Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
De fato, os HCFCs ainda não foram eliminados por causa de pressão dos EUA e de países
em desenvolvimento, os quais ainda não estão preparados para uma alteração mais
radical. Nos países europeus, no entanto, independente do protocolo de Montreal, os
HCFCs também já foram eliminados.
Surgiram então os HFCs (ex. R-134a, e os “blends” R-404A, R-407C, R-410A, etc.), os quais
não destroem a camada de ozônio. Porém já enfrentam uma outra grande polêmica que
é o Efeito Estufa (“Greenhouse Effect”) e ainda sofrem pressão das correntes ecológicas
“Verdes”, uma vez que são produtos químicos com efeitos não totalmente conhecidos
para a natureza.
Diante deste quadro, a amônia, juntamente com os hidrocarbonetos, o dióxido de carbono
e até mesmo a água ganham força e passam a ser chamados de refrigerantes naturais
(porque existem naturalmente no planeta), sendo os países europeus os seus maiores
defensores. De fato, muita pesquisa e desenvolvimento tem acontecido e até projetos
reais, os quais além de utilizarem refrigerantes naturais, se propõe a reduzir o consumo
de energia, fator importante no problema do Efeito Estufa, uma vez que na maioria dos
países do hemisfério norte, a energia elétrica é obtida principalmente das usinas de
carvão, o qual é o principal agente contribuinte (em termos de quantidade liberada) para
o aquecimento do globo.
Considerando ainda que durante todo este século a amônia nunca deixou de ser utilizada,
ela apresenta uma grande vantagem, uma vez que houve um alto desenvolvimento
tecnológico no sentido de diminuir a sua carga em instalações e garantir operações
eficientes e seguras. Ao longo desse tempo houve também uma ênfase em estabelecer
cuidados com a operação de uma instalação de amônia e o seu manuseio.
O crescimento da utilização da amônia como refrigerante desde então pode ser verificado
nos quadros abaixo:
100%
HCs /
90%
HFCs
80%
CFCs /
70%
60%
50%
R-717 -
40%
30%
20%
10% R-717 -
0%
1992 1996 2000 2004 2010 2020
2. Características da Amônia
Amônia (NH3 – R-717), na CNTP (Condição Normal de Temperatura e Pressão) se
apresenta como um gás incolor, mais leve que o ar (apenas 9 gases na atmosfera são mais
leves que o ar, sendo a Amônia o 5º) e possui um odor muito forte, que é facilmente
perceptível, mesmo em concentrações muito pequenas no ar (desde 5 ppm).
2.5. Inflamabilidade
A Amônia é considerada um fluido inflamável, porém em uma faixa muito restrita. Os
limites de inflamabilidade da Amônia na pressão atmosférica são 15-16% (Limite Inferior)
e 25-28% (Limite Superior) em volume no ar, com ponto de ignição de 651ºC. Esses limites
associados ao baixo calor de combustão, reduzem em muito o potencial de
inflamabilidade da Amônia. Conforme o ANSI/ASHRAE 34-2007 a Amônia é
classificada como um fluido do Grupo B2 (alta toxicidade e baixa inflamabilidade).
Quando a sala de máquinas atende os requisitos de ventilação do ANSI/ASHRAE
15-2007 e da NBR 16069 (Seções 8.11 e 8.12) ou do ANSI/IIAR 2-2008 (Section 13.2), esta
não será classificada como área explosiva (conforme Zona 2, Grupo IIA da NBR IEC
60079-10 ou Classe I, Grupo D, Divisão 2 do NFPA 70-2002)
14.0
T = 25ºC
T = 65.5ºC
12.0
Concentração de Vapor D'Água (% v/v)
T = 79.5ºC
10.0
NÃO FLAMÁVEL
8.0
6.0
4.0 FLAMÁVEL
2.0
0.0
15.0 17.0 19.0 21.0 23.0 25.0 27.0 29.0 31.0
Como primeira medida num eventual combate a incêndio deve-se interromper o fluxo
de gás. Água poderá ser utilizada para manter resfriadas as partes da instalação e
equipamentos de estocagem, porém apenas através de jatos de mangueiras de incêndio.
A água deverá ser utilizada apenas em casos de vazamento de vapor ou para dispersão
final de “poças” de amônia no solo. Não se deve utilizar água para dispersão de
vazamento de líquido nem nas áreas onde haja tanques (diques) de contenção com
amônia líquida.
A NBR 16069 (item 8.12j) estabelece ainda que em sistemas que utilizam Amônia como
fluido frigorífico não se devem utilizar dispositivos de proteção contra incêndio com
chuveiros do tipo “sprinkler” com acionamento automático. Caso requerido, o controle
para acionamento destes dispositivos deve ser manual remoto e localizado do lado de
fora da sala de máquinas. Não se deve acionar estes dispositivos em caso de vazamento
de amônia líquida na sala de máquinas.
2.6. Toxicidade
Tanto a amônia gasosa como a líquida são produtos extremamente irritantes. O odor
agressivo provocado pela amônia é uma característica significativa. Devido à grande
facilidade em se dissolver na água, a amônia acaba se impregnando na pele, na mucosa
das narinas, na garganta e nos olhos. Isto provoca uma irritação muito forte e por reflexo
condicionado os olhos se fecham e fica difícil a respiração.
Amônia líquida ou o gás a baixa temperatura podem causar fortes queimaduras na pele
caso não haja nenhuma proteção. Também a solução aqua-amônia pode provocar
queimaduras devido ao pH alto da solução, portanto, após uma purga de amônia em um
tanque com água, deve-se tomar muito cuidado com o esvaziamento do mesmo.
Normalmente seu odor característico e desagradável propicia amplo aviso antes que
qualquer condição perigosa exista. Pode ser detectada pelo olfato humano já a partir de
10 ppm, mas os operadores de plantas acabam se acostumando com concentrações de até
100 ppm sem efeitos desagradáveis.
Onde:
STEL: Valor máximo para período curto de exposição (Short Term Exposure
Limit) ao qual os trabalhadores podem ser expostos por um periodo de até
15 min contínuos, sem sofrer irrítação, alteração crônica ou irreversível de
tecidos, ou narcose.
