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PROJETO E CONSTRUÇÃO

DE UM

TÚNEL DE VENTO DIDÁTICO


INSTITUTO FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
IFRS – RIO GRANDE

ENGENHARIA MECÂNICA

TÚNEL DE VENTO DIDÁTICO

Anderson Souza da Silva


Lucas Mansur Lucas Costa

Rio Grande – RS
Anderson Souza da Silva
Lucas Mansur Lucas Costa

TÚNEL DE VENTO DIDÁTICO

Projeto de Trabalho do Curso de Engenharia Mecânica


apresentado no Instituto Federal do Rio grande do Sul - IFRS - Rio
grande como pré-requisito básico para aprovação da matéria de
Mecânica dos Fluidos.

Orientador (a): Marcelo Moraes Galarça.

Rio Grande – RS
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO ............................................................................ 9

1.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 9

1.2 TÚNEL DE VENTO DO TIPO ABERTO ........................................................................ 9

1.3 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 10

1.4 OBJETIVOS .......................................................................................................... 10

1.4.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................................... 11

1.4.2 OBJETIVO ESPECÍFICO ........................................................................................................... 11

1.5 ESBOÇO DO PROJETO........................................................................................... 11

CAPÍTULO 2. ESPECIFICAÇÕES E REQUISITOS DO PROJETO ................ 12

2.1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12

2.1.1 DESCRIÇÃO DO TÚNEL DE VENTO......................................................................................... 12

2.2 CLASSIFICAÇÕES DO TÚNEL DE VENTO ................................................................. 14

2.3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................ 15

2.3.2 MACH .................................................................................................................................... 16

2.3.3 NÚMERO DE REYNOLDS ........................................................................................................ 16

2.3.4 ESCOAMENTO DA CAMADA LIMITE ...................................................................................... 17

2.3.5 ESCOAMENTOS INTERNOS E EXTERNOS ............................................................................... 18

2.4 METODOLOGIA DA CONTRUÇÃO DO TÚNEL DE VENTO ......................................... 19

CAPÍTULO 3. METODOLOGIA DO PROJETO ............................................... 20

3.1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 20

3.2 PROJETANDO AS PARTES DO TÚNEL DE VENTO .................................................... 21

3.2.1 SEÇÃO DE TESTE.................................................................................................................... 21

3.2.2 TUBOS NÃO CIRCULARES ...................................................................................................... 22

3.2.3 NÚMERO CRÍTICO DE REYNOLDS PARA ESCOAMENTO EM UM TUBO ................................. 23

3.2.4 NÚMERO CRÍTICO DE REYNOLDS NO ESCOAMENTO DA CAMADA LIMITE SOBRE UMA


PLACA PLANA 24

3.2.5 DIFUSOR ................................................................................................................................ 25


3.2.6 VENTILADOR ......................................................................................................................... 25

3.2.7 BOCAL DE CONTRAÇÃO ........................................................................................................ 26

3.2.8 COLMEIA ............................................................................................................................... 27

3.2.9 MÁQUINA DE FUMAÇA ......................................................................................................... 28

3.2.10 CONTROLE DE VELOCIDADE ................................................................................................. 28

3.3 ESPECIFICAÇÃO DO ESCOAMENTO NO TÚNEL DE VENTO ...................................... 29

3.4 TUBO DE PITOT .................................................................................................... 30

3.4.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 30

3.4.2 APLICANDO A EQUAÇÃO DE CONTINUIDADE PARA TESTAR A SEÇÃO DE TESTE.................. 33

CAPÍTULO 4. CRONOGRAMA DO PROJETO ............................................... 38

4.1.1 Atividade 1 ............................................................................................................................ 38

4.1.2 Atividade 2 ............................................................................................................................ 38

4.1.3 Atividade 3 ............................................................................................................................ 39

4.1.4 Atividade 4 ............................................................................................................................ 39

CAPÍTULO 5. PROBLEMAS ENCONTRADOS NO TÚNEL DE VENTO ........ 39

5.1 INSTRUMENTAÇÃO PARA MEDIÇÃO DO TÚNEL DE VENTO .................................... 39

5.2 EQUIPAMENTOS DO TÚNEL DE VENTO ................................................................. 40

5.3 REGIÃO DE ENTRADA DO TÚNEL DE VENTO .......................................................... 41

CAPÍTULO 6. RESULTADOS E DISCUSSÕES .............................................. 43

CAPÍTULO 7. REFERÊNCIAS ......................................................................... 44


LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURAS

Figura 1 - Túnel de Vento do Tipo Aberto .......................................................... 10


Figura 2 - Anemômetro digital da marca BENETECH........................................ 13
Figura 3 - Camada Limite ................................................................................... 17
Figura 4 - Escoamento Laminar ......................................................................... 18
Figura 5 - Escoamento Turbulento ..................................................................... 18
Figura 6 - Teoria do Princípio de Bernoulli ......................................................... 19
Figura 7 - Efeito do princípio de Venturi ............................................................. 20
Figura 8 - Seção de teste ................................................................................... 21
Figura 9 - Automóvel modelo Ferrari 458 Itália .................................................. 24
Figura 10 - Difusor ............................................................................................. 25
Figura 11 - Eletroventilador Universal Qualy Air ................................................ 26
Figura 12 - Bocal de Contração ......................................................................... 27
Figura 13 - Túnel de vento montado. ................................................................. 27
Figura 14 - Colmeia ............................................................................................ 28
Figura 15 - Máquina de fumaça ......................................................................... 28
Figura 16 – Tubo com os bicos injetores............................................................ 28
Figura 17 - Caixa de controle ............................................................................. 29
Figura 18 - Regulador de tensão 12V. ............................................................... 29
Figura 19 - Regimes de Escoamento de Número Mach .................................... 30
Figura 20 - Medições simultâneas das pressões de estagnação e estática. ..... 31
Figura 21 - Tubo de Pitot.................................................................................... 32
Figura 22 - Manômetro Digital ............................................................................ 32
Figura 23 - Esquema da seção de teste mostrando o volume de controle (VC) e
a superfície de controle (SC)............................................................................... 33
Figura 24 - Escoamento na região de entrada de um tubo ................................ 41
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

EQUAÇÕES

Equação (2.1) Conservação da massa para um VC .......................................... 15


Equação (2.2) Equação da continuidade ........................................................... 15
Equação (2.3) segunda lei de Newton ............................................................... 15
Equação (2.4) Conservação da energia ............................................................. 16
Equação (2.5) Equação de estado dos gases ideais ou perfeitos...................... 16
Equação (2.6) Número de Mach ........................................................................ 16
Equação (2.7) Número de Reynolds .................................................................. 16
Equação (2.8) Equação do princípio de Bernoulli .............................................. 20
Equação (2.9) Equação que rege o tubo de Venturi .......................................... 20
Equação (2.10) Vazão volumétrica .................................................................... 20
Equação (3.1) Reynolds em função do diâmetro hidráulico ............................... 22
Equação (3.2) Diâmetro hidráulico ..................................................................... 22
Equação (3.3) Diâmetro hidráulico duto circular ................................................ 23
Equação (3.4) Diâmetro hidráulico duto retangular ............................................ 23
Equação (3.5) Diâmetro hidráulico duto quadrado ............................................. 23
Equação (3.6) Número de Reynolds crítico........................................................ 23
Equação (3.7) Velocidade do eletroventilador.................................................... 23
Equação (3.8) Cálculo da velocidade do eletroventilador .................................. 24
Equação (3.9) Reynolds crítico para placa plana ............................................... 25
Equação (3.10) Velocidade máxima do ar sobre a placa plana ......................... 25
Equação (3.11) Cálculo da velocidade máxima do ar sobre a placa plana ........ 25
Equação (3.12) Número de Mach em relação a velocidade do som .................. 30
Equação (3.13) Cálculo do número de Mach em relação a velocidade do som 30
Equação (3.14) Cálculo de Reynolds ................................................................. 30
Equação (3.15) Avaliar a velocidade no ponto do tubo de Pitot ......................... 34
Equação (3.16) Cálculo da velocidade teórica do ar na seção de teste............. 34
Equação (5.1) Comprimento de entrada para escoamento laminar ................... 41
Equação (5.2) Comprimento de entrada para escoamento turbulento............... 41
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Tabela de dados de velocidades e pressões medidos na seção de teste.


