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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA

FACULDADE DE AGRICULTURA

CURSO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA AGRÍCOLA E ÁGUA RURAL

Monografia Científica

PROJECTO DE ESTRADA DE BAIXO VOLUME DE TRÁFEGO COM


DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

Autor: Hermenegildo José Matchai

Tutor: Fernando Brazão Tembe, MEng.

Lionde, Julho de 2021


INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA

PROJECTO DE ESTRADA DE BAIXO VOLUME DE TRÁFEGO COM DRENAGEM


SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

Autor: Hermenegildo José Matchai

Tutor: Fernando Brazão Tembe, MEng

Lionde, , Julho de 2021


Índice
I. INDICE DE TABELAS ..................................................................................................................... v
II. INDICE DE FIGURAS ................................................................................................................... vi
III. LISTA DE ABREVIATURAS...................................................................................................... vii
IV. LISTA DE SÍMBOLOS ............................................................................................................. viii
V. Agradecimentos ......................................................................................................................... xi
VI. RESUMO ................................................................................................................................ xii
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 1
1.2. Problema ..................................................................................................................................... 3
1.3. Justificativa.................................................................................................................................. 3
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................................................. 4
2.1. Topografia ................................................................................................................................... 4
2.1.1. Sistemas de Coordenadas ....................................................................................................... 4
2.2. Dimensionamento do pavimento ............................................................................................... 4
2.2.1. Compactação – Proctor Normal.............................................................................................. 4
2.2.2. Energias de compactação (EC) ................................................................................................ 5
2.2.3. Curva de compactação ............................................................................................................ 5
2.2.4. Índice de Suporte Califórnia (ISC/CBR) ................................................................................... 6
2.2.5. Granulometria ......................................................................................................................... 7
2.3. Drenagem Superficial [ABNT, NBR-9794] ................................................................................... 9
2.3.1. Superelevação das estradas .................................................................................................... 9
2.3.2. Sarjetas meio-fio ................................................................................................................... 10
2.3.3. Dimensionamento Hidráulico ............................................................................................... 11
2. Sarjetas de Protecção ................................................................................................................... 13
2.4. GESTÃO E MANUTENÇÃO DA ESTRADA.................................................................................... 14
3. METODOLOGIA ............................................................................................................................. 15
3.1. Descrição do Local..................................................................................................................... 15
3.1.1. Localização, Superfície e População ..................................................................................... 15
3.1.2. Relevo e Solos ....................................................................................................................... 17
3.2. Projecto Geométrico Da Estrada .............................................................................................. 18
3.2.1. Levantamento Topográfico ................................................................................................... 18
3.2.2. Traçado geométrico da estrada ............................................................................................ 18
3.2.3. Estrutura Do Pavimento ........................................................................................................ 20
3.3. Drenagem Superficial ................................................................................................................ 22
3.3.1. Precipitação de projecto ....................................................................................................... 22
3.3.2. Áreas de contribuição ........................................................................................................... 22
3.3.3. Dimensionamento hidráulico................................................................................................ 23
3.4. Plano de Gestão e Manutenção da Estrada .............................................................................. 25
4. RESULTADOS ................................................................................................................................. 25
4.1. Estrutura do Pavimento ............................................................................................................ 25
4.2. Ensaios de caracterização do Solo ............................................................................................ 25
4.2.1. Proctor modificado ............................................................................................................... 26
4.2.2. California Bearing Ratio(CBR)................................................................................................ 27
4.2.3. Limites de consistência (Atterberg) ...................................................................................... 27
4.2.4. Granulometria ....................................................................................................................... 28
4.2. Traçado Geométrico ................................................................................................................. 29
4.3. Drenagem Superficial ................................................................................................................ 29
4.3.1. Descarga de projecto ............................................................................................................ 29
4.3.2. Dimensionamento hidráulico da sarjeta ............................................................................... 30
4.3.3. Passagem Hidráulica ............................................................................................................. 31
4.3.4. Saídas de água e Bacias de captação .................................................................................... 32
5. DISCUSSÃO .................................................................................................................................... 33
5.2. Ensaios de caracterização mecânica dos solos ......................................................................... 33
5.3. Drenagem Superficial ................................................................................................................ 34
6. Conclusão ...................................................................................................................................... 35
7. Bibliografia .................................................................................................................................... 36
VII. APÊNDICES ............................................................................................................................... i
1. PROJECTO GEOMÉTRICO ................................................................................................................. i
1.1. TOPOGRAFIA DO TERRENO .......................................................................................................... i
1.2. TRAÇADO GEOMÉTRICO DA ESTRADA ........................................................................................ ii
7.2.1. Rasante....................................................................................................................................... viii
1.2. Corredor da via .......................................................................................................................... ix
1.2.1. Cálculo de Volumes ................................................................................................................. x
1.2.2. Secções transversais ............................................................................................................. xv
1.3. DRENAGEM SUPERFICIAL ..........................................................................................................xvi
2. DIMENSIONAMENTO DO PAVIMENTO ....................................................................................... xviii
8.1. Ensaios de caracterização (Norma TMH1A7).......................................................................... xviii
I. INDICE DE TABELAS Pagina

Tabela 1: Energias de compactação (VALEJOS, 2005) ............................................................ 5


Tabela 2: Coeficiente de escoamento para canais abertos não revestidos, (DNIT, 2006) ....... 11
Tabela 3: Resultados do CBR de A2 e A1. .............................................................................. 27
Tabela 4: classificação dos solos segundo ASTM D-2487 ...................................................... 28
Tabela 5: Informações do traçado das principais curvas do Alinhamento horizontal [C2 e C5]
.................................................................................................................................................. 29
Tabela 6: descarga de projecto e áreas de contribuição ........................................................... 29
Tabela 7: Resultados do dimensionamento hidráulico da sarjeta do lado esquerdo da estrada.
.................................................................................................................................................. 30
Tabela 8: Elementos críticos da sarjeta .................................................................................... 30
Tabela 9: Resultados do dimensionamento hidráulico da sarjeta do lado direito da plataforma.
.................................................................................................................................................. 31
Tabela 10:Parametros de dimensionamento duma passagem hidráulica, Batista (2010). ....... 31
Tabela 11: Capacidade da bacia, CARVALHO M. D. (2004). ............................................... 32
Tabela 12: Elementos de Directriz da estrada,...........................................................................ii
Tabela 13: Raios mínimos para uma directriz, AASHTO (2011). .......................................... iii
Tabela 14:Continuação dos elementos da directriz .................................................................. iv
Tabela 15: Elementos da rasante............................................................................................ viii
Tabela 16; Elementos da rasante, continuação. ........................................................................ ix
Tabela 17: Estimativa dos volumes do leito da via.................................................................... x
Tabela 18: Estimativa dos volumes do leito da via com sarjetas. .......................................... xiii
Tabela 19: secção da via na estacão 0+00.00 .......................................................................... xv
Tabela 20:Parâmetros para o cálculo da intensidade da chuva, Decreto (2003). ................... xvi
Tabela 21: Dados pluviométricos de Chókwè e coeficientes de desagregação da chuva. .....xvii
Tabela 22: Moldagem dos corpos de prova. ........................................................................ xviii
Tabela 23: determinação do teor de humidade. ................................................................... xviii
Tabela 24: Proctor modificado............................................................................................. xviii
Tabela 25: Teores de Humidade. ............................................................................................ xix
Tabela 26: 27:CBR. ................................................................................................................ xix
Tabela 28:proctror modificado. ............................................................................................... xx
Tabela 29: determinação do teor de humidade. ...................................................................... xxi
Tabela 30: Moldagem dos corpos de prova ............................................................................ xxi
Tabela 31:CBR........................................................................................................................ xxi
Tabela 32:limites de consistência. .........................................................................................xxii

II. INDICE DE FIGURAS Pagina

Figura 1: parte da secção da estrada do troço subestação- ISPG. .............................................. 3


Figura 2: sistema de coordenadas cartesianas, (VEIGA, 2012)................................................. 4
Figura 3: Curva de compactação, (TEMBE, 2017) ................................................................... 5
Figura 4: Curva granulométrica, (VARELA, 2013) .................................................................. 7
Figura 5: Diferentes tipos de granulometria, (TONIN, 2015). .................................................. 8
Figura 6: Estrada da Prefeitura Municipal de Itatiaiuçu, (BRAZIL, 2015) ............................... 9
Figura 7: Perfil transversal de uma estrada com superelevação, (BRAZIL, 2015) ................. 10
Figura 8: sarjeta tipo meio-fio simples, (DNIT, 2006) ............................................................ 10
Figura 9: sarjeta meio-fio conjugados, (DNIT, 2006) ............................................................. 10
Figura 10: esquema da descarga de contribuição na plataforma da estrada, (DNIT, 2006). ... 12
Figura 11:Mapa do Distrito de Chókwè................................................................................... 16
Figura 12:Estrada do troço subestação-ISPG. ......................................................................... 17
Figura 13:Corredor da via com linhas de secção transversal. .................................................. 19
Figura 14:medição do volume solto do aterro. ........................................................................ 20
Figura 15: ábaco de determinação da espessura total para tráfego leve, (Engineers, 2004). ... 21
Figura 16:Áreas de contribuição em uma das secções da via. ................................................. 23
Figura 17: Mapa de Drenagem ................................................................................................ 24
Figura 18: curva de compactação do solo natural da área de estudo. ...................................... 26
Figura 19: curva de compactação do solo de aterro.67 ............................................................ 26
Figura 20: Secção transversal da estrada com espessura da base adoptada e elementos de
drenagem superficial. ............................................................................................................... 27
Figura 21: Composição granulométrica ................................................................................... 28
Figura 22: Secção transversal da passagem hidráulica. ........................................................... 32
Figura 23: Superfície topográfica da área de estudo ................................................................... i
Figura 25: Mapa da directriz da estrada. .................................................................................... v
Figura 26: Traçado da curva C2................................................................................................ vi
Figura 27:Traçado da curva C5................................................................................................vii
Figura 28:Pormenor da rasante no estacão inicial. ................................................................ viii
Figura 29: Superfície do corredor na curva C2. ........................................................................ ix
Figura 30: Superfície do corredor no realístico ......................................................................... x
Figura 31: secção da via na estacão 9+500.00. ....................................................................... xvi
Figura 32:Secção da via na estacão 18+37.22. ....................................................................... xvi

III. LISTA DE ABREVIATURAS

AASHTO - American Association of State Highway and Transportation Officials;

A1 - Amostra de solo natural da área de estudo;

A2 - Amostra de solo do aterro da estrada;

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas;

CESA - Cumulative Equivalent Standard Axles;

CBR/ ISC - California Bearing Ratio / Índice de Suporte Califórnia;

DESA - Diary Equivalent Standard Axle;

DNER - Departamento Nacional De Infra-Estrutura De Transportes;

DNIT - A actual DNER;

EBVT - Estradas de baixo volume de tráfego;

EC - Energia de Compactação;

EG - Existing ground/ Tereno natural;

eMax - Super elevation/ Superelevação;

ESA - Equivalent Standard Axle;

ISPG - Instituto Superior Politécnico de Gaza;

NBR - Normas Brasileiras;

NP - Norma Portuguesa;

TMDA - Tráfego Médio Diário Anual;

USACE - United State Army Corps of Engineers;


IV. LISTA DE SÍMBOLOS

A - Área[m2];

C - Coeficiente de escoamento

Cc - Coeficiente de Curvatura;

Cu - Coeficiente de uniformidade;

F - Borda livre/ folga [m];

g - Aceleração de gravidade [9.81m/s2];

I - Intensidade de chuva [m/h];

Q - Caudal/ descarga [m3/s];

𝑣 - Velocidade [m/s];

W - Teor de humidade [%];

Wopt - Teor de humidade óptimo [%];

Y - Profundidade da conduta [m];

Yn - Profundidade hidráulica da conduta [m];

Yd - Peso específico seco/ baridade seca [g/cm3];

Ydmax - Peso específico seco máximo / baridade seca máxima [g/cm3];


INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA

Projecto de Licenciatura sobre Projecto de Estrada de Baixo Volume de Tráfego Com


Drenagem Superficial (troço subestação-ISPG), apresentado ao curso de Engenharia
Hidráulica na Faculdade de Agricultura do Instituto Superior Politécnico de Gaza, como
requisito para obtenção do grau de Licenciatura em Engenharia Hidráulica.

