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FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DE VIÇOSA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

BIANCA DE LIMA TEIXEIRA


INGRID FERREIRA MACEDO

ANÁLISE DE ESTABILIDADE DE TALUDES UTILIZANDO MÉTODOS DE


ELEMENTOS FINITOS E EQUILÍBRIO-LIMITE

VIÇOSA
MINAS GERAIS – BRASIL
2018
BIANCA DE LIMA TEIXEIRA
INGRID FERREIRA MACEDO

ANÁLISE DE ESTABILIDADE DE TALUDES UTILIZANDO MÉTODOS


DE ELEMENTOS FINITOS E EQUILÍBRIO-LIMITE

Trabalho apresentado à
Faculdade de Ciências e Tecnologia
de Viçosa –
FAVIÇOSA/UNIVIÇOSA, como parte
integrante das exigências da
disciplina Trabalho de Conclusão de
Curso e como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel em
Engenharia Civil.

VIÇOSA
MINAS GERAIS – BRASIL
2018

I
II
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS .......................................................................................... V

LISTA DE QUADROS ...................................................................................... VII

RESUMO......................................................................................................... VIII

ABSTRACT ........................................................................................................ X

1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA .............................................................. 1

2. OBJETIVOS ................................................................................................. 2

2.1 Objetivos Gerais .......................................................................................... 2

2.2 Objetivos Específicos .................................................................................. 2

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA......................................................................... 3

3.1 Estabilidade de Taludes............................................................................... 3

3.2 Método do Equilíbrio-Limite ......................................................................... 4

3.2.1 Método das fatias ........................................................................... 5

3.2.1.1 Método de Fellenius ....................................................................... 6

3.2.1.2 Método de Bishop Simplificado....................................................... 8

3.2.1.3 Método de Janbu Simplificado ........................................................ 9

3.2.1.4 Método de Spencer ...................................................................... 10

3.2.1.5 Método de Mongenstern e Price ................................................... 11

3.3 Fator de Segurança ................................................................................... 13

3.4 Método dos Elementos Finitos................................................................... 13

3.4.1 Redução da Resistência ao Cisalhamento ................................... 15

3.5 Softwares ................................................................................................... 16

3.5.1 Slide.............................................................................................. 17

3.5.2 RS2............................................................................................... 17

4. MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................... 18

4.1 Metodologia ............................................................................................... 18

4.1.1 Definição dos diferentes materiais utilizados ................................ 18

III
4.1.2 Traçado das geometrias no Programa Slide 6.0........................... 20

4.1.2.1 Entrada dos parâmetros no Slide 6.0 ........................................... 21

4.1.3 Análise das Geometrias no Programa RS2 .................................. 24

4.1.3.1 Estudo de Malhas ......................................................................... 27

4.1.3.2 Malha de Redução da Resistência ao Cisalhamento (SSR Search


Area).......... ... .......................................................................................... 28

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................... 29

5.1 Fatores de Segurança Gerados no Slide 6.0 ............................................. 29

5.2 Fatores de Segurança Gerados no RS2 .................................................... 29

5.3 Comparação dos resultados do Slide 6.0 e RS2 ....................................... 29

5.3.1 Cálculo da Porcentagem de Erro .................................................. 29

5.3.2 Comparação entre os Fatores de Segurança ............................... 30

5.3.2.1 Verificação de qual método mais se aproximou dos resultados do


RS2..... ...................................................................................................... 32

6. CONCLUSÃO ............................................................................................ 33

7. PROPOSTAS FUTURAS ........................................................................... 33

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 34

ANEXOS .......................................................................................................... 39

IV
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Fatia genérica e polígono de forças no método de Fellenius. ............ 8

Figura 2 - Fatia genérica e polígono de forças no método de Bishop

Simplificado. ....................................................................................................... 9

Figura 3 - Fatia genérica e polígono de forças no método de Janbu

Simplificado. ..................................................................................................... 10

Figura 4 - Variação do fator f0 em função do parâmetro d/L e do tipo do solo. 10

Figura 5 - Fatia genérica e polígono de forças no método de Spencer. ........... 11

Figura 6 - Forças aplicadas em uma fatia típica no Método de Morgenstern e

Price. ................................................................................................................ 12

Figura 7 - Entrada dos parâmetros no Slide 6.0. .............................................. 22

Figura 8 - Entrada dos parâmetros no Slide 6.0. .............................................. 22

Figura 9 - Entrada dos parâmetros no Slide 6.0. .............................................. 23

Figura 10 - Propriedades do Material 1. ........................................................... 23

Figura 11 - Demonstração dos fatores de segurança gerados pelo Slide 6.0. . 24

Figura 12 - Parâmetro de entrada do RS2 onde é inserida a quantidade de

elementos que a geometria será dividida. ........................................................ 24

Figura 13 - Demonstração da divisão da geometria realizada pelo RS2 por meio

de nós. ............................................................................................................. 25

Figura 14 - Fatores de Segurança gerados pelo RS2. ..................................... 25

Figura 15 - Linha de ruptura transferida pelo Slide 6.0. ................................... 26

Figura 16 - Gráfico de convergência gerado pelo RS2. ................................... 26

Figura 17 - Deslizamento do maciço após ruptura. .......................................... 27

Figura 18 - Gráfico de estudo de malhas. ........................................................ 27

Figura 19 - Malha de redução da resistência ao cisalhamento. ....................... 28

V
Figura 20 - Gráfico das porcentagens de erros obtidas por cada autor. .......... 30

Figura 21 - Gráfico dos resultados obtidos nos dois programas referentes à

Geometria 1...................................................................................................... 31

Figura 22 - Gráfico dos resultados obtidos nos dois programas referentes à

Geometria 9...................................................................................................... 31

VI
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Considerações dos autores que utilizam do método do equilíbrio

limite ................................................................................................................... 5

Quadro 2 - Materiais utilizados ......................................................................... 19

Quadro 3 - Disposição dos materiais nas diferentes camadas......................... 21

Quadro 4 - Porcentagens de erros obtidas por cada autor .............................. 29

Quadro 5 - Quantidade de geometrias que cada autor mais se aproximou

levando em consideração os resultados do RS2 ............................................. 32

VII
RESUMO

TEIXEIRA, Bianca de Lima; MACEDO, Ingrid Ferreira. Monografia,


Faculdade de Ciências e Tecnologia de Viçosa, Outubro de 2018. Análise de
Estabilidade de Taludes Utilizando Métodos dos Elementos Finitos e
Equilíbrio-Limite. Orientador: Klinger Senra Rezende.

Em obras civis, a necessidade do estudo sobre estabilidade de taludes


vem ganhando força nos dias atuais, devido a fatores como, grande
movimentação de terra, resultante da abertura de novas áreas devido ao
grande aumento populacional e, consequentemente, novas construções. Desta
forma, é correto fazer uma análise da estabilidade dos taludes e encostas
onde existe risco de ruptura. Obras como construções de barragens e
conformações de geometrias, operações de cavas em mineração também têm
sido alvo de análises de estabilidade cada vez mais necessárias mediante o
porte destes empreendimentos. Juntamente com esta análise, realiza-se um
estudo prévio nos locais regulamentados para construção, apresentando os
riscos de ruptura e, posteriormente, soluções de estabilidade para evitar
possíveis problemas futuros. Tais análises, realizadas no passado utilizando
ábacos, como os de Hoek e Bray (1981), Bishop e Morgenstern (1960), entre
outros, têm sido performadas cada vez mais por meio de programas
computacionais que trabalham com diferentes métodos para conseguir
identificar o fator de segurança do problema em análise. A partir dos
resultados obtidos, é possível definir a melhor geometria para alcançar a
estabilidade, evitando o risco de ruptura. No presente trabalho, foi realizada a
comparação entre as análises realizadas utilizando dois diferentes métodos,
sendo eles o método de equilíbrio limite (MEL) e o método dos elementos
finitos (MEF). Foram analisados 100 problemas, variando geometria, posição
de nível d’água e parâmetros de resistência. Cada problema, como taludes de
barragens apresentadas na literatura técnica e demais taludes terrosos
construídos, foi analisado no software Slide 6.0®, utilizando o MEL, e no
software RS2®, que utiliza o MEF, sendo ambos da Rocscience ®. Na
utilização do MEF, foi utilizado o método da Redução da Resistência ao
Cisalhamento. A finalidade da pesquisa foi realizar um levantamento, para

VIII
cada problema analisado, dos valores de fator de segurança pelos métodos
que trabalham com superfícies circulares e não circulares, abrangendo assim
os de Bishop, Fellenius, Jambu, Morgenstern & Price e Spencer, comparando-
os com os fatores de redução da resistência ao cisalhamento fornecidos na
análise de elementos finitos. Das 100 análises realizadas em MEL, os mínimos
FSs em análise variaram de 0,35 a 2,69. De acordo com os valores
encontrados, foi possível concluir que os parâmetros que diferenciam os
métodos utilizados na análise de equilíbrio-limite não influenciaram de forma
significativa nos resultados.

Palavras-chave: estabilidade de taludes, método do equilíbrio-limite,


método dos elementos finitos.

IX
ABSTRACT

TEIXEIRA, Bianca de Lima; MACEDO, Ingrid Ferreira. Monograph, Faculdade


de Ciências e Tecnologia de Viçosa, October 2018. Slope Stability Analysis
Using Finite Element Methods and Limit-Equilibrium. Advisor: Klinger
Senra Rezende.

In civil engineering works, the need for the slope stability study has been
gaining momentum these days, due to a factor such as the great movement of
land, from the opening of new areas due to the large population increase and,
consequently, new buildings. In this way, it is correct to make a stability
analysis of the slopes where there is a risk of rupture. Works such as dam
constructions and slope conformations, mining operations has also been
subject to stability analysis, increasingly necessary due to the size of the
enterprise. Together with this analysis, a preliminary study is carried out at the
sites for the constructions, presenting the risks of rupture and, later, stability
solutions to avoid possible future problems. These analyzes, done in the past
using abacuses like Hoek and Bray (1981), Bishop and Morgenstern (1960),
among others, have been increasingly made through computer programs that
work with different methods to be able to identify the safety factor of the
problem under analysis. From the results obtained, it is possible to define the
best geometry to achieve stability, avoiding the risk of rupture. In the present
work, a comparison was made between the analyzes made using two different
methods, being the Limit Equilibrium Method (LEM) and Finit Elements Method
(FEM). A hundred situations were analyzed, varying geometry, water level
position and resistance parameters. Each situation, like dam or slope
presented in the technical literature, werw analysed at software Slide 6.0®,
using the LEM, and at software RS2® that uses the FEM, both of
Rocscience®. In the use of FEM, it is done by reducing the shear strength. The
purpose of the survey is to conduct a survey, for each situation analyzed, of the
values of safety factor by methods that work with circular and non-circular
surfaces, thus covering those of Bishop, Fellenius, Jambu, Morgenstern &
Price and Spencer, comparing them with the factors of reduction of the shear
strength provided in the analysis of elements finite. Of the 100 analyzes

X
performed in MEL, the minimum FSs under analysis ranged from 0.35 to 2.69.
According to the values found, it was possible to conclude that the parameters
that differentiate the methods used in the equilibrium limit analysis did not
influence significantly in the results.

Keywords: slope stability, limit equilibrium method, finite element method.

XI
1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

A necessidade do estudo sobre estabilidade de taludes vem ganhando força


nos dias atuais, pelo fato da grande movimentação de terra, resultante da abertura
de novas áreas, devido ao aumento populacional e, consequentemente, novas
construções. Como, na maioria das vezes, essas novas áreas são proporcionadas
de forma irregular, as encostas ficam sujeitas a ruptura, gerando riscos às vidas das
pessoas, perdas materiais, entre outros. Desta forma, uma das alternativas
encontradas é fazer uma análise da estabilidade dos taludes e encostas onde existe
risco de ruptura. Outro fato importante é realizar um estudo prévio nos locais
regulamentados para construção, apresentando os riscos de ruptura e,
posteriormente, soluções de estabilidade para evitar possíveis problemas futuros.
Uma das alternativas é utilizar métodos para realizar a análise da
estabilidade dos taludes, conseguindo encontrar a melhor geometria para alcançar a
solução de possíveis problemas, evitando o risco de ruptura. Os métodos existentes
são divididos em duas técnicas de análise: probabilístico e determinístico.
No presente trabalho, foram feitas análise e comparação de dois métodos de
análise determinística: método do equilíbrio limite e método dos elementos finitos.
Foram traçadas diferentes geometrias de taludes acima de 30 metros,
variando nível d’água, inclinação e parâmetros de resistência. Essas geometrias
foram lançadas no programa Slide 6.0®, que utiliza o método do equilíbrio limite, e
no programa RS2® que utiliza o método dos elementos finitos, ambos os programas
são da Rocscience®. Foram comparados os fatores de segurança gerados pelos
dois programas.
Este projeto teve como justificativa a necessidade de se comparar dois
métodos por meio de diferentes programas, mostrando a diferença entre eles, os
fatores que influenciam de forma positiva e negativa e, por fim, apresentar os
argumentos para a discussão dos resultados, implicando assim em uma possível
continuidade do trabalho por meio de outros graduandos de forma mais precisa.

