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3 de janeiro de 2017
Relatório da Unidade Curricular de Climatização 2º ano do Mestrado de Energia em
Engenharia Mecânica
3 de janeiro de 2017
Resumo
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Palavras-Chave
v
Índice
RESUMO ......................................................................................................................................................... V
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 11
2. DESENVOLVIMENTO ........................................................................................................................ 12
vii
Índice de Figuras
Figura 1 – Posição geográfica de Vila Real. ............................................................................... 13
Figura 2 – Espaço a ser climatizado. ........................................................................................... 13
Figura 3 – Cores e símbolos para identificação do tipo de envolvente. ...................................... 14
Figura 4 – Espaço a ser climatizado em destque. ........................................................................ 14
Figura 5 – Envolventes Interiores em vermelho e Exteriores em azul. ....................................... 15
Figura 6 – Cores e Identificação de Pontes Térmicas Planas. ..................................................... 15
Figura 7 – Localização das Caixas de Estore. ............................................................................. 16
Figura 8 – Localização dos Pilares. ............................................................................................. 16
Figura 9 – Localização das Vigas. .............................................................................................. 17
Figura 10 – Teto do edifício. ....................................................................................................... 17
Figura 11 – Chão do edifício. ...................................................................................................... 18
Figura 12 – Zonas climáticas de verão e inverno. ....................................................................... 19
Figura 13 – Definição da NUTSIII. ............................................................................................ 19
Figura 14 – Valores de referência e declives para ajuste em altitudes para estação de aquecimento.
............................................................................................................................................. 20
Figura 15 – Critérios para determinação da zona climática de inverno. ..................................... 20
Figura 16 – Valores de referência e declives para ajustes em altitude para a estação convencional
de arrefecimento. ................................................................................................................. 21
Figura 17 – Critérios para determinação da zona climática de verão.......................................... 21
Figura 18 –Temperaturas de projeto de inverno. ........................................................................ 22
Figura 19 –Temperaturas de projeto de verão. ............................................................................ 22
Figura 20 – Summer and Winter Confort Zones (ASHRAE 55). ............................................... 23
Figura 21 – Tipo de pavimento/teto. ........................................................................................... 31
Figura 22 – Evolução da temperatura em condição de inércia térmica. ...................................... 33
Figura 23 – Caracterização de diferentes tipos de elementos construtivos. Fonte: Slides de Aulo
climatização ISEP 2016 ...................................................................................................... 35
Figura 24 – Identificação dos elementos construtivos. ............................................................... 35
Figura 25 – Caudal mínimo de ar novo em função da carga de poluente devido a ocupação..... 40
Figura 26 – Caudal mínimo de ar novo em função da carga de poluente devido ao edifício. .... 41
8
Índice de Tabelas
9
Tabela 35 – Ganhos de calor por ocupação humana em diferentes estados de atividade. Fonte:
ASHRAE Handbook 2009 – Fundamentals. ....................................................................... 50
Tabela 36 – Design assumptions for floor área per person. Fonte: EN 13779 ............................ 50
Tabela 37 – Valores típicos de ganhos de calor de PCs. Fonte: Slides aula de Climatização ISEP
2016. .................................................................................................................................... 51
Tabela 38 – Valores típicos de ganhos de calor de monitores. Fonte: Slides aula de Climatização
ISEP 2016............................................................................................................................ 51
Tabela 39 – Valores típicos de ganhos de calor de fotocopiadoras. Fonte: Slides aula de
Climatização ISEP 2016...................................................................................................... 52
Tabela 40 – Valores típicos de ganhos de calor para preparadores de alimentos e bebidas. Fonte:
Slides aula de Climatização ISEP 2016. ............................................................................. 52
Tabela 41 – Valores típicos de lux por tipo de atividade. Fonte: Slides aula de Climatização ISEP
2016. .................................................................................................................................... 53
Tabela 42 – Valores típicos de lux por tipo de ambiente. Fonte: Slides aula de Climatização ISEP
2016. .................................................................................................................................... 53
Tabela 43 – Carga térmica das envolventes exteriores. .............................................................. 55
Tabela 44 – Carga térmica das envolventes interiores. ............................................................... 55
Tabela 45 – Carga térmica de ventilação. ................................................................................... 56
10
1. Introdução
Edifícios de comércio e serviço possuem requisitos que devem ser cumpridos para
obtenção da certificação energética dos mesmos, tais requisitos dizem respeito ao
comportamento térmico no espaço, a eficiência dos sistemas, a instalação, a condução e
a manutenção de sistemas técnicos e são ditados pelo RECS (Regulamento de
Desempenho Energético dos Edifícios de Comércio e Serviços). O presente trabalho tem
como objetivo, com base no RECS, determinar as cargas térmicas de um espaço, que se
pretende climatizar, destinado a um escritório que se localiza no distrito de Vila Real na
região norte de Portugal, mais especificamente, na sub-região do Douro a 700 metros de
altitude.
