELA 4 – CÁLCULO DAS VAZÕES DAS MICROBACIAS
PLANILHA DE CÁLCULO DE VAZÕES
MICRODRENAGEM
CLIENTE: PREFEITURA MUNICIPAL DE CONTAGEM CONTA: DATA: 25/10/2017

LOCAL: AVENIDA MARACANÃ POSTO: BELO HORIZONTE DOC:

BACIAS LOCAL A L H tc (min) tc (min) C2 C I ( mm/h ) Q ( m3/s )

( km2 ) ( Km ) (m) calculado adotado 10 Anos 25 Anos 50 Anos 10 Anos 25 Anos 50 Anos

MB-01 Av. Abert Schwartezer (Lado Esq.) 0,150 0,800 51,00 9,69 10,00 0,80 0,54 194,48 220,85 243,64 4,34 4,93 5,44

MB-02 Rua Che Guevara 0,130 0,520 50,00 5,94 10,00 0,80 0,54 194,48 220,85 243,64 3,76 4,27 4,72

MB-03 Rua Presidente Tancredo Neves 0,030 0,250 25,00 3,33 10,00 0,80 0,54 194,48 220,85 243,64 0,87 0,99 1,09

MB-04 Talvegue Natural 0,270 0,600 46,00 7,24 10,00 0,80 0,54 194,48 220,85 243,64 7,82 8,88 9,79

MB-05 Talvegue Natural 0,080 0,400 41,00 4,74 10,00 0,80 0,54 194,48 220,85 243,64 2,32 2,63 2,90

MB-06 Talvegue Natural 0,050 0,350 23,00 5,07 10,00 0,80 0,54 194,48 220,85 243,64 1,45 1,64 1,81
Via Manoel Jacinto Junior (Lado
MB-07 0,050 0,700 43,00 8,87 10,00 0,80 0,54 194,48 220,85 243,64 1,45 1,64 1,81
Esq.)
MB-08 Talvegue Natural 0,060 0,300 27,00 3,99 10,00 0,80 0,54 194,48 220,85 243,64 1,74 1,97 2,18

MB-09 Rua 1 0,030 0,250 36,00 2,89 10,00 0,80 0,54 194,48 220,85 243,64 0,87 0,99 1,09

MB-10 Rua Sem Nome 0,020 0,140 20,00 1,86 10,00 0,80 0,54 194,48 220,85 243,64 0,58 0,66 0,73

MB-11 Rua 5 0,070 0,360 48,00 3,95 10,00 0,80 0,54 194,48 220,85 243,64 2,03 2,30 2,54

MB-12 Rua 3 0,030 0,250 25,00 3,33 10,00 0,80 0,54 194,48 220,85 243,64 0,87 0,99 1,09

MB-13 Rua Dulce Geralda Diniz (Lado Esq.) 0,420 1,800 73,00 21,54 21,54 0,80 0,54 113,13 128,47 141,73 7,07 8,03 8,86

MB-14 Rua Felisberto Pinto Monteiro 0,110 0,700 35,00 9,60 10,00 0,80 0,54 194,48 220,85 243,64 3,19 3,62 3,99

MB-15 Av. Abert Schwartezer (Lado Dir.) 0,012 0,180 7,00 3,72 10,00 0,80 0,54 194,48 220,85 243,64 0,35 0,39 0,44

MB-16 Talvegue Natural 0,008 0,140 8,00 2,64 10,00 0,80 0,54 194,48 220,85 243,64 0,23 0,26 0,29

MB-17 Talvegue Natural 0,012 0,900 17,00 16,96 16,96 0,80 0,54 133,97 152,14 167,84 0,24 0,27 0,30

MB-18 Talvegue Natural 0,012 0,110 24,00 1,31 10,00 0,80 0,54 194,48 220,85 243,64 0,35 0,39 0,44

MB-19 Talvegue Natural 0,010 0,150 26,00 1,82 10,00 0,80 0,54 194,48 220,85 243,64 0,29 0,33 0,36

MB-20 Rua Sem Nome 0,007 0,180 19,00 2,53 10,00 0,90 0,60 194,48 220,85 243,64 0,23 0,26 0,29

MB-21 Talvegue Natural 0,030 0,160 21,00 2,13 10,00 0,90 0,60 194,48 220,85 243,64 0,98 1,11 1,22

MB-22 Talvegue Natural 0,050 0,380 33,00 4,85 10,00 0,90 0,60 194,48 220,85 243,64 1,63 1,85 2,04
185

TABELA 4 – CÁLCULO DAS VAZÕES DAS MICROBACIAS (Continuação)


PLANILHA DE CÁLCULO DE VAZÕES
MICRODRENAGEM
CLIENTE: PREFEITURA MUNICIPAL DE CONTAGEM CONTA: DATA: 25/10/2017

LOCAL: AVENIDA MARACANÃ POSTO: BELO HORIZONTE DOC:

BACIAS LOCAL A L H tc (min) tc (min) C2 C I ( mm/h ) Q ( m3/s )

( km2 ) ( Km ) (m) calculado adotado 10 Anos 25 Anos 50 Anos 10 Anos 25 Anos 50 Anos

MB-23 Via Manoel Jacinto Junior (Lado Dir.) 0.050 0.430 33.00 5.60 10.00 0.90 0.60 194.48 220.85 243.64 1.63 1.85 2.04

MB-24 Ramo de Interseção 0.220 0.500 33.00 6.66 10.00 0.90 0.60 194.48 220.85 243.64 7.17 8.14 8.98

MB-25 Talvegue Natural 0.070 0.400 55.00 4.23 10.00 0.90 0.60 194.48 220.85 243.64 2.28 2.59 2.86

MB-26 Talvegue Natural 0.040 0.360 65.00 3.51 10.00 0.90 0.60 194.48 220.85 243.64 1.30 1.48 1.63

MB-27 Talvegue Natural 0.023 0.220 36.00 2.50 10.00 0.90 0.60 194.48 220.85 243.64 0.75 0.85 0.94

MB-28 Talvegue Natural 0.031 0.230 36.00 2.63 10.00 0.90 0.60 194.48 220.85 243.64 1.01 1.15 1.27

MB-29 Talvegue Natural 0.027 0.260 31.00 3.21 10.00 0.90 0.60 194.48 220.85 243.64 0.88 1.00 1.10

MB-30 Rua 8 0.040 0.190 24.00 2.46 10.00 0.90 0.60 194.48 220.85 243.64 1.30 1.48 1.63

MB-31 Talvegue Natural 0.011 0.111 15.00 1.59 10.00 0.90 0.60 194.48 220.85 243.64 0.36 0.41 0.45

MB-32 Rua 9 0.030 0.220 35.00 2.52 10.00 0.90 0.60 194.48 220.85 243.64 0.98 1.11 1.22

MB-33 Rua Dulce Geralda Diniz (Lado Dir.) 0.035 0.170 32.00 1.94 10.00 0.90 0.60 194.48 220.85 243.64 1.14 1.29 1.43

MB-34 Talvegue Natural 0.034 0.160 29.00 1.88 10.00 0.90 0.60 194.48 220.85 243.64 1.11 1.26 1.39
186

5.4.2. Introdução

Obtidas as vazões máximas prováveis nos Estudos Hidrológicos, o Projeto de


Drenagem consistiu nos estudos hidráulicos definidores dos dispositivos que se
destinam à condução adequada das águas pluviais, de modo a não comprometer os
elementos do corpo das vias e ao mesmo tempo permitir o tráfego de veículos e
pedestres quando ocorrerem as precipitações. Basicamente o projeto constou da
implantação dos dispositivos de drenagem preconizados no caderno de encargos de
infraestrutura da SUDECAP.
5.4.3. Drenagem Superficial

A drenagem superficial tem como objetivo interceptar e captar, conduzindo ao


lançamento seguro, as águas provenientes de suas áreas adjacentes e aquelas que
precipitam sobre o corpo das vias, resguardando sua segurança e estabilidade, no que
se refere ao tráfego de veículos quanto de pedestres.

a) Sarjetas

O escoamento das águas pluviais que incidem sobre a pista de tráfego pode ser feito
com a utilização de sarjetas triangulares ou diretamente na pista junto ao meio fio.

Neste projeto foram indicadas as duas soluções, sendo que ao longo da Avenida
Maracanã foi adotado o escoamento junto ao meio fio e nos ramos da interseção com a
LGM-808 foram utilizadas sarjetas tipo B, conforme padrão Sudecap.

Isso foi feito considerando que para declividades baixas, como é o caso, com greides
da ordem de 0,045m/m, o comprimento crítico de escoamento na sarjeta em relação ao
escoamento no meio fio é muito próximo, não justificando o custo da implantação da
sarjeta. Para greides mais elevados, como ocorre na interseção, essa condição é
bastante favorável à utilização da sarjeta.

A sarjeta indicada no projeto da interseção é a tipo B, padrão SUDECAP, de seção


composta por parte da via e parte em concreto junto ao meio-fio, com 0,50m de largura
e 15% de declividade transversal.

Para o cálculo do escoamento tanto nas sarjetas quanto no meio fio foi empregada a
fórmula de Izzard:
187

Qs = 0,00175 x Y8/3 x Z x i1/2 / n

Onde:

Qs é a capacidade da sarjeta ,em l/s;

Y é a altura máxima da lâmina d’água na sarjeta junto ao meio-fio, em cm;

Z é o inverso da inclinação transversal da via;

i é a declividade longitudinal da via, em m/m;

n é o coeficiente de rugosidade de Manning (0,014 para concreto e 0,017 para asfalto).

O comprimento máximo de utilização da sarjeta foi determinado pela expressão:

L = Qs / qs

Onde:

L é o comprimento útil, em m;

Qs é a vazão máxima na sarjeta, em m/s;

qs é a vazão específica de contribuição da sarjeta, em l/s.m, determinada pela


expressão: q = C.I.A

Os parâmetros para o cálculo de q são os seguintes:

C é o coeficiente de escoamento igual a 1,00 para a pista e igual a 0,75 para


contribuição lateral;

I é a intensidade pluviométrica igual a 190,98mm/h, correspondente ao período de


recorrência (Tr) de 10 anos e ao tempo de concentração (tc) de 10 minutos.

Admitindo uma faixa de escoamento máxima de 1/3 da faixa de tráfego o escoamento


em meio fio permite implantar bocas de lobo com espaçamento em torno de 40,00
metros, para a declividade de 0,045m/m.

b) Valetas de Corte
188

A valeta de proteção de corte é o dispositivo aplicado no direcionamento das águas


pluviais, que escoam superficialmente pelo terreno natural e pelo talude de corte, com
a finalidade de reduzir processos erosivos nessas áreas. Foram indicadas no projeto
canaleta tipo padrão SUDECAP, conforme mostrado no croquis a seguir. Deve ser
utilizada canaleta de concreto, trapezoidal, com base de 0,40 m e altura de 0,60 m.

c) Dissipador de Energia

Os dissipadores de energia são dispositivos utilizados na dissipação da energia do


fluxo d’água, reduzindo consequentemente sua velocidade, quer no escoamento
através do dispositivo de drenagem, quer no deságue para o terreno natural. Serão
utilizados os dissipadores padrão DNITT aplicáveis às saídas de bueiros e descidas
d’água (DEB) e valetas de proteção de corte e sarjetas (DES), conforme resumido na
Tabela 5.
TABELA 5 – DISSIPADORES DE ENERGIA
IDENTIFICAÇÃO UTILIZAÇÃO DIMENSÕES

DEB-01/DEB02 Descidas d’água 0,75 x 2,00


DEB - 03 Saída de BSTCØ600mm 1,30m x 2,40m
DEB - 04 Saída de BSTCØ800mm 1,60m x 3,20m
DEB - 05 Saída de BSTCØ1.000mm 1,90m x 4,00m
DEB - 06 Saída de BSTCØ1.200mm 2,20m x 4,80m
DES - 04 Valeta de Proteção de Corte 1,50m x 2,00m

d) Bocas de Lobo

A boca de lobo define-se como uma caixa dotada de grelha, podendo ser combinada a
uma cantoneira, com finalidade de coletar águas superficiais e encaminhá-las aos
poços de visita, caixas de passagem ou coletoras e alas de saída.
189

As bocas de lobo foram previstas em pontos intermediários das sarjetas, quando do


final dos comprimentos críticos das mesmas, no cruzamento das vias e nos pontos
baixos dos greides.

