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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA

BAHIA.

CURSO TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES INTEGRADO AO ENSINO MÉDIO

ANA LUÍZA SOARES ROBADEL


CAROLINE SOUZA DOS SANTOS
EMILLY SANTOS DE OLIVEIRA
GUSTAVO HENRIQUE MARINHO MATOS
KALEBE SANTOS ASSIS

ATIVIDADE AVALIATIVA DE QUÍMICA


Produção da amônia

Eunápolis/BA
2023
ANA LUÍZA SOARES ROBADEL
CAROLINE SOUZA DOS SANTOS
EMILLY SANTOS DE OLIVEIRA
GUSTAVO HENRIQUE MARINHO MATOS
KALEBE SANTOS ASSIS

ATIVIDADE AVALIATIVA DE QUÍMICA


Produção da amônia

Pesquisa apresentada para a matéria de


Química, do curso técnico em edificações integrado ao
ensino médio, turma ED-31 do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia, campus
Eunápolis, como requisito parcial de avaliação.

Eunápolis/BA
2023
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A amônia é um composto químico constituído por um átomo de nitrogênio e três


átomos de hidrogênio, representado pela fórmula NH3. É um gás incolor, solúvel em
água e com um odor pungente. É um dos compostos químicos mais importantes na
indústria química. É utilizado principalmente na produção de fertilizantes nitrogenados,
mas também tem uma ampla gama de outras aplicações industriais, como na
produção de explosivos, refrigerantes, produtos de limpeza, entre outros.
A amônia é produzida naturalmente por processos biológicos, como a
decomposição de matéria orgânica por bactérias e a atividade metabólica de animais.
Por exemplo, a amônia é um subproduto do metabolismo de proteínas e aminoácidos
em animais, e é excretada na forma de ureia em mamíferos e como amônia em peixes.
A história da amônia remonta ao século XVIII, quando o químico sueco Carl Wilhelm
Scheele descobriu o gás a partir da destilação seca de sal de amônia. Joseph
Priestley, químico francês, obteve a amônia em 1777 pela reação do hidróxido de
cálcio com amoníaco, enquanto o alemão Johann Heinrich Pott descobriu que a
amônia era um produto da decomposição da uréia.
Fritz Haber (1868-1934) foi um químico alemão que contribuiu significativamente
para o desenvolvimento do processo de produção em grande escala de amônia. Em
1909, o processo Haber-Bosch foi desenvolvido para sintetizar amônia industrialmente
a partir de nitrogênio e hidrogênio, tornando-se um dos principais processos da
indústria química utilizado até hoje. Durante a Primeira Guerra Mundial, ele
desenvolveu o gás cloro para uso como arma química. Ele também supervisionou o
uso de gás venenoso pelo exército alemão na guerra. Após a guerra, ele foi
condenado por crimes de guerra, embora tenha recebido o Prêmio Nobel de Química
em 1918 pelo seu trabalho na produção de amônia.
Em busca de uma saída, Haber desenvolveu um processo de síntese. Esse
processo de síntese da amônia consiste em combinar nitrogênio e hidrogênio para
formar amônia, usando catalisadores e condições específicas de temperatura e
pressão.
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Inicialmente, o hidrogênio é produzido a partir de gás natural ou outros combustíveis


fósseis, enquanto o nitrogênio é obtido diretamente do ar atmosférico. Esses dois
elementos são, então, combinados em um reator de síntese, preenchido com
catalisadores de ferro, alumínio e potássio. A reação ocorre em altas temperaturas e
pressões, entre 400 e 550°C e cerca de 200 atmosferas.
Durante a reação química, ocorre a liberação de calor, que é removido
continuamente para evitar que a temperatura se eleve demasiadamente e cause
problemas na reação. A amônia produzida na reação é então resfriada e condensada
para formar um líquido, que é separado dos gases não reagidos (hidrogênio e
nitrogênio) por meio de processos de separação, como a liquefação fracionada.
A reação da amônia com oxigênio catalisada pela platina é conhecida como
processo Ostwald. Nesse processo, a amônia é oxidada em presença de um
catalisador de platina para produzir óxido nítrico (NO) e água.
A equação química da reação é a seguinte:

4NH3 + 5O2 → 4NO + 6H2O

O óxido nítrico é então convertido em ácido nítrico por meio de uma série de
reações adicionais, sendo a mais comum a oxidação catalítica do NO a dióxido de
nitrogênio (NO2) e, em seguida, sua reação com água para formar ácido nítrico:

2NO + O2 → 2NO2
3NO2 + H2O → 2HNO3 + NO
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Carl Bosch (1874-1940) foi o responsável por levar o processo de produção de