Presidente: Fernando Brazão Tembe, MEng

_______________________________________

Avaliador1: Luís Joaquim Maloa, MSc


_______________________________________

Avaliador2:Eng. Moisés Buduio


_______________________________________

Lionde, 2020

`IX
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA

Declaração

Declaro por minha honra que este Trabalho de Culminação do Curso é resultado da minha
investigação pessoal e das orientações dos meus tutores, o seu conteúdo é original e todas as
fontes consultadas estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para
propósito semelhante ou obtenção de qualquer grau académico.

Lionde, ___de _____________de 20___

_______________________________________
Hermenegildo José Matchai

X
V. Agradecimentos

Agradeço a Deus por ter a oportunidade de fazer parte desta comunidade científica, na qual
aprendi bastante e ganhei vontade de aprender muito mais. Graças ao senhor, sou
sentimentalmente capaz de referenciar aqueles que contribuíram neste trabalho.

A toda minha família e em especial a minha mãe Aida Mazuze, pela carga motivacional, amor
e dedicação.

Ao meu irmão mais velho, Emílio Jamine, pela atenção, amor incondicional, preocupação,
ensinamentos e por manter a posição de um grande pai.

A minha irmã Lina S`uzana, pela ajuda em todos momentos, amor incondicional e segurança.

Ao meu supervisor, pelo apoio em todos sentidos e fases, motivação insana, pela competência,
rigor, excelência e jurisprudência.

A todos os meus colegas desta maratona, em especial o Abediningo Madingue, Ângelo


Mendes, Emídio Massingue, Vânia Vilanculos, Oquer, Ananias Baltazar, Edilton Jeremias,
Elton, Elizeu, Ernesto Maringula, Sarifa, Adelino Zunguza, Sozinho, Jaime Mazuze, entre
tantos.

Agradeço também a todos aqueles que de certa forma conspiraram ao favor da materialização
deste trabalho.

XI
VI. RESUMO

Estradas de baixo volume de tráfico (EBVT), são aquelas cujo volume de trafego não excede
a 400 veículos por dia. Na maioria dos casos tem sido as principais vias de acesso à estradas
principais. Maior percentagem destas estradas não são revestidas e não tem sido acompanhadas
de um sistema de drenagem. Ao longo da estrada que dá acesso ao ISPG partindo da subestação,
tem havido muita concentração de água sempre que chove, o que causa certas deformações no
pavimento, dificultando a transitabilidade de peões e bens. Daí que urge a necessidade de se
projectar uma EBVT com drenagem superficial neste troço, pois esta é a principal via de acesso
ao ISPG e outros locais. Para tal, procedeu-se com o levantamento topográfico e ensaios de
caracterização (proctor modificado, composição granulométrica, CBR e limites de
consistência). Com a obtenção dos resultados, foi possível traçar a geometria representativa da
estrada, dimensionar o pavimento, dimensionar um sistema de drenagem superficial e estimar
a quantidade de materiais. Para o dimensionamento da drenagem, foi necessário através da
curva IDF determinar a intensidade da precipitação e em seguida determinar as áreas de
contribuição, obtendo-se desse modo a descarga de projecto. Tendo-se essa descarga,
dimensionou-se dispositivos da drenagem superficial, como sarjetas, passagens hidráulicas,
saídas de água e bacias de captação. No projecto geométrico foi necessário uma directriz que
passa pelo eixo representativo da via. Daí definiu-se uma rasante adequada, a espessura total
do pavimento com base no CBR de fundação e estimou-se o volume de materiais.
Palavras-chaves: estrada de baixo volume de tráfego, pavimento, drenagem superficial.

Abstract
Low traffic volume roads (EBVT) are those whose traffic volume does not exceed 400 vehicles
per day. In most cases it has been the main access road to the main roads. A large number of
these roads are not covered and have not been accompanied by an effective drainage system.
Along the road that gives access to the ISPG from the substation, there is an accumulation of
water on the road bed during the rainy season, which causes certain deformations in the
pavement, making it difficult for pedestrians and goods to pass. Hence the need to design an
EBVT with surface drainage on this section, as this is the main access route to ISPG and other
locations. To this end, the project proceeded with the topographic survey and characterization
tests (modified proctor, granulometric composition, CBR and consistency limits). With the
results obtained, it was possible to trace the representative geometry of the road, dimension the
pavement, dimension a surface drainage system and estimate the quantity of materials. For the
dimensioning of the drainage, it was necessary through the IDF curve to determine the intensity
of the precipitation and then to determine the areas of contribution, thus obtaining the project
discharge. With this discharge, surface drainage devices were designed, such as protective
gutters, hydraulic passages, water outlets and catchment basins. In the geometric layout it was
necessary to draw a guideline that passes through the points obtained in the topographic survey
of the description of the representative axis of the road. Hence, an adequate leveling was
defined, the total pavement thickness based on the foundation CBR and the volume of materials
was estimated.
Keywords: Low volume Roads, pavement, surface drainage.

XII
PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

1. INTRODUÇÃO
Estradas de baixo volume de tráfego (EBVT) são estradas cujo Tráfego Médio Diário Anual
(TMDA) não excede a 400 veículos por dia. Estas estradas geralmente apresentam uma
velocidade base menor que 80km/h, correspondente à suas características geométricas, (Jorge,
et al., 2016).

As EBVT são socioeconomicamente importantes, sendo responsáveis pelo acesso da


população rural aos serviços urbanos e pelo escoamento da produção agrícola. Estas estradas
têm sido associadas a inúmeros efeitos sobre os processos hidrológicos, (Griebeler, 2018).

Segundo a Norma Brasileira (NBR) buscado por Santos, (2016), O tráfego solicitante e a
disponibilidade de materiais locais são determinantes na estrutura do revestimento (espessuras
das camadas). De forma a obter custos menores, na fase de revestimento, pode-se prover
combinações de betuminosos que se adequam a estrada, permitindo o máximo uso de materiais
disponíveis localmente.

De acordo com (AUTHORITY, 2011), análises detalhadas do tráfego em EBVT são poucas
vezes garantidas, tanto que ao envés dos factores de degradação ligados ao tráfego, os
processos hidrológicos são os que geralmente determinam o estado de degradação da estrada.

Daí que a drenagem joga um papel fundamental na vida das EBVT e de acordo com DNIT
(2006), a drenagem rodoviária consiste em eliminar as águas que atingem o corpo da estrada,
captando-a e conduzindo-a para locais em que menos afecte a sua segurança e durabilidade.

O sistema de drenagem inclui a drenagem transversal e a drenagem longitudinal, sub-


superficial e subterrânea. Um dos maiores problemas que afecta as estradas em Moçambique é
a sua deficiente drenagem, (CARMO VAZ, 2016).

O trabalho em estudo consiste em projectar uma EBVT acompanhada de drenagem superficial


no troço subestação – ISPG. Devido a degradação que a estrada tem sofrido, o ISPG tem feito
intervenções` no sentido de melhorar a transitabilidade, com tudo, não podendo garantir
serviços da via por muito tempo. Neste contexto, o projecto visa estudar as causas da
degradação da estrada, seja por processos climáticos, hidrológicos ou processos de degradação
ligados ao tráfego. Podendo dessa forma estabelecer soluções para o dimensionamento
adequado e viável em termos de custos de construção e manutenção.

ELABORADO PELO: HERMENEGILDO JOSÉ MATCHAI

1
PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

1.1. Objectivos:

1.1.1. Geral:
 Projectar estrada de baixo volume de tráfego com drenagem superficial (troço
subestação – ISPG)

1.1.2. Específicos:
 Fazer revisão bibliográfica do tema em estudo;
 Traçar o projecto geométrico da EBVT;
 Dimensionar o pavimento;
 Dimensionar a drenagem superficial do traçado;
 Fazer um plano de gestão e manutenção da estrada.

ELABORADO PELO: HERMENEGILDO JOSÉ MATCHAI

2
PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

1.2. Problema

A Via de acesso ao ISPG (troço subestação-ISPG) tem 2.0km de extensão, é uma estrada não
revestida e isenta de órgãos de drenagem. No período chuvoso tem havido muita concentração
de água, tornando a estrada intransitável em várias secções ao longo da sua extensão tanto para
os peões assim com para os veículos. No período seco, a via apresenta degradações associadas
ao surgimento de buracos, rodado de veículos, ondulações, excesso de poeiras, secções
transversais improprias, o que acelera os problemas mecânicos nas viaturas agravando os
custos de manutenção e não só, a falta de conforto, segurança e comodidade aos utentes da via.

Figura 1: parte da secção da estrada do troço subestação- ISPG.

1.3. Justificativa

Aliado aos problemas supracitados e principalmente a questão de serviços (segurança,


comodidade e conforto), urge a necessidade de se projectar uma estrada que possa responder
pontualmente as necessidades dos utentes e garantir que tenha intervalos longos de
manutenção. Por via disso, espera-se que com este projecto se melhore o serviço da estrada e
minimize os encargos de manutenção das viaturas.

ELABORADO PELO: HERMENEGILDO JOSÉ MATCHAI

3
PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Topografia

A topografia é a representação gráfica de uma porção da superfície terrestre para que esta possa
ser substituída sem erro apreciável pelo plano tangente no centro da zona a representar. Esta
representação gráfica designa-se por planta ou carta topográfica, que se obtém projectando os
pontos mais representativos do terreno sobre o plano horizontal considerado, (VEIGA, 2012).

2.1.1. Sistemas de Coordenadas

Um dos principais objectivos da Topografia é a determinação de coordenadas relativas de


pontos. Para tanto, é necessário que estas sejam expressas em um sistema de coordenadas. São
utilizados basicamente dois tipos de sistemas para definição unívoca da posição tridimensional
de pontos: sistemas de coordenadas cartesianas e sistemas de coordenadas esféricas, (VEIGA,
2012).

Figura 2: sistema de coordenadas cartesianas, (VEIGA, 2012).

2.2. Dimensionamento do pavimento

Quando se trata de dimensionamento de EBVTs, é infalível pensar no método mais acessível.


De acordo com Fernandes (2016), esse método deve estar atrelado com as condições climáticas,
tráfego, condições da fundação e a disponibilidade de matérias mais próximos, de forma a
cumprirem os critérios normalizados.

2.2.1. Compactação – Proctor Normal

Compactação é um processo que consiste na redução do volume do ar de um solo, obtida


através da aplicação repetida de cargas, (TEMBE, 2017).

ELABORADO PELO: HERMENEGILDO JOSÉ MATCHAI

4
PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

2.2.2. Energias de compactação (EC)

Tabela 1: Energias de compactação (VALEJOS, 2005)

Características inerentes a cada Energia [kg/cm2]


Cilindro
EC Normal Intermediária Modificada
Soquete
Pequeno Número de camadas (Nc) 3 3 5
Número de golpes por camadas (Ng) 26 21 27
Soquete Grande Grande Grande
Número de camadas (Nc) 5 5 5
Grande
Número de golpes por camadas (Ng) 12 26 55
Altura do disco espaçador (mm) 63.5 63.5 63.5

2.2.3. Curva de compactação

De acordo com a NP, a curva de compactação é obtida ao compactar amostras diferentes de


um dado solo com diferentes percentagens de água. Daí, podendo se obter os resultados da
baridade seca (W) e teor de humidade (Yd), traçando-se graficamente a curva. No ponto onde
a curva apresenta a baridade seca máxima (Ydmax), o teor de humidade é óptimo (Wopt),
(TEMBE, 2017).