1
2. OBJETIVOS

2.1 Objetivos Gerais


Comparar os valores de fatores de segurança obtidos através da análise de
estabilidade de taludes por meio dos métodos de equilíbrio-limite e elementos finitos,
buscando analisar qual dos métodos de equilíbrio-limite (Fellenius, Janbu
Simplificado, Bishop Simplificado, Spencer e Morgenstern & Price) mais se aproxima
do valor de redução da resistência fornecido na abordagem de elementos finitos, e
analisar a porcentagem de erro obtida por cada método.

2.2 Objetivos Específicos


Foram objetivos específicos do trabalho:
 Gerar geometrias de taludes para as análises de estabilidade, variando
sua altura, materiais e mergulho da face da escavação;
 Analisar a estabilidade destes taludes utilizando o método de equilíbrio-
limite por meio do programa computacional Slide 6.0®, da Rocscience®,
verificando os resultados de acordo com as teorias de Fellenius, Janbu
Simplificado, Bishop Simplificado, Spencer e Morgenstern & Price;
 Analisar a estabilidade destes taludes utilizando o método de elementos
finitos (MEF) por meio do programa computacional RS2®, também da
Rocscience®.
 Comparar os fatores de segurança obtidos pelos dois métodos para cada
geometria analisada.

2
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Estabilidade de Taludes


A partir do início do século 20, devido ao grande e potencial crescimento dos
centros urbanos, surgiu uma grande demanda por mais infraestruturas, como
barragens, taludes, contenções, etc. A criação destas interfere diretamente no meio
natural do ambiente, podendo gerar resultados negativos que atingem a população.
Desse modo, surge a necessidade de diversos estudos para que sejam evitados
quaisquer acidentes e demais problemas. Devido ao crescimento dos incidentes
ocorridos por causa de deslizamentos de terra, tem se tornado cada vez mais
importante a análise de estabilidade de taludes (SILVA, 2011).
Segundo Filho e Andrade (2015), apesar de seu potencial, a análise
estatística de taludes ainda não tem uso corrente na rotina geotécnica, pois envolve
termos e conceitos não familiares para muitos engenheiros geotécnicos. Esta
análise consiste em coletar os dados necessários para logo obter funções de
probabilidade que definirão o risco de ruptura e o fator de segurança. De acordo
com Jesus (2015), esta é a abordagem mais realista da estabilidade de um talude
por que as incertezas e a variabilidade são levadas em consideração.
Atualmente, as análises de estabilidade de taludes são comumente
realizadas por métodos determinísticos que se baseiam em um determinado fator
de segurança (FS) que é variável de acordo com a geometria e os materiais do
talude. Maia e Suarez (2016) descrevem baseando-se em Duncan e Wright (2005),
partindo do pressuposto de que obter um fator de segurança superior a 1 deve ser
suficiente para garantir a segurança da estrutura.
Nas palavras de Flores (2008), as análises de estabilidade de taludes são
tradicionalmente feitas mediante métodos determinísticos, que são baseados na
obtenção de um fator de segurança (FS). O valor de FS depende dos valores
estimados para os parâmetros do solo. Portanto o próprio fator de segurança é uma
variável aleatória que depende de outras variáveis.
A análise determinística de estabilidade de taludes é composta por dois
grandes grupos. De um lado temos os métodos baseados no método dos elementos
finitos. Do outro, tem-se os métodos que se baseiam no estado de equilíbrio limite,
que são métodos mais tradicionais e difundidos devido à facilidade de aplicação e a
larga experiência acumulada (TONUS, 2009).
3
A análise determinística considera valores médios dos parâmetros iniciais e
desconsidera as incertezas e os erros pela baixa quantidade de amostras.
Atualmente, as análises de estabilidade de taludes são comumente realizadas por
métodos determinísticos (MAIA E SUAREZ, 2016, p.1).
As análises determinísticas envolvem os seguintes métodos:
 Análise limite, que se baseia no uso de teorias de limite inferior e
superior da teoria da plasticidade.
 Tensão-deformação, que envolve métodos numéricos, onde o mais
comum é o método dos elementos finitos (MEF).
 Equilíbrio limite, onde engloba os chamados métodos tradicionais.

3.2 Método do Equilíbrio-Limite


Um dos métodos apresentados neste trabalho é o método do equilíbrio limite,
considerado o mais usado para análise de estabilidade de taludes e também o mais
simples e preciso, PACHECO (2005). Este método consiste na obtenção de um
fator de segurança através de parâmetros do solo, como coesão e ângulo de atrito.
Segundo Silva (2011), a obtenção da expressão de FS poderia ser feita
através de uma equação de equilíbrio de forças ou pela equação de equilíbrio limite
ao corte. A sua determinação a partir da equação de momentos é, no entanto, a
mais utilizada pelos diferentes métodos de equilíbrio limite.
A determinação do fator de segurança pode ser feita de três formas,
apresentadas segundo as equações a seguir.

 Equilíbrio de forças:

 Equilíbrio de momentos:

 Equilíbrio limite ao cisalhamento:

Os métodos de equilíbrio limite baseiam-se puramente nos princípios da


estática, menosprezando a importância do estado de tensão in situ e a

4
compatibilidade de deformações. Todavia atualmente já é possível associar ambos
os aspectos e assim contornar este problema (DA SILVA, 2010).
Dessa forma, o MEL foi sendo aperfeiçoado com o tempo por cada um dos
autores contribuintes. Segundo Silva (2011) através de um estudo de Krahn (2003),
cada autor tem sua peculiaridade em seu método e essas diferenças residem nas
equações da estática que são satisfeitas, nas forças entre fatias consideradas no
cálculo (normais e de corte), e na distribuição das forças de interação. Esta
diferença se dá pela forma da determinação das forças, cada autor levando em
conta aspectos diferentes, como mostra o Quadro 1.

Quadro 1 - Considerações dos autores que utilizam do método do equilíbrio limite

Fonte: SILVA (2011).

3.2.1 Método das fatias


Este método consiste em dividir a superfície potencial de ruptura em fatias,
aplicando-se em cada uma delas as seguintes equações de equilíbrio:

Aplicando estas três equações, encontra-se um sistema no qual o número de


incógnitas é maior do que o número de equações. Para resolver o problema,

5
algumas hipóteses simplificadoras são necessárias. Estas hipóteses simplificadoras
é que diferenciam os diversos métodos, caracterizando-os como menos ou mais
conservadores. (FABRÍCIO, 2006)
Normalmente, os taludes apresentam-se compostos de vários solos com
características diferentes. A determinação dos esforços atuantes sobre a superfície
de ruptura torna-se complexa e para superar essa dificuldade utiliza-se o expediente
de dividir o corpo potencialmente deslizante em lamelas. Assim, pode-se determinar
o esforço normal sobre a superfície de ruptura, partindo de hipótese que esse
esforço vem determinado basicamente pelo peso do solo situado acima daquela
superfície. A superfície de ruptura pode ter uma forma qualquer, apesar de que os
métodos mais utilizados, como Fellenius e de Bishop, empreguem superfície de
ruptura circular (MARANGON, 2009).
Vários métodos de equilíbrio limite foram desenvolvidos para análises de
estabilidade de taludes. Fellenius (1936) introduziu o primeiro método, referido como
método ordinário ou sueco, para uma superfície de deslizamento circular. Bishop
(1955) avançou o primeiro método de introdução de uma nova relação para as
forças normais à base. A equação de FS tornou-se, assim, não linear. Ao mesmo
tempo, Janbu (1954) desenvolveu um método simplificado para superfícies de
ruptura não circulares, dividindo uma massa deslizante potencial em várias fatias
verticais. Mais tarde, Morgenstern-Price (1965), Spencer (1967) e vários outros
fizeram outras contribuições com diferentes pressupostos para as forças
interlamelares.
Posteriormente, um procedimento de equilíbrio-limite geral (GLE) foi
desenvolvido por Chugh (1986) como uma extensão de Spencer e Morgenstern-
Price, satisfazendo as condições de equilíbrio de momento e de força (ARYAL,
2006).
Alguns dos métodos de equilíbrio-limite citados são brevemente descritos a
seguir.

3.2.1.1 Método de Fellenius


O método sueco, ordinário ou de Fellenius satisfaz o equilíbrio de momentos
para uma superfície de ruptura circular, mas negligencia as forças normais e
cisalhantes entre as fatias ou lamelas. A vantagem deste método é sua simplicidade
em determinar o fator de segurança, desde que a equação não requeira um
6
processo iterativo. Este fator de segurança é baseado no equilíbrio de momentos e
computado por (ABRAMSON et al., 2002):

Sendo:
– poropressão;
– comprimento da base da fatia;
– ângulo do centro do círculo considerado até o meio da base da fatia;
- coesão efetiva do solo;
- ângulo de atrito efetivo do solo;
- peso da fatia.

Segundo Tonus (2009) o método de Fellenius é considerado simples e


limitado por negligenciar as forças laterais (Figura 1) e não satisfazer o equilíbrio de
forças horizontais e nem verticais. Por consideração a esses fatos, o método é
considerado bastante conservador. O método de Fellenius difere em uma
porcentagem considerável dos métodos mais rigorosos. Em alguns casos onde a
poropressão é considerada alta, esta porcentagem tende a ser maior. Normalmente,
essa porcentagem de erro é a favor da segurança, que por sua vez pode acarretar
em um gasto desnecessário no projeto.
Para Freitas (2011), atendendo à hipótese das forças de interação terem uma
resultante nula, o equilíbrio na direção paralela à base de cada fatia não é satisfeito.
Assim é fácil inferir que o fator de segurança se encontra subestimado.

7
Figura 1 - Fatia genérica e polígono de forças no método de Fellenius.
Fonte: SILVA (2011).

3.2.1.2 Método de Bishop Simplificado


O método de Bishop pode ser aplicado a qualquer tipo de solo. Este método
considera a interação entre as fatias, uma superfície de ruptura curva e satisfaz as
condições de equilíbrio de forças e momentos. A hipótese assumida neste método
para suprir a indeterminação estática é que o somatório da diferença entre as forças
cisalhantes totais que atuam sobre uma fatia é zero (Figura 2). Uma variação deste
método é conhecida como Método de Bishop Simplificado (MARCHI, 2005).
Para Da Silva (2013) Bishop criou um método que considerava as forças de
interação normal, porém ignorava as forças de interação tangenciais, ou seja,
considerava somente que as forças de interação entre as fatias são horizontais.
Logo, o método de Bishop Simplificado considera o equilíbrio de momentos.
É necessário utilizar um processo iterativo para obter a solução sendo,
contudo, a convergência bastante rápida. O erro associado é reduzido relativamente
a métodos mais precisos e raramente excede os 7%, sendo até na maioria dos
casos inferior a 2%. (DA SILVA, 2010)

8
Figura 2 - Fatia genérica e polígono de forças no método de Bishop Simplificado.
Fonte: SILVA (2011).

3.2.1.3 Método de Janbu Simplificado


Segundo Silva (2011), o método de Janbu Simplificado admite superfície de
ruptura qualquer.
Um dos maiores impasses ao se utilizar o método de Janbu Simplificado se
dá pelo fato dele admitir superfície de ruptura qualquer. Desta forma, a grande
dificuldade de utilização de superfície não circular é encontrar um único ponto em
que atuem todas as forças, para assim efetuar o equilíbrio de momentos. (TONUS,
2009). A Figura 3 mostra as forças aplicadas a cada fatia.
Existe uma variante deste método que introduz um fator corretivo (f0), que ao
ser multiplicado pelo fator de segurança resultante do equilíbrio de forças, se leva
em conta as forças de interação entre as fatias, que são desprezadas pelo método,
e depende do tipo de solo que constitui o talude (Figura 4). A reação normal na
base da fatia é obtida através do equilíbrio de forças segundo a direção vertical.
(FERREIRA, 2012)

9
Figura 3 - Fatia genérica e polígono de forças no método de Janbu Simplificado.
Fonte: SILVA (2011).

Figura 4 - Variação do fator f0 em função do parâmetro d/L e do tipo do solo.