IDLH: Limite de exposição sem risco de vida ou danos à saúde (Immediately
Dangerous to Life and Health) ao qual os trabalhadores podem ser expostos
por um periodo de até 30 min contínuos sem risco de vida ou efeitos
permanentes à saúde.
50
Danos Letais (%)
40
30
20
10
0
0 5000 10000 15000 20000
3
Concentração (mg/m )
Gráfico 02 - Curva Probit de letalidade em função da concentração de amônia para um tempo de exposição
de 3 minutos.
90
80
Danos Letais (%)
70
60
50
40
30
20
10
0
0 5000 10000 15000 20000
3
Concentração (mg/m )
Gráfico 03 - Curva Probit de letalidade em função da concentração de amônia para um tempo de exposição
de 10 minutos.
90
80
Danos Letais (%)
70
60
50
40
30
20
10
0
0 5000 10000 15000 20000
3
Concentração (mg/m )
Gráfico 04 - Curva Probit de letalidade em função da concentração de amônia para um tempo de exposição
de 30 minutos.
2.7. Reatividade
A Amônia é uma base muito forte e reage com ácidos e gases ácidos para formar sais
amoniacais. O calor resultante dessa neutralização é considerável, e as reações podem se
tornar violentas, requerendo meios imediatos de resfriamento.
O cobre e todas as suas ligas, e zinco e cádmio são prontamente atacadas pela Amônia. A
Amônia, bem como diversos outros compostos nitrados causam grave corrosão sob
tensão no cobre e em todas as ligas a base de cobre, que devem portanto serem evitadas
para o contato com qualquer fluido contendo mesmo ínfimas quantidades de amônia.
A Amônia anidra também pode causar corrosão sob tensão no aço-carbono, portanto, é
requerido o uso de chapas de aço carbono adequadas para sistemas de refrigeração com
Amônia. Em qualquer caso, a contaminação com ar, óleos, dióxido de carbono, etc, agrava
sensivelmente o problema; em compensação, a adição de pequena quantidade de água
inibe a corrosão sob tensão.
De acordo com o ANSI/ASME Standard B31.5 - 2006, é proibido o uso de tubos com
costura em sistemas de refrigeração com Amônia, incluindo toda tubulação e serpentinas
ou tubos de trocadores de calor.
2.8. Compatibilidade
Amônia reage com uma grande quantidade de substâncias, sendo incompatível com
cobre, zinco e ligas de cobre uma vez que ocorre corrosão. Amônia é compatível com
alumínio, aço carbono, aço inox, ferro-fundido. Em algumas ligas de aço pode haver
trincas de corrosão por stress caso a amônia seja totalmente anidra. A presença de 0.2%
de água pode evitar esta corrosão.
Amônia é solúvel em água, álcool, éter e vários outros solventes orgânicos. É
praticamente não miscível com quase todos os óleos lubrificantes, apesar de arrastar o
óleo (por velocidade) na tubulação do circuito frigorífico (Óleos PAG – com base
Poliglicol – são miscíveis com amônia).
Amônia possui vários graus de compatibilidade com elastômeros que são utilizados
como juntas de vedação e assentos de válvulas. A seguir uma tabela que apresenta a
compatibilidade e limitações da amônia com alguns elastômeros.
Material Compatibilidade
Borracha Natural Não recomendável.
Neoprene Aceitável. Faixa de temperaturas de operação : -40ºC a 80ºC.
Borracha Nitrílica Não recomendável.
Etileno-Propileno Aceitável. Faixa de temperaturas de operação : -40ºC a 150ºC.
Poliuretano Não recomendável.
Borracha Butílica Aceitável. Faixa de temperaturas de operação : -30ºC a 150ºC.
Silicone Não recomendável a baixas temperaturas.
Teflon Altamente compatível e recomendável para o assento das
válvulas em toda faixa de operação do teflon.
Viton Não recomendável.
3. Amônia x Halogenados
Como já mencionado, devido ao problema da destruição da camada de ozônio e do efeito
estufa, a amônia volta a ser considerada uma alternativa vantajosa em muitas aplicações
onde antes só eram utilizados refrigerantes halogenados (CFCs e HCFCs). Os novos
HFCs ainda não atendem todas as aplicações cobertas principalmente pelo R-22 e pelo R-
502, sem contar que possuem valores de GWP muito altos (Global Warming Potential –
Potencial de Aquecimento Global) e sua utilização ainda é questionada por não serem
totalmente conhecidos. Alguns acreditam que serão uma alternativa intermediária (para
os próximos 50 anos no máximo) e que portanto devem ser evitados sempre quando
possíveis.
Aspectos Ambientais:
A teoria da destruição da camada de ozônio, que gerou toda essa alteração de
refrigerantes no mercado, pode ser resumida através das equações básicas das reações
químicas como descritas abaixo (equação do R-11) :
C–F–(Cl)3 C-F-Cl2 + Cl
Radiação UV +IV
Cada molécula de cloro livre da reação inicial pode reagir milhares de vezes com o ozônio
antes de se tornar menos reativo e esse ciclo poder durar centenas de anos.
Cl + O3 ClO + O2
ClO + O Cl + O2
A radiação solar atinge a atmosfera através de radiação ultravioleta entre outras.
Considerando que as formas de energia são basicamente transformadas em calor, a
radiação será refletida da superfície da terra como radiação infravermelho juntamente
com o calor gerado pela atividade humana. No entanto, o CO2, o Metano (CH4), os CFCs,
HCFCs, e também HFCs liberados para a atmosfera formam um escudo que bloqueia a
emissão da radiação para o universo provocando o aquecimento do globo, o chamado
efeito estufa.
Pode-se observar claramente que a amônia, além de ser um refrigerante natural, tem uma
grande vantagem sobre os halogenados, por ser um dos poucos refrigerantes que
possuem GWP=0 e como já mencionado, possui um dos menores TEWI. Portanto,
considerando aspectos ambientais globais, amônia é um dos melhores refrigerantes.