Figura 3: Curva de compactação, (TEMBE, 2017)

ELABORADO PELO: HERMENEGILDO JOSÉ MATCHAI

5
PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

Segundo (VALEJOS, 2005), a caracterização do solo através dos índices físicos do solo, é
calculada pélas seguintes equações:

Ms  equação 1
d   s
V 1 e

Onde:

γ𝑑 = peso específico seco;

𝑀𝑠 = Massa da amostra seca;

V = volume do cilindro;

pw Sr   w  n
w  equação 2
ps 1  n    s
Onde:

𝑤 = Teor de humidade do solo;

𝑃𝑤 = peso da água;

Ps = massa do solo

De acordo com Santos (2008), o aumento do peso específico seco conduz o solo a maior
resistência ao corte, variações da pressão da água nos vazios desprezíveis quando sujeito a
carregamentos, eventuais fissuras e expansão do solo quando sujeito ao aumento de teor da
água.

2.2.4. Índice de Suporte Califórnia (ISC/CBR)

No ensaio CBR a resistência à penetração considerada, é uma medida de resistência de


cisalhamento do material, fundamental para calcular sua estabilidade. Sendo assim, o ensaio
de penetração deve ser feito após 4 (quatro) dias de imersão do corpo de prova, para simular a
pior condição possível do subleito, (VALEJOS, 2005).
Segundo (Fortes, 2002), geralmente o valor correspondente à penetração de 5,08 mm é o maior
e caso ocorra o inverso, costuma-se repetir o ensaio para dirimir qualquer dúvida. O valor do
CBR é dado péla equação:

ELABORADO PELO: HERMENEGILDO JOSÉ MATCHAI

6
PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

~o calculada ou pressa
pressa ~o corrigida
CBR  ~o padra
~o 100% equação 3
pressa

De acordo com Victorino , et al., (2019), os solos com CBR menor que 35% são maus, de 35%
a 50% são médio e de 50% para diante são bons para pavimentação ou terraplanagem. Podendo-
se afirmar que todo material que tem CBR de 0 a 35%, é fraco e de 35% para diante é aceitável
como material para terraplanagem.

2.2.5. Granulometria

Granulometria consiste na distribuição percentual dos diversos tamanhos de grãos,


determinando-se percentualmente as dimensões das partículas do agregado. A granulometria é
determinada através de peneiramento por peneiras de diferentes aberturas universalmente
padronizadas. A granulométrica tem elevado impacto nas propriedades das argamassas e do
betão, (VARELA, 2013).

Figura 4: Curva granulométrica, (VARELA, 2013)


Segundo (TONIN, 2015), diâmetro efectivo (D10) é o ponto característico da curva
granulométrica para medir a finura do solo, que corresponde ao ponto de 10%, tal que 10% das
partículas do solo possuem diâmetros inferiores a ele.

Coeficiente de uniformidade (Cu) _ Dá uma ideia da distribuição do tamanho das partículas


do solo; valores próximos de ‘1’ indicam curva granulométrica quase vertical, com os
diâmetros variando em um intervalo pequeno, enquanto, para valores maiores a curva irá se
abatendo e aumentando o intervalo de variação dos diâmetros, (TONIN, 2015).
ELABORADO PELO: HERMENEGILDO JOSÉ MATCHAI

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PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

cu  D 60 equação 4
D 10

Onde:
 Cu < 5 são denominados uniformes; e com Cu > 15 não uniformes.
 Para valores de Cu entre 5 e 15 são denominados de medianamente uniformes.
Coeficiente de curvatura (Cc)
Para um solo bem graduado, o valor do coeficiente de curvatura, deverá estar entre 1
e 3:
 Solo bem graduado: entre 1 e 3
 Solo mal graduado: acima de 3

 
Cc  D 30
2
equação 5
D D 60 10

Figura 5: Diferentes tipos de granulometria, (TONIN, 2015).

Segundo Pires (2011), os solos podem ser classificados pelo modelo da ASTM D-2487, onde
a classificação é feita por grupo de pares de letras que se seguem:

Material Designação
Letra Nome Letra Nome
G Pedregulho W Bem graduado
S Areia P Mal graduado
M Silte L Baixa plasticidade
C Argila H Alta plasticidade
O Material orgânico Pt Tufa

ELABORADO PELO: HERMENEGILDO JOSÉ MATCHAI

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PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

2.3. Drenagem Superficial [ABNT, NBR-9794]

A drenagem superficial rodoviária se foca na colecção e intercepção das águas provenientes de


áreas adjacentes e do corpo da estrada devido a precipitação para um local seguro de descarga,
de forma a manter a segurança e estabilidade do corpo estradal, (DNIT, 2006).

Um sistema de drenagem superficial eficiente, dependendo da situação, dispõe de uma série de


dispositivos necessariamente: Valetas de protecção de cortes, Valetas de protecção de aterros,
Sarjetas de cortes, Sarjetas de aterros, Sarjeta de canteiro central, Descidas e Saídas de água,
Caixas colectoras, Bueiros de greide, Dissipadores de energia, Escalonamento de taludes e
Corta-rios, (DNIT, 2006).

2.3.1. Superelevação das estradas

Segundo MDEP, (2010), citado por BRASIL (2015), a superelevação das estradas está
directamente relacionada à drenagem da água da superfície da estrada e consiste na elevação
de apenas um de seus lados.

Segundo SILVA (2011), também citado por BRAZIL (2015), esta prática deve ser utilizada
em estradas não pavimentas em trechos com conformação rectilínea, tendo como objectivo
drenar a água que cai no leito para o canal de drenagem da estrada.

Figura 6: Estrada da Prefeitura Municipal de Itatiaiuçu, (BRAZIL, 2015)

ELABORADO PELO: HERMENEGILDO JOSÉ MATCHAI

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PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

Figura 7: Perfil transversal de uma estrada com superelevação, (BRAZIL, 2015)

2.3.2. Sarjetas meio-fio

A sarjeta tem como objectivo captar as águas precipitadas sobre a plataforma da estrada e de
áreas adjacentes de modo a impedir que danifiquem a estrada, conduzindo-as ao local de
deságue seguro, (DNIT, 2006).

Figura 8: sarjeta tipo meio-fio simples, (DNIT, 2006)

Figura 9: sarjeta meio-fio conjugados, (DNIT, 2006)

ELABORADO PELO: HERMENEGILDO JOSÉ MATCHAI

10
PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

2.3.3. Dimensionamento Hidráulico

Descarga de projecto

Segundo DNIT (2006), Para o cálculo da descarga de projecto, determina-se a contribuição por
metro linear da rodovia péla aplicação da fórmula racional, uma vez que a áreas de contribuição
pequenas, estão dentro do limite da aplicabilidade desse método, de acordo com a fórmula a
seguir.

C  A I equação 6
Q
36  10 4

Onde:

Q = descarga por metro linear da rodovia [m3/s/m];

C = coeficiente médio de escoamento superficial;

I = intensidade de chuva [cm/h];

A = área de contribuição por metro linear da sarjeta [m2/m]

v
Q
m / s  equação 7
A

Tabela 2: Coeficiente de escoamento para canais abertos não revestidos, (DNIT, 2006)

Coeficiente de escoamento para canais abertos não revestidos


Limpa, recentemente completada 0,016 0,018
Limpa, após intempérie 0,018 0,022
Saibro, seção uniforme, limpa 0,022 0,025
Com grama curta, pouca vegetação 0,022 0,027
Em solo pedregulho, limpo 0,022 0,025

ELABORADO PELO: HERMENEGILDO JOSÉ MATCHAI

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PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

Figura 10: esquema da descarga de contribuição na plataforma da estrada, (DNIT, 2006).

 Comprimento crítico da sarjeta-meio fio

O cálculo do comprimento crítico da sarjeta-meio fio, implica na determinação do máximo


comprimento que a sarjeta pode ter quando construída em caso de aterro, (CRISPIM, 2008).

Q  2.78  C  A  I equação 8

Onde:

Q = vazão [m3/s];

C = coeficiente de escoamento;

I = intensidade de chuva [m/h];

A = área da bacia = L x 1 [m2]


L = comprimento crítico da sarjeta [m]

1 = Largura do implúvio [m]

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PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

2. Sarjetas de Protecção

Segundo a Segundo (DNIT, 2006), estas sarjetas tem a função de receber as águas provenientes
do leito da via e as águas de áreas adjacentes cujo devido ao declive do terreno, elas escoam
em direcção a estrada.

Determinação da descarga do projecto

Para a descarga do projecto usa-se a mesma equação usada nas sarjetas de corte, sendo que esta
equação é usada na maioria dos casos.

 Dimensionamento hidráulico

Determinada a vazão de contribuição, segue-se com o dimensionamento hidráulico


propriamente dito através da fórmula de Manning e da equação da continuidade, Segundo
(CRISPIM, 2008).

1 equação 9
V  R I
2/3 1/ 2

Onde:
V = velocidade de escoamento (m/seg);
R = raio hidráulico (m);
i = declividade longitudinal da valeta (m/m);
n = coeficiente de rugosidade.
A
R
P
A = área da seção transversal, (m²); e
P = perímetro molhado, (m).

A capacidade de escoamento da sarjeta é dada péla equação da continuidade:

Q  A V equação 10

Onde:
Q = vazão;
A = área da seção transversal, (m²); e
v = velocidade de escoamento (m/s2)

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PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

Regime do Fluxo, (DNIT, 2006).

4  Z  H 0  3B  16  Z 2  H 0  16  Z  H 0  B  9  B 2
2
equação 11
hc 
10  Z

Onde:
hc = altura crítica, em m;
Q = vazão de projecto na valeta em m3/s;
B = base da valeta, em m;
z = inclinação da parede da valeta (relação da horizontal para a vertical);
h = altura do fluxo, em m;
v = velocidade do escoamento, em m/s; g = aceleração da gravidade m/s2;

v2
H0  h 
2g
Quando;
 h < hc o regime do fluxo é supercrítico
 h > hc o regime do fluxo é subcrítico
 h = hc o regime do fluxo é crítico

2.4. GESTÃO E MANUTENÇÃO DA ESTRADA

Segundo Simões (2005), há 3 pilares que definem a gestão e manutenção de estradas


nomeadamente:

I. A preservação das infra-estruturas – deve-se sobrepor programas de Manutenção


adequada de forma a garantir a sustentabilidade da via.
II. A Conectividade – garantir um bom nível de serviço par rede de estradas interurbanas
e estradas que ligam capitais provinciais, portos, etc.
III. A Mobilidade rural - as estradas rurais devem ser geridas e financiadas de modo que
as populações rurais tenham acesso efectivo aos mercados, hospitais, escolas e outros
serviços através da manutenção e intervenções dirigidas.

ELABORADO PELO: HERMENEGILDO JOSÉ MATCHAI

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PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

3. METODOLOGIA

3.1. Descrição do Local

3.1.1. Localização, Superfície e População

O distrito de Chókwè está situado a Sul da província de Gaza, no curso médio do rio Limpopo,
tendo como limites a Norte o rio Limpopo que o separa dos distritos de Massingir, Mabalane
e Guijá, a Sul o distrito de Bilene e o rio Mazimuchope do distrito de Bilene, Chibuto e Xai-
Xai, a Este confina com os distritos de Bilene e Chibuto e a Oeste com os distritos de Magude
e de Massingir, MAE, (2015)

A superfície do distrito é de 2.600 km² e a sua população está estimada em 241mil habitantes
à data 2017, (INE, 2017).

A estrutura etária do distrito reflecte uma relação de dependência económica de 1:1, isto é, por
cada 10 crianças ou anciões existem 10 pessoas em idade activa. Com uma população jovem
(45%), abaixo dos 15 anos), tem um índice de masculinidade de 79% (por cada 100 pessoas do
sexo feminino existem 79 do masculino) e uma taxa de urbanização de 40%, concentrada na
Cidade do Chókwè e Vila de Xilembene, e nas respectivas zonas periféricas de matriz
semiurbana. A cidade do Chókwè, com uma densidade populacional de cerca de 1.200
hab/km2, é o 2º maior centro urbano da Província de Gaza.