Fonte: FABRÍCIO (2006).

3.2.1.4 Método de Spencer


O método de Spencer, considerado rigoroso, satisfaz todas as equações de
equilíbrio (momentos e forças). As forças de interação entre fatias são
representadas por uma resultante Q que assume uma inclinação constante θ com a
horizontal, em cada fatia (Figura 5). Spencer entendeu válida a hipótese de a razão
entre forças de cisalhamento (X) e forças normais (E) ser constante. Essa resultante
10
é aplicada na base da fatia e no ponto intermediário da mesma. A reação normal N
é obtida pelo equilíbrio de forças na direção paralela e perpendicular à base das
fatias. O fator de segurança pode ser obtido por duas formas: somatório de
momentos em relação a um ponto ou somatório de forças na direção horizontal ou
paralela à base das fatias. O método prevê o cálculo de FS para os dois ângulos,
correspondentes aos dois lados das fatias (FREDLUND & KRAHN, 1977).
Pereira (2013) diz que o método é considerado exato, pois considera em sua
formulação o equilíbrio de forças e de momentos em cada fatia, mas requer maior
tempo computacional, podendo ser utilizado em superfícies de ruptura circular ou
não circular.
O uso do método de Spencer tornou-se comum à medida que a tecnologia
computacional se expandia e melhorava. Porém, o seu cálculo completo à mão,
assim como todos os métodos rigorosos, é muito difícil devido a sua complexidade.
(DA SILVA, 2013)

Figura 5 - Fatia genérica e polígono de forças no método de Spencer.


Fonte: SILVA (2011).

3.2.1.5 Método de Mongenstern e Price


O método de Morgenstern e Price é um método rigoroso de análise de
estabilidade de taludes, que admite superfície de ruptura qualquer e satisfaz todas
as condições de equilíbrio estático. Nesse método, a massa potencialmente instável
é dividida em fatias infinitesimais e se faz necessário o uso de ferramenta
computacional para execução dos cálculos (FABRÍCIO, 2006).

11
Já segundo Ferreira (2012), o método de Morgenstern-Price foi apresentado
em 1965 e cumpre todas as condições de equilíbrio, pertencendo por isso ao grupo
dos métodos rigorosos. A aplicação do método recorre a equações diferenciais que
governam o equilíbrio de momentos e o equilíbrio de forças numa fatia.
A Figura 6 apresenta todas as forças consideradas pelo método, inclusive a
poropressão que é incluída nas forças entre as fatias.

Figura 6 - Forças aplicadas em uma fatia típica no Método de Morgenstern e Price.


Fonte: Tonus (2009).

Onde:
dW = peso da fatia
T = força tangencial entre as fatias
E = força normal entre as fatias
Pw = pressões neutras nas laterais da fatia
dPb = resultante das pressões neutras na base da fatia
dN = força normal à base da fatia
dS = força cisalhante mobilizada na base da fatia
dx = espessura da fatia
α = inclinação da base da fatia

Segundo Dutra (2013, p.14), para o problema se tornar estaticamente


determinado, a relação entre E e T é dada pela função a seguir.

12
Onde ʎ é um parâmetro que deve ser determinado a partir da solução de f(x)
uma função arbitrária.
Caso f(x) = 0 a solução é idêntica à de Bishop, e quando f(x) = constante, o
método torna-se idêntico ao de Spencer.
Já para Moreira e Da Silva (2014, p.13), o método é solucionado
iterativamente assumindo-se valores para FS e ʎ e calculando-se E e M(x) para cada
fatia. Nos contornos (x=0 e x=n) os valores de E e M deverão ser nulos.
Assim sendo o processo iterativo é repetido até que as condições no contorno
sejam satisfeitas. Faz-se necessário o uso de computadores para utilização do
método. Como o resultado depende da hipótese adotada para ʎ, é importante ter
conhecimento prévio da função adotada.

3.3 Fator de Segurança


A avaliação da estabilidade de um talude por um método de equilíbrio limite
consiste em determinar se ao longo de qualquer superfície responsável por levar o
talude à ruptura a resistência ao corte máxima é ou não superior à resistência
mobilizada para garantir o equilíbrio. O resultado da divisão entre a resistência ao
corte máxima e a resistência mobilizada define o fator de segurança do talude (DA
SILVA, 2010).
O fator de segurança encontrado é o indicador das condições de estabilidade
do perfil estudado, ele visa, segundo Jesus (2015), proporcionar uma margem
segura para casos em que as variáveis tenham um comportamento aquém do
esperado, o que por sua vez torna os projetos mais onerosos do que poderiam ser.

3.4 Método dos Elementos Finitos


O Método do equilíbrio limite avalia a estabilidade com base na estática sem
provisão para ligar diretamente a estabilidade aos deslocamentos. Portanto, quando
o movimento é detectado em um declive, estes métodos não são adequados para
avaliar o impacto de movimentos globais sobre a estabilidade de acordo com
Chiwaye (2010). Com o intuito de resolver essas questões, são utilizados os
métodos numéricos, que são mais recentes e limitam os métodos de equilíbrio
limite. A modelagem numérica começa dividindo a inclinação em um número finito

13
de zonas ou elementos. E os cálculos são feitos para cada elemento dividido do
maciço. O método numérico analisado neste trabalho é o método dos elementos
finitos.
O Método dos Elementos Finitos (MEF) apareceu na década de 60 e exigia
um custo muito alto para sua aplicação. A partir do desenvolvimento dos
computadores foram surgindo programas que aplicavam este método, tornando
seus cálculos mais eficientes e acessíveis para o calculista. No entanto, antes dos
computadores, o tempo era uma ordem de grandeza mais cara do que é agora e
mesmo assim seu custo era tipicamente não mais do que cerca de 10% do custo
total de uma análise, então Duncan (1996) diz que o custo do ganho de tempo
adquirido através dos computadores não foi muito significativo.
O método dos elementos finitos, de acordo com Oscamayta (2016), propõe
dividir um meio contínuo num sistema equivalente de pequenos elementos
discretos, denominados elementos finitos. Cada elemento é analisado e tratado
individualmente. Para cada elemento, se atribuem suas propriedades físicas ou
constitutivas e se formulam as matrizes de rigidez. Em seguida, se reúnem os
elementos e se obtém equações para uma estrutura como um todo, com a
respectiva rigidez global.
Os elementos são conectados entre si por nós. A precisão do método dos
elementos finitos depende da quantidade e tamanho dos elementos, onde quanto
menor for o tamanho e maior número de elementos, maior a precisão.
O método da análise limite, formulado pelo método dos elementos finitos
(MEF), destaca-se entre os outros métodos por permitir a análise de problemas com
geometrias e carregamentos complexos e meios estratificados ou heterogêneos.
(SOUSA, 2001). Este método tem sido cada vez mais utilizado para análises de
estabilidade de taludes. Ele tem sua formulação mais complexa que o método do
equilíbrio limite, porém é mais preciso em seus resultados. A técnica utilizada é a
redução da resistência ao cisalhamento (Shear Strenght Reduction–SSR). Esta
técnica consiste em reduzir a resistência ao cisalhamento do material por um fator
de segurança e em seguida gera modelos de deformação. Estes modelos são
gerados até que seja encontrada uma característica de ruptura limite considerada
inaceitável. Cada modelo possui um fator de segurança próprio.

14
Em comparação com o método do equilíbrio limite, intuito também do
presente trabalho, Aguilar (2015) observou em suas análises que a geometria da
potencial superfície de ruptura, bem como os valores dos fatores de segurança,
calculados nas simulações 2D por método de equilíbrio limite (método de
Morgenstern-Price) e dos elementos finitos, pouco diferem entre si, o que explica a
ainda frequente utilização de métodos de equilíbrio limite na engenharia geotécnica,
como também da nova e rápida aceitação do emprego do método de elementos
finitos para estimativas da estabilidade de taludes em solo ou rocha. Neste último
caso, com a vantagem de não ser necessária a especificação a priori do tipo da
potencial superfície de colapso (planar, circular, poligonal) bem como do particular
método das fatias, com suas hipóteses simplificadoras específicas.

3.4.1 Redução da Resistência ao Cisalhamento


Segundo Chiwaye (2010), a técnica de redução de resistência ao
cisalhamento foi usada primeiro com elementos finitos por Zienkiewicz et al. (1975)
para calcular o fator de segurança de uma inclinação composta de múltiplos
materiais. Para realizar análise de estabilidade de taludes com a técnica de redução
da resistência ao cisalhamento propriedades de resistência, coesão (c) e ângulo de
atrito (φ), são reduzidos de acordo com as equações a seguir. Nestas equações, f é
conhecido como fator de segurança.

( )

( )

Oscamayta (2016) diz que o método é baseado no critério de ruptura de


Mohr-Coulomb e permite atribuir fatores de segurança a partir de uma redução
sistemática das propriedades de resistência do material até induzir a ruptura. Assim,
tem-se a formulação do critério de Mohr-Coulomb que é levado em consideração os
parâmetros de coesão e ângulo de atrito para a obtenção do valor de resistência ao
cisalhamento.

15
A equação a seguir representa a redução da resistência ao cisalhamento
utilizando o fator de segurança (F).

Os parâmetros de coesão e ângulo de atrito reduzidos no método são


representados pelas seguintes equações:

( )

Dessa maneira, Oscamayta (2016) chegou a conclusão de que “é


incrementado gradualmente o valor de fator de redução, até que se obtenha uma
condição de ruptura do talude, quando, então, F correspondente é considerado o
fator de segurança para o modelo”.

3.5 Softwares
Antes do computador se tornar uma ferramenta universal para engenheiros
geotécnicos, a análise de estabilidade era realizada manualmente auxiliada pela
régua de cálculo e métodos gráficos. Em contraste, os engenheiros de hoje têm a
opção de escolha entre uma série de softwares de estabilidade. Alguns são mais
sofisticados e complexos que outros, mas todo software disponível comercialmente
permitirá muito mais opções de entrada do que os engenheiros no passado
consideravam. (FELLENIUS, 2018).
Estes softwares no mercado utilizam variados métodos para obter os
resultados esperados e cada método vem sendo melhorado com o tempo. Dentre
as várias possibilidades dos softwares, este presente estudo tem o foco na análise
de estabilidade de taludes por tensão-deformação e equilíbrio limite. A utilização do
Slide® fornece dados de estabilidade dos taludes, e para termos o comportamento
tensão-deformação aliamos o uso de outro programa da Rocscience®, o Phase
2.8®. (MAIOLI e FARFÁN).

16
3.5.1 Slide
O software Slide®, desenvolvido pela Rocscience Inc® Toronto Canada, é
usado para análise de estabilidade de taludes em encostas de solo e rochas. O
software é um programa de computador baseado em 2D-LE, que pode ser aplicado
para avaliar a estabilidade de superfícies de falha circulares ou não-circulares
(ARYAL, 2006 ).
Segundo Almeida (2016), o programa Slide 6.0® da Rocscience®, é um dos
programas mais completos para a análise da estabilidade de taludes. De acordo
com Costa (2012), o software baseia-se numa análise bidimensional da estabilidade
de superfícies de deslizamento de maciços terrosos e rochosos em estado plano de
deformação e tem como método funcional, o Método de Equilíbrio Limite.
O Slide® pode ser usado com o método de Mohr-Coulomb ou HoekBrown,
para quaisquer parâmetros de força e inclui também variados tipos de suporte
nomeadamente, ancoragens, pregagens, micro estacas e geotêxtil. (Costa, 2012)

3.5.2 RS2
“O RS2® é um programa dedicado ao cálculo de tensões e deformações
através de elementos finitos. O cálculo pode ser realizado considerando o estado
plano de deformação ou o estado assimétrico, permitindo também a construção em
fases e a introdução de vários elementos de suporte nas simulações de cálculo”
(NOGUEIRA, 2016).
Outro aspeto de relevância que confere a este software grande utilidade é a
possibilidade de gerar a malha de elementos finitos de forma automática. Segundo
Rocha (2015), pode ser escolhido o tipo de malha (variável, uniforme ou radial), o
tipo de elemento (triangular de 3 ou 6 nós, ou quadrilateral de 4 ou 8 nós), e o
número de nós a incluir na envolvente do modelo definido de acordo com o que
mais se adequa à análise do problema em questão. Ainda através de Rocha (2015),
o método dos elementos finitos permite uma análise da estabilidade dos elementos
usando o método de redução de resistência tangencial (Shear Strength Reduction -
SSR). Este cálculo é totalmente automatizado e pode ser calculado de acordo com
os parâmetros de resistência de MohrCoulomb ou Hoek Brown.