11
2. Desenvolvimento
Para determinação das cargas térmicas, uma série de etapas devem ser cumpridas,
sendo elas: a caracterização do edifício; determinação das envolventes interiores e
exteriores e suas pontes térmicas planas e lineares; determinação das zonas climáticas de
verão e inverno; determinação das temperaturas de projeto de inverno e verão;
determinação dos coeficientes de transmissão térmica; determinação da classe de inércia
térmica; determinação do caudal de ar novo; cálculo das cargas térmicas de aquecimento;
e, por fim, cálculo das cargas térmicas de arrefecimento. Cada etapa será apresentada
abaixo.
12
Figura 1 – Posição geográfica de Vila Real.
13
Figura 3 – Cores e símbolos para identificação do tipo de envolvente.
A figura 4 traz a planta do espaço a ser considerado para o projeto AVAC , o
espaço consiste em um prédio comercial com um total de 209 m2 dividido em 4 áreas
distintas, com finalidades de Escritório, Escritório de Administração, Hall de Recepção e
Sanitário:
14
Figura 5 – Envolventes Interiores em vermelho e Exteriores em azul.
Tem-se a seguir o código de cores e sinal de indicação utilizado para identificar
as pontes térmicas na planta do edifício:
15
Figura 7 – Localização das Caixas de Estore.
16
Figura 9 – Localização das Vigas.
17
Figura 11 – Chão do edifício.
As zonas climáticas são divididas entre 1 2 e 3, tanto para verão (V) quanto para
inverno (I) e se baseiam na Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos
(NUTS) de nível III. Para se determinar a qual zona climática de inverno o edifício em
estudo está inserido, faz-se necessário encontrar o número de graus-dias (GD) na base 18
°C, correspondente a estação convencional de aquecimento. Já para a zona climática de
verão, o parâmetro a ser avaliado é a temperatura exterior média do mês mais frio da
estação de aquecimento.
18
Figura 12 – Zonas climáticas de verão e inverno.
Os valores de referência, XREF e zREF, são encontrados nas tabelas referentes a cada
NUTS e ajustados com base na altitude desse local em questão z.
Sabemos que o edifício se encontra no município de Vila Real, os valores são referentes
ao Douro. As imagens a seguir destacam os valores escolhidos nas tabelas.
19
Figura 14 – Valores de referência e declives para ajuste em altitudes para estação de
aquecimento.
𝐺𝐷 = 1933,4 ℃
20
Figura 16 – Valores de referência e declives para ajustes em altitude para a estação
convencional de arrefecimento.
21
Figura 18 –Temperaturas de projeto de inverno.
22
Sabendo a atividade executada pelos indivíduos dentro do ambiente e como eles
estão vestidos, através do gráfico das zonas de conforto climático definidos pela
ASHRAE 55, é possível definir as prováveis temperaturas operativas nas quais estarão
confortáveis. A atividade desenvolvida no escritório é considerada sedentária, 1 Met, e o
nível de vestuário a ser considerado será de 0,9 Clo para inverno e 0,5 Clo para verão.
As zonas de conforto também dependem da humidade relativa no ambiente, e como
humidades entre 30% e 70% não geram desconforto, o valor de 50% será escolhido.