Foram indicadas bocas de lobo simples e duplas, combinadas tipo B, padrão


SUDECAP.

A capacidade de engolimento de bocas de lobo constitui um fator de difícil


determinação, uma vez que ela depende da quantidade de detritos carreada pelas
enxurradas ou mesmo a limpeza das grelhas existentes. Tradicionalmente, o cuidado
no projeto das bocas de lobo se estabelece procurando-se não onerar
demasiadamente os sistemas coletores, utilizando-as normalmente onde as mesmas
são indispensáveis.

A capacidade de engolimento das bocas de lobo com rebaixo de 5cm com relação ao
fundo da sarjeta, foi determinada adotando-se o estudo elaborado pela Universidade de
John Hopkins - Baltimore U.S.A.

Conforme tal estudo relaciona-se:

Qo é a vazão na sarjeta, em l/s;

q3 é a vazão que, passando sobre a grade, ultrapassa a boca de lobo;

q2 é a vazão que passa fora da grade;

q1 é a vazão que passa entre a grade e a guia, não considerada por ser uma parcela
pequena.

O comprimento mínimo necessário para captar a água que passa sobre a grade é:
L0 = m V0 (y0/g)1/2

Onde:
m = 3,3 (grade com algumas barras transversais);
V0 é a velocidade na sarjeta, em m/s;
y0 é a lâmina na sarjeta, em m.
190

Se L (comprimento da boca de lobo) for menor que L0, nem toda a vazão que escoa
sobre a grade será engolida, havendo um excesso q3, ou seja:

Para se captar todo o caudal que passa fora da grade, o seu comprimento L deve ser
maior que L’, sendo:

L’ = 1,2 tg ’ V0 (y’/g)1/2

Se o comprimento L da boca de lobo for menor que L’, a vazão q2 que ultrapassa a
boca de lobo será determinada pela expressão:

q2 = 0,25 (L’ - L) y’ (gy’)1/2

Finalmente a vazão esgotada pela boca de lobo será calculada pela expressão:

Q = Q0 - (q2 + q3)

Com base nessa metodologia, temos a seguir as Tabelas 6 e 7 com as capacidades


de engolimento para o tipo de locação do dispositivo.
TABELA 6 – CAPACIDADE DAS BOCAS DE LOBO EM PONTO BAIXO DAS VIAS (l/s)
BL COM GRELHA BL COM CANTONEIRA
y
Ferro Fundido Concreto Ferro Fundido Concreto
(cm)
simples dupla simples dupla simples dupla simples dupla
5 26 52 27 53 16 32 17 33
10 74 148 75 151 46 91 47 95
11 85 170 87 174 53 105 55 109
16 149 299 153 305 65 130 65 130

TABELA 7 – CAPACIDADE DAS BOCAS DE LOBO NO GREIDE DA VIA (l/s)


BL COM GRELHA E CANTONEIRA
I
Meio Fio Sarjeta Tipo B
(mm)
BLsimples BLdupla BLsimples BLdupla
0,05 38,4 40,2 52,9 61,6
0,01 52,1 56,9 71,1 79,9
0,02 71,6 76,7 97,0 105,7
0,04 99,1 104,2 133,5 142,3
0,06 120,2 125,4 161,6 170,3
0,08 143,2 249,5 182,6
0,10 158,8 279,9 214,8
191

As bocas de lobo deverão ser implantadas com rebaixo, indicado no Caderno de


Encargos da Sudecap.

e) Caixa Coletora

A caixa coletora tem por objetivos principais: coletar as águas provenientes das
sarjetas; coletar as águas provenientes das áreas situadas a montante de transposição
de talvegues; coletar as águas provenientes das descidas d’água; permitir a inspeção
dos condutos que por elas passam e possibilitar mudanças de diâmetro, declividade e
direção de redes, ou ainda quando a um mesmo local concorre mais de uma rede.
Foram adotadas as caixas coletoras padrão Sudecap.

f) Poços de Visita

O poço de visita define-se por dispositivo auxiliar implantado nas redes tubulares de
águas pluviais, com a finalidade de possibilitar a interligação das bocas de lobo,
mudanças de direção, declividade e diâmetro de um trecho para outro e permitir a
inspeção e limpeza da tubulação, devendo ser instalado em pontos convenientes.

A Tabela 8 mostra os espaçamentos mínimos e máximos para localização dos poços


de visita.
TABELA 8 – ESPAÇAMENTO ENTRE POÇOS DE VISITA
DN ESPAÇAMENTO MÍNIMO ESPAÇAMENTO MÁXIMO
(mm) (m) (m)
600 60 100
800 60 100
1000 60 120
1200 60 150
1500 60 200

g) Caixas de Passagem

A caixa de passagem define-se por dispositivo auxiliar implantado nas redes tubulares
de águas pluviais, com a finalidade de possibilitar a interligação das bocas de lobo e as
mudanças de declividade das redes pluviais nos locais onde não for necessário a
instalação de poços de visita e ainda houver mudança de direção da rede tubular.

Foram indicadas no projeto as caixas de passagem tipo A, padrão SUDECAP.

h) Rede Tubular de Concreto


192

Os tubos a serem utilizados nas redes de águas pluviais serão de concreto pré-
moldados e armados classe PA-1. Para o escoamento seguro e satisfatório, o
dimensionamento hidráulico deve considerar o desempenho do bueiro com velocidade
de escoamento adequada, para evitar a ocorrência de velocidades erosivas, tanto no
terreno natural, como na própria tubulação. O dimensionamento hidráulico da rede
principal foi determinado pelas seguintes condições:

 Carga energética a montante, correspondente à elevação do nível d'água a uma


cota acima do fundo da seção, máxima de 80% da altura das seções;
 Declividade inferior àquela capaz de determinar velocidade acima da qual tem
início a instalação de processo erosivo nas paredes do tubo, sendo admitida
uma velocidade máxima de 8m/s para as redes tubulares de concreto;
 Declividade limite abaixo da qual haveria deposição de material sólido no fundo
dos dispositivos de condução e captação. Para determinação desta declividade
foi considerada a velocidade mínima de 0,75 m/s.

Observadas as condicionantes anteriores e com os resultados obtidos nos Estudos


Hidrológicos procedeu-se o dimensionamento das obras através da equação de
Manning associada à equação da Continuidade e de energia específica, traduzidas
pelas seguintes equações:

Q = A R2/3 I1/2 / n E= d +V2/2g e V=Q/A

Onde:

 Q é a capacidade de condução do conduto, em m³/s;

 n é o coeficiente de rugosidade de Manning;

 I é a declividade do conduto, em m/m;

 V é a velocidade média, em m/s;

 R é o raio hidráulico, onde R = A/p;

 p é o perímetro molhado, em m;

 A é a área molhada do condutor, em m²;


193

 E é a energia específica, em m;

 d é a lâmina d’água, em m;

  é o coeficiente da correção da velocidade =1,0.

Para as redes tubulares de concreto foi adotado n=0,014.

Com a descarga calculada nos Estudos Hidrológicos, determinou-se:

 As declividades mínimas e máximas a serem utilizadas nas redes e nos canais;


 Diâmetro da rede, obedecendo DN=800 mm como diâmetro mínimo adotado nas
redes principais e DN= 400 mm como diâmetro mínimo a ser adotado nas
ligações de bocas de lobo e caixas coletoras, considerando declividade
longitudinal de 2,0%.

i) - Galeria Celular de Concreto Armado

Para as bacias de drenagem cujas vazões extrapolam a capacidade das galerias


tubulares, foram indicadas galerias celulares, em concreto armado, sendo adotadas
as seções padronizadas pelo DER-MG.

A Tabela 9 mostra os resultados obtidos nos cálculos hidráulicos das galerias celulares
e tubulares em função das vazões de projeto
5.4.4. Apresentação dos Resultados

O Projeto de Drenagem está apresentado na sequência de desenhos DRE-233 a DRE-


245, em planta e perfis, no Volume 02 - Desenhos.
194

TABELA 9 – DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO


195

PISTA ESQUERDA

MB-01 Av. Abert Schwartezer (Lado Esq.) 4.93


Ø1.20 0.051 50.00
MB-02 Rua Che Guevara 4.70
Ø1.20 0.02 40.00
Rua Presidente Tancredo Neves (Rua
MB-03 0.99
G) Ø0.80 0.018 40.00
Talvegue Natural (Estaca 33+4.00 -
MB-04 8.88
Pista Esquerda) 1.50 x 1.50 0.02 40.00 35° - E
Talvegue Natural (Estaca 49+6.00 -
MB-05 2.63
Pista Esquerda) Ø1.00-PA3 0.015 25.00 11.8° - E
Talvegue Natural (Estaca 70 - Pista
MB-06 1.64
Esquerda) Ø800-PA3 0.02 25.00 17° - E
MB-07 Via Manoel Jacinto Junior (Lado Esq.) 1.64
Ø1.00 0.01 94.00
Talvegue Natural (Estaca 100+0.00 -
MB-08 1.97
Pista Esquerda) Ø1.00 0.035 36.00 13.7° - E
MB-09 Rua 1 0.99
Ø0.80 0.03 54.00
MB-10 Rua Sem Nome 1 0.66
Ø0.80 0.01 30.00
MB-11 Rua 5 2.30
Ø1.00 0.027 60.00
MB-12 Rua 3 0.99
Ø0.80 0.025 68.00
MB-13 Rua Dulce Geralda Diniz (Lado Esq.) 8.00
1.50 x 1.50 0.012 271.00
Talvegue Natural (Estaca 151+7.00-
BACIA 4 27.10
Pista esquerda) - BACIA 4 2.50 x 2.00 0.02 46.00 34.3° - E
MB-14 Rua Felisberto Pinto Monteiro 3.62
Ø1.20 0.02 73.00
Talvegue Natural (Estaca 185 - Pista
BACIA 5 33.50
Esquerda) - BACIA 5 2.50 x 2.50 0.02 86.00 34° - D
PISTA DIREITA

MB-15 Av. Abert Schwartezer (Lado Dir.) 0.44


Ø0.80 0.02 46.70
Talvegue Natural (Estaca 5 - Pista
MB-16 0.26
Direita) Ø0.80 0.037 33.00 17° - D
Talvegue Natural (Estaca 13+12.00 -
MB-17 0.27
Pista Direita) Ø0.80 0.027 30.00 0°
Talvegue Natural (Estaca 17 - Pista
MB-18 0.39
Direita) Ø0.80 0.02 26.00 0°
Talvegue Natural (Estaca 25+1.00 -
MB-19 0.33
Pista Direita) Ø0.80 0.02 23.80 14.5° - D
Rua Sem Nome-2 (Est. 32+0.00 -
MB-20 0.26
Pista Direita) Ø0.80 0.034 20.00
Talvegue Natural (Estaca 41+9.00 -
MB-21 1.37
Pista Direita) Ø0.80 0.02 24.00 0°
Talvegue Natural (Estaca 57+5.00 -
BACIA 2 24.90
Pista Direita) - BACIA 2 3.00 x 1.50 0.025 33.00 37° - D
Talvegue Natural (Estaca 68+16.80 -
MB-22 1.85
Pista Direita) Ø1.00 0.02 23.00 10° - D
MB-23 Via Manoel Jacinto Junior (Lado Dir.) 1.85
Ø1.00 0.022 74.00
Talvegue Natural (Estaca 76 - Pista
MB-24 8.14
Direita) 1.50 x 1.50 0.02 22.00 25° - D
Talvegue Natural (Estaca 82+10.00 -
MB-25 2.59
Pista Direita) Ø1.00 0.03 30.00 0°
Talvegue Natural (Estaca 93+12.00 -
MB-26 1.48
Pista Direita) Ø0.80 0.03 23.00 20° - D
Talvegue Natural (Estaca 96+8.00 -
MB-27 0.85
Pista Direita) Ø0.80 0.03 28.00 21° - D
Talvegue Natural (Estaca 102+0.00 -
MB-28 1.15
Pista Direita) Ø0.80 0.01 42.00 9° - D
Talvegue Natural (Estaca 106+0.00 -
MB-29 1.00
Pista Direita) Ø0.80 0.02 30.00 0°
MB-30 Rua Sem Nome 4 (Est 113+10.00) 1.48
Ø0.80 0.02 25.00
Talvegue Natural (Estaca 119+4.00 -
MB-31 0.41
Pista Direita) Ø0.80 0.01 33.00 19° - D
MB-32 Rua Sem Nome 5 (Est 128+0.00)-PD 1.11
Ø0.80 0.02 20.00 0°
MB-33 Rua Dulce Geralda Diniz (Lado Dir.) 1.29
Ø1.00 0.021 130.00
Talvegue Natural (Estaca 152+15.0 -
BACIA 3 40.10
Pista Direita) - BACIA 3 2x2.50 x 1.50 0.02 44.00 32° -D
Talvegue Natural (Estaca 198+8.00 -
MB-34 1.26
Pista Direita) Ø0.80 0.1 92.00 17°-E
196

5.5. PROJETO DE PAVIMENTAÇÃO


5.5.1 Introdução
O Projeto de Pavimentação foi desenvolvido com base no Projeto Geométrico, nos
Estudos Geotécnicos (estudos dos materiais do subleito) e nos Estudos de Tráfego,
visando à concepção e dimensionamento das estruturas de pavimento a serem
implantadas na obra de Conclusão da Avenida Carmelita Drumond Diniz (Av.
Maracanã).