Vale ainda observar que até agora não existe uma legislação sobre a utilização, operação
e requisitos de segurança de um sistema de refrigeração (existe uma resistência até por
parte de órgãos fiscalizadores quanto a sistemas com amônia). Porém, lembrando-se que
os halogenados são mais pesados que o ar, e que existem várias instalações espalhadas
no Brasil em edifícios comerciais e shopping centers que se localizam em áreas fechadas
e operadas por pessoas que desconhecem os efeitos da toxicidade dos halogenados, tais
instalações muitas vezes possuem um potencial de risco maior do que instalações de
amônia localizadas em locais abertos e com vários sistemas de segurança.
Características de Operação:
Várias são as diferenças entre um sistema com amônia e um sistema operando com
halogenados. Seja comparando instalações, ou equipamentos compactos pode-se
salientar vários aspectos :
Como já referido, a amônia não é miscível com o óleo (exceto PAG). Normalmente
isto é uma vantagem para a amônia, uma vez que com os halogenados, os óleos têm
comportamentos que ora são miscíveis, ora não, ou ainda parcialmente miscíveis. Por
isso, o tratamento do problema é diferente. Além do aspecto do retorno do óleo, o
separador de óleo (principalmente em sistemas com compressores parafusos) é bem
mais eficiente (sendo normalmente de menor tamanho) e quanto mais baixa for a
temperatura de descarga, menor é o arraste do óleo para o sistema, enquanto que na
maioria dos HFCs é necessário se utilizar um óleo mais viscoso e provocar uma
temperatura de descarga mais alta para diminuir a solubilidade do óleo no
refrigerante para se obter uma melhor separação. Com isso verifica-se que o resfriador
de óleo em sistemas com HFCs é menor do que em sistemas com amônia.
Os separadores de líquido são cerca de 30% a 40% menores em sistemas com amônia
quando comparados com os halogenados.
As rotações máximas para compressores recíprocos são mais altas com amônia,
normalmente 1500 rpm, contra 1200 rpm para os halogenados.
Desempenho:
Coeficientes de Transferência (10,11):
1.000 R-
0.950
R-22
0.900
COP (%)
0.850
R-
0.800
R-
0.750
0.700
-35.0 -30.0 -25.0 -20.0 -15.0 -10.0 -5.0 0.0 5.0
Gráfico 03 – COP relativo à amônia (%) em compressores parafusos com Tcd = 35ºC
Abaixo de –20ºC foi utilizado sistema com economiser (11)
60
50
40
DESVIO RELAC. R-22 (%)
30
20
R-717
10
R-404a
0
R-410a
-10
R-134a
-20
-30
-40
-50
1 2 3 4
4.1.3. Ciclo de Duplo Estágio com Sistema de Circulação por Bomba nos
Evaporadores de Baixa Pressão
Compressores
4.1.4. Introdução
Deverá ser verificada a configuração que melhor atenda aos requisitos da instalação e
que apresente o melhor COP (Coeficiente de Performance). Em todos os casos, é
importante uma análise comparativa de performance entre as possíveis soluções.
Onde:
Qev = Capacidade Frigorífica do Sistema (em kW)
Wcp = Consumo de Potência do Compressor (em kW)
Simples Estágio
Quando a compressão é efetuada em uma etapa, o compressor é denominado de simples
estágio, conforme verificado na figura a seguir:
Duplo Estágio
Quando a razão de compressão é alta (temperatura de evaporação baixa), a eficiência do
compressor diminui, ou seja, consome muita energia para uma potência frigorífica
pequena. Para evitar que isto aconteça, trabalha-se com um ciclo de duplo estágio. O ciclo
duplo estágio caracteriza-se pela compressão em duas etapas, possuindo uma
determinada quantidade de cilindros em baixa pressão e outros em alta pressão. Desta
forma, a descarga dos gases da primeira etapa de compressão, é novamente succionada
e comprimida na segunda etapa de compressão.
• Injeção de líquido
• Resfriador intermediário do tipo aberto ou fechado.
DV = ( x D2) x C x RPM x 60
4
sucção;
compressão;
descarga.
Sucção
Quando os rotores giram, os espaços entre os lóbulos se abrem e aumentam de volume.
O gás então é puxado através da entrada e preenche o espaço entre os lóbulos, como na
Figura 09. Quando os espaços entre os lóbulos alcançam o volume máximo, a entrada é
fechada.
Figura 09 - Sucção.
Compressão
Como os rotores continuam a girar, o volume dos espaços entre os lóbulos diminui, como
na Figura 10. O gás permanece confinado nesses espaços e a pressão aumenta.
Descarga
Quando os rotores estão na posição g da Figura 10, o gás armazenado entre os lóbulos
alcança a região de descarga e esta é iniciada.
A posição da porta de descarga determina a razão entre volumes internos (Vi) e, conforme
a Figura 11, para atingir a maior eficiência possível, a razão entre volumes deve possuir
uma relação com a razão entre pressões.
Vedação
A vedação entre os diferentes níveis de pressão compreende uma estreita faixa entre o
engrenamento dos rotores e a periferia dos mesmos na câmara de compressão. Para
reduzir o vazamento de óleo no engrenamento, e em certos casos refrigerar o gás, o óleo
é injetado na câmara de compressão diretamente. Mais tarde, este óleo é separado do gás
no separador de óleo.
Controle de Capacidade
A capacidade dos compressores parafuso pode ser ajustada de maneira contínua e
pontual desde a capacidade máxima (100%) até um mínimo (em torno de 10-15%),
dependendo das condições de operação. Essa regulagem pode ser feita de várias
maneiras. O princípio básico é colocar uma válvula que regula a passagem de gás para o
interior da câmara de compressão.
Isto significa que a pressão nos espaços entre os lóbulos PK, no instante em que a descarga
é aberta, deve ser a mesma que a pressão na câmara de descarga. Qualquer desvio desta
relação causa perdas no compressor, seja na forma de sobre-compressão (Figura 13) ou
fluxo reverso (Figura 14).
