Você está na página 1de 67

INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA

DIVISÃO DE AGRICULTURA

CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL

Monografia científica apresentada e defendida como requisito para obtenção do


grau de Licenciatura em Engenharia Florestal

Análise operacional da Motosserra e do Telelogger no Corte e


Extracção de Pinus spp nas plantações de Penhalonga,
IFLOMA_MANICA

Autor: Timóteo Luís Simone


Tutor: Engo. Severino José Macôo

Lionde, Janeiro de 2021


ii
Índice

ÍNDICE DE TABELAS .................................................................................................................. v

ÍNDICE DE FIGURAS .................................................................................................................. vi

ÍNDICE DE ANEXOS .................................................................................................................. vii

LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E ACRÓNIMOS ........................................................ viii

Declaração ...................................................................................... Erro! Marcador não definido.

DEDICATÓRIA ............................................................................................................................. ix

AGRADECIMENTOS ................................................................................................................... xi

RESUMO ...................................................................................................................................... xii

ABSTRACT ................................................................................................................................. xiii

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 1

1.1. Problema e justificativa de estudo ........................................................................................ 2

1.2.1. Geral ............................................................................................................................... 3

1.2.2. Específicos ..................................................................................................................... 3

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................................... 4

2.1. Sector Florestal de Moçambique .......................................................................................... 4

2.2. Sistema de colheita ............................................................................................................... 4

2.2.1. Corte Florestal ................................................................................................................ 6

2.2.3. Carregamento e Descarregamento ................................................................................. 8

2.2.4. Descrição da Maquinaria ................................................................................................ 9

2.3. Produtividade de máquinas e equipamentos florestais ....................................................... 12

2.4. Eficiência de máquinas e equipamentos florestais ............................................................. 13

2.5. Disponibilidade mecânica e operacional ............................................................................ 14

2.6. Planeamento operacional da colheita de madeira ............................................................... 15

2.7. Ergonomia e segurança na colheita .................................................................................... 15

2.8. Estudo de tempos e movimentos......................................................................................... 16

iii
2.9. Impactos da colheita florestal ............................................................................................. 17

3. MATERIAIS E MÉTODOS...................................................................................................... 18

3.1. Localização da área de estudo ......................................................................................... 18

3.1. Materiais ............................................................................................................................. 20

3.2. Métodos .............................................................................................................................. 21

3.2.1. Colecta de dados .............................................................................................................. 21

3.2.2. Caracterização do ciclo operacional ............................................................................. 21

3.2.4. Estudo de tempo ........................................................................................................... 22

3.3.2. Determinação do volume dos toros .............................................................................. 23

3.3.4. Número de ciclos necessários para as máquinas avaliadas .......................................... 24

3.4. Análise de dados ................................................................................................................. 25

3.4.1. Disponibilidade mecânica das máquinas avaliadas ...................................................... 25

3.4.2. Grau de utilização das máquinas avaliadas .................................................................. 25

3.4.3. Eficiência operacional das máquinas avaliadas ........................................................... 26

3.4.4. Produtividade operacional das máquinas avaliadas ..................................................... 26

4.1. Análise de tempos e movimentos das máquinas avaliadas ................................................. 27

4.2.1. Disponibilidade Mecânica da Motosserra e do Telelogger .......................................... 29

4.2.2. Grau ou Taxa de utilização Mecânica da Motosserra e do Telelogger ........................ 31

4.2.3. Eficiência Operacional da Motosserra e do Telelogger ............................................... 32

4.2.4. Produtividade Operacional da Motosserra e do Telelogger ............................................. 33

5. CONCLUSÃO ........................................................................................................................... 35

6. RECOMENDAÇÕES................................................................................................................ 36

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 37

8. ANEXOS ................................................................................................................................... 43

iv
ÍNDICE DE TABELAS Páginas
Tabela 1: Caracterização das máquinas avaliadas ........................................................................ 20
Tabela 2: Materiais e equipamentos utilizados ............................................................................ 20
Tabela 3: Número de ciclos (viagens completas) necessários para as máquinas ......................... 24

v
ÍNDICE DE FIGURAS Páginas

Figura 1: Motosserra ...................................................................................................................... 9


Figura 2: Bell Telelogger 220A ................................................................................................... 12
Figura 3: Localização da área de estudo ...................................................................................... 18
Figura 4: Percentagem do tempo gasto pela Motosserra por actividade ...................................... 27
Figura 5: Tempo gasto pelo Telelogger por actividade ............................................................... 28
Figura 6: Distribuição da disponibilidade mecânica da Motosserra e do Telelogger .................. 30
Figura 7: Grau de utilização mecânica da Motosserra e do Telelogger ....................................... 31
Figura 8: Eficiência operacional da Motosserra e do Telelogger................................................. 32
Figura 9: Produtividade operacional por jorna da Motosserra e do Telelogger ........................... 33

vi
ÍNDICE DE ANEXOS Páginas

Anexo 1: Ficha de amostragem do tempo Multimomento ............................................................ 44


Anexo 2: Ficha de campo para parâmetros dendrométricos ......................................................... 46
Anexo 3: Evidências do processo de colecta de dados ................................................................. 47
Anexo 4: Etapa de seccionamento ................................................................................................ 48
Anexo 5: Transporte florestal........................................................................................................ 49
Anexo 6: Acessórios da Motosserra e Telelogger fazendo o transporte secundário..................... 51
Anexo 7: Medição dos toros para seccionamento ......................................................................... 52
Anexo 8: Tabela de volume usada pela empresa .......................................................................... 53
Anexo 9: Imagem ilustrativa do Bell Telelogger .......................................................................... 54

vii
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E ACRÓNIMOS
cm3 Centímetro cúbico
CV Coeficiente de variação
db Diâmetro da base
DM Disponibilidade mecânica
DNAL Direcção Nacional de Administração Local
dt Diâmetro do topo
EO Eficiência operacional
FAO Food and Agriculture Organization for the United Nations
GPS Sistema de Posicionamento Global
H Horas
Há Hectare
He Horas efectivamente trabalhadas
Hp Horas de paradas operacionais
HT Horas totais
IFLOMA Indústrias Florestais de Manica
ISPG Instituto Superior Politécnico de Gaza
Kg Quilograma
Kw Quilo watts
m3 Metro cúbico
MAE Ministério de Administração Estatal
MONAP Nordic Agricultural Programme
Pág. Página
Prod Produtividade
V Volume

viii
ix
DEDICATÓRIA

Aos meus pais

Luís Simone & Isabel Mussindo Mucapana

Por sacrificar momentos de sua vida para dar


a mim condições e forças para continuar estudando além do rio e longe de casa

e por ter sonhado junto comigo

DEDICO

x
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço a Deus todo-poderoso pela saúde e forças para enfrentar todos
obstáculos que encontrei durante a longa caminhada que tive para aqui chegar;
Agradeço aos meus pais Luís & Isabel pelo apoio incondicional que a mim deram;

Agradeço aos meus avós Simone e Emília (In memorium) pelo aprendizado mesmo que não tenham
me visto conseguir obter o grau de licenciatura em Engenharia Florestal;

Agradeço aos meus irmãos José Baéta, Jacob, Pedro, Maria Rosa, Izaquel, Inácio, António, Lina,
Sara, Isabel, Simão, Marta, Márcia, , Zacarias e Laurinda pela força, igualmente á Francisco David
Lázaro, Rosa Tomé Mairosse e Esperança Colar Tomo;

Agradeço aos meus segundos pais (tios) Pedro Simone, Ana Macheme Alberto e Rosalina Antunes
de sousa pela força durante o nível médio;

Agradeço aos meus primos Isabel Pedro Simone, Fátima Maibeque, Helen Pedro Simone, Gabriel
Mandanda, Sara Mandanda, Rosita Mandanda, Simone Pedro Simone, Lina Pedro Simone, Joe de
Jesus, Carina Cabral, Rogério Gomes, Felisberto Gomes e em especial á Érica Gomes por ter
acreditado em mim;

Agradeço a toda Comunidade Politécnica, á Divisão de Agricultura e especialmente ao meu


supervisor Engº. Severino José Macôo e aos docentes do curso de Engenharia Florestal
nomeadamente Engº Pedro Venâncio Wate, Engº Emídio José Matusse, Engº Edson Chilaquene
Massingue, dr. Sérgio Alfredo Bila (MSc), dr. Arão Finiasse Mahate (MSc), Engª. Juvência
Yolanda Malate, Engº. Jeremias Agapito e outros pelo acompanhamento durante o curso;

Agradeço aos meus colegas de Engenharia Florestal 2016 e aos mazas de 2015, especialmente para
Nélia Helena Raúl Muendane, Iolanda Greedes Macolino, Heldivânio A.O Gauene, Engº Jeremias
Madabula, Inocêncio Daniel, João Chibue, Engº Silva Rassul, Edson Machava, Edimilson Otávio,
Denilson Matsinhe, Lídia Mandlate, Saíde Balane, Justino Natalino, Valter Rungo, Samuel Tiago,
Sara Israel, Zélia Zitha, Ana Chingueleze, Ivan Camisa, José Joaquim e outros;

Agradeço aos meus companheiros de batalha Arão Maúnze, Márcio de Jesus Mateus, Emerson Jó,
Fernando Robert, Delito King, Laura Nhandzime, Edilson Chale, Vasco Lisboa e Elton Picane, em
especial a João David Muando Raposo;

Agradeço a empresa Indústrias Florestais de Manica (IFLOMA), em especial para o director


Crimildo Rungo e Chadreque Filipe Sabão (Gestor de recursos humanos) por ter mostrado
disponibilidade para receber e acolher a pesquisa contribuindo com o possível em termos de
material e transporte.

O meu muito OBRIGADO!!

xi
RESUMO

A presente pesquisa teve por objectivo analisar o desempenho operacional da Motosserra e do


Telelogger no corte e extracção de Pinus spp na IFLOMA em Penhalonga, Posto Administrativo
de Machipanda, Distrito de Manica, Província do mesmo nome. O estudo consistiu no
acompanhamento das actividades referentes ao corte e extracção de toros utilizando a Motosserra
e Telelogger, respectivamente, que foi feita de forma separada para a Motosserra e o Telelogger,
onde também foi realizado o estudo de tempos e movimentos com base na colecta de dados
referentes ao tempo e produção em cada ciclo operacional, pelo método de tempos contínuos e
multimomento fazendo a sua devida classificação em horas de trabalho efectivo e interrupções, em
simultâneo foram também colectados dados referentes ao diâmetro e comprimento dos toros para
determinação do volume/produção por cada ciclo. As amostras foram colectadas em 69 e 89 ciclos
operacionais para a Motosserra e Telelogger para o limite de erro de 10%. Os dados foram
agrupados e usados na identificação das principais interrupções e determinação da disponibilidade
mecânica, taxa de utilização, eficiência operacional e produtividade das máquinas, a partir do
Microsoft Excel. As interrupções da Motosserra e Telelogger ocuparam cerca de 56.9% e 44%,
respectivamente, onde estas foram marcadas pelas paradas que ocuparam cerca de 36% e 37.9%.
A disponibilidade mecânica foi satisfatória para as duas tecnologias, que apresentaram percentuais
no intervalo de 90% á 96% para a Motosserra e 96% á 100% para o Telelogger. A Taxa de
Utilização esteve em torno de 54.2% á 68.3% para a Motosserra, e para Telelogger foram obtidos
38.1% e 82.5% para as duas jornadas. As taxas de eficiência operacional obtidas para a Motosserra
estiveram no intervalo de 52% á 64%, e para o Telelogger o percentual de eficiência obtido foi de
37 e 82% para as duas jornadas. A produtividade da Motosserra esteve no intervalo de 7,7 m3/he á
10,9 m3/he, e o Telelogger registou 19.5 m3/he e 11 m3/he nas duas jornadas. Os resultados obtidos
se mostraram abaixo do recomendado pela literatura para as variáveis de grau de utilização
mecânica e eficiência operacional. Para a variável disponibilidade mecânica os percentuais obtidos
foram satisfatórios para ambas tecnologias estando no intervalo dos percentuais recomendados. A
produtividade operacional depende das condições e necessidades da empresa e esta pode variar
para cada equipe, no entanto ela mostrou-se satisfatória, conseguindo suprir as necessidades da
empresa, encontrando-se entre os valores de produção por hora efectiva obtidos em estudos
similares.