5.5.2 Investigações Geotécnicas

Foram realizadas 72 (setenta e duas) coletas de amostras deformadas por meio de


sondagens a pá e picareta e/ou a trado, de forma a atender o programa de estudos
geotécnicos elaborado, envolvendo as pistas esquerda e direita da Av. Carmelita
Drumond Diniz (Av. Maracanã).

Nas sondagens efetuadas buscou-se classificar visualmente os materiais das camadas


do pavimento e do subleito. Também foram coletadas amostras dos solos do subleito,
sendo as mesmas submetidas a ensaios de caracterização física e mecânica.

Os resultados das sondagens e dos ensaios geotécnicos são apresentados no capítulo


dos Estudos Geotécnicos.

5.5.3 Tráfego Solicitante

Para a estimativa da solicitação de tráfego do pavimento, expressa pelo Número "N"


de solicitações do eixo simples padrão de rodas duplas de 8,2 t, foram adotadas as
orientações e critérios estabelecidos pela Prefeitura Municipal de São Paulo (IP-02 -
"Classificação das Vias").

Em tal instrução de projeto as vias urbanas são classificadas, para fins de


dimensionamento de pavimento, de acordo com o tráfego previsto, nos seguintes tipos:

 tráfego leve: ruas de características essencialmente residenciais, para as quais não


é previsto o tráfego de ônibus, podendo existir ocasionalmente passagens de
caminhões e ônibus em número não superior a 20 por dia, por faixa de tráfego,
caracterizado por um Número "N" típico de 105 para período de projeto de 10
anos;
197

 tráfego médio: ruas ou avenidas para as quais é prevista a passagem de


caminhões e ônibus em número de 21 a 100 por dia, por faixa de tráfego,
caracterizado por um Número "N" típico de 5 x 105 para período de projeto de 10
anos;

 tráfego médio pesado: ruas ou avenidas para as quais é prevista a passagem de


caminhões e ônibus em número de 101 a 300 por dia, por faixa de tráfego,
caracterizado por um Número "N" típico de 2 x 106 para período de projeto de 10
anos;

 tráfego pesado: ruas ou avenidas para as quais é prevista a passagem de


caminhões e ônibus em número de 301 a 1.000 por dia, por faixa de tráfego,
caracterizado por um Número "N" típico de 2 x 107 para período de projeto de 12
anos;

 tráfego muito pesado: ruas ou avenidas para as quais é prevista a passagem de


caminhões e ônibus em número de 1.001 a 2.000 por dia, por faixa de tráfego,
caracterizado por um Número "N" típico de 5 x 107 para período de projeto de 12
anos;

 faixa exclusiva de ônibus: vias paras as quais é prevista, quase que


exclusivamente, a passagem de ônibus e veículos comerciais (em número reduzido),
podendo ser classificadas em:

 faixa exclusiva de ônibus com volume médio: onde é prevista a passagem de


ônibus em número não superior a 500 por dia, na faixa "exclusiva" de tráfego,
caracterizado por um Número "N" típico de 107 para período de projeto de 12
anos;

 faixa exclusiva de ônibus com volume elevado: onde é prevista a passagem de


ônibus em número superior a 500 por dia, na faixa "exclusiva" de tráfego,
caracterizado por um Número "N" típico de 5 x 107 para período de projeto de
12 anos.

O quadro a seguir sintetiza os parâmetros adotados para a classificação das vias e


Número "N" típicos utilizados pela Prefeitura Municipal de São Paulo:
198

VMD INICIAL NA
PERÍODO FAIXA MAIS NÚMERO "N"
NÚMERO
FUNÇÃO TRÁFEGO DE CARREGADA CARACTERÍSTIC
"N"
PREDOMINANTE PREVISTO PROJETO O
Veículos Ônibus e (nota 1)
(ANOS) (ver nota 3)
Leves Caminhões
4
100 a 2,7 x 10 a 5
Via local residencial Leve 10 4 a 20 5 10
400 1,4 x 10
5
Via coletora 401 a 1,4 x 10 a 5
Médio 10 21 a 100 5 5 x 10
secundária 1.500 6,8 x 10
6
Meio 1.501 a 1,4 x 10 a 6
Via coletora principal 10 101 a 300 6 2 x 10
pesado 5.000 3,1 x 10
7
5.001 a 1,0 x 10 a 7
Via arterial Pesado 12 301 a 1.000 7 2 x 10
10.000 3,3 x 10
7
Via arterial principal Muito 1.001 a 3,3 x 10 a 7
12 > 10.000 7 5 x 10
ou expressa pesado 2.000 6,7 x 10
Volume 6 7
12  < 500 3 x 10 10 (nota 2)
Faixa exclusiva de médio
ônibus Volume 7 7
12  > 500 5 x 10 5 x 10
pesado
Notas: 1) Projeção do tráfego com taxa de crescimento geométrico correspondente a 5% ao ano.
2) Majorado em função do tráfego (excesso de frenagens e partidas).
3) Número "N" estimado com os fatores de veículos (FV) do USACE.

Para o presente projeto foi considerado o seguinte valor de Número "N":

 NUSACE = 5 x 107 (via arterial principal ou expressa, dotada de faixa exclusiva de


ônibus para operar com número superior a 500 ônibus por dia);

5.5.4 Concepção Da Estrutura Do Pavimento

Considerando-se a elevada solicitação de tráfego prevista, a estrutura do pavimento a


implantar foi concebida em revestimento asfáltico, empregando-se concreto
asfáltico com asfalto borracha AB-8 (ECOFLEX B/3G, da Greca Asfaltos, ou
equivalente), faixa "C" da especificação DNIT 112/2009 - ES - "Concreto Asfáltico com
Asfalto Borracha, Via Úmida, do Tipo "Terminal Blending"".

A prática indisponibilidade de minério de ferro na região para emprego nas camadas do


corpo (base e sub-base) do pavimento, associada à elevada solicitação de tráfego
prevista, sinalizou na direção da utilização de pavimento semi-rígido, com a
estabilização de materiais pétreos britados por adição de cimento para a
constituição de tais camadas, sendo:

 camada de base: brita graduada melhorada com cimento - BGMC, com mistura em
usina (cerca de 2% de cimento, em relação ao peso da mistura seca; cerca de 50 kg/m3) -
c  21 kgf/cm2 aos 7 (sete) dias de cura;
199

 camada de sub-base: brita graduada tratada com cimento - BGTC, com mistura em
usina (cerca de 4% de cimento, em relação ao peso da mistura seca; cerca de 100 kg/m3)
- c ≥ 45 kgf/cm2 aos 7 (sete) dias de cura.

Com relação à alternativa de se empregar materiais granulares do tipo brita graduada


simples e bica corrida nas camadas de base/sub-base do pavimento, a Consultora
pondera:

 não constitui alternativa técnica de boa qualidade para a solicitação de tráfego


prevista;

 tais materiais são ditos "encharcantes"; a umidade excessiva/presença de água no


corpo das estruturas de pavimento provoca efeitos nocivos ao seu desempenho sob
a ação do tráfego, conduzindo à gradual deterioração e rompimento das camadas,
especialmente da camada asfáltica;

 os materiais granulares (areias, pedregulhos e britas), empregados em construção


de bases e sub-bases, dada à pequena coesão, têm seus módulos resilientes muito
dependentes do estado de confinamento no ponto considerado da camada;

 devido a estas características de resiliência, os pavimentos com espessas camadas


granulares, ao distribuírem as tensões causadas pelas cargas das rodas dos
veículos, induzem tensões confinantes baixas e, consequentemente, deformações
resilientes grandes, ou seja, módulos elásticos pequenos. Em consequência, o
revestimento é demasiadamente solicitado à flexão e, portanto, nele se desenvolvem
tensões e deformações específicas de tração muito elevadas.

5.5.5 Dimensionamento Da Estrutura De Pavimento

O dimensionamento da estrutura de pavimento foi realizado considerando-se


basicamente:

 O Método de Dimensionamento de Pavimentos Flexíveis do DNER/DNIT no que diz


respeito:

 à espessura total equivalente de material granular, considerados o tráfego previsto


(Número "N"USACE) e a capacidade de suporte da fundação;
200

 como referência, a fixação da espessura mínima dos revestimentos betuminosos


para os casos de base de comportamento puramente granular, função do tráfego
previsto (Número "N"USACE)  para proteger a camada de base dos esforços
impostos pelo tráfego e para evitar a ruptura do próprio revestimento por esforços
repetidos de tração na flexão, admitindo-se uma redução em função da utilização
de ligante betuminoso modificado por polímero (asfalto borracha).

A espessura do revestimento betuminoso do tipo CBUQ com asfalto borracha foi


avaliada considerando-se a mesma equivalência entre o revestimento betuminoso
do tipo CBUQ com asfalto modificado por polímero e com cimento asfáltico
convencional estabelecida pela pesquisa desenvolvida pelo IPR, sendo:
HR
H CApol 

onde:

 HCApol = espessura de concreto asfáltico com asfalto modificado por polímero,


em cm;

 HR = espessura de concreto asfáltico com cimento asfáltico convencional, em


cm;

  = coeficiente de redução da espessura em função do tipo de subleito:

 = 1,29 para subleito com solo tipo I quanto à resiliência;

  = 1,26 para subleito com solo tipo II quanto à resiliência;

  = 1,21 para subleito com solo tipo III quanto à resiliência;

 Dimensionamento do pavimento com base nos conceitos da Teoria da Elasticidade


e da Mecânica dos Pavimentos, através da verificação das tensões e deformações
principais atuantes nas interfaces das camadas da estrutura sob a ação das cargas
do tráfego, consideradas as características resilientes dos materiais constituintes
das camadas do corpo e do revestimento do pavimento e, ainda, dos materiais do
subleito, avaliando-se principalmente:

 a deformação específica de tração na camada do revestimento betuminoso;


201

 a tensão de tração nas camadas de base e sub-base estabilizadas por adição


de cimento;

 a deformação específica e a tensão de compressão no subleito;

 Verificação do atendimento do Método de Dimensionamento de Pavimentos


Flexíveis do DNER/DNIT para a estrutura de pavimento definida no
dimensionamento com base na análise mecanística.
a) Conceituação Geral
O método atual de dimensionamento de pavimentos flexíveis do DNER/DNIT, baseado
no índice de suporte CBR, atende à limitação de deformações permanentes e de
tensões que podem provocar ruptura por cisalhamento dos solos da base, sub-base e
subleito. Entretanto, não considera as deformações elásticas ou resilientes
(recuperáveis) das várias camadas do pavimento e do subleito.