............................................................................................................................ 35

Tabela 2 - Comparativo de velocidade do anemômetro e manômetro. .............. 35

Tabela 3 - Relação de custos na construção do Túnel de Vento. ...................... 43

LISTA DE GRÀFICOS

Gráfico 1 - Velocidade Anemômetro x Pressão Dinâmica ................................. 36

Gráfico 2 - Velocidade Bernoulli x Pressão Dinâmica ........................................ 36

Gráfico 3 - Erro Experimental............................................................................. 37

Gráfico 4 - Velocidades x Erro Experimental ..................................................... 37


9

CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO

1.1 INTRODUÇÃO

Com as características do vento, como alteração de sua pressão e


velocidade são a preocupação de muitas pessoas em todo o mundo. Muitos
cientistas estão pesquisando os efeitos do ar se movendo sobre corpos rígidos e
em várias velocidades. E isso geralmente é feito em um túnel de vento. Assim, o
"Túnel de Vento" é uma facilidade, ao produzir artificialmente o escoamento de ar
relativo a um corpo estável que mede a força aerodinâmica e a distribuição de
pressão para imitar com situações reais. É uma ferramenta pela qual fenômenos
de escoamento de ar que acontecem na natureza podem ser transcritos em escala
mínima de tal forma que o monitoramento feito no túnel possa ser explicado em
escala real. A presença do túnel de vento dará uma grande possibilidade de
visualizar, demonstrar e estudar os complexos escoamentos de fluidos com seus
diferentes tipos, formas e velocidades. Este projeto vai elaborar um túnel de vento
de baixo custo, com finalidade educacional e do tipo aberto.

1.2 TÚNEL DE VENTO DO TIPO ABERTO

Túnel de vento de circuito aberto é aquele em que o ar é livre para sair pela
exaustão do túnel. As vantagens do túnel de vento em circuito aberto, é que ele
tem um baixo custo de estrutura e excelente design para visualização do
escoamento, enquanto suas desvantagens são a finura do escoamento impotente,
local específico onde o túnel deve se afastar de objetos que produzem assimetrias
no bocal de contração, possui um alto nível de ruído durante a operação onde o
ventilador estará acelerando o escoamento continuamente.
10

Figura 1 - Túnel de Vento do Tipo Aberto


Tela
Colmeia Eletroventilador

Escoamento
de Ar Bocal de Seção de Difusor
Contração Teste

Fonte: Elaborada pelos autores.

1.3 JUSTIFICATIVA

Um túnel de vento subsônico é um dos aparatos básicos necessários para


as aulas de mecânica dos fluidos de graduação. Os túneis de vento permitem
demonstrações envolvendo escoamento de ar, medições de velocidade e pressão
estática, medições de arrasto e sustentação, e também redução de turbulência
através do uso de telas e colmeias.

1.4 OBJETIVOS

O principal objetivo do projeto é construir um túnel de vento que seja grande


o suficiente para que caiba os corpos de prova dentro da seção de teste e possibilite
a visualização do experimento, mas também leve o suficiente para que seja
transportado e aplicado na sala de aula. Ele deve ser operado facilmente
conectando-se a uma tomada regular de 110 Volts, Corrente Alternada (CA) e com
uso de um carregador de bateria de 6 a 12 Volts Corrente Contínua (CC), este
adaptado para a utilização da alimentação do circuito do túnel de vento.
Dispositivos de medição de pressão, sonda Pitot e tomadas de pressão estática
devem ser implementados no projeto.

O objetivo deste projeto pode ser resumido da seguinte forma:

1) Implementar uma estratégia de interação adequada para diferentes


parâmetros;
2) Criar um ambiente de visualização colaborativa;
3) Construir um equipamento de teste que seja facilmente transportado.

A fim de alcançar os objetivos acima mencionados, os seguintes pontos


devem ser claros e estudados de forma adequada.
11

1) Formando uma base para o projeto completo de um túnel de vento;


2) Estudar as características do escoamento no túnel;
3) Estudar o efeito dos ventos em diferentes estruturas;
4) Projetar um protótipo de túnel de vento de circuito aberto portátil e que possa
ser usado na sala de aula como um equipamento de laboratório para fazer
diferentes testes no campo da aerodinâmica;
5) Provar uma correlação usando o túnel de vento.

É esperado que com a realização deste projeto aumente o interesse dos


alunos no campo da aerodinâmica. Além disso, ajudar a fazer experimentos e
pesquisas em pequena escala e obter resultados confiáveis.

1.4.1 OBJETIVO GERAL

No desenvolvimento do túnel de vento espera-se que o mesmo, permita o


estudo experimental aerodinâmico, com a finalidade de visualizar as linhas de
corrente e avaliar a viabilidade do projeto. Possibilitar a seleção de diferentes
geometrias na seção de testes, facilitando o estudo experimental com a injeção de
fumaça, e possibilitando assim, a visualização do escoamento ar dentro da seção
de testes. Por fim, espera-se que as condições de escoamento no túnel de vento
sejam validadas usando diferentes escoamentos para diferentes velocidades.

1.4.2 OBJETIVO ESPECÍFICO

Durante o escoamento de ar incidente nos corpos de prova, o fluido, como o


ar, "adere" à superfície do corpo de prova e forma a chamada camada limite. O tipo
de escoamento dentro da camada limite - laminar ou turbulento - afeta
significativamente o arrasto. Os resultados do estudo da camada limite, são levados
em consideração ao projetar aerofólios (construção de aeronaves), pás de turbina
(construção de turbina) e pás de casco, leme e hélice (construção naval).

1.5 ESBOÇO DO PROJETO

Este projeto se concentrará no estudo do escoamento e no projeto de um


túnel de vento do tipo aberto. Os engenheiros aeronáuticos nunca projetariam um
voo sem usar túnel de vento e CFD (Dinâmica dos Fluidos Computacional) que
compreendem uma boa concordância com os resultados das medições do túnel de
vento, porém, neste projeto não será abordado CFD para os experimentos.
12

Este projeto consiste em três capítulos, o capítulo 1 é a introdução onde os


objetivos são apresentados, o capítulo 2 é dedicado à revisão da literatura, o
capítulo 3 é dedicado ao projeto dos elementos estruturais relacionados ao túnel
de vento. Finalmente, o relatório termina com "Conclusão e recomendações
futuras", onde os resultados finais são mostrados e uma lista de recomendações é
apresentada para melhorar este projeto.

CAPÍTULO 2. ESPECIFICAÇÕES E REQUISITOS DO PROJETO

2.1 INTRODUÇÃO

As características do vento, alteração de sua pressão e velocidade são a


preocupação de muitas pessoas em todo o mundo. Muitos cientistas estão
pesquisando os efeitos do ar que se move sobre corpos rígidos e em várias
velocidades. Eles fazem isso em um túnel de vento. Assim, o "túnel de vento" é
uma instalação, produzindo artificialmente o escoamento de ar relativo a um corpo
estável que mede a força aerodinâmica e a distribuição de pressão para imitar com
situações reais. É uma ferramenta pela qual, os fenômenos de escoamento de ar
que acontecem na natureza podem ser transcritos a uma escala mínima, de tal
forma que o monitoramento feito no túnel possa ser explicado em termos de escala
total. A presença de túnel de vento deu uma grande possibilidade em visualizar,
demonstrar e estudar os complexos escoamentos de fluidos com seus tipos,
formas, velocidades e temperaturas diferentes. Além disso, túneis de vento
precisos e científicos são dispositivos tão caros e não podem ser encontrados
facilmente em qualquer instituição ou universidade e quase se limitam a pesquisas
altamente focadas, para grandes fábricas e instituições. Este projeto vai projetar
um túnel de vento de baixo custo, com finalidade educacional.

2.1.1 DESCRIÇÃO DO TÚNEL DE VENTO

Um túnel de vento é um aparelho que estuda o efeito de um gás em


movimento que passa por objetos sólidos. Seus principais componentes são:

1) Ventilador/Exaustor: É o componente que gera a força que empurra


o ar através do túnel, pode ser utilizado tanto para ventilar o túnel,
quanto exaurir o ar para fora do túnel de vento, no projeto será
utilizado um exaustor.
13

2) Cone de contração: É o componente onde a área da seção


transversal do túnel encolhe gradualmente, este processo provoca
um aumento desejado na velocidade do escoamento de ar no sentido
a seção de teste.
3) Seção de teste: É o componente onde sensores e os modelos de
testes são expostos para análise.
4) Difusor: É o componente onde a área da seção transversal do túnel
se expande gradualmente, este processo causa uma diminuição na
velocidade do escoamento de ar.