23
influenciam tais perdas ou ganhos são as diferenças de temperatura entre o ambiente
interior e o ambiente exterior ou um ambiente não climatizado. Devido à dificuldade de
se obter o valor da temperatura de espaços não climatizados, ao invés de se avaliar a
diferença de temperatura entre o espaço climatizado e o não climatizado, se avalia a
diferença de temperatura entre o espaço climatizado e o ambiente exterior afetado por um
fator bTR, chamado coeficiente de redução de perdas de espaços não úteis, que analisa o
quanto o espaço não climatizado é influenciado pelo ambiente externo e pelo ambiente
interno.
Considerando o volume Venu do espaço não climatizado, o somatório das áreas de
envolvente que separa o espaço interior útil do espaço não útil, Ai, e o somatório das áreas
de envolvente que separa o espaço não útil do ambiente exterior, Au, é possível determinar
o valor de bTR, utilizando a tabela representada na tabela 1.
Onde f é um fator referente ao espaço não útil que tem todas as ligações entre
elementos bem vedadas, e F é um fator referente ao espaço não útil permeável ao ar
devido à presença de ligações e aberturas de ventilados.
Dentro do edifício, existem dois espaços não úteis em contato com o escritório estudado,
o vão das escadas e a cave. Os valores dos parâmetros analisados para estes espaços são
representados na tabela 2 e na tabela 3, respectivamente.
Ai 253,34 m²
Au 47,40 m²
Ai/Au 5,34
Venu 301,82 m³
Tabela 2 – Parâmetros analisados para o vão das escadas.
24
Ai 111,28 m²
Au 127,02 m²
Ai/Au 0,88
Venu 322,71 m³
Tabela 3 – Parâmetros analisados para a garagem.
1
𝑈=𝑅 [W/m².K] (6)
Onde,
∑𝑅𝑗 = 𝑅1 + 𝑅2 + ⋯ + 𝑅𝑗 (8)
25
𝑒
𝑅=𝜆 (9)
Portanto,
𝑒 𝑒 𝑒 𝑒
∑𝑅𝑗 = ∑ 𝜆𝑗 = 𝜆1 + 𝜆2 + ⋯ + 𝜆𝑗 [m².K/W] (10)
𝑗 1 2 𝑗
26
Tabela 5 – Componentes das paredes (elementos verticais).
27
É possível se calcular o valor do coeficiente de transmissão térmica da envolvente
utilizando a equação (10). Antes de efetuar o cálculo de U, é preciso obter todos os valores
de resistências térmicas referentes aos elementos da parede, como será feito a seguir.
28
Tabela 8 – Resistências térmicas das paredes.
Ou seja, R1=R2=0,27.
0,06 𝑚
𝑅3 = 𝑊 = 1,62 [m².K/W] (11)
0,037
𝑚.𝐾
Por fim, considerando que os revestimentos das paredes são de roboco tradicional
(argamassa), que os revestimentos interior e exterior possuem espessura de 0,01 m e que
a condutibilidade térmica é de 1,3 (obtida do quadro I.2 – tabela 9). As resistências dos
revestimentos, R4 e R5, serão:
0,01 𝑚
𝑅4 = 𝑅5 = 𝑊 = 0,00769 [m².K/W] (12)
1,3
𝑚.𝐾
29
Utilizando a equação (6), obtém-se então coeficiente de transmissão térmica das
envolventes verticais:
1
𝑈 = 2,38 = 0,42 (14)
Os vãos envidraçados terão caixilharia metálica, serão do tipo simples, com vidro
duplo e espessura de 16 mm, além disso existirá uma cortina interior opaca. Através de
quadro III.2 (tabela 10) se pode obter o valor de coeficiente de transmissão térmica dos
vão, ou seja, 0,29 (W/m².K).
30
O pavimento e o teto correspondem aos elementos opacos horizontais exteriores
do edifício, e o valor de transmissão térmica de ambos deve ser inferior a 0,4 W/m².K
(tabela 4). Portanto, o pavimento e o teto (já que é pavimento do andar de cima) será com
isolamento térmico exterior como mostra a figura 21.
