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Cláudio José dos Santos Penteado possui Licenciatura pela Universidade de São Paulo (1973) e especialização
em Administração Geral com ênfase em Sucesso Organizacional pela Universidade Paulista (1998) . Atua na área de
Matemática desde 1971.
CDU 51
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quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem
permissão escrita da Universidade Paulista.
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Comissão editorial:
Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
Apoio:
Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
Projeto gráfico:
Prof. Alexandre Ponzetto
Revisão:
Carla Moro
Juliana Maria Mendes
Sumário
Matemática Financeira
APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................7
Unidade I
1 NATUREZA E OBJETIVO DA MATEMÁTICA FINANCEIRA.......................................................................9
1.1 Fundamentos.......................................................................................................................................... 10
1.1.1 Conceitos básicos..................................................................................................................................... 10
1.1.2 Aplicações................................................................................................................................................... 13
2 JUROS SIMPLES................................................................................................................................................. 21
2.1 Conceito ................................................................................................................................................... 22
2.2 Fórmulas.................................................................................................................................................... 22
2.3 Valor atual (A) e Valor nominal (N)................................................................................................ 23
2.4 Juro exato e juro comercial............................................................................................................... 24
2.5 Equivalência de taxas.......................................................................................................................... 24
2.5.1 Conceito ..................................................................................................................................................... 24
2.5.2 Fórmula ....................................................................................................................................................... 24
2.6 Aplicações................................................................................................................................................. 25
3 DESCONTO SIMPLES........................................................................................................................................ 39
3.1 Conceitos básicos.................................................................................................................................. 40
3.2 Desconto simples racional ou “por dentro”................................................................................ 40
3.2.1 Definição .................................................................................................................................................... 41
3.2.2 Fórmulas...................................................................................................................................................... 41
3.2.3 Aplicações................................................................................................................................................... 41
3.3 Desconto simples comercial ou “por fora”.................................................................................. 47
3.3.1 Definição .................................................................................................................................................... 47
3.3.2 Fórmulas ..................................................................................................................................................... 47
3.4 Aplicações................................................................................................................................................. 48
3.5 Desconto simples bancário................................................................................................................ 54
3.5.1 Definição .................................................................................................................................................... 54
3.5.2 Fórmulas...................................................................................................................................................... 55
3.5.3 Aplicações................................................................................................................................................... 55
4 TAXA EFETIVA NA OPERAÇÃO DE DESCONTO....................................................................................... 62
4.1 Definição .................................................................................................................................................. 62
4.2 Fórmulas.................................................................................................................................................... 63
4.3 Aplicações................................................................................................................................................. 64
Unidade II
5 JUROS COMPOSTOS........................................................................................................................................ 79
5.1 Conceito ................................................................................................................................................... 79
5.1.1 Consequências da definição do critério composto.................................................................... 79
5.1.2 Fórmula do montante composto...................................................................................................... 80
5.1.3 Fórmula do juro composto.................................................................................................................. 80
5.1.4 Valor atual (A) e Valor nominal (N).................................................................................................. 80
5.1.5 Calculadoras financeiras....................................................................................................................... 81
5.1.6 Aplicações................................................................................................................................................... 82
5.2 Equivalência de taxas a juros compostos..................................................................................100
5.2.1 Conceito ...................................................................................................................................................100
5.2.2 Fórmulas....................................................................................................................................................100
5.2.3 Aplicações.................................................................................................................................................101
5.3 Montante composto em um número fracionário de períodos.........................................109
5.3.1 Aplicações................................................................................................................................................. 110
6 PERÍODO DE CAPITALIZAÇÃO DIFERENTE DO PERÍODO DA TAXA E SÉRIES DE CAPITAIS.117
6.1 Aplicações...............................................................................................................................................117
6.2 Séries de capitais.................................................................................................................................119
6.2.1 Conceito de série ................................................................................................................................. 120
6.2.2 Fórmula do valor presente ou à vista (A) ....................................................................................121
6.2.3 Aplicações................................................................................................................................................ 125
6.2.4 Fórmula do valor futuro ou montante (S) .................................................................................131
6.2.58.2.5 Aplicações...................................................................................................................................... 133
6.3 Fórmulas usadas neste livro-texto...............................................................................................139
Unidade III
7 SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO – PARTE I...............................................................................................145
7.1 SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS........................145
7.1.1 Sistema Financeiro da Habitação (SFH)....................................................................................... 145
7.1.2 Definições básicas................................................................................................................................. 146
7.1.3 Sistema de Amortização Constante (SAC).................................................................................. 148
7.1.4 Expressões de cálculo do SAC.......................................................................................................... 150
7.1.5 SAC com carência................................................................................................................................. 153
7.2 SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO FRANCÊS.......................................................................................156
7.2.1 Expressões de cálculo do SAF.......................................................................................................... 158
7.2.2 SAF com carência.................................................................................................................................. 160
8 SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO – PARTE II..............................................................................................163
8.1 TABELA Price..........................................................................................................................................163
8.1.1 Sistema de amortização misto........................................................................................................ 165
8.1.2 Comparações entre SAC, SAF e SAM............................................................................................ 167
8.1.3 Gráfico de comparação entre SAC, SAF e SAM........................................................................ 167
8.2 Sistema de Amortização Americano...........................................................................................168
8.2.1 Sinking fund ou fundo de amortização.......................................................................................170
8.2.2 Sistema de Amortização Crescente (Sacre).................................................................................171
8.2.3 Custo efetivo.......................................................................................................................................... 172
APRESENTAÇÃO
A disciplina Matemática Financeira tem como objetivo proporcionar o domínio de seus conceitos e
nomenclatura, bem como instrumentalizar o aluno no uso das fórmulas e das calculadoras financeiras,
facilitando-lhe o trânsito na área de finanças, de acordo com seu perfil profissional, e servindo como
base/instrumento para outras áreas do conhecimento. Aborda juros simples, descontos simples, juros
compostos e séries de capitais.
Em seguida, são abordados os juros compostos (conceito; fórmula do montante composto; valor atual
e valor nominal a juros compostos; taxas equivalentes; montante em um número fracionário de períodos)
e as séries de capitais (conceito; série básica; valor atual da série básica; montante da série básica).
Ao final do curso, você deverá ser capaz de identificar e efetuar o cálculo das operações financeiras,
relacionando-as às situações do dia a dia das empresas e da sua própria vida, com o auxílio de uma
calculadora financeira.
INTRODUÇÃO
Assim como a Matemática em geral, a Matemática Financeira assusta os alunos, que acabam
alegando possuir dificuldades especiais em Matemática, o que não é verdade. A relação com essa
disciplina depende do histórico de estudo de cada um. A maior prova disso é que muitas pessoas gostam
da matéria e têm facilidade na manipulação dos seus conceitos e fórmulas.
Não desanime diante das dificuldades, o esforço é fundamental para o desenvolvimento do seu
aprendizado. O conteúdo será apresentado progressivamente, e o instrumental matemático, descrito de
forma simples.
Não tenha medo das fórmulas, estas que são uma das grandes reclamações dos alunos. Elas são
expressões dos conceitos por meio de seus símbolos e dos operadores aritméticos e algébricos. Não
decore um amontoado de fórmulas, mas procure entendê-las; ao final do livro-texto, existe uma lista
delas que serve de suporte ao seu estudo.
Neste curso, você verá que a Matemática Financeira utiliza os conceitos básicos de Matemática,
mas possui uma estrutura conceitual muito aplicável a situações do nosso cotidiano, dentro e fora do
universo das empresas, motivando e facilitando o seu aprendizado e desenvolvendo ferramentas de uso
para as vidas profissional e particular.
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Não se esqueça de que saber Matemática e sua lógica facilitará seu trabalho em muitos ramos do
conhecimento humano aplicado. Na era da informação, a formação matemática vai ajudá-lo a fazer
análises dos dados e a melhorar o uso que você poderá fazer deles.
Não se limite a este conteúdo, consulte também a bibliografia citada ao final do livro-texto.
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MATEMÁTICA FINANCEIRA
Unidade I
1 NATUREZA E OBJETIVO DA MATEMÁTICA FINANCEIRA
Nosso primeiro passo será tomar contato com os pressupostos e objetivos da Matemática Financeira,
para termos consciência do caminho que estamos percorrendo enquanto aprendemos. A consciência do
aprendizado é um importante fator do amadurecimento que leva ao sucesso profissional.
Vamos entender o que é Matemática Financeira, pois não se pode aprender sem entender a natureza
daquilo que se está aprendendo. Um grande cientista disse uma vez: “Ninguém conhece aquilo que não
consegue medir”.
Como exemplo, podemos imaginar uma situação em que uma pessoa faz a seguinte pergunta para
outra: “Você quer ganhar R$ 5.000,00 ou R$ 1.000,00?”. A outra, então, responde: “Quando?”.
Perceba que a primeira pergunta refere-se a valores, e a segunda, a datas. Essa é a principal
característica da Matemática Financeira.
Caso a opção por R$ 5.000,00 implique uma espera muito longa para o recebimento, e a data para
receber R$ 1.000,00 esteja muito mais próxima, será melhor escolher o valor absoluto menor.
Cada valor financeiro está, portanto, vinculado a uma data determinada. Toda vez que a data de
referência de um valor é mudada, ele deve ser recalculado.
A Matemática Financeira estuda as relações entre os valores financeiros e suas datas, utilizando
instrumentos de cálculo característicos.