ELABORADO PELO: HERMENEGILDO JOSÉ MATCHAI

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PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

Figura 11:Mapa do Distrito de Chókwè.

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PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

A figura 12 mostra a estrada do troço subestação-ISPG, com uma extensão de 2.0km e esta
parte da EN-205 próximo à subestação e dá acesso ao ISPG.

Figura 12:Estrada do troço subestação-ISPG.

3.1.2. Relevo e Solos

Todo o distrito de Chókwè é uma planície com menos de 100 metros de altitude e composta
por aluviões ao longo do rio Limpopo, que atravessa todo o distrito no sentido NW-SE, e por
depósitos indiferenciados no resto do distrito (PA’s de Macarretane e Lionde).

Verifica-se a ocorrência de terraços no extremo Sudeste do distrito (PA de Chilembene), junto


aodistrito de Bilene. Em Macarretane, na zona de Matuba, ocorrem argilas vermelhas.

O Distrito possui solos distintos que podem ser divididos em quatro grupos principais:
• O primeiro grupo encontra-se nas áreas elevadas dos sedimentos marinhos, suavemente
ondulado, em grande parte fora do sistema do regadio, com camada superior de areia com
espessura que varia entre 20 a 80cm, mal estruturado, sobre um subsolo franco argiloso muito
duro e compacto, moderadamente a fortemente salino e sódico;
• O segundo grupo de solos encontra-se nas depressões ou planícies dos sedimentos marinhos,
caracteriza-se por um relevo plano ou quase plano com declives inferior a 0.5%, textura
agrícola pesada e fertilidade moderada.

ELABORADO PELO: HERMENEGILDO JOSÉ MATCHAI

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PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

3.2. Projecto Geométrico Da Estrada

3.2.1. Levantamento Topográfico

Foi feito o levantamento topográfico do local em estudo de modo a obter informações precisas
do terreno em tempo real. Tais informações serão uteis para o traçado geométrico da estrada,
assim como para o dimensionamento da drenagem superficial.

Para tal efeito usou-se o equipamento topográfico (nível óptico), com o auxílio de materiais
GPS e telefone.

Processamento de dados

Os dados foram processados no Autocad Civil3D, de modo a dispor os pontos e criar a


superfície do terreno conforme ilustra a Figura 23 em apêndices. Criada a superfície, gerou-se
as curvas de nível, o alinhamento horizontal da via, o perfil do alinhamento e por fim gerou-se
tendências de escoamento hidrológico conforme ilustrado na Figura 16

3.2.2. Traçado geométrico da estrada

O traçado geométrico da estrada e os cálculos de volumes encontram-se desenvolvidos em


apêndices do presente trabalho (página V), regidos pela AASHTO Crowned Roadway, (2011).

Directriz

Através dos pontos do eixo da via levantados na topografia, foi possível traçar a directriz
representativa da estrada, podendo se obter a descrição exacta do percurso da via.

1. Velocidade – atribui-se á directriz a velocidade base de 40km/h e por consequência a


AASHTO atribui valores recomendados de superelevação, crosslope e curvas mínimas
por conta da velocidade.
2. Superelevação e Crosslope – adoptou-se pelo padrão da AASHTO (2011), em vigor
para EBVTs, 2% de crosslope (abaulamento) e superelevação (especialmente para
curvas).
3. Curvas – adoptou-se curvas muito próximas da realidade para evitar obstáculos.
Apenas uma das curvas principais (C2) foi alterada de 7.2m de raio de curvatura para
9,77m por razões criteriosamente detalhadas em apêndices (página IV). Fora isso, todas
as curvas emcontram-se em conformidade com a AASHTO.

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PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

Rasante

Os critérios de dimensionamento da rasante e as suas componentes como as curvas verticais,


assim como o “K mínimo” não respeitaram os critérios da AASHTO. Dessa forma, no traçado
ignorou-se alguns parâmetros devido as condições topográficas do terreno (terreno quase
plano). Desse modo, foi possível traçar uma rasante adequada ao terreno permitindo um
equilíbrio nos volumes a serem adoptados. Com o traçado da rasante, conclui-se que o declive
apropriado a ser usado nas sargetas é o de 0.3% devido as condições do terreno.

Estimativa de volumes

Para o cálculo dos volumes usou-se o método das “sample lines” no Civil3D, onde os planos
foram configurados com um afastamento de 50m em alinhamentos rectos e um máximo de 6m
em curvas. O desenvolvimento de cálculo de volumes encontra-se em apêndices (página XIV).

Figura 13:Corredor da via com linhas de secção transversal.

Para o factor de empolamento, primeiro teve-se que determinar o peso específico do solo de
aterro, medindo-se 1dm3 do solo solto e pesou-se na balança, obtendo-se 1.345g/cm3. Uma vez
que o volume transportado solto na estrada compactado a uma energia próxima á do ensaio de
controle de compactação (proctor modificado), usou-se o peso específico seco máximo. Dessa
forma, o factor de empolamento obteve-se pela razão entre o peso específico seco máximo
(2.133g/cm3) e o peso específico do volume solto (1.345g/cm3) sendo igual a 1.59.

ELABORADO PELO: HERMENEGILDO JOSÉ MATCHAI

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PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

Figura 14:medição do volume solto do aterro.


Em primeira ordem, calculou-se o volume a ser movimentado apenas para o leito da via com o
saldo dos volumes para aterro no valor de 593.563m3. Em seguida, calculou-se os volumes do
leito em paralelo com as sarjetas, obtendo-se um saldo de corte no factor de 2220.04 m3.

3.2.3. Estrutura Do Pavimento

O dimensionamento estrutural do pavimento é condicionado por uma fundação estável, daí que
deve-se realizar ensaios de caracterização do solo.

Ensaios de caracterização do solo

Para o efeito de ensaios laboratoriais, procedeu-se com a colecta de duas amostras distintas. A
amostra1 (solo natural da área de estudo) e a amostra2 (solo usado para o aterro da estrada).

Colecta de amostras
No local de estudo, fez-se uma breve análise territorial e notou-se que os solos apresentam uma
homogeneidade. Daí escolheu-se um ponto bem próximo da estrada para extrair 2 amostras
(com auxilio de uma picareta) na qual uma representa o subleito (solo natural) partir de 50cm
de profundidade e outra tirada do aterro da estrada.
As amostras foram colectadas em sacos plásticos, identificadas e logo de seguida transportadas
para o laboratório de solos da ANE em Xai-Xai e de acordo com a norma TMH1A7, obteve-
se os resultados a seguir:

ELABORADO PELO: HERMENEGILDO JOSÉ MATCHAI

20
PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

Ensaios Laboratoriais
Os ensaios a seguir estão apresentados no capítulo de RESULTADOS.
 Granulometria – para se ter a ideia da distribuição das partículas do solo em
percentagens e através dos coeficientes de curvatura e uniformidade saber a graduação
e a uniformidade do solo.
 Controle de compactação – pelo método do Proctor modificado, de modo a obter-se
o peso específico máximo e o teor de humidade óptimo através da curva de
compactação.
 CBR – feito apos de 4 dias de imersão, para se conhecer a capacidade de suporte do
subleito e do aterro.
 Limites de consistência – limite de liquidez e índice de plasticidade, de forma a
conhecer o comportamento do material fino na presença e ausência de água.

Espessura total do pavimento


A espessura total do pavimento foi obtida pelo método da USACE, através do ábaco que
relaciona o CBR e a espessura do pavimento a adoptar. Sendo a espessura total de 600mm para
sub-base, base e camada de desgaste. Como se trata de EBVT, pode se aplicar esta espessura
toda para apenas uma camada, que irá exercer a função das demais camadas (sub-base, base e
camada de desgaste).
Adoptada a espessura do pavimento, é muito importante efectuar revestimento superficial da
camada, de forma a promover maior resistência á acções climáticas, infiltração da água e
derrapagem de veículos. Para esse efeito, pode-se usar materiais como o cascalho ou blocos
mássicos de betão, solo comprimido ou bloco de argila queimada.

5,6%

Figura 15: ábaco de determinação da espessura total para tráfego leve, (Engineers, 2004).

ELABORADO PELO: HERMENEGILDO JOSÉ MATCHAI

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PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

3.3. Drenagem Superficial

No sistema de drenagem, dimensionou-se dispositivos de drenagem Superficial que melhor se


apropriam a situação real. Para esse efeito, foram dimensionados sarjetas de secção trapezoidal,
passagens hidráulicas e bacias de captação.

3.3.1. Precipitação de projecto

Para a determinação da intensidade da precipitação foram usados os coeficientes de


desagregação da chuva estabelecidas pelo Regulamento dos Sistemas Públicos de Distribuição
de Água e de Drenagem de Águas Residuais de Moçambique (Decreto nº 30/2003) em vigor
para Moçambique. Usou-se os dados de desagregação com confluências com os dados
pluviométricos de Chókwè obtidos do Instituto Nacional de Meteorologia (INAM). Organizou-
se os dados das precipitações médias mensais diárias, transformou-se em precipitações de
24horas pelo coeficiente k disposto no Decreto nº 30/2003 e em seguida desagregou-se a
precipitação de 24horas em precipitação de 1hora para um período de retorno de 10 anos. O
desenvolvimento do capitulo encontra-se em Apêndices (pág. XVIII).

A intensidade da chuva foi determinada para um período de retorno de 10 anos (recomendação


da DINIT para projectos de microdrenagem), com a duração de 49min obtendo-se assim uma
intensidade de 90mm/h.

3.3.2. Áreas de contribuição

Determinada a intensidade da chuva, o passo a seguir e calcular a descarga de projecto. Para


tal é necessário antes determinar a área de contribuição, tendo em conta a superfície do
levantamento topográfico.

Com recurso ao programa AutocadCivil3D, fez-se o estudo hidrológico da superfície,


identificando-se áreas péla qual as águas da chuva escoam em direcção a estrada. Seguindo os
métodos da DNIT (2006), determinou-se também a área ocupada pela plataforma da estrada,
dividindo-se em 2 partes pelo do eixo longitudinal da plataforma.

ELABORADO PELO: HERMENEGILDO JOSÉ MATCHAI

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PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

Figura 16:Áreas de contribuição em uma das secções da via.

3.3.3. Dimensionamento hidráulico

Determinada a intensidade da precipitação, as áreas de contribuição e a descarga de projecto,


segue-se com o dimensionamento hidráulico dos dispositivos da drenagem superficial.

Devido ao loteamento que se encontra ao redor da estrada, nota-se falta de espaço para
implantação de certos dispositivos como as bacias de captação, que tem a função receber as
águas provenientes das sarjetas. Como solução, estudou-se zonas estratégicas para a instalação
de canais de drenagem, tendo em conta que só é possível instalar as bacias de captação na zona
da subestação (zonas sem moradia e com boas depressões).

O mapa abaixo mostra o trajecto da estrada (subestação-ISPG), sentidos das sarjetas, pontos
estratégicos para canais de drenagem e zonas de desagúe seguro na qual podes ser instaladas
as bacias de captação.

ELABORADO PELO: HERMENEGILDO JOSÉ MATCHAI

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PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

CD - Canal de Drenagem

Figura 17: Mapa de Drenagem

ELABORADO PELO: HERMENEGILDO JOSÉ MATCHAI

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PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

3.4. Plano de Gestão e Manutenção da Estrada

A gestão e manutenção da estrada deverá ser estabelecida segundo os métodos de Simões


(2005), nas seguintes etapas:

I. Deve-se promover boas práticas de utilização da via por parte dos utentes, satisfazendo
as condições da via e respeitando os limites de velocidade;
II. É necessário controlar o desempenho dos dispositivos de drenagem, podendo haver a
limpeza destes sempre que necessário.
III. Deverá sempre se implementar soluções para a correcção de defeitos do pavimento, tais
como corrugações, ondulações, buracos, excesso de poeira e a restauração dos
dispositivos de drenagem quando necessário.
IV. Sobretudo, deve haver uma governação clara, na qual está incluído um plano que
garanta financiamento para a manutenção da via, sendo identificadas e indicadas as
entidades responsáveis para este sector.