4.1.7. Selecionamentos
Perdas do Sistema:
Para o selecionamento correto dos compressores de um sistema de refrigeração deve-se
considerar sempre as perdas de carga nas linhas de sução e descarga, o superaquecimento
na sucção (normalmente não útil) e o sub-resfriamento na linha de líquido, que
normalmente é mínimo. O ideal é que estes valores sejam calculados, mas para uma
consideração inicial - que nunca deve ser tomada como “receita de bolo” – os seguintes
valores são de boa aproximação :
Item Valor
Obs.:
Estes valores são válidos para Tev>-15ºC e Tcd~+35ºC. Para Tev<-15ºC a perda na
sucção deve aumentar sensivelmente e sua influência passa a ser cada vez maior.
Não estão inclusas aqui perdas em válvulas reguladoras de pressão, as quais geram
uma perda extra considerável, mesmo quando totalmente abertas.
No caso do programa da Mycom não é possível obter este valor (o qual não mostra o
calor rejeitado). No programa só é mostrada a carga de resfriamento do óleo, a qual é
bem menor. Portanto, deve-se ter cuidado para não confundir.
Obs.: Os resultados das somatórias no cálculo de Qint. e Qcd são diferentes (por isso foi
utilizado o sinal “~”) e essa diferença é devida ao fato de que o programa da
Sabroe considera o efeito do superaquecimento não-útil, que não poder ser
considerado no cálculo da capacidade de resfriamento, mas deve ser considerado
no cálculo do consumo e do calor rejeitado.
Figura 15 - Esquema de Compressor Parafuso com Sistema de Resfriamento de Óleo por Termo-sifão
Figura 16 - Esquema de Compressor Parafuso com Sistema de Resfriamento de Óleo por Água.
Figura 17 - Esquema de Compressor Parafuso com Sistema de Resfriamento de Óleo por Injeção de
Refrigerante Líquido.
Compressores Recíprocos
1200
SMC 116 L
1000
12 WB
Deslocamento volumétrico na máx. rotação (m3/h)
SMC 116 S
800
8 WB
SMC 112 S
SMC 108 E
6C 16x11
600
6 WB SMC 108 L HC 8100
SMC 106 E
SMC 108 S
Compressors Parafusos
Faixa de Pequenas/Médias Capacidades
2100
250 VS 202 LM
1900
255/1.10
RWB 177
1700
Deslocamento Volumétrico a 3570 rpm (m3/h)
204/1.93
SV 83
1500 202 SM
200 VL
204/1.650
RWB 134
1300 204/1.45
200 VM
163 HF SV 81
1100
RWB 100
200 VS
204/1.10
900
FV 26
163/1.80
163 HM
160VL RWB 76
700
163/1.45
RWB 60
160VM FV 24
128 HF
160VS
500 RXF 50
SV 19
SV 17
128 HM
125 VL RXF
RXF 3039
300
125 VS RXF 24
RXF 19
RXF 15
RXF 12
100
MYCOM SABROE STAL-SABROE HOWDEN FRICK-YORK
Compressors Parafusos
Faixa de Grandes Capacidades
13000
510/1.93
510/1.65
11000
Deslocamento Volumétrico a 3570 rpm (m3/h)
400 M
510/1.32
9000
RWB 856
321/2.20
330 EL SV 93
7000
320 LL RWB 676
321/1.93
1000
MYCOM SABROE STAL-SABROE HOWDEN FRICK-YORK
Condensadores Evaporativos
Pequenas/Médias Capacidades
Temp. de Condensação : 35.0ºC
Temp. Bulbo Úmido : 24.0ºC
450.0
VXC 110
350.0
CE 200 F CE 300
VXC 97 ECE 300 F
300.0 CE 180 F
VXC 86
Capacidade (kW)
CE 150 F
250.0 VXC 72
CE 200
VXC 65 ECE 200 F
200.0 CE 120 F
VXC 59
VXC 45 CE 140
150.0
VXC 36 CE 75 F
CE 110
100.0 ECE 100 F
VXC 28
VXC 25 CE 50 F ECE 82 F
CE 70
VXC 18
CE 30 F CE 55 ECE 50 F
50.0 VXC 14
CE 35
0.0
SEMCO-BAC SEIKAN MADEF ENGEFRIL
Condensadores Evaporativos
Grandes Capacidades Temp. de Condensação : 35.0ºC
Temp. Bulbo Úmido : 24.0ºC
2000.0
VXC 562
1800.0
ECE 1345 F
1400.0
CE 800 F CE 1200
Capacidade (kW)
VXC 399
CE 720 F
1200.0
VXC 357 ECE 1076 F
CE 1000
CE 600 F
1000.0
VXC S300
CE 800
VXC 265 CE 500 F ECE 800 F
VXC 250 CE 480 F
800.0
VXC 221
VXC 205 CE 400 F CE 600
VXC 185 CE 360 F ECE 572 F
600.0
CE 500 ECE 538 F
VXC 166
VXC 150 CE 300 F
VXC 135 CE 400
VXC 125 CE 250 F ECE 400 F
400.0
SEMCO-BAC SEIKAN MADEF ENGEFRIL
4.2. Condensadores
Película de
Água do Spray
Parede
do Tubo
Rejeição
Fluxo de AR de Calor
Fluído de
Processo
Com relação ao condensador a água, as vantagens são a vazão de água de reposição que
é cerca de 15% menor que a torre de resfriamento associada ao condensador a água, além
de uma pequena redução da temperatura de condensação do refrigerante no ciclo
frigorífico. Isto proporciona uma redução de cerca de 7% no consumo de potência total
(compressor+bomba+ventilador da torre, para o condensador a água versus
compressor+ ventilador+bomba no evaporativo) e cerca de 3% no deslocamento
volumétrico do compressor, para uma mesma capacidade de resfriamento. Isto se deve
ao fato de que no caso do condensador a água, entre o refrigerante (elemento a ser
condensado) e o ar úmido (fonte de resfriamento), existe como fluido intermediário a
água que circula entre o condensador e a torre de resfriamento, provocando um pequeno
aumento no gradiente total de temperatura do processo.
Temp.
Refrigerante
Água de resfriamento
Trocador
.
Figura 20 - Distribuição de temperaturas ao longo de um condensador a água - Real
Temp Refrigerante
Água de resfriamento
Trocador
Um outro aspecto que deve ser citado, diz respeito ao fator de incrustação.