Desde o aparecimento das sobras dos bens de consumo, que começaram a ser comercializados
ensejando a criação das moedas de troca, a tecnologia progrediu muito; ela criou instrumentos de
cálculo cada vez mais eficazes e eficientes, cujo aparecimento tem delegado ao ser humano, cada vez
mais, a responsabilidade de análise dos resultados desses cálculos. Esse processo aposentou, nas empresas
modernas, o calculista, substituído pelas calculadoras programáveis, pelos microcomputadores e grandes
computadores equipados com programas de cálculo; eles operam com planilhas, cada vez mais precisos
e abrangentes, integrados com outros softwares que ajudam a cuidar do gerenciamento das empresas.
Uma das evidências desse processo é o grande volume de dinheiro aplicado às estruturas de Tecnologia
da Informação (TI), responsáveis não apenas pelos cálculos, mas também por fazer que seus resultados
cheguem às mãos de quem necessita deles rapidamente.
Uma das consequências dessa evolução foi o aparecimento do manager, profissional que analisa os
dados e, baseado neles, toma as decisões que vão guiar sua empresa. A outra, o desaparecimento do
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Unidade I
calculista responsável pelas contas, exigiu do tomador de decisões um conhecimento maior da natureza
e dos próprios instrumentos desses cálculos.
1.1 Fundamentos
Após o estudo deste tópico, você deverá estar consciente da importância da Matemática Financeira
em cada um dos seus aspectos básicos, identificando seu relacionamento com outras áreas por meio de
suas possíveis aplicações.
Essa área é entendida como o estudo das relações dos valores financeiros com suas datas. Não
podemos esquecer que cada valor está vinculado a uma data determinada e que a alteração dessa
data deverá vir acompanhada do recálculo do valor. A importância desse recálculo está confirmada por
aspectos considerados relevantes na análise econômica, como a inflação, a taxa de juros e o prazo de
remuneração do capital.
Finalmente, tomamos consciência dessa importância quando entramos em contato com o volume
dos recursos aplicados às estruturas computadorizadas, que dão suporte a esse recálculo e fazem seus
resultados chegarem às áreas de tomada de decisão. Do simples consumidor dos bens vendidos por
financiamentos até gestores e operadores da estrutura financeira do país, todos devem, na medida das
suas necessidades, conhecer a Matemática Financeira.
Para acompanhar um ramo qualquer da ciência, devemos conhecer sua nomenclatura e uma série
de conceitos básicos. Definiremos cada um deles a seguir.
Juro (J): valor pago ou recebido como remuneração (aluguel) pelo uso de um capital.
Taxa de juros (r ou i): é o índice referente a uma unidade de tempo, que indica o juro por unidade
de capital vinculado à aplicação ou dívida. A unidade será denominada r, quando for percentual (base
100), ou i, quando for de base unitária. De maneira geral, a unidade de tempo da taxa de juros é indicada
de forma abreviada, podendo haver alguma confusão.
Exemplos:
• a.a. = ao ano;
• a.m. = ao mês;
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MATEMÁTICA FINANCEIRA
• a.t. = ao trimestre;
• a.b. = ao bimestre.
Número de períodos (n): é a medida do prazo de uma aplicação expressa na unidade de tempo da
taxa de juros. Repare que o mesmo prazo poderá ser expresso por números diferentes, dependendo da
unidade de medida.
Taxas proporcionais: duas taxas de juros diferentes, que se referem a unidades de tempo diversas,
serão proporcionais quando seus valores estiverem na mesma razão que seus prazos. Explicando melhor,
podemos dizer que: dividindo as taxas e os prazos na mesma ordem, chegamos ao mesmo número.
A expressão que relaciona duas taxas proporcionais pode ser escrita da seguinte forma:
i1 n1
=
i2 n2
• 1% ao bimestre e 3% ao semestre;
Montante (M): é a soma do principal de uma aplicação com o juro que o capital rendeu durante
essa aplicação.
Custo (C): quanto se paga por uma determinada mercadoria ou se gasta para prestar um determinado
serviço. Esse conceito será usado neste livro-texto de forma simples e direta, sem referência à complexa
estrutura da contabilidade.
Lucro (L): ganho adicionado ao custo da mercadoria ou do serviço para se calcular seu preço de
venda.
Ano exato: é o critério em que o prazo é contado dia a dia, perfazendo um ano de 365 dias. Esse
critério é muito usado para calcular prazos muito curtos, que geralmente estão em dias.
11
Unidade I
Ano comercial: é o critério em que o prazo é contado em meses de 30 dias, totalizando um ano de
360 dias. Essa forma de cálculo é usada quando os prazos são fornecidos em blocos de meses, sem a
localização no ano.
De uma forma simplista, podemos considerar o preço de venda de um bem como a soma do custo
com o lucro. Esse conceito atende bem aos nossos objetivos, mas não é suficiente para cálculos
mais complexos nos quais seja exigida a análise de uma quantidade maior de fatores. O lucro, por
sua vez, será sempre adicionado ao custo para compor o preço de venda, mas poderá ser calculado
como um percentual do custo ou do preço de venda. O cálculo do lucro, tendo por base o preço
de venda, é importante por ser a base conceitual de remuneração de vendedores comissionados e
também de tributos embutidos no preço de venda das mercadorias e dos serviços. O cálculo sobre
o preço de custo é necessário quando precisamos saber qual a remuneração (retorno) do capital
aplicado no negócio.
Observação
Os conceitos de Matemática Financeira são expressos por meio de fórmulas cujos parâmetros são
numéricos e exigem um nível preciso de cálculo. Esses cálculos demandam o uso de uma calculadora
precisa, equipada também com teclas para o cálculo de logaritmos, exponenciais e inversos. É importante
também que a calculadora possua capacidade de cálculo de, no mínimo, oito dígitos e memória para
armazenar os valores intermediários.
Especificamente para esse curso, não é necessária uma calculadora financeira, mas, para trabalhar
em áreas de finanças, é preciso adquirir uma. A calculadora financeira vem com algumas funções
programadas, o que facilita muito os cálculos financeiros. Antes de comprar uma calculadora, o ideal
é informar-se com outras pessoas a respeito dos diversos modelos existentes. É importante fazer as
escolhas baseando-se em informações suficientes para a tomada de decisão.
É preciso, ainda, atentar para o aspecto “precisão dos cálculos”. O uso de uma precisão inadequada
poderá levar a conclusões equivocadas.
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MATEMÁTICA FINANCEIRA
Precisão dos cálculos não é um fator intuitivo nas calculadoras eletrônicas; contudo, tem uma
influência decisiva na interpretação dos resultados. Como exemplo, combinaremos um esquema básico
para resolver esse problema: convencionaremos utilizar os valores financeiros, como moedas, com dois
dígitos depois da vírgula, e taxas de juros, para comparação, com quatro dígitos depois da vírgula. Esse
esquema de cálculo é rotulado como básico, mas é possível enfrentar situações em que é preciso adotar
outros critérios.
Para preservar a precisão dos cálculos, nunca se pode copiar os resultados intermediários do visor da
calculadora para continuar os cálculos a partir deles. A calculadora pode mostrar os resultados com uma
precisão e fazer os cálculos, internamente, com outra precisão. O ideal é guardar os dados do visor na
memória da máquina, pois assim a precisão é preservada. Em um caso extremo, pode-se copiar o dado
com todos os oito ou doze dígitos da capacidade total da calculadora.
• juros simples;
• juros compostos.
1.1.2 Aplicações
É necessário não confundir os conceitos com a operacionalidade das aplicações. O lucro será sempre
somado ao custo para se obter o preço de venda, mas a base de cálculo poderá ser o preço de custo ou
o preço de venda. Essa opção levará por caminhos diferentes e a resultados diferentes, sendo justificada
pelas necessidades de cada um.
a) Por quanto devo vender um bem que custou R$ 100,00, se quiser ter um lucro de 15% do preço
de custo?
A solução desse exercício deve ser montada a partir do conceito/fórmula simples do preço de venda:
preço de venda = preço de custo + lucro. Sabendo que o lucro é 15% do preço de custo, explicite
esse cálculo na fórmula:
V=C+L
V = 100 + 0,15 x 100 = R$ 115,00
• Sugestão de cálculo
— Algébrica:
15÷100 x 100 + 100 =
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Unidade I
— RPN (HP12C):
Resposta: devo vender o bem por R$ 115,00, para ter R$ 15,00 de lucro, valor que representa 15%
do custo de R$100,00.
b) Por quanto devo vender um bem que custou R$ 250,00, se quiser ter um lucro de 25% do preço
de venda?
Nesse caso, deve-se trabalhar aplicando o cálculo da percentagem sobre o preço de venda, que é a
incógnita a ser calculada. A equação é montada utilizando a fórmula principal (o cálculo de 25% implica
uma multiplicação do valor por 0,25):
V=C+L
V = 250 + 0,25 . V
V – 0,25 . V = 250
0,75 . V = 250
Trabalhamos com o preço de venda V como uma incógnita qualquer a ser calculada. Observa-se que,
se forem subtraídos 25% de R$ 333,33, a menos da aproximação, volta-se a R$ 250,00, que é o preço
de custo.
Resposta: devo vender o bem que custou R$ 250,00 por R$ 333,33, para obter um lucro de 25% do
preço de venda.
c) Quanto paguei por um bem vendido por R$ 500,00, se tive um lucro de 10% do preço de venda?
A base de cálculo do lucro, o preço de venda, é R$ 500,00. Basta, então, que seja calculado o lucro,
aplicando-se a taxa de 10% sobre o preço de venda e subtraindo-se esse lucro do preço de venda.
Aplicando a fórmula básica, temos:
V=C+L
500 = C + 0,10.500
C = 500 - 50 = R$ 450,00
Resposta: paguei R$ 450,00 pelo bem que foi vendido por R$ 500,00, tendo R$ 50,00 de lucro, o
que representa 10% do preço de venda (R$ 500,00).