E outros componentes, como instrumentos que medem a velocidade do ar,


temperatura, pressão etc.

É esperado que o Túnel de Vento permite estudar a camada limite sobre


um corpo de prova. Para isso, primeiramente, será inserido na seção de testes do
túnel de vento um modelo de carro em miniatura. O ar irá fluir ao longo do modelo,
paralelo à superfície, assim teremos diferentes rugosidades de superfície,
facilitando a demonstração do efeito das condições da superfície na camada limite.
Terá possibilidade também da instalação de um tubo de Pitot, junto a um
manômetro, equipamento da instituição do IFRS – Rio Grande, conectado a uma
placa de madeira, que será facilmente colocado e retirado da seção de testes,
assim, possibilitando a medição de pressões ao longo do escoamento na seção de
testes, e não atrapalhando ensaios futuros. A velocidade também poderá ser
medida através de um anemômetro digital da marca BENETECH, modelo GM816,
conforme a figura 1.

Figura 2 - Anemômetro digital da marca BENETECH

Fonte: Elaborada pelos autores


14

2.2 CLASSIFICAÇÕES DO TÚNEL DE VENTO

O padrão de classificação do túnel de vento depende da velocidade final do


túnel de vento. Este padrão é representado por uma razão que é chamada de
número Mach (M).

2.2.1.1 TÚNEL DE VENTO SUBSÔNICO

É o Túnel que opera com baixa velocidade, onde essa velocidade é inferior
a velocidade do som na atmosfera (343 m/s), neste caso M < 1.

2.2.1.2 TÚNEL DE VENTO TRANSÔNICO

É chamado de alto subsónico, onde M = 1, perto da velocidade do som.

2.2.1.3 TÚNEL DE VENTO SUPERSÔNICO

Túnel de vento em alta velocidade, onde a velocidade máxima realizada pelo


túnel de vento é maior ou igual a velocidade do som na atmosfera, neste caso, 1 <
M < 3. Quando 3 < M < 5 então chamamos o escoamento de supersônico alto.
Nesse caso o sistema necessita ser reaquecido para evitar a condensação ou
liquefação do ar.

2.2.1.4 TÚNEL DE VENTO HIPERSÔNICO:

Este tipo de túnel deve funcionar descontinuamente com relações de


pressão iniciais muito altas. Eles requerem sistema pré-aquecido para manter o ar
da liquefação M > 5. Quando M >> 5, chamamos o escoamento de hipersônico alto.

Para escoamentos subsônicos, que será utilizado no projeto, a densidade


do ar permanece quase constante e a diminuição da área da seção transversal faz
com que o escoamento aumente a velocidade e diminua a pressão. Da mesma
forma, aumentar a área faz com que a velocidade diminua e a pressão aumente.
Queremos a maior velocidade possível na seção de teste. Para um túnel de vento
subsônico, a seção de teste é colocada no final da seção de contração e a montante
do difusor. A partir do conhecimento da conservação de massa para escoamentos
subsônicos, podemos projetar a seção de teste para produzir uma velocidade
desejada ou número de Mach, pois a velocidade é uma função da área da seção
transversal.
15

2.3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O ar é um fluido compressível, de modo que as seguintes equações


relacionadas à pressão, temperatura e densidade são obtidas a partir de alguns
princípios fundamentais são usadas:

2.3.1.1 CONSERVAÇÃO DA MASSA – EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE

Yunus diz que, aplicando o teorema de transporte de Reynolds (Capítulo 4),


temos a seguinte expressão geral para conservação da massa aplicada a um
volume de controle:

Conservação da massa para um VC:

𝜕𝜌
0= 𝑑𝒱 + 𝜌𝑉⃗ . 𝑛⃗ 𝑑∀ (2.1)
𝜕𝑡

Equação da continuidade:

𝜕𝜌
+ ∇⃗ . 𝜌𝑉⃗ = 0 (2.2)
𝜕𝑡

2.3.1.2 EQUAÇÃO DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO PARA UM VOLUME DE


CONTROLE COM ACELERAÇÃO RETILÍNEA

Fox diz que, para um volume de controle inercial (sem aceleração em


relação a um referencial estacionário), a formulação apropriada da segunda lei de
Newton é dada pela equação abaixo:

𝜕
𝐹⃗ = 𝐹⃗ + 𝐹⃗ = 𝑉⃗ 𝜌𝑑∀ + 𝑉⃗ 𝜌𝑉⃗ . 𝑑𝐴⃗ (2.3)
𝜕𝑡

2.3.1.3 CONSERVAÇÃO DE ENERGIA

Yunus diz que, a energia pode ser transferida de ou para um sistema fechado
por calor ou trabalho, e o princípio de conservação da energia exige que a
transferência de energia líquida de ou para um sistema durante um processo seja
igual à variação da energia contida no sistema. Volumes de controle também
envolvem transferência de energia por meio do escoamento de massa, e o princípio
de conservação da energia, também chamado de balanço de energia, é expresso
como:
16

Conservação da energia:

𝑑𝐸
𝐸̇ − 𝐸̇ = (2.4)
𝑑𝑡

2.3.1.4 EQUAÇÃO DE ESTADO

A equação de estado mais simples e mais bem conhecida para substâncias


na fase gasosa é a equação de estado dos gases ideais ou perfeitos expressa
como:

𝑃𝑣 = 𝑅𝑇 𝑜𝑢 𝑃 = 𝜌𝑅𝑇 (2.5)

As hipóteses que são consideradas ao desenvolver equações de


escoamento compressíveis são: unidimensional, o escoamento é estável (as
propriedades do escoamento não mudam com o tempo), adiabático, não viscoso e
o fluido se encaixa na equação de estado para o gás ideal. A suposição
unidimensional pode ser estendida para outro movimento que não seja linear com
certas restrições.

2.3.2 MACH

O número de Mach determina o tipo de túnel de vento comparando a


velocidade obtida pelo túnel de vento com a velocidade do som. Mach é definido
por:

𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑜 𝑓𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑉
𝑀𝑎 = = (2.6)
𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑜 𝑠𝑜𝑚 𝑐
2.3.3 NÚMERO DE REYNOLDS

O número de Reynolds é um parâmetro que descreve as características do


escoamento de um corpo de um fluido em movimento. É a razão entre as forças
inerciais e as forças viscosas dentro de um fluido e pode ser calculada usando a
equação abaixo:

𝜌𝑣𝐿
𝑅𝑒 = (2.7)
𝜇

Onde:

𝜌 = densidade do fluido (kg/m³);

𝜐 = velocidade do fluido (m/s);


17

𝐿 = comprimento característico da área de escoamento (m);

𝜇 = viscosidade dinâmica do fluido (N.s/m²).

Este número é adimensional e não tem significado físico direto. No entanto,


fornece uma visão útil do comportamento do fluido, caracterizando a influência
relativa de ambas as forças. Esse Número durante um escoamento determinar qual
força é dominante e pode prever se o fluido é laminar ou turbulento.

Para determinar o número de Reynolds existe uma faixa, o regime de


escoamento é caracterizado pelas seguintes faixas de números de Reynolds:

 Escoamento laminar: Re < 2300;


 Escoamento turbulento: Re > 2300.

Estes dados são abordados no Livro base do trabalho, Fox, Robert W.,
McDonald, A.T. and Pritchard, P.J, 2010.

2.3.4 ESCOAMENTO DA CAMADA LIMITE

Quando um fluido escoa sobre uma superfície sólida, o fluido imediatamente


em contato com a parede adere a mesma. Observa-se também, que se a
viscosidade for pequena, o aumento da velocidade, de zero para o valor do
escoamento externo, ocorrerá numa região estreita. E nesta camada estreita que
as forças de atrito se fazem importante, retardando o fluido de sua velocidade
externa para um completo repouso na parede. Esta região estreita é chamada de
camada limite.

Figura 3 - Camada Limite

Fonte: Fox, Robert W., McDonald, A.T. and Pritchard, P.J, 2010.
18

2.3.4.1 ESCOAMENTO LAMINAR VS ESCOAMENTO TURBULENTO

Todo fluido tem viscosidade, ou uma tendência a resistir ao escoamento.


Isso é fácil de visualizar ao despejar um xarope espesso em um copo, pois em
números de Reynolds baixos, essas forças viscosas criam um efeito de
amortecimento que resulta em uma trajetória constante e ordenada, ou seja,
escoamento laminar.