Palavras-chave: Ciclo operacional, Corte, Extracção, Motosserra, Telelogger

xii
ABSTRACT

The present research aimed to analyze the operational performance of Chainsaw and Telelogger in
the cutting and extraction of Pinus spp at IFLOMA in Penhalonga, Machipanda Administrative
Post, Manica District, Province of the same name. The study consisted of monitoring the activities
related to cutting and extraction of logs using chainsaw and Telelogger, respectively, which was
done separately for the Chainsaw and Telelogger, where the study of times and movements was
also carried out based on the collection of data related to time and production in each operational
cycle, by the multimomenty and continuous method making its due classification in effective
working hours and interruptions, data were also collected regarding the diameter and length of logs
to determine the volume/production for each cycle. The samples were collected in 69 and 89
operational cycles for The Chainsaw and Telelogger for the error limit of 10%. The data were
grouped and used to identify the main interruptions and determine the mechanical availability,
utilization rate, operational efficiency and productivity of the machines, from Microsoft Excel. The
interruptions of Chainsaw and Telelogger occupied about 56.9% and 44%, respectively, where
these were marked by stops that occupied about 36% and 37.9%. The mechanical availability was
satisfactory for the two technologies, which presented percentages in the range of 90% to 96% for
The Chainsaw and 96% to 100% for Telelogger. The Utilization Rate was around 54.2% to 68.3%
for The Chainsaw, and for Telelogger was obtained 38.1% and 82.5% for the two rounds. The
operational efficiency rates obtained for The Chainsaw were in the range of 52% to 64%, and for
Telelogger the percentage of efficiency obtained was 37 and 82% for the two days. Chainsaw's
productivity was in the range of 7.7 m3/he at 10.9 m3/he, and the Telelogger registered 19.5 m3/he
and 11 m3/he in both rounds. The results obtained were below the recommended in the literature
for the variables of Degree of Mechanical Use and Operational Efficiency. For the variable
Mechanical Availability, the percentages obtained were satisfactory for both technologies, being
in the range of the recommended percentages. Productivity depends on the conditions and needs
of the company and this may vary for each team, however it proved satisfactory, being able to meet
the needs of the company, being among the values of production per hour effective obtained in
similar studies.

Keyword: Operational cycle, Cutting, Extraction, Chainsaw, Telelogger

xiii
Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

1. INTRODUÇÃO
As áreas de florestas plantadas no mundo somam 264 milhões de hectares nos cinco continentes,
equivalentes a 7% do total de áreas com cobertura florestal na qual a África possui cerca de 6 %
de tais plantações, uma percentagem equivalente a 16 milhões de ha onde estima-se que no geral o
foco de 76% das plantações florestais no mundo seja a produção madeireira (FAO, 2015 e
LEXTERRA, 2016).

Segundo MINAG (2015), Moçambique possui cerca de 5 % da área total ocupada por plantações
em África, o equivalente a 756 mil ha. De referir que as empresas no ramo de plantações florestais
no país geralmente desenvolvem actividades que compreendem o viveiro florestal, plantio e
maneio silvicultural, colheita florestal e por fim a transformação dos toros em madeira.

As empresas do sector florestal tem dado maior importância à etapa da colheita florestal e
transporte florestal, devido a sua alta representatividade nos custos de produção, à elevada demanda
de mão-de-obra e, também, pela natureza desgastante do trabalho juntamente com o elevado nível
de riscos de acidentes, por isso deve ser bem planeada e gerida para garantir a qualidade de produtos
e serviços bem como optimização das operações maximizando a utilização do tempo de execução
das actividades, porque pode comprometer a produtividade e elevar os custos de produção que em
alguns casos representam mais de 50% do custo total da madeira posta na fábrica (MACHADO, et
al., 2014; RODRIGUES, 2018).

A colheita florestal é entendida como um conjunto de operações que visa cortar e extrair árvores
do local de abate até as margens das estradas, esta é uma actividade complexa, dada à ocorrência
de vários fenómenos climáticos e biológicos e um grande número de variáveis que afectam a
produtividade (MACHADO, 2008).

A operacionalização das actividades constitui um dos itens com grande importância para o sucesso
da colheita florestal porque permite conhecer o nível de operacionalidade das máquinas e
equipamentos empregues em determinada actividade. Segundo MALINOVSKI, et al., (2006) &
BURLA (2008), a análise dos equipamentos permite a escolha dos equipamentos, garantindo a
execução das actividades com a qualidade requerida, conforto e segurança dos trabalhadores tal
como a optimização dos recursos disponíveis e maximização do tempo produtivo. Estudos de
operações consistem na análise das variáveis disponibilidade mecânica, grau ou taxa de utilização
das máquinas, eficiência e produtividade operacional das mesmas.

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 1


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

1.1. Problema e justificativa de estudo


A IFLOMA possui nas províncias de Manica e Sofala cerca de 92 988 ha de plantações florestais,
uma área equivalente a 12,3% do total de áreas cobertas por plantações no país, na qual a área
produtiva é estimada em cerca de 16 mil ha (17,2%), para satisfazer uma fracção de necessidades
locais em produtos de origem madeireira (MINAG, 2015),.

No entanto, a pressão aos produtos da empresa, deve-se ao facto de que esta é actualmente principal
fonte de matéria-prima para abastecer o mercado e indústria local e regional. LINHARES (2002),
sugere que para o atendimento das necessidades no mercado é necessária uma produção mais
intensa que é possível através de uma ampla mecanização.

Entretanto, diversas empresas do sector florestal no país utilizam tecnologias semi-mecanizadas


para a colheita florestal, com excepção de algumas que combinam as tecnologias mecanizadas e
semi-mecanizadas como é o caso da IFLOMA que utiliza para a etapa de corte e processamento a
Motosserra (tecnologia semi-mecanizada), e para a etapa de transporte primário e secundário o
Telelogger (tecnologia mecanizada).

Desta forma, a empresa não dispõe de uma base de dados referente ao nível de operacionalidade
das tecnologias empregues na colheita florestal como também não possui dados referentes á
distribuição de tempos entre as operações e estudos de análise operacional ainda não foram
realizados na empresa.

No entanto, para que estas tecnologias alcancem o nível de produção ideal é necessário que se faça
uma análise das operações das máquinas de modo a permitir o planeamento operacional que
segundo SILVA (1987), estabelece os padrões de controlo, antecipa os problemas e selecciona as
melhores soluções durante a colheita florestal e LINHARES (2002), sugere que se façam estudos
de análise operacional para servir de base na planificação das actividades de colheita com vista o
aumento da produção e a diminuição de perdas operacionais na colheita.

Por esta actividade ser a que têm mais perdas operacionais na produção da madeira, merece atenção
especial da empresa e uma análise detalhada das operações deve ser feita de modo que a
optimização das actividades, racionalização do tempo e a melhoria da qualidade seja alcançada em
todas as etapas do processo, de forma contínua (BIRRO, et al., 2002; MACHADO, 2002;
JACOVINE, et al., 2005; MOREIRA, 1992; REZENDE, et al., 1997).

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 2


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

1.2. Objectivos

1.2.1. Geral
 Analisar o desempenho operacional da Motosserra e do Telelogger no corte e extracção
florestal de Pinus spp.

1.2.2. Específicos
 Efectuar o estudo de tempos e movimentos nas actividades de corte e extracção;
 Avaliar a disponibilidade mecânica da Motosserra e do Telelogger para nas actividades de
corte e extracção;
 Determinar o grau de utilização da Motosserra e do Telelogger nas actividades de corte e
extracção;
 Determinar a eficiência operacional e produtividade operacional da Motosserra e do
Telelogger em função do tempo de trabalho nas actividades de corte e extracção.

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 3


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Sector florestal de Moçambique
Moçambique é um dos países da SADC que ainda possui consideráveis recursos florestais e
faunísticos. Estes recursos são de especial importância para o país, pela sua dimensão ambiental,
social e económica. A exploração e utilização dos recursos florestais e faunísticos, da forma como
vem sendo realizada, ameaça a conservação e a perpetuação destes recursos a médio e longo prazo,
o que tem dado origem á ideias de estabelecimento de plantações florestais com vista a reduzir a
pressão contra os produtos florestais oriundos da floresta nativa (BLIB, 2014).

Para o uso dos recursos de uma forma sustentável é necessário o maneio das florestas e este requer
planeamento e aplicação de técnicas adequadas para minimizar os impactos na estrutura e função
das mesmas, mantendo ou aumentando seu valor económico para a colheita. Nesse sentido, o
macroplaneamento da actividade como um todo, seguido das actividades pré-exploratórias, são
bases para planear a entrada na floresta para retirada de seus produtos (REIS, COUTO, PINHEIRO,
ESPADA VIOLATO, LIMA, & LENTINI, 2013).

A colheita de madeira é um conjunto de operações realizadas na floresta, visando o preparo e o


transporte da madeira até o depósito, utilizando técnicas e padrões preestabelecidos. As etapas mais
importantes são: corte, extracção, carregamento, transporte e o descarregamento, essas etapas
representam 50% dos custos finais da madeira colocada na indústria.

2.2. Sistema de colheita


O sistema de colheita florestal pode ser definido como um conjunto de actividades, integradas entre
si, que permitem o fluxo constante de matéria-prima, ou seja, da madeira, evitando os pontos de
estrangulamento e exigindo dos equipamentos o máximo empenho de sua capacidade de utilização
(MALINOVSKI; MALINOVSKI, 1998).

Os sistemas de colheita podem variar de acordo com diversos factores, dentre eles a topografia do
terreno, o rendimento volumétrico do povoamento, tipo de floresta, uso final de madeira, máquinas,
equipamentos e recursos disponíveis, volume a ser produzido entre outros (MACHADO, 2002).

De acordo com a classificação da FAO, os sistemas de colheita podem ser classificados quanto à
forma da madeira na fase de extracção, ao local onde é realizado o processamento final e ao grau
de mecanização. Em muitos trabalhos adoptam-se critérios quanto à forma da madeira na fase de

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 4


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

extracção, que classifica os sistemas em toros curtos, compridos e árvores inteiras (MACHADO,
1984).

 Sistema de toros curtos (cut-to-length)

Neste sistema, a árvore é processada no local de abate, sendo extraída e transportada para a margem
da estrada ou para o pátio temporário em forma de pequenos toros podendo medir até 6 metros de
comprimento. Este, é largamente empregado por requerer menor grau de mecanização e pela
facilidade de deslocamento a pequenas distâncias, possui baixa agressão ao meio ambiente e têm
possibilidade de ser utilizado em desbastes (ZAGONEL, 2005).

O sistema de toros curtos é mais utilizado em Moçambique para o caso de florestas nativas devido
a natureza das florestas compostas geralmente com árvores de baixa altura.

 Sistema de toros longos ou fuste (tree-length)

Neste sistema é efectuado o desrame e destopo da árvore no local de abate e levada para a margem
da estrada ou para o pátio temporário em forma de fuste, com mais de 6 metros de comprimento
(SALMERON, 1980; MACHADO, 1984; NOVAIS, 2006). A traçagem é realizada nas estradas
que circundam o talhão, em pátios intermediários de processamento ou nas indústrias. Esse sistema
é muito utilizado na América do Norte, onde cerca de 90 a 95% de toda a madeira colhida até 1996
foi por esse método. Por esse sistema ser um dos mais baratos, quando mecanizados, maior parte
das empresas no mundo optam a sua utilização (ZAGONEL, 2005).

 Sistema de árvores inteiras (full-tree)

As árvores neste sistema são abatidas e posteriormente levadas para a margem da estrada ou para
o pátio intermediário, onde são processadas, ou seja, o desrame, destopo e seccionamento são
efectuados na margem ou pátio intermediário (MALINOVSKI; MALINOVSKI, 1998).

 Sistema de árvores completas (whole-tree)

O sistema Wholw-tree consiste em arrancar a árvore com seu sistema radicular, ou parte dele e
levá-la para a margem da estrada ou para o pátio temporário, onde será processada. Porém esse
sistema só demanda maior interesse nos casos em que as raízes sejam de valor comercial, que é o
caso das árvores com alta concentração de resina nos potenciais tocos ou quando são árvores
consideradas medicinais (CECHIN, 2000).

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 5


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

 Sistema de cavaqueamento (chipping)

Este sistema consiste no abate da árvore, processamento e transformação em cavacos dentro do


talhão. Posteriormente, os cavacos são levados para um pátio de estocagem ou directamente para a
indústria (SALMERON, 1980; MACHADO, 1984; NOVAIS, 2006).