14
MATEMÁTICA FINANCEIRA
d) Um carro esporte foi comprado por R$ 150.000,00 e revendido por R$ 160.000,00. Calcule o lucro
dessa venda como percentual do preço de venda.
C = 150.000
V = 160.000
160.000 100%
10.000 x%
e) Uma calculadora financeira custou R$ 500,00 e foi revendida por R$ 600,00. Calcule o lucro dessa
operação como percentual do preço de custo da calculadora.
Custo = 500
Venda = 600
500 100%
100 x%
f) Por quanto devo revender um bem pelo qual paguei R$ 420,00, se desejo ter um lucro de 12% do
preço de custo?
C = 420
L = 12% de 420
g) Um bem comprado por R$ 100,00 deve ser revendido por quanto, para que o lucro seja igual a
14% do preço de venda?
Custo = 100
V = 100 + 0,14 . V
V - 0,14 . V = 100
0,86 . V = 100
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MATEMÁTICA FINANCEIRA
Observação
h) Uma relojoaria comprou um relógio por R$ 500,00 e quer revendê-lo com um lucro igual à
metade do valor de venda. A que preço deverá ser vendido esse relógio?
Custo = 500
Lucro = venda/2
V=C+L
V = 500 + V/2
V - V/2 = 500
V/2 = 500
V = 500 . 2 = R$ 1.000,00
i) Determine o custo de um bem, sabendo que foi vendido por R$ 1.500,00, com um lucro de 30%
do preço de venda.
V = 1500
L = 0,30 . V
Nesse caso, pode-se calcular o lucro aplicando seu percentual diretamente sobre o preço de venda.
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Unidade I
j) Uma empresa compra um produto por R$ 150,00 e pretende vendê-lo com o lucro de 15% do
preço de custo. Calcule o preço de venda que deverá ser praticado por essa empresa.
Sabe-se:
V=C+L
C = 150
L = 15 ÷ 100 x C
k) De maneira geral, os comerciantes preferem trabalhar o cálculo do seu lucro por meio de um
percentual do preço de venda da sua mercadoria. Se um livreiro compra um livro por R$ 100,00 e quer
obter um lucro igual a 20% do preço de venda, por quanto deverá vendê-lo?
Como sabemos:
V=C+L
C = 100
L = 20/100 . V
V = 100 + 0,20 . V
Resolvendo, teremos:
V - 0,20 . V = 100
0,8 . V = 100
18
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Observe que, nessa operação, se de 100% (total), tira-se 20%, fica-se com 80%.
V = 100/0,8 = R$ 125,00
l) Uma empresa que compra e vende suprimentos de informática calcula seu lucro sobre o preço de
venda dos produtos. Se essa empresa vende uma impressora por R$ 500,00, com um lucro de 10% desse
preço de venda, calcule o custo dessa impressora.
500 = C + 0,10.500
C = 500 - 50 = R$ 450,00
m) Um vendedor está na dúvida sobre qual metodologia adotar para o cálculo do lucro de suas
vendas. Para resolver esse problema e fazer sua opção, ele resolve efetuar os dois cálculos, para que os
resultados orientem sua escolha. Sabendo que seu percentual de lucro será de 10%, faça os cálculos
pelos dois critérios e determine o percentual de variação do lucro, do menor para o maior valor.
Na solução pelas fórmulas do preço de venda, com um valor de custo estimado de R$ 100,00,
podemos estabelecer o valor do custo, porque essa estratégia é aplicada às vendas de maneira geral.
V=C+L
V = 100 + 0,10.100
V = 100 + 10 = R$ 110,00
V = 100 + 0,10 . V
V - 0,10 . V = 100
0,90 . V = 100
V = 100/0,90
V = R$ 111,11
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Unidade I
A variação percentual poderá ser calculada com a relação percentual entre a diferença e o menor
valor, cálculo fundamentado pela regra de três:
Resposta: aplicando os 10% de lucro calculado sobre o preço de venda, o vendedor terá um lucro
11,10% maior que aplicando o mesmo percentual sobre o preço de custo.
n) Uma loja compra determinado artigo, à vista, por R$ 540,00, e o revende por R$ 594,00, com
o percentual de lucro sobre o custo, ou por R$ 600,00, com o lucro calculado sobre o preço de venda.
Determine a taxa percentual de lucro, que é a mesma nos dois casos.
2º caso (venda): denominando x a porcentagem de lucro sobre o preço de venda, temos a relação
de cálculo:
V = C + x/100 . V
V - x/100 . V = C
V . (1 - x/100) = C
o) Um computador é vendido por uma empresa de informática por R$ 5.000,00 à vista. Calcule o
preço de custo dessa mercadoria, sabendo que no preço de venda está agregado um lucro de 15% do
preço de custo.
V = 5.000
L = 15% do custo
V=C+L
5.000 = C + 0,15 . C
5.000 = 1,15 . C
Aumentando 15% em R$ 4.347,83, temos 5.000, pois o preço de venda é o custo mais 15% dele,
dentro de um bom fator de precisão.
Matemática Financeira, como a maioria dos ramos do conhecimento humano, necessita de uma
série de conhecimentos básicos e pressupostos, sobre os quais se monta um universo de conceitos e
aplicações. Os esquemas de cálculos aprendidos no Ensino Fundamental serão necessários durante o
curso e depois dele.
2 JUROS SIMPLES
Temos como objetivos, neste item, identificar as aplicações do critério de juros simples e aplicar as
fórmulas adequadas ao seu cálculo, interpretando os resultados obtidos.
pessoas físicas. Esse conceito reveste-se de especial importância quando aparece, em algumas
situações, agregado ao do juro composto. Muita argumentação enganosa de vendedores é montada
sobre maquiagens do juro simples.
2.1 Conceito
Segundo o critério de cálculo de juros denominados simples, o juro de todos os períodos da aplicação
somente é adicionado ao principal para constituir o montante, ao final da aplicação. Em todos os
períodos, o juro é calculado aplicando-se a taxa sobre o principal.
Como em todos os períodos, aplicamos a taxa de juros sobre o principal, que não muda; todos eles
rendem o mesmo valor de juros, caracterizando uma variação linear.
O juro total é diretamente proporcional à taxa de juros e ao número de períodos da aplicação. Essa
característica do juro simples facilita os cálculos, reduzindo-os a aplicações de proporções e regras de
três imediatas, possibilitando o uso de calculadoras simples.
2.2 Fórmulas
• Juro
Como cada período renderá juro igual ao principal vezes a taxa de juros, em uma aplicação de n
períodos, teremos o juro total igual ao produto do principal, da taxa e do número de períodos. Isso
significa que, se dobrarmos a taxa, dobraremos os juros; se triplicarmos o prazo, triplicaremos os juros
e assim por diante.
J = P . i. n
Observação
• Montante
M=P+J
M=P+P.i.n
M = P . (1 + i . n)
Observação
Existe, em muitas áreas, uma forte segmentação. Essa característica se acentua quando
analisamos a linguagem em função do trabalho que o profissional realiza. O profissional assimila
vocábulos e expressões próprias da área. Depois de algum tempo na área financeira, o profissional
adquire um vocabulário característico das operações que realiza no dia a dia, como se fosse uma
gíria. Profissionais que atuam na área de investimentos utilizam as expressões ”montante” e
”principal”, ou ”capital”, palavras ligadas ao seu trabalho de aplicação dos capitais. Profissionais
das áreas de financiamento e pagamento preferem os vocábulos ”atual” e ”nominal”, denominações
das grandezas com que operam diariamente.
Definimos o atual como um valor da dívida em uma data antes do vencimento, e o nominal, como
seu valor na própria data de vencimento. O nominal está associado a uma ideia de valor futuro, de
montante do valor atual correspondente, no prazo de antecipação do pagamento da dívida. Reforçando
os conceitos, podemos afirmar que o valor nominal de uma dívida é o seu valor na data de vencimento,
o valor atual é o seu valor antes da data de vencimento. O valor nominal é o montante de cada um
dos valores atuais da dívida.
É importante destacar que uma dívida tem uma única data de vencimento e, portanto, um único
valor nominal. Essa mesma dívida poderá apresentar muitos valores atuais, pois costuma ser grande o
número de datas entre o dia do pagamento antecipado e o dia do vencimento.
23
Unidade I
N = A . (1 + i . n) ou A = N/(1 + i . n)
Percebe-se que a fórmula do valor nominal é análoga à do montante. Essa comparação faz sentido,
pois, como o montante, o valor nominal compreende o principal mais os juros.
• juro exato, para anos contados dia a dia, totalizando 365 dias; esse critério de contagem dos dias
é aplicado em operações de curto prazo, como descontos de duplicatas e de cheques.
• juro comercial, para meses de trinta dias, perfazendo um ano de 360 dias; aplicado em situações
que envolvem o consumidor final, como a caderneta de poupança.
2.5.1 Conceito
Duas taxas de juros diferentes, referentes a unidades de tempo diversas, serão equivalentes quando, a
partir do mesmo principal, no mesmo prazo, produzirem o mesmo montante. Nesse caso, a equivalência
é caracterizada por resultados iguais.
2.5.2 Fórmula
Como exemplo, escolheremos uma aplicação para desenvolver a fórmula de cálculo das taxas
equivalentes. Focalizando um caso prático, calculemos a equivalência entre uma taxa anual e outra
mensal. A questão prática tem a seguinte estrutura: determine as taxas de juros anual e mensal
equivalentes, segundo o critério de cálculo do juro simples.
