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Luanda - 2020

Índice

Índice
CAPITULO I: CONCEITOS E LEIS FUNDAMENTAIS DA QUÍMICA............................. 5
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 5
1.1. CLASSIFICAÇÃO DA MATÉRIA ........................................................................ 6
1.1.1. SUBSTÂNCIAS E MISTURAS ...................................................................... 6
1.1.2. ELEMENTOS E COMPOSTOS...................................................................... 7
1.1.2.1. COMPOSTOS .............................................................................................. 7
1.1.3. ESTADOS DA MATÉRIA .............................................................................. 7
1.2. PROPRIEDADES FÍSICAS E QUÍMICAS ............................................................ 8
1.3. MASSA E PESO ...................................................................................................... 8
1.3.1. VOLUME......................................................................................................... 9
1.4.2. DENSIDADE ......................................................................................................... 9
1.4. ESCALAS DE TEMPERATURAS ....................................................................... 10
1.5. TRABALHO COM NÚMEROS ........................................................................... 11
1.5.1. NOTAÇÃO CIENTIFICA ............................................................................. 11
1.5.2. ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS ............................................................. 11
1.5.2.1. LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA O USO DE ALGARISMOS
SIGNIFICATIVOS ........................................................................................................ 12
1.5.3. RIGOR E PRECISÃO.................................................................................... 12
CAPITULO II: ÁTOMOS, MOLÉCULAS E IÕES .............................................................. 14
2.1. ESTRUTURA DO ÁTOMO ....................................................................................... 14
2.1.1. O ELECTRÃO ..................................................................................................... 15
2.2. RADIOACTIVIDADE ............................................................................................... 15
2.3. O PROTÃO E O NÚCLEO ........................................................................................ 16
2.3.1. O NEUTRÃO ....................................................................................................... 17
2.5.1. MOLÉCULAS ..................................................................................................... 19
2.5.2. IÕES ..................................................................................................................... 20
2.6.1. DESENVOLVIMENTO DA TABELA PERIÓDICA......................................... 21
2.6.2. CLASSIFICAÇÃO DA TABELA PERIÓDICA ........................................... 22
2.7. DISTRIBUIÇÃO ELECTRÓNICA ....................................................................... 23
2.7.1. DIAGRAMA DE PAULING ............................................................................... 24
2.7.2. NÚMEROS QUÂNTICOS ............................................................................ 24
2.7.2.1. NÚMERO QUÂNTICO PRINCIPAL (n) ................................................. 25

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2.7.2.2. NÚMERO QUÂNTICO DE MOMENTO ANGULAR OU SECUNDÁRIO


(l) 25
2.7.2.3. NÚMERO QUÂNTICO MAGNÉTICO (m) ............................................. 26
2.7.2.4. NÚMERO QUÂNTICO DE SPIN (s) ....................................................... 26
2.8. REGRA DE HUND ............................................................................................... 27
2.9. PRINCÍPIODE EXCLUSÃO DE PAULI.............................................................. 28
2.10. DIAMAGNÉTISMO E PARAMAGNÉTISMO ............................................... 28
2.11. LOCALIZAÇÃO DOS ELEMENTOS E VARIAÇÃO DAS SUAS
PROPRIEDADES .............................................................................................................. 29
2.12. PROPRIEDADES PERIÓDICAS...................................................................... 30
2.12.1. RAIO ATÓMICO .......................................................................................... 30
2.12.2. RAIO IÓNICO ............................................................................................... 30
2.12.3. ENERGIA DE IONIZAÇÃO (E.I.) ............................................................... 31
2.12.4. ELECTRONEGATIVIDADE........................................................................ 31
2.12.5. AFINIDADE ELECTRÓNICA ..................................................................... 31
CAPITULO III: LIGAÇÃO QUÍMICA ................................................................................ 33
3.1. LIGAÇÃO IÓNICA .................................................................................................... 33
3.2. LIGAÇÃO COVALENTE .......................................................................................... 34
3.2.1. LIGAÇÃO COVALENTE APOLAR .................................................................. 34
3.2.2. LIGAÇÃO COVALENTE POLAR ..................................................................... 34
3.2.3. LIGAÇÃO COVALENTE COORDENADA DATIVA ...................................... 36
3.3. HIBRIDAÇÃO DOS ORBITAIS ............................................................................... 36
3.4. GEOMETRIA MOLECULAR ................................................................................... 37
3.4.1. PREVISÃO DA GEOMETRIA MOLECULAR ................................................. 38
3.5. MOMENTO DIPOLAR (𝛍𝛍) E GEOMETRIA MOLECULAR ............................... 40
3.6. FORÇAS INTERMOLÉCULARES ........................................................................... 41
3.6.1. LIGAÇÃO DE HIDROGÉNIO ........................................................................... 42
3.6.2. FORÇAS DE VAN DER WAALS ...................................................................... 42
CAPITULO IV: FUNÇÕES INORGANICAS ...................................................................... 44
CAPITULO V: ESTEQUIOMETRIA ................................................................................... 48
5.1. MASSA ATÓMICA. MASSA MOLECULAR. MOLE ....................................... 48
5.1.1. MASSA MOLECULAR ................................................................................ 48
5.1.2. MOLE ............................................................................................................ 49
5.2. COMPOSIÇÃO ELEMENTAR E FÓRMULA EMPIRICA ................................ 49

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5.3. REACÇÕES QUÍMICAS E EQUAÇÕES QUÍMICAS ........................................ 51


5.4. BALANÇO DAS EQUAÇÕES QUÍMICAS ........................................................ 52
5.5. CÁLCULOS ESTEQUIOMÉTRICOS .................................................................. 53
5.6. REAGENTE EM EXCESSO E REAGENTE LIMITANTE ................................. 55
5.7. REACÇÕES QUÍMICAS COM SUBSTÂNCIAS IMPURAS ............................. 56
5.8. RENDIMENTO DE UMA REACÇÃO ................................................................. 57
CAPITULO VI: TEORIA CINÉTICA DOS GASES ............................................................ 59
6.1. MOLÉCULAS NO ESTADO GASOSO ............................................................... 59
6.2. LEIS DOS GASES ................................................................................................. 60
6.2.1. LEI DE BOYLE-MARIOTTE ....................................................................... 60
6.2.2. LEIS DE CHARLES E GAY-LUSSAC ........................................................ 61
6.3. EQUAÇÃO GERAL DOS GASES ....................................................................... 61
6.4. EQUAÇÃO DE CLAPEYRON OU EQUAÇÃO DO ESTADO DOS GASES
PERFEITOS ....................................................................................................................... 62
CAPITULO VII: SOLUÇÕES............................................................................................... 63
7.1. COMPONENTES DE UMA SOLUÇÃO ................................................................... 63
7.2. CLASSIFICAÇÃO DAS SOLUÇÕES ....................................................................... 64
7.3. SISTEMAS DISPERSOS ........................................................................................... 64
7.4. SOLUÇÕES VERDADEIRAS ................................................................................... 65
7.4.1. CARACTERISTICAS DAS SOLUÇÕES VERDADEIRAS .............................. 65
7.5. CONCENTRAÇÃO DAS SOLUÇÕES ..................................................................... 65
7.6. DILUIÇÃO DE SOLUÇÕES ..................................................................................... 68
CAPITULO VIII: ELECTROQUÍMICA .............................................................................. 71
8.1. NÚMERO DE OXIDAÇÃO ....................................................................................... 71
8.2. CONCEITO DE OXIDAÇÃO-REDUÇÃO ............................................................... 71
8.3. BALANCEAMENTO DAS EQUAÇÕES DE OXIDAÇÃO REDUÇÃO ................. 72
8.4. PILHAS ....................................................................................................................... 74
8.5. FORÇA ELECTROMOTRIZ ..................................................................................... 75
8.6. EQUAÇÃO DE NERNST .......................................................................................... 75
8.7. ELECTRÓLISE .......................................................................................................... 77
8.8. ESTEQUIOMÉTRIA DA ELECTRÓLISE ................................................................ 77
Primeira lei de Faraday ................................................................................................... 77
Segunda lei de Faraday.................................................................................................... 77
8.9. CORROSÃO ............................................................................................................... 78