31
Considerando que a estrutura resistente será de laje maciça com 0,15 m de
espessura e que o isolamento será de XPS com espessura de 100 mm, tem-se que o
coeficiente de transmissão térmica será 0,35. Como o pavimento separa o escritório de
um espaço não útil, uma correção é feita neste valor, utilizando a seguinte equação:
1
𝑈𝑖𝑛𝑎 = 1 (16)
( )+0,13
𝑈
32
2.8. Inércia térmica
33
A inércia térmica é um fator de grande relevância para o conforto térmico em um
edifício em determinados tipos de utilização, por exemplo em residências e em edifício
de comércio que não terão grande ocupação, já para grandes centros comerciais com
grande quantidade de fluxo de pessoas a inércia térmica é menos relevante já que as cargas
térmicas devido a ocupação contribuem com uma parcela bastante superior.
A seguir, serão apresentados os cálculos relativos a determinação da inércia
térmica do edifício estudado.
Como edifício a qual o projeto se destina é destinado a serviços com baixa
ocupação, a inércia térmica é um fator importante para a climatização do edifício.
∑(𝑀𝑠𝑖 . 𝑆𝑖 . 𝑟𝑖 ) 𝑘𝑔
𝐼𝑖 = [ 2]
𝐴𝑢 𝑚
Onde:
Msi = Massa superficial útil do elemento i [kg/m2]
Si = área da superfície interna do elemento i [m2]
Ri = fator de correção devido ao revestimento superficial
Au = área útil do pavimento [m2]
34
EL3 - Elementos de compartimentação interior da fração autónoma (parede, pavimento
ou teto)
Por não ter nenhum pavimento diretamente em contato com o chão o projeto não
tem nenhum elemento da classe EL2.
A figura a seguir mostra para o projeto em questão a caracterização dos elementos
das evolventes do edifício em relação aos requisitos apresentados a anteriormente.
35
Os valores máximos para a massa superficial útil (Msi) dos elementos da
construção a serem contabilizados para efeitos de inércia térmica dependem de sua
localização no edifício, a tabela a seguir traz a organização da metodologia de cálculo
adotada para cada elemento.
Sem isolamento
EL3 Msi < 300kg/m2 todos os casos Msi = mt
térmico
Tabela 13 – Metodologia de cálculo adotada.
36
Rrev m2.C/W Fator ri
Ver > 0,3 numa
das faces e
EL3 0,25
0,14 ≤ Rev ≤ 0,3
na outra face
Tabela 15 – Valores do parâmetro r para envolventes verticais EL3
Em seguida estão mostrados os cálculos que fornecem os valores da Massa
Superficial dos elementos da construção. A tabela mostra a massa superficial das paredes
exteriores
Paredes Exteriores (Tipo de elemento: EL1)
Espessura ρ Msi Máx Msi
Camada Referencia
[m] [kg/m3] [kg/m2] [kg/m2]
Tijolo Tradicional
0,22 683 PRECERAM 150,26
295 x 186 x 108mm
150
Reboco Tradicional 0,02 1900 ITE50 38
37
A tabela a seguir traz os cálculos de massa superficial para o teto da construção:
Cálculos de massa superficial para pilares e vigas não foram feitos separadamente,
devido às restrições de valores máximos para a massa superficial e a proximidade das
características destes elementos com os elementos da própria evolvente as suas áreas
superficiais serão contabilizadas juntamente com as áreas de evolventes para efeitos de
cálculos de inércia térmica.
Demais componentes da construção tais como possíveis tetos falsos não foram
considerados pela baixa contribuição destes elementos para a inércia térmica, devido a
baixa capacidade de retenção de calor nestes elementos.
A tabela a seguir traz os cálculos e os valores final de inércia térmica obtidos para
a construção em projeto:
Inércia
Elemento da Msi 2 2
Classificação ri si [m ] Au [m ] térmica
Construção [kg/m2]
[kg/m2]
Paredes Exteriores EL1 150 0,5 131,4 88,54
Paredes Interiores 149,8 0,5 55,14 37,10
111,3
Pavimento 150 0,25 111,3 37,50
Teto EL3 150 0,25 111,3 37,50
Inércia Térmica da Construção 200,64
Tabela 20 – Inércia térmica do Edifício de projeto.
A inércia térmica apresenta três classes distintas sendo elas, fraca, média e forte.