M = P . (1 + ia) e M = P . (1 + im . 12)
1 + ia = 1 + im . 12, portanto: ia = 12 . im
24
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Chegamos, portanto, à conclusão de que, como no juro simples, as taxas são proporcionais aos
períodos, e os cálculos das taxas equivalentes são efetuados por meio de simples proporcionalidades
(regras de três). Em linguagem simples, podemos dizer que, se o ano tem doze meses, a taxa anual é doze
vezes sua mensal equivalente.
2.6 Aplicações
P = 500
i = 5/100
n = 15
Como a taxa de juros e o prazo estão na mesma unidade de tempo, aplicamos esses dados diretamente
na fórmula do montante:
M = P . (1 + in)
M = R$ 875,00
• Sugestão de cálculo
— Algébrica:
5 ÷ 100 x 15 + 1 = x 500
— RPN (HP12C):
b) Que principal devo aplicar por dois anos para obter R$ 670,00 de montante, à taxa de juros
simples de 5% ao mês?
25
Unidade I
Para efetuar as operações de cálculo, o prazo e a taxa de juros deverão estar na mesma unidade de
tempo. Utilizam-se 24 meses para o prazo, uma vez que a taxa de juros é mensal.
M = 670
i = 5/100
n = 2 anos ou 24 meses
Como o problema pede o principal e fornece todos os dados, devemos substituí-los diretamente na
fórmula do montante, que representa a relação entre os dados.
M = P . (1 + in)
670 = P . 2,20
P = 670/2,20
P = R$ 304,55
c) A que taxa de juro simples mensal devo aplicar um principal de R$ 1.000,00 para obter
R$ 1.800,00 de montante em um ano e meio?
A taxa de juros não é uma fórmula fundamental; portanto, transforme a do montante ou do juro
para seu cálculo.
P = 1.000
M = 1.800
Fórmula do montante:
26
MATEMÁTICA FINANCEIRA
M = P . (1 + in)
1.800/1.000 = 1 + i . 18
I . 18 = 1,8 - 1
i = 0,8 ÷ 18
J=P.i.n
800 = 1.000 .i . 18
i = 800/(1.000 . 18) = 0,0444
100 . i = 100 . 0,0444 = 4,44% a.m. ou taxa = 4,44% a.m.
Para a solução de um problema aplicado a um capital qualquer, pode-se arbitrar um valor para o
capital, pois, se a condição do problema vale para qualquer capital, valerá também para o escolhido. Na
maioria das vezes, a escolha de um capital igual a R$ 100,00 facilita bastante o seu cálculo. A solução
também poderá ser encontrada representando o principal por P e o seu dobro por 2P.
i = 5/100
M = P . (1 + in)
2P = P . (1 + 5 ÷ 100 . n)
27
Unidade I
2 = 1 + 0,05 . n
2 - 1 = 0,05 . n
n = 1 ÷ 0,05
n = 20 meses
Solução com o valor arbitrário: estabelecemos um valor qualquer para o principal (R$ 100,00, por
exemplo).
P = 100
2P = 200
Simplificando: 2 = 1 + 0,05 . n
n = (2 - 1)/0,05
n = 20 meses
e) Determine a taxa de juros simples a que ficou aplicado um capital durante dez meses para render
de juros a metade do seu valor.
n = 10
Como está no enunciado um principal não especificado, podemos concluir que vale para qualquer
principal. Para facilitar os cálculos, estipula-se um principal de R$ 100,00.
P = 100
J = 100 ÷ 2 = 50
28
MATEMÁTICA FINANCEIRA
J=P.i.n
50 = 100 . i . 10
50 = 1.000 . i
f) Em quanto tempo deverá um principal qualquer render de juros 30% do seu valor, aplicado a juros
simples de 3% ao mês?
P = qualquer
J = 30% do principal
i = 3/100
Como um dos tipos de solução, podemos arbitrar um valor de R$ 100,00 para o principal, pois o
enunciado da questão afirma ser um capital qualquer.
P = 100
J = 30% de 100 = 30
J=P.i.n
30 = 100 . 0,03 . n
30 = 3 . n
N = 30/3 = 10 meses
A solução dessa questão também poderá ocorrer por meio de taxas percentuais:
Como o juro simples é proporcional à taxa e ao prazo, podemos afirmar que necessitaremos de dez
meses de prazo para chegar a 30%, adicionando a taxa de 3 em 3 unidades. Essa solução também é uma
regra de três.
29
Unidade I
3% 1 mês
30% x meses
g) Uma aplicação calculada segundo o critério do juro exato (ano de 365 dias) rendeu R$ 500,00
de juros simples. Calcule quanto renderia de juros a mesma aplicação, utilizando o critério do juro
comercial (ano de 360 dias).
P . i . n = Je . 365
P . i . n = Jc . 360
182.500 = Jc . 360
Portanto:
Jc = 182.500/360 = R$ 506,94
h) Um principal de R$ 1.150,00 rende, apenas de juros, a cada mês, R$ 230,00. Calcule em quanto
tempo o montante dessa aplicação atingirá R$ 3.450,00.
30
MATEMÁTICA FINANCEIRA
P = 1.150
M = 3.450
Como primeiro passo, devemos calcular o total de juros subtraindo do montante o principal aplicado.
2.300/230 = 10 meses.
Se a aplicação rende 230 de juros a cada mês, vai demorar 10 meses para chegar a 2.300.
i) Um título de valor nominal de R$ 20.000,00 vence daqui a dois anos. Calcule seu valor atual daqui
a um ano, a juros simples de 5% ao mês.
N = R$ 20.000,00
i = 5% ao mês
Como o valor nominal valerá daqui a dois anos, daqui a um ano ainda faltará um ano para seu
vencimento. Sendo cada valor atual o principal do valor nominal único, podemos aplicar a fórmula do
valor nominal, que é equivalente à fórmula do montante simples. Deve-se transformar o prazo para
meses, para adequar-se à unidade da taxa, que é mensal.
M = P . (1 + i . n)
20.000 = P . 1,6
P = 20.000/1,6
P = R$ 12.500,00
31
Unidade I
j) Calcule o prazo de vencimento de um título cujo valor atual é um terço do nominal correspondente,
sabendo que a taxa de juros simples é de 4% ao mês.
i = 4/100
Como esse problema trata de valores quaisquer, podemos arbitrar R$ 150,00 para o nominal e
R$ 50,00 para o atual.
N = A . (1 + i . n)
150 = 50 . (1 + 0,04 . n)
150/50 = 1 + 0,04 . n
0,04 . n = 3 - 1
N = 2/0,04 = 50 meses
k) Um veículo com valor à vista de R$ 100.000,00 foi pago por 30% do seu valor à vista como
entrada, mais um único pagamento de R$ 90.000,00, seis meses depois da compra. Determine a taxa de
juros simples anual desse financiamento.
À vista: 100.000
n=6
N = 90.000
32
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Concluímos, portanto, que a dívida de 70.000 será quitada por 90.000, seis meses depois, pagando
20.000 de juros.
J=P.i.n
20.000 = 70.000 . i . 6
l) Uma factoring, tipo de empresa que comercializa capitais junto às empresas, não fornece a taxa
de juros com que faz seus cálculos. Sabendo que uma construtora financia R$ 1.000,00 para pagar
R$ 1.800,00 depois de um ano e meio, calcule a taxa mensal de juros simples praticada pela financeira.
Como o enunciado nos fornece o principal e o montante simples, podemos efetuar os cálculos
usando a fórmula do juro simples, calculado como a diferença entre o montante e o principal. É preciso
transformar o prazo de um ano e meio em dezoito meses, pois a questão pede a taxa mensal.
J=P.i.n
800 = 18.000 . i
m) A propaganda de uma financeira promete dobrar o capital dos seus clientes. Sabendo que, em
uma das modalidades de aplicação, a financeira opera à taxa de juros simples de 5% ao mês, calcule em
quanto tempo o capital aplicado deverá dobrar.
Podemos resolver essa questão estipulando um valor arbitrário para o principal, ou montando uma
equação literal baseada na relação entre principal e montante.
33
Unidade I
M = P . (1 + in)
2P = P . (1+ 5/100 . n)
2 = 1 + 0,05 . n
2 - 1 = 0,05 . n
n = 1/0,05
n = 20 meses
n) Uma aplicação a juros simples rende de juros vinte por cento do seu principal em cinco meses.
Calcule a taxa de juros simples anual a que esse capital foi aplicado.
J=P.i.n
20 = 100 . i . 5
20 = 500 . i
12 . 4 = 48% a.a.
o) Uma loja efetua suas vendas com pagamento em cheque para noventa dias. Se o cliente quiser
pagar à vista, ganhará um desconto de 12%. Sabendo que o valor à vista poderá ser financiado por
uma financeira que cobra juros simples à taxa de 3,5% ao mês, determine qual a melhor opção para o
comprador, justificando sua escolha por meio dos cálculos correspondentes.
34
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Solução:
Supondo uma compra de R$ 100,00, um desconto de 12% equivaleria a R$ 12,00, com um valor
líquido de R$ 88,00.
if = d/Vd . n
if = [12/(88 . 3)] . 100 = 4,55% a.m. Essa é a taxa que a loja estaria cobrando, no cheque, para 90 dias.
Resposta: é melhor para o comprador usar a financeira, que cobra uma taxa menor do que a que
está embutida no desconto da loja.
p) Um jovem deseja comprar uma bicicleta, mas tem apenas metade do valor. Procurando uma
financeira para aplicar seu capital com o objetivo de dobrá-lo, verifica que as taxas de remuneração das
aplicações variam muito. Calcule que taxa de juros simples o futuro ciclista deverá escolher, sabendo
que pretende fazer a compra depois de dez meses.
Na solução com a fórmula de juro simples, estima-se um valor de R$ 100,00 para o preço da bicicleta,
uma vez que esse preço não é determinado, e sabendo que o ciclista tem apenas a metade desse valor,
temos:
J=P.i.n
50 = 100 . i . 10
i . 100 = 5% a.m.