Figura 4 - Escoamento Laminar

Em números de Reynolds altos, a inércia do fluido é grande o suficiente


para superar sua viscosidade. Portanto, o escoamento torna-se irregular de forma
caótica, ocasionando vórtex, ou seja, redemoinhos ao longo do escoamento, esse
escoamento é conhecido como escoamento turbulento.

Figura 5 - Escoamento Turbulento

2.3.5 ESCOAMENTOS INTERNOS E EXTERNOS

2.3.5.1 ESCOAMENTO INTERNO

Na Mecânica dos Fluidos, o escoamento interno é um escoamento para o qual uma


superfície confina o fluido. O conhecimento detalhado do comportamento dos
regimes de escoamento interno é importante na engenharia porque os tubos
circulares podem suportar altas pressões e, portanto, são usados para transportar
líquidos. Os dutos não circulares são usados para transportar gases de baixa
pressão, como ar em sistemas de resfriamento e aquecimento. A configuração de
escoamento interno é uma geometria conveniente para fluidos de aquecimento e
resfriamento usados em tecnologias de conversão de energia, como usinas
nucleares.
19

2.3.5.2 ESCOAMENTO EXTERNO

O escoamento externo é um escoamento no qual as camadas limites se


desenvolvem livremente, sem restrições impostas pelas superfícies adjacentes. Em
comparação com o escoamento interno, escoamentos externos apresentam efeitos
altamente viscosos confinados a “camada limite” de crescimento rápido na região
de entrada ou finas camadas de cisalhamento ao longo da superfície sólida. Assim,
sempre existirá uma região do escoamento fora da camada limite. Nesta região,
velocidade, temperatura e/ou concentração não mudam, e seus gradientes podem
ser desprezados. Este efeito faz com que a camada limite se expanda e a
espessura da camada limite se relaciona com a viscosidade cinemática do fluido.

Para uma melhor explicação os escoamentos internos são definidos por fluidos em
movimento cercados por superfícies sólidas. Por exemplo, água escoando dentro
de uma tubulação. Já os escoamentos externos são escoamentos ilimitados que se
movem sobre os corpos. Por exemplo, o ar se movendo sobre um carro.

2.4 METODOLOGIA DA CONTRUÇÃO DO TÚNEL DE VENTO

O túnel de vento trabalha na teoria de Bernoulli e no efeito Venturi. O


princípio de Bernoulli diz, portanto, que um aumento (queda) na pressão em um
fluido que escoa deve sempre ser acompanhado por uma diminuição (aumento) na
velocidade e, inversamente, se um aumento (diminuição) na velocidade do fluido
resulta em uma diminuição (aumento) da pressão. Isto é a parte mais importante
de uma série de fenômenos cotidianos do túnel de vento.

Figura 6 - Teoria do Princípio de Bernoulli

Velocidade do
escoamento Velocidade do escoamento
𝑽𝟏 𝑽𝟐
𝑨𝟐 < 𝑨𝟏
𝑽𝟐 > 𝑽𝟏

Pressão interna 𝑷𝟐 < 𝑷𝟏


Pressão interna 𝑷𝟐
𝑷𝟏
Área 𝑨𝟐
Área 𝑨𝟏

Segue abaixo a equação do princípio de Bernoulli;


20

𝑝 𝑣 𝑝 𝑣
+ +𝑧 = + +𝑧 (2.8)
𝜌g 2g 𝜌g 2g

De acordo com as leis que regem a dinâmica dos fluidos, a velocidade de


um fluido deve aumentar à medida que passa por uma constrição para satisfazer o
princípio da continuidade, enquanto sua pressão deve diminuir para satisfazer o
princípio da conservação da energia mecânica. Assim, qualquer ganho de energia
cinética que um fluido possa acumular devido ao seu aumento de velocidade
através de uma constrição é negado por uma queda na pressão.

Figura 7 - Efeito do princípio de Venturi

Vazão
Q
Estágio 1 (seção de entrada) Estágio 2 (Seção da garganta)
Diâmetro: 𝐷 Diâmetro: 𝐷
Área: 𝐴 Área: 𝐴
Velocidade: 𝑉 Velocidade: 𝑉
Pressão no centro: 𝑃 Pressão no centro: 𝑃

A equação que rege o tubo de Venturi é apresentada abaixo:

𝜌
𝑝 −𝑝 = (𝑣 − 𝑣 ) (2.9)
2

Portanto a vazão é dada pela seguinte equação:

𝑄=𝑣 𝐴 =𝑣 𝐴 (2.10)

CAPÍTULO 3. METODOLOGIA DO PROJETO

3.1 INTRODUÇÃO

O projeto do túnel de vento é de propósito educacional e que seja portátil, o


objetivo do projeto do túnel de vento é que ele funcione com escoamento laminar e
possibilite o estudo das características do escoamento e o efeito das correntes de
ar em diferentes corpos de prova, funcionará com a utilização de fumaça para
visualização do escoamento e tentar provar correlações usando o túnel de vento.
21

3.2 PROJETANDO AS PARTES DO TÚNEL DE VENTO

Os túneis de vento vêm em diferentes formas e tamanhos, desde o maior


túnel de vento da NASA, que é em escala real até pequenos túneis de vento que
podem ser portáteis. Os túneis de vento exigem cálculos de projeto específicos e a
precisão dos resultados é independente do tamanho, no entanto, existem algumas
especificações que devem ser seguidas ao projetar as peças principais.

Neste projeto a estrutura foi composta de madeira com 20 mm de espessura.

3.2.1 SEÇÃO DE TESTE

A área da seção de teste é quadrada de 20 cm x 20 cm 50 cm de


comprimento. Possui uma pequena porta que permite a instalação dos corpos de
prova em ensaio é uma porta retangular com altura de 16 cm x 40 cm de
comprimento que permite a inserção do anemômetro e variados tipos de corpo de
prova, no teto foi instalado duas fitas de led para a iluminação da seção de teste,
uma com a luz branca, para melhor visualização do anemômetro e conseguir
efetuar a leitura da velocidade e outra luz negra para melhor visualização das linhas
de corrente com a utilização de fumaça, foi também efetuado um furo para
possibilitar a injeção de fumaça dentro da seção de teste, no fundo da seção de
teste foi feito um buraco para possibilitar a retirada da tampa e colocar outra tampa
com a mangueira e assim possibilitar a inserção de um tubo de Pitot para medir a
pressão do túnel de vento. O tamanho da seção de teste foi limitado para minimizar
o tamanho do ventilador e a dimensão do difusor necessária, pois quanto maior a
seção de teste, maiores e mais potentes serão os ventiladores para criar a mesma
velocidade média do vento.

Figura 8 - Seção de teste

20 cm
22

Como o túnel de vento é de seção quadrada, o número de Reynolds para


um duto ou tubulação pode ser expresso como:

𝜌𝑣𝐷 𝑣𝐷
𝑅𝑒 = = (3.1)
𝜇 𝜇

Onde:

𝜐 = velocidade do ventilador/ exaustor (m/s);


𝐷 = Diâmetro hidráulico (m);
𝜇 = Viscosidade dinâmica (N.s/m²).

Considerando as condições padrão do ar ao nível do mar, temos:

 Densidade do ar [𝜌] = 1,225


 Temperatura = 15°𝐶
 Viscosidade dinâmica do ar [𝜇] = 1,7894 . 10 𝑁. 𝑠/𝑚²

De acordo com Fox, Robert W., McDonald, A.T. and Pritchard, P.J no
escoamento interno, o escoamento é laminar se Re ≤ 2300 e o turbulento se Re
≥2300. Entretanto, estes valores são referentes às situações em que, não há
nenhuma medida para evitar a influência de perturbações externas, como
vibrações, rugosidade etc. Assim pode-se obter número de Reynolds maiores se
não houver nenhuma influência externa.

3.2.2 TUBOS NÃO CIRCULARES

Além da tubulação circular, há também a tubulação não circular. Quando


tubos não circulares são usados, contudo é utilizado o mesmo tipo de análise usado
em tubos redondos. No entanto, a forma exata da seção transversal ainda precisa
ser levada em consideração. Para este cálculo, existe um método muito mais
simples do que usar uma equação diferencial parcial. Em vez de usar uma equação
diferencial parcial, o diâmetro hidráulico pode ser usado. Para encontrar o diâmetro
hidráulico é preciso usar a seguinte equação.

4𝐴
𝐷 = (3.2)
𝑃
Onde:

𝐴 = Área da seção transversal;


23

𝑃 = Perímetro molhado.