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Protecção catódica................................................................................................................ 79
CAPITULO IX: CINÉTICA QUÍMICA ............................................................................... 81
9.1. VELOCIDADE DA REACÇÃO ................................................................................ 81
9.1.1. VELOCIDADE MÉDIA E VELOCIDADE ESPECIFICA ................................ 81
9.2. LEI DA VELOCIDADE DE UMA REACÇÃO ........................................................ 82
9.3. MECANISMO DA REACÇÃO ................................................................................. 83
9.4. FACTORES QUE INFLUENCIAM NA VELOCIDADE DAS REACÇÕES .......... 84
CAPITULO X: EQUILÍBRIO QUÍMICO............................................................................. 85
10.1. DESLOCAMENTO DO EQUILÍBRIO ................................................................... 86
10.1.1. PRINCÍPIO DE LE CHATELIER ..................................................................... 86
10.1.2. EFEITO DA CONCENTRAÇÃO ..................................................................... 86
10.1.3. EFEITO DA PRESSÃO ..................................................................................... 86
10.1.4. EFEITO DA TEMPERATURA ......................................................................... 87
10.2. CONSTANTE DE EQUILÍBRIO EM FUNÇÃO DA CONCENTRAÇÃO (Kc) .... 87
10.3. GRAU DE EQUILÍBRIO ......................................................................................... 88
10.4. CONSTANTE DE EQUILÍBRIO EM FUNÇÃO DA PRESSÃO (Kp) ................... 89
10.4.1. RELAÇÃO ENTRE Kp e Kc ............................................................................. 89
10.5. EQUILÍBRIO EM MEIO AQUOSO ........................................................................ 89
10.5.1. CONSTANTE DE IONIZAÇÃO ...................................................................... 89
10.5.2. LEI DA DILUIÇÃO DE OSTWALD ................................................................ 90
10.6. PRODUTO IÓNICO DA ÁGUA E PH .................................................................... 92
10.6.1. EQUILÍBRIO IÓNICO DA ÁGUA ................................................................... 92
10.6.2. PRODUTO IÓNICO DA ÁGUA (Kw) ............................................................ 92
10.6.3. ESCALA DE PH ................................................................................................ 92
10.7. CONSTANTE DO PRODUTO DE SOLUBILIDADE (KPS .................................. 93
10.7.1. PRODUTO DE SOLUBILIDADE .................................................................... 93
10.7.1.1. OBTENÇÃO DA EXPRESSÃO DO Kps ...................................................... 94
10.7.1.2. COMPARANDO A SOLUBILIDADE .......................................................... 95
10.7.1.3. PREVENDO A PRECIPITAÇÃO .................................................................. 96
BIBLIOGRAFIAS ............................................................................................................... 104

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Capitulo I: Conceitos e Leis Fundamentais da Química

CAPITULO I: CONCEITOS E LEIS FUNDAMENTAIS DA QUÍMICA

1. INTRODUÇÃO

Química é a ciência que estuda a matéria e suas transformações. A química


é muitas vezes chamada a ciência central, pois um conhecimento básico da química é
essencial para estudantes de várias ciências e de muitas outras áreas. Na realidade é
central para o nosso modo de vida: Sem ela viveríamos vidas mais curtas e em
condições que consideraríamos primitivas, sem automóveis, electricidade,
computadores, CDs e muitos outros artigos utilitários do dia-a-dia.

Apesar da química ser uma ciência antiga, a sua fundação moderna foi
construída no século XIX, quando os avanços intelectuais e tecnológicos permitiram
aos cientistas decompor as substâncias em componentes cada vez mais pequenos e,
consequentemente explicar muitas das suas características físicas e químicas. O
desenvolvimento rápido de tecnologias cada vez mais sofisticadas verificados ao
longo do século XX proporcionou-nos meios ainda melhores de estudar coisas que
não podem ser vistas a olho nu. Por exemplo usando computadores e microscópios
especiais, os químicos podem analisar a estrutura dos átomos e das moléculas – as
unidades fundamentais em que se baseia o estudo da química – e conceber novas
substâncias com propriedades específicas, como medicamentos e produtos de uso
corrente amigos do ambiente.

De certeza que a química continuará a ser um pivô em todas as áreas da


ciência e da tecnologia.

Nas conversas do dia-a-dia ouvimos palavras que têm ligações com a


química, mesmo que sejam usadas com conotação científica. Alguns exemplos são
“electrónico”, “salto quântico”, “equilíbrio”, “catalisador”, “reacção em cadeia”,
“massa crítica” etc. Além disso, quando se cozinha, pratica-se química.

A finalidade da química é pô-lo a olhar o mundo macroscópico – as coisas


que podemos ver, tocar e medir electricamente – e visualizar as partículas e os
acontecimentos do mundo microscópico que não podemos apreciar sem a tecnologia
moderna e a nossa imaginação.

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Capitulo I: Conceitos e Leis Fundamentais da Química

Lembrem-se de que os dados para a investigação química vêm muitas vezes


da observação de fenómenos em grande escala, mas as explicações estão
frequentemente num mundo invisível e parcialmente imaginado, o mundo
microscópico dos átomos e das moléculas.

1.1. CLASSIFICAÇÃO DA MATÉRIA

Matéria é tudo aquilo que tem massa e ocupa espaço. A matéria inclui coisas
que podemos ver e tocar (tais como a água, a terra e as arvores) bem como coisas que
não podemos ver (como o ar). Assim tudo no universo tem uma relação “química”.

Em química distinguem-se várias subcategorias de matéria baseadas na


composição e nas propriedades. As classificações da matéria incluem substâncias
puras, misturas, elementos e compostos, bem como átomos e moléculas.