Resposta: se o ciclista escolher a financeira que paga juros simples de 5% ao mês, dobrará seu
capital em dez meses e poderá comprar sua bicicleta, caso o preço não aumente.
Se o investidor aplicou R$ 100.000 e recebeu R$ 150.000, obteve um lucro de R$ 50.000 a uma taxa
de 5% ao mês.
35
Unidade I
J=P.i.n
50.000 = 100.000 . 0,05 . n
50.000 = 5.000 . n
n = 50.000/5.000
n = 10 meses
r) Um veículo custa, à vista, R$ 30.000,00. Sabendo que ele foi pago quatro meses depois da compra
com um único pagamento e que, só de juros, tinha R$ 7.500,00, calcule a taxa de juros simples mensal
usada na correção desse preço.
P = 30.000
n=4
J = 7.500
J=P.i.n
7.500 = 30.000 . i . 4
7.500 = 120.000 . i
i = 7.500/120.000
i = 0,0625 a.m., ou 6,25% a.m.
s) Um estudante aplica R$ 500,00 de sua verba em uma financeira que paga juros simples de 15%
ao ano. Calcule o montante recebido pelo estudante ao final de cem dias, sabendo que o cálculo foi feito
a juro exato.
Dados do enunciado:
P = 500
i = 0,15
n = 100
36
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Devemos transformar a taxa anual em diária, usando o critério do juro exato: ano de 365 dias.
M = P . (1 + i . n)
M = 500 . [1 + (0,15/365) . 100]
M = R$ 520,55
t) Uma loja financia suas vendas acrescentando 20% ao preço à vista da mercadoria e dividindo o
preço assim obtido em dois pagamentos iguais, um pagamento como entrada e outro para sessenta dias
depois da compra. Calcule a taxa de juros mensal praticada por essa loja.
Como esse esquema de vendas proposto pela questão serve para qualquer valor, podemos supor
uma compra no valor de R$ 100,00. Acrescentando 20%, temos R$ 120,00, que, divididos em dois
pagamentos iguais, gerarão uma entrada de R$ 60,00 no ato da compra e outro pagamento igual ao
final de dois meses. O valor gasto será, portanto, o correspondente aos R$ 60,00 da entrada mais os
outros R$ 60,00 na data da compra, sem os juros. Aplicando a fórmula do valor atual, o segundo valor
vai voltar dois meses à taxa i:
100 = 60 + 60/(1 + 2 . i)
100 - 60 = 60/(1 + 2 . i)
40 = 60/(1 + 2 . i)
1 + 2 . i = 60/40
1 + 2 . i = 1,5
2 . i = 1,5 - 1
2 . i = 0,5
i = 0,5/2
i = 0,25
100 . i = 25%
Essa questão expõe um fator interessante do cálculo do juro. Devemos considerar a taxa de juros e
o esquema de cálculo em que ela é usada. Não podemos, também, fazer contas com pagamentos que
não estejam na mesma data.
37
Unidade I
u) Uma instituição financeira remunera as aplicações de seus clientes à taxa de juros simples de 2%
ao mês. Calcule a taxa real que um cliente recebe deixando seu capital aplicado por dez meses. Sabe-se
que, nesse caso, incide um imposto de 10% sobre o valor dos juros auferidos.
Como não se especificou o valor aplicado, podemos supor que esse esquema vale para qualquer
capital. Para facilitar nossos cálculos, vamos supor um capital de R$ 100,00.
J=P.i.n
Cálculo do imposto:
Vl = 20 - 2 = R$ 18,00
v) Calcule o valor dos juros que um capital de R$ 15.000,00 rende aplicado a juros simples de 30%
a.a., em três anos e quatro meses.
A melhor opção será transformar o prazo e a taxa de juros para meses: a taxa de 30% a.a. pode ser
substituída por 0,30/12 ao mês.
J=P.i.n
J = 15.000 . (0,30/12) . 40
J = R$ 15.000,00
38
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Observação
Uma das dificuldades iniciais do aluno de Matemática Financeira é descobrir, em cada tipo de
questão, qual fórmula aplicar. Uma sugestão importante é escolher a fórmula que relacione os dados
do enunciado com a incógnita cujo cálculo está sendo pedido. As dúvidas irão desaparecendo à
medida que se for praticando a solução de exercícios; depois de algum tempo, essa escolha é feita
naturalmente.
Em síntese, este tópico demonstrou que, apesar de seu pouco uso, é um critério lógico e justo
de cálculo intuitivo. Por esse critério, as variações são lineares, e os cálculos deverão ser efetuados
por recursos simples das regras de três e das proporções. Trata-se de um critério importante,
com grande aplicação no cálculo das dívidas de países, grandes empresas e de dívidas tributárias.
É preciso, ainda, tomar cuidado com pequenas armadilhas da capitalização nos cálculos com
períodos intermediários.
Lembrete
3 DESCONTO SIMPLES
Temos como objetivos, neste tópico, identificar uma operação de desconto simples, reconhecer seu
critério e efetuar os cálculos utilizando suas fórmulas.
É importante lembrar que o desconto é denominado simples porque é calculado segundo o critério
de juros simples.
A importância dessa operação reside em sua aplicação no dia a dia da maioria das empresas, nas
quais a operação de desconto é responsável pelo capital de giro, sem o qual a empresa não conseguiria
subsistir. A aplicação desse conceito, denominado operação de desconto, tem posição de destaque na
39
Unidade I
estrutura das empresas modernas, que, geralmente, possuem um departamento dedicado apenas a essa
área, em que a aplicação passou a ser denominada de operação de desconto.
• Desconto (D)
É o abatimento dado no valor nominal de uma dívida como consequência da antecipação da sua
data de pagamento. Pagando a dívida antes do vencimento, há um desconto. Muitas escolas estão
usando esse critério para o pagamento das mensalidades.
É a medida do tempo que vai da data de pagamento efetivo até a data de vencimento. Ao contrário
da aplicação em que a contagem do prazo está focada na origem, aqui o prazo está focado na data de
vencimento. Fique atento: o prazo do desconto é quanto tempo falta para vencer, a partir da data de
pagamento antecipado.
É o valor efetivamente pago ou recebido após o abatimento do desconto. O valor descontado com
o valor do desconto é o abatimento. É importante também diferenciar esse desconto daquele que
pedimos toda vez que compramos algo à vista. O desconto financeiro tem fundamentação teórica e
critérios de cálculo.
• Taxa de desconto
É a taxa de juros comum das aplicações, agora utilizada nas operações de desconto.
Os descontos podem ser calculados de acordo com dois critérios distintos: um deles é o cálculo
tomando-se por base o valor atual da dívida na data do seu pagamento antecipado, e o outro é baseado
em seu valor nominal.
Qualquer que seja seu critério de cálculo, o desconto sempre será subtraído do valor nominal da dívida.
A argumentação em defesa desse critério de desconto calculado, tendo-se por base o valor
atual da dívida na data de pagamento antecipado, é consistente, alegando que o prazo não
transcorreu todo e, portanto, não podemos nos basear no valor “cheio” da dívida para o cálculo
do desconto. Os defensores desse critério insistem no argumento de que não devemos pagar
juros sobre um prazo não transcorrido.
Essa denominação “por dentro” decorre do fato de o desconto ser calculado em função do valor
atual, que é um valor interno do fluxo de caixa da dívida.
40
MATEMÁTICA FINANCEIRA
3.2.1 Definição
Segundo o critério racional ou “por dentro”, o desconto simples é calculado como o juro simples
do valor atual da dívida na data da antecipação, pelo prazo de antecipação da data de pagamento, ou
seja, o desconto é o juro que seria obtido na aplicação do valor atual da dívida da data de pagamento
antecipado até a data do vencimento original, à taxa de desconto.
3.2.2 Fórmulas
• Desconto
De acordo com a definição, teremos: D = A . i . n, onde A é o valor atual da dívida na data do seu
pagamento antecipado, i é a taxa unitária de desconto e n é o tempo que falta para o vencimento,
contado a partir da data de pagamento.
Por sua definição, o valor descontado racional será a diferença entre o valor nominal e o desconto
racional. Portanto,
VD = N - D
Lembrete
3.2.3 Aplicações
a) Calcule o desconto simples racional de um título com valor nominal de R$ 1.000,00, em uma
antecipação de três meses, à taxa de desconto de 4% ao mês.
41
Unidade I
N = 1.000
n = 3 meses
i = 4/100
D = R$ 107,14
• Sugestão de cálculo
— Algébrica:
1000 x 4 x 3 ÷ 100 ÷ (4 x 3 ÷ 100 + 1) =
— RPN (HP12C):
1000 ENTER 4 x 3 x 100 ÷ 4 ENTER 3 x 100 ÷ 1 + ÷
b) Um título com valor nominal de R$ 245,00 foi descontado em uma antecipação de quatro meses,
sendo beneficiado com um desconto simples racional de R$ 35,00. Determine a taxa de desconto
utilizada nessa operação.
N = 245
n=4
D = 35
42
MATEMÁTICA FINANCEIRA
N
Podemos iniciar com a fórmula do valor descontado: VD = . Para usarmos essa fórmula,
devemos calcular o valor descontado 245 - 35 = 210. 1 + in
245
−1
i= 210
4
i = 0,04167 ao mês
N = 560
i = 3/100
D = 43
N
Podemos partir da fórmula do valor descontado racional: VD = .
1 + in
É preciso, primeiro, calcular o valor descontado: 560 - 43 = 517.
560
−1
n = 517 = 2, 77 meses, ou 2 meses e 23 dias.