Porém, Fox diz que no lugar do diâmetro do tubo, 𝐷, 𝐴 é a área da seção


transversal e 𝑃 é o perímetro molhado, o comprimento de parede em contato com
o fluido escoando em qualquer seção transversal. O fator 4 é introduzido para que
o diâmetro hidráulico seja igual ao diâmetro do duto para uma seção circular. Para
um duto circular, 𝐴 = 𝜋𝐷 /4 e 𝑃 = 𝜋𝐷, de modo que:

𝜋
4𝐴 4 4 𝐷 (3.3)
𝐷 = = =𝐷
𝑃 𝜋𝐷
Para um duto retangular de largura b e altura h, 𝐴 = 𝑏ℎ e 𝑃 = 2(𝑏 + ℎ),
de modo que:

4𝑏ℎ
𝐷 = (3.4)
2(𝑏 + ℎ)

Se a razão de aspecto, 𝑟𝑎, é definida como 𝑟𝑎 = ℎ/𝑏, então para dutos


retangulares:

2ℎ
𝐷 = (3.5)
1 + 𝑟𝑎
Para um duto quadrado, 𝑟𝑎 = 1 e 𝐷ℎ = ℎ.

Considerando que a seção de teste do túnel de vento quadrada o 𝐷ℎ =


0,2 m.

3.2.3 NÚMERO CRÍTICO DE REYNOLDS PARA ESCOAMENTO EM UM TUBO

Primeiramente iremos definir a velocidade do vento na seção de testes do


túnel de vento, visto que, é desejado um escoamento laminar na seção de testes
para uma melhor visualização das linhas de corrente. Portanto é considerado a
utilização do número de Reynolds crítico para um escoamento totalmente
desenvolvido de 𝑅𝑒 = 2300.

𝜌𝑣𝐷
𝑅𝑒 = (3.6)
𝜇

𝑅𝑒 𝜇
𝑣= (3.7)
𝜌𝐷
24

2300 . 1,7894 . 10 𝑁. 𝑠/𝑚² (3.8)


𝑣= = 0,1679 𝑚/𝑠
1,225 𝑘𝑔⁄𝑚 . 0,2 𝑚

Portanto, é necessário que a velocidade do ar na seção de teste seja em


torno de 0,1679 m/s, para que a mesma, se mantenha em um escoamento laminar,
o que é desejado neste projeto.

Para o estudo do escoamento do fluido dentro da seção de teste em torno


do objeto, será utilizado uma placa plana como objeto de estudo, assim teremos os
dados para o cálculo da velocidade em torno da placa para que o ar se mantenha
laminar.

3.2.4 NÚMERO CRÍTICO DE REYNOLDS NO ESCOAMENTO DA CAMADA


LIMITE SOBRE UMA PLACA PLANA

Quando o fluido passa por um corpo imerso, uma fina camada limite será
desenvolvida perto do corpo sólido devido à condição de não deslizamento (ou seja,
o fluido fica preso ao limite sólido). O escoamento pode ser tratado como
escoamento invíscido fora desta camada limite, enquanto os efeitos viscosos são
importantes dentro desta camada limite.

Para o escoamento sobre uma placa plana, a transição da camada limite


laminar para a turbulenta ocorre quando o número de Reynolds em 𝑥 excede
𝑅𝑒 = 5 × 10 . A transição pode acontecer antes, porém isso depende
principalmente da rugosidade da superfície.

Para o cálculo de Reynolds sobre a placa plana será utilizado um automóvel


modelo em escala de aproximadamente 1:18, automóvel Ferrari 458 Itália conforme
a figura abaixo com as seguintes dimensões:

Figura 9 - Automóvel modelo Ferrari 458 Itália

Fonte: Elaborada pelos autores


25

𝜌𝑣𝐿
𝑅𝑒 = (3.9)
𝜇
𝑅𝑒 𝜇
𝑣= (3.10)
𝜌𝐿

5 × 10 . 1,7894 . 10 𝑁. 𝑠/𝑚² (3.11)


𝑣= ≅ 29,04 𝑚/𝑠
1,225 𝑘𝑔⁄𝑚 . 0,2515 𝑚

Com isso, pressupõe-se que a velocidade máxima do ar sobre a placa plana,


deverá ser inferior 29,04 m/s, a fim de se obter um regime laminar sobre a placa
plana.

3.2.5 DIFUSOR

O difusor é instalado a jusante da seção de teste para permitir que o


escoamento saia lentamente. O ângulo de expansão está entre 2 e 4 graus, a
proporção de área é 2 a 4 vezes maior que a da entrada. O difusor é necessário
para reduzir ainda mais a flutuação da velocidade na seção de teste. A razão de
área escolhida para o difusor de saída é de 3,875, e o ângulo de expansão é de
6,62 graus. De acordo com essas restrições, o comprimento escolhido é de
aproximadamente 80 cm.

Figura 10 - Difusor

38 cm
20 cm

Fonte: Elaborada pelos autores.

3.2.6 VENTILADOR

Para fins de projeto foi adquirido um eletroventilador, a fim de deslocar um


grande volume de ar e na seção de teste, através do aumento da velocidade do ar
26

proporcionado pelo túnel poderá se notar uma alteração de pressão no manômetro


utilizado, com isso, validando o experimento.

Logo através da utilização de um potenciômetro presente no projeto será


possível controlar a velocidade do escoamento de ar do ventilador, pois o mesmo,
será utilizado para outro experimento, que por sua vez necessitará de uma
velocidade de escoamento menor, para observação de linhas de corrente. Logo
abaixo a Figura 10 do eletroventilador, modelo Universal 10 Polegadas, 12 Volts e
80 Watts.

Figura 11 - Eletroventilador Universal Qualy Air

Fonte: Elaborada pelos autores.

3.2.7 BOCAL DE CONTRAÇÃO

O bocal de contração é utilizado para acelerar o escoamento, minimizar as


perdas de pressão e a separação de escoamento é usado extensivamente em
muitos túneis de vento e é um projeto muito simples, sem a necessidade de análise
de escoamento de elementos finitos. O comprimento do bocal de contração e a
razão de contração é outro problema que deve ser gerenciado, uma vez que
comprimentos de contração mais curtos causam irregularidades no escoamento de
saída e comprimentos longos causam separação da camada limite e perda de
energia.
27

Figura 12 - Bocal de Contração

Fonte: Elaborada pelos autores.

Figura 13 - Túnel de vento montado.

Fonte: Elaborada pelos autores.

3.2.8 COLMEIA

É a seção de decantação antes da seção de testes e tem a função de


uniformizar o escoamento de ar e minimizar a escala de turbulência. Neste projeto
a colmeia é quadrada de 20cm de cada lado e 3cm de espessura, é composto por
células circulares (canudos) unidas com cola quente.
28

Figura 14 - Colmeia

Fonte: Elaborada pelos autores.

3.2.9 MÁQUINA DE FUMAÇA

Para a visualização do escoamento dentro da seção de teste será utilizado uma


máquina de fumaça onde injetará a fumaça pelo duto conectado dentro da seção
de teste e fluindo pelos injetores do duto, abaixo encontra-se a máquina de fumaça
e o duto com os injetores:

Figura 15 - Máquina de fumaça Figura 16 – Tubo com os bicos injetores

Fonte: Elaborada pelos autores

O tubo com os bicos injetores foi fabricado com tubo PVC de ¾” e pedaços
de antena de alumínio, retiradas de um rádio sem utilidade.

3.2.10 CONTROLE DE VELOCIDADE

Para o controle de velocidade do ventilador, foi montado em uma caixa


elétrica um circuito, onde instalado interruptores, lâmpadas de indicação, coolers
para resfriar a parte elétrica e três fontes de energia de 12V, sendo uma fonte de
5A para controle da luz negra para possibilitar um melhor visualização do
escoamento da fumaça na seção de teste, uma fonte de 10A para controle do
29

eletroventilador, já que o mesmo possui uma potência de 80W é necessário uma


fonte de maior capacidade de corrente elétrica e por último uma fonte de 1A para
controle da luz branca e facilitar a visualização da velocidade do ar dentro da
seção de teste com a utilização de um anemômetro digital.

Figura 17 - Caixa de controle

Fonte: Elaborada pelos autores

Para o controle de velocidade do motor, foi utilizado uma placa PWM DC


12V 10A com regulador stepless, ou seja, é desenvolvido com sistema de
regulação linear, garante um ajuste preciso da tensão fornecida para o motor.

Figura 18 - Regulador de tensão 12V.