Esta classificação fornece uma direção ao tipo de comportamento do edifício em relação
as atenuações das mudanças de temperatura como descrito previamente, enquanto que
um edifício com inércia fraca não terá um efeito significativo de inércia térmica, um
edifício com inércia forte terá consequentemente um grande efeito de inércia térmica,
38
como exemplo pode se citar a inércia térmica de uma igreja, normalmente construída com
robustas paredes de pedra e que tem uma forte inércia térmica.
Dessa forma pode se recorrer a tabela a seguir para caracterização da inércia
térmica do edifício deste projeto
2.9. Ventilação
39
- para menos de 2% do tempo, não mais de 5% dos ocupantes apresentam qualquer
reação adversa.
A QAI é importante pois em exposições prolongadas em ambientes com má
qualidade do ar interior pode, a curto prazo, provocar sintomas adversos como irritação
dos olhos e garganta, dores de cabeça, fadiga sem justificativa evidente, tonturas e em
casos mais graves até mortes.
De acordo com o RECS, portaria nº 353-A/2013, existem duas metodologias para
determinar o caudal de ventilação necessário para garantir a QAI.
O primeiro é o método prescritivo, que é aplicável às situações de ventilação
corrente em edifícios cujos principais poluentes tem origem na atividade humana e no
edifício.
O segundo é método de controle de poluentes, que é aplicável a situações mais
específicas de ventilação de edifícios ou ambientes industriais quando a emissão de
poluentes e a concentração admissível são conhecidas.
40
Figura 26 – Caudal mínimo de ar novo em função da carga de poluente devido ao edifício.
Logo, o caudal mínimo de ar novo que deve ser utilizado é o maior, 360 m³/h,
calculado através da ocupação do edifício. Esse valor deve ser corrigido pela eficácia de
remoção de poluentes do sistema de ventilação.
41
𝑄𝐴𝑁𝐹 = 𝑄𝐴𝑁 ⁄𝜀𝑉
42
De acordo com a portaria nº 353-A/2013 da RECs, excluem-se do cumprimento
de valores de caudal mínimo de ar novo ou da verificação de condições de adequada
ventilação natural os espaços sem ocupação permanente, como as instalações sanitárias
ou espaços que são ocupados ocasionalmente e por períodos de tempo inferiores a duas
horas por dia.
Os espaço de instalação sanitária deve ser mantido em depressão relativamente a
todos os espaços adjacentes, através de redes de condutas de exaustão independentes.
43
elementos verticais adjacentes ao envidraçado, Fg é fracção envidraçada do vão que
corresponde à redução da transmissão de energia solar associada à existência do caixilho,
Fw é fator de correção da seletividade angular dos vãos envidraçados (traduz a redução
dos ganhos solares causada pela variação das propriedades do vidro com o ângulo de
incidência da radiação solar direta) e g⏊ é o fator solar do envidraçado.
O fator solar do vidro, g⏊, representa a relação entre a energia solar transmitida
para o interior através do vidro e a quantidade de radiação solar incidente na direção
normal ao vidro.
44
Admitindo que a cor da proteção é clara, o valor do coeficiente de absorção será
0,4.
Como mencionado, os envidraçados do escritório são do tipo duplo, com proteção
interior através de uma cortina opaca clara. A partir do quadro da tabela 28, obtém-se
então que o factor solar gTvc será 0,37.
Já para obter o fator solar do vidro para uma incidência normal ao vão, utiliza-se a tabela
29.
45
Tabela 29 – Fator solar do vidro com incidência solar normal ao vão.
Portanto, gvi é 0,52.
A partir da equação a seguir é possível obter fato solar do vidro.
𝑔𝑇𝑣𝑐
𝑔𝑇 = 𝑔⊥,𝑣𝑖 ∗ ∏
0,75
𝑖
Logo,
0,37
g⏊ = 0,52 ∗ 0,75 = 0,25.
46
Tabela 30 – Fator de sombreamento do horizonte Fh na estação de aquecimento.
47
Fw traduz a redução dos ganhos solares causada pela variação das propriedades
do vidro com o ângulo de incidência da radiação solar direta e é obtido pela seguinte
tabela.