0, 03
43
Unidade I
Observação
Para transformar a fração de meses em dias, basta multiplicar 0,77 por 30.
d) Determine o valor descontado racional de um título com valor nominal de R$ 1.000,00, sabendo
que sua antecipação foi de dois meses e que a taxa utilizada nessa operação foi de 5% ao mês.
N = 1000
N=2
i = 5/100
e) Calcule o desconto simples racional de um título com valor nominal de R$ 10.000,00, em uma
antecipação de dois meses, à taxa de desconto de 2% ao mês.
44
MATEMÁTICA FINANCEIRA
f) Um título com valor nominal de R$ 530,00 foi descontado em uma antecipação de cinco meses,
sendo beneficiado com um desconto simples racional de R$ 55,00. Determine a taxa de desconto
utilizada nessa operação.
530
475 =
1 + i.5
650
−1
n= 597 = 2, 2194 meses, ou 2 meses e 6 dias
0, 04
(2,2194 - 2) . 30 = 6 dias.
h) Determine o valor descontado racional de um título com valor nominal de R$ 3.000,00, sabendo
que sua antecipação foi de cinco meses e que a taxa utilizada nessa operação foi de 3% ao mês.
85.000 = 100.000/(1 + 4 . i)
1 + 4 i =100.000/85.000
4 . i = 1,18 - 1
VD = 20.000/1,034
VD = R$ 17.857,14
D = N - VD
D = 20.000 - 19.342,36
D = R$ 2.142,86
A argumentação em defesa desse critério de desconto calculado, tendo-se por base o valor nominal
da dívida, é consistente, alegando que o valor combinado para a dívida foi o nominal e, portanto,
devemos nos basear no valor “cheio” da dívida para o cálculo do desconto.
A denominação “por fora” vem do fato de o desconto ser calculado com base no valor nominal, que
é o valor mais externo do fluxo de caixa da dívida.
Esse é o critério de desconto simples de maior aplicação prática, devido à facilidade do seu cálculo
e da aplicação do juro sobre o valor nominal da dívida.
3.3.1 Definição
Segundo o critério comercial ou “por fora”, o desconto simples é calculado como o juro simples do
valor nominal da dívida, pelo prazo de antecipação da data de pagamento.
3.3.2 Fórmulas
Considerando que o desconto comercial é o juro simples do valor nominal pelo prazo de antecipação,
sua fórmula é:
d=N.i.n
47
Unidade I
Vd = N - N . i . n ou Vd = N . (1 - i . n)
Em síntese, vimos que o desconto comercial ou “por fora” tem sua base de cálculo no valor nominal
da dívida, sendo o mais aplicado na área financeira das empresas.
3.4 Aplicações
N = 1.000
n = 3 meses
i = 4/100
d=N.i.n
b) Um título com valor nominal de R$ 245,00 foi descontado em uma antecipação de quatro meses,
sendo beneficiado com um desconto simples comercial de R$ 35,00. Determine a taxa de desconto
utilizada nessa operação.
N = 245
n=4
d = 35
48
MATEMÁTICA FINANCEIRA
35 = 245 . i . 4
35 = 980 . i
i = 35/980 = 0,0357
N = 560
i = 3/100
d = 43
43 = 560 . 0,03 . n
43 = 16,80 . n
Para transformar a fração de meses em dias, basta multiplicar 0,5595 por 30.
d) Determine o valor descontado comercial de um título com valor nominal de R$ 1.000,00, sabendo
que sua antecipação foi de dois meses e que a taxa utilizada nessa operação foi de 5% ao mês.
49
Unidade I
N = 1.000
n=2
i = 5/100
Vd = N . (1 - i . n)
• Sugestão de cálculo
— Calculadora algébrica:
0,05 x 2 - 1 = x 1.000 =
Observação
e) Calcule o prazo praticado em uma operação de desconto comercial, sabendo que o valor nominal
da dívida é dez vezes o seu desconto simples comercial, à taxa de 28% ao ano.
N = 10 . d
i = 28/100
Usando a relação entre N e d como uma equação, podemos aplicar diretamente a fórmula do
desconto simples comercial:
50
MATEMÁTICA FINANCEIRA
d=N.i.n
d = 10 . d . 0,28 . n
Observação
f) O quociente entre os descontos comercial e racional, nessa ordem, de um mesmo título descontado
à taxa de desconto simples de 34% ao ano, é de 1,652. Sabendo que os dois descontos foram feitos nas
mesmas condições de taxa e prazo, calcule o prazo.
d/D = 1,625
i = 34/100
Pode-se encontrar a solução desse exercício seguindo o que indica o enunciado, ou seja, indicando
a divisão entre os descontos.
Nin
..
Nin
..
1,625 = d/D = 1+ in.
1,625 = 1 + i . n
n = (1,625 - 1)/i
O fato de trabalharmos com uma taxa anual sem convertê-la produziu uma resposta em anos.
51
Unidade I
Vd = 50.000
n=3
Vd = N . (1 - i . n)
50.000 = N . [1 - (0,24/12) . 3]
50.000 = N . 0,94
N = 50.000/0,94
N = R$ 53.191,49
h) Uma financeira tem como principal produto o financiamento de compras de passagens aéreas,
com pagamento por meio de boleto bancário. Um executivo financiou R$ 10.000,00 e recebeu de valor
líquido R$ 9.375,00, calculado com desconto simples comercial, para quitar em um único pagamento
depois de noventa dias. Com base nesses dados, calcule a taxa de desconto simples comercial anual
praticada nesse financiamento.
d=N.i.n
i = 625/(10.000 . 90)
i) Uma prestadora de serviços na área de informática vende os títulos, assinados por seus clientes, a um
banco, segundo o critério de desconto simples comercial, à taxa de juros simples de 23,5% ao ano. Calcule
o desconto simples comercial dessa operação, para uma duplicata no valor nominal de R$ 8.000,00, com
vencimento daqui a 90 dias, sabendo que o prazo foi estabelecido com base no ano comercial de 360 dias.
Lendo atentamente esse enunciado, percebemos que a taxa de juros é anual e o prazo está em dias.
Podemos resolver dividindo a taxa por 360.
d=N.i.n
d = 8.000 . (0,235/360) . 90 = R$ 470,00
j) A financeira Juro Baixo faz propaganda com o slogan “Nosso nome é a nossa missão.”, alegando
que pratica as menores taxas de juros simples do mercado. Seu gerente defende essa postura alegando,
durante uma entrevista, que quem optar pelo desconto simples comercial, para um valor nominal de
R$ 20.000,00, terá um desconto de R$ 5.000,00, para os financiamentos de cinco meses. Determine a
taxa de desconto praticada por essa empresa, nesse tipo de operação.
5.000 = 20.000 . i . 5
I = 5.000/20.000 . 5
100 . i = 5% a.m.
Resposta: nas condições enunciadas pelo problema, a taxa de desconto simples comercial será de
5% a.m.
k) Um título com valor nominal de R$ 8.000,00 foi liquidado 35 dias antes do seu vencimento, à taxa
de desconto comercial simples de 20% ao ano. Calcule o desconto comercial desse título, sabendo que
em seu cálculo foi adotado o ano de 360 dias.
d=N.i.n
d = 8.000 . (0,20/360) . 35
d = R$ 155,56
l) Calcule a taxa de desconto simples comercial em uma operação na qual o prazo foi de cinquenta
dias e o desconto foi igual a um quinto do valor nominal, sabendo que a contagem do prazo foi feita
segundo o critério comercial.
Como o valor nominal não foi especificado, podemos estabelecer seu valor em R$ 100,00, o que
facilitará nossos cálculos.
N = 100
d = 100/5 = 20
n = 50
d=N.i.n
20 = 100 . i . 50
i = 20/100.50
Ao final deste subtópico, o aluno deverá ser capaz de identificar as operações de desconto simples
bancário e, conhecendo a nomenclatura das suas grandezas, fazer os cálculos com as fórmulas montadas
a partir das definições.
O sistema bancário, por ser uma aplicação prática da teoria financeira, leva em consideração
parâmetros próprios que, na maioria das vezes, não são destacados com a devida ênfase pela teoria.
Podemos citar o caso específico da taxa administrativa, cobrada pelos bancos no desconto bancário,
para remunerar sua estrutura colocada à disposição desse tipo de operação.
3.5.1 Definição
O desconto bancário é calculado como o desconto simples comercial, acrescido de uma porcentagem
do valor nominal, como taxa administrativa. Essa taxa representa, para as instituições que praticam
esse tipo de desconto, uma remuneração ou um custeio da estrutura colocada a serviço das operações
de desconto. Essa cobrança aparece sob as mais diversas roupagens, sendo uma delas atualmente
denominada, por algumas instituições, Taxa de Abertura de Crédito (TAC).
54
MATEMÁTICA FINANCEIRA
A taxa administrativa é um percentual bruto, e não uma taxa de juros; ao montarmos a fórmula
de cálculo, na qual ela será representada por h, devemos dividi-la por 100, para trabalharmos com sua
forma unitária. Esse procedimento facilita os cálculos.
3.5.2 Fórmulas
db = N . i . n + h . N, portanto db = N . (i . n + h)
Em síntese, vimos que o desconto bancário surge da adição da taxa administrativa, como
porcentagem do valor nominal, ao desconto comercial. O valor da taxa administrativa pode variar de
uma instituição financeira para outra, e, mesmo dentro da mesma instituição, variar de um cliente para
outro. Essa taxa possui uma estrutura técnica apoiada em uma política de relacionamento dos bancos
e financeira. Seu valor é estabelecido de acordo com a reciprocidade praticada pelos clientes, ou seja, o
cliente que tem mais negócios com o banco paga menor taxa administrativa.