Dessa forma, pode acontecer que um pavimento, embora bem dimensionado para um
subleito de CBR conhecido, apresente deformações resilientes que solicitem em
demasia à flexão o revestimento; este, ao trincar, dá início ao processo de
desagregação, que é acelerado pela infiltração de água nas trincas e pela saturação
das camadas do pavimento. É o fenômeno da fadiga dos materiais que se manifesta
em revestimentos asfálticos.

Assim, a degradação estrutural dos pavimentos asfálticos está associada a dois fatores
principais:

 à deformação permanente, manifestada pela profundidade das trilhas de roda e pela


irregularidade do perfil longitudinal;

 à fadiga à flexão dos revestimentos asfálticos e de bases/sub-bases cimentadas,


manifestada pela ocorrência de trincas de classes 2 e 3.

Considerando o exposto acima, o dimensionamento do pavimento foi também efetuado


com base na Mecânica dos Pavimentos, conforme exposto adiante.
202

b) Número "N"

Conforme já abordado no item 5.5.3. Tráfego Solicitante dos Pavimentos, anterior, o


valor de Número "N" de repetições do eixo simples padrão de rodas duplas de 8,2 t
adotados correspondem a:

 NUSACE = 5,0 x 107;

c) Índice de Suporte Califórnia - ISC do Subleito

O ISC do subleito dos locais de implantação dos pavimentos novos foi avaliado com
base nas sondagens do pavimento/subleito realizadas ao longo das pistas direita e
esquerda que compõem o projeto de Conclusão da Avenida Carmelita Drumond Diniz
(Av. Maracanã). Sintetizam-se no quadro a seguir os resultados de ensaios
considerados.

(2)
NATUREZA DO ISC EXPANSÃO
LOCAL ESTACA (1)
MATERIAL (%) (%)
4 SCM 8 0,10
9 CSM 4 1,70
15 MSC 6 1,40
19 SCM 14 0,10
22 CSM 18 0,20
29 SMC 30 0,00
PISTA DIREITA
64 SCM 9 0,50
73 SMC 5 1,50
79 SCM 10 0,70
84 CSM 12 0,90
88 SCM 9 0,20
91 SMC 3 3,10
97 SCM 12 0,50
111 CSM 7 0,50
128 CSM 6 0,30
131+10,00 CSM 11 0,30
136 CSM 9 0,80
140 CSM 8 1,10

PISTA DIREITA 155 CSM 12 0,50


157+10,00 MSC 6 1,80
03 SCM 10 0,80
PISTA ESQUERDA 08 SCM 8 0,10
12 CSM 4 2,90
203

17 MSC 4 1,70
22 CSM 5 0,50
29 CSM 5 0,80
34 CSM 4 0,90
37 CSM 12 0,50
41 SMC 12 0,60
45 SMC 20 0,20
53 CSM 10 0,80
58 CSM 5 2,20
63 MSC 6 1,90
68 SCM 7 0,90
73 SCM 13 0,20
78 MSC 3 3,70
83 MSC 4 2,60
88 CSM 8 0,10
93 CSM 6 0,60
100 CSM 7 1,50
105 CSM 7 0,80
110 MSC 5 2,60
115 CSM 5 1,30
120 CSM 6 1,30
125 CSM 7 1,30
139 SCM 5 1,10
152 CSM 3 2,50
157 CSM 8 0,90
167 SMC 10 1,20
170 SMC 14 0,70
Notas: 1CSM: Argila areno-siltosa, SCM: Areia argilo-siltosa, MSC: Silte areno-argiloso, SMC: Areia silto-argilosa, SGC: Areia
argilosa com pedregulhos.
2 Condições ótimas de compactação, em laboratório, com a energia do Proctor normal.

Da análise dos resultados apresentados anteriormente, decidiu-se pela adoção de


ISproj. Igual a 7%, já que os valores iguais ou superiores a estes correspondem a
cerca de 60% das amostras ensaiadas.

Nos segmentos com terraplenagem em corte ou aterro com altura inferior a 0,60 m,
indica-se a substituição dos materiais do subleito que apresentam capacidade de
suporte inferior ao ISproj. adotado e/ou características expansivas (exp. ≥ 2,0%).
Listam-se no quadro a seguir os segmentos com previsão de substituição de material
do subleito.
204

ESPESSURA DE
SUBSTITUIÇÃO DO
LOCAL SEGMENTO (ENTRE ESTACAS)
MATERIAL DO
SUBLEITO (cm)

 Estaca 7 – Estaca 16
Av Carmelita Drumond Diniz (Av.  Estaca 71 + 10,00 – Estaca 73 + 10,00
60
Maracanã) – Pista Direita  Estaca 86 + 10,00 – Estaca 92
 Estaca 126 + 10,00 – Estaca 129 + 10,00
 Estaca 10 + 10,00 – Estaca 16 + 10,00
 Estaca 18 – Estaca 33
Av Carmelita Drumond Diniz (Av.  Estaca 56 + 10,00 – Estaca 64 + 10,00
 Estaca 76 + 10,00 – Estaca 84 + 10,00 60
Maracanã) – Pista Esquerda
 Estaca 91 + 10,00 – Estaca 94 + 10,00
 Estaca 108 + 10,00 – Estaca 143 + 10,00
 Estaca 150 + 10,00 – Estaca 153 + 10,00

d) Dimensionamento do Pavimento

d.1) Análise Mecanística

 Introdução

O dimensionamento do pavimento foi efetuado tomando-se inicialmente por base o


Método de Dimensionamento de Pavimentos Flexíveis do DNER/DNIT (Manual de
Pavimentação - DNIT, 2006).

Em uma 2ª etapa o dimensionamento das espessuras das camadas de base/sub-base,


bem como da espessura do revestimento betuminoso (CBUQ) do pavimento foi
realizado com base nos conceitos da Teoria da Elasticidade e da Mecânica dos
Pavimentos, através da verificação das tensões e deformações principais atuantes nas
interfaces das camadas da estrutura sob a ação das cargas do tráfego, consideradas
as características resilientes dos materiais constituintes das camadas do corpo e do
revestimento do pavimento e, ainda, dos materiais do subleito, avaliando-se
principalmente:

 a deformação específica de tração na camada do revestimento betuminoso  no


pavimento semi-rígido, com camada de base estabilizada por adição de cimento
(BGMC), o revestimento estaria submetido a tensões/deformações de compressão
ou tensões/deformações de tração baixas;
205

 a tensão de tração na camada de sub-base estabilizada por adição de cimento  no


pavimento semi-rígido, com camadas de base e sub-base estabilizadas por adição
de cimento (BGMC e BGTC), a camada crítica é a sub-base de BGTC;

 a deformação específica e a tensão de compressão no subleito.

Para o cálculo utilizou-se o programa computacional ELSYM-5, desenvolvido na


Universidade da Califórnia, em Berkeley; os resultados foram confrontados com
tensões e deformações máximas admissíveis, com base em estudos de fadiga
constantes da bibliografia técnica.

 Modelo Adotado

Para a avaliação das tensões, deformações e deslocamentos foram considerados os


parâmetros a seguir relacionados.

 Carga Atuante

Como carregamento atuante sobre o pavimento foi considerado o eixo padrão


rodoviário (eixo simples de rodas duplas) com 8,2 t de carga, representado por quatro
cargas circulares de 2,05 t cada, com uma pressão de contato pneu-pavimento de 5,63
kgf/cm² (80 psi), resultando em um círculo carregado com raio de 10,77 cm.

 Módulos Resilientes dos Materiais

Foram considerados os seguintes valores para os módulos resilientes dos materiais


constituintes das camadas do pavimento:

 revestimento (CBUQ): MR = 30.000 kgf/cm²;

 base (brita graduada melhorada com cimento - BGMC): MR = 30.000 kgf/cm²;

 sub-base (brita graduada tratada com cimento - BGTC): MR = 110.000 kgf/cm²;

 subleito: MR = 900 kgf/cm².

Tais valores de MR foram estimados a partir da experiência acumulada pela Consultora


na realização de retroanálises de estruturas semelhantes de pavimento por ela
206

projetados e supervisionados, cotejados com valores constantes da bibliografia técnica


disponível.

 Coeficientes de Poisson dos Materiais

Foram adotados os seguintes valores paras os coeficientes de Poisson dos materiais:

 revestimento (CBUQ):  = 0,30;

 base (brita graduada melhorada com cimento - BGMC):  = 0,25;

 sub-base (brita graduada tratada com cimento - BGTC):  = 0,25;

 subleito:  = 0,40.

 Definição das Estruturas a Estudar

Definiram-se as estruturas para análise das tensões e deformações atuantes no


pavimento, considerando-se como crítica a tensão de tração atuante na camada de
sub-base de BGTC (o revestimento estaria submetido à tensões/deformações de
compressão ou tensões/deformações de tração muito baixas), bem como a deformação
específica e a tensão de compressão no subleito.

Assim, foram verificadas tensões e deformações para diferentes estruturas de


pavimento, considerando a espessura mínima de revestimento para o número “N”
previsto (10 cm) e também uma espessura constante para a base de BGMC (12 cm).
Desse modo calcularam-se as tensões e deformações para diferentes espessuras de
sub-base.

 Cálculo das Tensões e Deformações

As tensões e deformações de maior importância geradas nas estruturas dos


pavimentos, quais sejam, as de tração na flexão na face inferior da camada do
revestimento betuminoso e da camada cimentada (sub-base), bem como as de
compressão no topo do subleito, foram calculadas com o auxílio do programa ELSYM-5
e confrontadas com as tensões e deformações máximas admissíveis, com base em
estudos de fadiga de misturas betuminosas, misturas cimentadas e solos constantes da
bibliografia técnica.
207

 Critérios de Fadiga

A avaliação do comportamento das misturas betuminosas foi feita cotejando-se as tensões e


deformações atuantes com o número de aplicações de carga necessário para levá-las à
ruptura, utilizando-se estudos do comportamento à fadiga de misturas betuminosas do
ASPHALT INSTITUTE. Research and development of the Asphalt Institute's Thickness
Design Manual (MS-1). 9. ed. Lexington (Kentucky). aug. 1982. (Research Report, 82-2).

Na estrutura do pavimento semi-rígido com camada de base constituída de BGMC e


sub-base de BGTC é crítica a tensão de tração atuante na camada de sub-base de
BGTC; tal tensão foi confrontada com valores de modelos de fadiga propostos por
BALBO, José Tadeu. Pavimentação asfáltica; materiais, projeto e restauração. São
Paulo: Oficina de Textos, 2007. p. 508-509.

Para a BGTC também foi observada a relação entre a tensão atuante e a resistência à
tração, que comanda a vida de fadiga da camada, de modo a se atender a relação:
tadm ≤ 0,50, onde:
r

 tadm = tensão de tração horizontal máxima admissível na face inferior da camada


cimentada;

 r = resistência à tração aos 28 dias de idade.

Para balizamento das deformações verticais de compressão no topo do subleito foram


adotados os critérios de fadiga definidos pelo Instituto do Asfalto.

As tensões verticais no subleito foram confrontadas ainda com a condição limite de


solicitação do subleito, de modo a evitar a ruptura plástica, conforme proposto por
Heukelom e Klomp (MEDINA, Jacques de. Mecânica dos pavimentos. Rio de Janeiro:
Editora UFRJ, 1997. p.297-298). A tensão normal vertical admissível no subleito é, em
primeira aproximação, proporcional ao módulo de deformação do subleito (E), além de
variar com o número de repetições de carga (Número "N").

 Resultados Obtidos

O quadro "Estruturas de Pavimentos Novos - Análise de Tensões, Deformações e


Deslocamentos - Pavimento Semi-rígido (Base de BGMC e Sub-base de BGTC), a
208

seguir apresentado, contém as estruturas analisadas e os resultados obtidos no estudo


das tensões e deformações atuantes nas interfaces das camadas, inclusive os
deslocamentos (cálculo da deflexão máxima na superfície do revestimento).
209

INSERIR QUADRO Estruturas de Pavimentos Novos - Análise de Tensões, Deformações e


Deslocamentos - Pavimento Semi-rígido (Base de BGMC e Sub-base de BGTC)
(1 formato A-4)
210

d.2) Estrutura de Pavimento Adotada - Constituição e Espessuras das Camadas

Com base nos resultados do dimensionamento do pavimento, a estrutura do pavimento


a implantar ficou assim definida:ESTRUTURA DE PAVIMENTO ADOTADA

Estrutura do Pavimento (cm)


Número Revest.
Local Base Sub-
"N"USACE CBUQ
(nota base Total
(nota
2) (nota 4)
1)
CONCLUSÃO DA AV.
CARMELITA DRUMOND
5,0 x 107 10 12 18 40
DINIZ (AV. MARACANÃ)
E RUAS ADJACENTES

Notas: 1. Revestimento em Concreto Betuminoso Usinado a Quente - CBUQ com asfalto


borracha
AB-8 (ECOFLEX B/3G, da Greca Asfaltos, ou equivalente), faixa "C" da especificação DNIT
112/2009 - ES - "Concreto Asfáltico com Asfalto Borracha, Via Úmida, do Tipo "Terminal
Blending"".