A escolha do tipo de sistema a ser utilizado deve contar com algumas variáveis que se não forem
levadas em consideração podem resultar em problemas operacionais e ineficiência, tais como, a
experiência e a habilidade da mão-de-obra disponível, as características morfológicas da espécie
florestal para adaptação da máquina a aquelas características, o produto primário, a distância de
arraste e transporte, a eficiência da máquina, o capital requerido e as características do terreno de
acordo com tipo de solo e topografia (SALMERON, 1980; MACHADO, 1984; NOVAIS, 2006).

2.2.1. Corte Florestal


O corte é a primeira etapa da colheita florestal, e é uma operação de grande importância, pois
influência na realização das operações subsequentes, compreende as operações de abate, desrame,
traçagem e empilhamento (SANT'ANNA JR, 2002). Os principais factores que podem interferir
no corte compreendem o diâmetro das árvores, a densidade do povoamento, a declividade do
terreno, o tipo de equipamento utilizado, a situação do sub-bosque e a capacidade de treinamento
do operador (CANTO, 2006).

A primeira operação do corte é o abate das árvores, sendo considerada uma das actividades
florestais mais perigosas. O abate pode ser realizado de forma semi-mecanizada (motosserras),
empregando-se um ou dois homens (operador e ajudante) ou mecanizada, com a utilização de
máquinas do tipo Harvester e Feller – Buncher entre outras. Na sequência tem-se o desrame que
se resume em retirar os galhos e a copa das árvores, podendo ser manual com machado ou catana,
com motosserras (semi-mecanizado) ou mecanizado com a utilização de Harvester (CANTO,
2006).

O rendimento do desrame depende muito do diâmetro da árvore e dos ramos, do comprimento do


fuste, da ferramenta a ser utilizada e da topografia. De acordo com o mesmo autor, o rendimento
dessa operação com a utilização da motosserra é cerca de 30% superior que quando utilizado o
machado, porém é necessário que esta seja adequada para o desrame em termos de estrutura, peso,
comprimento do sabre e velocidade da corrente e que requer operadores bem treinados
(SALMERON, 1980).

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 6


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

De acordo com o mesmo autor, a traçagem dos toros nas dimensões estabelecidas, pode ser
realizada de maneira semi-mecanizada ou mecanizada, e a produtividade se dá em função do
diâmetro das árvores, do comprimento dos toros, tipo de ferramenta utilizada, disposição das
árvores na queda, treinamento dos operadores e topografia.

2.2.2. Extracção de Madeira

A extracção de madeira corresponde ao processo de retirada da madeira da área de corte e posterior


colocação em locais de armazenamento provisório, como margens da estrada ou carregadores com
acesso aos veículos de transporte.

MALINOVSKI & MALINOVSKI (1998), citam que os processos de extracção podem se diferir
com a forma de como a carga é extraída, dependendo da forma como é realizada ou tipo de
equipamento empregue, podendo ser:

 Arraste: quando a carga é removida por tractores agrícolas adaptados, Skidders, guinchos,
extracção manual e animal, estando a carga em total ou parcialmente apoiada sobre o solo;

 Baldeio: quando o transporte é feito por veículos com plataforma de carga e os principais
equipamentos empregues nesta actividade compreendem os Forwarders e tractores
autocarregáveis (SALMERON, 1980; CANTO, 2006; ZAGONEL, 2005).

A extracção da madeira pode ser realizada por métodos bastante variados, dos mais rústicos aos
altamente mecanizados, e exigem um planeamento detalhado com o emprego dos equipamentos
apropriados.

Cada empresa adopta o sistema de extracção em função de suas características ou limitações como,
por exemplo, a topografia, a disponibilidade de capital, entre outros (SANT’ANNA, 2002). Alguns
factores podem influenciar no processo de extracção da madeira, tais como a densidade do talhão,
de acordo com o número de árvores colhidas por área e o volume de madeira; a topografia, pela
inclinação do terreno que pode delimitar a eficiência do equipamento, influenciando no
rendimento; o solo, pois a capacidade de sustentação e tracção do equipamento está condicionada
ao tipo de solo o volume por árvore, pois quanto menor a árvore, maior o custo operacional por
unidade de produção e quanto maiores, significam menor número para completar uma carga,
reduzindo os custos operacionais variáveis. Árvores que estão acima da média podem dificultar as
actividades exigindo maior potência do equipamento e também a distância de extracção, que é

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 7


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

determinada pelo planeamento inicial feito na floresta, em termos da dimensão dos talhões e
densidade de estradas, condicionando a selecção dos equipamentos mais adequados para cada
situação (ZAGONEL, 2005; SEIXAS, 2002; MACHADO, 2008).

2.2.3. Carregamento e Descarregamento


 Carregamento

O carregamento é a colocação da madeira no veículo pelo qual será transportada até o destino final
ou pátios intermediários.

 Descarregamento

O descarregamento é a retirada da madeira do veículo de transporte, no local de utilização final ou


pátios.

A eficiência do carregamento e descarregamento está directamente ligada à produtividade e ao


custo do transporte, sendo intermediário entre a extracção e o transporte florestal. A selecção para
a máquina adequada ao carregamento e descarregamento, é feita levando-se em conta o
comprimento dos toros, o peso específico da madeira, o factor de empilhamento, a capacidade da
grua, o volume do feixe, o grau de eficiência operacional, a organização da madeira, o tempo do
ciclo da grua e a disponibilidade de veículos de transporte, que juntos visam maior rendimento,
melhor aproveitamento do produto, ganho no transporte, aumento da produtividade e redução dos
custos (MACHADO, 2008).

Segundo CANTO (2006), os sistemas de carga e descarga podem ser realizados de forma:

 Manual: normalmente utilizada com toros de pequenos comprimentos, baixo peso e


diâmetro reduzido, devido ao grande esforço físico dos trabalhadores e com baixo
rendimento;
 Semi-mecanizada: por meio de cabos de aço traccionados por animais, pequenos tractores
ou pelo próprio veículo de transporte;
 Mecanizada: com carregador de braço hidráulico ou grua, sendo o mais empregado devido
a sua grande eficiência.

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 8


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

2.2.4. Descrição da Maquinaria


2.2.4.1. Motosserras
A figura 1 ilustra a Motosserra que segundo MALINOVSKI & MALINOVSKI (1998), constitui-
se essencialmente de duas partes:

 O conjunto do motor que é formado por um motor de dois tempos, sendo este alimentado
por um carburador de membranas que transmite sua força através de uma embraiagem de
pesos centrífugos;

 O conjunto de corte que é composto pelo pinhão, sabre e corrente, a qual corre sobre este e
é lubrificada através de uma bomba de óleo automática.

Figura 1: Motosserra
Fonte: O Autor
Segundo SARAIVA (2005), o abate de árvores compreende três actividades: Actividades pré-corte,
corte de abate e actividades pós-corte:

a. Actividades pré-corte

As árvores devem ser preparadas para o corte observando os seguintes casos (SARAIVA, 2005):

 O coordenador da equipe (Motosserrista), na posse do mapa de corte ou arraste encontra a


árvore a ser abatida;

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 9


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

 No caso de a árvore não apresentar visivelmente danos ou defeitos (ocosidade, podridão,


tortuosidade) a qual não fora observado no inventário exploratório, o motosserrista procede
com o teste de ocosidade (perfura o tronco com o sabre da motosserra no sentido vertical,
próximo da altura de abate), caso exista ocosidade o individuo é descartado para o abate e
deve permanecer na área em sua função ecológica, e caso não apresente ocosidade segue-
se com a seguinte sequência:

 Verificar se a direcção de queda recomendada é possível, minimizando os riscos de


acidentes, observar a existência de ramos pendurados na copa, e outros, além de observar a
disposição das árvores remanescentes;

 Limpar o tronco a ser cortado, eliminando cipós caso existam, removendo eventuais casa
de cupins ou murches, ramos quebrados ou outros obstáculos situados próximos à árvore;

 Retirar o prego e plaqueta de identificação colocada na árvore durante o inventário florestal;

 Preparar dois caminhos de fuga, onde a equipe deve se afastar no momento da queda da
árvore, sendo estes no sentido contrário à direcção de queda da árvore;

 Após o abate da árvore a placa retirada anteriormente, é colocada no topo do toro.

b. Corte

Para o corte, é comum a utilização da técnica padrão de corte quando se observa que o toro da
árvore seleccionada para o abate é de boa qualidade, ou seja, com pouca inclinação, sem sapopemas
e direcção natural de queda favorável à operação de arraste, caso haja existe uma técnica especial
para o abate. Entretanto, para o caso de plantações a ocorrência de defeitos é de pouca
possibilidade, o que leva a utilização da técnica padrão de abate, e esta consiste em uma sequência
de três cortes (SARAIVA, 2005):

 Corte direccional (boca): é um corte horizontal no tronco (sempre no lado de queda da


árvore) a uma altura de aproximadamente 20 cm do solo. Este corte deve penetrar no tronco
até atingir 1/3 do diâmetro da árvore;

 Em seguida é feito o 2º corte, em diagonal, até atingir 45º;

 No final, é realizado o corte de abate, no lado oposto ao corte direccional (boca), sendo a
uma altura de 30 cm em relação ao solo e a profundidade atinge metade do tronco.

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 10


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

c. Actividades pós-corte

Após a queda da árvore, recomenda-se aguardar alguns minutos, no intuito de minimizar a


possibilidade da ocorrência de acidentes referentes a queda de ramos presos nas copas das árvores
remanescentes (SARAIVA, 2005).

Após, são realizadas actividades de desrame e seccionamento

2.2.4.1.1. Vantagens do uso da Motosserra


As vantagens do corte florestal semi-mecanizado por meio das Motosserras são: (1) baixo custo de
aquisição; (2) limite do diâmetro de corte elevado; (3) possibilidade de uso em qualquer tipo de
terreno; (4) execução de todas as fases do corte com uma só máquina; e (5) elevada produção
individual, se comparado ao corte manual. Como desvantagens, podem-se citar: (1) elevados riscos
de acidentes e esforço físico; (2) ergonomia inadequada; (3) baixa produtividade em relação ao
mecanizado; e (4) impossibilidade de trabalhar em turnos (RODRIGUES, 2018).

Para realizar o corte semi-mecanizado através da Motosserra é necessário que os operadores


recebam treinamentos adequados para executarem as operações de corte com qualidade, elevada
produtividade e segurança. Além disso, é necessário que os operadores utilizem os equipamentos
de protecção individual (EPI’s) recomendados, tais como: capacete, protector auricular, protector
facial, vestimenta sinalizadora, luvas, calças com protecção e botas antiderrapante com protecção
(RODRIGUES, 2018).

2.2.4.2. Tractor florestal Telelogger (Bell 220A)


A figura 2 ilustra o Telelogger, um equipamento trineumático dotado de uma grua hidráulica para
carregamento e descarregamento de toros, este foi projectado para trabalhar em sistemas de toros
curtos, toros longos e árvores inteiras pela sua capacidade de direcção que gira até 360º por uma
única roda directriz. Esta máquina é versátil utilizada para o carregamento e extracção, com bom
desempenho em terrenos com declividade de até 30% (KANU EQUIPMENT, 2012)

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 11


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

Figura 2: Bell Telelogger 220A


Fonte: O Autor

2.2.4.2.1. Vantagens da extracção mecanizada por meio do Telelogger


Como vantagens o uso do Telelogger apresenta habilidade para movimentação de cargas
verticalmente; facilidade na colocação de carga ou gancho de madeira precisa; ciclos rápidos, pode
ser utilizado no carregamento de veículos. As principais desvantagens são o alto custo de aquisição
e de operacionalização (RODRIGUES, 2018).

2.3. Produtividade de máquinas e equipamentos florestais


A produtividade do trabalho é a relação entre o Output e o Input, ou seja, a relação entre o produto
e os factores de produção empregados. Na medição da produtividade o valor absoluto alcançado
dentro de um certo período ou na execução de um certo serviço é menos importante do que a sua
mudança, seja de tarefa para tarefa ou em determinados períodos (GRAMMEL, 1978).

Segundo WADOUSKI (1987), as variáveis que podem afectar a produtividade das máquinas são
aquelas passíveis de identificação imediata e directa, e as variáveis indirectas. As variáveis directas
compreendem os volumes a serem extraídos da floresta, a extensão da área a explorar, as
características dos fustes, a percentagem e o diâmetro dos galhos, a topografia, a natureza dos solos
e a sua distribuição geográfica, a malha viária, a distância média de arraste, a intensidade e a
distribuição das chuvas e as necessidades de sortimentos diversos.