Fonte: Elaborada pelos autores

3.3 ESPECIFICAÇÃO DO ESCOAMENTO NO TÚNEL DE VENTO

O número de mach é um parâmetro fundamental, uma vez que, determina


o tipo de túnel de vento, comparando a velocidade obtida pelo túnel de vento
com a velocidade de som. Mach é definido como a razão de um escoamento
velocidade a uma velocidade do som.
30

Figura 19 - Regimes de Escoamento de Número Mach

Hipervelocidade
Incompressível

Escoamento
Escoamento

Escoamento

Escoamento

Supersônico
Escoamento

Escoamento
Transônico

Hipersônico
Subsônico
Fonte: Jory, Seguin, 2018. (adaptada pelos autores).

Considerando que a velocidade máxima atingida na seção de teste, pelo


ventilador utilizado foi de 7 m/s, será calculado o número de Mach para saber
em qual característica se enquadra o túnel de vento projetado.

7 𝑚/𝑠
𝑀𝑎 = = 0,0204 < 0,1 (3.12)
343 𝑚/𝑠

Portanto, o escoamento do túnel de vento é incompressível e a velocidade


de divergência é zero. Neste caso dizemos que o sistema está em regime
estacionário; ou seja, a energia não varia com o tempo.

Pelos cálculos anteriores, sabemos que o diâmetro hidráulico da seção


de teste é 𝐷 = 0,20 𝑚, com isso, o número de Reynolds para um duto ou tubo
pode ser expresso como:

7 𝑚/𝑠
𝑀𝑎 = = 0,0204 < 0,1 (3.13)
343 𝑚/𝑠

Utilizando a equação (3.1), obtém-se o valor do número de Reynolds.

1,225 𝑘𝑔⁄𝑚 . 7𝑚/𝑠 . 0,2𝑚


𝑅𝑒 = = 0,9584 × 10 > 2300 (3.14)
1,7894 . 10 𝑁. 𝑠/𝑚²

Então, com a velocidade máxima do ventilador o escoamento é turbulento.

3.4 TUBO DE PITOT

3.4.1 INTRODUÇÃO

Tubo de Pitot é um instrumento de medição de pressão usado para medir


a velocidade do escoamento de fluidos e, mais especificamente, usado para
determinar a velocidade no ar de uma aeronave. O tubo de Pitot foi inventado
31

pelo engenheiro francês nascido na Itália Henri Pitot no início dos anos 1700 e
foi modificado para sua forma moderna em meados dos anos 1800 pelo cientista
francês Henry Darcy.

O tubo de Pitot consiste simplesmente em um tubo apontando


diretamente para o escoamento de fluido. Como este tubo contém ar, uma
pressão pode ser medida, à medida que o ar em movimento é levado ao repouso.
Essa pressão é a pressão de estagnação do ar, também conhecida como
pressão total, ou às vezes (particularmente nos círculos da aviação) pressão de
pitot.

A pressão de estagnação medida não pode por si só ser usada para


determinar a velocidade no ar. No entanto, como a equação de Bernoulli afirma
que:

𝑃𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑔𝑛𝑎çã𝑜 = 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑒𝑠𝑡á𝑡𝑖𝑐𝑎 + 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑑𝑖𝑛â𝑚𝑖𝑐𝑎

então a pressão dinâmica é simplesmente a diferença entre a pressão estática


e a pressão de estagnação.

Figura 20 - Medições simultâneas das pressões de estagnação e estática.

Fonte: Fox, Robert W., McDonald, A.T. and Pritchard, P.J, 2010

Fox diz que, na Figura 20a, a pressão estática correspondente ao ponto


A é lida a partir da tomada na parede. A pressão de estagnação é medida
diretamente em A pelo tubo de pressão total, conforme mostrado. (A haste do
tubo de pressão total é posicionada a jusante do ponto de medição, a fim de
minimizar a perturbação do escoamento local).

Frequentemente, as duas sondas são combinadas, como no tubo


pitot-estática mostrado na Figura 20b. O tubo interno é usado para medir a
pressão de estagnação no ponto B, enquanto a pressão estática em C é captada
32

pelos pequenos orifícios no tubo externo. Em escoamentos em que a variação


da pressão estática no sentido do escoamento é pequena, o dispositivo mostrado
pode ser empregado para avaliar a velocidade no ponto B do escoamento,
considerando que 𝑝 = 𝑝 e usando a (3.15). (Note que, quando 𝑝 ≠ 𝑝 , esse
procedimento fornecerá resultados errôneos).

(3.15)
2(𝑝 − 𝑝)
𝑉=
𝜌

Tubos de Pitot em aeronaves geralmente têm elementos de aquecimento


para evitar que o tubo fique entupido com gelo. A falha desses sistemas tem
consequências catastróficas.

Para a leitura da pressão deste túnel de vento será utilizado uma placa de
madeira com a fixação de dois tubos de aço inox de 12 mm e assim, possibilitar
a leitura da pressão utilizando um manômetro digital.

Figura 21 - Tubo de Pitot

Fonte: Elaborada pelos autores.

Nas medições de pressão na seção de teste do túnel de vento, através do


pitot, será utilizado um manômetro diferencial de pressão digital.

Figura 22 - Manômetro Digital

Fonte: Elaborada pelos autores


33

3.4.2 APLICANDO A EQUAÇÃO DE CONTINUIDADE PARA TESTAR A


SEÇÃO DE TESTE

3.4.2.1 SUPOSIÇÕES FEITAS:

1) Escoamento constante
2) Fluido incompressível (𝐷𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 → 𝑝 = 𝑝 = 𝑝)
 O ar pode ser considerado um fluido incompressível porque
viaja a baixas velocidades 𝑀𝑎 < 0,3.
3) Fluido Invíscido (os efeitos da viscosidade do fluido foram
negligenciados).
3.4.2.2 VARIÁVEIS DEFINIDAS

𝜌 = Densidade do ar;
𝑉 𝑒 𝑉 = Velocidade 1 e velocidade 2;
𝐴 𝑒 𝐴 = Área 1 e Área 2;
𝑚̇ 𝑒 𝑚̇ = Vazão mássica 1 e Vazão mássica 2;
𝑄 𝑒 𝑄 = Vazão volumétrica 1 e Vazão volumétrica 2;

Figura 23 - Esquema da seção de teste mostrando o volume de controle


(VC) e a superfície de controle (SC).

SC

1 2
VC

Fonte: Elaborada pelos autores

𝑑
𝑚̇ − 𝑚̇ =
𝑑𝑡
𝑚̇ − 𝑚̇ = 0
𝑚̇ = 𝑚̇
𝜌 𝑉𝐴 =𝜌 𝑉𝐴
𝜌 = 𝜌 = 𝜌 (𝐷𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒)
𝑉𝐴 =𝑉𝐴
34

𝑄 =𝑄 =𝑄
𝐴 = 𝐴 = 𝐴 (𝐴 á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑎 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 𝑒 𝑑𝑎 𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝑠ã𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠)
𝜌𝑉 𝐴 = 𝜌𝑉 𝐴
𝑉 = 𝑉 = 𝑉 (𝐴 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 é 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 − 𝑛𝑎 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 𝑒 𝑛𝑎 𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝑑𝑎 𝑠𝑒çã𝑜 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑠𝑡𝑒)
Portanto,
𝑄 = 𝑉𝐴
𝐴 = 𝐴 á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑎 𝑠𝑒çã𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑣𝑒𝑟𝑠𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑠𝑒çã𝑜 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑠𝑡𝑒
𝑄 = 𝐴 𝑣𝑎𝑧ã𝑜 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 𝑐𝑜𝑛ℎ𝑒𝑐𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝑣𝑒𝑛𝑡𝑖𝑙𝑎𝑑𝑜𝑟 é 1,06 𝑚 /𝑠

3.4.2.3 CALCULANDO A VELOCIDADE TEÓRICA DO AR NA SEÇÃO DE


TESTE:

OBS: A vazão volumétrica do ventilador foi fornecida pelo fabricante e foi


utilizada para calcular a velocidade teórica.