Experimentalmente, verifica-se que as incrustações reduzem a capacidade de
condensação em, aproximadamente, 25%. Ao selecionar um trocador, um determinado
fator de incrustação já é levado em consideração no cálculo do mesmo, no entanto, é
importante lembrar que a limpeza periódica dos tubos pode amenizar a redução no
desempenho do trocador.
Como o objetivo deste curso é tratar das instalações industriais com amônia, vamos nos
ater ao trocador de calor semi-soldado, que é o mais utilizado neste tipo de instalação,
mas convém lembrar que o trocador de calor a placas pode ser utilizado em quase todos
os tipos de instalações, sejam elas com amônia, com HCFC, HFC, hidrocarbonetos ou
dióxido de carbono.
• Estrutura, cujos componentes são: Placa de estrutura (Fixa), Placa de pressão (móvel),
barramento superior, barramento inferior e parafusos de aperto.
• Conjunto de placas soldadas duas a duas.
Barramento Superior
Coluna de
Suporte
Placa
De
Estrutura
Barramento
Inferior
Placa de
Pressão
Parafusos
Placas de
De
troca
aperto
térmica
Figura 23 - Elementos que compõem um Trocador a Placas Semi-Soldado
A água de condensação escoa pelos canais gaxetados – canal é o espaço formado entre as
placas. Quando o fluido entra em contato com a junta de borracha, o canal é chamado de
gaxetado. Quando o fluido entra em contato com a solda, o canal é chamado de soldado
- enquanto que a amônia escoa pelos canais soldados em contracorrente garantindo o
máximo de eficiência na transferência de calor. A mistura de ambos os fluidos é impedida
pela existência de duas vedações, sejam elas soldas ou juntas de borracha.
Canal
Soldado
Canal Gaxetado
O material utilizado nas placas normalmente é o aço inoxidável AISI 316, mas
dependendo do fluido de resfriamento que estiver sendo utilizado pode ser necessário
utilizar um material ainda mais nobre, como por exemplo o titânio (Ex. Água do mar).
Para um melhor compromisso entre eficiência de troca térmica e perda de carga, existem
três tipos de canais disponíveis: H (High) de alta eficiência e de alta perda de carga, L
(Low) de baixa eficiência e baixa perda de carga e finalmente o canal M que apresenta
uma eficiência e uma perda de carga intermediárias entre o tipo H e o L.
Assim sendo não existe nenhuma aplicação em refrigeração com amônia que não possa
utilizar um condensador a placas.
Para Tcd= 35.0ºC e TBU ar = 24.0ºC -> F = 0.92 -> Qcd.nom. = 4283.9 kW
Conclusões :
Neste caso se o “set-point” fosse mantido em 12.5 bar g (13.5 abs equivalente a
Tcd=+35ºC), um dos condensadores ficaria desligado, diminuindo-se assim o consumo
dos ventiladores que é de 13.5 kW. Porém mantendo os 3 condensadores em operação a
diminuição de consumo nos compressores é de 150.6 kW.
4.3. Evaporadores
4.3.1. Forçadores de Ar
Os forçadores de ar são evaporadores para resfriamento de ar compostos basicamente de
uma serpentina com circulação de ar forçada por ventiladores (normalmente axiais) e
dotados ainda de uma bandeja coletora de condensado. São os resfriadores utilizados em
câmaras frigoríficas de estocagem e nos diversos tipos de túneis de congelamento.
Saída de Entrada de
Refrigerante Refrigerante
Entrada de Ar Saída de Ar
Umidade retirada
Umidade retirada
Nesta condição, o sistema dispõe de uma válvula de expansão que tem por objetivo
efetuar uma queda de pressão, que permita a evaporação do refrigerante no interior da
serpentina e controlar o superaquecimento do refrigerante na saída do evaporador. Neste
processo, na parte final da serpentina ocorre somente troca de calor sensível, o que
diminue um pouco a eficiência do evaporador.
São utilizados para resfriar qualquer tipo de líquido utilizado em refrigeração, seja ele
água, etileno glicol, solução de cloreto de cálcio, até os novos fluidos secundários Tyfoxit
(Formato de Acetato), Frizium e HyCool (ambos Formato de Potássio).
Pode operar com temperaturas tão baixas como –40°C (abaixo de -50°C é necessário que
seja totalmente soldado), com qualquer tipo de fluido refrigerante.
CIRCULAÇÃO NATURAL
O refrigerante passa pela válvula de expansão e entra no separador de líquido, onde se
separam as fases líquida e vapor. O vapor é aspirado para o compressor, enquanto que o
líquido desce ao evaporador pela ação da força da gravidade.
Ao trocar calor no evaporador, resfriando o líquido quente, uma parte do refrigerante se
evapora. A mistura resultante volta ao separador de líquido onde novamente se separam
as fases líquida e vapor.
É fácil notar que dentro do evaporador temos uma mistura das fases líquida e vapor do
refrigerante, cuja densidade, e por conseguinte o peso específico, é menor que a do
líquido saturado, logo temos que m < L , portanto Pm < PL, forçando o líquido saturado
a entrar no evaporador expulsando os vapores de refrigerante do evaporador.
Na maioria dos casos, o trocador de calor a placas operando como evaporador trabalha
em fluxo concorrente, ou seja os fluidos escoam no mesmo sentido, de baixo para cima.
A razão para tal é que o refrigerante ao entrar no trocador de calor apresenta um ligeiro
sub-resfriamento. Ao fazer-se com o fluido quente escoe paralelamente ao refrigerante
temos que o maior diferencial de temperatura entre os fluidos encontra-se na entrada do
trocador de calor, facilitando dessa forma o pré-aquecimento do refrigerante até a
temperatura de saturação e então a formação das primeiras bolhas de vapor, dando início
ao processo de evaporação.