Segundo MACHADO & MALINOVSKI (1988), foi TAYLOR no século XX, quem realizou em
uma empresa as primeiras averiguações sobre o trabalho e a produtividade, bem como o estudo dos

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 12


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

tempos e movimentos. Através deste primeiro estudo ele descobriu falhas no desenrolar e no
processo do trabalho. Com base nas informações obtidas, estabeleceu mudanças correctivas e
alcançou um considerável aumento de produtividade, evidenciando a importância da
cronometragem do tempo no trabalho.

A determinação da produtividade das máquinas florestais é importante no dimensionamento da


quantidade necessária de máquinas para que a empresa possa alcançar a produção diária, com a
finalidade de que esta possa atender as fontes consumidoras dos produtos florestais. A
produtividade é influenciada pelas condições do sítio.

2.4. Eficiência de máquinas e equipamentos florestais


A eficiência de um sistema de colheita de madeira depende basicamente do ambiente onde o mesmo
é trabalhado e os principais factores a serem considerados são o clima, o terreno, a espécie vegetal,
a infra-estrutura, o nível de desenvolvimento, a tradição do sistema utilizado e a estrutura da
indústria (ANDERSSON & LAESTADIUS, 1987),.

WADOUSKI (1987), enfatiza que cada vez mais as diferenças de eficiência observadas entre as
empresas, especialmente no que se refere às fases de colheita, extracção e transporte florestal, terão
como causa a qualidade da organização, a precisão e objectividade do planeamento das operações.
Segundo MACHADO (1989), o índice mínimo de eficiência operacional das máquinas florestais
utilizadas na colheita e extracção de madeira deve ser de 70%, e para manter elevado o índice de
disponibilidade mecânica, ou seja, o aproveitamento do tempo disponível para a realização da
actividade florestal, a empresa deve ter um programa de manutenção preventiva eficiente.

A eficiência operacional e a eficácia na estratégia pressupõem o conhecimento do mercado a ser


atendido, a função de cada cliente e a tecnologia silvicultural de maneio e operacional requerida
no atendimento deste mercado (VILLELA FILHO, 1992). O autor afirma ainda que existem três
factores que indicam a eficiência e a competitividade:

 A administração baseada no tempo, ou seja, é fundamental que se utilize uma forma


racional o factor tempo nas actividades que incluem desde a colheita de madeira até o
produto florestal posto no mercado consumidor;

 Índice de referência absoluto, isto é, ter base indicadora geral de desempenho


de outras empresas florestais;

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 13


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

 A relação floresta e consumidor final, que tem como referência à importância do


vínculo da silvicultura e do maneio em relação às necessidades do consumidor final.

MACHADO (1994), afirma que a eficiência é consequência directa do trabalho do


homem, uma vez que a mesma dependem de factores como a organização e a racionalização das
operações florestais.

2.5. Disponibilidade mecânica e operacional


A disponibilidade operacional refere-se ao tempo em que a máquina está em condições de produzir
(disponível) porém a mesma não está trabalhando. A disponibilidade operacional está em grande
parte relacionada ao operador da máquina e às condições de trabalho da mesma (MALINOVSKI
& MALINOVSKI, 1998),.

Conforme o autor, os principais factores que influenciam na disponibilidade operacional


da máquina em relação ao operador da mesma são:

 O tempo de alimentação (lanches e água);

 O descanso e a higiene pessoal, que normalmente ocupam de 10 a 15% do tempo total


disponível da máquina para o trabalho;

 Conforme o tempo de experiência e o estado de ansiedade do trabalhador;

 O dia da semana.

As condições de operação das máquinas são influenciadas pelos seguintes factores:

 Obstáculos presentes no percurso das máquinas;

 Pelo tempo de deslocamento da máquina;

 Pelas paradas técnicas das mesmas.

Os percentuais da disponibilidade mecânica decrescem em função da vida útil ou tempo de


operação da máquina, porém, dados referentes a custos de manutenção crescem percentualmente
com o número de horas trabalhadas pela máquina, como pode se verificar no estudo de BATISTA
(2008) e FREITAS (2005).

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 14


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

Segundo LARSON (1977), a manutenção preventiva nas máquinas reduz os tempos de


interrupções das jornadas de trabalho e também contribui para a obtenção de menores custos
operacionais.

Além da necessidade de redução contínua dos custos de manutenção, torna-se necessário o aumento
da disponibilidade e confiabilidade das máquinas e equipamentos, pois são factores fundamentais
para o melhor rendimento dos processos produtivos dentro das empresas. A disponibilidade
mecânica é um indicador que auxilia o produtor na verificação de possíveis entraves e atrasos que
poderá ocorrer nas operações (BERTIN, 2010).

2.6. Planeamento operacional da colheita de madeira


O planeamento operacional é indispensável e inevitável em qualquer situação, pois evita a
improvisação e conforme SILVA (1987), estabelece padrões de controlo, antecipa os problemas e
selecciona as melhores soluções.

WADOUSKI (1987), enfatiza que o planeamento operacional basicamente busca antecipar os


problemas e estabelecer as rotinas e as alternativas operacionais que levem ao cumprimento das
metas de produção estabelecidas no planeamento geral da empresa. O planeamento operacional é
um importante factor para que a empresa possa obter maiores índices de produtividade e até mesmo
de competitividade no mercado florestal.

Para SANT'ANNA JR. (2002), o planeamento operacional é importante para que uma empresa
florestal possa elevar o seu nível de mecanização e abordar as fases a serem seguidas, buscando
demonstrar a necessidade do conhecimento das variáveis de produção, fornecendo à fase de
execução o maior volume de subsídios para a realização da mesma. Antes de começar a colheita
de madeira a empresa deve esclarecer o propósito de sua colheita, através da formulação e da
ordenação de objectivos numa sequência lógica no tempo, para que a sua meta possa ser cumprida
(KANTOLA & HARSTELA, 1994).

2.7. Ergonomia e segurança na colheita


Os primeiros estudos com máquinas florestais foram realizados com tractores adaptados para o
trabalho florestal. Com o aumento da mecanização da colheita nos anos 90, estudos mais
específicos incluindo aspectos ergonómicos tornaram-se cada vez mais necessários e presentes
(ALMEIDA, 2011).

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 15


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

Na colheita semi-mecanizada, os principais riscos à segurança e saúde ocupacional correspondem


às patologias ligadas à coluna vertebral, como lombalgia e hérnia de disco e o abate das árvores
constituem o momento de maior risco de acidentes. A mecanização proporciona melhores
condições no trabalho, porém, os riscos à saúde e segurança permanecem devido à repetibilidade e
monotonia da actividade (DAVID, FIEDLER, & BAUM, 2014).

Em acidentes, geralmente são observadas lesões na coluna vertebral, devido ao manuseio e


carregamento de objectos excessivamente pesados. Acidentes envolvendo membros inferiores e
superiores ocorrem por essas serem as principais partes atingidas no momento do abate de árvores.
Algumas das práticas adequadas de segurança no corte semi-mecanizado correspondem à
observação da árvore quanto à sua inclinação e melhor sentido de arraste, limpeza, direccionamento
de queda e adopção do filete de rotura. Associado ao nível de perigo, muitas vezes a colheita semi-
mecanizada é realizada sem o uso de máquinas e equipamentos adequados, sobretudo em
propriedades rurais onde as actividades são realizadas por operadores inexperientes (CANTO et
al., 2007; SILVA et al., 2010; DAVID et al., 2014).

2.8. Estudo de tempos e movimentos


O estudo de tempos e movimentos é o estudo sistemático dos sistemas de trabalho com objectivos
de desenvolver o melhor sistema e método dentro das diversas limitações, padronização desses
métodos e sistemas, determinar o tempo que uma pessoa qualificada, treinada, trabalhando em um
ritmo normal do seu dia-a-dia para execução de uma tarefa ou uma operação para um fim específico
e orientação do trabalhador no método que está sendo utilizado (BARNES, 1999). A principal
preocupação deve ser em métodos e sistemas de trabalho, para determinar um método ideal ou o
que mais se aproxima do ideal para que possa ser usado na prática.

Independentemente do grau de mecanização da colheita, o estudo de tempos e movimentos é


utilizado para avaliar o sistema, permitindo que sejam feitas correcções ou alterações no processo
de produção, com o objectivo de melhorar os resultados. É uma ferramenta de extrema importância
na comparação de equipamentos e métodos, proporcionando que se possa ajustar as equações para
a estimativa de rendimento das máquinas e as condições dos trabalhadores (MACHADO,1984).

As primeiras aferições de trabalho e produtividade com o estudo de tempos foi feito por Taylor, no
ano de 1881, ele efectuou pela primeira vez o estudo de tempos e movimentos em sua empresa.
Com esse estudo ele detectou algumas falhas dentro dos processos de trabalho. Após isso foram

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 16


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

aplicadas providencias para a correcção dessas falhas, obtendo um aumento considerável em sua
produtividade (MINETTE, 1988).

Os métodos mais utilizados de cronometragem, de acordo com STÖHR (1978) são:

 Método de tempo contínuo, onde no ato da medição não ocorre a paralisação do


cronometro, ocorrendo de forma contínua;
 Método de tempo individual, na ocorrência da medição ocorre a paralisação do cronómetro
em cada ponto medido, significa que cada actividade parcial é medida individualmente;
 Método de multimomento, medindo a frequência de ocorrência de cada actividade parcial
no desenrolar do trabalho.

2.9. Impactos da colheita florestal


As fases do ciclo florestal geram inúmeros impactos positivos e negativos, como por exemplo, em
etapas de implantação de plantio, manutenção e colheita. A fase final do processo produtivo de
madeira, caracterizada pelas actividades de colheita, apresenta algumas perspectivas positivas, bem
como exerce sua importância no que tange ao cenário socioeconómico do país, além de diminuir a
pressão relacionada a exploração sobre florestas nativas (SILVA, 1994 & FREITAS, 2014).

A actividade de colheita florestal e suas etapas apresenta potencial de alteração do meio ambiente,
principalmente no meio biofísico, tal etapa ocasiona impactos adversos, onde se pode relatar: no
meio biótico, os prejuízos às cepas, no meio antrópico, o aspecto estético e da paisagem () e no
meio físico, o encadeamento da compactação do solo (FENNER, 2002; SOUZA & MACHADO,
1985; MACHADO & LOPES, 2002). Segundo ANDRADE (1998), a colheita florestal planeada e
executada com rigorosos critérios técnicos causa baixo impacto ambiental nos meios físico, biótico
e antrópico, como também proporciona significativa redução nos custos totais da colheita de
madeira.

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 17


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1. Localização da área de estudo
O estudo foi realizado nas plantações de Pinus na unidade de Penhalonga, Posto administrativo de
Machipanda, distrito de Manica. O distrito localiza-se a Oeste da Província de Manica, com
formato alongado e estreito, limitado a Norte pelo distrito de Bárue, a sul pelo distrito de
Sussundenga, a este pelo distrito de Gondola e a Oeste, em toda a sua extensão pela República de
Zimbabwe (MAE, 2005). A figura 3 mostra a localização da localidade de Penhalonga.

Figura 3: Localização da área de estudo


Fonte: O Autor
3.1.1. Clima e Hidrografia
O clima do distrito, segundo a classificação climática de Köppen (FERRO & BOUMAN, 1987),
citados por DNAL (2014), é do tipo temperado húmido (Cw). Segundo o mesmo autor, a região
montanhosa de Manica regista valores médios anuais na ordem dos 1000 e 1020 mm de chuva.

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 18


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

A temperatura média anual é de 21,2 ˚C. A média dos valores máximos e de 28,4 com os valores
extremos de 30,9 em Outubro e 24,4 ˚C Julho, a média anual dos valores mínimos e de 14.0 ˚C
com valores mensais extremos de 18,5 ˚C em Fevereiro e no verão e 7,3 ˚C em Julho no inverno
(MAE, 2005).

A estação das chuvas tem início no mês de Novembro e seu término no mês de Abril. O balanço
hídrico permite apurar que o período de excesso de água ocorre no mês de Novembro a Março, no
qual a precipitação é maior em relação a quantidade de evapotranspiração (MAE, 2005).

Durante a época fresca, a evapotranspiração é superior, em todos os meses, à quantidade de


precipitação. Com este padrão, a região possui apenas um período de crescimento do tipo normal
com um período seco que ocorre de Maio a Outubro e permite apenas uma colheita por ano (MAE,
2005).