1.1.1. SUBSTÂNCIAS E MISTURAS

Uma substância é uma forma de matéria que tem uma composição definida
(constante) e propriedades distintas.

Ex: A água, a amónia, o açúcar (sacarose), o ouro, o oxigénio etc.

As substâncias diferem uma das outras na composição e podem ser


identificados pelo seu aspecto, cheiro sabor e outras propriedades.

Uma mistura é uma combinação de duas ou mais substâncias em que estas


conservam as suas identidades distintas.

Ex: O ar, as bebidas, o leite, o cimento etc.

As misturas podem ser homogéneas ou heterogéneas.

Misturas homogéneas são misturas na qual a composição é a mesma em toda


a sua extensão.

Ex: Água com açúcar.

Misturas heterogéneas são misturas na qual a sua composição não é


uniforme.

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Capitulo I: Conceitos e Leis Fundamentais da Química

Ex: Areia e limalha.

1.1.2. ELEMENTOS E COMPOSTOS

Um elemento é uma substância que não pode ser separado em substâncias


mais simples por processos químicos.

Por conveniência, os químicos usam símbolos de uma ou duas letras para


representar os elementos. A primeira letra do símbolo é sempre maiúscula.

Ex: Co “Cobalto”, Ag “Prata”, Fe “Ferro” etc.

Os átomos da maior parte dos elementos podem interagir uns com os outros
para formar compostos.

Ex: O hidrogénio gasoso arde em oxigénio para formar água, que tem
propriedades bastantes diferentes das dos materiais iniciais.

1.1.2.1. COMPOSTOS

Um composto é uma substância composta de átomos de dois ou mais


elementos quimicamente unidos em proporções fixas. Ao contrário do que sucede
com as misturas, os compostos apenas podem ser separados nos seus componentes
puros por processos químicos.

1.1.3. ESTADOS DA MATÉRIA

Todas as substâncias, pelo menos em princípio, podem existir em três


estados: Sólido, líquido e gasoso.

Os gases diferem dos líquidos e dos sólidos nas distâncias entre as moléculas.

As moléculas num líquido estão próximas uma as outras mas não se mantêm
numa posição rígida e podem mover-se umas em relação as outras.

Num sólido, as moléculas mantêm-se próximas umas das outras de uma


forma ordenada e com pouca liberdade de movimento.

Num gás, as moléculas estão separadas por distâncias que são grandes quando
comparadas com as dimensões das moléculas.

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Capitulo I: Conceitos e Leis Fundamentais da Química

Os três estados interconvertem-se sem alterar a composição da substância.

Ex: Por aquecimento, o gelo derreter-se-á para formar água (líquido),


continuando o aquecimento o líquido converter-se-á num gás. Por outro lado o
arrefecimento de um gás levá-lo-á a condensar-se num líquido e continuando o
arrefecimento acabará por congelar formando um sólido.

1.2. PROPRIEDADES FÍSICAS E QUÍMICAS

As substâncias são identificadas pelas suas propriedades bem como pela sua
composição.

Propriedades Física – São aquelas que podem ser medidas e observadas sem
alterar a composição ou a identidade de uma substância.

Ex: Pode-se medir o ponto de fusão do gelo aquecendo um bloco de gelo e


registando a temperatura a que este se converte em água líquida.

Propriedade química – São aquelas que para serem observados tem de se


realizar uma transformação química.

Ex: Ao cozermos um ovo, realizamos uma transformação química.

Todas as propriedades mensuráveis da matéria podem ser classificadas em


extensivas e intensivas.

Propriedades extensivas – são propriedades que dependem da quantidade de


matéria considerada.

Ex: A massa, o volume, o comprimento etc.

Propriedade intensiva – São propriedades que não dependem da quantidade


de matéria.

Ex: A temperatura, a densidade etc.

1.3. MASSA E PESO

Os termos massa e peso são muitas vezes usados indistintamente, embora,


estritamente falando, sejam grandezas diferentes. A massa é uma medida da

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Capitulo I: Conceitos e Leis Fundamentais da Química

quantidade de matéria num objecto; o peso, tecnicamente falando, é a força que a


gravidade exerce num objecto.

Ex: Os químicos estão principalmente interessados na massa, que pode ser


facilmente determinada com uma balança; parece estranho o processo de medição da
massa chama-se pesagem.

1.3.1. VOLUME

É o espaço ocupado por um corpo. A medida derivada S.I. para o volume é o


metro cúbico (m3). No entanto os químicos trabalham em geral com volumes muito
mais pequenos, como o centímetro cúbico (cm3) e o decímetro cúbico (dm3).

1𝑐𝑚3 = (1 ∗ 10−2 𝑚)3 = 1 ∗ 10−6 𝑚3

1𝑑𝑚3 = (1 ∗ 10−1 𝑚)3 = 1 ∗ 10−3 𝑚3

Uma outra unidade de volume comum é o litro (L). Um litro é o volume


ocupado por um decímetro cúbico. O volume de 1 L é igual a 1000 mL ou 1000 cm3.

1𝐿 = 1000 𝑚𝐿

= 1000 𝑐𝑚3

= 1 𝑑𝑚3

1.4.2. DENSIDADE

A equação para a densidade é:

𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑚
𝐷𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = ⟹𝑑=
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑉

Como a densidade é uma propriedade intensiva e não depende da quantidade


de massa presente, para uma determinada substância a razão da massa pelo volume é
sempre a mesma; por outras palavras, volume aumenta com a massa. Geralmente, a
densidade diminui com a temperatura.

A unidade S.I. derivada para a densidade é o quilograma por metro cúbico


(Kg/m3). Para os químicos é mais comum usar o grama por centímetro cúbico
(g/cm3) e o seu equivalente, grama por mililitro (g/ml) para as densidades de sólidos

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Capitulo I: Conceitos e Leis Fundamentais da Química

e de líquidos. Como as densidades dos gases são muito pequenas, exprimimo-las em


unidades de grama por litro (g/L).

1𝑔/𝑐𝑚3 = 1𝑔/𝑚𝑙 = 1000𝐾𝑔/𝑚3

1𝑔/𝐿 = 0.0001𝑔/𝑚𝑙

1.4. ESCALAS DE TEMPERATURAS

Actualmente há três escalas de temperaturas em uso. As suas unidades são ºF


(graus Fahrenheit), ºC (graus Célsius) e K (Kelvin).

A escala Fahrenheit, que é a escala mais vulgarmente usada nos EUA fora
dos laboratórios, define os pontos de fusão e de ebulição normais da água como
sendo exactamente 32ºF e 212ºF respectivamente. A escala Célsius dividi o intervalo
entre o ponto de fusão (0ºC) e o ponto de ebulição (100ºC) da água.

O kelvin, é a unidade S.I. básica de temperatura, é a escala absoluta de


temperatura.