ácido nítrico a partir da amônia para um nível industrial. Para isso, ele desenvolveu
um reator de alta pressão capaz de suportar as condições necessárias para a reação
entre hidrogênio e nitrogênio, que resultava na síntese da amônia. O processo Haber-
Bosch é baseado na reação entre hidrogênio e nitrogênio sob alta pressão e
temperatura em presença de um catalisador de ferro, que produz amônia, utilizada
para a produção de fertilizantes nitrogenados.
Após o sucesso do processo Haber-Bosch, Bosch trabalhou na adaptação do
processo para a produção em escala industrial de outros produtos químicos, incluindo
ácido nítrico. Ele foi capaz de construir um reator de alta pressão capaz de converter
óxido nítrico em ácido nítrico, usando o processo de oxidação catalítica descrito
anteriormente. Graças ao processo Haber-Bosch e suas adaptações, a produção em
larga escala de amônia e outros produtos químicos derivados de nitrogênio, como o
ácido nítrico, tornou-se possível. Esses avanços foram fundamentais para o
desenvolvimento da indústria química moderna.
Sendo assim, a amônia ainda é amplamente utilizada nos dias de hoje,
principalmente na produção de fertilizantes nitrogenados, que são essenciais para a
agricultura moderna. A amônia é um ingrediente chave na produção de nitrogênio
sintético, que é utilizado como fertilizante para aumentar a produtividade agrícola.
Além disso, a amônia é utilizada na produção de vários produtos químicos, como
explosivos, plásticos, resinas e fibras sintéticas. Ela também é usada como
refrigerante em sistemas de refrigeração e ar condicionado, devido às suas
propriedades de refrigeração eficientes.

A reação de síntese da amônia é reversível, logo, em um dado momento a reação


atinge o estágio de equilíbrio químico, onde a concentração de produtos e reagentes
permanece constante, o que não é interessante para o objetivo em questão.
Segundo Henry Louis Le Chatelier: “Quando um fator externo age sobre um sistema
em equilíbrio, este se desloca, sempre no sentido de minimizar a ação do fator
aplicado.” Assim é possível deslocar o equilíbrio químico através de influencias no
sistema da reação. Na reação de obtenção da amônia são usados 2 fatores:
temperatura e pressão.
A reação de formação da amônia é exotérmica, logo, altas temperaturas favorecem
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a reação inversa onde a amônia é convertida nos gases nitrogênio e hidrogênio. Por
outro lado, se a temperatura foi muito baixa o número de choques efetivos também
seria muito baixo. É necessário que a temperatura do sistema seja controlada e
permaneça entre 400º e 500º C.
Os produtos da reação têm proporção de 4 mols de reagentes para 2 mols de
produto. Pressões mais altas fazem com que as moléculas dos reagentes fiquem mais
próxima, essa contração de volume favorece a formação da amônia. Industrialmente
são usadas pressões de 200 e 1000 atm.
A produção de amônia sintética é um processo importante na indústria química,
uma vez que a amônia é utilizada em várias aplicações, como fertilizantes, explosivos
e produtos químicos diversos. Para que ocorra a síntese da amônia, é necessário ter
nitrogênio e hidrogênio na proporção volumétrica correta de 1:3. O nitrogênio é obtido
diretamente por meio da destilação fracionada do ar líquido, o que é uma opção viável,
uma vez que o ar é abundante em nosso planeta. Já o hidrogênio pode ser produzido
a partir de várias fontes. Uma delas é a água, através da reação com carvão que
resulta na produção de CO e H2. No entanto, esse processo pode gerar impurezas
que precisam ser eliminadas para garantir um processo de síntese de amônia sem
falhas. Outra opção é a eletrólise do cloreto de sódio em meio aquoso ou o
craqueamento do metano.
Independentemente da fonte de hidrogênio escolhida, é essencial que o processo
conte com equipamentos adequados para a produção do gás. Além disso, a presença
de catalisadores é fundamental para acelerar a reação química e obter um bom
rendimento na produção de amônia, com a menor temperatura possível. O catalisador
mais comum é o ferro metálico com traços de óxidos de magnésio, zircônio, titânio e
crômio.
Na indústria química, é comum encontrar uma instalação industrial para a produção
de amônia, que conta com equipamentos para a produção de hidrogênio e amônia.
Essa instalação envolve diversos processos, desde a obtenção das matérias-primas
até a síntese da amônia. Por isso, é importante que todos os procedimentos sejam
conduzidos de maneira segura e eficiente, para garantir a qualidade do produto final
e a segurança dos trabalhadores envolvidos.