AQUECIMENTO
Envidraçado Fh Ff x Fw Fg g⏊ Fg_solar
Fo
48
ARREFECIMENTO
Envidraçado Fh Ff x Fw Fg g⏊ Fg_solar
Fo
49
- Iluminação.
Tabela 35 – Ganhos de calor por ocupação humana em diferentes estados de atividade. Fonte:
ASHRAE Handbook 2009 – Fundamentals.
Tabela 36 – Design assumptions for floor área per person. Fonte: EN 13779
50
Logo, os ganhos internos devido a ocupação do edifício são:
Tabela 37 – Valores típicos de ganhos de calor de PCs. Fonte: Slides aula de Climatização ISEP
2016.
Considerou que os computadores trabalharam em regime continuo, no modelo
conservador. Os monitores têm tamanho de 20 polegadas.
Tabela 38 – Valores típicos de ganhos de calor de monitores. Fonte: Slides aula de Climatização
ISEP 2016.
51
As impressoras são do tipo fotocopiadoras de escritórios, os valores dos ganhos de calor
estão destacados na tabela 39.
O valor adotado para as fotocopiadoras é a média entre ocioso e 1 página por minuto, ou
seja 350 W. Os valores típicos de ganhos das máquinas de café expresso estão na tabela 40, como
a máquina passa a maior parte do tempo em modo standbay, adotou o respectivo valor.
Tabela 40 – Valores típicos de ganhos de calor para preparadores de alimentos e bebidas. Fonte:
Slides aula de Climatização ISEP 2016.
52
Ganhos internos devido a iluminação:
A RECS estabelece que os sistemas de iluminação a serem instalados em
edifícios de comércio e serviços devem cumprir requisitos gerais e específicos,
bem como requisitos para densidade de potência, requisitos de controle, de
regulação de fluxo e de monitoração e gestão de acordo com as normas europeias
EM 12464-1 e EM 15193.
No escritório serão realizadas atividades como leitura e escrita, então,
segundo o extrato da EM 12464-1, o nível de luminosidade do edifício é de 500
lux.
Tabela 41 – Valores típicos de lux por tipo de atividade. Fonte: Slides aula de Climatização
ISEP 2016.
De acordo com o extrato da Portaria n° 349-D/2013, os escritórios com mais de 6
pessoas possuem uma densidade de potência de iluminação de 2,1 (W/m²)/100lux como
mostrado na tabela abaixo.
Tabela 42 – Valores típicos de lux por tipo de ambiente. Fonte: Slides aula de Climatização
ISEP 2016.
53
O valor da tabela 42 deve ser multiplicado por 5 para atingir os 500 lux determinados
por norma. Logo, os ganhos internos de iluminação serão de:
54
Elemento Área U Text(℃) Tint ∆𝑻 (℃) CTenvolvente
(m²) (W/m².℃) (℃) exterior
55
A carga térmica sensível de ventilação depende do caudal mássico de ar novo
mínimo admitido no espaço, do calor específico do ar e da variação de temperatura. A
carga térmica latente pode ser considerada nula em situação de aquecimento, a não ser
que haja humidificação.
𝐶𝑇𝑣𝑒𝑛𝑡𝑖𝑙𝑎çã𝑜 = 𝑚𝐴𝑁𝑚𝑖𝑛 . 𝐶𝑝. ∆𝑇
Onde o caudal mássico é 𝑚𝐴𝑁𝑚𝑖𝑛 = 𝑄𝐴𝑁𝑚𝑖𝑛 . 𝜌.
A tabela a seguir mostra os valores utilizados para cálculo da carga térmica de
ventilação.
Para cálculo das cargas térmicas, seguem algumas tabelas dados que serão úteis.
Temperaturas de projeto
Temperatura de bolbo seco 30,2℃
Temperatura de bolbo húmido 18,6℃
Amplitude Térmica 14,5℃
Temperatura média 22,95℃
56
Tabela 46 -Temperaturas de projeto de verão.