Para converter graus Fahrenheit em graus Célsius:

5℃
℃ = (℉ − 32℉)
9℉

A equação seguinte é usada para converter graus Célsius em graus


Fahrenheit:

9℉
℉= (℃) + 32℉
5℃

A equação para converter graus Célsius em Kelvin:

1𝐾
𝐾 = (℃ + 273.15℃)
1℃

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Capitulo I: Conceitos e Leis Fundamentais da Química

1.5. TRABALHO COM NÚMEROS

1.5.1. NOTAÇÃO CIENTIFICA

Muitas vezes trabalhamos com números que são bastante grandes outras
vezes com números bastante pequenos.

Ex: Em 1g do elemento hidrogénio há cerca de: 602200000000000000000000


de átomos de hidrogénio, já a massa de 1 átomo de hidrogénio é apenas:
0.00000000000000000000000166g.

É complicado manejar estes números, e torna-se fácil cometer erros quando


usados em cálculos aritméticos.

Quando se trabalha com números muito grandes ou pequenos, usamos um


sistema chamado Notação Cientifica. Independentemente do seu tamanho, todos os
números podem ser expressos na forma: 𝐍 ∗ 𝟏𝟎𝐧 .

Se tivermos que exprimir um número qualquer em notação científica,


contamos o número de casas que a vírgula se desloca para dar o número N. Se a
vírgula se mover para a esquerda então n é um número inteiro positivo; se se mover
para a direita, n é um número inteiro negativo.

Ex: Exprimir 568.762 em notação científica:

568.762 = 5.68762 ∗ 102

Exprimir 0.00000772 em notação científica:

0.00000772 = 7.72 ∗ 10−6

1.5.2. ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS

São os números ou dígitos com significado numa quantidade medida ou


calculada.

Quando se usam algarismos significativos, o ultimo algarismo ou dígito é


incerto.

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Capitulo I: Conceitos e Leis Fundamentais da Química

1.5.2.1. LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA O USO DE ALGARISMOS


SIGNIFICATIVOS

Em trabalhos de natureza científica temos sempre de ter cuidado em escrever


o número correcto de algarismos significativos. De um modo geral, é bastante fácil
determinar o número de algarismos significativos que um número tem, seguindo as
regras seguintes:

1. Qualquer dígito diferente de zero é significativo.


Ex: 845 tem três algarismos significativos; 1.234 tem quatro algarismos
significativos.
2. Os zeros entre dígitos diferentes de zero são significativos.
Ex: 606 tem três algarismos significativos; 40.501 tem cinco algarismos
significativos.
3. Os zeros à esquerda do primeiro dígito diferente de zero não são
significativos. A sua função é indicar a posição da vírgula decimal.
Ex: 0.08 tem um algarismo significativo; 0.0000349 tem três algarismos
significativos.
4. Se um número é maior do que 1, então todos os zeros à direita da vírgula
contam como algarismos significativos.
Ex: 2.0 tem dois algarismos significativos; 40.062 tem cinco algarismos
significativos.
Se um número é inferior a 1, então apenas os zeros que estão no fim do
número e os zeros que estão entre dígitos diferentes de zero são significativos
Ex: 0.090 tem dois algarismos significativos; 0.3005 tem quatro algarismos
significativos, 0.000420 tem três algarismos significativos.

1.5.3. RIGOR E PRECISÃO

O rigor dá-nos uma ideia da aproximação da medição efectuada e o


verdadeiro valor da grandeza medida. A precisão refere-se ao acordo entre duas ou
mais medições da mesma grandeza.

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Capitulo I: Conceitos e Leis Fundamentais da Química

10 10
xxxxx x
10
x
30 30 30 x
xx
60
x x
60 60
x
100 100 100
x

x
(a) (b) (c)
Bom rigor e boa precisão Pouco rigor e boa precisão Pouco rigor e Pouca precisão

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Capitulo II: Átomos Moléculas e Iões

CAPITULO II: ÁTOMOS, MOLÉCULAS E IÕES

No séc. V A.C., o filósofo grego Demócrito exprimiu a crença de que toda a


matéria consistia em partículas muito pequenas e indivisíveis, às quais ele chamou
átomos (que significa indivisível). Resultados experimentais de investigações
científicas apoiaram o conceito de “atomismo” e gradualmente fizeram surgir as
definições modernas de elementos e compostos.

Em 1808, um cientista e professor Inglês John Dalton, formulou uma


definição precisa dos blocos indivisíveis constituintes da matéria aos quais
chamamos átomos.

As hipóteses acerca da natureza da matéria, na qual a teoria atómica de


Dalton se baseou podem ser resumidas da seguinte maneira:

1. Os elementos são constituídos por partículas extremamente pequenas


chamadas átomos.
2. Todos os átomos de um dado elemento são idênticos, tendo a mesma
dimensão, massa e propriedades químicas. Os átomos de um elemento são diferentes
dos átomos de todos os outros elementos.
3. Os compostos são constituídos por átomos de mais de um elemento.
4. Uma reacção química envolve apenas a separação, combinação ou rearranjo
dos átomos; não resulta na sua criação ou destruição.
O conceito de átomo de Dalton, era bem mais detalhado e específico do que o
de Demócrito.

2.1. ESTRUTURA DO ÁTOMO

Com base na teoria de Dalton, pode-se definir um átomo como a unidade


básica de um elemento que pode entrar numa combinação química.
Uma serie de investigações que tiveram início na década de 1850 e se
estenderam até ao séc. XX, demonstram claramente que os átomos possuem na
realidade uma estrutura interna; isto é, são constituídos por partículas ainda mais
pequenas, chamadas partículas sub-atómicas. Esta investigação levou a descoberta
de três destas partículas – os electrões, os protões e os neutrões.

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Capitulo II: Átomos Moléculas e Iões

2.1.1. O ELECTRÃO

Na década de 1890 muitos cientistas envolveram-se no estudo da Radiação, a


emissão e transmissão de energia através do espaço na forma de onda. A
informação ganha com esta investigação contribuiu grandemente para a compreensão
da estrutura atómica. Um dos instrumentos usados para investigar este fenómeno é a
ampola de raios catódicos “o percursor do ecrã de televisão”.
Os electrões foram descobertos pelo físico inglês Joseph John Thomson com
a ajuda da ampola de raios catódicos e o seu conhecimento da teoria
electromagnética para determinar a razão entre a carga eléctrica e a massa de um
electrão (−1.76 ∗ 108 𝐶/𝑔). Entre 1908 e 1917, Robert Andrews Millikan, físico
americano, conseguiu medir a carga do electrão com grande precisão. O seu trabalho
mostrou que a carga de cada electrão era exactamente a mesma. Millikan, usando os
seus conhecimentos de electrostática verificou que a carga do electrão era −1.6022 ∗
10−19 𝐶. A partir deste resultado ele calculou a massa do electrão:
𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑒 𝑢𝑚 𝑒𝑙𝑒𝑐𝑡𝑟ã𝑜 =
𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎/𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎

−1.6022 ∗ 10−19 𝐶
𝑚𝑒 = 8
= 9.10 ∗ 10−28 𝑔
−1.76 ∗ 10 𝐶/𝑔

2.2. RADIOACTIVIDADE

Em 1895, o físico alemão Wilhelm Rӧntgen, reparou que os raios catódicos


faziam com que o vidro e os metais emitissem uma radiação invulgar. Esta radiação
altamente energética penetrava a matéria, escurecia placas fotográficas cobertas e
provocava fluorescência em várias substâncias. Como estes raios não eram
deflectidos por um magnete, não podiam conter partículas com cargas, a semelhança
dos raios catódicos. Rӧntgen chamou-lhes Raio X porque a sua natureza era
desconhecida.