4. RESULTADOS

4.1. Estrutura do Pavimento

4.2. Ensaios de caracterização do Solo

Neste capítulo estão os resultados das duas amostras de solo com as seguintes descrições:

 Amoatra1 (A1) – solo natural do local de estudo


 Amoatra2 (A2) – solo do aterro da estrada

ELABORADO PELO: HERMENEGILDO JOSÉ MATCHAI

25
PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

4.2.1. Proctor modificado

Os gráficos a seguir mostram as curvas de compactação das amostras ‘’A1’’ e ‘’A2’’, cujas
tabelas de determinação encontram-se e anexos.

CURVA DE COMPACTAÇÃO (A1)


1.88

1.86
Baridade seca[g/cm3]

1.855 max
1.84

1.82

1.80

1.78 Ramo seco Ramo húmido

1.76
óptimo
1.74 5.5%
0 2 4 6 8 10 12

Teor de humidade[%]
Figura 18: curva de compactação do solo natural da área de estudo.

CURVA DE COMPACTAÇÃO (A2)


2.16
2.14
2.133 max
2.12
Baridade seca[g/cm3]

2.10
2.08
2.06
2.04
2.02
Ramo seco Ramo húmido
2.00
1.98
1.96 óptimo
1.94
7.3%
0 2 4 6 8 10 12 14

Teor de humidade[%]

Figura 19: curva de compactação do solo de aterro.67

ELABORADO PELO: HERMENEGILDO JOSÉ MATCHAI

26
PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

4.2.2. California Bearing Ratio(CBR)

Tabela 3: Resultados do CBR de A2 e A1.


2.5mm= 13.344KN 5mm= 7.5mm=
CBR
20.016KN 25.354KN
A2 [SOLO DE 43 44.2 37
2.5mm*
ATERRO]
5.0mm** 45.2 43.2 36.6
% Compactação 98 95 93
2.5mm= 13.344KN 5mm= 7.5mm=
CBR
20.016KN 25.354KN
A1 [SOLO 7.3 5.2 3.6
2.5mm*
NATURAL]
5.0mm** 6.7 5.6 3.6
% Compactação 98 95 93

Espessura total do pavimento

A espessura do pavimento de acordo com a USACE, determinada através do CBR do solo de


fundação (A1), é de 60cm.

Subleito, CBR = 5.6%

Figura 20: Secção transversal da estrada com espessura da base adoptada e elementos de
drenagem superficial.

4.2.3. Limites de consistência (Atterberg)

Amostra1 Amostra2
Limite de liquidez 22.8% 45.4%
Limite de plasticidade 12.1% 26.4%
Índice de plasticidade 10.7% 19.0%
Limite de retracção 4.0% 6.8%

ELABORADO PELO: HERMENEGILDO JOSÉ MATCHAI

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PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

4.2.4. Granulometria

Figura 21: Composição granulométrica

Tabela 4: classificação dos solos segundo ASTM D-2487

ELABORADO PELO: HERMENEGILDO JOSÉ MATCHAI

28
PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

4.2.Traçado Geométrico

Aqui estão presentes uma parte dos resultados do traçado geométrico, sendo que o seu
desenvolvimento detalhado encontra-se em apêndices (pagina V).

Tabela 5: Informações do traçado das principais curvas do Alinhamento horizontal [C2 e C5]

Design Method [American Association of State Highway and Transportation Officials2011]


Curves Radius PI point[m] Design Length Tagent
Speed
C2 9.77m 502767.00m, 7280594.00m 40 km/h 14.377m 8, 845
C5 70.607m 502741,80m, 7280900.32m 40 km/h 34.851m 17, 788
Design Method [American Association of State Highway and Transportation Officials2011]
Curves Delta Start Point End Point Ch.Len
C2 95,69 502775.3210, 7288596.0715 502782.6290, 7280606.9613 13.115
C5 151,7192 502743.5622, 7280882.6177 502748.6346, 7280916.7409 34.498

4.3.Drenagem Superficial

Norma: ABNT- NBR 8890

4.3.1. Descarga de projecto

Tabela 6: descarga de projecto e áreas de contribuição


Descarga de projecto [m3/s]
Onde:
Q Q de Projecto [m3/s] 0.195067
I Intensidade da precipitação [cm/h] 9
C Coeficiente de escoamento 0.5

Ae 15605.37
Área de contribuição do lado esquerdo da plataforma [m 2]

21657.14
2
Ad Área de contribuição do lado direito da plataforma [m ]

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4.3.2. Dimensionamento hidráulico da sarjeta

Lado esquerdo:

Tabela 7: Resultados do dimensionamento hidráulico da sarjeta do lado esquerdo da estrada.

Dados de entrada Resultado


n Coeficiente de escoamento [adimensional] 0.05 FS 0.178071
Q Descarga do projecto [m3/s] 0.195067 Yn 0.506722
I Declive longitudinal da sarjeta 0.003
A Área da secção transversal da sarjeta [m2] 0.444734
f Borda livre [m] 0.1 d 0.606722
Raio hidráulico[m] R 0.253361
Velocidade [m/s] v 0.438615
Base maior [B]

1.170225

Base menor [b]

0.585112

Tabela 8: Elementos críticos da sarjeta

Elementos críticos

Elementos críticos calculados pela equação 11 do método de altura crítica

hc = altura crítica[m];
Q = vazão de projecto na valeta [m3/s]; 0.195067 hc 0.365556
B = base da valeta [m]; 0.585112
z = inclinação da parede da valeta [adimensional]; 0.427218
h = altura do fluxo[m]; 0.506722
v = velocidade do escoamento[m/s]; 0.438615 O regime do
fluxo é
0.516528 subcritico
• h < hc o regime do fluxo é supercrítico
• h > hc o regime do fluxo é subcrítico
• h = hc o regime do fluxo é crítico

Lado direito:
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Tabela 9: Resultados do dimensionamento hidráulico da sarjeta do lado direito da plataforma.

Q 0.270
Yn 0.572
F 0.247
Base maior 1.323
Base menor 0.6
Elementos críticos
hc 0.412
O regime do Fluxo é subcritico

4.3.3. Passagem Hidráulica

Dimensionada a sarjeta de protecção, é necessário que se definam os elementos mais adequados


que na drenagem transversal possam ser compatíveis com a estrada em estudo. Nesse caso foi
dimensionada uma passagem hidráulica na qual foram escolhidos lugares específicos para a
sua execução. Sendo assim, será executada uma passagem na secção próxima da Escola
Primária de Lionde e a outra na secção próxima da ARA-SUL. Nesses pontos deve-se instalar

bacias de retenção de modo a conter as enxurradas proveniente das passagens.

No entanto dimensionou-se segundo os métodos de Batista (2010) a passagem que se aproxima


da metade da descarga de projecto do lado esquerdo, visto que este é uma descarga oferece
melhor segurança.

Tabela 10:Parametros de dimensionamento duma passagem hidráulica, Batista (2010).


`

Onde
Ks Coeficiente de mannig 0.5
s Secção molhada [m2] 1.116
R Raio hidráulico [m] 5.4306
I Inclinação 0.003
B Base maior [m] 6.62
b Base menor [m] 1
Q Descarga 0.097534
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Figura 22: Secção transversal da passagem hidráulica.

4.3.4. Saídas de água e Bacias de captação

Neste capítulo pretende-se dimensionar bacias de captação, na qual receberão as águas através
de saídas de águas. Estas saídas são simplificadas de tal forma que de acordo com DINIT
(2006), essas saídas podem ser feitas por meio de desvio razoável das sarjetas, de modo a não
obstruir o fluxo e direcciona-las para bacias de captação.

Capacidade da bacia

Tabela 11: Capacidade da bacia, CARVALHO M. D. (2004).

Bacias de captação

C Volume da bacia 4.62963


R Raio da bacia 50
L Largura da estrada 6
I Intensidade da chuva 90

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5. DISCUSSÃO

5.2. Ensaios de caracterização mecânica dos solos

Granulometria

A Tabela 4 apresenta a classificação do solo do substrato natural (A1) e o solo do aterro (A2)
baseada na ASTM D-2487.

Segundo ASTM D-2487, o solo A1 classifica-se como areia argilosa mal graduada (SP – SC)
e o solo A2 classifica-se como areia mal graduada (SW), com Cu< 6 (3.63) e Cc> 1 (1.18).

De acordo com ASTM D-2487, o solo A2 apresenta uma expansividade de fraca a média, má
permeabilidade e pode ser aplicado em aterros, leito do pavimento, porém não é aplicável em
sub-bases.1.18

CBR

Conforme ilustra a Tabela 3, o solo de aterro (A2), apresenta o CBR de 43.2%, e o extracto
natural apresenta CBR de 5.6%. A partir destes resultados, pode-se classificar o solo A2 como
bom e aplicável em aterro e o solo A1 é mau e não aplicável em estradas conforme Victorino ,
et al.(2019), que diz que os solos com CBR menor que 35% são maus, de 35% a 50% são médio
e de 50% para diante são bons para pavimentação ou terraplanagem.
De acordo com Campos,et al.,2019), por questões de segurança e estabilidade, as camadas com
elevada capacidade de suporte devem se encontrar próximas à zona de aplicação de cargas,
visto que estas absorvem as maiores tensões provenientes do carregamento. Com isto pode-se
afirmar que a capacidade do solo A2 é boa, e será usado na camada de desgaste.

Controle de Compactação (Proctor Modificado)


De acordo com Tembe (2017), o processo compactação consiste em aumentar a capacidade do
solo, reduzindo o seu volume pela acção de uma dada energia de compactação. Partindo desse
conceito, pode se analisar os resultados referentes as curvas de compactação do solo A1 e A2,
ilustrados na Figura 18 e Figura 19 respectivamente. O solo A1 apresenta Ydmax de
18.19KN/m3 e Wopt = 5.5% e o solo A2 Ydmax de 21KN/m3 e Wopt = 7.3%. Segundo o Autor,
os ensaios laboratoriais ajudam a controlar o grau de compactação “in situ”, na qual este deve
estar no mínimo 95% em conformidade com os resultados laboratoriais.

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5.3.Drenagem Superficial

A descarga de projecto entre os lados da plataforma apresentam diferença significativa,


conforme mostra a Tabela 7 e Tabela 9. Este facto faz com que a sarjeta de um dos lados da
plataforma seja necessariamente maior que a do outro lado. No entanto, é aceitável este facto
até porque de acordo com DINIT (2006), a determinação das áreas de contribuição para o
cálculo da descarga de projecto, depende plenamente do estudo topográfico do local de estudo.
Sendo assim, pode-se observar que a área de contribuição do lado esquerdo é menor que a do
lado direito, conforme mostra a Tabela 6.
Os declives adoptados para o abaulamento da plataforma são de 2% conforme ilustra a Figura
20 e são normalizados péla AASHTO. Griebeler (2018), afirma que tanto a superelevação
assim como o crosslope, são elementos directamente a drenagem superficial pois estes
permitem o rápido escoamento das águas para fora da plataforma.
Considera-se o abaulamento adoptado como apropriado pois de acordo com BRAZIL (2015),
estes elementos dependem do tipo de solo, capacidade de suporte e do tipo de revestimento.

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6. Conclusão

No contexto em que as EBVTs são definidas em relação ao dimensionamento e acessibilidade


de execução, o projecto de EBVT no troço subestação-ISPG garante criteriosamente um
pavimento estável, permitindo o máximo uso do solo de A2, assim como outros materiais
disponíveis localmente. Podendo através da drenagem superficial, remover rapidamente as
águas que atingem a plataforma da via e águas de áreas adjacentes que se direccionam á
plataforma.