• A altura da coluna de líquido refrigerante tem que ser suficiente para vencer as perdas
de carga do refrigerante na sua passagem pelo evaporador;
• Verificar se haverá válvulas entre o evaporador e o separador de líquido. Em caso
positivo as perdas de carga dessas válvulas deverão ser consideradas;
• Um fator de incrustação adequado devido à presença de óleo no refrigerante;
• Problemas de distribuição do refrigerante no evaporador;
CIRCULAÇÃO FORÇADA
Com a recirculação forçada, quem promove a recirculação do fluido refrigerante é uma
bomba. É ela que terá que prover pressão suficiente para vencer as perdas de carga do
refrigerante na tubulação, válvulas e no evaporador.
A aplicação é bastante semelhante à circulação natural, porém é mais utilizada quando
temos um separador de liquido central a partir do qual se distribui o refrigerante para
todos os evaporadores, que normalmente estão a distâncias consideráveis. No sistema
com circulação natural cada evaporador normalmente tem o seu separador de líquido.
A vazão da bomba é de 3 a 5 vezes a massa de refrigerante evaporado, a fim de garantir
que toda a superfície de troca do evaporador esteja em contato com o refrigerante líquido.
EXPANSÃO SÊCA
Normalmente não é muito utilizada em instalações de amônia, embora se saiba da
existência de algumas delas que operam relativamente bem, e de outras que não
funcionam de acordo com o projetado.
A grande diferença deste sistema em relação à recirculação natural ou forçada é a
ausência do separador de líquido. Ou seja da válvula de expansão, o refrigerante vai
diretamente para o evaporador, onde todo o refrigerante tem que ser evaporado a fim de
evitar a entrada de líquido no compressor o que poderia ser desastroso, dependendo do
tipo do compressor.
Neste tipo de evaporador, a amônia circula no lado externo dos tubos, de modo que todo
o feixe fique coberto pelo refrigerante - sistema inundado. O fluido secundário circula
por dentro dos tubos. Alguns trocadores podem ter o separador de líquido incorporado
ao casco do evaporador, ou então, montado sobre o trocador, em um outro vaso. A seguir
algumas recomendações de projeto e operação :
2) Cálculos :
3) Referências :
2) Cálculos
3) Referências
A injeção de líquido pode ser ainda controlada por uma válvula comandada por um
sensor de temperatura situado na linha de sucção dos compressores de alta (saída do
separador).
saída de vapor
descarga do
estágio de baixa
coluna de líquido
entrada de líquido
placa perfurada
h
saída de líquido
saída de vapor
entrada de líquido
injeção de
líquido
descarga do
estágio de baixa
baixa
velocidade
saída de líquido
Figura 31 - Indicador de Nível com Vidros Reflexivos de Acordo com DIN 7081.
Quando se utiliza gás quente retirado a partir do topo do recipiente (vapor saturado
à temperatura de condensação), a conexão de saída para a linha de gás quente deve
ser instalada no meio do recipiente ou na extremidade oposta à entrada da linha de
líquido, de preferência perto da linha de equalização de vapor da descarga. Além
disso é importante lembrar que neste caso, o recipiente possui a função de separador
de líquido e é necessário verificar a distância de separação e a velocidade do vapor
para evitar arraste de líquido através da linha de gás quente. Portanto, o recipiente
deve ser dimensionado também considerando este outro aspecto. Recomenda-se
ainda a instalação de uma válvula de controle de nível alto de segurança para
bloqueio da solenóide da injeção de gás quente.
Quando houver mais de um recipiente de líquido na instalação, os mesmos devem
ser do mesmo diâmetro e devem estar no mesmo nível. Devem estar interligados tanto
no lado do líquido (por baixo) quanto no lado do vapor (por cima) a fim de evitar
desnível. O ideal é que a alimentação da linha de líquido seja feita na extremidade do
primeiro recipiente e a saída de líquido para a instalação esteja na outra extremidade
do último recipiente.
13.6.2 Constitui risco grave e iminente a falta de qualquer um dos seguintes itens:
a) válvula ou outro dispositivo de segurança com pressão de abertura ajustada em valor igual ou inferior à PMTA,
instalada diretamente no vaso ou no sistema que o inclui; (113.079-0)
b) dispositivo de segurança contra bloqueio inadvertido da válvula quando esta não estiver instalada diretamente no vaso;
(113.080-3); …
13.6.4 Todo vaso de pressão deve possuir, no estabelecimento onde estiver instalado, a seguinte documentação devidamente
atualizada:
• código de projeto e ano de edição;
• especificação dos materiais;
• folha de dados dos dispositivos de segurança; … (entre outros documentos)
13.10.4 As válvulas de segurança dos vasos de pressão devem ser desmontadas, inspecionadas e re-calibradas por ocasião do
exame interno periódico. (113.066-8 /I4)
13.10.3 A inspeção de segurança periódica, constituída por exame externo, interno e teste de estanqueidade, deve obedecer
aos seguintes prazos máximos estabelecidos a seguir: (113.059-5 /I4)
• Vaso com Categoria I – 3 anos
• Vaso com Categoria II – 4 anos
• Vaso com Categoria III – 6 anos
• Vaso com Categoria IV – 8 anos
A maioria dos vasos de pressão que utilizam amônia como fluido refrigerante são de
categoria I ou II e os que utilizam fluidos halogenados são de categoria III ou IV.
Conforme o Anexo III, a NR-13 deve ser aplicada a qualquer vaso cujo produto “P.V” seja
superior a 8.0, onde "P" é a máxima pressão de operação em KPa e "V" o seu volume
geométrico interno em m3, com as seguintes observações:
• Aplicável para fluidos das classes “A” (conforme Anexo IV), independente do
diâmetro do vaso ou do produto “P.V”. Este é o caso da Amônia.
• Não aplicável para vasos com diâmetros menores que 150 mm para fluidos das
classes “B”, “C” e “D” (conforme definido no Anexo IV da NR-13). Este é o caso da
maioria dos fluidos halogenados (classe “C”).