Antoine Becquerel, físico francês, estudou as propriedades de fluorescência


de substâncias. Por mero acaso “acidente”, verificou que a exposição a certos
compostos de Urânio de placas fotográficas envolvidas num revestimento espesso,
provocava o seu escurecimento mesmo sem a estimulação de raios catódicos. Tal
como os Raios X, os raios dos compostos de Urânio eram muito energéticos e

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Capitulo II: Átomos Moléculas e Iões

não eram deflectidos por um magnete, mas distinguiam-se dos Raios X apareciam
espontaneamente aos quais Marie Curie sugeriu o nome de Radioactividade para
descrever esta emissão espontânea de partículas e/ou radiação. Desde então, qualquer
elemento que emite radiação espontaneamente diz-se Radioactivo.

Na desintegração ou quebra de substâncias radioactivas como o Urânio, são


produzidos três tipos de radiação, dois dos quais são deflectidos por placas metálicas
com cargas opostas.

A radiação alfa (α) consiste em partículas com cargas positivas, chamadas


partículas α e são deflectidos pela placa com carga positiva.

A radiação Beta (β) ou partículas β, são electrões e são deflectidos pela placa
com carga negativa.

O terceiro tipo de emissão radioactiva consiste de raios de elevada energia


chamada raios gama (γ). Tal como os raios x, os raios γ não têm carga e não são
afectados por um campo externo.

2.3. O PROTÃO E O NÚCLEO

No início do séc. XX, ouve duas características dos átomos que se tornaram
claras: contêm electrões e são electricamente neutros. Para manter a neutralidade
eléctrica, um átomo deve conter um número igual de cargas positivas e negativas.

Em 1910, o físico neozelandês Ernest Rutherford realizou uma série de


experiências usando lâminas muito finas de ouro e de outros metais como alvos para
partículas α de uma fonte radioactiva. Observaram que a maioria das partículas
penetrava a lâmina sem desvio ou com apenas uma pequena deflexão (desvio). Mas,
de vez em quando, uma partícula α era difractada (dispersada) ou deflectida de um
ângulo grande. Em alguns casos, a partícula α era ricocheteada na direcção de onde
tinha vindo! Este foi um achado surpreendente.

Rutherford, explicou os resultados da experiência de difracção de partículas α


em termos de um novo modelo para o átomo. De acordo com Rutherford, a maior
parte do átomo deve ser espaço vazio. Isto explica a razão pela qual a maior parte das
partículas α atravessa a lâmina de ouro praticamente sem desvio. Rutherford propôs

[Pedro Taba] Página 16


Capitulo II: Átomos Moléculas e Iões

que as cargas positivas do átomo se encontravam todas concentradas no núcleo que é


o cerne denso no interior do átomo. Sempre que uma partícula α se aproximava de
um núcleo na experiência de difracção, sofria uma grande força de repulsão e,
portanto era muito deflectida. Além disso, uma partícula α cujo percurso se dirigisse
directamente para o núcleo seria completamente repelida e a sua direcção seria
invertida.

As partículas com cargas positivas no núcleo chamam-se Protões. Verificou-


se que a carga transportada por um protão é a mesma quantidade de carga de um
electrão, e, tem massa de 1.67262 ∗ 10−24 𝑔 “cerca de 1840 vezes a massa do
electrão de carga contrária”.

2.3.1. O NEUTRÃO

Quando James Chadwick, físico inglês, bombardeou uma folha de berílio


com partículas α, o metal emitiu uma radiação de energia muito elevada, semelhante
aos raios γ. Experiências posteriores mostraram que a radiação era constituída por
um terceiro tipo de partículas sub-atómica, à qual Chadwick deu o nome de
Neutrões, porque elas mostraram ser partículas electricamente neutras com uma
massa ligeiramente superior à massa dos protões.

Massa e cargas das partículas sub-atómicas

Carga
Partícula Massa (g) Coulomb (C) Unidade de Carga
Electrão 9.10938 × 10−28 −1.6022 × 10−19 −1
Protão 1.67262 × 10−24 +1.6022 × 10−19 +1
Neutrão 1.67493 × 10−24 0 0

2.4. NÚMERO ATÓMICO. NÚMERO DE MASSA

Todos os átomos podem ser identificados pelo número de protões e de


neutrões que contém. O número atómico (Z) é o número de protões no núcleo de
cada átomo de um elemento. Em um átomo neutro o número de protões é igual ao
número de electrões, e, por isso, o número atómico também indica o número de

[Pedro Taba] Página 17


Capitulo II: Átomos Moléculas e Iões

electrões presentes no átomo. A identidade química de um átomo pode ser


determinada apenas pelo seu número atómico.

O número de massa (A) é o número total de protões e de neutrões presentes


no núcleo de um átomo de um elemento.

𝐴 = 𝑝 + 𝑛 𝑜𝑢 𝐴 = 𝑍 + 𝑛

O número de neutrões num átomo é igual a diferença entre o número de


massa e o número atómico.

𝑛 = 𝐴 − 𝑝 𝑜𝑢 𝑛 = 𝐴 − 𝑍

𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎→𝐴
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑎𝑡ó𝑚𝑖𝑐𝑜→𝑍𝑋

ISÓTOPOS: Átomos que têm o mesmo número atómico mas números de


massa diferente.

Ex:

Elementos Carbono Oxigénio Potássio

12 13 14 16 17 18 39 40 41
Representação 6C 6C 6C 8O 8O 8O 19K 19K 19K

Abundância (%) 98,89 1,11 - 99,7 0,04 0,2 93,30 0,01 6,70

As propriedades químicas de um elemento são determinadas pelos protões e


electrões nos seus átomos: Os neutrões não participam nas transformações químicas
em condições normais. Por isso, os isótopos do mesmo elemento têm química
semelhante, formando os mesmos tipos de compostos e apresentando reactividade
semelhante.

ISÓBAROS: São átomos que apresentam diferentes números atómicos (Z),


mas o mesmo número de massa (A).