Para melhor desempenho, aconselha-se o revestimento superficial da plataforma de acordo com


a acessibilidade dos recursos, de maneiras a reforçar resistência a acções climáticas e
intemperes. Pode se melhorar também a estabilidade rodoviária, aplicando-se a uma malha de
reforço (geogrelhas), que segundo Rodrigues (2015), as geogrelhas combatem as fissuras
reflectidas, dissipando e absorvendo as tensões horizontais de carga, podendo aumentar a vida
útil da estrada até 3 vezes mais.

Uma vez que a maior parte das EBVTs sofrem degradações por efeitos climáticos, hidrológicos
e não por ligados ao tráfego, o projecto pode ser replicado em tantas outras estradas de baixo
tráfego com situações semelhantes. Podendo ser usado o solo de aterro (A2), que é de boa
qualidade e a metodologia do dimensionamento da drenagem

Desse modo, espera-se que a execução do projecto venha oferecer conforto, excelentes níveis
de serviços por longos períodos. Acima de tudo, é importante que boas práticas de conservação
e gestão prevaleçam, não deixando espaços para manutenções frequentes. Por via disso,
Facilitar mais o acesso ao Campus do ISPG, atrair atenções turísticas pela aparência estética,
contribuindo na redução da pobreza, estabilidade social e ambiental.

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35
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7. Bibliografia

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PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

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38
PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

VII. APÊNDICES

1. PROJECTO GEOMÉTRICO

1.1.TOPOGRAFIA DO TERRENO

Figura 23: Superfície topográfica da área de estudo

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I
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1.2.TRAÇADO GEOMÉTRICO DA ESTRADA

A Tabela 12 e Tabela 14 extraídas do Civil3D a seguir contém informações necessárias para o


traço da directriz da estrada, Partindo do ISPG até subestação.
Tabela 12: Elementos de Directriz da estrada,

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II
PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

Conforme ilustra a Tabela 14, a curva C2 (raio 9.770m), é a única que se encontra no estado
crítico, sendo que de acordo com a AASHTO (2011), esta viola os critérios de raio mínimo
para uma velocidade de 40km/h. Sendo este raio, o máximo que a curva pode suportar sem que
se altere o traçado representativo da via, torna-se necessário aplicar a velocidade de 20km/h
nas estacões desta curva.

Tabela 13: Raios mínimos para uma directriz, AASHTO (2011).

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III
PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

Tabela 14:Continuação dos elementos da directriz

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IV
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Figura 24: Mapa da directriz da estrada.

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V
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Algumas curvas mais visíveis

Figura 25: Traçado da curva C2.

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VI
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Figura 26:Traçado da curva C5.

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VII
PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

7.2.1. Rasante

A rasante foi traçada de formas a seguir no máximo o perfil do terreno, reduzindo no máximo
os custos de operação de cortes e aterro, sendo que a média das medidas das distâncias verticais
entre a rasante e o terreno chega a ser pouco mais que 12cm como ilustra a Figura 27

Figura 27:Pormenor da rasante no estacão inicial.


Em baixo as mostram com detalhes os elementos do traçado da rasante.

Tabela 15: Elementos da rasante

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VIII
PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

Tabela 16; Elementos da rasante, continuação.

1.2.Corredor da via

Figura 28: Superfície do corredor na curva C2.

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IX
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Figura 29: Superfície do corredor no realístico

1.2.1. Cálculo de Volumes

Tabela 17: Estimativa dos volumes do leito da via

Station Cut Cut Reusa Fill Fill Cum. Cum. Cum. Cum.
Area Vol ble Area Volu Cut Fill Net Net
(Sq.m ume Volum (Sq.m me Vol. Vol. Vol. Vol
.) (Cu. e .) (Cu.m (Cu.m (Cu.m (Cu.m with
m.) (Cu.m. .) .) .) .) cut-fill
) factor.
(Cu.m.
)

0+00.000 0.26 0 0 0 0 0 0 0

0+42.000 0 5.58 5.58 0.04 1.11 5.58 1.11 4.47 7.1073

0+48.000 0.05 0.17 0.17 0.04 0.28 5.75 1.39 4.36 6.9324

0+54.000 0 0.17 0.17 0.07 0.39 5.92 1.79 4.13 6.5667

1+00.000 0.18 4.25 4.25 0 2.29 10.16 4.08 6.08 9.6672

1+50.000 0.2 9.52 9.52 0 0 19.68 4.08 15.61 24.819


9
2+00.000 0.26 11.3 11.3 0 0 31.02 4.08 26.94 42.834
6

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X
PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

2+34.000 0.25 8.6 8.6 0 0 39.62 4.08 35.54 56.508


6
2+88.000 0.19 11.7 11.7 0 0 51.34 4.08 47.27 75.159
3
3+36.000 0.22 9.71 9.71 0 0 61.06 4.08 56.98 90.598
2
3+42.000 0.21 1.29 1.29 0 0 62.35 4.08 58.27 92.649
3
3+48.000 0.19 1.2 1.2 0 0 63.55 4.08 59.47 94.557
3
3+54.000 0.38 1.7 1.7 0 0 65.24 4.08 61.16 97.244
4
3+60.000 0.26 1.91 1.91 0 0 67.15 4.08 63.07 100.28
13
3+66.000 0.23 1.47 1.47 0 0 68.62 4.08 64.54 102.61
86
4+00.000 0.27 8.6 8.6 0 0 77.22 4.08 73.14 116.29
26
4+08.000 0.34 2.47 2.47 0 0 79.69 4.08 75.61 120.21
99
4+50.000 0.06 8.46 8.46 0 0 88.15 4.08 84.07 133.67
13
5+00.000 0.11 4.41 4.41 0 0 92.55 4.08 88.47 140.66
73
5+50.000 0.2 7.89 7.89 0 0 100.4 4.08 96.36 153.21
24
6+00.000 0.12 8.05 8.05 0 0 108.5 4.08 104.4 166.01
19
6+50.000 0.05 4.17 4.17 0 0 112.7 4.08 108.6 172.64
22
7+00.000 0 1.17 1.17 0.03 1.28 113.8 5.36 108.5 172.48
32
7+50.000 0 0.02 0.02 0.06 3.64 113.9 9 104.9 166.72
74
8+00.000 0 0 0 0.21 10.11 113.9 19.11 94.75 150.65
25
8+50.000 0 0 0 0.14 12.87 113.9 31.98 81.87 130.17
33
9+00.000 0 0 0 0.15 10.55 113.9 42.53 71.32 113.39
88
9+50.000 0 0 0 0.24 14.49 113.9 57.02 56.83 90.359
7
10+00.000 0 0 0 0.45 25.91 113.9 82.93 30.93 49.178
7
10+50.000 0 0 0 0.47 34.31 113.9 117.2 -3.39 -5.3901

10+92.000 0 0 0 0.93 43.76 113.9 161 -47.1 -


74.952
6

ELABORADO PELO: HERMENEGILDO JOSÉ MATCHAI

XI
PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

11+00.000 0 0 0 0.6 9.14 113.9 170.1 -56.3 -


89.485
2
11+50.000 0 0 0 0.68 47.88 113.9 218 -104 -
165.61
4
12+00.000 0 0 0 0.26 35.17 113.9 253.2 -139 -
221.53
5
12+18.000 0 0 0 0.23 6.54 113.9 259.7 -146 -
231.93
3
12+50.000 0 0 0 0.41 15.26 113.9 275 -161 -
256.19
7
13+00.000 0 0 0 0.13 20.29 113.9 295.3 -181 -
288.44
2
13+50.000 0 0 0 0.04 6.49 113.9 301.8 -188 -
298.76
1
14+00.000 0 0 0 0.41 16.83 113.9 318.6 -205 -
325.52
1
14+28.000 0.31 4.33 4.33 0 8.66 118.2 327.3 -209 -
332.40
5
14+50.000 0.08 4.35 4.35 0 0.12 122.5 327.4 -205 -325.68

14+88.000 0.04 2.34 2.34 0.12 3.32 124.9 330.7 -206 -


327.23
8
15+00.000 0.05 0.54 0.54 0.11 2.05 125.4 332.7 -207 -
329.65
5
15+54.000 0 1.6 1.6 0.23 13.86 127 346.6 -220 -
349.14
8
16+00.000 0 0.19 0.19 0.35 19.91 127.2 366.5 -239 -
380.48
7
16+50.000 0 0 0 0.45 29.75 127.2 396.3 -269 -
427.80
5
16+68.000 0.16 1.43 1.43 0.12 7.63 128.6 403.9 -275 -
437.64
8
16+74.000 0 0.49 0.49 0.33 1.95 129.1 405.8 -277 -
439.98
5

ELABORADO PELO: HERMENEGILDO JOSÉ MATCHAI

XII
PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

17+00.000 0 0 0 0.88 23.36 129.1 429.2 -300 -


477.12
7
17+50.000 0 0 0 0.46 49.76 129.1 479 -350 -
556.24
6
17+76.000 0.18 2.28 2.28 0 8.83 131.4 487.8 -356 -
566.67
6
17+82.000 0.25 1.26 1.26 0 0 132.7 487.8 -355 -
564.67
3
18+00.000 0 2.22 2.22 0.6 8.01 134.9 495.8 -361 -
573.87
9
18+37.217 0.23 4.19 4.19 0 16.57 139.1 512.4 -373 -
593.56
3

Tabela 18: Estimativa dos volumes do leito da via com sarjetas.


Cum.
Cut Reusable Fill Cum. Reusable Cum. Fill Cum.
Cut Area Volume Volume Fill Area Volume Cut Vol. Vol. Vol. Net Vol.
Station (Sq.m.) (Cu.m.) (Cu.m.) (Sq.m.) (Cu.m.) (Cu.m.) (Cu.m.) (Cu.m.) (Cu.m.)