17
4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Metodologia
A metodologia utilizada no presente projeto consiste em analisar cem
diferentes geometrias de taludes acima de 30 metros, onde existe variação de
características como inclinação, parâmetros de resistência, e diferentes camadas.
As geometrias foram traçadas inicialmente no programas Slide 6.0®, da
Rocscience®, que utiliza o método de equilíbrio-limite, e posteriormente foram
importadas para o programa RS2®, também da Rocscience®, que utiliza o método
dos elementos finitos. De acordo com os dois programas, foram verificados os
fatores de segurança e posteriormente, estes foram comparados. No Programa
Slide 6.0®, foram verificados cinco diferentes fatores de segurança que
correspondem às cinco diferentes teorias que serão utilizadas no programa. Estas
teorias são dadas pelos métodos de Fellenius, Bishop Simplificado, Janbu
Simplificado, Spencer e Morgenstern & Price. Além dos programas citados acima,
foi utilizado também o programa Excel a fim de gerar planilhas com os fatores de
segurança resultados das análises, com o intuito de serem comparados.

4.1.1 Definição dos diferentes materiais utilizados


Inicialmente foram definidos onze materiais diferentes, apresentados no
Quadro 2, onde foram estimados parâmetros de resistência e propriedades-índices
para cada um deles. Em seguida, utilizou-se a metodologia de Júnior (2007) para
definir cada tipo de material, obtendo o coeficiente de poisson e módulo de
elasticidade de cada um.

18
Quadro 2 - Materiais utilizados
Ângulo Peso Módulo de
Tipo de Coesão Coeficiente
Material de Atrito Específico Elasticidade
Material (kPa) de Poisson
(°) (kN/m³) (kPa)
Areia
média e
1 3 35 17 0,35 40000
fina muito
argilosa
Areia
média e
2 5 26 18 0,35 40000
fina muito
argilosa
Areia
média e
3 10 29 17 0,35 50000
fina muito
argilosa
Areia
média e
4 7 34 19 0,35 50000
fina muito
argilosa
Areia
siltosa
5 15 23 21 0,3 2500
pouco
arenosa
Areia
siltosa
6 20 20 20 0,3 4000
pouco
arenosa
Silte
arenoso
7 16 26 19 0,4 10000
pouco
argiloso
Argila
porosa
8 15 24 16 0,3 7500
vermelha
e amarela
Areia
média e
9 5 35 17 0,35 50000
fina muito
argilosa
Silte
arenoso
10 13 28 18 0,4 80000
pouco
argiloso
Argila
arenosa
11 30 17 19 0,4 20000
pouco
siltosa

19
4.1.2 Traçado das geometrias no Programa Slide 6.0
Foram traçadas oito diferentes geometrias, admitindo para cada uma delas
diferentes inclinações e disposição dos materiais em camadas, como é apresentado
no Anexo I. Cada uma das oito geometrias foi variada dez vezes, alternando os
onze materiais nas camadas. Logo, contabilizaram-se oitenta geometrias traçadas.
Seguindo esta etapa, foi traçada uma geometria com camadas de materiais fixos e,
em seguida, nesta mesma geometria a inclinação do talude foi variada dez vezes,
apresentadas no Anexo II, contabilizando assim, noventa geometrias. Por último,
foram analisadas as mesmas dez geometrias citadas anteriormente, porém com
outros materiais que também foram fixados para todas as dez geometrias. Foi dado
um total de 100 geometrias estudadas.
A análise dos resultados será sempre para ruptura circular e levando em
consideração sempre o menor valor de fator de segurança. O passo a passo
realizado no Slide 6.0® para se traçar as 100 geometrias está apresentado a seguir.
A Disposição dos materiais para as cem geometrias encontram-se no Quadro 3.

20
Quadro 3 - Disposição dos materiais nas diferentes camadas
Geometria 1
Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10
Camada 1 Material 1 Material 4 Material 5 Material 3 Material 10 Material 11 Material 7 Material 9 Material 4 Material 1
Camada 2 Material 2 Material 6 Material 7 Material 8 Material 4 Material 5 Material 3 Material 6 Material 7 Material 5
Camada 3 Material 3 Material 9 Material 11 Material 2 Material 6 Material 11 Material 11 Material 1 Material 10 Material 8
Geometria 2
Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10
Camada 1 Material 4 Material 1 Material 3 Material 10 Material 9 Material 6 Material 7 Material 2 Material 9 Material 10
Camada 2 Material 8 Material 2 Material 11 7Material 5 Material 5 Material 1 Material 3 Material 11 Material 4 Material 5
Geometria 3
Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10
Camada 1 Material 2 Material 4 Material 5 Material 3 Material 10 Material 11 Material 7 Material 9 Material 4 Material 1
Camada 2 Material 5 Material 6 Material 7 Material 8 Material 11 Material 5 Material 3 Material 6 Material 7 Material 2
Camada 3 Material 1 Material 9 Material 11 Material 2 Material 6 Material 1 Material 8 Material 1 Material 10 Material 5
Camada 4 Material 3 Material 10 Material 2 Material 6 Material 7 Material 2 Material 9 Material 2 Material 9 Material 3
Geometria 4
Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10
Camada 1 Material 7 Material 1 Material 5 Material 10 Material 9 Material 2 Material 3 Material 4 Material 8 Material 6
Camada 2 Material 9 Material 3 Material 11 7Material 8 Material 6 Material 7 Material 1 Material 11 Material 2 Material 10
Geometria 5
Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10
Camada 1 Material 6 Material 1 Material 5 Material 3 Material 8 Material 2 Material 9 Material 4 Material 10 Material 7
Camada 2 Material 4 Material 11 Material 4 Material 2 Material 11 Material 10 Material 2 Material 6 Material 7 Material 2
Camada 3 Material 1 Material 7 Material 10 Material 9 Material 6 Material 1 Material 8 Material 5 Material 3 Material 5
Camada 4 Material 7 Material 9 Material 3 Material 7 Material 5 Material 3 Material 11 Material 9 Material 11 Material 10
Geometria 6
Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10
Camada 1 Material 11 Material 7 Material 5 Material 6 Material 8 Material 3 Material 10 Material 2 Material 9 Material 1
Camada 2 Material 5 Material 1 Material 3 Material 2 Material 4 Material 10 Material 9 Material 8 Material 7 Material 6
Camada 3 Material 4 Material 9 Material 2 Material 4 Material 3 Material 8 Material 7 Material 9 Material 2 Material 5
Camada 4 Material 6 Material 11 Material 7 Material 3 Material 1 Material 4 Material 1 Material 4 Material 11 Material 10
Geometria 7
Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10
Camada 1 Material 1 Material 2 Material 3 Material 4 Material 5 Material 6 Material 7 Material 8 Material 9 Material 10
Geometria 8
Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10
Camada 1 Material 3 Material 5 Material 2 Material 7 Material 8 Material 10 Material 4 Material 6 Material 11 Material 9
Camada 2 Material 2 Material 1 Material 9 Material 4 Material 7 Material 6 Material 7 Material 2 Material 10 Material 6
Camada 3 Material 3 Material 10 Material 7 Material 5 Material 3 Material 2 Material 9 Material 3 Material 5 Material 4
Camada 4 Material 4 Material 8 Material 4 Material 11 Material 10 Material 4 Material 10 Material 8 Material 1 Material 11
Camada 5 Material 5 Material 11 Material 3 Material 8 Material 2 Material 3 Material 6 Material 10 Material 4 Material 1
Geometria 9
Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10
Camada 1 Material 1 Material 1 Material 1 Material 1 Material 1 Material 1 Material 1 Material 1 Material 1 Material 1
Camada 2 Material 6 Material 6 Material 6 Material 6 Material 6 Material 6 Material 6 Material 6 Material 6 Material 6
Camada 3 Material 3 Material 3 Material 3 Material 3 Material 3 Material 3 Material 3 Material 3 Material 3 Material 3
Camada 4 Material 8 Material 8 Material 8 Material 8 Material 8 Material 8 Material 8 Material 8 Material 8 Material 8
Camada 5 Material 7 Material 7 Material 7 Material 7 Material 7 Material 7 Material 7 Material 7 Material 7 Material 7
Geometria 10
Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10
Camada 1 Material 10 Material 10 Material 10 Material 10 Material 10 Material 10 Material 10 Material 10 Material 10 Material 10
Camada 2 Material 2 Material 2 Material 2 Material 2 Material 2 Material 2 Material 2 Material 2 Material 2 Material 2
Camada 3 Material 9 Material 9 Material 9 Material 9 Material 9 Material 9 Material 9 Material 9 Material 9 Material 9
Camada 4 Material 4 Material 4 Material 4 Material 4 Material 4 Material 4 Material 4 Material 4 Material 4 Material 4
Camada 5 Material 5 Material 5 Material 5 Material 5 Material 5 Material 5 Material 5 Material 5 Material 5 Material 5

4.1.2.1 Entrada dos parâmetros no Slide 6.0


Antes de iniciar o traçado das geometrias, era necessário selecionar as
unidades, forma de ruptura (Figura 7) e métodos para a resolução dos problemas
(Figura 8).

21
Figura 7 - Entrada dos parâmetros no Slide 6.0.

Figura 8 - Entrada dos parâmetros no Slide 6.0.

Após, foi selecionada a opção para se desenhar os limites das


geometrias, selecionando a opção Add Material Boundary. Quando a geometria era
submetida a níveis de água, selecionava-se a opção Add Water Table, e
posteriormente Add Piezometric Line, para inserir a linha piezométrica (Figura 9).

22
Figura 9 - Entrada dos parâmetros no Slide 6.0.

Após desenhar as 100 geometrias, foram inseridas no programa as


propriedades dos 11 materiais, admitindo para cada uma delas valores de coesão,
ângulo de atrito e peso específico. Apresenta-se a seguir as propriedades do
Material 1 (Figura 10).

Figura 10 - Propriedades do Material 1.

Após dispor as camadas para as 100 geometrias, foi necessário inserir uma
malha chamada quadrangular de 30x30 chamada GRID para, desta forma, o
programa conseguir computar o problema. Após todo o procedimento, somente era
necessário selecionar a opção Compute, e posteriormente a opção Interpret. Desta
forma, foram gerados os fatores de segurança para os 5 métodos utilizados,
apresentados na Figura 11.

23
Figura 11 - Demonstração dos fatores de segurança gerados pelo Slide 6.0.

4.1.3 Análise das Geometrias no Programa RS2


Inicialmente era necessário importar a geometria do programa Slide 6.0,
onde a geometria era encaminhada com todas as propriedades admitidas
anteriormente.
Em seguida, ao importar a geometria, foi necessário informar ao programa em
quantos elementos a geometria seria dividida (Figura 12). Para as análises do
presente trabalho foram utilizados para todas as geometrias a malha de 10.000
elementos (Figura 13), de acordo com o estudo de malhas que será apresentado no
tópico 4.1.3.1.

Figura 12 - Parâmetro de entrada do RS2 onde é inserida a quantidade de elementos


que a geometria será dividida.

24
Figura 13 - Demonstração da divisão da geometria realizada pelo RS2 por meio de nós.

Desta forma, após todos os procedimentos anteriores, somente era


necessário computar o problema, da mesma forma como foi realizado no programa
Slide 6.0, selecionando a opção Compute, e posteriormente Interpret.
Para computar uma geometria com malha de 10.000 elementos, o programa
RS2 levou em média 40 minutos. Após interpretar o problema, o programa gerava
diversas formas de ruptura com seus respectivos fatores de segurança. Desta forma,
encontrava-se a forma de ruptura que mais se assemelhava à gerada no Slide 6.0,
Figura 14. Para facilitar a pesquisa, foi possível transferir a linha de ruptura gerada
no Slide 6.0 para o RS2, como é apresentado na Figura 15.