Ex:

[Pedro Taba] Página 18


Capitulo II: Átomos Moléculas e Iões

p = 20 p = 18
40 − 40 −
20Ca {e = 20 e 18Ar {e = 18
n = 20 n = 22

ISÓTONOS: São átomos de elementos químicos diferentes que apresentam o


mesmo número de neutrões (n), mas diferentes números atómicos (Z).

Ex:

p=7 p=6
14
7N {e = 7 e 136C {e− = 6

n=7 n=7

2.5. MOLÉCULAS E IÕES

A maior parte da matéria é composta por moléculas ou iões formados por


átomos. De todos os elementos, apenas os 6 gases nobres do grupo VIIIA ou 18 da
tabela periódica (He, Ne, Ar, Kr, Xe e Rn) existem na natureza como átomos
isolados. Por isso são chamados gases Monoatómicos.

2.5.1. MOLÉCULAS

Uma molécula é um agregado de pelo menos dois ou mais átomos ligados de


uma forma precisa por forças químicas (também chamadas ligações químicas). Uma
molécula pode conter átomos do mesmo elemento ou átomos de dois ou mais
elementos, unidos numa razão fixa de acordo com a lei das proporções definidas.
Assim uma molécula não é necessariamente um composto, o qual, por definição, é
constituído por dois ou mais elementos. As moléculas são electricamente neutras.

Ex: H2, H2O

As moléculas podem ser:

- Diatómicas: Moléculas constituídas por dois átomos

Ex: H2, HCl, HBr, O2 etc.

- Poliatómicas: Moléculas que contém mais do que dois átomos

Ex: O3, H2SO4, NH3, H2O etc.

[Pedro Taba] Página 19


Capitulo II: Átomos Moléculas e Iões

2.5.2. IÕES

Um ião é um átomo ou grupo de átomos que tem uma carga positiva ou


negativa. O número de protões com carga positiva no núcleo de um átomo mantém-
se o mesmo durante as transformações químicas normais, mas poderá haver ganho ou
perca de electrões.

A perca de um ou mais electrões por um átomo neutro origina um catião.

Catião: É um ião com carga positiva.

11 𝑝𝑟𝑜𝑡õ𝑒𝑠 11 𝑝𝑟𝑜𝑡õ𝑒𝑠
Á𝑡𝑜𝑚𝑜 𝑑𝑒 𝑁𝑎 { 𝑖ã𝑜 𝑁𝑎+ {
11 𝑒𝑙𝑒𝑐𝑡𝑟õ𝑒𝑠 10 𝑒𝑙𝑒𝑐𝑡𝑟õ𝑒𝑠

Por outro lado, o ganho de um ou mais electrões por um átomo neutro origina
um anião.

Anião: È um ião com carga negativa.

17 𝑝𝑟𝑜𝑡õ𝑒𝑠 17 𝑝𝑟𝑜𝑡õ𝑒𝑠
Á𝑡𝑜𝑚𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑙 { 𝑖ã𝑜 𝐶𝑙 − {
17 𝑒𝑙𝑒𝑐𝑡𝑟õ𝑒𝑠 18 𝑒𝑙𝑒𝑐𝑡𝑟õ𝑒𝑠

Os compostos formados por catiões e aniões são chamados compostos


iónicos.

Os iões formados por um único átomo são denominados iões monoatómicos.

Ex: 𝑀𝑔2+ ,𝐵𝑟 − ,𝐶𝑙 − ,𝑁𝑎 + ,𝑆 2− etc.

Os iões que contém dois ou mais átomos são denominados iões poliatómicos.

Ex: 𝑂𝐻 − ,𝐶𝑁 − ,𝑆𝑂42− etc.

2.6. TABELA PERIÓDICA

Mais da metade dos elementos hoje conhecidos foram descobertos entre 1800
e 1900. Durante este período, os químicos notaram que muitos elementos apresentam
fortes semelhanças entre si. O reconhecimento da regularidade periódica nas
propriedades físicas e químicas e a necessidade de organizar grande volume de
informação disponível acerca das propriedades das substâncias elementares levou o
desenvolvimento da tabela periódica, um quadro em que os elementos com

[Pedro Taba] Página 20


Capitulo II: Átomos Moléculas e Iões

propriedades físicas e químicas semelhantes estão agrupados. A tabela periódica


moderna na qual os elementos estão ordenados pelo seu número atómico em linhas
horizontais chamadas períodos e em colunas verticais chamadas grupos ou famílias,
de acordo com as semelhanças nas suas propriedades químicas.

Os elementos podem ser divididos em três categorias – metais, não metais e


metalóides. Um metal é um bom condutor de calor e de electricidade; um semi –
metal é um mau condutor de calor e de electricidade; um metalóide ou semi – metal
tem propriedades intermédias entre as dos metais e dos não metais.

A maioria dos elementos conhecidos são metais, apenas 17 elementos são não
– metais e 8 elementos são metalóides. Da esquerda para a direita ao longo de um
período, as propriedades físicas e químicas dos elementos variam gradualmente de
metálicas para não metálicas.

2.6.1. DESENVOLVIMENTO DA TABELA PERIÓDICA

No séc. XIX, quando os químicos tinham apenas uma vaga ideia sobre
átomos e moléculas e não sabiam da existência dos electrões e dos protões, criaram a
tabela periódica usando o seu conhecimento das massas atómicas.

Em 1864, o químico inglês John Newlands, reparou que quando os elementos


eram colocados por ordem das massas atómicas, cada elemento tinha propriedades
semelhantes com o oitavo elemento seguinte. Newlands referiu-se a esta estranha
relação como a lei das oitavas. Contudo, esta lei tornou-se inadequada para os
elementos para lá do cálcio, e o trabalho de Newlands não foi aceite pela
comunidade.

Em 1869, o químico russo Dimitri Ivanovitch Mendeleev e o químico alemão


Julius Lother Meyer apresentaram independentemente uma tabulação mais extensa
dos elementos baseada no reaparecimento regular das propriedades. O sistema de
classificação de Mendeleev foi um grande avanço em relação ao de Newlands por
duas razões:

1. Agrupava os elementos de uma forma mais rigorosa, de acordo com as suas


propriedades.

[Pedro Taba] Página 21


Capitulo II: Átomos Moléculas e Iões

2. Tornou-se importante porque foi possível prever as propriedades de vários


elementos que ainda não tinham sido descobertos.

A tabela periódica de Mendeleev incluía 66 elementos. Em 1900, tinham-se


acrescentado mais 30 à lista, preenchendo alguns espaços vazios.

Em 1913, um Jovem físico inglês Henry Gwyn-Jeffreys Moseley, descobriu


uma correlação entre o que ele chamou número atómico e a frequência dos Raios X
gerados bombardeando o elemento com electrões de energia elevada. Assim a partir
da raiz quadrada da frequência de Raios X medida pode-se determinar o número
atómico do elemento.

Com algumas excepções, Moseley verificou que o número atómico, aumenta


na mesma ordem que a massa atómica.