0+00.000 1.82 0 0 0 0 0 0 0 0

0+42.000 1.42 68.06 68.06 0.03 1.08 68.06 68.06 1.08 66.99

0+48.000 1.46 8.78 8.78 0.04 0.27 76.84 76.84 1.34 75.5

0+54.000 1.42 8.76 8.76 0.06 0.38 85.6 85.6 1.72 83.88

1+00.000 1.74 72.7 72.7 0 2.2 158.3 158.3 3.92 154.38

1+50.000 1.77 87.75 87.75 0 0 246.04 246.04 3.92 242.13

2+00.000 1.84 90.09 90.09 0 0 336.13 336.13 3.92 332.21

2+34.000 1.71 60.3 60.3 0 0 396.43 396.43 3.92 392.52

2+88.000 1.74 93.28 93.28 0 0 489.71 489.71 3.92 485.79

3+36.000 1.79 84.71 84.71 0 0 574.43 574.43 3.92 570.51

3+42.000 1.77 10.63 10.63 0 0 585.06 585.06 3.92 581.14

3+48.000 1.74 10.49 10.49 0 0 595.54 595.54 3.92 591.62

ELABORADO PELO: HERMENEGILDO JOSÉ MATCHAI

XIII
PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

3+54.000 1.99 11.2 11.2 0 0 606.74 606.74 3.92 602.82

3+60.000 1.86 11.57 11.57 0 0 618.31 618.31 3.92 614.39

3+66.000 1.82 11.03 11.03 0 0 629.34 629.34 3.92 625.42

4+00.000 1.84 62.27 62.27 0 0 691.6 691.6 3.92 687.69

4+08.000 1.93 15.13 15.13 0 0 706.74 706.74 3.92 702.82

4+50.000 1.58 73.72 73.72 0 0 780.46 780.46 3.92 776.54

5+00.000 1.66 80.79 80.79 0 0 861.26 861.26 3.92 857.34

5+50.000 1.78 85.76 85.76 0 0 947.02 947.02 3.92 943.1

6+00.000 1.66 86 86 0 0 1033.01 1033.01 3.92 1029.09

6+50.000 1.56 80.54 80.54 0 0 1113.55 1113.55 3.92 1109.63

7+00.000 1.47 75.78 75.78 0.03 1.27 1189.33 1189.33 5.19 1184.14

7+50.000 1.46 73.35 73.35 0.06 3.62 1262.67 1262.67 8.81 1253.87

8+00.000 1.4 71.39 71.39 0.2 9.98 1334.06 1334.06 18.79 1315.28

8+50.000 1.36 68.89 68.89 0.13 12.58 1402.95 1402.95 31.37 1371.58

9+00.000 1.43 69.62 69.62 0.14 10.32 1472.57 1472.57 41.69 1430.89

9+50.000 1.15 64.43 64.43 0.65 29.42 1537.01 1537.01 71.11 1465.9

10+00.000 1.25 60.09 60.09 0.56 45.07 1597.1 1597.1 116.18 1480.92

10+50.000 1.3 63.83 63.83 0.45 37.89 1660.93 1660.93 154.07 1506.86

10+92.000 1.16 51.78 51.78 0.88 41.68 1712.7 1712.7 195.75 1516.95

11+00.000 1.25 9.64 9.64 0.57 8.65 1722.35 1722.35 204.4 1517.94

11+50.000 1.22 61.58 61.58 0.65 45.55 1783.92 1783.92 249.95 1533.97

12+00.000 1.36 64.46 64.46 0.26 33.77 1848.38 1848.38 283.72 1564.66

12+18.000 1.36 24.46 24.46 0.22 6.4 1872.84 1872.84 290.12 1582.72

12+50.000 1.32 42.76 42.76 0.4 14.85 1915.59 1915.59 304.97 1610.63

13+00.000 1.42 68.51 68.51 0.13 19.74 1984.1 1984.1 324.7 1659.4

13+50.000 1.48 72.53 72.53 0.04 6.39 2056.63 2056.63 331.09 1725.54

14+00.000 1.32 70.01 70.01 0.4 16.39 2126.64 2126.64 347.49 1779.15

ELABORADO PELO: HERMENEGILDO JOSÉ MATCHAI

XIV
PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

14+28.000 1.83 44.16 44.16 0 8.42 2170.8 2170.8 355.91 1814.89

14+50.000 1.61 37.89 37.89 0 0.12 2208.68 2208.68 356.03 1852.65

14+88.000 1.54 59.96 59.96 0.12 3.26 2268.64 2268.64 359.3 1909.34

15+00.000 1.51 18.4 18.4 0.11 1.99 2287.03 2287.03 361.29 1925.74

15+54.000 1.4 78.73 78.73 0.22 13.25 2365.76 2365.76 374.54 1991.22

16+00.000 1.34 63.15 63.15 0.34 19.23 2428.91 2428.91 393.77 2035.14

16+50.000 1.31 66.42 66.42 0.43 28.92 2495.33 2495.33 422.69 2072.64

16+68.000 1.57 25.94 25.94 0.12 7.37 2521.26 2521.26 430.06 2091.2

16+74.000 1.3 8.64 8.64 0.31 1.87 2529.9 2529.9 431.93 2097.97

17+00.000 1.15 31.85 31.85 0.83 22.11 2561.75 2561.75 454.04 2107.71

17+50.000 1.29 60.98 60.98 0.44 47.26 2622.73 2622.73 501.3 2121.43

17+76.000 1.67 38.47 38.47 0 8.51 2661.2 2661.2 509.81 2151.39

17+82.000 1.76 10.25 10.25 0 0 2671.45 2671.45 509.81 2161.64

18+00.000 1.24 26.96 26.96 0.57 7.66 2698.41 2698.41 517.47 2180.94

18+37.217 1.71 54.94 54.94 0 15.83 2753.35 2753.35 533.3 2220.04

1.2.2. Secções transversais

Tabela 19: secção da via na estacão 0+00.00

ELABORADO PELO: HERMENEGILDO JOSÉ MATCHAI

XV
PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

Figura 30: secção da via na estacão 9+500.00.

Figura 31:Secção da via na estacão 18+37.22.

1.3.DRENAGEM SUPERFICIAL

Chuva de Projecto

Tabela 20:Parâmetros para o cálculo da intensidade da chuva, Decreto (2003).

Dados Descrição
I Intensidade da precipitação [mm/h]
a Coeficiente de chuva
b Coeficiente de chuva
T Período de recorrência [anos]
t Duração de chuva [min]

ELABORADO PELO: HERMENEGILDO JOSÉ MATCHAI

XVI
PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

Tabela 21: Dados pluviométricos de Chókwè e coeficientes de desagregação da chuva.

Instituto Nacional de Meteorologia


Rua de Mukumbura n° 164, Caixa Postal 256
Teleg.: OBSERTOR - Telefs.: 21490064-21490148-21492530 - Fax: 21491150 - Telex: SMMMP 6-259
MAPUTO - Moçambique
Elemento: Precipitação total mensal (das 9 as 9 horas em mm)

ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ P. Med p.Med de P.Med
diaria 24h horaria
1965 231.1 29.1 43.2 25.9 30.9 3.7 0.0 9.9 48.2 27.7 103.0 57.6 50.9 76.2875 44.69685
1966 332.1 35.1 15.3 30.6 36.1 22.5 0.3 33.2 14.5 55.7 32.3 77.9 57.1 85.7 50.21163
1967 190.0 419.6 64.0 70.2 3.5 16.5 29.5 6.9 9.9 35.9 39.4 41.8 77.3 115.9 67.90581
1968 78.9 89.8 25.4 23.9 17.2 22.1 12.1 0.2 1.5 1.7 57.4 99.9 35.8 53.7625 31.49945
1969 25.5 106.5 30.1 77.8 22.4 7.2 14.2 2.0 9.8 219.9 53.9 95.4 55.4 83.0875 48.68097
1970 41.6 11.2 41.1 7.2 11.8 14.7 3.6 0.0 4.6 20.1 20.2 3.6 15.0 22.4625 13.16078
1971 270.4 37.9 55.0 37.9 15.3 25.4 17.4 0.2 13.8 62.4 23.5 103.9 55.3 82.8875 48.56379
1972 111.7 260.6 122.2 17.8 123.1 9.2 13.9 1.2 1.6 3.3 20.4 67.6 62.7 94.075 55.11854
1973 52.3 181.9 18.5 53.8 4.9 11.0 19.7 1.0 60.8 21.1 58.1 186.2 55.8 83.6625 49.01786
1974 63.8 117.8 39.2 52.8 18.7 0.9 4.8 1.9 35.9 9.5 73.2 94.1 42.7 64.075 37.54154
1975 56.6 203.2 97.3 27.7 21.1 38.9 1.1 9.4 1.4 9.0 103.3 106.3 56.3 84.4125 49.45728
1976 294.2 130.5 49.8 20.9 100.4 18.4 5.0 0.9 0.4 18.6 30.4 35.9 58.8 88.175 51.66173
1977 166.5 -- 118.8 14.3 0.6 13.1 0.6 54.6 22.0 2.9 16.6 115.9 47.8 71.71364 42.01702
1978 220.8 199.7 33.1 65.7 6.0 18.9 16.8 3.3 27.2 27.3 82.5 77.3 64.9 97.325 57.02272
1979 -- 16.9 37.1 48.5 20.3 13.1 12.5 45.5 5.1 18.8 62.9 124.7 36.9 55.28182 32.38962
1980 21.9 72.8 61.0 27.6 2.8 12.1 18.5 6.9 120.8 33.8 41.5 100.8 43.4 65.0625 38.12012
1981 112.7 167.1 82.4 26.8 93.7 3.4 0.0 39.8 71.9 126.3 164.7 97.7 82.2 123.3125 72.24879
1982 47.5 47.6 11.0 101.5 26.3 5.7 35.2 0.0 23.0 70.0 8.1 33.9 34.2 51.225 30.01273
1983 117.5 42.6 30.8 12.0 60.0 25.3 13.0 37.7 0.4 43.7 73.6 54.3 42.6 63.8625 37.41704
1984 188.1 25.9 67.4 50.4 5.8 3.0 56.9 1.9 32.6 43.1 133.7 68.3 56.4 84.6375 49.58911
1985 168.0 200.8 112.6 18.4 52.0 15.2 8.9 0.4 17.3 30.5 127.7 29.1 65.1 97.6125 57.19116
1986 80.4 25.8 24.1 101.1 2.4 14.6 0.4 0.4 12.4 27.9 37.4 74.7 33.5 50.2 29.41218
1987 55.1 20.0 57.1 17.7 2.8 10.3 0.2 74.7 52.2 35.5 44.7 70.6 36.7 55.1125 32.29041
1988 7.8 24.6 53.1 25.3 38.6 1.9 9.3 8.2 10.3 28.4 8.9 30.1 20.5 30.8125 18.05304
1989 5.3 131.9 48.1 2.8 7.2 17.9 12.4 27.2 2.1 48.0 64.9 199.2 47.3 70.875 41.52566
1990 121.1 57.0 66.4 22.7 2.5 2.2 0.0 34.0 4.2 16.1 2.5 205.5 44.5 66.775 39.12347
1991 47.4 68.4 120.4 13.5 4.7 24.9 1.1 0.9 18.1 3.8 22.1 43.9 30.8 46.15 27.03929
1992 49.2 6.3 23.8 1.9 8.4 22.7 0.4 0.2 1.6 7.8 85.8 179.1 32.3 48.4 28.35756
1993 13.6 138.4 90.7 80.7 1.7 0.0 16.8 4.6 2.0 22.8 75.8 58.4 42.1 63.1875 37.02156
1994 86.8 10.3 30.0 7.8 12.4 4.6 20.0 17.1 9.6 31.8 27.2 60.8 26.5 39.8 23.31882
1995 1.4 48.4 14.6 45.3 32.9 0.8 1.2 52.1 0.0 42.5 22.2 109.9 30.9 46.4125 27.19308
1996 247.8 78.6 33.1 58.4 83.9 13.7 18.7 29.6 0.7 0.4 49.6 78.4 57.7 86.6125 50.74626
1997 141.8 118.6 57.6 11.1 21.9 2.3 -- -- -- 41.2 -- -- 56.4 84.53571 49.52948
1998 -- -- 1.0 3.0 9.7 0.0 31.3 42.5 25.6 44.3 83.2 305.7 54.6 81.945 48.01158
1999 113.4 201.6 32.7 36.1 21.8 6.1 -- 5.1 5.0 26.5 152.5 9.1 55.4 83.16818 48.72824
2000 -- 221.0 -- 33.8 62.9 24.1 34.8 2.0 52.4 9.1 288.5 37.3 76.6 114.885 67.31112
2001 71.4 179.1 74.3 46.5 18.6 1.6 8.4 -- 11.8 91.0 128.3 254.8 80.5 120.7909 70.77139
2002 60.3 22.2 53.4 2.0 8.6 27.2 1.0 2.8 58.2 70.4 89.5 19.3 34.6 51.8625 30.38624
2003 7.1 70.2 19.2 6.0 11.6 134.6 39.2 0.0 33.6 116.9 27.5 68.2 44.5 66.7625 39.11615
2004 147.0 73.0 281.5 61.8 3.4 203.5 69.8 4.5 12.2 51.9 -- -- 90.9 136.29 79.85231
2005 77.2 41.5 44.5 28.1 5.6 0.0 -- 0.0 16.6 4.2 83.4 91.1 35.7 53.48182 31.335
2006 134.6 13.6 281.6 18.0 44.0 33.2 8.0 4.2 25.2 -- 123.2 -- 68.6 102.84 60.25396
2007 53.4 56.9 25.9 87.7 0.0 14.3 15.2 7.8 2.0 40.7 76.4 151.8 44.3 66.5125 38.96967
2008 88.2 2.6 21.8 9.5 6.4 27.2 5.0 3.0 1.9 10.7 57.5 65.4 24.9 37.4 21.91266
2009 134.4 91.1 62.7 16.8 30.8 17.2 0.1 6.2 7.7 7.0 99.8 12.2 40.5 60.75 35.59343
2010 77.8 68.4 59.1 193.4 64.9 8.9 24.3 11.3 4.0 10.5 291.3 216.1 85.8 128.75 75.43463
2011 264.8 16.6 17.0 0.6 -- -- -- 23.9 0.1 18.4 77.5 59.2 53.1 79.68333 46.68647
2012 247.7 48.0 112.9 14.1 2.6 -- -- 0.0 59.3 -- -- -- 69.2 103.8429 60.84153
K 1.5 a 833.2 10anos d[min] 49min Media 50.3 75.4658 44.21541
b -0.6 de I[mm/h] 90mm/h P.Max de 24h 75.5 P.Max 79.85231

ELABORADO PELO: HERMENEGILDO JOSÉ MATCHAI

XVII
PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

2. DIMENSIONAMENTO DO PAVIMENTO

8.1.Ensaios de caracterização (Norma TMH1A7)

A1

Tabela 22: Moldagem dos corpos de prova.