2. Base de brita graduada melhorada com cimento (BGMC): teor de cimento de cerca de
2% em relação ao peso da mistura seca ( 50 kg/m ) - c  21 kgf/cm aos 7 dias de
3 2

cura.

3. Sobre a camada de base estabilizada por adição de cimento (BGMC) será executada
camada inibidora/de bloqueio de trincas de retração constituída por micro revestimento
asfáltico a frio com emulsão asfáltica modificada por polímero (RC-1C-E), faixa III da
ISSA-143 (DNIT 035/2005-ES).

4. Sub-base de brita graduada tratada com cimento (BGTC): teor de cimento de cerca de
4% em relação ao peso da mistura seca ( 100 kg/m ) - c  45 kgf/cm aos 7 dias de
3 2

cura (resistência a tração por compressão diametral t  10 kgf/cm aos 28 dias de cura).
2

d.3) Verificação do Atendimento da Estrutura de Pavimento Adotada Segundo o


Método de Dimensionamento de Pavimentos do DNER/DNIT

Com base nos parâmetros de dimensionamento estabelecidos anteriormente (Números


"NUSACE" = 5,0 x 107 e ISproj. = 7%), ábaco do método de dimensionamento e a partir da
inequação:

n
 K n .E n  H (n 1) , onde:
1

 Kn = coeficiente estrutural do material da camada de ordem n, sendo:

 revestimento de concreto betuminoso: KR = 2,00;


211

 camada granular estabilizada por adição de cimento - base de BGMC (c  21


kgf/cm2 aos 7 (sete) dias de cura): KB = 1,20;
 camada granular estabilizada por adição de cimento - sub-base de BGTC (c  45
kgf/cm2 aos 7 (sete) dias de cura): KSB = 1,70;

 En = espessura da camada de ordem n;

 H(n+1) = espessura total do pavimento acima da camada de ordem (n+1), calculada


em função do Número N e do ISC da camada de ordem (n+1);

Para número “N” = 5 x 107 e ISCproj. = 7% o Hn deverá ser ≥ 57.

Constata-se que a estrutura de pavimento dimensionada/indicada com base na


análise de tensões e deformações - atende plenamente ao método oficial do
DNIT/DNER:

Hn = 10 x 2 + 12 x 1,2 + 18 x 1,7 = 67 cm > 57 cm

5.5.6 Pavimentos Novos das Ciclovias

O Projeto Geométrico da via contempla a implantação de ciclovia na Avenida Carmelita


Drumond Diniz (Av. Maracanã).

O posicionamento da ciclovia em planta/seção transversal indica que a mesma será


implantada com largura de 3,00 m.

É prevista a implantação da estrutura de pavimento da ciclovia empregando-se os


seguintes materiais, conforme sintetizado a seguir:

 CBUQ convencional - espessura 3,0 cm;


 Imprimação – CM -30;
 Pintura de Ligação – RR-1C.
 Base de Brita Bica Corrida – 10,0 cm
212

5.5.7 Sistema De Drenagem Subsuperficial Do Pavimento

Visando preservar o desempenho/comportamento da estrutura do pavimento, com


camadas de base e sub-base constituídas de pavimento BGMC + BGTC, é prevista a
implantação de drenos subsuperficiais nos bordos mais baixos das pistas, conforme
indicações constantes do projeto (desenho no VU-PR147/14-DE-06-206-A), com a
finalidade de captar as águas infiltradas na superfície do pavimento e percoladas nas
camadas de base e sub-base.

Os drenos serão do tipo subsuperficiais, constituindo-se em valas drenantes de


dimensões 0,40 x 0,40m, revestidas por manta geotêxtil não tecida com gramatura
mínima de 200g/m², preenchidas com 50% de brita 2 + 50% brita 3, de gnaisse,
dotadas de tubo dreno flexível de PEAD, espiralado,  65 mm.

Os drenos deverão ser descarregados em dispositivos do sistema de drenagem


superficial das pistas (bocas de lobo, caixas coletoras, caixas de passagem, etc.).
213

5.5.8 Especificações Básicas De Materiais E Serviços

5.5.8.1Revestimento

O revestimento será do tipo Concreto Betuminoso Usinado a Quente - CBUQ com


asfalto borracha, faixa "C" da especificação DNIT 112/2009 - ES - "Concreto Asfáltico
com Asfalto Borracha, Via Úmida, do Tipo "Terminal Blending"", empregando-se asfalto
borracha AB-8 (ECOFLEX B/3G, da Greca Asfaltos, ou equivalente).

O CBUQ deverá ser cuidadosamente dosado para que se obtenha uma massa estável.

Recomenda-se que todo o agregado graúdo da camada de rolamento seja constituído

de brita de gnaisse e que o material de enchimento ("filler") empregado seja cal

hidratada. Além disso, recomenda-se o emprego de, no máximo, 15% de areia na

composição granulométrica da massa.

Ressalta-se que a mistura betuminosa deverá ser dosada como camada de rolamento
em toda sua espessura, porém, a restrição ao uso de agregados graúdos de calcário,
se aplica somente à camada superior do revestimento.

Como fonte de fornecimento da massa asfáltica foi considerada a Usina EMPROL, que
se localiza na Rodovia BR-040 (km 523), em Contagem/MG.

Todos os serviços deverão seguir a especificação DNIT 112/2009-ES - "Concreto


Asfáltico com Asfalto Borracha, Via Úmida, do Tipo "Terminal Blending"".

5.5.8.2 Revestimento

O revestimento da ciclovia será executado em Concreto Asfáltico Usinado a Quente. A


graduação da composição dos agregados deverá enquadrar na faixa granulométrica
"C", atendendo a especificação de serviço do DNIT 031/2006 - ES.

O ligante betuminoso utilizado deverá ser o CAP-50/70.


214

5.5.8. Pintura De Ligação E Pintura De Cura Das Camadas De Base E Sub-Base


Estabilizadas Por Adição De Cimento

A pintura de ligação e a pintura de cura das camadas estabilizadas por adição de


cimento (base de brita graduada melhorada com cimento - BGMC e sub-base de brita
graduada tratada com cimento - BGTC) deverão empregar como material betuminoso
emulsão asfáltica tipo RR-1C, aplicada a uma taxa de cerca de 0,3 a 0,4 l/m 2 de ligante
betuminoso residual; a taxa de aplicação da emulsão diluída em água deverá ser de
cerca de 1,0 l/m².

Deverá ser confirmada, junto ao Fabricante/Fornecedor, o pH da emulsão asfáltica a ser


utilizada na pintura de cura das camadas de base e sub-base estabilizadas por adição de
cimento, que não deverá ser inferior a 4,5.

Todos os serviços deverão seguir a especificação DNIT 145/2010-ES - "Pintura de


Ligação com Ligante Asfáltico Convencional".

5.5.8.4 Pintura de Ligação

A pintura de ligação deverá empregar como material betuminoso emulsão asfáltica tipo
RR-1C, diluída em água na proporção de 1:1. A taxa de aplicação da emulsão diluída
deverá ser da ordem de 0,5 l/m². Atendendo a especificação de serviço do DNIT
145/2012-ES.

5.5.8.5 Imprimação

A imprimação da base deverá ser executada empregando-se asfalto diluído tipo CM-
30, aplicado a uma taxa de cerca de 1,2 l/m2. Deverá atender a especificação de
serviço DNIT 144/2012-ES – Imprimação.

5.5.8.6 Camadas De Base E Sub-Base Estabilizadas Por Adição De Cimento

As camadas de base e sub-base serão constituídas, conforme indicações constantes do


projeto, de brita graduada estabilizada por adição de cimento, com mistura em usina,
empregando-se brita graduada com composição granulométrica enquadrada na faixa "C"
da especificação DNIT 141/2010-ES - "Base Estabilizada Granulometricamente".
215

Para a camada de sub-base, a dosagem da mistura brita graduada + cimento, para


composição da brita graduada tratada com cimento – BGTC, deverá ser realizada
observando-se que:
 o teor de cimento a ser incorporado deverá ser fixado em função da resistência à
compressão simples da mistura aos 7 (sete) dias de cura, sendo estimado em cerca
de 4%, em relação ao peso da mistura seca ( 100 kg/m³);

 a resistência à compressão simples (c), medida de acordo com o Método DNER-


ME 201/94, com corpos-de-prova moldados com a energia de compactação do
Proctor modificado
(DNER-ME 129/94; Método "C"), deverá ser superior a 45 kgf/cm2, aos 7 (sete) dias
de cura.

 Resistência à tração por compressão diametral (t), superior a 10 fck/cm², aos 28


dias de cura.

Para a camada de base, a mistura brita graduada + cimento, para composição da brita
graduada melhorada com cimento – BGMC, deverá ser realizada observando-se que:

 estima-se um teor de cimento de cerca de 2%, em relação ao peso da mistura seca


( 50 kg/m³);

 como referência, a resistência à compressão simples (c), medida de acordo com o


Método DNER-ME 201/94, com corpos-de-prova moldados com a energia de
compactação do Proctor modificado (DNER-ME 129/94; Método "C"), deverá ser da
ordem de 21 kgf/cm2, aos 7 (sete) dias de cura.

As camadas de sub-base de brita graduada tratada com cimento (BGTC) e de base de


brita graduada melhorada com cimento (BGMC) deverão ser compactadas com a
energia de referência do Proctor modificado.

Como fonte de fornecimento da mistura usinada de agregado pétreo britado (gnaisse) +


cimento foi considerada a Pedreira Martins Lana, que se localiza na Fazenda Rancho
Novo - Bairro Praia, em Contagem/MG, com acesso pela LMG-808/MG-432/Estrada
Vereador José Ferreira.
216

Todos os serviços deverão seguir a especificação ET-DE-P00/009 - "Sub-base ou Base


de Brita Graduada Tratada com Cimento - BGTC", do DER/SP.

5.5.8.7 Camada de Base e Sub-Base

As camadas de base e sub-base serão do tipo estabilizada granulometricamente,


empregando-se brita bica corrida, devendo ser compactadas com a energia de
referência do Proctor modificado.

5.5.8.8 Medida/Camada Inibidora/De Bloqueio De Trincas De Retração Das Camadas


Estabilizadas Por Adição De Cimento

A camada inibidora/de bloqueio de trincas de retração das camadas de base e sub-base


estabilizadas por adição de cimento será constituída de micro revestimento asfáltico a
frio com emulsão asfáltica modificada por polímero, com adição de cal (material de
enchimento/"filler"), faixa III da ISSA-143 (DNIT 035/2005-ES), empregando-se emulsão
asfáltica modificada por polímero elastomérico, tipo RC-1C-E.

Como fonte de fornecimento da mistura de agregado pétreo britado, de gnaisse (mistura


usinada), foi considerada a Pedreira Martins Lana, que se localiza na Fazenda Rancho
Novo - Bairro Praia, em Contagem/MG, com acesso pela LMG-808/MG-432/Estrada
Vereador José Ferreira.

Todos os serviços deverão seguir a especificação DNIT 035/2005-ES - "Micro


Revestimento Asfáltico a Frio Com Emulsão Modificada por Polímero".
217

5.5.8.9 Regularização Do Subleito

Os materiais constituintes do subleito deverão apresentar ISC igual ou superior a 7% e,


ainda, expansão < 2%.

O subleito deverá ser regularizado e compactado com a energia de referência do Proctor


normal; o desvio de umidade em relação à ótima deverá situar-se entre -2% e +1,0%.