Os processos industriais para a produção de amônia sintética se dividem em três


grupos de acordo a pressão empregada:
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• Fauser - pressão de 200 ATM a 350 ATM com rendimento de 15% a 20%
• Casaler - Pressão de 600 ATM e rendimento de 15% a 20%
• Claude - pressão de 1.000 ATM ou mais e rendimento de 80%

A preparação da amônia pode se distinguir de três formas distintas independente


do processo utilizado, que são: compressão dos gases, síntese e separação da
amônia formada. A produção alcança de 40 a 60 toneladas diárias, 24 horas o ano.
Com exceção da manutenção de equipamentos e renovação do catalisador feita uma
vez no ano.
As torres de síntese da amônia são colunas de 18 m longas e finas. conforme o
processo de fabricação o seu formato pode variar um pouco, porém, em todas elas
contém um catalisador no interior sob a forma de barra cilíndricas para aumentar a
velocidade da reação.

As torres possuem também um dispositivo elétrico


para aquecer os gases e controlar a temperatura além
de um trocador de calor onde os gases aquecidos
transmite calor aos gases mais frios que são
continuamente injetados na torre. Assim a mistura de
nitrogênio e hidrogênio entra no tubo de síntese onde é
aquecida e segue ao longo da torre de modo a passar
através do catalisador para ocorrer a síntese da
amônia.

A mistura de nitrogênio-hidrogênio entra no compressador A, onde é submetida a


pressão. em B, a mistura é filtrada a passar para o injetor C, que envia a mistura para
a torre de síntese D. Os gases são refrigerados por meio de água em E.
Já que a pressão é alta, esse resfriamento é suficiente para liquefazer amônia que
é recolhida no recipiente F.
Parte do nitrogênio hidrogênio que não foram convertidos em amônia retornam ao
ponto de partida para o novo ciclo. Do recipiente de alta pressão F, a amônia líquida
passa para o recipiente de baixa pressão G.
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Nessa passagem libertam-se o nitrogênio e o hidrogênio que estavam dissolvidos


na amônia líquida, e com parte da amônia e fase gasosa, são enviados ao compressor
A, depois de passarem pela torre H, onde a amônia gasosa é recolhida.

Sendo assim, a produção de amônia está intimamente ligada ao equilíbrio químico


da reação de síntese da amônia (NH3). Essa reação é representada pela equação
química: N2(g) + 3H2(g) ⇌ 2NH3(g). O equilíbrio químico é atingido quando as
velocidades das reações direta e inversa são iguais, e as concentrações de reagentes
e produtos permanecem constantes.
O equilíbrio químico pode ser influenciado por fatores como a concentração dos
reagentes, a pressão e a temperatura, e esses fatores podem afetar a produção de
amônia. Por exemplo, se a concentração de um dos reagentes for aumentada, o
equilíbrio será deslocado para a direita, aumentando a produção de amônia. Da
mesma forma, se a pressão for aumentada, o equilíbrio será deslocado para o lado
com menor número de mols de gás, que, nesse caso, é a direita, aumentando a
produção de amônia.
No entanto, se a concentração de amônia for aumentada, o equilíbrio será
deslocado para a esquerda, diminuindo a produção de amônia. Além disso, um
aumento de temperatura favorece a reação endotérmica, que absorve calor, e,
portanto, o equilíbrio será deslocado para a direita, aumentando a produção de
amônia para compensar a perda de calor.
Em resumo, o conteúdo de equilíbrio químico é crucial para a produção de amônia,
pois influencia a concentração dos reagentes e produtos, bem como a pressão e
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temperatura, que afetam a posição do equilíbrio e, consequentemente, a quantidade


de amônia produzida.
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REFERÊNCIAS

Chagas, A. P. (2007). A síntese da amônia: alguns aspectos históricos. Quimica


nova, 30(1), 240–247. https://doi.org/10.1590/S0100-40422007000100039

nítrico-HNO, Á., Nh, N. . F. e., & Na, N. O. ([s.d.]). Nitrogênio  matéria-prima


para diversos produtos inorgânicos: Usp.br. Recuperado 10 de abril de 2023,
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https://sistemas.eel.usp.br/docentes/arquivos/5840581/282/Apres%2002.pd
f

O que é síntese de amônia? (2022, outubro 17). Usiquimica; Usiquímica do Brasil.


https://usiquimica.com.br/blog/o-que-e-sintese-de-amonia/

Obtenção da Amônia: processo de Haber-Bosch. ([s.d.]). Brasil Escola. Recuperado


10 de abril de 2023, de https://brasilescola.uol.com.br/quimica/obtencao-
amonia-processo-haberbosch.htm

([S.d.]). Com.br. Recuperado 10 de abril de 2023, de


http://www.ceepcuritiba.com.br/wp-content/uploads/2019/04/Amonia.pdf

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