(3.16)
𝑉𝑎𝑧ã𝑜 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎
𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑜 𝑣𝑒𝑛𝑡𝑜 =
Á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑎 𝑠𝑒çã𝑜 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑠𝑡𝑒

𝑄 1,06 𝑚 /𝑠
𝑉= = = 26,5 𝑚/𝑠
𝐴 0,04 𝑚²

3.4.2.4 MEDIDA DA VELOCIDADE EXPERIMENTAL DO AR NA SEÇÃO DE


TESTE:

A velocidade máxima do ar medida na seção de teste usando o


anemômetro digital foi de:

𝑉 =𝑉 = 7 𝑚/𝑠

3.4.2.5 CÁLCULO DA DIFERENÇA PERCENTUAL ENTRE AS


VELOCIDADES TEÓRICA E EXPERIMENTAL:

|𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 − 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑗𝑒𝑡𝑜 |


%𝑒𝑟𝑟𝑜 = × 100%
𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑗𝑒𝑡𝑜

|7 − 26,5 |
%𝑒𝑟𝑟𝑜 = × 100% = 73,58%
26,5
35

Tabela 1 - Tabela de dados de velocidades e pressões medidos na seção


de teste.
Velocidade Pressão de Pressão Pressão
Leitura anemômetro estagnação estática Dinâmica
𝑉 (m/s) 𝑃 (Pascal) 𝑃 (Pascal) 𝑃 (Pascal)
1 3,9 10 16 8
2 3,7 9 15 6
3 3,6 9 13 5
4 3,4 8 11 4
5 3,3 8 9 3
6 3,1 6 9 2
7 2,9 1 8 2
8 2,5 0 0 0
Fonte: Elaborada pelos autores.

Após efetuado as medições das velocidades e pressões com a variação


da velocidade do ventilador, chega-se à conclusão que será necessário
melhorias no túnel de vento, visto que, não chegou nem na velocidade, antes
medida de 7 m/s devido a influência da colmeia e o baixo rendimento do
ventilador. Estas medidas foram efetuadas com um manômetro diferencial de
dupla entrada, Figura 22, possibilitando as medições separadas de pressão de
estagnação, pressão estática e de pressão dinâmica.

Com base nas medições da Tabela 1, conseguimos realizar um


comparativo entre as velocidades medidas com o anemômetro e calcular as
velocidades utilizando a Equação (3.15, das pressões dinâmicas.

Tabela 2 - Comparativo de velocidade do anemômetro e manômetro.


Velocidade Pressão Velocidade Erro
Leitura anemômetro Dinâmica calculada experimental
𝑉 (m/s) 𝑃 (Pascal) 𝑉 (m/s) (%)
1 3,9 8 3,6 7,3
2 3,7 6 3,1 15,4
3 3,6 5 2,9 20,6
4 3,4 4 2,6 24,8
5 3,3 3 2,2 32,9
6 3,1 2 1,8 41,7
7 2,9 2 1,8 37,7
8 2,5 0 0 100
Fonte: Elaborada pelos autores.
36

Gráfico 1 - Velocidade Anemômetro x Pressão Dinâmica

Velocidade Anemômetro x Pressão Dinâmica


9
8
7
6
Leitura

5
4
3
2
1
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Pressão e Velocidade

Velocidade Anemômetro Pressão Dinâmica

No Erro! Fonte de referência não encontrada., é apresentado a


variação de pressão e velocidade medido com o anemômetro na seção de teste,
à medida que é reduzido a velocidade com a utilização do potenciômetro para
controle de velocidade no túnel de vento.

Gráfico 2 - Velocidade Bernoulli x Pressão Dinâmica

Velocidade Bernouli x Pressão Dinâmica


9
8
7
6
Leitura

5
4
3
2
1
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Pressão e Velocidade

Velocidade Manômetro Pressão Dinâmica

No Gráfico 2, é apresentado a variação de pressão e velocidade medido


com o manômetro digital na seção de teste, para o cálculo desta velocidade foi
utilizado a equação de Bernoulli à medida que é reduzido a velocidade com a
utilização do potenciômetro para controle de velocidade no túnel de vento.
37

Gráfico 3 - Erro Experimental

Erro Experimental
120
100
100

80
Percentual

60
41,7 37,7
40 32,9
24,8
20,6
15,4
20 7,3

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Leituras

Gráfico 4 - Velocidades x Erro Experimental

Velocidades x Erro
120 8
3,6
3,1 7
100 2,9 100
2,6 6
80 2,2
1,8 5
1,8
Percentual

60 3,9 4
3,7 3,6 3,4 3,3 3,1 2,9 3
40 41,7
37,7 2,5
0
32,9 2
24,8
20 20,6
15,4 1
7,3
0 0

Erro Experimental Velocidade Anemômetro Velocidade Manômetro

O projeto deste túnel de vento de circuito aberto que foi construído não é
tão preciso quanto túneis de vento reais usados na prática. Infelizmente, a
velocidade de projeto desejada de 7 m/s não foi alcançada. A velocidade máxima
medida foi de 3,9 m/s. Portanto, o erro entre a velocidade teórica e medida foi de
aproximadamente 44,29 %. Este erro percentual é muito alto e modificações
devem ser feitas no túnel de vento para reduzir esse percentual para um valor
mais aceitável. Além disso, houve grandes oscilações na obtenção das leituras
38

de pressão, o que indica que o fluxo era instável e apresentou um


comportamento turbulento.

CAPÍTULO 4. CRONOGRAMA DO PROJETO

Etapa crucial para o início do projeto, onde começa toda a organização


das ideias e tempo para ter sucesso nas atividades do projeto.

Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro


Atividade 1 x x

Atividade 2 x x

Atividade 3 x x x

Atividade 4 x x

4.1.1 ATIVIDADE 1

 Escolher o tipo de experimento a ser desenvolvido;


 Projeto escolhido foi o Túnel de Vento;
 Adquirir madeiras para a construção do projeto;
 Início do Escopo Geral do trabalho;
 Compra do eletroventilador para a construção do projeto;
 Compra de um Anemômetro digital para medições da velocidade do
vento;

4.1.2 ATIVIDADE 2

 Continuação do Escopo do trabalho;


 Aquisição de uma lâmpada de LED para a seção de teste;
 Dimensionamento do Túnel de Vento;
 Corte das madeiras para montagem do projeto;
 Compra de um pedaço de acrílico transparente para possibilitar a
visualização do escoamento na seção de testes;
 Montagem do Túnel de vento;
 Compra de canudos para a fabricação da colmeia;
 Compra de tela para a fabricação junto a colmeia;
39

 Montagem da colmeia e da tela no Túnel de Vento;


 Construção de uma máquina de fumaça artesanal.

4.1.3 ATIVIDADE 3

 Continuação do Escopo do trabalho;


 Comprar algodão e óleo medicinal para a projeção de fumaça;
 Comprar tintas e lixas;
 Lixar o Túnel de Vento;
 Estudo direcionado ao capítulo 4, 5 e 6.
 Confecção de um Tubo de Pitot;
 Montagem do tubo de Pitot junto ao Túnel de vento;
 Medição da velocidade do vento na seção de testes;

4.1.4 ATIVIDADE 4

 Continuação do Escopo do trabalho;


 Estudo direcionado ao capítulo 7, 8 e 9.
 Testes experimentais do Túnel de vento.
 Validação dos experimentos.

CAPÍTULO 5. PROBLEMAS ENCONTRADOS NO TÚNEL DE


VENTO

Após a construção do túnel de vento, é fundamental verificar se o túnel de


vento alcançou sua velocidade de projeto. Além disso, é necessário inspecionar e
testar cuidadosamente o túnel de vento para qualquer sinal de vazamento ao longo
dos pontos de conexão, juntas de borracha, fita de vedação, cola de madeira, veda
rosca e outros, afim, de minimizar a quantidade de vazamento no túnel de vento,
pois mesmo utilizando estes materiais, neste projeto não conseguimos eliminar
completamente os vazamentos, fazendo com que a pressão dentro da seção de
teste sofra interferência.

5.1 INSTRUMENTAÇÃO PARA MEDIÇÃO DO TÚNEL DE VENTO

Neste Projeto foi utilizado para medição da velocidade um anemômetro


portátil digital e para pressão um manômetro eletrônico de entrada dupla. O túnel
de vento projetado para experimentos usa o ar atmosférico como fluido de trabalho.
Portanto, as propriedades do ar variam dependendo do clima e ambiente de estudo,
40

por isso é importante que, em algum estágio do experimento, seja medido a


temperatura, para saber com qual fluido está trabalhando. Do ponto de vista da
dinâmica do ar, as propriedades importantes são a densidade e viscosidade.