2.6.2. CLASSIFICAÇÃO DA TABELA PERIÓDICA

Conforme o tipo de subcamada que está a ser preenchida, os elementos


podem ser divididos em categorias – Os elementos representativos, os gases nobres,
os elementos de transição (ou metais de transição), os lantanídeos e os actinídeos.

Os elementos representativos (também chamados elementos dos grupos 1, 2,


13, 14, 15, 16 e 17 (ou IA, IIA, IIIA, IVA, VA, VIA e VIIA), em que todos têm
subcamadas s ou p com o número quântico principal mais alto parcialmente
preenchido.

Com excepção do Hélio, os gases nobres, os elementos do grupo 18 (ou


VIIIA), têm todos a subcamada p totalmente preenchida. As configurações
electrónicas são 1s2 para o Hélio e ns2np6 para os outros gases nobres, onde n é o
número quântico principal da camada mais exterior.

Os elementos de transição são os elementos dos grupos 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,


11, e 12 (ou IB, IIB, IIIB, IVB, VB, VIB, VIIB e VIIIB), que têm subcamadas d
parcialmente preenchidas ou produzem facilmente catiões com subcamadas d
parcialmente preenchidas.

Os lantanídeos e os actinídeos são por vezes chamados elementos de transição


do bloco f pois têm subcamadas f parcialmente preenchidas.

[Pedro Taba] Página 22


Capitulo II: Átomos Moléculas e Iões

A reactividade química dos elementos é largamente determinada pelos


electrões de valência, que são os electrões mais periféricos. Todos os outros electrões
de um átomo são referidos como electrões do cerne.

2.7. DISTRIBUIÇÃO ELECTRÓNICA

Semelhantemente aos satélites, que percorrem determinadas órbitas ao redor


do planeta, os electrões giram em níveis circulares e concêntricos em torno do seu
núcleo. Estes níveis são ao todo 7, e, cada átomo usa dentre elas, tantas quantas
forem necessárias para alojar os seus electrões. Os níveis são numerados de dentro
para fora, e, cada uma delas tem por regra geral um limite máximo de electrões.

Níveis 1 2 3 4 5 6 7

Electrões 2 8 18 32 32 18 2

Anteriormente, a distribuição electrónica dos átomos, era feita por níveis,


mas devido a uma certa discrepância com o número máximo de electrões em
determinados níveis, Linus Carl Pauling químico americano, sugeriu, um novo
modelo de distribuição electrónica, neste modelo sugerido por Linus Pauling, a
distribuição electrónica é feita por subníveis e não por níveis. Segundo Linus
Pauling, um nível energético é dividido por subníveis e os subníveis por orbitais
onde devem localizar-se os electrões. Deste modo Linus Pauling apresentou o seu
diagrama energético.

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Capitulo II: Átomos Moléculas e Iões

2.7.1. DIAGRAMA DE PAULING

1s2

2s2 2p6

3s2 3p6 3d10

4s2 4p6 4d10 4f14

5s2 5p6 5d10 5f14

6s2 6p6 6d10

7s2

Cada subnível contém um número máximo de electrões, o subnível s contém


no máximo 2 electrões, os subníveis p, d e f, contém 6, 10 e 14 electrões
respectivamente.

O preenchimento dos subníveis deve ser feito na ordem crescente de energia,


de modos que um subnível possa ser preenchido depois que os anteriores estiverem
completos.

Ex: 9F 1s2 2s2 2p5

20Ca 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2

Obs: Ao fazermos a distribuição de átomos que possuem mais de 20 electrões


(átomos com número atómico superior a 20), é necessário fazer um reagrupamento
dos subníveis.

Ex: 21Sc 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d1

Reagrupando: 21Sc 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d1 4s2

2.7.2. NÚMEROS QUÂNTICOS

Na mecânica quântica, são necessários quatro números quânticos para


descrever a distribuição dos electrões nos átomos. Estes números derivam da
resolução matemática da equação de Schrӧdinger para o átomo hidrogénio, e,

[Pedro Taba] Página 24


Capitulo II: Átomos Moléculas e Iões

denominam-se número quântico principal (n), número quântico de momento


angular ou secundário (l), número quântico magnético (m) e o número quântico
de spin (s). Estes números quânticos serão usados para descrever as orbitais atómicas
e fazer uma descrição completa dos electrões nos átomos, pois, eles indicam o nível
principal de energia do electrão, o subnível de energia, a orientação espacial da
nuvem electrónica e a orientação do próprio electrão na nuvem.

2.7.2.1.NÚMERO QUÂNTICO PRINCIPAL (n)

O número quântico principal (n) indica o nível onde se encontra o electrão,


ele pode tomar valores inteiros 1, 2, 3,…, e assim sucessivamente. O número
quântico principal também se relaciona com a distância média entre o electrão e o
núcleo, numa orbital particular. Quanto maior for n, maior será a distância média
entre o electrão (numa orbital) e o núcleo, e, por conseguinte, maior será a orbital.

1s2 ⏟
Ex: 11Na ⏟ 2s2 2p6 3s
⏟1
n=1 n=2 n=3

2.7.2.2.NÚMERO QUÂNTICO DE MOMENTO ANGULAR OU


SECUNDÁRIO (l)

O número quântico secundário (l), está relacionado com a forma das orbitais.
Os valores de l dependem do valor do número quântico principal. Para um dado valor
de n, l toma valores inteiros possíveis desde o até n-1.

As teorias da mecânica quântica deduzem que os subníveis poderão ser


associados aos valores de l.
Subnível Valor de l
s 0
P 1
d 2
f 3

Ex: 11Na 1s2 2s2 2p6 3s1

N=3

[Pedro Taba] Página 25


Capitulo II: Átomos Moléculas e Iões

l = 0, porque o electrão encontra-se no subnível s

2.7.2.3.NÚMERO QUÂNTICO MAGNÉTICO (m)

O número quântico magnético (m), descreve a orientação da orbital no


espaço. Dentro de uma subcamada, o valor de m depende do valor do número
quântico secundário (l). Para um certo valor de l há (2l + 1) valores de m. O número
quântico magnético pode assumir valores desde -l, 0 até +l.

Ex: 9F 1s2 2s2 2p5

N =2
l=1
m = -1,0,+1

O número de valores de m indica o número de orbitais numa subcamada com


um valor particular de l.

2.7.2.4. NÚMERO QUÂNTICO DE SPIN (s)

Indica o sentido de rotação de um electrão. Um electrão pode ter dois


possíveis movimentos giratórios, um no sentido dos ponteiros de um relógio e outro
no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio. Suas representações por definição
serão:

1º electrão com spin positivo (+1/2)

2º electrão com spin negativo (-1/2)

Para ter em conta o movimento giratório do electrão (spin electrónico) é


necessário introduzir um quarto número quântico, denominado número quântico de
spin electrónico (s), que tem os valores de +1/2 e -1/2.