3.5.3 Aplicações
Lembrete
A taxa administrativa deve ser dividida por 100, antes de ser substituída
na fórmula.
N = 1.000
n = 3 meses
i = 4/100
h = 1/100
55
Unidade I
db = N . (i . n + h)
Substituindo os valores:
b) Um título com valor nominal de R$ 245,00 foi descontado em uma antecipação de quatro meses,
sendo beneficiado com um desconto simples bancário de R$ 35,00. Determine a taxa de desconto
utilizada nessa operação, sabendo que a financeira cobrou uma taxa administrativa de 2%.
N = 245
n=4
db = 35
h = 2/100
db = N . (i . n + h)
35 = 245 . (i . 4 + 0,02)
35 = 980 . i + 4,9
N = 560
i = 3/100
db = 43
h = 2/100
db = N . (i . n + h)
Observação
Para transformar a fração de meses em dias, basta multiplicar o valor
por 30.
N = 1.000
n=2
i = 5/100
h = 1/100
Vdb = N . [1 - (i . n + h)]
57
Unidade I
N = 1.000
n=3
i = 4,5/100
db = 155
db = N . (i . n + h)
100 x h = 2%
58
MATEMÁTICA FINANCEIRA
db - d = 42
h = 2/100
db - d = 42 = N . (i . n + h) - N . i . n = N . i . n + N . h - N . i . n = N . h
É interessante notar que a diferença entre esses dois descontos é apenas o valor da taxa administrativa
aplicada sobre o valor nominal da dívida, o que se pode observar diretamente na definição.
Portanto:
N . h = 42
N . 0,02 = 42
N = 42/0,02
N = R$ 2.100,00
db = N . (i . n + h)
2
db = 1000 . ( . 5 + 0,01)
100
db = R$ 110,00
59
Unidade I
Vdb = N . [1 - (i . n + h)]
3
Vdb = 2.000 . [1 - ( . 4 + 0,02)]
100
Vdb = R$ 1.720,00
• Sugestão de cálculo
— Calculadora algébrica:
Observação
i) O banco Pague Agora trabalha com uma modalidade de desconto bancário no financiamento do
capital de giro das empresas, com taxa de desconto de 48% ao ano e uma taxa administrativa de 2%.
Calcule o valor descontado e o desconto bancário para um valor nominal de R$ 34.000,00 em uma
antecipação de três meses.
Vdb = N . [1 - (i . n + h)]
Vdb = R$ 29.240,00
60
MATEMÁTICA FINANCEIRA
db = 34.000 - 29.240
db = R$ 4.760,00
j) Uma financeira trabalha com financiamento em desconto simples comercial com antecipação
de quatro meses, com uma taxa administrativa de 2%. Determine a taxa percentual anual de desconto
adotada por essa financeira, sabendo que para um valor nominal de R$ 1.000,00 houve um desconto
de R$ 230,00.
Solução:
db = N . (i . n + h)
230 = 4.000 . i + 20
230 - 20 = 4.000 . i
i = 210/(1.000 . 4)
i = 0,0525 ao mês
k) O banco Dinheiro na Hora precisa garantir uma taxa efetiva de 8% ao mês nos descontos simples
bancários de cinco meses, em que cobra uma taxa administrativa de 3%. Calcule a taxa de desconto que
esse banco deve praticar nesse tipo de negócio.
Solução com a fórmula da taxa efetiva no desconto bancário, com inversão das taxas na fórmula.
Representamos por I a taxa total do desconto simples bancário:
61
Unidade I
0,08 = I/(1 - 5 . I)
I = 0,08 . (1 - 5 . I)
I = 0,08 - 0,40 . I
I + 0,40 . I = 0,08
1,40 . I = 0,08
I = 0,08/1,40
O valor 0,6 resulta da razão 3/5, que transforma a taxa administrativa em mensal.
As empresas, em geral, dão prazos a seus clientes para o pagamento de suas compras. Para não se
descapitalizarem e arcarem com os custos financeiros das suas operações, essas empresas vendem seus
títulos de cobrança aos bancos, com operações de desconto.
As operações de desconto de títulos utilizadas para financiar o capital de giro das empresas
representam investimentos para os bancos. Como as instituições envolvidas, empresas e bancos,
investem valores diferentes em datas diferentes, a taxa efetiva remunera o dinheiro aplicado pelo
banco, que é diferente da taxa de desconto paga pela empresa. O reconhecimento dessa diferença é
um fator importante para fundamentar sua análise das operações financeiras envolvendo instituições
de crédito.
Ao final deste tópico, será possível identificar e calcular as taxas de juros às quais os capitais estão
efetivamente aplicados, nas operações de desconto comercial ou bancário.
4.1 Definição
Denomina-se efetiva a taxa de juros à qual devemos aplicar os valores descontados (líquidos),
comercial ou bancário, para obtermos, de montante, o valor nominal da dívida, no prazo de antecipação.
Essa taxa indica a remuneração do valor aplicado efetivamente na operação de desconto por bancos
e financeiras. É a taxa que o banco ou a financeira ganham na operação de desconto que praticam junto
às empresas em geral. Representaremos essa taxa por if.
62
MATEMÁTICA FINANCEIRA
4.2 Fórmulas
A fórmula dessa taxa efetiva pode ser construída a partir da própria definição:
N = Vd . (1 + if . n)
O valor nominal é o montante de uma aplicação em que o valor descontado ou líquido é o principal,
o prazo é o que falta para o vencimento e a taxa de juros é a efetiva.
Observação
Substituindo na fórmula da taxa efetiva comercial cada parâmetro
por sua fórmula, conseguimos chegar a uma fórmula para a taxa efetiva
baseada apenas na taxa de desconto e no prazo de antecipação.
d Nin
i= =
. N(1 − in).n
Vdn
Fazendo o mesmo para o desconto bancário, teremos de transformar a taxa administrativa em uma
taxa de juros correspondente, na mesma unidade de tempo que a taxa de desconto; unindo as duas,
surge uma nova taxa de desconto bancário que engloba a taxa administrativa e a taxa de desconto,
representada por I.
Dessa forma, a fórmula da taxa efetiva para o desconto bancário, baseada apenas na taxa de
desconto, na administrativa e no prazo, será:
I
if =
1 − In
.
63
Unidade I
É importante notar que a taxa administrativa é apenas um percentual aplicado sobre o valor nominal.
Nesse caso da taxa efetiva, a administrativa é “disfarçada” de taxa de juros, “maquiando” a taxa total
aplicada na operação de desconto bancário. Somente poderemos adicionar as duas taxas se elas se
referirem à mesma unidade de tempo.
4.3 Aplicações
a) Calcule a taxa efetiva e o desconto simples comercial de um título com valor nominal de
R$ 1.000,00 em uma antecipação de três meses, à taxa de desconto de 4% ao mês.
N = 1.000
n=3
i = 4/100
d=N.i.n
4
d = 1.000 . . 3 = R$ 120,00
100
d 120
if = = = 0, 04545 ao mês, ou, em percentagem, 4,55% a.m.
. (1000 − 120).3
Vdn
Resposta: o desconto comercial e a taxa efetiva foram, respectivamente, R$ 120,00 e 4,55% a.m.
b) Um título com valor nominal de R$ 245,00 foi descontado em uma antecipação de quatro meses,
sendo beneficiado com um desconto simples comercial de R$ 35,00. Determine a taxa de desconto
utilizada nessa operação e a taxa efetiva.
N = 245
n=4
d = 35
d=N.i.n
64
MATEMÁTICA FINANCEIRA
35 = 245 . i . 4
35
i= = 0,03571 ao mês, ou, em percentagem, 3,57% a.m.
245.4
Aplicamos em seguida a fórmula da taxa efetiva:
if = i/(1 - in)
— Calculadora algébrica:
Observação
Resposta: as taxas de desconto e efetiva são, respectivamente, 3,57% a.m. e 4,16% a.m.
c) Determine a taxa efetiva e o desconto simples bancário de um título com valor nominal de
R$ 1.000,00 em uma antecipação de cinco meses, à taxa de desconto de 2% ao mês, com uma taxa
administrativa de 1%.
N = 1.000
n=5
i = 2/100
h = 1/100
65
Unidade I
db = N . (in + h)
2
db = 1.000 . ( . 5 + 0,01) = R$ 110,00 if = db/Vdb . n = 110/(1.000 - 110) . 5 = 0,0247, em
100
porcentagem, 2,47% a.m.
Para trabalhar diretamente com as taxas, deve-se dividir a administrativa por cinco, reduzindo-a
para um mês, e adicioná-la à taxa mensal de desconto:
Observação
Resposta: o desconto bancário e a taxa efetiva são, respectivamente, R$ 110,00 e 2,47% a.m.
d) Calcule o valor descontado bancário e a taxa efetiva mensal envolvida na operação de desconto
de um título de R$ 2.000,00, à taxa de desconto de 3% ao mês, em uma antecipação de quatro meses,
com a taxa administrativa de 2%.
N = 2.000
i = 3/100
n=4
h = 2/100
66
MATEMÁTICA FINANCEIRA
if = db/Vdb . n
e) Calcule a taxa efetiva praticada em um desconto simples bancário com 3% ao mês de taxa de
desconto, antecipação de 4 meses e taxa administrativa de 2%.
i = 3/100
n=4
h = 2/100
I = (3 + 2/4)/100 = 0,0350
if = I/(1 - In)
f) Uma loja concede noventa dias para seus clientes pagarem suas compras. Quem quiser pagar à
vista receberá um desconto de 15% do valor nominal. Determine a taxa de juros simples efetiva mensal
à qual está aplicado o capital da loja nesse tipo de financiamento.