5.2 EQUIPAMENTOS DO TÚNEL DE VENTO

O Túnel de Vento é um projeto de circuito aberto, alimentado por um


eletroventilador de 80 W e 10 A(Figura 11), com velocidade variável através de
um potenciometro PWM (Figura 18), O elétroventilador localizado na saída do
difusor, puxa o ar para a seção de teste, este ar passa através de uma colméia.
A colmeia (Figura 14), foi construída primeiramente com canudos redondos, com
5 cm de comprimento e um diâmetro de 3 mm, porém após efetuados testes e
feito medidas de pressão na seção de testes, foi verificado que a pressão estava
muito baixa, fazendo que este tipo de canudo não uniformizasse o escoamento
do ar na seção de teste e um descolamento da camada limite por causa da
obstrução do ar, então, fizemos uma modificação e trocamos o tipo de canudo,
por um com as medidas de 9 mm de diâmetro e 4,2 cm de comprimento, este
fez com que aumentasse a pressão na seção de teste e melhorasse a
visualização do escoamento. A colmeia e o bocal de contração são fundamentais
para produzir o escoamento laminar, pois sem esses dispositivos, qualquer
turbulência presente no escoamento se misturaria e difundiria a fumaça.
Contudo, no projeto após a colmeia, foi instalado um tubo pvc de ¾” com
injetores de fumaça, que pode interferir no escoamento do ar na seção de testes,
pois o tubo fica em frente a colmeia e dentro da seção de testes, fazendo com
que o ar succionado pelo ventilador crie um vórtex, em torno do tubo e a fumaça
injetada já saia turbulenta nos injetores, outro fator que pode ser determinante é
a quantidade e pressão de fumaça inserida na seção de teste, visto que ela é
injetada através de uma máquina de fumaça (Figura 15), e não tem controle de
velocidade e/ou pressão de inserção de fumaça nos injetores para a seção de
teste.

A princípio, o túnel de vento projetado é feito de forma clássica, isso


significa que o túnel de vento foi projetado para ter um escoamento laminar na
câmara de teste, onde a área do bocal de contração é usada para aumentar a
velocidade do ar. Esse aumento de velocidade é baseado no efeito Venturi, que
41

diz, se o escoamento de um fluido é constante, mas a seção diminui, a


velocidade aumenta, também se a energia cinética aumenta, a pressão diminui.

5.3 REGIÃO DE ENTRADA DO TÚNEL DE VENTO

Considerando um escoamento entrando em um tubo, e admitindo que o


escoamento de entrada seja uniforme, portanto o fluido é invíscido. Assim que o
escoamento 'atinge' o tubo, muitas mudanças ocorrem. O mais importante deles
é que a viscosidade se impõe ao escoamento e a condição de " não
escorregamento" na parede do tubo entra em vigor. Consequentemente, as
componentes da velocidade são zero na parede, ou seja, u = V = 0. O
escoamento adjacente à parede desacelera continuamente. Temos uma camada
próxima ao corpo onde a velocidade aumenta lentamente de zero na parede até
uma velocidade uniforme em direção ao centro do tubo. Essa camada é
chamada de Camada Limite. Os efeitos viscosos são dominantes dentro da
camada limite. Fora desta camada está o núcleo invíscido onde os efeitos
viscosos são desprezíveis ou ausentes.

A camada limite não é um fenômeno estático, é dinâmico, “ela cresce”, o


que significa que sua espessura aumenta à medida que se move a jusante. Da
Figura 24, vê-se que a camada limite das paredes cresce de tal forma que todas
se fundem na linha central do tubo. Uma vez que isso ocorre, o núcleo invíscido
termina e o escoamento é totalmente viscoso. O escoamento agora é chamado
de escoamento totalmente desenvolvido. O perfil de velocidade torna-se
parabólico. Uma vez que o escoamento esteja totalmente desenvolvido, o perfil
de velocidade não varia na direção do escoamento. De fato, nesta região, o
gradiente de pressão e a tensão de cisalhamento no escoamento estão em
equilíbrio. O comprimento do tubo entre o início e o ponto onde o escoamento
totalmente desenvolvido começa é chamado de comprimento de entrada.
Denotado por Le, o comprimento de entrada é uma função do número de
Reynolds do escoamento. Em geral,

𝐿𝑒 (5.1)
≈ 0,06 𝑅𝑒 , para um escoamento laminar
𝐷
𝐿𝑒
≈ 4,4 𝑅𝑒 , para um escoamento turbulento (5.2)
𝐷
Figura 24 - Escoamento na região de entrada de um tubo
42

Fonte: Fonte: Elaborada pelos autores

Na condição crítica, ou seja, Re = 2300 , o Le/D para um fluxo laminar é


138D. Sob condições turbulentas varia de 18 (em Re = 4000) a 95 (em Re =
10 ). Esta aplicação decide se é necessário um comprimento de entrada
suficientemente longo ou mais curto.

Neste túnel de vento, por exemplo, o objetivo era ter um escoamento


uniforme sobre o modelo na seção de teste. Porém, não foi possível, pois o
escoamento dentro da seção de teste, com o auxílio da fumaça para visualização
das linhas de corrente, foi observado um escoamento turbulento, a seguir
abordaremos qual deveria ser o comprimento da seção de teste para que o
escoamento atinja o escoamento completamente desenvolvido, para 𝑅𝑒 =
0,9584 × 10 e diâmetro de 0,2 metros.

Comprimento para o escoamento laminar;

𝐿𝑒
≈ 0,06 × 0,9584 × 10 ≈ 5750,4𝐷
𝐷

𝐿𝑒 ≈ 5750,4 × 0,2 = 1150,08 𝑚

Comprimento para o escoamento turbulento;

𝐿𝑒
≈ 4,4 × (0,9584 × 10 ) ≈ 29,77𝐷
𝐷

𝐿𝑒 ≈ 29,77 × 0,2 = 5,95 𝑚

Portanto, para que o túnel de vento tenha um escoamento laminar


completamente desenvolvido, é necessário que a seção de teste tenha um Le de
aproximadamente 1150,1m, sendo inviável a construção deste projeto. Já o
comprimento da seção de teste para um escoamento turbulento é mais viável,
porém é necessário que a seção de teste tenha um Le de aproximadamente
43

5,95m. Conclui-se, então que o túnel de vento projetado, não terá um


escoamento completamento desenvolvido.

CAPÍTULO 6. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os componentes do túnel de vento foram construídos utilizando madeira de


20 mm de espessura, madeira sem custo, pois foi reciclada de móvel antigo, o
comprimento do túnel é de 1,90 metros e os componentes construídos
possibilitaram realizar alguns ensaios, não tanto satisfatórios, pois precisam de
melhorias, além disso o equipamento foi montado com grampos de fecho rápido
para possibilitar a desmontagem rápida, afim de facilitar o transporte e a montagem
em qualquer local, túnel de vento montado conforme a Figura 13.

Tabela 3 - Relação de custos na construção do Túnel de Vento.

Item Quantidade Valor


Difusor, Bocal de contração e 1 R$ -
seção de teste
Eletroventilador 1 R$ 66,86
Anemômetro digital 1 R$ 91,45
Manômetro digital de duas 1 R$ 141,82
entradas
Fita de Led 2 R$ 26,00
Regulador de tensão 12V 1 R$ 18,77
Fonte de Alimentação 3 R$ 56,97
Interruptor 4 R$ 16,00
Lâmpada 4 R$ 45,64
Caixa de passagem elétrica 1 R$ 41,45
Tubo inox 1,5 metro R$ 25,00
Conexões 4 R$ 67,69
Conector elétrico (Macho e 8 R$ 32,00
Femea)
Grampos Fecho Rápido 8 R$ 76,00
Fio 1 mm 3 metros R$ 7,50
Colmeia 1 R$ 19,00
Máquina de Fumaça 1 R$ 356,32
Torneiro Mecânico (rosca em 2 R$ 30,00
tubo inox)
Total R$ 1118,47
Obs: Alguns itens não foram computados, pois tínhamos disponível em casa, assim como
as ferramentas utilizadas na construção do projeto.
44

CAPÍTULO 7. REFERÊNCIAS

Fox, Robert W., McDonald, A.T. and Pritchard, P.J.; “Introdução à


Mecânica dos Fluidos”, LTC, 7a ed. (2010).

https://www.carrosnaweb.com.br/fichadetalhe.asp?codigo=4063 – Ficha
técnica do Automóvel Ferrari 458 Itália.

Jory, Seguin - NON-EQUILIBRIUM CHEMISTRY FOR HYPERSONIC


FLOWS USING AN EDGE-BASED FINITE ELEMENT METHOD - Department of
Mechanical Engineering McGill University, Montréal July 2018

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