A região de Manica é drenada pelo rio Revuè e seus afluentes. Por sua vez, este drena as suas águas
no rio Búzi que é a bacia hidrográfica principal (MAE, 2005).

3.1.2. Relevo e Solos


O distrito de Manica é constituído por cadeias montanhosas ocorrendo de Sul a Norte da província,
esta formação compreende especialmente basaltos, riólitos e lavas alcalinas (DNAL, 2014).

Em geral, os solos são desenvolvidos sobre materiais do soco do pré-câmbrico, rochas ácidas como
granito e gnaisse. Sendo basicamente solos argilosos vermelhos óxidos ou castanhos avermelhados,
profundos, drenados, e a topografia é suavemente ondulada; nos declives superior e os cumes das
montanhas e nos afloramentos rochosos os solos são líticos, com textura franco arenoso, pouco
profundos e drenagem excessiva (DNAL, 2014).

3.1.3. Geologia
O Distrito de Manica é constituído por rochas eruptivas e terciárias e pré-câmbricas, com
predominância nas zonas de encostas montanhosas estendendo-se no sentido Norte – Sul, devido
a estas características geológicas (DNAL, 2014).

3.1.4. Fauna e Flora


As características do habitat no distrito fazem com que abundem várias espécies faunísticas. A
fauna predominante é constituída por Elefantes, Búfalos, Crocodilos, Hienas, Leopardos, Leões,
Chacais, diversos Antílopes, Hipopótamos, Pangolins, para além de variadas espécies de Répteis.

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 19


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

A floresta predominante é do tipo Miombo onde se destacam a Umbila, Panga-Panga, Pau-Preto,


Muonha, Chanfuta, dentre outras (DNAL, 2014).

3.2. Caracterização das máquinas avaliadas

Fez-se a análise operacional da Motosserra husqvarna e Bell Telelogger 220A nas actividades de
corte e extracção. A tabela 1 apresenta as características das máquinas que foram avaliadas:

Tabela 1: Caracterização das máquinas avaliadas

Motosserra Tractor florestal


Marca Husqvarna Bell
Modelo 45 220A TELELOGGER
Ignição Manual Automática
Peso bruto 7,3 Kg 5 100 Kg
Peso sem conjunto de 4.9 Kg -
corte
Cilindragem 50.2 cm3 3 770 cm3
Potência 2,4 KW 49 KW

3.1. Materiais
Na tabela 2 encontram-se descritos materiais e equipamentos utilizados na colecta de dados e sua
finalidade.

Tabela 2: Materiais e equipamentos utilizados

Materiais e equipamentos Finalidade


GPS Utilizado na marcação das coordenadas do local de
execução das actividades
Motosserra Corte e processamento das árvores
Tractor florestal Telelogger Transporte primário
2 Cronómetros Marcar o tempo de trabalho
Fita métrica Medir o perímetro do topo de cada toro
Celular Registar imagens durante o período das observações

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 20


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

3.2. Métodos
3.2.1. Colecta de dados
Foram acompanhadas actividades referentes ao corte e extracção de toros por meio da motosserra
e tractor Telelogger 220A durante 4 jornadas de trabalho onde foram colectados dados referentes
ao tempo com recurso ao cronómetro e produção (volume dos toros) com recurso a uma fita métrica
para cada tecnologia de forma separada. No âmbito das observações foram colectados dados em
89 ciclos operacionais da Motosserra e 69 do tractor Telelogger 220A.

3.2.2. Caracterização do ciclo operacional


O ciclo operacional da motosserra foi dividido em limpeza para o corte, preparo para o corte, abate,
deslocamento para destopo, destopo, mudança de árvore e interrupções, como proposto por
BATISTA (2008).

O ciclo operacional do tractor florestal Telelogger foi dividido segundo o modelo proposto por
LACERDA, et al., (2015), que considera o deslocamento vazio, carregamento, deslocamento
carregado e descarregamento.

3.2.3. Sistema de colheita da empresa

Durante o período das observações foram utilizados pela empresa dois sistemas de colheita que
compreenderam o sistema de toros curtos e o sistema de toros compridos.

O sistema de toros curtos consistiu no corte de toros com comprimento de 6m ou abaixo, e o


diâmetro variava para cada situação e o mínimo encontrado durante as jornadas de trabalho
observadas foi de 12 cm. O sistema de toros compridos consistiu no corte de toros com
comprimento acima de 6 m, e o diâmetro mínimo encontrado foi de 12,7 cm.

a) Corte

Foram acompanhadas actividades de corte de acordo com as orientações da empresa e esta foi
realizada com recurso à motosserra. Fez-se primeiro o abate seguido do processamento que
consistiu no destopo, desrame e seccionamento. O corte de abate obedece a técnica padrão que
consistiu na abertura do ângulo da queda seguido do corte para a queda ou seja, abate.

b) Extracção

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 21


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

A extracção foi realizada pelo método de baldeio que consistiu no deslocamento da madeira do
interior do talhão para a margem sem contacto com o solo, por meio do Telelogger de carga, sendo
a madeira suspensa através do braço hidráulico.

3.2.4. Estudo de tempo


Durante o acompanhamento das actividades de colheita florestal fez-se o estudo de tempos onde
foi observado no terreno, o tempo referente às paradas operacionais e horas do trabalho efectivo
por meio da cronometragem. Para tal, foram utilizados dois métodos de cronometragem,
multimomento e de tempos contínuos, com recurso dois (2) cronómetros divididos para cada
tecnologia para que se tenha a duração do ciclo e duração parcial das actividades.

Fez-se a cronometragem pelo método multimomento com recurso a um (1) cronómetro que girava
continuamente sem parar, e o tempo foi observado em intervalos de 2 minutos, em actividades
parciais que foram sendo desenvolvidas e fez-se a marcação no formulário de tempos de trabalho
que consta no anexo 1.

O método de tempos contínuos foi utilizado para acumular o tempo total por cada ciclo, o
correspondente ao tempo em que decorre todo o trabalho e serviu de controlo entre o tempo total
passado durante a observação e o somatório dos tempos correspondentes a cada elemento do ciclo
(BATISTA, 2008). O tempo foi registado em minutos e a unidade de observação foi o elemento do
ciclo representado por todas as actividades desenvolvidas no corte e extracção de cada árvore.

a) Horas paradas das máquinas

As horas paradas das máquinas analisadas resultaram da adição das horas em que a máquina esteve
parada, tempo de deslocamento das máquinas, interrupção por chuva, reparos (Manutenção
correctiva), manutenção preventiva, trocas de operador ou turnos e outros, e foram obtidas a partir
da equação 1, proposta por CECHIN (2000):

𝑃𝐴 = 𝐷𝐸 + 𝐶𝐻 + 𝐹𝑂 + 𝑅𝐸 + 𝑀𝐴 + 𝑇𝑅 + 𝑂𝑈 Equação [1]

Onde:
PA = horas em que a máquina esteve parada;

DE = tempo de deslocamento das máquinas para o campo;

CH = chuva;

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 22


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

FO= falta de operador;

RE = reparos das máquinas ou equipamentos (Manutenção correctiva);

MA = manutenção (Manutenção preventiva);

TR = trocas de operador ou turno;

OU = outros.

b) Horas efectivas

As horas do trabalho efectivo foram obtidas a partir do somatório das horas em que a máquina
esteve a trabalhar directamente com a matéria-prima ou seja, da adição do tempo de trabalho nos
elementos do ciclo operacional para cada tecnologia.

c) Horas totais das máquinas

As horas totais foram determinadas através da equação 2 proposta por LINHARES, et al., (2012):

HT = HE + PA Equação [2]

Onde:

HT = horas totais de trabalho das máquinas;

HE = horas de trabalho efectivo das máquinas;

PA = horas em que a máquina esteve parada.

3.3.2. Determinação do volume dos toros


Com recurso à fita métrica foi medido o perímetro da base e do topo, posteriormente foi achado o
perímetro médio da base e topo achando desta forma os diâmetro da base e do topo de cada toro, e
estes foram medido depois das actividades de corte (abate) ou carregamento, para a motosserra e
tractor florestal Telelogger.

O volume foi determinado a partir da cubagem de SMAILAN utilizada pela empresa, expressa pela
equação 3.

𝜋
𝑉= (𝑑𝑏2 + 𝑑𝑡 2 ) 𝐿 Equação [3]
8

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 23


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

Onde:

V = Volume do toro; db = Diâmetro da base; dt = Diâmetro do topo; e L = Comprimento do toro.

3.3.4. Número de ciclos necessários para as máquinas avaliadas


Os ciclos consistem na viagem completa para executar de forma parcial determinada actividade e
estes variam para cada máquina.

Para a presente pesquisa foram considerados ciclos completos, viagem para abate e/ou
processamento (Motosserra) e viagem para carregamento (tractor Telelogger 220A).

Inicialmente foi realizado um estudo de tempos e movimentos piloto das máquinas na actividade
de colheita, procurando definir o número de ciclos necessários para compor a amostra, de modo a
proporcionar um erro de amostragem máximo de 10%, determinado a partir da equação 4, e a
fórmula resultou em 71 ciclos para a Motosserra e 31 ciclos para o tractor Telelogger 220A.

t2 +CV2 𝑆𝑥
n> ,e 𝐶𝑉 = Equação [4]
E2 𝑋̅

Onde:

n = Número mínimo de ciclos necessários; t = Valor de t para o nível de significância de 90 % e


(n-1) graus de liberdade para o número total de toros; CV = Coeficiente de Variação do volume,
em percentagem; E = Erro admissível, em percentagem; Sx = Desvio padrão em relação á média
do volume; 𝑋̅= Média aritmética do volume.

Os ciclos foram determinados e os resultados obtidos encontram-se descritos na tabela 3 para um


erro amostral estimado em 10%.

Tabela 3: Número de ciclos (viagens completas) necessários para as máquinas

Motosserra Tractor florestal


Média do volume 0.4041 0.3494
CV% do volume 83.6863 55.438
Gl (número de toros) 384 352
t(10%) 1.282 1.282
Número de Ciclos 71 31
Onde:

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 24


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

CV = Coeficiente de Variação; gl = Graus de liberdade; t(10%) = Valor de t de student para o nível


de significância de 90%.

A equação 4 resultou em 71 ciclos para a Motosserra e 31 para o Telelogger, respectivamente como


é indicado na tabela 3. No entanto as observações foram feitas em 89 ciclos operacionais da
motosserra e 69 ciclos operacionais do Telelogger, respectivamente, o que mostra a suficiência
amostral.

3.4. Análise de dados


A análise dos dados foi efectuada com recurso ao Microsoft Office Excel 2019 para cada tecnologia
e foi baseada nos seguintes parâmetros: disponibilidade mecânica, taxa de utilização, eficiência e
produtividade operacional. O estudo de tempos e movimentos das operações foi realizado por meio
do método de cronometragem.

3.4.1. Disponibilidade mecânica das máquinas avaliadas


O parâmetro disponibilidade mecânica é a medição do percentual de tempo, em um determinado
período em que o equipamento está disponível na área operacional ou seja, corresponde à
percentagem do tempo de trabalho programado em que a máquina estava mecanicamente apta a
realizar o trabalho produtivo, e foi determinada a partir da equação 5, proposta por OLIVEIRA
(2009).

𝐻−𝑇𝑃𝑀
𝐷𝑀 = × 100 Equação [5]
𝐻

Onde:

DM = grau de disponibilidade mecânica das máquinas avaliadas (%); TPM = tempo de


permanência em manutenção (h); H = horas totais do turno (h).

3.4.2. Grau de utilização das máquinas avaliadas


O grau de utilização considera a percentagem do tempo trabalhado pela máquina ou seja, o tempo
efectivo ou produtivo (OLIVEIRA, et al., 2009). O estudo feito focou-se nas tecnologias utilizadas
pela empresa e foi utilizada a equação 6, proposta por LACERDA, et al., (2015).

ℎ𝑒
𝐺𝑈 = × 100 Equação [6]
(ℎ𝑒+ℎ𝑝)

Onde:

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 25


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

GU = grau de utilização das máquinas avaliadas (%); He = horas efectivas do turno de trabalho (h);
Hp = horas paradas operacionais (h).