Todos os serviços deverão seguir a especificação DNIT 137/2010-ES - "Regularização


do Subleito".
5.5.9 Detalhamento Do Projeto

O detalhamento do Projeto de Pavimentação é apresentado no Volume 02 - Desenhos,


por meio dos seguintes desenhos:

 VU-PR147/14-DE-06-201-0 – Croqui de Localização da Pedreira;

 VU-PR147/14-DE-06-202-0 – Croqui de Localização da Usina;

 VU-PR147/14-DE-06-203-0 – Croqui de Localização do Bota-Fora;

 VU-PR147/14-DE-06-204-0 – Planta Geral de Pavimentação;

 VU-PR147/14-DE-06-205-0 – Linear de Ocorrências;


VU-PR147/14-DE-06-206-0 – Seções tipo e Detalhe da Estrutura de
Pavimento.
218

5.6. PROJETO ESTRUTURAL

5.6.1 Retorno 01

O sistema estrutural adotado para a superestrutura do Retorno 01 sobre o canal da Av.


Maracanã foi a adoção de estrutura pré-moldada protendida pela agilidade de execução
e a não utilização de escoramentos.

O tabuleiro possui 12,0m de largura para as pistas com passeios nas duas laterais com
1,5 m. O comprimento da viga premoldada é de 25,9m e a laje de aproximação de 4,0m.

A estrutura é constituída de 6 vigas premoldadas de 1,50m de altura e espaçadas de


2,8m.

O tabuleiro é constituído de pré-lajes premoldadas de 6,0cm e complementadas com


concretagem in loco.

Guarda corpo nas laterais com placas premoldadas de 1,05 m de altura de proteção.

Fundação com 12 estacas raiz por encontro sendo que:

a-encontro 1 - estacas com Ø410 mm e comprimento estimado de 10,0m.

b-encontro 2 - com estacas Ø 310 mm e comprimento estimado de 5,0m em rocha e Ø


410mm e comprimento estimado de 2,0m em solo.

Pavimento de 6cm sobre a laje do tabuleiro.

5.6.2 Retorno 02

O sistema estrutural adotado para a superestrutura do Retorno 2 sobre o canal da Av.


Maracanã foi a adoção de estrutura pré-moldada protendida pela agilidade de execução
e a não utilização de escoramentos.

O tabuleiro possui 12,0m de largura para as pistas com passeios nas duas laterais com
1,5m. Comprimento da viga premoldade é de 25,9m e a laje de aproximação de 4,0m.

A estrutura é constituída de 6 vigas premoldadas de 1,50m de altura e espaçadas de


2,8m.
219

O tabuleiro é constituído de pré-lajes premoldadas de 6,0cm e complementadas com


concretagem in loco.

Guarda corpo nas laterais com placas premoldadas de 1,05m de altura de proteção.

Fundação com 12 estacas raiz por encontro sendo que:

a - encontro 1 - estacas com Ø410mm e comprimento estimado de 9,0m.

b - encontro 2 - estacas Ø 410mm e comprimento estimado de 17,0m

Pavimento de 6,0cm sobre a laje do tabuleiro

5.6.3 Retorno 04

O sistema estrutural adotado para a superestrutura do Retorno 4 sobre o canal da Av.


Maracanã foi a adoção de estrutura premoldada protendida pela agilidade de execução e
a não utilização de escoramentos.

O tabuleiro possui 12,0m de largura para as pistas com passeios nas duas laterais com
1,5m. Comprimento da viga premoldade é de 25,9m e a laje de aproximação de 4,0m.

A estrutura é constituída de 6 vigas premoldadas de 1,50m de altura e espaçadas de


2,8m.

O tabuleiro é constituído de pré-lajes premoldadas de 6,0cm e complementadas com


concretagem in loco.

Guarda corpo nas laterais com placas premoldadas de 1,05m de altura de proteção.

Fundação com 12 estacas hélices continuas por encontro sendo que:

a - encontro 1 - estacas com Ø500mm e comprimento estimado de 12,3m.

b - encontro 2 - estacas Ø 500mm e comprimento estimado de 14,5m

Pavimento de 6,0cm sobre a laje do tabuleiro.


220

5.6.4 Retorno 05

O sistema estrutural adotado para a superestrutura do Retorno 5 sobre o canal da Av.


Maracanã foi a adoção de estrutura premoldada protendida pela agilidade de execução e
a não utilização de escoramentos.

O tabuleiro possui 12,0m de largura para as pistas com passeios nas duas laterais com
1,5,0m. Comprimento da viga premoldade é de 25,9m e a laje de aproximação de 4,0m.

A estrutura é constituída de 6 vigas premoldadas de 1,5m de altura e espaçadas de


2,8m.

O tabuleiro é constituído de pré-lajes premoldadas de 6,0cm e complementadas com


concretagem in loco.

Guarda corpo nas laterais com placas premoldadas de 1,05m de altura de proteção.

Fundação com 12 estacas hélices continuas por encontro sendo que:

a - encontro 1 - estacas com Ø 500mm e comprimento estimado de 13,5m.

b - encontro 2 - estacas Ø 500mm e comprimento estimado de 13,0m.

Pavimento de 6cm sobre a laje do tabuleiro.

5.6.5 Viaduto LMG 808

A concepção estrutural da superestrutura do viaduto sobre a LMG808, foi feita


adotando-se como premissa a não interdição da rodovia durante a execução, com
escoramentos.

Conforme definição da geometria teremos dois tabuleiros com um vão de 2,20m entre
eles. Um tabuleiro com vão de 9,00m de largura e 40,00m de comprimento com duas
pistas de rolamento. O segundo tabuleiro possui 11,67m de largura e 40,00m de
comprimento com duas pistas de rolamento e passeio.

A estrutura é constituída de vigas premoldadas protendidas com altura de 2,00m e


distancia ente elas em torno de 2,57m. Um tabuleiro projetado com 4 vigas premoldadas
protendidas e o segundo onde teremos o passeio com 5 vigas premoldadas protendidas.
221

Foram adotadas pré lajes e lajes de concreto armado moldadas in loco.

A fundação projetada em estacas hélices continuas com diâmetros de 500mm e


comprimentos médio de 20m, conforme analise das sondagens.

Para dimensionamento estrutural foi utilizado, conforme norma, trem tipo para 45t.
222

5.7 PROJETO DE SINALIZAÇÃO E OBRAS COMPLEMENTARES (PASSEIO E NEW


JERSEY)

5.7.1 Introdução

O Projeto de Sinalização obedeceu às determinações do Código de Trânsito Brasileiro,


Anexo II – Revisão – Resolução n.º 160/04 do CONTRAN; RT-01.12 Caderno de
Sinalização Viária Horizontal – VOLUME I – Sinalização Vertical de Regulamentação
(Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito) 2005; VOLUME II – Sinalização Vertical
de Advertência (Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito) 2007; VOLUME III –
Sinalização Vertical de Indicação (Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito) 2014;
VOLUME IV – Sinalização Horizontal (Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito)
2007.

Ele compreendeu a concepção e o detalhamento dos sistemas de sinalização horizontal


e vertical, complementados por dispositivos de segurança, de maneira a proporcionar ao
usuário um desempenho seguro no fluxo de tráfego.

Foi adotada como parâmetro de projeto a velocidade diretriz de 40 km/h.

A seguir apresentam-se os padrões e critérios adotados nos projetos de sinalização


horizontal, vertical e de dispositivos auxiliares, apresentados nos desenhos e notas de
serviço deste respectivo relatório.

5.7.2 Sinalização Horizontal

O Projeto de Sinalização Horizontal consistiu na determinação dos seguintes dispositivos


(pinturas a serem feitas no pavimento):
 Linhas de Divisão de Fluxos Opostos;
 Linhas de Divisão de Fluxos de Mesmo Sentido;
 Linhas de Proibido Mudar de Faixa;
 Linhas de Bordo;
 Linhas de Continuidade;
 Marcação de faixa exclusiva;
 Marcação de ciclofaixa ao longo da via;
 Linhas de Retenção;
223

 Linhas de Dê a Preferência;
 Faixa de travessia de pedestres;
 Marcação de cruzamentos rodocicloviários;
 Linha de Canalização;
 Zebrado;
 Marca delimitadora de estacionamento regulamentado;
 Setas;
 Símbolos e
 Legendas;

5.7.2.1 Linhas de Divisão de Fluxos de Mesmo Sentido - LMS

Utilizadas para separar faixas de tráfego de mesmo sentido, sendo usadas dos
seguintes modos:

 Linha simples tracejada na relação 1:3, ou seja, 4 m pintado e 12 m de


espaçamento;
 De cor branca;
 Largura = 0,15 m .

5.7.2.2 Linhas de Bordo - LBO

Utilizadas para indicar os limites entre a pista e os acostamentos/canteiros.

 Linha simples contínua;


 De cor branca;
 Largura = 0,15 m

5.7.2.3 Linhas de Continuidade – LCO

Utilizadas a partir dos “tapers” da interseção, no prolongamento das linhas de bordo,


para dar noção de continuidade de faixa de tráfego.

 Linha simples tracejada na relação 1:1, ou seja, 2 m pintado e 2 m de espaçamento;


 De cor branca;
 Largura = 0,15 m.
224

5.7.2.4 Linhas de Canalização

Utilizadas para balizar alterações de percurso em áreas de confluência ou divergência


do fluxo de tráfego (proximidade de nariz, alargamentos e estreitamentos de pista, e
ainda em aproximação de obstáculos, orientando os usuários quanto a trajetória a ser
seguida. Elas dão continuidade às linhas de eixo ou de bordo, delimitando áreas
normalmente não trafegáveis (áreas neutras) e que devem ser preenchidas por linhas
diagonais, formando as áreas zebradas.

 Linha simples contínua;


 De cor branca, nos dois sentidos convergentes ou nos dois sentidos divergentes de
tráfego;
 De cor amarela, nos sentidos convergentes/divergentes de tráfego;
 Largura = 0,15 m

5.7.2.5 Dispositivos de Canalização Permanente (Zebrados)

São utilizados nas bifurcações de fluxos, junto às ilhas e canteiros.


Nas ilhas e canteiros:
 Largura = 0,30 m e espaçamento de 0,80 m.
Nos alargamento de pista e acostamento nos canteiros:
 Largura = 0,40 m e espaçamento de 1,20 m.

5.7.2.6 Linhas de Dê a Preferência (LDP)

São as linhas transversais à via que indicam aos condutores que a preferência de
circulação está com os veículos da via onde se quer ter acesso.
Linha simples descontínua, com segmentos de 0,50 m de comprimento e intervalos de
igual tamanho.
De cor branca;
Largura = 0,30 m.

5.7.2.7 Símbolos

Foi utilizado o símbolo “Dê a Preferência” – SIP, distante, no mínimo 2 m da linha de


“Dê a Preferência”, para indicar a iminência de interseção com via cujo direito de
225

passagem é sempre prioritário em relação ao da via em que se está circulando,


acompanhada da placa de regulamentação R – 2 (Dê a Preferência).
De cor branca;
Comprimento = 6,00 m, conforme padrão determinado pelo CTB.

5.7.2.8 Setas

Utilizadas nas aproximações da interseção, nas saídas e nos ramos, ou seja, nos locais
onde houver mudança de faixa ou de direção.

 De cor branca;
 Com extensão de 7,50 m, conforme definido na Resolução 666/86, para
velocidades superiores a 60 km/h.

5.7.3 Sinalização Vertical

As chapas serão de aço zincado nº 16 em conformidade com a norma ABNT


NBR11904: 2005. O verso da placa será revestido com pintura eletrostática a pó
(poliéster) ou tinta esmalte sintético sem brilho na cor preta de secagem a 140º C, com
película tipo IA/ III.

Para as Placas de Sinalização modulada em solo, serão utilizadas chapas planas de


poliéster reforçado com fibra de vidro que deverão atender a norma ABNT NBR
13275:2006, com película IA/ III.

Nos Pórticos serão utilizadas chapas de alumínio com espessura de 2,0mm conforme
ABNT NBR 7823:2007 e NBR 7556:2006, com película III/ X.