Figura 14 - Fatores de Segurança gerados pelo RS2.

25
Figura 15 - Linha de ruptura transferida pelo Slide 6.0.

No programa RS2 também é possível gerar um gráfico que mostra a


convergência do problema, e quando ocorre a falha, que significa a ruptura do talude
representado (Figura 16)

Figura 16 - Gráfico de convergência gerado pelo RS2.

Outra função que pode ser encontrada no RS2 é a que demonstra a forma de
deslizamento e disposição final que a geometria tem depois de sofrer a ruptura,
como pode ser observado na Figura 17.

26
Figura 17 - Deslizamento do maciço após ruptura.

4.1.3.1 Estudo de Malhas


Um estudo prévio de malhas foi feito no programa RS2 para analisar em
quantos elementos a geometria deveria ser dividida sem apresentar variação nos
valores de fator de segurança ao ser interpretada. De acordo com o estudo, quando
o elemento era dividido em valores entre 3000 e 10000 elementos, ocorria variação
significativa nos resultados. Porém, a partir de 10000 elementos, os resultados não
tinha variação significativa, o que indicava que com 10000 elementos já era
suficiente para obter resultados mais precisos, o que demanda uma quantidade
menor de tempo em relação a maiores valores de elementos. O gráfico é
apresentado na Figura 18.

Figura 18 - Gráfico de estudo de malhas.

27
4.1.3.2 Malha de Redução da Resistência ao Cisalhamento (SSR Search
Area)
Quando a geometria já computada e interpretada não gerava uma forma de
ruptura semelhante à que era gerada no Slide 6.0, era necessário gerar uma malha
de Redução da Resistência ao Cisalhamento (Shear Strength Reduction Search
Área), que tem a função de forçar a ruptura na área delimitada pela malha (Figura
19).

Figura 19 - Malha de redução da resistência ao cisalhamento.


.

28
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 Fatores de Segurança Gerados no Slide 6.0


Os 500 fatores de segurança gerados no Slide 6.0 encontram-se no Anexo III,
onde cada geometria gerou um fator de segurança para cada autor escolhido,
utilizando sempre a ruptura circular e levando em consideração o menor fator de
segurança.

5.2 Fatores de Segurança Gerados no RS2


Os 100 fatores de segurança gerados no RS2 encontram-se no Anexo IV.

5.3 Comparação dos resultados do Slide 6.0 e RS2

5.3.1 Cálculo da Porcentagem de Erro


A comparação inicial foi feita analisando a porcentagem de erro que cada
método obteve para cada geometria analisada. O valor sempre era encontrado na
forma de absoluto. Esta análise foi feita de acordo com a fórmula apresentada a
seguir.

( )

Todos os valores de porcentagem de erro das geometrias analisadas


encontram-se no Anexo V.
Em seguida, calculou-se a porcentagem de erro total para cada um dos
métodos, fazendo a média simples de todas as porcentagens de erros calculadas.
Os resultados encontram-se no Quadro 4 e Figura 20.

Quadro 4 - Porcentagens de erros obtidas por cada autor


Porcentagem de Erro Total
Método %
Fellenius 5,229
Bishop Simplificado 5,495
Janbu Simplificado 5,206
Spencer 5,255
Morgenstern e Price 5,225

29
Figura 20 - Gráfico das porcentagens de erros obtidas por cada autor.

Constatou-se que os resultados foram satisfatórios, tomando em


consideração que uma média de 5% de erro é um valor pouco significativo.
Observou-se que a diferença dos resultados de um método pra outro foram
pequenos, o que significa que as atribuições que diferenciam os métodos não
influenciaram de forma expressiva nos resultados.

5.3.2 Comparação entre os Fatores de Segurança


Foram confeccionados gráficos de todas as 10 diferentes geometrias, que se
encontram no Anexo VI, para demonstrar que a variação dos resultados obtidos no
Slide 6.0 para os resultados do RS2 foi pouco significante.
Nota-se que nas geometrias 9 e 10, a variação dos valores de fator de
segurança de um exemplo pra outro foi de grande porte, porém, a proximidade dos
resultados de ambos os programas foram mais próximos, ao contrário do restante
das geometrias, onde a variação dos valores de fator de segurança foi de menor
porte, porém, a proximidade dos resultados de ambos os programas foi menor. Essa
análise não se aplicou somente nas geometrias 4 e 6, onde existe presença de
água, logo o fator poropressão afetou de forma significativa nos resultados. Em
contrapartida, de acordo com as análises, a disposição das camadas sendo
alteradas, porém mantendo sempre a mesma inclinação, mantém valores de fator de
segurança semelhantes para os 10 exemplos, porém, tem discrepância significativa
de um programa para outro. Ao contrário de se manter a mesma disposição das

30
camadas e alternar a inclinação do talude, onde os valores de fator de segurança
são alterados de forma considerável de um exemplo pra outro e, por outro lado, os
valores de um programa pra outro tem menor diferença.
A comparação entre os fatores de segurança encontrados nos dois
programas utilizados pode ser analisada nos gráficos apresentados no Anexo VI e
na Figura 21 e Figura 22, onde as geometrias 1 e 9 são apresentadas a título de
exemplo.

Figura 21 - Gráfico dos resultados obtidos nos dois programas referentes à Geometria
1.

Figura 22 - Gráfico dos resultados obtidos nos dois programas referentes à Geometria
9.
31
5.3.2.1 Verificação de qual método mais se aproximou dos resultados do RS2
Analisando as tabelas dos resultados encontrados no RS2 que se encontram
em anexo, percebe-se que para cada geometria admitiu-se qual era o método que
mais se aproximava dos seus resultados. Ao final, foi realizada a contagem de
quantas geometrias cada método mais se aproximou. O resultado final encontra-se
no Quadro 5, apresentado a seguir.

Quadro 5 - Quantidade de geometrias que cada autor mais se aproximou levando em


consideração os resultados do RS2

Quantidade de geometrias
Método
que mais se aproximou

Fellenius 27
Bishop 23
Janbu 34
Spencer 17
Morgenstern e Price 16

Nota-se que o método de Janbu Simplificado aproximou-se de mais


geometrias que o restante. Os métodos de Fellenius e Bishop Simplificado, que não
diferenciam de forma significativa suas teorias, mantendo-as como sendo mais
simples, obtiveram quantidades próximas de geometrias a qual os resultados mais
se aproximaram. Esta teoria também se aplica aos métodos de Spencer e
Morgenstern e Price. Porém, estes dados não tem grande valor quando se trata do
resultado final, pois como pôde ser observado no Quadro 4 que apresenta as
porcentagens de erros referentes a cada método, constatou-se que nem sempre o
método que se aproximou de mais geometrias obteve menor porcentagem de erro.

32
6. CONCLUSÃO
De acordo com os valores encontrados, foi possível concluir que os
parâmetros que diferenciam os métodos utilizados na análise de equilíbrio-limite não
influenciaram de forma significativa nos resultados. Por outro lado, a utilização do
método do equilíbrio limite se dá de forma simples e rápida, o que motiva uma maior
aplicação para análises de estabilidade.
Assim como nas análises de Aguilar (2015), no presente trabalho o método
dos elementos finitos demonstrou grande semelhança aos resultados obtidos pelo
método do equilíbrio limite. No entanto, a demanda de tempo utilizada para uma
análise mais precisa é um fator de grande importância quando se trata de
rendimento. Logo, para a análise realizada no presente trabalho, tomando em
consideração que os resultados foram satisfatórios, o método do equilíbrio limite, por
meio do programa Slide 6.0, por ser mais simples e rápido, se aplica de forma mais
eficiente.

7. PROPOSTAS FUTURAS
Para trabalhos futuros, as análises realizadas no presente trabalho podem
ser estudadas utilizando superfícies de ruptura não circular, e posteriormente
comparadas com os resultados obtidos no presente trabalho para analisar se a
forma de ruptura pode ser um fator que influencia consideravelmente nos resultados.
Outra proposta seria analisar as mesmas geometrias utilizadas no presente
trabalho fixando a mesma superfície de ruptura das geometrias, e não os valores
mínimos, para analisar qual é a diferença de resultados de um método para outro.

33
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38
ANEXOS

ANEXO I – GEOMETRIAS DE 1 A 8 ONDE FORAM VARIADOS MATERIAIS E


INCLINAÇÕES
ANEXO II – GEOMETRIA 9 ONDE FORAM FIXADOS MATERIAIS E VARIADA A
INCLINAÇÃO
ANEXO III – RESULTADOS OBTIDOS NO PROGRAMA SLIDE 6.0
ANEXO IV – RESULTADOS OBTIDOS NO PROGRAMA RS2
ANEXO V – PORCENTAGENS DE ERRO REFERENTES AOS AUTORES QUE
UTILIZAM O MÉTODO DO EQUILÍBRIO LIMITE EM RELAÇÃO AOS
RESULTADOS OBTIDOS NO RS2
ANEXO VI – GRÁFICOS DE COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS NOS
PROGRAMAS SLIDE 6.0 E RS2
ANEXO VII – ARTIGO DESTE TRABALHO NO FORMATO DA REVISTA
UNISCIENTIAE

39
ANEXO I – GEOMETRIAS DE 1 A 8 ONDE FORAM VARIADOS
MATERIAIS E INCLINAÇÕES

Quadro A1 - Geometrias de 1 a 4 onde foram variados materiais e inclinações

40
Quadro A2 - Geometrias de 5 a 8 onde foram variados materiais e inclinações

41
ANEXO II – GEOMETRIA 9 ONDE FORAM FIXADOS MATERIAIS E
VARIADA A INCLINAÇÃO

Quadro A3 - Geometria 9 onde foram fixados materiais e variada a inclinação

42
Quadro A4 - Geometria 9 onde foram fixados materiais e variada a inclinação

43
ANEXO III – RESULTADOS OBTIDOS NO PROGRAMA SLIDE 6.0

Quadro A5 - Resultados da Geometrias 1 à Geometria 5 obtidos no Programa Slide 6.0


Geometria 1
Método Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10

Fellenius 0,585 0,643 0,729 0,712 0,822 0,720 0,759 0,652 0,731 0,651
Bishop Simplificado 0,631 0,689 0,772 0,760 0,863 0,741 0,796 0,704 0,787 0,706
Janbu Simplificado 0,585 0,641 0,720 0,707 0,816 0,735 0,756 0,650 0,729 0,650
Spencer 0,624 0,685 0,771 0,754 0,859 0,733 0,794 0,696 0,781 0,697
Morgenstern e Price 0,624 0,682 0,768 0,752 0,858 0,739 0,790 0,698 0,776 0,700
Geometria 2
Método Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10

Fellenius 0,549 0,492 0,531 0,550 0,540 0,482 0,546 0,401 0,540 0,550
Bishop Simplificado 0,585 0,528 0,563 0,577 0,577 0,495 0,567 0,428 0,577 0,577
Janbu Simplificado 0,548 0,490 0,530 0,550 0,538 0,483 0,546 0,400 0,538 0,550
Spencer 0,578 0,523 0,558 0,573 0,569 0,492 0,571 0,423 0,569 0,573
Morgenstern e Price 0,576 0,521 0,555 0,571 0,570 0,490 0,561 0,421 0,570 0,571
Geometria 3
Método Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10

Fellenius 0,407 0,453 0,477 0,491 0,502 0,526 0,511 0,461 0,490 0,376
Bishop Simplificado 0,435 0,496 0,484 0,509 0,529 0,517 0,512 0,507 0,527 0,405
Janbu Simplificado 0,409 0,461 0,474 0,492 0,503 0,542 0,512 0,471 0,498 0,382
Spencer 0,425 0,478 0,485 0,499 0,520 0,535 0,512 0,486 0,510 0,389
Morgenstern e Price 0,426 0,477 0,484 0,500 0,520 0,541 0,515 0,485 0,508 0,389
Geometria 4
Método Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10