São várias os métodos existentes para contabilizaçãos das cargas térmicas, no presente
trabalho, será utilizado o método da diferença de temperatura (CLTD ou CLTD/SCL/CLF
- Cooling Load Temperature Difference/Solar Cooling Load factor/Cooling Load Factor,
1977).
57
Cargas térmicas referente às envolventes exteriores
Considerando que os meses de verão são junho, julho e agosto os dados utilizados para
cálculo são:
Jun Jul Ago
Λ -7,74 -7,74 -7,74
ET (horas) -0,02 -0,107 -0,06
λ/15+ET -0,536 -0,623 -0,576
58
A tabela a seguir mostra os resultados das horas solares obtidas.
Os valores do CLTD são encontrados admitindo um grupo que define o tipo de parede,
os grupos são classificados pela tabela a seguir.
59
As paredes do escritório são, portanto, pertencentes ao grupo 2. Os valores referentes a
esse grupo, para os diferentes pontos cardiais, considerando inércia média (como obtido
no tópico 2.8), são dados na tabela 52.
Os valores Tint e Tm estão explícitos nas tabelas anteriores, K é considerado 1 (cores escuras) e
LM são os valores de correção da latitude, explícitos na seguinte tabela:
N E/W S H
Agosto -1,1 0,0 2,2 1,6
60
Julho 0,0 0,0 0,5 0,5
Junho 0,5 0,5 -0,5 1,1
Tabela 54 - CLTD corrigidos e cargas térmicas horárias para envolvente exterior NORTE.
61
SUL junho julho agosto
TSV CLTD CLTDc CT CLTDc CT CLTDc CT
7 3,7 0,65 7,943 1,65 20,163 3,35 40,937
8 2,9 0,85 10,387 0,85 10,387 2,55 31,161
9 2,3 0,25 3,055 0,25 3,055 1,95 23,829
10 1,8 -0,25 -3,055 -0,25 -3,055 1,45 17,719
11 1,6 -0,45 -5,499 -0,45 -5,499 1,25 15,275
12 1,7 -0,35 -4,277 -0,35 -4,277 1,35 16,497
13 2,3 0,25 3,055 0,25 3,055 1,95 23,829
14 3,3 1,25 15,275 1,25 15,275 2,95 36,049
15 4,6 2,55 31,161 2,55 31,161 4,25 51,935
16 6,1 4,05 49,491 4,05 49,491 5,75 70,265
17 7,5 5,45 66,599 5,45 66,599 7,15 87,373
Tabela 56 - CLTD corrigidos e cargas térmicas horárias para envolvente exterior SUL
OESTE junho julho agosto
TSV CLTD CLTDc CT CLTDc CT CLTDc CT
7 8,1 6,05 86,878 5,55 79,698 5,55 79,698
8 6,9 4,85 69,646 4,35 62,466 4,35 62,466
9 5,8 3,75 53,85 3,25 46,67 3,25 46,67
10 5 2,95 42,362 2,45 35,182 2,45 35,182
11 4,4 2,35 33,746 1,85 26,566 1,85 26,566
12 4,2 2,15 30,874 1,65 23,694 1,65 23,694
13 4,1 2,05 29,438 1,55 22,258 1,55 22,258
14 4,3 2,25 32,31 1,75 25,13 1,75 25,13
15 4,8 2,75 39,49 2,25 32,31 2,25 32,31
16 5,7 3,65 52,414 3,15 45,234 3,15 45,234
17 7,1 5,05 72,518 4,55 65,338 4,55 65,338
Tabela 57 - CLTD corrigidos e cargas térmicas horárias para envolvente exterior NORTE.
Por fim, é feito o somatório dos valores de todas as cargas térmicas das envolventes exteriores
para cada horário e mês. A tabela a seguir mostra os resultados.
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Σ Cargas térmicas Envolvente Exterior [W]
TSV JUNHO JULHO AGOSTO
7 109,03 106,01 112,23
8 82,96 67,71 73,93
9 54,54 39,29 45,51
10 35,29 20,04 26,26
11 28,86 13,62 19,84
12 34,04 18,80 25,02
13 49,41 34,17 40,39
14 75,47 60,22 66,45
15 109,66 94,42 100,64
16 153,24 137,99 144,21
17 200,58 185,34 191,56
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