3.4.3. Eficiência operacional das máquinas avaliadas


A eficiência operacional das máquinas é definida como a percentagem do tempo efectivamente
trabalhado, em relação ao tempo total programado para o serviço e foi obtida usando os resultados
da disponibilidade mecânica e o grau de utilização das máquinas, conforme a equação 7, utilizada
por LACERDA, et al., (2015).

𝐷𝑀×𝐺𝑈
𝐸𝑂 = Equação [7]
100

Onde:

EO = eficiência operacional das máquinas avaliadas (%); DM = disponibilidade mecânica das


máquinas avaliadas (%); GU = grau de utilização das máquinas avaliadas (%).

3.4.4. Produtividade operacional das máquinas avaliadas


A determinação da produtividade das máquinas por hora (m3.h-1) foi efectuada com base no
volume médio por toro determinado a partir da colecta de dados de altura e diâmetro dos toros
colhidos, tendo seu valor multiplicado pelo número de toros, e obteve-se o volume total colhido
conforme o recomendado por LACERDA, et al., (2015).

No decorrer das observações foram medidos cerca de 385 toros durante as observações do trabalho
da Motosserra e 353 durante o trabalho do Telelogger, e uma média de volume igual á 0,4041 m3
e 0,3494 m3 respectivamente.

O tempo trabalhado foi considerado como o número total de horas sem interrupções mecânicas e
operacionais. Para o efeito foi utilizada a equação 8, para a determinação.

(𝑛𝑡×𝑣𝑡)
𝑃𝑟𝑜𝑑 = Equação [8]
ℎ𝑒

Onde:

prod = produtividade (m3.h-1); na = número de toros (unidades); Va = volume médio por toro (m3);
he = horas do trabalho efectivo (h).

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 26


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Análise de tempos e movimentos das máquinas avaliadas


Os dados de estudo de tempo foram apresentados de forma que se possa ter o conhecimento de
alguns factores envolvidos na composição deste tempo no sistema de colheita de madeira.
A figura 4, mostra a percentagem de tempo gasto por cada actividade em relação ao tempo
programado para o decorrer das actividades. Para a Motosserra os tempos gastos com abate,
desrame, seccionamento e deslocamentos de serviço foram considerados como parte do tempo
efectivo de trabalho (Hf corte), e as etapas abastecimento, afinação da corrente e limpeza da
máquina foram agrupadas em manutenção.
Tempo gasto pela Motosserra por actividade (%)

Corte e
Parada Processamento
Parada 38.6% 37.9%

Manutenção
Deslocamento
Limpeza
Corte e processamento Limpeza Manutenção
Deslocamentos 6.5%
5.4%
7.1%

Figura 4: Percentagem do tempo gasto pela Motosserra por actividade


Como indica a figura 4, a percentagem do tempo trabalhado efectivamente pela Motosserra durante
as observações foi estimado em cerca de 43.3% distribuído entre os itens Limpeza para corte e
corte e processamento.
De forma cumulativa as interrupções consumiram cerca de 56.7% do tempo total, onde as
“Paradas” constituíram o item das interrupções que tomou maior percentual do tempo total
programado para o trabalho e registou-se cerca de 38.6% do tempo sem a representação das
variáveis deslocamento, limpeza e manutenção. A manutenção preventiva foi registada e gastou
cerca de 6.5% do tempo total. As demais interrupções começam a reduzir seu percentual até 5.4%.
Comparando com estudos realizados para o corte florestal o aproveitamento do tempo de trabalho
no presente estudo foi menor em relação ao de FILHO (1997), que teve 58.6% de aproveitamento
do tempo em actividades efectivas com equipes de exploração compostas por dois operadores de

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 27


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

motosserra e um líder. Os percentuais de aproveitamento do tempo no presente estudo também são


menores em relação aos de BATISTA (2008), que do tempo total do ciclo do corte 83.4% foram
gastos em actividades efectivas e 16.6 % com interrupções.
Durante as observações verificou-se que as etapas de corte e processamento e as paradas formam
as actividades que marcaram a cadeia produtiva apresentando uma média estimada em cerca de
38.6% e 37.9%, respectivamente.
A figura 5 apresenta a percentagem do tempo gasto por cada actividade em cada jorna em relação
ao tempo total programado. Para o Telelogger foram considerados os tempos gastos com
deslocamento vazio, carregamento e descarregamento como parte que compõe o tempo efectivo, e
a manutenção resultou do tempo de verificação máquina e abastecimento, estes adicionadas ao
tempo em que a máquina fez pausas de serviço compuseram as paradas.

Tempo gasto pelo Telelogger por actividade (%)


Tempo Ocioso
Descarregament 5% Parada
o 36%
16%
Deslocamento
Carregado
11%
Carregamento Manutenção
13% 3%
Deslocamento
Parada Manutenção Vazio
Deslocamento Vazio Carregamento 16%
Deslocamento Carregado Descarregamento

Figura 5: Tempo gasto pelo Telelogger por actividade

Durante as observações verificou-se que o tempo trabalhado foi estimado em cerca de 56% do
tempo total programado para o trabalho resultantes das etapas de deslocamento vazio,
carregamento, deslocamento carregado e descarregamento.
Observa-se na figura 5 que, 44% do tempo programado para as actividades foi gasto pelas
interrupções de carácter operacional e não operacional compostas por Tempo ocioso, Manutenção
e Paradas. O destaque das interrupções foi para as “Paradas” que tomaram cerca de 36% do tempo
total, as demais interrupções começam a reduzir seu percentual até 3%.

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 28


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

As interrupções registadas para o Telelogger no presente estudo foram iguais se comparadas aos
de ALVES, SCHELBAUER, SANTOS, & ROBERT (2014), que registaram 44% do tempo total
gasto pelas interrupções referentes á pausas e manutenção correctiva na extracção de madeira
através de um Skidder e superaram os registo obtido por SILVA, et al., (2018), que obteve 31% do
tempo total gasto pelas interrupções de interrupções em uma avaliação operacional.
Os registos obtidos no presente estudo e no estudo referenciado acima são menores em relação aos
de FIEDLER, ROCHA, & LOPES (2008), que registaram cerca de 67% do tempo total gasto pelas
interrupções.
Porém, fazendo uma análise do período de observações verifica-se que houve aproveitamento do
tempo programado para as actividades mas, tal aproveitamento não esteve muito distante das
interrupções, ou seja, houve um equilíbrio entre o tempo produtivo e não produtivo, o que indica a
razão da ineficiência das máquinas durante a execução das actividades.
Algumas das causas das interrupções foi em algumas jornas o cumprimentos de metas, dependência
de transporte para ida e volta do campo e itens como manutenção das máquinas e tempo ocioso.
Os itens descritos foram os que mais contribuíram na redução do tempo efectivo.
4.2. Análise técnica das máquinas avaliadas

A análise técnica foi efectuada para a Motosserra e o Telelogger nas variáveis de Disponibilidade
Mecânica, Taxa de Utilização, Eficiência e produtividade operacional da Motosserra e Telelogger,
na qual segundo MACHADO (1989), as linhas óptimas de aceitação para estas variáveis, devem
ser sempre iguais ou superiores à 70%.

4.2.1. Disponibilidade mecânica da Motosserra e do Telelogger


A figura 6 indica a distribuição do índice de Disponibilidade Mecânica da Motosserra e do
Telelogger obtidos no estudo em relação às jornas de trabalho completas de 8 horas.

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 29


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

Disponibilidade mecânica da Motosserra e do Telelogger


100% 100%
Disponibilidade Mecânica % 100% 99%
98% 96%
96%
96%
94% Motosserra
93%
94% Telelogger
92% 90%
90%
0 1 2 3 4
Jornadas de trabalho (8h/Jorna)

Figura 6: Distribuição da disponibilidade mecânica da Motosserra e do Telelogger

Os equipamentos em análise estão com maior tempo de uso e tiveram registos de disponibilidade
mecânica no intervalo de 90% á 96.3% para a Motosserra, e no intervalo de 96% á 100%, para o
Telelogger como é referenciado na figura 6. Os percentuais obtidos são classificados como
satisfatórios se comparados com a recomendação de MACHADO (2002), que sugere que a
disponibilidade Mecânica dos equipamentos florestais esteja em torno de 92% para equipamentos
novos e 85% para equipamentos com maior tempo de uso. A média dos percentuais de
disponibilidade obtidos para a Motosserra e o Telelogger são supeiores á média obtida por
FIEDLER et al., (2008), que foi de 90% e também foi superior aos percentuais de disponibilidade
Mecânica obtidos por CARMO, SILVA, FIEDLER, PAULA, & MORAES (2012), que obteve
registros entre 82% á 88.15%.

O registos obtidos no presente são superiores á taxa mínima de disponibilidade mecânica


recomendada para equipamentos florestais com maior tempo de uso e também são superiores se
comparados ao registos obtidos por LINHARES et al., (2012); OLIVEIRA (2013); OLIVEIRA,
LOPES & FIEDLER (2009), e SIMÕES E FENNER (2010), e também são superiores á taxa
mínima recomendada para equipamentos florestais com maior tempo de uso.

De modo geral, o bom estado de conservação dos equipamentos influenciou na obtenção dos altos
percentuais de disponibilidade mecânica obtidos tanto para a Motosserra quanto para o Telelogger.

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 30


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

4.2.2. Grau de utilização mecânica da Motosserra e do Telelogger


O grau de utilização da Motosserra e do Telelogger por cada jornada de trabalho completa de 8
horas, encontra-se descrito na figura 7.

Grau de utilização % 82.5


100 68.3
38.155.4 52.8 54.2
50 Motosserra
Telelogger
0
1 2 3 4

Jornadas de trabalho (8h/Jorna)

Figura 7: Grau de utilização mecânica da Motosserra e do Telelogger

Como indica a figura 7, os registos do Grau de Utilização obtidos para a Motosserra encontram-se
no intervalo entre 52.8% á 68.3%. A percentagem dos graus de utilização obtidos parara a
Motosserra foram inferiores em relação aos recomendados por MACHADO (1989), para os
equipamentos florestais que deve ser igual ou superior a 70%, revelando uma insatisfação nesta
variável. No entanto, na jornada 4 registou-se um Grau de Utilização muito próximo ao mínimo
recomendado registando uma diferença de cerca de 1.7%. O baixo Grau de Utilização Mecânica
para o trabalho da motosserra deve-se ao elevado esforço físico que o operador exerce nesta
actividade pela actividade estar sendo executada de forma semi-mecanizada (CANTO, 2006).

Para o Telelogger os registos foram de 38.1% e 82.5% nas jornas 1 e 2, respectivamente. O Grau
de Utilização mecânica superior foi observado na segunda jornada de trabalho do Telelogger, um
registo que ultrapassou a taxa mínima chegando a 82.5%, um registo superior ao obtido por
CANTO et al., (2001), que tiveram registos entre 70% á 78%. Este registo também esteve entre os
registos obtidos por CARMO, et al., (2012), que obtiveram graus de utilização entre 72.13% á
85.42%, revelando-se desta forma um registo alto.

Analisando as médias do grau de utilização mecânica para a Motosserra e o Telelogger verifica-se


que o registo foi de 57.68% e 46.75%, muito abaixo do mínimo recomendado, o que revela uma
insatisfação nesta variável.

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 31


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

É importante ressaltar que uma das causas deste baixo grau de utilização mecânica são as paradas
operacionais e não disponibilidade de matéria-prima para o decorrer do trabalho visto que o
Telelogger depende do trabalho da Motosserra para que as suas actividades prossigam.

4.2.3. Eficiência operacional da Motosserra e do Telelogger


Na figura 8, são apresentados os percentuais de eficiência operacional da Motosserra e Telelogger
em relação às jornas de trabalho.

Eficiência operacional da Motosserra e do Telelogger


90% 82%
Eficiência Operacional

80%
70% 64%
60% 52% 52%
48%
50% Motosserra
37%
40% Telelogger
30%
20%
10%
0 1 2 3 4
Jornadas de trabalho (8h/Jorna)

Figura 8: Eficiência operacional da Motosserra e do Telelogger


Como indica a figura 8, os registos de eficiência operacional obtidos pela Motosserra estiveram no
intervalo entre 48% á 62% para as 4 jornadas de trabalho. As taxas de eficiência operacional
encontradas para a Motosserra são inferiores à taxa mínima estabelecida por MACHADO (1989)
e aos resultados obtidos por LINHARES, et al., (2012), OLIVEIRA (2013), OLIVEIRA, LOPES
& FIEDLER (2009), e SIMÕES & FENNER (2010).