Foram adotadas placas totalmente refletivas, as chapas terão a superfície que irá
receber a mensagem pintada na cor especificada do tipo de placa.

Os suportes serão de aço galvanizado em 60% das placas a serem implantadas e nos
outros 40% serão de polímero de materiais reciclados.

Pórticos e Semipórticos: Os materiais deverão seguir as especificações da NBR 14428


e NBR 14429 da ABNT.
226

A película refletiva deve ser resistente às intempéries, possuir grande angularidade de


maneira a proporcionar ao sinal as característica e forma, cor e legenda ou símbolos e
visibilidade sem alterações, tanto da luz diurna, como à noite sob luz refletida.

O Projeto de Sinalização Vertical consiste no posicionamento das placas de


regulamentação,
de advertência e de indicação ao longo da rodovia, colocadas normalmente à margem
direita da via, dela guardando uma distância segura, 1m após o acostamento.

As legendas e desenhos das placas de regulamentação e advertência são


padronizadas, suas dimensões são as do tipo II, ou seja, para velocidade > 60 km/h.

5.7.3.1 Placas de Regulamentação:

Triangular:
 Lado = 1,00 m
 Fundo na cor branca;
 Borda na cor vermelha;
 Altura = 1,20 m do solo.

5.7.3.2 Placas de Indicação:

As placas de indicação foram utilizadas para dar as informações necessárias ao


usuário nas aproximações das interseções e acessos. Seu dimensionamento,
posicionamento e padronização se basearam em:

 Altura = 1,20 m do solo;


 Altura das letras 0,250 m, Série E;
 As dimensões horizontais e verticais devem variar em múltiplos de 0,50 m;
 Suas cores são: fundo e orla externa verde, tarjas, orla interna e letras brancas;
 Suas cores são: fundo e orla externa azul, tarjas, orla interna e letras brancas;
 Largura da orla interna = varia em função da área da placa.
 Largura da orla externa = varia em função da área da placa.

5.7.3.3 Marcadores de Perigo

São unidades afixadas em suportes a serem implantados em obstáculos.


227

Serão nas cores amarelo refletivo e preto fosco, devendo ser posicionados de acordo
com o fluxo que contorna o obstáculo. Suas dimensões são 0,30 x 0,90 m.

5.7.3.4 Delineadores

Têm por finalidade demarcar os ramos externos de curvas acentuadas. Serão


instalados aos pares, em suportes independentes, direcionados ao fluxo e contrafluxo
de veículos. Serão instalados com afastamento de 1,20 m do bordo da pista e altura de
0,60 m.
 D=√R, onde:

 D = espaçamento entre eles;


 R = raio da curva

Dimensões de 0,50 x 0,60 m

Fundo na cor preta fosca, com seta na cor amarela, em película refletiva.
Distância entre os delineadores:

R (m) d (m)
50 7
80 9
100 10
120 11
150 12
180 13
200 14
250 16
300 17
R= Raio
d= Espaçamento

5.7.3.5 Defensas

Foram projetadas defensas singelas “semi-maleáveis”. Seu uso foi indicado nos aterros
com aspectos geométricos desfavoráveis como altura e declividade.
228

5.7.3.6 Tachas

Tachas Monodirecionais brancas com elemento refletivo em uma das faces


(0,100 m x 0,100 m x 0,019m), foram utilizadas nas linhas de bordo, em via de sentido
único de circulação e a cada intervalo de pintura nas LCO e LMS.
Deverão ser colocadas junto à linha de bordo, deslocadas para o lado externo em
cerca de 0,10m;
As tachas deverão ser implantadas a cada 8,00 m.
São utilizados nas Linhas de Canalização de áreas de narizes, separando faixas de
mesmo sentido, a cada um intervalo de pintura.
229

5.8 PROJETO ELÉTRICO E TELECOMUNICAÇÃO

5.8.1 Apresentação

Apresenta-se neste documento o memorial descritivo referente aos projetos executivos


elétrico de Rede de Distribuição Subterrânea (RDS) e de iluminação pública e de Rede
Subterrânea de Telecomunicações na Av. Carmelita Drumond Diniz (Av. Maracanã) na
cidade de Contagem/MG em uma extensão aproximada de 5Km, incluindo uma ciclovia
no canteiro central.

5.8.2 Objetivo

O projeto visa atender as modificações das redes de distribuição elétrica e de


telecomunicações existentes e expansão de novas redes para atender aos futuros
usuários da nova avenida em Contagem no bairro Parque Maracanã que ligará a via
LMG-808 e a Avenida Carmelita Drumond Diniz com aproximadamente cinco
quilômetros de extensão.

O projeto foi elaborado de acordo com as recomendações da PREFEITURA


MUNICIPAL DE CONTAGEM, as normas técnicas da CEMIG e da ABNT.

Como referências foram utilizadas as normas:

 NBR 5410 – Instalações elétricas de baixa tensão;

 NBR 15.715 - Sistemas de dutos corrugados de polietileno (PEAD) para infra-


estrutura de cabos de energia e telecomunicações;

 NBR 5101 – Iluminância pública;

 NBR 8837 – Iluminância esportiva;

 Normas Técnicas da CEMIG;

 NR-10 – Segurança das Instalações e Serviços em Eletricidade.


230

5.8.3 Concepção Geral

5.8.3.1 Intalações Elétricas

O projeto de rede de distribuição subterrânea (RDS) envolve a locação de poços,


caixas de inspeção e postes para iluminação viária, caminhamento e dimensionamento
de dutos e transformadores, dimensionamento dos circuitos.

As redes de energia existentes que cruzam a avenida nova foram ajustadas nesse
projeto visando o atendimento a futuros consumidores ao longo da via.

O projeto prevê a iluminação das pistas de rolamento nos dois sentidos da via,
calçadas e também da ciclovia.

Foram adotadas luminárias com tecnologia LED com potência indicada em projeto e
instalada em postes de aço galvanizado a fogo e engastado no solo conforme
desenhos.

Seguindo o objetivo de projetar um sistema de iluminação com implantação estética


agradável, o projeto foi elaborado considerando-se postes metálicos de 10 metros de
altura com luminárias tipo IP (iluminação pública) instaladas na ponta do braço curvo.

A disposição dos postes ao longo da avenida deverá ser bilateral (dos dois dados da
via), de forma intercalada. Com esta configuração consegue-se um espaçamento e
distribuição com quantidade menor de postes.

O cálculo luminotécnico para áreas externas foi definido conforme norma NBR 5101 da
ABNT, prevendo 10 lux para ciclovia e passeios e 30 lux para pistas de rolamento.

Para proteção individual dos circuitos foram especificados disjuntores termomagnéticos


instalados nos padrões de energia junto aos postes da rede de distribuição de energia
existente.

O acionamento automático da iluminação pública será por meio de relé fotoelétrico


individual instalado no corpo da luminária.
231

Os circuitos alimentadores da iluminação pública são constituídos por cabos com


isolamento 1kV lançados em eletrodutos de PEAD (polietileno de alta densidade)
embutidos em bancos de dutos no solo.

O dimensionamento dos condutores projetados foi baseado nos critérios de capacidade


de condução de corrente e de queda de tensão. Por se tratarem de circuitos
distribuídos em trechos longos, o critério de queda de tensão foi predominante em
relação ao de condução de corrente.

A busca pela queda de tensão mais reduzida em detrimento de um investimento


financeiro pouco superior na troca de um cabo de bitola inferior para um de bitola
imediatamente superior, além de aumentar a vida útil dos componentes elétricos do
sistema, também possibilita futura expansão do circuito, incluindo novas cargas que
podem partir até mesmo de seu ponto mais distante em relação ao respectivo disjuntor.

5.8.3.2 Suprimento de Energia

Em função da extensão da Avenida, foram projetados 16 padrões de energia em baixa


tensão para alimentação dos circuitos elétricos de iluminação instalados em postes nas
ruas adjacentes.

5.8.3.2 Instalações de Telecomunicações

A infraestrutura de telecomunicações é dotada por eletrodutos de PEAD (polietileno de


alta densidade) embutidos em bancos de dutos no solo compartilhado com a rede de
distribuição de energia subterrânea previsto no projeto de RDS e com distanciamentos
de segurança exigidos por norma.

5.8.4 Especificações Técnicas

5.8.4.1 Especificação Geral

Todos os componentes a serem utilizados nas instalações deverão obedecer às


prescrições das normas respectivas da ABNT. Os materiais para instalações de
telecomunicações (voz/dados) deverão obedecer também às normas UL e/ou CSA
232

As instalações elétricas deverão ser executadas de acordo com o projeto,


especificações técnicas e listas de materiais e em conformidade com as prescrições da
Norma NBR 5410 e NR-10 e demais normas vinculadas. Para quaisquer divergências a
empresa responsável pelo projeto deverá ser consultada.

As instalações de telecomunicações deverão ser executadas obedecendo ao projeto,


especificações técnicas e listas de materiais, em conformidade com as prescrições das
normas EIA/TIA 568-A e a norma brasileira NBR 14.565.

As instalações de entrada de telefonia e de energia deverão ser executadas conforme


concessionárias locais.

Não serão admitidas marcas diferentes para um mesmo tipo de material (Ex.: Os
condutores deverão ser de apenas um fabricante, os eletrodutos e acessórios deverão
ser de um mesmo fabricante, os disjuntores de um mesmo fabricante, etc.).

5.8.4.2 Eletroduto, Curvas e Luvas

Os eletrodutos deverão ser de PEAD, PVC e de aço galvanizado com bitolas indicadas
no projeto.

Os eletrodutos em PEAD (polietileno de alta densidade) deverão ser na cor preta, de


seção circular, com corrugação helicoidal, impermeável, para a passagem de cabos
enterrados a no mínimo 60cm de profundidade, diâmetro conforme indicação em
projeto. Para a infraestrutura de iluminação externa e de baixa tensão (BT) prever
inclinação mínima de 1% no sentido das caixas.

Os eletrodutos de PVC deverão ser do tipo rígido, pesado, não propagantes à chama
com rosca nas extremidades, fabricados e testados de acordo com as normas técnicas
da ABNT (NBR-15465) e fornecidos em peças no comprimento de 3000mm, na cor
preta e nos diâmetros indicados no projeto.

Os eletrodutos de aço carbono deverão ser com costura, com revestimento protetor e
rosca NBR 8133, conforme NBR 13057 para áreas internas e conforme NBR 5624 para
áreas externas, fornecidos em peças de 3000mm de comprimento, nos diâmetros
indicados no projeto.
233

Na colocação de eletrodutos embutidos nas paredes, o enchimento da alvenaria será


com argamassa. O trabalho de remendo na alvenaria, com argamassa deverá ser o
mais perfeito possível para se evitar rachaduras posteriores.

Onde houver necessidade de curvas ou grupos paralelos de eletrodutos, estes deverão


ser curvados de modo a formarem arcos concêntricos, mesmo que sejam de diâmetros
diferentes. O número máximo de curvas entre duas caixas deverá ser de duas.
Deverão ser obrigatoriamente usadas curvas pré-fabricadas em todas as mudanças de
direção.

Não será permitido aquecer os eletrodutos para facilitar seu curvamento, sendo que
este deverá ser executado ainda, sem enrugamento, amassaduras ou avarias no
revestimento. As emendas de eletrodutos deverão ser realizadas mediante luvas
apropriadas.

Os eletrodutos roscados no campo deverão ter rosca em concordância com as normas,


devendo permitir o roscamento de no mínimo 5 (cinco) fios de rosca. As roscas que
contiverem uma volta ou mais de fios cortados deverão ser rejeitadas, mesmo que a
falha não fique na faixa de aperto.

As seções externas deverão ser perpendiculares ao eixo longitudinal do eletroduto,


devendo ter a sua parte interna devidamente escarificada para remoção de rebarbas, a
fim de impedir danos aos condutores elétricos.

A conexão de eletrodutos rígidos às caixas não rosqueáveis, deverá ser por meio de
buchas e arruelas apropriadas. Não será permitido o uso de solda no caso dos
metálicos e de cola no caso dos de PVC.