Fellenius 1,478 0,986 0,913 1,461 1,125 0,866 1,285 1,087 1,435 0,946
Bishop Simplificado 1,517 1,035 1,085 1,521 1,173 0,901 1,327 1,23 1,451 1,082
Janbu Simplificado 1,471 0,981 0,929 1,461 1,117 0,858 1,273 1,152 1,431 0,943
Spencer 1,516 1,027 1,063 1,513 1,165 0,893 1,325 1,224 1,453 1,109
Morgenstern e Price 1,513 1,028 1,055 1,514 1,167 0,894 1,321 1,222 1,453 1,12
Geometria 5
Método Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10

Fellenius 0,805 0,623 0,742 0,617 0,705 0,542 0,617 0,674 0,801 0,617
Bishop Simplificado 0,828 0,643 0,747 0,647 0,742 0,554 0,674 0,722 0,836 0,647
Janbu Simplificado 0,816 0,623 0,745 0,614 0,698 0,542 0,614 0,674 0,797 0,614
Spencer 0,820 0,637 0,743 0,641 0,736 0,551 0,641 0,715 0,829 0,641
Morgenstern e Price 0,829 0,636 0,748 0,641 0,737 0,548 0,641 0,717 0,834 0,641

44
Quadro A6 – Resultados da Geometria 6 à Geometria 10 obtidos no Programa Slide 6.0

Geometria 6
Método Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10

Fellenius 2,641 2,080 1,787 2,025 2,114 1,855 2,019 1,160 1,459 1,227
Bishop Simplificado 2,661 2,123 1,824 2,054 2,151 1,886 2,068 1,190 1,503 1,274
Janbu Simplificado 2,552 2,065 1,774 2,013 2,099 1,838 2,004 1,150 1,449 1,220
Spencer 2,661 2,119 1,820 2,051 2,150 1,880 2,067 1,186 1,499 1,269
Morgenstern e Price 2,659 2,121 1,825 2,049 2,149 1,881 2,067 1,184 1,498 1,266
Geometria 7
Método Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10

Fellenius 0,850 0,656 0,802 0,927 0,749 0,732 0,837 0,749 0,884 0,837
Bishop Simplificado 0,841 0,658 0,799 0,931 0,760 0,732 0,836 0,729 0,877 0,835
Janbu Simplificado 0,733 0,576 0,700 0,821 0,679 0,663 0,749 0,650 0,764 0,740
Spencer 0,863 0,667 0,812 0,942 0,764 0,740 0,842 0,742 0,894 0,845
Morgenstern e Price 0,858 0,668 0,812 0,948 0,763 0,735 0,841 0,740 0,897 0,845
Geometria 8
Método Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10

Fellenius 0,833 1,045 0,830 1,072 1,181 0,837 1,114 0,833 1,067 1,099
Bishop Simplificado 0,879 1,072 0,867 1,144 1,204 0,857 1,142 0,879 1,124 1,140
Janbu Simplificado 0,828 1,041 0,823 1,085 1,175 0,834 1,111 0,828 1,057 1,090
Spencer 0,872 1,067 0,862 1,136 1,200 0,853 1,143 0,872 1,118 1,136
Morgenstern e Price 0,872 1,067 0,861 1,138 1,198 0,854 1,140 0,874 1,115 1,135
Geometria 9
Método Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10

Fellenius 1,315 1,465 1,507 0,786 1,068 0,881 1,880 0,833 0,673 1,303
Bishop Simplificado 1,355 1,505 1,580 0,789 1,102 0,911 1,963 0,866 0,683 1,368
Janbu Simplificado 1,291 1,458 1,491 0,812 1,062 0,878 1,883 0,828 0,674 1,290
Spencer 1,368 1,500 1,574 0,800 1,099 0,906 1,952 0,859 0,687 1,362
Morgenstern e Price 1,372 1,502 1,577 0,807 1,097 0,905 1,956 0,861 0,693 1,365
Geometria 10
Método Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10

Fellenius 1,297 1,389 1,500 0,676 0,730 1,132 1,880 0,814 0,591 1,234
Bishop Simplificado 1,344 1,483 1,568 0,689 0,752 1,203 1,963 0,850 0,619 1,306
Janbu Simplificado 1,293 1,384 1,493 0,678 0,727 1,133 1,883 0,813 0,592 1,234
Spencer 1,343 1,474 1,566 0,682 0,746 1,200 1,952 0,843 0,612 1,301
Morgenstern e Price 1,340 1,473 1,566 0,690 0,746 1,197 1,956 0,843 0,611 1,301

45
Quadro A7 - Resultados da Geometria 1 à Geometria 5 obtidos no Programa RS2

Geometria 1
Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10
RS2 0,570 0,670 0,740 0,700 0,750 0,650 0,740 0,670 0,740 0,670
Método que mais aproxima Fellenius e Janbu S MG&P Fellenius Janbu S Janbu S Bishop S Janbu S Fellenius Fellenius Fellenius
Valor 0,585 0,682 0,729 0,707 0,816 0,741 0,756 0,652 0,731 0,651
Geometria 2
Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10

RS2 0,490 0,490 0,480 0,560 0,490 0,450 0,500 0,350 0,490 0,510
Método que mais aproxima Janbu S Janbu S Janbu S Fellenius e Janbu S Janbu S Fellenius Fellenius e Janbu S Janbu S Janbu S Fellenius e Janbu S
Valor 0,548 0,49 0,53 0,55 0,538 0,482 0,546 0,4 0,538 0,55
Geometria 3
Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10

RS2 0,430 0,490 0,450 0,490 0,490 0,490 0,490 0,490 0,470 0,370
Método que mais aproxima MG&P Bishop S Janbu S Fellenius Fellenius Bishop S Fellenius Spencer Fellenius Fellenius
Valor 0,426 0,496 0,474 0,491 0,502 0,517 0,511 0,486 0,49 0,376
Geometria 4
Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10

RS2 1,400 1,040 1,140 1,370 1,220 0,890 1,300 1,220 1,280 1,140
Método que mais aproxima Janbu S Bishop S Bishop S Fellenius e Janbu S Bishop S Spencer Fellenius MG&P Janbu S MG&P
Valor 1,471 1,035 1,085 1,461 1,173 0,893 1,285 1,222 1,431 1,12
Geometria 5
Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10

RS2 0,780 0,610 0,740 0,600 0,710 0,560 0,600 0,670 0,780 0,600
Método que mais aproxima Fellenius Fellenius e Janbu S Fellenius Janbu S Fellenius Bishop S Janbu S Fellenius e Janbu S Janbu S Janbu S
Valor 0,805 0,623 0,742 0,614 0,705 0,554 0,614 0,674 0,797 0,614
ANEXO IV – RESULTADOS OBTIDOS NO PROGRAMA RS2

46
Quadro A8 - Resultados da Geometria 6 à Geometria 10 obtidos no Programa RS2

Geometria 6
Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10
RS2 2,690 2,120 1,750 1,980 2,120 1,810 2,000 1,180 1,480 1,270
Método que mais aproxima Bishop S e Spencer Spencer e MG&P Janbu S Janbu S Fellenius Janbu S Janbu S MG&P MG&P Spencer
Valor 2,661 2,119; 2,121 1,774 2,013 2,114 1,838 2,004 1,184 1,498 1,269
Geometria 7
Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10

RS2 0,620 0,620 0,730 0,840 0,740 0,720 0,800 0,700 0,790 0,790
Método que mais aproxima Janbu S Fellenius Janbu S Janbu S Fellenius Fellenius e Bishop S Bishop S Bishop S Janbu S Bishop S
Valor 0,733 0,656 0,700 0,821 0,749 0,732 0,836 0,729 0,764 0,835
Geometria 8
Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10

RS2 0,860 1,050 0,860 1,140 1,200 0,920 1,200 0,890 1,200 1,200
Método que mais aproxima MG&P e Spencer Fellenius MG&P MG&P Spencer Bishop S Spencer Bishop S Bishop S Bishop S
Valor 0,872 1,045 0,861 1,138 1,2 0,857 1,143 0,879 1,124 1,14
Geometria 9
Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10

RS2 1,370 1,520 1,550 0,800 1,030 0,920 2,000 0,860 0,670 1,380
Método que mais aproxima MG&P e Spencer Bishop S Spencer Spencer Janbu S Bishop S Bishop S MG&P e Spencer Fellenius Bishop S
Valor 1,368 e 1,372 1,505 1,574 0,800 1,062 0,911 1,963 0,859 3 0,861 0,673 1,368
Geometria 10
Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10

RS2 1,340 1,500 1,570 0,680 0,740 1,200 2,000 0,840 0,600 1,300
Método que mais aproxima MG&P Bishop S Bishop S Janbu S e Spencer MG&P e Spencer Spencer Bishop S MG&P e Spencer Janbu S MG&P e Spencer
Valor 1,340 1,483 1,568 0,678 3 0,682 0,746 1,2 1,963 0,843 0,592 1,301

47
ANEXO V – PORCENTAGENS DE ERRO REFERENTES AOS AUTORES
QUE UTILIZAM O MÉTODO DO EQUILÍBRIO LIMITE EM RELAÇÃO AOS
RESULTADOS OBTIDOS NO RS2
Quadro A9 - Porcentagem de erro da Geometria 1 à Geometria 5
Geometria 1
Exemplo
Método Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9
10
Fellenius 2,632 4,030 1,486 1,714 9,600 10,769 2,568 2,687 1,216 2,836
Bishop Simplificado 10,702 2,836 4,324 8,571 15,067 1,200 6,133 6,133 4,933 5,867
Janbu Simplificado 2,632 4,328 2,703 1,000 8,800 2,000 0,800 13,333 2,800 13,333
Spencer 9,474 2,239 4,189 7,714 14,533 2,267 5,867 7,200 4,133 7,067
Morgenstern e Price 9,474 1,791 3,784 7,429 14,400 1,467 5,333 6,933 3,467 6,667
Geometria 2
Método Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10

Fellenius 12,041 0,408 10,625 1,786 10,204 7,111 9,200 14,571 10,204 7,843
Bishop Simplificado 19,388 7,755 17,292 3,036 17,755 10,000 13,400 22,286 17,755 13,137
Janbu Simplificado 11,837 0,000 10,417 1,786 9,796 7,333 9,200 14,286 9,796 7,843
Spencer 17,959 6,735 16,250 2,321 16,122 9,333 14,200 20,857 16,122 12,353
Morgenstern e Price 17,551 6,327 15,625 1,964 16,327 8,889 12,200 20,286 16,327 11,961
Geometria 3
Método Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10

Fellenius 5,349 7,551 6,000 0,204 2,449 7,347 4,286 5,918 4,255 1,622
Bishop Simplificado 1,163 1,224 7,556 3,878 7,959 5,510 4,490 3,469 12,128 9,459
Janbu Simplificado 4,884 5,918 5,333 0,408 2,653 10,612 4,490 3,878 5,957 3,243
Spencer 1,163 2,449 7,778 1,837 6,122 9,184 4,490 0,816 8,511 5,135
Morgenstern e Price 0,930 2,653 7,556 2,041 6,122 10,408 5,102 1,020 8,085 5,135
Geometria 4
Método Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10

Fellenius 5,571 5,192 19,912 6,642 7,787 2,697 1,154 10,902 12,109 17,018
Bishop Simplificado 8,357 0,481 4,825 11,022 3,852 1,236 2,077 0,820 13,359 5,088
Janbu Simplificado 5,071 5,673 18,509 6,642 8,443 3,596 2,077 5,574 11,797 17,281
Spencer 8,286 1,250 6,754 10,438 4,508 0,337 1,923 0,328 13,516 2,719
Morgenstern e Price 8,071 1,154 7,456 10,511 4,344 0,449 1,615 0,164 13,516 1,754
Geometria 5
Método Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10

Fellenius 3,205 2,131 0,270 2,833 0,704 3,214 2,833 0,597 2,692 2,833
Bishop Simplificado 6,154 5,410 0,946 7,833 4,507 1,071 12,333 7,761 7,179 7,833
Janbu Simplificado 4,615 2,131 0,676 2,333 1,690 3,214 2,333 0,597 2,179 2,333
Spencer 5,128 4,426 0,405 6,833 3,662 1,607 6,833 6,716 6,282 6,833
Morgenstern e Price 6,282 4,262 1,081 6,833 3,803 2,143 6,833 7,015 6,923 6,833

48
Quadro A10 - Porcentagem de erro da Geometria 6 à Geometria 10
Geometria 6
Método Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10