A eficiência operacional para a Motosserra encontrada foi baixa em relação a obtida pelos autores
referenciados acima mas, ela varia para cada equipe e pode ser explicada pelo desgaste do operador
na realização da operação de limpeza manual e o desrame pela motosserra devido ao elevado
comprimento que as árvores apresentam. Quanto mais esforço físico a actividade exige, maior é o
tempo de pausa durante o ciclo de trabalho, prejudicando assim a eficiência da operação. Outro
factor é o grau de depreciação das máquinas utilizadas na actividade, causando aumento do tempo
de paradas operacionais.

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 32


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

Para o Telelogger, os registos de eficiência obtidos foram de 37% e 82% na primeira e segunda
jornada, respectivamente e segundo a literatura recomenda para a extracção mecanizada uma taxa
mínima de eficiência operacional em torno de 70% pelo método de baldeio (MACHADO 1989).

Como indica a figura 8 entre as percentuais de eficiência operacional do Telelogger, apenas foi
obtida uma percentagem aceitável na segunda jornada com 82% acima do mínimo estabelecido
para esta variável, e encontra-se acima do valor obtido por LOPES, et al., (2016), que na extracção
através do FORWARDER no desbaste comercial de Pinus tiveram 62% e SANTOS, et al., (2013),
que num sistema mecanizado de extracção de Eucalipto usando CLAMBUNK SKIDDER tiveram
78.30% .

A baixa eficiência operacional da extracção na primeira jorna pode ser explicada pelas poucas
horas em que as actividades decorreram devido á dependência por transporte e cumprimento de
metas.

Para aumentar a eficiência das máquinas e equipamentos, na colheita florestal, é necessário


conhecer de forma detalhada os motivos que ocasionam as perdas de tempo nas actividades e
aplicar correctores, realizar periodicamente manutenções preventivas, planear adequadamente o
sistema de colheita de madeira e diminuir o tempo que estas máquinas ficam paradas (JACOVINE,
MACHADO, SOUZA, LEITE, & MINETTI, 2001).

4.2.4. Produtividade operacional da Motosserra e do Telelogger


A produtividade operacional da Motosserra e do Telelogger em m3/he obtida para cada jornada de
trabalho encontra-se descrita na figura 9.

19.5
20.0
Produtividade (m3/he)

11.0
15.0 10.9 10.6
9.1 7.7
10.0 Motosserra
5.0 Telelogger
0.0
1 2 3 4
Jornadas de trabalho (8h/Jorna)

Figura 9: Produtividade operacional por jorna da Motosserra e do Telelogger

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 33


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

A produtividade operacional obtida para a motosserra não teve grande variação entre as três
primeiras jornas observadas, na qual a jorna 4 teve uma ligeira variação em relação às restantes.
Desta forma, os registos da Motosserra estiveram entre 7,7 m3/he á 10,9 m3/he e encontram-se
acima da produtividade mínima de 2.7 m3/he estabelecida por MACHADO (2008).
A produtividade operacional média obtida no presente estudo foi superior a de ANDREON (2011),
que no estudo sobre análise de custos do corte florestal semi-mecanizado de Eucalipto através da
Motosserra Stihl em região declivosa no sul do espírito santo teve 7.59 m3/he e LEITE,
FERNANDES, GUEDES, & AMARAL (2014), obtiveram Produtividade Operacional nos valores
entre 4.69 m3/he á 5.73 m3/he no estudo sobre análise técnica e de custos do corte florestal semi-
mecanizado em povoamentos de Eucalipto em diferentes espaçamentos.
A Motosserra apresentou uma produtividade operacional aceitável e satisfaz as metas da empresa.
Entretanto, é eficaz no que diz respeito á produção ideal para a tecnologia em plantações florestais,
para o ritmo de realização das actividades.

Para o Telelogger, a produtividade obtida por cada hora efectiva em cada jorna foi de 19.5 m3/he e
11 m3/he nas jornas I e II, respectivamente. Tais resultados são maiores que os obtidos por LOPES
& DINIZ (2015), que no estudo de produtividade do tractor florestal chocker skidder na extracção
de madeira nas mesmas condições do sistema florestal e terreno obtiveram 17,56 m³/he e 11,92
m3/he.

O Telelogger geralmente é utilizado em sistemas amplamente mecanizados como carregador e,


fazendo uma comparação da produtividade operacional obtida no presente estudo (envolvendo
combinação do sistema semi-mecanizado e mecanizado) verifica-se que a produtividade
operacional é menor em relação a de SANTOS, et al., (2013), que obtiveram uma produtividade
de 80,3 m³/he e FIEDLER, et al., (2008), que obtiveram 42,3 m3/he em sistemas totalmente
mecanizados com tractores acoplados a um compartimento de carga.

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 34


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

5. CONCLUSÃO
De acordo com os resultados obtidos no presente estudo é possível concluir que os elementos
parciais das actividades apresentaram alto tempo de pausas operacionais e não operacionais onde
as interrupções ocuparam maior percentual do tempo durante as observações da Motosserra e
Telelogger, na qual as paradas marcaram o trabalho da Motosserra e o tempo ocioso marcou o
trabalho do Telelogger. No que diz respeito a utilização do tempo, alerta-se que as operações
necessitam de melhorias, de forma a atender todas as frentes de serviço.

Dentre os elementos do ciclo operacional, verificou-se que:

 Os percentuais médios de disponibilidade Mecânica para as tecnologias esteve acima dos


92% estabelecidos para máquinas para equipamentos novos;
 Os percentuais médios para o grau de utilização das máquinas foram de 57.7% e para a
Motosserra e 60.3% para o Telelogger;
 A eficiência operacional nas actividades de extracção foi de 59.5% e 54%, e para as
actividades de corte os percentuais estiveram abaixo do mínimo recomendado;
 Nas actividades de corte e processamento a produtividade operacional foi satisfatória
comparada a outras actividades de colheita semi-mecanizada e satisfaz as necessidades da
empresa para suprir a demanda local por matéria-prima vinda de plantações.

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 35


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

6. RECOMENDAÇÕES
De acordo com os resultados obtidos e conclusões, recomenda-se o seguinte:

À entidade técnica do IFLOMA:

 O planeamento das actividades e a sua alocação devem ser antecipadas para aumentar a
produção horária, grau de utilização e a sua eficiência na execução do trabalho florestal;
 A planificação das actividades deve ser de acordo com a real condição de trabalho das
máquinas e operadores tanto como as condições do terreno;
 Maior controlo das equipes alocadas para o trabalho, de forma a garantir a diminuição do
elevado percentual de paradas operacionais durante a jornada;
 Definição do tempo total a ser trabalhado por cada jorna;
 Aumentar o numero de trabalhadores nas actividades de corte (abate e processamento) e
extracção;

Aos investigadores:

 A avaliação de maior período a fim de investigar eventuais problemas de escalação das


máquinas e paradas operacionais;
 Que se determinem a disponibilidade mecânica, grau de utilização, eficiência e
produtividade operacional para todas etapas da colheita florestal compreendendo o corte
(abate, desrame, destopo e seccionamento) e transporte florestal (transporte primário e
secundário);
 No futuro estudo de tempos e movimentos, a medição de tempo e diâmetro deve se envolver
uma equipe mais ampla para que se obtenham dados de tempos mais detalhados, e no final
se tenha a produção (m3) por cada etapa de produção em relação à unidade de tempo;
 Dada a ineficiência média registada para ambas tecnologias recomendo que se faça uma
análise de custos envolvidos na colheita florestal e posterior relação com um lucro
estimado.

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 36


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALBERTO, M. (2006). A participação das comunidades no uso integral dos recursos. 166.
Maputo: Conferência Nacional sobre o Maneio Comunitário dos Recursos Naturais
Memórias da III.

ALMEIDA, S. F. (Novembro de 2011). Análise de factores ergonómicos na colheita florestal


mecanizada comênfase na exposição humana às vibrações mecânicas. Campinas:
Universidade Estadual de Campinas.

ALVES, A. S., MOURA, M. T., & FERNANDES, S. (2003). Características reprodutivas e peso
corporal em coelhas: efeito da idade à primeira apresentação ao macho e do intervalo de
reacasalamento (1 ed., Vol. 25). Maringá: Acta Scientiarum. Animal Science.

ALVES, G. C., SCHELBAUER, A. A., SANTOS, A. d., & ROBERT, R. C. (15 de Novembro de
2014). Desempenho do Skidder em três condições de relevo na extracção de madeira. 10,
pp. 734-742.

ANDERSSON, S., & LAESTADIUS, L. (1987). Efficiency in higly mechanized wood harvesting
systems: Simpósio sobre exploração, transporte, ergonomia e segurança em
reflorestamentos. 143. Anais, Curitiba : FUPEF.

ANDREON, B. C. (2011). Análise de custos do corte florestal semimecanizado em região


declivosa no sul do Espírito Santo. Universidade Federal do Espírito Santo, Departamento
de Engenharia Florestal. Espírito Santo: UFES.

BARNES, R. M. (1999). Estudo de movimentos e de tempos: projecto e medida do trabalho. (E.


Blucher, Ed.)

BATISTA, H. L. (2008). Estudo de tempo e rendimento da motosserra considerando factores


ergonômicos numa exploração florestal na amazônia central. 634.98, 105. (N. Higuchi,
Ed.) Manaus, Amazonas .

BERTIN, V. A. (Agosto de 2010). Análise de dois modais de sistemas de colheita mecanizados de


Eucalyptus em primeira rotação. Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências
Agronômicas da UNESP , 82. Botucatu, São Paulo, Brasil: UNESP.

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 37


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

BLID, N. (16 de Fevereiro de 2014). Indústria florestal e movimento sindical em Moçambique. p.


49.

CANTO, J. (2011). Avaliação de um sistema de cavaqueamento de ponteiras de Eucalipto para


aproveitamento energético (Vol. 36). Revista Árvore.

CANTO, J. L. (2006). Diagnóstico da colheita e transporte florestal em propriedades rurais


fomentadas no estado do Espírito Santo. Dissertação (Mestrado em Ciência Florestal), 128.
Viçosa, Minas Gerais, Brasil: Universidade federal de Viçosa.

CARMO, F., SILVA, E., FIEDLER, N., PAULA, M., & MORAES, F. (30 de Junho de 2012).
Análise técnica de três modelos de Harvester. 8(14).

CECHIN, N. F. (2000). Análise da eficiência e do desempenho operacional das máquinas e dos


equipamentos utilizados no corte raso de povoamentos florestais na região do planalto
norte de santa catarina. p. 136.

CHITARÁ, S. (2003). Instrumentos para a Promoção do investimento privado na indústria


florestal em Moçambique. Maputo: DNFFB.

COSTA FILHO, P., Costa, H., & Aguiar, O. (1980). Exploração mecanizada na Floresta Tropical
Úmida Sem Babaçu. Belém, Pará.

DAVID, H. C., FIEDLER, N. C., & BAUM, L. (2014). Ergonomia e segurança na colheita
florestal. Brasil: Enciclopedia Biosfera.

DNAL. (2014). Perfil distrital de Manica.

DNAL. (2014). Perfil do distrito de Manica. (D. N. Estatal, Ed.)

FAO. (2015). Global forest resources assessment. 2, 46. Rome.

FENNER, P. T. (2002). Compactação do solo. (C. C. MACHADO, Ed.) Colheita Florestal, pp.
375-396.

FIEDLER, N. C., ROCHA, E. B., & LOPES, E. S. (2008). Análise da produtividade de um sistema
de colheita de árvores inteiras no norte do estado de Goiás. Curitiba: Floresta.

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 38


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

FILHO, A. V. (1992). Economia florestal e interligações na exploração e transporte. VII


Seminário de Atualização sobre Sistemas de Exploração e Transporte , 237-265. Curitiba:
FUPEF: Anais.

FONTANA, G., & SEIXAS, F. (2007). Avaliação ergonômica do posto de trabalho de modelos
de “forwarder” e “skidder”. 32, 71-81. Revista Árvore.

FREITAS, K. (2005). Análise técnica e econômica da colheita florestal mecanizada. 27. Viçosa.

FREITAS, L. C., MACHADO, C., SILVA, E., & JACOVINE, L. A. (Agosto de 2014). Avaliação
quantitativa de impactos ambientais da colheita florestal em plantios equiâneos de
eucalipto. Universidade Federal de Viçosa, 113.

GRAMMEL, R. H. (1978). II Curso de Atualização Sobre Sistemas de Exploração e Transporte


Florestal. Curitiba: FUPEF.