Durante a sua instalação e antes da enfiação, os eletrodutos deverão ter as suas


extremidades fechadas a fim de evitar a entrada de corpos estranhos. Antes da
enfiação deverão ser instaladas, nas extremidades dos eletrodutos, buchas adequadas
a fim de evitar danos no isolamento dos condutores.

Onde houver possibilidade de infiltração de água ou condensação na montagem dos


lances horizontais de eletrodutos, dever-se-á dar o caimento mínimo nos mesmos, a
fim de evitar acúmulo de umidade ou água no seu interior. Não deve haver pontos altos
ou baixos que provoquem o acúmulo de água nos dutos.
234

Em cada eletroduto vazio (reserva) deverá ser colocado um fio-guia de arame


galvanizado número 14 BWG, ou similar, para facilitar a enfiação.

Os eletrodutos embutidos, ao sobressaírem de pisos, tetos e paredes, não deverão ser


rosqueados a menos de 15cm da superfície, de modo a permitirem o eventual futuro
corte e rosqueamento.

As buchas e arruelas deverão ser fabricadas em liga de alumínio, ter o mesmo tipo de
rosca dos eletrodutos e serem fornecidas nos diâmetros indicados nas listas de
materiais.

As curvas para eletrodutos deverão ser pré-fabricadas, com os mesmos materiais dos
eletrodutos, possuírem roscas nas extremidades e serem fornecidas com ângulos de
90 graus ou 45 graus, conforme solicitação.

As luvas deverão ser fabricadas com os mesmos materiais dos eletrodutos, possuir
rosca interna total e fornecidas nos diâmetros indicados nas listas de materiais.

As braçadeiras para eletrodutos deverão ser fabricadas em chapa de aço galvanizada,


tipo “D” com cunha, nas espessuras mínimas recomendadas pelos fabricantes de maior
conceito no mercado, devendo esta espessura variar em função dos diâmetros dos
eletrodutos, conforme especificação na lista de materiais.

Todos os eletrodutos aparentes deverão ser de aço carbono, já eletrodutos embutidos


nas paredes e pisos deverão ser de PVC rígido.

A fixação dos eletrodutos aparentes deverá ser executada conforme detalhes em


projetos com chumbadores, tirantes e braçadeiras tipo “D”.

5.8.4.3 Emendas e Terminações

Não serão permitidas emendas de cabos interior dos eletrodutos, sob hipótese alguma.

Deverão ser deixados, em todos os pontos de ligações, comprimentos adequados de


cabos para permitir as emendas que se tornarem necessárias.
235

As emendas em condutores isolados devem ser recobertas com isolação equivalente,


em propriedades de isolamento idênticas àquelas dos próprios condutores.

A terminação de condutores de baixa tensão deve ser feita através de terminais de


pressão ou compressão.

A aplicação correta do terminal ao condutor deverá ser feita de modo a não deixar à
mostra nenhum trecho de condutor nu, havendo, pois, um faceamento da isolação do
condutor com o terminal.

5.8.4.4 Acessórios

Os acessórios tais como parafusos, porcas, arruelas, chumbadores, buchas de


expansão de nylon e outros, deverão ser fabricados dentro das normas da ABNT,
internacionais ou de fabricantes idôneos.

5.8.4.5 Disjuntores

Todos os disjuntores deverão ser novos, com certificado do Inmetro e serem de um


único fabricante. Serão utilizados disjuntores padrão DIN 35mm.

Os disjuntores instalados nos quadros deverão obedecer aos padrões das Normas
Técnicas NBR-60898 e NBR-60947-2, com capacidade mínima de interrupção nominal
de curto-circuito de 5KA em 127/220V e 10KA em 220V. Serão disjuntores unipolares e
multipolares não assessoráveis.

5.8.4.6 Condutores Elétricos

Todos os condutores deverão ser novos, de um único fabricante.

Deverão ser fornecidos em rolos ou bobinas, conforme o caso, nas seções em


milímetros quadrados indicados, com certificação pelo Inmetro, com qualidade
certificada ISO-9001.

Deverão ser utilizados cabos flexíveis em cobre têmpera mole, classe de


encordoamento 5, tensão de isolamento 450/750V, isolação em termoplástico em dupla
camada não halogenado, 70ºC em serviço contínuo, 100ºC em sobrecarga e 160ºC em
curto-circuito, não propagante de fumaça e fogo, conforme NBR 13248.
236

Quando em instalações sujeitas à umidade ou quando especificados em projeto,


deverão ser utilizados cabos flexíveis em cobre têmpera mole, classe de
encordoamento 5, tensão de isolamento 0,6/1kV, isolação em composto termofixo em
dupla camada de borracha HEPR, 90ºC em serviço contínuo, 130ºC em sobrecarga e
250ºC em curto-circuito, não propagante de fumaça e fogo, conforme NBR 7286.

Quando os condutores forem instalados diretamente em condutos abertos ou sob o


piso elevado, sem tubulação, deverão ser instalados cabos flexíveis em cobre têmpera
mole, classe de encordoamento 5, tensão de isolamento 0,6/1kV, isolação em
composto termofixo em dupla camada de borracha HEPR, enchimento em composto
poliolefínico não halogenado e cobertura em composto termoplástico com base
poliolefínica não halogenada, 90ºC em serviço contínuo, 130ºC em sobrecarga e 250ºC
em curto-circuito, não propagante de fumaça e fogo, conforme NBR 13248.

Os condutores nus deverão ser de cobre, encordoamento classe 2, 7 fios, fornecidos


nas seções em milímetros quadrados indicados nas listas de materiais e fabricados
dentro das normas técnicas da ABNT ou normas internacionais.

Todo cabo encontrado danificado ou em desacordo com as normas e especificações,


deverá ser removido e substituído.

Todos os cabos deverão ser instalados de maneira que formem uma aparência limpa e
ordenada.

5.8.4.7 Transporte e Acondicionamento

Os cabos deverão ser desenrolados e cortados nos lances necessários, e previamente


verificados, efetuando-se uma medida real do trajeto e não por escala no desenho. O
transporte dos lances e a sua colocação deverão ser feitos sem arrastá-los, a fim de
não danificar a capa protetora ou de isolação, devendo ser observados os raios
mínimos de curvatura permissíveis.

Os cabos deverão ter as pontas vedadas para protegê-los contra a umidade durante o
armazenamento e a instalação.
237

5.8.4.8 Enfiação

Nenhum cabo deverá ser instalado até que a rede de eletrodutos que o protege esteja
completa e que todos os demais serviços de construção que possam danificá-lo
estejam concluídos.

O lubrificante para a enfiação, se necessário, deverá ser adequado à finalidade e ao


tipo de cobertura dos cabos, ou seja, de acordo com as recomendações dos
fabricantes dos mesmos.

5.8.4.8 Identificação dos Condutores

A identificação dos condutores será através da cor de seu isolamento:

Condutor terra elétrico: cor verde/amarelo ou verde;

Condutor neutro: cor azul claro;

Condutor fase R: cor branca;

Condutor fase S: cor preto;

Condutor fase T: cor vermelho;

Condutor retorno: cor amarelo.

É imprescindível a identificação dos cabos por meio de anilhas. As mesmas serão


fixadas nas duas extremidades dos cabos, nas caixas de passagem e terão o número
do circuito elétrico correspondente.

Os marcadores de cabos deverão ser construídos de material resistente ao ataque de


óleos, do tipo braçadeira, e com dimensões tais que eles não saiam do condutor
quando o mesmo for retirado de seu ponto terminal, no caso de instalação em
eletrodutos.

5.8.4.8 Luminárias

Todas as luminárias deverão ser novas e deverão ter suas carcaças aterradas.
238

A colocação de luminárias deverá ser feita utilizando-se método adequado, sem causar
danos mecânicos à luminária e seus acessórios e sem esforços excessivos, a fim de
que sua remoção em qualquer tempo possa ser feita sem dificuldade.

Uma vez fixadas às luminárias, deve-se verificar o seu alinhamento com as demais
e/ou postes, etc.

Para iluminação das pistas de rolamento, calçadas e ciclovia, deverão ser utilizadas
luminárias com tecnologia LED para iluminação pública, potências 53W e 105W, fluxo
luminoso 7885lm e 15770lm respectivamente, tensão de operação 202 a 245Vac,
60Hz, fator de potência 0,98, temperatura de cor 4000K a 5000K, com dispositivo de
fechamento (parafuso de aço inoxidável, imperdível, com cabeça recartilhada), fixação
da luminária em ponta de braço curvo, encaixe liso e fixação por parafusos de aço
galvanizado ø60mm, acabamento em pintura eletrostática, grau de proteção IP66, com
fotocélula no corpo da luminária,

5.8.4.9 Testes

Os testes deverão ser iniciados somente após a conclusão de todos os trabalhos de


construção, montagem e limpeza, inclusive pintura. Serão testes preliminares dos
equipamentos, ajustes e verificação dos sistemas de proteção.

Uma verificação geral e limpeza dos equipamentos (inclusive refletores das luminárias)
deverão ser feitos antes que sejam iniciados os testes de funcionamento.

Todos os testes deverão ser feitos na presença da FISCALIZAÇÃO.

Todos os barramentos e isoladores deverão ser verificados quanto à sua localização


correta, firmeza da conexão e alguma possível anormalidade.

A limpeza dos equipamentos deverá ser feita por meio de exaustor ou sopro de ar
comprimido isento de óleo.

Disjuntores, chaves, medidores, etc., deverão estar completamente limpos e secos,


bem conectados e com seus mecanismos de operação do fabricante. É importante que
todos os equipamentos sejam verificados minuciosa e individualmente.
239

5.8.4.10 Disjuntores

Os disjuntores de baixa tensão deverão ser testados na sua seqüência de abertura e


as conexões com o barramento verificadas, para averiguar a firmeza entre eles.

Depois de feitos os testes, o painel deverá ser energizado e os disjuntores e chaves


deverão ser operados com tensão, porém sem carga para teste. Deverá ser verificado
se são de um mesmo fabricante e se as Icc, In obedecem à especificação.

5.8.4.11 Cabos de Força e Controle

Executar os seguintes testes:


 Verificação dos terminais e ajustes das conexões, assegurando uma ligação
firme e segura;
 Identificação das fases nos terminais dos cabos de força em acordo com as
fases do sistema principal de alimentação e distribuição correta de conforme
projeto, garantindo um balanceamento de cargas nas fases;
 Verificar se o isolamento dos cabos não foi danificado durante a enfiação e se
está de acordo com o projeto.

5.8.4.12 Barramento de Baixa Tensão

Executar os seguintes testes:


 Inspeção das conexões, estado dos isoladores e garantia da firmeza das
conexões entre barramentos, cabos e disjuntores;
 Identificação das fases, neutro e terra e verificação da corrente nominal dos
barramentos se estão de acordo projeto.

5.8.4.13 Iluminação

Deverão ser feitas as seguintes verificações e testes antes da instalação ser entregue à
operação normal:

 Verificar se as ligações, nas caixas de derivação e nos pontos de luz, foram


executadas de acordo com as normas e o projeto;
 Verificar a existência de eventuais pontos quentes nas caixas de conexões
(derivação), quando a instalação entrar em serviço;
240

 Verificar se a montagem e instalação das luminárias estão de acordo projeto


(tipo de fixação no teto, aterramento, identificação do circuito, fixação e
especificação do reator...);
 Verificar índices de iluminação conforme normas e projeto.

5.8.4.14 Tomadas

Verificar:

 Conferir seqüência correta F-N-T e anilhamento dos circuitos;


 Localização e distribuição de acordo com o layout do projeto.

Somente após esta verificação é que deverão ser feitas as ligações aos equipamentos.

5.8.5 Observações Finais

Todos os tipos de materiais a serem adquiridos deverão ser apresentados à


fiscalização para aprovação.

O CONTRATANTE poderá exigir o certificado de conformidade do INMETRO, UL e


CSA dos materiais a serem instalados.

Caso houver alterações nos projetos, será exigido o “as built” (como construído). As
correções deverão ser providenciadas pela Contratada em mídia eletrônica (CD), em
AutoCad, atualizando os originais, que serão entregues pelo CONTRATANTE.

Os termos de garantia dos materiais deverão ser entregues à fiscalização juntamente


com a nota fiscal (ou cópia) de compra antes da última medição.

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