Fellenius 1,822 1,887 2,114 2,273 0,283 2,486 0,950 1,695 1,419 3,386
Bishop Simplificado 1,078 0,142 4,229 3,737 1,462 4,199 3,400 0,847 1,554 0,315
Janbu Simplificado 5,130 2,594 1,371 1,667 0,991 1,547 0,200 2,542 2,095 3,937
Spencer 1,078 0,047 4,000 3,586 1,415 3,867 3,350 0,508 1,284 0,079
Morgenstern e Price 1,152 0,047 4,286 3,485 1,368 3,923 3,350 0,339 1,216 0,315
Geometria 7
Método Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10

Fellenius 37,097 5,806 9,863 10,357 1,216 1,667 4,625 7,000 11,899 5,949
Bishop Simplificado 35,645 6,129 9,452 10,833 2,703 1,667 4,500 4,143 11,013 5,696
Janbu Simplificado 18,226 7,097 4,110 2,262 8,243 7,917 6,375 7,143 3,291 6,329
Spencer 39,194 7,581 11,233 12,143 3,243 2,778 5,250 6,000 13,165 6,962
Morgenstern e Price 38,387 7,742 11,233 12,857 3,108 2,083 5,125 5,714 13,544 6,962
Geometria 8
Método Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10

Fellenius 3,140 0,476 3,488 5,965 1,583 #VALOR! 7,167 6,404 11,083 8,417
Bishop Simplificado 2,209 2,095 0,814 0,351 0,333 6,848 4,833 1,236 6,333 5,000
Janbu Simplificado 3,721 0,857 4,302 4,825 2,083 9,348 7,417 6,966 11,917 9,167
Spencer 1,395 1,619 0,233 0,351 0,000 7,283 4,750 2,022 6,833 5,333
Morgenstern e Price 1,395 1,619 0,116 0,175 0,167 7,174 5,000 1,798 7,083 5,417
Geometria 9
Método Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10

Fellenius 4,015 3,618 2,774 1,750 3,689 4,239 6,000 3,140 0,448 5,580
Bishop Simplificado 1,095 0,987 1,935 1,375 6,990 0,978 1,850 0,698 1,940 0,870
Janbu Simplificado 5,766 4,079 3,806 1,500 3,107 4,565 5,850 3,721 0,597 6,522
Spencer 0,146 1,316 1,548 0,000 6,699 1,522 2,400 0,116 2,537 1,304
Morgenstern e Price 0,146 1,184 1,742 0,875 6,505 1,630 2,200 0,116 3,433 1,087
Geometria 10
Método Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10

Fellenius 3,209 7,400 4,459 0,588 1,351 5,667 6,000 3,095 1,500 5,077
Bishop Simplificado 0,299 1,133 0,127 1,324 1,622 0,250 1,850 1,190 3,167 0,462
Janbu Simplificado 3,507 7,733 4,904 0,294 1,757 5,583 5,850 3,214 1,333 5,077
Spencer 0,224 1,733 0,255 0,294 0,811 0,000 2,400 0,357 2,000 0,077
Morgenstern e Price 0,000 1,800 0,255 1,471 0,811 0,250 2,200 0,357 1,833 0,077

49
ANEXO VI – GRÁFICOS DE COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS
OBTIDOS NOS PROGRAMAS SLIDE 6.0 E RS2

Figura A1 - Comparação dos resultados para a Geometria 1

Figura A2 - Comparação dos resultados para a Geometria 2

50
Figura A3 - Comparação dos resultados para a Geometria 3

Figura A4 - Comparação dos resultados para a Geometria 4

51
Figura A5 - Comparação dos resultados para a Geometria 5

Figura A6 - Comparação dos resultados para a Geometria 6

52
Figura A7 - Comparação dos resultados para a Geometria 7

Figura A8 - Comparação dos resultados para a Geometria 8

53
Figura A9 - Comparação dos resultados para a Geometria 9

Figura A10 - Comparação dos resultados para a Geometria 10

54
ANEXO VII - ARTIGO DESTE TRABALHO NO FORMATO DA REVISTA
UNISCIENTIAE

ANÁLISE DE ESTABILIDADE DE TALUDES UTILIZANDO MÉTODOS DE


ELEMENTOS FINITOS E EQUILÍBRIO-LIMITE

SLOPE STABILITY ANALYSIS USING FINITE ELEMENT METHODS AND


LIMIT-EQUILIBRIUM

RESUMO: Em obras civis, a necessidade do estudo sobre estabilidade de taludes vem


ganhando força nos dias atuais, devido a fatores como, grande movimentação de terra, resultante da
abertura de novas áreas devido ao grande aumento populacional e, consequentemente, novas
construções. Desta forma, é correto fazer uma análise da estabilidade dos taludes e encostas onde
existe risco de ruptura. Obras como construções de barragens e conformações de geometrias,
operações de cavas em mineração também têm sido alvo de análises de estabilidade cada vez mais
necessárias mediante o porte destes empreendimentos. Juntamente com esta análise, realiza-se um
estudo prévio nos locais regulamentados para construção, apresentando os riscos de ruptura e,
posteriormente, soluções de estabilidade para evitar possíveis problemas futuros. Tais análises,
realizadas no passado utilizando ábacos, como os de Hoek e Bray (1981), Bishop e Morgenstern
(1960), entre outros, têm sido performadas cada vez mais por meio de programas computacionais
que trabalham com diferentes métodos para conseguir identificar o fator de segurança do problema
em análise. A partir dos resultados obtidos, é possível definir a melhor geometria para alcançar a
estabilidade, evitando o risco de ruptura. No presente trabalho, foi realizada a comparação entre as
análises realizadas utilizando dois diferentes métodos, sendo eles o método de equilíbrio limite
(MEL) e o método dos elementos finitos (MEF). Foram analisados 100 problemas, variando
geometria, posição de nível d’água e parâmetros de resistência. Cada problema, como taludes de
barragens apresentadas na literatura técnica e demais taludes terrosos construídos, foi analisado no
software Slide 6.0, utilizando o MEL, e no software RS2, que utiliza o MEF, sendo ambos da
Rocscience. Na utilização do MEF, foi utilizado o método da Redução da Resistência ao
Cisalhamento. A finalidade da pesquisa é realizar um levantamento, para cada problema analisado,
dos valores de fator de segurança pelos métodos que trabalham com superfícies circulares e não
circulares, abrangendo assim os de Bishop, Fellenius, Jambu, Morgenstern & Price e Spencer,
comparando-os com os fatores de redução da resistência ao cisalhamento fornecidos na análise de
elementos finitos. Das 100 análises realizadas em MEL, os mínimos FSs em análise variaram de
0,35 a 2,69. De acordo com os valores encontrados, foi possível concluir que os parâmetros que
diferenciam os métodos utilizados na análise de equilíbrio-limite não influenciaram de forma
significativa nos resultados.

55
Palavras-chave: estabilidade de taludes, método do equilíbrio-limite, método dos elementos
finitos.

ABSTRACT: In civil engineering works, the need for the slope stability study has been
gaining momentum these days, due to a factor such as the great movement of land, from the opening
of new areas due to the large population increase and, consequently, new buildings. In this way, it is
correct to make a stability analysis of the slopes where there is a risk of rupture. Works such as dam
constructions and slope conformations, mining operations has also been subject to stability analysis,
increasingly necessary due to the size of the enterprise. Together with this analysis, a preliminary
study is carried out at the sites for the constructions, presenting the risks of rupture and, later, stability
solutions to avoid possible future problems. These analyzes, done in the past using abacuses like
Hoek and Bray (1981), Bishop and Morgenstern (1960), among others, have been increasingly made
through computer programs that work with different methods to be able to identify the safety factor of
the problem under analysis. From the results obtained, it is possible to define the best geometry to
achieve stability, avoiding the risk of rupture. In the present work, a comparison was made between
the analyzes made using two different methods, being the Limit Equilibrium Method (LEM) and Finit
Elements Method (FEM). A hundred situations were analyzed, varying geometry, water level position
and resistance parameters. Each situation, like dam or slope presented in the technical literature,
werw analysed at software Slide 6.0, using the LEM, and at software RS2 (Phase 2) that uses the
FEM, both of Rocscience. In the use of FEM, it is done by reducing the shear strength. The purpose
of the survey is to conduct a survey, for each situation analyzed, of the values of safety factor by
methods that work with circular and non-circular surfaces, thus covering those of Bishop, Fellenius,
Jambu, Morgenstern & Price and Spencer, comparing them with the factors of reduction of the shear
strength provided in the analysis of elements finite. Of the 100 analyzes performed in MEL, the
minimum FSs under analysis ranged from 0.35 to 2.69. According to the values found, it was possible
to conclude that the parameters that differentiate the methods used in the equilibrium limit analysis
did not influence significantly in the results.
Keywords: slope stability, Limit equilibrium method, Finite element method.

1. INTRODUÇÃO
A necessidade do estudo sobre estabilidade de taludes vem ganhando força
nos dias atuais, pelo fato da grande movimentação de terra, resultante da abertura
de novas áreas, devido ao aumento populacional e, consequentemente, novas
construções. Como, na maioria das vezes, essas novas áreas são proporcionadas
de forma irregular, as encostas ficam sujeitas a ruptura, gerando riscos às vidas das
pessoas, perdas materiais, entre outros. Desta forma, uma das alternativas
encontradas é fazer uma análise da estabilidade dos taludes e encostas onde existe
risco de ruptura. Outro fato importante é realizar um estudo prévio nos locais
regulamentados para construção, apresentando os riscos de ruptura e,
posteriormente, soluções de estabilidade para evitar possíveis problemas futuros.
Uma das alternativas é utilizar métodos para realizar a análise da estabilidade
dos taludes, conseguindo encontrar a melhor geometria para alcançar a solução de
possíveis problemas, evitando o risco de ruptura. Os métodos existentes são
56
divididos em duas técnicas de análise: probabilístico e determinístico. Segundo
Dyminski (S.D, p10) a análise probabilística “requer conhecimento das distribuições
de probabilidade ou das funções de densidade de probabilidade das variáveis
aleatórias associadas ao problema”. Ainda segundo Dyminski (S.D, p11) as análises
determinísticas são “realizadas em função do fator ou coeficiente de segurança (F),
que por sua vez pode ter diversas definições”.
Atualmente, as análises de estabilidade de taludes são comumente realizadas
por métodos determinísticos (MAIA e SUAREZ, 2016, p.1).
As análises determinísticas envolvem os seguintes métodos:
Análise limite, que se baseia no uso de teorias de limite inferior e superior da
teoria da plasticidade.
Tensão-deformação, que envolve métodos numéricos, onde o mais comum é o
método dos elementos finitos (MEF).
Equilíbrio limite, onde engloba os chamados métodos tradicionais.
No presente trabalho, serão feitas análise e comparação de dois métodos de
análise determinística: método do equilíbrio limite e método dos elementos finitos.
O método do equilíbrio limite permite a determinação do fator de segurança do
talude, utilizando dados de propriedades em geral do talude, que são obtidas em
campo e laboratório. As análises determinam se o talude tem resistência suficiente
para suportar as tensões de cisalhamento que tendem a provocar o deslizamento.
Existem vários autores que utilizaram do método de equilíbrio limite para criar
formulações, sendo algumas mais rigorosas e precisas.
O método dos elementos finitos propõe que o talude seja dividido em pequenos
elementos, os quais passam a representar o domínio contínuo do problema. O
número infinito de variáveis desconhecidas é substituído por um número limitado de
elementos de comportamento bem definido. Os elementos podem apresentar formas
triangulares, quadrilaterais, entre outras, dependendo do tipo e dimensão do
problema. Os elementos são conectados entre si por nós. A precisão do método dos
elementos finitos depende da quantidade e tamanho dos elementos, onde quanto
menor for o tamanho e maior número de elementos, maior a precisão.
Segundo Hammah et al. (2005), uma das técnicas mais populares para realizar
a análise da estabilidade pelo método dos elementos finitos é a abordagem de
redução da resistência ao cisalhamento.

57
No presente trabalho, foram feitas análise e comparação de dois métodos de
análise determinística: método do equilíbrio limite e método dos elementos finitos.
Foram traçadas diferentes geometrias de talude, variando nível d’água,
inclinação e parâmetros de resistência. Essas geometrias foram lançadas no
programa Slide 6.0, que utiliza o método do equilíbrio limite, e no programa RS2,
ambos da Rocscience, que utiliza o método dos elementos finitos. Foram
comparados os fatores de segurança gerados pelos dois programas.
Este projeto teve como justificativa a necessidade de se comparar dois
métodos por meio de diferentes programas, mostrando a diferença entre eles, os
fatores que influenciam de forma positiva e negativa e, por fim, apresentar os
argumentos para a discussão dos resultados, implicando assim em uma possível
continuidade do trabalho por meio de outros graduandos de forma mais precisa.