Há ainda uma ressalva no Anexo III que dá margem à confusão sobre a aplicação da NR-
13 para vasos e trocadores de calor montados em unidades compressoras, chillers ou
outros equipamentos montados em “skid”:
Porém, o Manual Técnico sobre a NR-13 emitido pelo próprio MTE esclarece:
Esta NR não se aplica a vasos intimamente ligados a equipamentos rotativos ou alternativos, pois entende-se que, além dos esforços
de pressão, estes equipamentos estão sujeitos a esforços dinâmicos que poderão provocar fadiga, corrosão fadiga, etc. Entende-se que
tais vasos sejam cobertos por normas específicas mais rigorosas que a NR-13. São exemplos dessa situação:
– Cárter de motores a combustão.
– Volutas de bombas.
– Cilindros hidráulicos.
– Carcaças de bombas e compressores.
Vasos de pressão instalados em pacotes com objetivo único de redução de espaço físico ou facilidade de instalação não são
considerados como integrantes de máquinas e, portanto, estão sujeitos aos requisitos da NR-13 quando o produto P.V > 8 ou com
fluido classe “A”.
Com relação aos sistemas com amônia, também são enquadrados na NR-13
(independente do tamanho do vaso) os vasos Coletores de Óleo, os vasos Distribuidores
de Líquido, os Extratores de Ar, além dos vasos principais típicos de uma instalação.
4.7. Tubulações
Toda linha de gás quente deve ser isolada a fim de evitar a condensação quando
não houver fluxo. A condensação só não ocorrerá se a temperatura ambiente for
maior que a temperatura de saturação equivalente à pressão de operação da linha.
Ainda assim, as linhas devem possuir drenos em todos os pontos baixos, pois
mesmo isolada pode haver condensação na linha dependendo do intervalo de
tempo entre um degelo e outro. Os drenos podem ser direcionados, por exemplo,
para um acumulador de sucção.
O coletor principal nunca deve ser superdimensionado. Os degelos nunca
acontecem simultaneamente. Caso o sistema seja dimensionado para uma
expansão futura, é preferível substituir o coletor quando da expansão ou fazer
outro em paralelo.
As válvulas solenóides selecionadas devem ser aquelas que só abrem quando há
fluxo de gás quente sobre ela. Preferencialmente deveria ser uma válvula com
abertura lenta (que demore 3 a 5 minutos para estar totalmente aberta). Com o
aumento gradual da pressão no coletor principal do gás quente, o arraste de
líquido e o golpe de líquido pode ser evitado. Além disso quando a válvula fechar,
apenas o gás quente que sobrou irá condensar-se, o que representa um volume
pequeno de líquido (~5% do volume do coletor).
Evite alimentar o gás quente pela linha de sucção que possa conter líquido (por
exemplo, em sistemas de recirculação). Quando o gás quente for introduzido pela
linha sucção, a entrada deve estar localizada o mais próximo possível do
evaporador.
A taxa de recirculação pode variar entre 1.5 a 7.0, mas por tradição, se usa normalmente
um valor entre 3.0 e 4.0. Na realidade, para um correto dimensionamento da taxa de
recirculação é necessário realizar um cálculo dos coeficientes de transferência da
serpentina do evaporador para definição da melhor relação. Alguns fabricantes dispõem
de softwares de cálculo, porém poucos verificam este detalhe para otimização.
Após isto, deveriam ser definidos os ajustes das válvulas de regulagem de vazão de cada
serpentina, de modo a proporcionar a mesma perda de carga em todos os trechos do
circuito, conforme a vazão necessária de cada evaporador.
Figura 38 - Esquema de Interligação para Sistemas com Bomba de Amônia Frigostrella – Catálogo do
Fabricante.
Bomba a Partida
Na condição de partida, as Válvulas (1), (2), (3) e (4) deverão estar abertas.
Bomba em Funcionamento
Estando a bomba nesta condição, as Válvulas (1), (3) e (4) deverão estar abertas.
Comentário: Observe que o fabricante recomenda fechar a Válvula (2) quando a válvula
está em funcionamento. Mais adiante, o fabricante menciona que a Válvula (2) deve ser
mantida aberta para evitar cavitações. O correto é manter a Válvula (2) sempre aberta.
Na condição da Bomba parada, a Válvula (1) deverá estar sempre aberta para que mantenha o
corpo da Bomba "sem pressão" na região do selo mecânico da Bomba. Se algum líquido ficar no
interior da Bomba com as válvulas fechadas, haverá uma expansão do fluído, provocando o
rompimento do Corpo da Bomba, o que será um grande perigo, não somente para o pessoal de
operação, como também o ônus correspondente aos problemas mecânicos decorrentes desse
esquecimento. A pressão máxima admissível com a Bomba parada é de 7.0 bar g.
Comentário: A pressão máxima admissível de 7.0 bar g para a bomba é muito baixa e não
é consistente com nenhuma norma sobre sistemas de refrigeração quanto ao requisito de
pressão mínima de projeto para sistemas de amônia, no lado de baixa pressão, que varia
de 10.5 bar g (ANSI/ASHRAE 15 e ANSI/IIAR 2) até 16.0 bar g (ABNT-NBR 13598).
A Válvula (1) encontra-se na linha de equalização existente entre a Bomba e o Separador de líquido,
com uma bitola de 1". Como pode ser verificado na figura, a Válvula (2) deve se conectar desde a
Bomba ao coletor de equalização. A linha encontra-se unida ao Separador por baixo do nível de
líquido do Separador, com a finalidade de sobrealimentar o Rotor da Bomba, para que este não entre
em cavitação ao se estabelecer um diferencial no sistema.
Em algumas particularidades de projeto podem ocorrer problemas de cavitação, motivo pelo qual o
usuário deverá manter a Válvula (2) aberta.
Comentário: Aqui o fabricante menciona que a Válvula (2) deve ser mantida aberta para
evitar cavitações, contrariando o texto da condição com a bomba em funcionamento. O
correto é manter a Válvula (2) sempre aberta.
Observe ainda que a linha que sai do Separador de Líquido para alimentar as Válvulas
(2) deveria ficar abaixo da linha de sucção principal das Bombas, para garantir a
“superalimentação” e evitar a cavitação. Além disso, deve-se lembrar que normalmente
não há um sensor (ou uma bóia) de nível mínimo de líquido no separador, como proteção
anti-cavitação das bombas.