67
Unidade I
d = 15% de N
n = 90 dias ou 3 meses
Como se trata de uma operação válida para qualquer valor de compra, podemos estipular uma
compra com valor nominal de R$ 100,00. Como o percentual de desconto é 15%, você terá:
Vd = 100 - 15 = R$ 85,00
if = d/(Vd . n)
g) Calcule a taxa de juros simples mensal efetiva associada ao desconto de 20% sobre o valor
nominal de uma dívida, em uma antecipação de um ano.
Pensando no valor 100 como referência, uma vez que se aplica a qualquer valor, temos:
N = 100
d = 0,20 x 100 = 20
Vd = 100 - 20 = 80
if = d/Vd . n
68
MATEMÁTICA FINANCEIRA
h) Um desconto simples bancário, em uma antecipação de dois meses, foi calculado à taxa de
desconto de 27% a.a. mais uma taxa administrativa de 2%. Calcule a taxa de desconto comercial que
deveria ser aplicada, nas mesmas condições de valor nominal e prazo, para se chegar ao mesmo valor
descontado.
I = 27/100
h = 2/100
n = 2 meses
Basicamente, o problema questiona qual é a taxa de desconto simples comercial substituiria as duas
fornecidas no enunciado.
A taxa administrativa é de 2% nos dois meses do desconto bancário, o que nos daria uma taxa
correspondente anual de 12% (6 . 2%).
Se em um ano temos 27% de taxa de desconto mais uma taxa administrativa correspondente de
12%, teremos 39% a.a. na soma das duas.
Concluímos que usar 27% a.a. mais uma administrativa de 2% nos descontos bancários de dois
meses é o mesmo que aplicar desconto comercial com a taxa de 39% a.a.
i) Uma dívida com valor nominal de R$ 100,00 foi descontada por R$ 80,00 quatro meses antes do
vencimento. Calcule a taxa efetiva anual envolvida nessa operação.
Valor descontado = 80
69
Unidade I
Desconto = 20
Prazo: 4 meses
Como temos todos os dados, podemos aplicar diretamente a fórmula da taxa efetiva:
Lembrete
É importante verificar sempre a unidade da resposta solicitada pelo
enunciado da questão. Nesse caso, pede-se a taxa anual.
j) Uma loja de departamentos reluta em dar descontos, oferecendo aos clientes a opção de pagamento
com cheque para noventa dias. Caso o cliente insista no pagamento à vista com desconto, ganha 10%
de abatimento sobre o valor nominal. Calcule a taxa de juros simples efetiva praticada nessa operação
de desconto simples comercial.
Se o cliente tem, à vista, um desconto de 10%, paga 90%. Aplicando a fórmula da taxa efetiva, temos:
if = d/Vd . n
if = 10/90 . 3
i . 100 . 12 = 44,44% a.a.
k) O Banco Super cobra 3% de taxa de serviço, justificando que precisa custear sua estrutura
operacional e, como taxa de desconto simples comercial, emprega 23% a.a. Sendo o valor nominal de
R$ 5.000,00 com vencimento daqui a quatro meses, calcule o desconto simples bancário e a taxa de
juros simples efetiva anual.
db = N . (i . n + h)
db = R$ 533,33
70
MATEMÁTICA FINANCEIRA
if = db/Vdb . n
if = 533,33/(3.000 - 533,33) . 4
l) Um banco que trabalha com uma taxa de desconto simples comercial de 6% ao mês e uma taxa
administrativa de 2% sobre um valor nominal de R$ 45.000,00, em uma antecipação de três meses,
estará remunerando seu capital a que taxa efetiva?
if = 8,33% a.m.
Resposta: esse banco está ganhando 8,33% a.m. de taxa efetiva sobre o capital aplicado.
m) Calcule a taxa efetiva e o desconto simples comercial de um título com valor nominal de
R$ 2.000,00, em uma antecipação de dois meses, à taxa de desconto de 5% ao mês.
d=N.i.n
5
d = 2.000 . . 2 = R$ 200,00
100
d 200
if = = = 0,0370 ao mês, ou 3,70% a.m.
Vdn
. (2000 − 200).3
n) Um título com valor nominal de R$ 345,00 foi descontado em uma antecipação de cinco meses,
sendo beneficiado com um desconto simples comercial de R$ 45,00. Determine a taxa de desconto
utilizada nessa operação e a taxa efetiva.
d=N.i.n
45 = 345 . i . 5
45
i= = 0,0261 ao mês, ou, em percentagem, 2,61% a.m.
345.5
Aplicando a fórmula da taxa efetiva:
if = i/(1 - i . n)
Observação
o) Um posto de combustíveis aceita cheques para trinta dias como pagamento do combustível de
uma bomba em que está gravado o preço R$ 3,00 por litro. Caso o cliente queira pagar à vista, deverá
reabastecer em outra bomba cujo visor mostra o preço de R$ 2,80 por litro. Calcule a taxa de juros
simples efetiva mensal que o posto está cobrando nesse financiamento de trinta dias.
A correção de valores está visível na diferença dos preços para hoje e para daqui a trinta dias. O
percentual de correção do preço por litro é exatamente a taxa de juros que o posto está ganhando.
Tudo se passa como se o preço à vista fosse o principal, e o preço para trinta dias, o montante simples.
Aplicando a fórmula do montante, temos:
M = P . (1 + i . n)
3 = 2,80 . (1 + i . 1)
72
MATEMÁTICA FINANCEIRA
i = 3/2,80 - 1
p) Um título com vencimento para daqui a dois meses, no valor de R$ 8.000,00, foi descontado por
R$ 6.375,00 (valor atual comercial). Calcule as taxas mensais de desconto e efetiva praticadas nesse
desconto.
d=N.i.n
8.000 - 6.290 = 8.000 . i . 2
i = 1.710/(8.000 . 2)
Resposta: as taxas de desconto e efetiva são, respectivamente, 10,69% a.m. e 13,60% a.m.
q) Um banco trabalha com 3% ao mês de taxa de desconto, mais uma taxa administrativa de
2%, nos descontos de três meses. Calcule a taxa efetiva que remunera o dinheiro da instituição nessa
operação de desconto.
Nesse caso, como a operação se aplica a qualquer valor, podemos estabelecer R$ 100,00 como valor
nominal do título. A partir disso, calculamos o desconto:
db = N . (i . n + h)
db = 100 . (0,03 . 3 + 0,02)
db = R$ 11,00
Por esse processo, “disfarçamos” a taxa administrativa de taxa de juros e calculamos a taxa total do
desconto bancário.
A taxa administrativa de 2% em três meses corresponde a 2/3 de taxa ao mês, que deve ser somada
à taxa de desconto:
Relembrando, essa é a taxa total que agrega a de desconto e a administrativa em uma única taxa.
if = I/(1 - I . n)
Observação
r) Determine a taxa total anual associada a um desconto bancário de três meses, com uma taxa de
desconto de 27% ao ano e taxa administrativa de 2%.
Sabemos que a taxa administrativa não é uma taxa de juros, mas um percentual do valor nominal.
Podemos, no entanto, transformá-la no mesmo prazo que a taxa de desconto e, adicionando as duas,
obter a taxa total.
74
MATEMÁTICA FINANCEIRA
A solução dessa questão poderá ser encontrada com a fórmula do desconto bancário:
db = N . (i . n + h)
if = db/Vdb . n
if = 2.500/(25.000 - 2.500) . 4
if = 0,02778 ao mês, ou efetiva de 2,78% a.m.
t) Uma financeira tem como principal produto o financiamento de compras a funcionários das
empresas públicas, com pagamento em desconto direto no holerite e cobrança antecipada dos juros.
Um funcionário financiou R$ 10.000,00 e recebeu de valor líquido R$ 9.375,00, calculado por meio de
desconto simples comercial, para quitar em um único pagamento depois de noventa dias. Com base
nesses dados, calcule a taxa de desconto simples comercial anual e a taxa efetiva anual de juros simples
praticada nesse financiamento.
d=N.i.n
10.000 - 9.375 = 10.000 . i . 90
i = 625/(10.000 . 90)
75
Unidade I
if = i/(1 - i . n)
Resposta: a taxa de desconto e a efetiva são, respectivamente, 25% a.a. e 26,67% a.a.
u) Uma prestadora de serviços na área de construção civil vende as duplicatas assinadas por seus
clientes a um banco, segundo o critério de desconto simples comercial, à taxa de juros simples de 23,5%
ao ano. Calcule o desconto simples comercial e a taxa efetiva desse negócio, para uma duplicata com
valor nominal de R$ 8.000,00 e vencimento daqui a 90 dias.
Solução:
d=N.i.n
v) Uma financeira trabalha com financiamento por meio de desconto simples comercial. Para
garantir a viabilidade do seu negócio, precisa ganhar uma taxa efetiva de 5% ao mês nos negócios de
quatro meses. Determine a taxa de desconto que essa financeira deve adotar.
Observação
Solução:
if = i/(1 - i . n)
0,05 = i/(1 - i . 4)
0,05 . (1 - 4i) = i
0,05 - 0,05 . 4i = i
i + 0,20i = 0,05
76
MATEMÁTICA FINANCEIRA
1,20i = 0,05
i = 0,05/1,20
Resposta: a financeira deverá adotar 4,17% a.m. como taxa de desconto para obter, nos negócios
de quatro meses, uma taxa efetiva de 5% a.m.
Vdb = N . [1 - (i . n + h)]
Vdb = R$ 29.240,00
If = db/Vdb . n
If = (34.000 – 29.240)/29.240 . 3
Resposta: o valor descontado bancário será de R$ 29.240,00, e a taxa efetiva praticada será de
5,43% a.m.
77
Unidade I
Resumo
78