Moldagem
Compactação 55x10x5 25x10x5 55x5.5x3
Nr do Molde Nr 1 2 3
Peso do Molde + solo húmido(M0) gr 9150 8915 8645
Peso do Molde (M1) gr 4703 4727 4662
Peso do solo húmido [M2 =M0-M1] gr 4447 4188 3983
Volume do Molde(V) cc 2320 2309 2294
Baridade húmida do solo (Dh) gr/cc 1.917 1.814 1.736
Teor de humidade da moldagem (W) % 8.3 8.3 8.3
Baridade seca do solo (Ds) gr/cc 1.769 1.674 1.603
% de Compactação % 95.4 90.2 86.4
Peso molde + solo apos embebição (M3) gr 9190 8985 8699
Peso do solo húmido final (M4) gr 4487 4258 4037
Teor de humidade final (Wf) % 9.3 10.2 9.8

Tabela 23: determinação do teor de humidade.


Determinação do teor de humidade
Higroscopico Depois da mistura Agua a adicionar
Nr da capsula/Molde N 12 16 18 Óptimo[%] 5.5
Peso do solo humido + capsula (P0) gr 62.22 57 57 Higroscopico 0.9
Peso do solo seco + capsula (P1) gr 58.94 54.39 54.29
Peso da capsula (P2) gr 20.1 20.9 21.1
Peso da agua [P3 = P0 - P1] gr 3.28 2.83 2.7
Peso do solo seco gr 38.84 33.49 33.19
Teor de humidade [ w = (P3/P4)*100] % 1 1 8.4 8.5 8.1

Tabela 24: Proctor modificado


PROCTOR MODIFICADO
Código da obra Tipo de material em estudo
Nome da obra Solo
Dono da obra ISPG Amostra nr: 2
Código do ensaio CP Norma TMH1 A7
COMPACTAÇÃO
nr de ensaios 1 2 3 4 5
nr de golpes por camada 55 55 55 55 55
nr de camadas 5 5 5 5 5
v volume do molde cm3 2104 2104 2104 2104 2104
p1 peso do molde g 4985 4985 4985 4985 4985
p2 peso do molde + material humido g 8751 8978 9105 9125 9029
p3 = p2-p1 peso do material humido g 3766 3993 4120 4140 4044
Yh= p3/v baridade húmida g/cm3 1.79 1.898 1.958 1.968 1.922

ELABORADO PELO: HERMENEGILDO JOSÉ MATCHAI

XVIII
PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

Tabela 25: Teores de Humidade.

nr da capsula L52 L53 L55 L56 L57


t tara 0.01g 230.6 231.9 294 866.1 218.2
p4 peso material húmido+tara 0.01g 457.3 473.5 465.2 953.6 483.7
p5 peso material seco+tara 0.01g 453.5 464.9 456.2 947.4 460.3
p6=p4-p5 peso da agua 0.01g 3.9 8.6 9 6.2 23.4
p7=p5-t peso material seco 0.01g 222.9 233 162.2 81.3 242.1
w teor de humidade 0.10% 1.7 3.7 5.5 7.6 9.7
Yd peso especifico seco/baridade seca g/cm3 1.76 1.83 1.855 1.828 1.753

Tabela 26: 27:CBR.


CBR
Nr MOLDE 1 21 29
% MOD AASHTO 95.4 90.2 86.4
penetracao leitura correc leituracorrec leitura correc
0 0 0 0
0.5 30 22 19
1 39 28 21
1.5 43 35 23
2 50 37 25
2.5 59 59 42 42 29 29
3 62 48 31
3.5 68 52 33
4 71 59 34
4.5 76 62 36
5 81 81 68 68 37 37
6 87 70 39
7 90 72 40
8 95 75 42
9 105 79 44
FACTOR DO ANEL
CBR 2.5mm= 13.344KN5mm= 20.016KN 7.5mm= 25.354KN
2.5mm* 7.3 5.2 3.6
5.0mm** 6.7 5.6 3
% Compactação 98 95 93
CBR 2.5mm
CBR 5.0mm

LIMITE DE LIQUIDEZ

Nr da capsula Nr 9 8 F
Peso solo humido + capsula(P0) gr 53.6 56.6 52.5
Peso solo seco + capsula(P1) gr 46.41 49.65 46.62
Peso da capsula(P2) gr 118.2 18.1 18.3
Peso agua[ P3 = P0 - P1] gr 7.19 6.95 5.88
Peso solo seco [P4= P1 - P2] gr 28.21 31.55 28.32
Teor de Humidade % 25.5 22 20.8
Nr de pancadas Nr 15 22 30

LIMITE DE PLASTICIDADE
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XIX
PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

Nr da capsula Nr 9 A
Peso solo humido + capsula(P0) gr 28.2 31.3
Peso solo seco + capsula(P1) gr 26 2866
Peso da capsula(P2) gr 7.4 7.4
Peso agua[ P3 = P0 - P1] gr 2.2 2.64
Peso solo seco [P4= P1 - P2] gr 18.6 21.26
Teor de Humidade % 11.8 12.4

LIMITE DE RETRACAO
NR do Molde Nr 12 LIMITE DE LIQUIDEZ 22.80%
comprimento do Molde(L1) mm 149.9 LIMITE DE PLASTICIDADE 12.10%
Distancia retraida(L20) mm 6 INDICE DE PLASTICIDADE 10.70%
Retracao Linear [ Ls =L2 /L1 x 100] % 4 LIMITE DE RETRACAO 4.00%

A2

Tabela 28:proctror modificado.


PROCTOR MODIFICADO
Código da obra Tipo de material em estudo
Nome da obra Solo
Dono da obra Amostra nr: 2
Códigodo ensaio CP Norma TMH1 A7
COMPACTAÇÃO
nr de ensaios 1 2 3 4 5
nr de golpes por camada 55 55 55 55 55
nr de camadas 5 5 5 5 5
v volume do molde cm3 2104 2104 2104 2104 2104
p1 peso do molde g 4985 4985 4985 4985 4985
p2 peso do molde + material húmido g 9399 9660 9801 9795 9599
p3 = p2-p1peso do material húmido g 4414 4675 4816 4810 4614
Yh= p3/v baridade húmida g/cm3 2.098 2.222 2.289 2.286 2.193

TEORES DE HUMIDADE
nr da capsula L2 LN L54 L7 LA
t tara 0.01g 73.3 74.3 73.4 73.4 98.4
p4 peso material húmido+tara 0.01g 342.2 339.7 332.2 336.1 338.2
p5 peso material seco+tara 0.01g 333.1 326 314.6 313 313.5
p6=p4-p5 peso da agua 0.01g 9.1 13.7 17.6 23.1 24.7
p7=p5-t peso material seco 0.01g 259.8 251.7 241.2 239.6 215.1
w teor de humidade 0.10% 3.5 5.4 7.3 9.6 11.5
Yd baridade seca g/cm3 2.027 2.107 2.133 2.085 1.967

ELABORADO PELO: HERMENEGILDO JOSÉ MATCHAI

XX
PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

Tabela 29: determinação do teor de humidade.


Higroscopico Depois da mistura Agua a adicionar
Nr da capsula/Molde N 5 5 7 Optimo[%] 7.3
Peso do solo húmido + capsula (P0) gr 69.7 73.7 85.6 Higroscopico 1
Peso do solo seco + capsula (P1) gr 66.4 70.2 81.1
Peso da capsula (P2) gr 20.1 20.9 21.1
Peso da agua [P3 = P0 - P1] gr 3.3 3.5 4.5
Peso do solo seco gr 46.3 49.3 60
Teor de humidade [ w = (P3/P4)*100]% 1 0.9 7.1 7.1 7.5

Tabela 30: Moldagem dos corpos de prova

Moldagem
Compactação 55x10x5 25x10x5 55x5.5x3
Nr do Molde Nr 1 21 29
Peso do Molde + solo húmido (M0) gr 9140 9025 9015
Peso do Molde (M1) gr 4703 4884 5019
Peso do solo húmido [M2 =M0-M1] gr 4437 4141 3996
Volume do Molde (V) cc 2008 2014 2128
Baridade húmida do solo (Dh) gr/cc 2.21 2.056 1.878
Teor de humidade da moldagem (W) % 7.2 7.2 7.2
Baridade seca do solo (Ds) gr/cc 2.06 1.917 1.751
% de compactação % 96.6 89.9 82.1
Peso molde + solo apos embebição (M3) gr 9185 9055 9060
Peso do solo húmido final (M4) gr 4482 4171 4041
Teor de humidade final (Wf) % 8.3 8 8.4

Tabela 31:CBR
CBR
Nr MOLDE 1 21 29
% MOD AASHTO 96.6 89.9 82.1
penetrção leitura correc leitura correc leitura correc
0 0 0 0
0.5 190 91 30
1 288 270 72
1.5 340 352 161
2 344 354 290
2.5 349 349 358 358 300 300
3 372 396 361
3.5 423 442 375
4 477 449 397
4.5 542 460 433
5 550 550 525 525 445 445
6 623 632 551
7 732 634 585
8 748 655 608
9 862 710 690
FACTOR DO ANEL
CBR 2.5mm= 13.344KN 5mm= 20.016KN 7.5mm= 25.354KN
2.5mm* 43 44.2 37
5.0mm** 45.2 43.2 36.6
% Compactação 98 95 93
CBR 2.5mm
CBR 5.0mm

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XXI
PROJECTO DE EBVT COM DRENAGEM SUPERFICIAL (TROÇO SUBESTAÇÃO – ISPG)

Tabela 32:limites de consistência.

LIMITE DE LIQUIDEZ
Nr da cápsula Nr L14 L17 L21
Peso solo húmido + cápsula (P0) gr 81.3 79.25 78.72
Peso solo seco + cápsula (P1) gr 60.6 59.73 60.04
Peso da cápsula (P2) gr 18 18.2 18
Peso água [ P3 = P0 - P1] gr 20.7 19.52 18.68
Peso solo seco [P4= P1 - P2] gr 42.6 41.53 42.04
Teor de Humidade % 48.5 47 44.4
Nr de pancadas Nr 16 20 29

LIMITE DE PLASTICIDADE
Nr da capsula Nr L52 L53
Peso solo humido + cápsula (P0) gr 42.5 39.54
Peso solo seco + cápsula(P1) gr 37.5 34.3
Peso da cápsula (P2) gr 18 18.5
Peso água [ P3 = P0 - P1] gr 5.06 4.24
Peso solo seco [P4= P1 - P2] gr 19.5 15.8
Teor de Humidade % 26 26.8

LIMITE DE RETRACAO
NR do Molde Nr 2 4 LIMITE DE LIQUIDEZ 45.40%
Comprimento do Molde (L1) mm 150 150 LIMITE DE PLASTICIDADE 26.40%
Distancia retraída (L20) mm 10 9.8 INDICE DE PLASTICIDADE 19.00%
Retracção Linear [ Ls =L2 /L1 x 100] % 7 6.5 LIMITE DE RETRACAO 6.80%

ELABORADO PELO: HERMENEGILDO JOSÉ MATCHAI

XXII

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