JACOVINE, L., MACHADO, C., SOUZA, A., LEITE, H., & MINETTI, L. (2001). Avaliação da
perda de madeira em cinco subsistemas de colheita florestal. 25(4), pp. 463-470.

KANTOLA, M., & HARSTELA, P. (1994). Manual de tecnologias apropriadas às operações


florestais em países desenvolvidos. Publicação n. 9, 202. Helsinki: Direção Nacional de
Educação Vocacional do Governo da Finlândia.

LACERDA, L. C., FIEDLER, N. C., CHICHORRO, J. F., CARMO, F. C., & MENDONÇA, A.
R. (Setembro de 2015). Análise operacional da extração florestal mecanizada em módulos
próprios e terceirizados. p. 209.

LARSON, D. L. (1977). Farm machinery repair and maintenance. Agricultural Engeneering. 371,
4, 38. Michigan.

LEITE, E. d., FERNANDES, H. C., GUEDES, I. L., & AMARAL, E. J. (2014). Análise técnica e
de custos do corte florestal semimecanizado em povoamentos de Eucalipto em diferentes
espaçamentos. (E. d. LEITE, Ed.) 20 , pp. 637-643.

LEXTERRA, J. (Agosto de 2016). O Avanço das Plantações Florestais sobre os Territórios dos
Camponeses no Corredor de Nacala: o caso da. Maputo.

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 39


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

LIMA, J. S., & LEITE, A. M. (2002). Mecanização. Colheita Florestal, 33-54. Universidade
Federal de Viçosa.

LINHARES, M., JÚNIOR, C. R., CAMPOS, F., & YAMAJI, M. F. (2012). Eficiência e
desempenho operacional de máquinas harvester e forwarder na colheita florestal.

LOPES, E. d., & DINIZ, C. C. (2015). Produtividade do tractor chocker Skkider na extração de
madeira em terrenos declivosos. 45.

LOPES, E. d., DINIZ, C. C., SERPE, E. L., & CABRAL, O. M. (Março de 2016). Efeito do
sortimento da madeira na produtividade e custo do forwarder no desbaste comercial de
Pinus taeda. (E. d. LOPES, Ed.) 44, pp. 57-66.

LOPES, E., & MINETTE, L. (2001). Operação e manutenção de motosserra. Manual técnico, 132.
Viçosa, Minas Gerais.

MACHADO, C. C. (1984). Planeamento e controle de custos na exploração florestal. Viçosa :


Universidade Federal de Viçosa: Imprensa Universitária.

MACHADO, C. C. (1989). Exploração florestal. 6, 34. Viçosa, Minas Gerais: Universidade


Federal de Viçosa.

MACHADO, C. C. (2008). Colheita Florestal. 501. Viçosa, Minas Gerais: UFV.

MACHADO, C., & LOPES, E. (2002). Planejamento. Viçosa: UFV.

MACHADO, C., SILVA, E. N., & PEREIRA, R. S. (2014). O sector florestal brasileiro e a
colheita florestal. In C. C. MACHADO, Colheita Florestal (3 ed.). Viçosa: UFV.

MAE. (2005). Perfil do distrito de Manica. (M. d. Estatal, Ed.) p. 50.

MAGALHÃES, T. M. (Novembro de 2014). Análise do Sistema de Exploração dos Recursos


Florestais em Moçambique. (J. LEMOS, Ed.)

MALINOVSKI, J., & MACHADO, C. (1988). Ciência do trabalho florestal. Imprensa


Universitária, 65. Viçosa, Brasil: Universidade Federal de Viçosa.

MALINOVSKI, J., & MALINOVSKI, R. A. (1998). Evolução dos sistemas de colheita de Pinus
na região sul do Brasil. 138 . Curitiba : UFPR-FUPEF.

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 40


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

MARCON, E. J. (1989). A manutenção preventiva de equipamentos e veículos como factor de


segurança na disponibilidade operacional. VI Seminário de Atualização sobre Sistemas de
Exploração e Transporte Florestal. Curitiba: FUPEF: Anais.

MINAG. (23 de Fevereiro de 2015). Desafios das plantações florestais em Moçambique. Brazil.

MINETTE, L. (1996). Avaliação de factores operacionais e ergonómicos na operação de corte


florestal com motosserra. Minas: Universidade Federal Viçosa.

MINETTE, L., SANTOS, J. d., COIC, A., & Souza. (1991). Estudos metodológicos aplicados à
exploração racional de floresta tropical húmida sob regime de manejo sustentado (I ed.).
Belo Horizonte, Minas Gerais: Simpósio Brasileiro sobre Exploração e Transporte
Florestal.

NOVAIS, L. F. (2006). Análise da Colheita Florestal mecanizada em povoamentos de Eucalyptus


spp na região de Coronel Fabriciano – MG. Rio de Janeiro, Brasil: UFRRJ.

OLIVEIRA, D. (2013). Análise operacional e custos de sistemas de colheita de madeira em


povoamentos de Eucalipto. Universidade Estadual do Centro-Oeste.

OLIVEIRA, D., LOPES, E. S., & FIEDLER, N. C. (2009). Avaliação técnica e econômica do
Forwarder na extração de toras de Pinus. Scientia Forestalis, 37(84), 525-533.

OLIVEIRA, L. e. (Dezembro de 2009). Avaliação técnica e econômica do Forwarder na extração


de toras de Pinus. 37, pp. 525-533.

REIS, S. L., COUTO, C. S., PINHEIRO, C. S., ESPADA, V. A., LIMA, J. A., & LENTINI, M.
W. (2013). Técnicas pré-exploratórias para o planeamento da exploração de impacto
reduzido no maneio florestal comunitário e familiar. 3. (R. Parente, M. Nogueira, I. Pires,
& P. Bittencourt, Edits.) Belém: Instituto Floresta Tropical.

RODRIGUES, C. K. (2018). Colheita e transporte florestal (1 ed.). Curitiba, Brasil.

SALMERON, A. (1980). A mecanização da exploração florestal. Circular Técnica, 10. (IPEF, Ed.)
Piracicaba, São Paulo.

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 41


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

SANT'ANNA JR, M. (2002). O planeamento florestal em exploração florestal com alto nível de
mecanização. VI Seminário Sobre Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal.
Curitiba: FUPEF: Anais.

SANT'ANNA JR, M. (2014). Corte Florestal: Extração. In: MACHADO, C.C. Colheita Florestal,
182. Viçosa: UFV.

SANTOS, P. H., SOUZA, A. P., MARZANO, F. L., & MINETTE, L. J. (2013). Produtividade e
custos de extração de madeira de Eucalipto. Viçosa: Revista Árvore.

SARAIVA, E. (2005). Técnicas de corte e derruba planeada . Amazônia: UFRA.

SEIXAS, F., BARBOSA, R. F., & RUMMER, R. (2004). Tecnologia protege saúde do operador.
v. São Paulo: Revista da Madeira.

SILVA, C. R. (1987). O planeamento de sistemas de exploração de Eucalipto para polpa:


Simpósio sobre Exploração, Transporte, Ergonomia e Segurança. 40-54. Curitiba: Anais.

SILVA, E. P., COTTA, R. M., SOUZA, A. P., MINETTE, L. J., & VIEIRA, H. A. (2010).
Diagnóstico das condições de saúde de trabalhadores envolvidos na actividade em
extração manual de madeira. 34, 3. Viçosa: Revista Árvore.

SILVA, G. M., GINDRI, E. P., BENETTI, B. B., DEPOI, J. d., WERNER, V. W.,
BRANDELERO, C., et al. (15 de Janeiro de 2018). Avaliação operacional de
trabalhadores durante o uso de Motorroçadoras laterais. 22, pp. 96-100.

SILVA, Y. G. (2019). Análise operacional do método de colheita semimecanizada em


povoamentos de Eucalipto no sul do Tocantins.

SIMÕES, D., & FENNER, P. (2010). Avaliação técnica e econômica do forwarder na extração de
madeira em povoamento de Eucalipto de primeiro corte. Revista Floresta, 40(4), 711-720.

SOUZA, A., & MACHADO, C. (1985). Exploração florestal.

WADOUSKI, L. (1987). O planeamento operacional na exploração de florestas: Simpósio sobre


Exploração, Transporte, Ergonomia e Segurança em Reflorestamentos. 28-39. Curitiba:
Anais.

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 42


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

ZAGONEL, R. (2005). Análise da densidade óptima de estradas de uso florestal em relevo plano
de áreas com produção de Pinus Taeda. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais).
Curitiba-PR, Paraná, Brasil.

8. ANEXOS

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 43


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

Anexo 1: Ficha de amostragem do tempo Multimomento

Amostragem Multimomento
Empresa:__________
Observador:__________________

Operação Observada: _________________


Hora Obs. #Código Hora Obs. #Código Hora Obs. #Código Hora Obs. #Código
07h01 08h01 09h01 10h01
07h03 08h03 09h03 10h03
07h05 08h05 09h05 10h05
07h07 08h07 09h07 10h07
07h09 08h09 09h09 10h09
07h11 08h11 09h11 10h11
07h13 08h13 09h13 10h13
07h15 08h15 09h15 10h15
07h17 08h17 09h17 10h17
07h19 08h19 09h19 10h19
07h21 08h21 09h21 10h21
07h23 08h23 09h23 10h23
07h25 08h25 09h25 10h25
07h27 08h27 09h27 10h27
07h29 08h29 09h29 10h29
07h31 08h31 09h31 10h31
07h33 08h33 09h33 10h33
07h35 08h35 09h35 10h35
07h37 08h37 09h37 10h37
07h39 08h39 09h39 10h39
07h41 08h41 09h41 10h41
07h43 08h43 09h43 10h43
07h45 08h45 09h45 10h45
07h47 08h47 09h47 10h47
07h49 08h49 09h49 10h49
07h51 08h51 09h51 10h51
07h53 08h53 09h53 10h53
07h55 08h55 09h55 10h55
07h57 08h57 09h57 10h57
07h59 08h59 09h59 10h59

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 44


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

Amostragem Multimomento
Empresa:__________ Data:__/__/____
Observador__________________

Operação Observada: _________________

Hora Obs. #Código Hora Obs. #Código Hora Obs. #Código Hora Obs. #Código
11h01 13h01 14h01 15h01
11h03 13h03 14h03 15h03
11h05 13h05 14h05 15h05
11h07 13h07 14h07 15h07
11h09 13h09 14h09 15h09
11h11 13h11 14h11 15h11
11h13 13h13 14h13 15h13
11h15 13h15 14h15 15h15
11h17 13h17 14h17 15h17
11h19 13h19 14h19 15h19
11h21 13h21 14h21 15h21
11h23 13h23 14h23 15h23
11h25 13h25 14h25 15h25
11h27 13h27 14h27 15h27
11h29 13h29 14h29 15h29
11h31 13h31 14h31 15h31
11h33 13h33 14h33 15h33
11h35 13h35 14h35 15h35
11h37 13h37 14h37 15h37
11h39 13h39 14h39 15h39
11h41 13h41 14h41 15h41
11h43 13h43 14h43 15h43
11h45 13h45 14h45 15h45
11h47 13h47 14h47 15h47
11h49 13h49 14h49 15h49
11h51 13h51 14h51 15h51
11h53 13h53 14h53 15h53
11h55 13h55 14h55 15h55
11h57 13h57 14h57 15h57
11h59 13h59 14h59 15h59

L=comprimento dt=diâmetro do topo db=diâmetro da base #Código=Actividade Observada Obs.=Observação

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 45


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

Anexo 2: Ficha de campo para parâmetros dendrométricos

L=comprimento dt=diâmetro do topo db=diâmetro da base #Código=Actividade Observada Obs.=Observação

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 46


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

Anexo 3: Evidências do processo de colecta de dados

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 47


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

Anexo 4: Etapa de seccionamento

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 48


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

Anexo 5: Transporte florestal

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 49


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

Anexo 6: Local intermédio

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 50


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

Anexo 6: Acessórios da Motosserra e Telelogger fazendo o transporte secundário

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 51


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

Anexo 7: Medição dos toros para seccionamento

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 52


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

Anexo 8: Tabela de volume usada pela empresa

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 53


Análise operacional da Motosserra e do Tractor Florestal Telelogger no corte e extracção de Pinus spp.

Anexo 9: Imagem ilustrativa do Bell Telelogger

AUTOR: SIMONE, Timóteo Luís 54

Você também pode gostar