A Válvula (1) encontra-se fixada numa conexão em "T" à linha de saída para o Coletor de
equalização e antes da Válvula (2), cuja bitola é de 1 1/4". A válvula (3) está instalada na tubulação
de saída da Bomba. A instalação é feita com uma bitola de 1 1/2". A Válvula (4) encontra-se na
tubulação de alimentação de líquido existente entre o separador e a Bomba, com bitola de 3".
Recomenda-se colocar Filtros (5) para evitar sujeira na instalação. Se duas Bombas estiverem
operando em conjunto, será necessário colocar válvulas de Retenção (6).
Comentário: O uso de válvula de retenção é sempre necessário, mesmo com apenas uma
bomba no sistema. Normalmente sempre há uma reserva. Outro detalhe importante é
que cada bomba deve possuir a sua válvula de retenção (como indicado no esquema).
Quando realizar a manutenção, o purgador deverá ser aberto e conectado a uma mangueira
submersa num recipiente com água fria, para absorver alguma porção de amônia que ainda possa
existir no interior da Bomba. Somente após este procedimento, a desmontagem poderá ser
realizada.
Comentário: Recomenda-se interligar uma válvula de fecho rápido (com retorno por
mola) às conexões de saída dos drenos das Bombas de amônia, para garantir uma
operação segura de drenagem de amônia nas paradas de manutenção.
As bombas de amônia deverão ainda possuir na linha de descarga (recalque) uma válvula
de alivio ou uma válvula reguladora de pressão, com alívio para a sucção da bomba (ou
para o separador de líquido, no lado do vapor). O alívio deverá ser instalado à jusante da
válvula de retenção da descarga da bomba para prevenir o enclausuramento do líquido
quando todas as válvulas solenóides dos evaporadores forem fechadas. Qualquer válvula
de bloqueio manual na linha de alivio deverá possuir um “cap” (ou possuir uma trava) e
estar claramente identificada com um aviso contra fechamento. Este trecho da tubulação
deve estar equipado com um manômetro.
A seguir o esquema correto das interligações com bombas herméticas (ex. Hermetic
Pumpen e Cornell Pumps HT):
Figura 39 - Esquema Correto de Interligação para Sistemas com Bomba Hermética de Amônia Líquida.
São as válvulas utilizadas nas instalações de amônia com evaporação inundada. Tem por
finalidade o controle da pressão no interior do evaporador. Este controle é efetuado em
função da abertura e fechamento da válvula, em função da pressão no interior do
evaporador. A operação da válvula reguladora se dá, em geral, por meio de dois pilotos,
sendo um de pressão e outro de temperatura.
Quando a carga térmica do sistema diminui ocorrem dois efeitos: a temperatura de saída
do fluido também diminui, o que fará com que o piloto de temperatura feche o embolo
da válvula reguladora. O mesmo ocorre quando cai a pressão dentro do evaporador,
fazendo com que o embolo se feche. Desta forma, a válvula continuará modulando até
que o sistema atinja uma estabilidade entre carga térmica e as condições operacionais.
Portanto, sempre que possível, deve-se optar por válvulas solenóides (on/off) com perda
de carga de abertura “zero” em sistemas de baixa temperatura e só utilizar válvulas
reguladoras de pressão quando absolutamente necessário.
Figura 41 - Válvula de Segurança Dupla com Válvula de 3 Vias para serviço. (18).
Entre outras alternativas, a descarga pode se dar para outro vaso de pressão do sistema,
opção mais utilizada em válvulas de alívio de pressão de vasos pequenos (coletores de
óleo, extratores de ar, distribuidores de líquido, trocadores auxiliares). Normalmente a
descarga destes equipamentos é feita em um dos vasos de pressão de maior tamanho e
que opera com menor pressão (ex. separador de líquido de baixa temperatura). Neste
caso, a válvula de alívio de pressão do vaso principal deve ser dimensionada
considerando a somatória das vazões de descarga das válvulas de alívio dos outros vasos
que nele são descarregados.
A seguir algumas considerações importantes sobre sistemas com degelo por gás quente,
incluindo vários esquemas ilustrativos sobre um projeto e operação adequados:
• O conjunto de válvulas de controle para injeção gás quente de degelo automático nos
evaporadores deve ser montado de tal forma que uma elevação de pressão anormal
do líquido seja aliviada durante os ciclos de degelo ou em caso de perda de energia.
Um dispositivo de alivio de pressão de degelo descarregando para a sucção ou outra
pressão intermediaria é aceitável. Caso o alivio for para uma parte com pressão
intermediaria, deve ser instalada uma válvula de retenção à jusante do dispositivo de
alívio. Não se deve conectar a linha de alívio para uma linha contendo líquido ou para
linhas de alimentação de gás quente provocando o fluxo reverso nas válvulas
solenóides de gás quente ou reguladores de pressão de saída de gás quente.
Figura 45 - Esquema Correto de Interligação de Sistema de Gás Quente para Evaporadores Inundados
com Alimentação de Líquido por Baixo (Fluxo Ascendente)
Figura 46 - Esquema Correto de Interligação de Sistema de Gás Quente para Evaporadores Inundados
com Alimentação de Líquido por Cima (Fluxo Descendente)
e
pl
am
ex
n
at io
p lic
Ap
Gas Quente
Injetado no
Líquido
Collapsing vapour
Hot gas
Liquid
Coil Suction
Impact
Liquid
Impact
e
pl
am
ex
n
at io
p lic
Ap No solenoid
valve
e
pl
am
ex
n
at io
p lic ”Wet” suction
Ap
Liquid supply
Hot gas
Figura 50 - Esquema Correto de Interligação de Sistema de Gás Quente para Evaporadores Inundados
com Alimentação de Líquido por Baixo
SOFTWARES
• CoolPack – Ver.1.46 – Simulation Tools for Refrigeration – Dept. of Mechanical
Engineering – Technical University of Denmark – Ed. 2001.
• REFRIG – Ver.18.01 – Refrigerant Properties - International Technical Computing
– York Group – Ed. 2008.
• COMP1 – Ver.18.50 – Computation and Balancing of Components and Plants –
International Technical Computing – Johnson Controls Inc - Ed. 2009.