2. MATERIAL E MÉTODO
A metodologia utilizada no presente projeto consta na análise de cem
diferentes geometrias, onde existe variação de características como inclinação,
parâmetros de resistência, e diferentes camadas em dois diferentes programas,
Slide 6.0 e RS2, que utilizam, respectivamente, o método do equilíbrio-limite e
método dos elementos finitos. A análise consiste na comparação dos resultados
encontrados nos dois programas citados.

2.1 Definição dos diferentes materiais utilizados


Inicialmente foram definidos onze materiais diferentes, onde foram estimados
parâmetros de resistência e propriedades-índices para cada um deles. Após,
utilizou-se a metodologia de Júnior (2007) para definir cada tipo de material, o
coeficiente de poisson e módulo de elasticidade de cada um.

2.2 Traçado das geometrias no programa Slide 6.0


Foram traçadas oito diferentes geometrias, admitindo para cada uma delas
diferentes inclinações e disposição das camadas. Cada uma das oito geometrias foi
variada dez vezes, alternando os onze materiais nas camadas. Logo,
contabilizaram-se oitenta geometrias traçadas. Seguindo esta etapa, foi traçada uma
geometria com camadas de materiais fixos e, em seguida, nesta mesma geometria

58
foi variada a inclinação do talude dez vezes, contabilizando noventa geometrias. Por
último, foram analisadas as mesmas dez geometrias citadas anteriormente, porém
com outros materiais que também foram fixados para todas as dez geometrias. Foi
dado um total de 100 geometrias estudadas. No Programa Slide 6.0, foram
verificados cinco diferentes fatores de segurança que correspondem às cinco
diferentes teorias que serão utilizadas no programa: Fellenius, Bishop Simplificado,
Janbu Simplificado, Spencer e Morgenstern & Price (Figura 1). A análise dos
resultados foi realizada sempre para ruptura circular e levando em consideração
sempre o menor valor de fator de segurança.

Figura 1 - Demonstração dos fatores de segurança gerados pelo Slide 6.0.

2.3 Análise das geometrias no programa RS2


Inicialmente era necessário importar a geometria do programa Slide 6.0, onde
a geometria era encaminhada com todas as propriedades admitidas anteriormente.
Em seguida, ao importar a geometria, era necessário informar ao programa
em quantos elementos a geometria seria dividida. Para as análises do presente
trabalho foi realizado um estudo de malhas que mostrou que uma malha com 10.000
elementos (Figura 2) era suficiente pra obter confiabilidade nos resultados
analisados.

59
Figura 2 - Demonstração da divisão da geometria realizada pelo RS2 por meio de nós.

Após interpretar o problema, o programa gerava diversas formas de ruptura


com seus respectivos fatores de segurança. Desta forma, encontrava-se a forma de
ruptura que mais se assemelhava à gerada no Slide 6.0. Para facilitar a pesquisa,
era possível transferir a linha de ruptura gerada no Slide 6.0 para o RS2 (Figura 3)
Quando a geometria já computada e interpretada não gerava uma forma de
ruptura semelhante à que era gerada no Slide 6.0, era necessário gerar uma malha
de Redução da Resistência ao Cisalhamento (Shear Strength Reduction Search
Área), que tem a função de forçar a ruptura na área delimitada pela malha.

Figura 3 - Superfície de ruptura gerada pelo RS2

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados encontrados nos dois programas serão apresentados nos
tópicos a seguir, demonstrando em quadros somente a referência da Geometria 1.

60
3.1 Fatores de Segurança Gerados no Slide 6.0
Os resultados referentes à Geometria 1 encontram-se no Quadro 1.

Quadro 1 - Resultados referentes à Geometria 1 obtidos no Slide 6.0


Geometria 1
Método Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10

Fellenius 0,585 0,643 0,729 0,712 0,822 0,720 0,759 0,652 0,731 0,651
Bishop Simplificado 0,631 0,689 0,772 0,760 0,863 0,741 0,796 0,704 0,787 0,706
Janbu Simplificado 0,585 0,641 0,720 0,707 0,816 0,735 0,756 0,650 0,729 0,650
Spencer 0,624 0,685 0,771 0,754 0,859 0,733 0,794 0,696 0,781 0,697
Morgenstern e Price 0,624 0,682 0,768 0,752 0,858 0,739 0,790 0,698 0,776 0,700
Geometria 2
Método Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10

Fellenius 0,549 0,492 0,531 0,550 0,540 0,482 0,546 0,401 0,540 0,550
3.2 Fatores0,585
de Segurança
Bishop Simplificado 0,528 0,563 Gerados
0,577 no
0,577RS2 0,495 0,567 0,428 0,577 0,577
Janbu Simplificado 0,548 0,490 0,530 0,550 0,538 0,483 0,546 0,400 0,538 0,550
Os resultados0,578
Spencer referentes
0,523 à 0,558
Geometria
0,573 1 encontram-se
0,569 0,492 no Quadro
0,571 0,423 2.0,569 0,573
Morgenstern e Price 0,576 0,521 0,555 0,571 0,570 0,490 0,561 0,421 0,570 0,571
Quadro 2 - Resultados referentes à Geometria 1 obtidos no RS2
Geometria 3
Método Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Geometria
Exemplo 4 1
Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10

Fellenius 0,407 0,453Exemplo0,477


1 Exemplo 20,502
0,491 Exemplo
0,526 3 0,511 Exemplo
0,461 4 0,490 Exemplo
0,3765
RS2
Bishop Simplificado 0,435 0,496 0,5700,484 0,5090,670 0,529 0,740
0,517 0,512 0,700
0,507 0,527 0,750
0,405
Janbu Simplificado 0,409 0,461 0,474 0,492 0,503 0,542 0,512 0,471 0,498 0,382
Método que mais aproxima Fellenius e Janbu S MG&P Fellenius Janbu S Janbu S
Spencer 0,425 0,478 0,485 0,499 0,520 0,535 0,512 0,486 0,510 0,389
Valor 0,585 0,682 0,729 0,707 0,816
Morgenstern e Price 0,426 0,477 0,484 0,500 0,520 0,541 0,515 0,485 0,508 0,389
Exemplo 6 Exemplo4 7
Geometria Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10
Método Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4 Exemplo 5 Exemplo 6 Exemplo 7 Exemplo 8 Exemplo 9 Exemplo 10
RS2 0,650 0,740 0,670 0,740 0,670
Fellenius 1,478 0,986 0,913 1,461 1,125 0,866 1,285 1,087 1,435 0,946
Método que mais aproxima Bishop S Janbu S Fellenius Fellenius Fellenius
Bishop Simplificado 1,517 1,035 1,085 1,521 1,173 0,901 1,327 1,23 1,451 1,082
Valor
Janbu Simplificado 1,471 0,981 0,7410,929 1,4610,756 1,117 0,652
0,858 1,273 0,731
1,152 1,431 0,651
0,943
Spencer 1,516 1,027 1,063 1,513 1,165 0,893 1,325 1,224 1,453 1,109
Morgenstern e Price 1,513 1,028 1,055 1,514 1,167 0,894 1,321 1,222 1,453 1,12
Geometria 5
3.3 Comparação
Método Exemplo 1 Exemploentre
2 Exemplo 3osExemplo
Fatores
4 Exemplo 5 de
Exemplo 6Segurança
Exemplo 7 Exemplo 8por
Exemplomeio de
9 Exemplo 10

Fellenius 0,805 0,623 0,742 0,617 0,705 0,542 0,617 0,674 0,801 0,617
Porcentagem
Bishop Simplificado
de Erro
0,828 0,643 0,747 0,647 0,742 0,554 0,674 0,722 0,836 0,647
Janbu Simplificado
A comparação inicial foi feita analisando a porcentagem de erro que 0,614
0,816 0,623 0,745 0,614
cada 0,698 0,542 0,614 0,674 0,797
Spencer 0,820 0,637 0,743 0,641 0,736 0,551 0,641 0,715 0,829 0,641

método obteve para


Morgenstern e Price 0,829
cada0,636geometria
0,748
analisada.
0,641 0,737
O valor
0,548
sempre
0,641
era encontrado
0,717 0,834 0,641
na
forma de absoluto. Esta análise foi feita de acordo com a fórmula apresentada a
seguir.

( )

Em seguida, calculou-se a porcentagem de erro total para cada um dos


métodos, fazendo a média simples de todas as porcentagens de erros calculadas.
Os resultados encontram-se no Quadro 3.

61
Quadro 3 - Porcentagens de erro referentes aos autores que utilizam do método do
equilíbrio limite
Porcentagem de Erro Total
Método %
Fellenius 5,229
Bishop Simplificado 5,495
Janbu Simplificado 5,206
Spencer 5,255
Morgenstern e Price 5,225

Constatou-se que os resultados foram satisfatórios, tomando em


consideração que uma média de 5% de erro é um valor pouco significativo.
Observou-se que a diferença dos resultados de um método pra outro foram
pequenos, o que significa que as atribuições que diferenciam os métodos não
influenciaram de forma expressiva nos resultados.

3.4 Comparação entre os Fatores de Segurança por meio de Gráficos


Foram confeccionados gráficos de todas as 10 diferentes geometrias, para
demonstrar que a variação dos resultados obtidos no Slide 6.0 para os resultados do
RS2 foi pouco significante. Os gráficos apresentados no presente artigo mostram as
Geometrias 1 e 9, a título de exemplo. Nota-se que na geometria 9 (Figura 4), a
variação dos valores de fator de segurança de um exemplo pra outro foi de grande
porte, porém, a proximidade dos resultados de ambos os programas foram mais
próximos, ao contrário da geometria 1 (Figura 3) onde a variação dos valores de
fator de segurança foi de menor porte, porém, a proximidade dos resultados de
ambos os programas foi menor. Isso prova que a disposição das camadas sendo
alteradas, porém mantendo sempre a mesma inclinação, mantém valores de fator de
segurança semelhantes para os 10 exemplos, porém, tem discrepância significativa
de um programa para outro. Ao contrário de se manter a mesma disposição das
camadas e alternar a inclinação do talude, onde os valores de fator de segurança
são alterados de forma considerável de um exemplo pra outro e, por outro lado, os
valores de um programa pra outro tem menor diferença.

62
Figura 3 - Comparação dos resultados para a Geometria 1

Figura 4 - Comparação dos resultados para a Geometria 9

4. CONCLUSÕES
De acordo com os valores encontrados, foi possível concluir que os
parâmetros que diferenciam os métodos utilizados na análise de equilíbrio-limite não
influenciaram de forma significativa nos resultados. Por outro lado, a utilização do
método do equilíbrio limite se dá de forma simples e rápida, o que motiva uma maior
aplicação para análises de estabilidade.
No presente trabalho o método dos elementos finitos demonstrou grande
semelhança aos resultados obtidos pelo método do equilíbrio limite. No entanto, a
demanda de tempo utilizada para uma análise mais precisa é um fator de grande
importância quando se trata de rendimento. Logo, para a análise realizada no
63
presente trabalho, tomando em consideração que os resultados foram satisfatórios,
o método do equilíbrio limite, por meio do programa Slide 6.0, por ser mais simples e
rápido, se aplica de forma mais eficiente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DYMINSKI, Andréa Sell. Noções de Estabilidade de Taludes e


Contenções. Notas de Aula - Estabilidade de Taludes, Universidade Federal do
Paraná UFPR, 28p.

Hammah, R.E, Yacoub, T.E. and Corkum, B.C. (2005) The Shear Strength
Reduction Method for the Generalized Hoek-Brown Criterion. In. 40th U.S.
Symposium on Rock Mechanics (USRMS): Rock Mechanics for Energy, Mineral and
Infrastructure Development in the Northern Regions, held in Anchorage, Alaska,
June 25-29.

MAIA, Fabiane Cunha; SUAREZ, Priscila Ribeiro Diaz. Análise


Probabilística da Estabilidade de Taludes. 2016. 25f. Artigo para obtenção de
título de Bacharel (Engenharia Civil) – Universidade Católica de Brasília, Brasília

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