[Pedro Taba] Página 26


Capitulo II: Átomos Moléculas e Iões

2.8. REGRA DE HUND

A regra de Frederick Hund ou princípio da multiplicidade, diz que o estado


estável do átomo corresponde a uma distribuição de electrões nos limites de um
subnível energético em que o valor absoluto do spin sumário do átomo seja máximo.

A regra de Hund indica que as orbitais de um mesmo subnível devem ser


preenchidas em duas etapas:

1. Ocupação dos orbitais vazios, com um electrão em cada orbital e spins


iguais (spins paralelos).
2. Compartilhamento dos orbitais semipreenchidas.

Ex: 6C 1s2 2s2 3p2

As representações seguintes mostram as diferentes maneiras de distribuir dois


electrões entre orbitais p.

2px 2py 2pz 2px 2py 2pz 2px 2py 2pz


(a) (b) (c)

De acordo com Hund, o arranjo mais provável dos electrões em subcamadas é


aquela que contém o maior número de spins paralelos. O arranjo apresentado em (b)
satisfaz esta condição. Em (a) e (c) os dois spins anulam-se mutuamente.

1s2 2s2 2p2

6C

1s2 2s2 2p2

7N

1s2 2s2 2p2


8O

1s2 2s2 2p2

9F

1s2 2s2 2p2

10Ne

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Capitulo II: Átomos Moléculas e Iões

2.9.PRINCÍPIODE EXCLUSÃO DE PAULI

Para determinar as configurações electrónicas de átomos polielectrónicos


usamos o princípio de Wolfang Pauli, Este princípio estabelece que dois electrões de
um átomo não podem ter o mesmo conjunto de quatro números quânticos.

Segundo este princípio, apenas dois electrões podem ocupar a mesma orbital
e estes electrões têm de ter spins opostos.

1s2 1s2 1s2


2He

(a) (b) (c)

Em (a) ambos os electrões têm o mesmo spin virados para cima e os mesmos
números quânticos (1, 0, 0, +1/2), em (b) ambos electrões têm o mesmo spin virado
para baixo, e teriam os números quânticos (1, 0, 0, -1/2). Apenas a configuração (c) é
fisicamente aceitável, visto que um dos electrões tem os números quânticos (1, 0, 0,
+1/2), e o outro (1, 0, 0, -1/2). Assim o átomo de Hélio tem a seguinte configuração.

1s2

2He

2.10. DIAMAGNÉTISMO E PARAMAGNÉTISMO

As substâncias paramagnéticas são aquelas que contém spins


desemparelhados e são atraídos por um íman.

1s2 2s2 2p1


Ex: 5B

As substâncias diamagnéticas não contêm spins desemparelhados e são


levemente repelidos por um íman. Por outro lado, se os spins electrónicos estão
emparelhados, ou antiparalelos entre si (↾⇃), os efeitos magnéticos anulam-se.

1s2 2s2
Ex: 4Be

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Capitulo II: Átomos Moléculas e Iões

2.11. LOCALIZAÇÃO DOS ELEMENTOS E VARIAÇÃO DAS


SUAS PROPRIEDADES

A localização de um elemento na tabela periódica pode ser feita a partir da


distribuição electrónica de acordo com o número atómico do respectivo elemento. De
acordo com a anotação nlx, podemos determinar a que grupo e período a que um
dado elemento pertence.
❖ Para os elementos que terminam com o subnível s, isto é, nsx (n será o
período e x o grupo).
n = 1 ⟹ período 1
Ex: 1H 1s1{
x = 1 ⟹ grupo IA
n = 3 ⟹ período 3
12Mg 1s22s22p63s2{
x = 2 ⟹ grupo IIA
❖ Para os elementos que terminam simultaneamente com os subníveis s
e p, isto é nsxnpy (n será o período, e, a soma x+y será o grupo).
n = 3 ⟹ período 3
Ex: 13Al 1s22s22p63s23p1{
x + y = 3 ⟹ grupo IIIA
n = 3 ⟹ período 3
15P 1s22s22p63s23p3{
x + y = 5 ⟹ grupo VA
❖ Para os elementos de transição e de transição interna (lantânios e
actínios), é mais complexo, o que requer um pouco mais de imaginação.

Os elementos de transição têm na camada de valência o subnível s e na


antepenúltima camada o subnível d, isto é, nsye ndx, o grupo é encontrado a partir da
soma do número de electrões dos subníveis s e d (x+y) e o período será o n do
subnível s.

Ex:23V 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d3 reagrupando: 23V1s22s22p63s23p63d34s2

n = 4 ⟹ período 4
{
x + y = 5 ⟹ grupo VB

39Y 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d1

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d104s2 4p64d1 5s2

𝑛 = 5 ⟹ 𝑃𝑒𝑟𝑖𝑜𝑑𝑜 5
{
1 + 2 = 3 ⟹ 𝐺𝑟𝑢𝑝𝑜 𝐼𝐼𝐼𝐵

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Capitulo II: Átomos Moléculas e Iões

2.12. PROPRIEDADES PERIÓDICAS

Analisando as propriedades físicas e químicas das substâncias simples e de


seus elementos, verifica-se que estas podem estar relacionadas com a posição dos
elementos na tabela periódica. As propriedades periódicas, são aquelas que, a
medida que o número atómico aumenta assumem valores crescentes ou decrescentes
em cada período, ou seja, repetem-se periodicamente.

2.12.1. RAIO ATÓMICO

O raio atómico pode ser considerado como uma medida do tamanho do


átomo. Entretanto, tamanho do átomo é um conceito bastante vago. É difícil medir o
raio de um átomo, pois a “nuvem de electrões” que o circunda não tem limites bem
definidos. Em outras palavras, o raio atómico representa a distância do núcleo à
camada de valência do átomo. De maneira geral, para comparar o tamanho dos
átomos, devemos levar em conta dois factores:
Número de níveis (camadas) – quanto maior for o número de níveis, maior
será o tamanho do átomo.
Número de protões – o átomo que apresenta maior número de protões
exerce uma maior atracção sobre seus electrões, o que ocasiona uma redução no seu
tamanho.
Numa família (grupo), o raio atómico aumenta de cima para baixo na
tabela, devido ao aumento do número de níveis. Em um período o raio atómico
aumenta da direita para esquerda na tabela devido a diminuição do número de
protões, o que diminui a força de atracção sobre os electrões.

2.12.2. RAIO IÓNICO

Raio iónico é o raio de um catião ou anião. O raio iónico afecta as


propriedades físicas e químicas de um composto iónico.
Quando se converte um átomo neutro num ião, esperamos uma mudança no
tamanho. Se o átomo forma um anião, o seu tamanho (ou raio) aumenta, isto porque
a carga nuclear mantém-se, mas a repulsão resultante do electrão ou dos electrões
adicionais aumenta o domínio da nuvem electrónica. Por outro lado, a remoção de
um ou mais electrões de um átomo reduz a repulsão electrão-electrão, mas a carga
nuclear mantém-se; logo a nuvem electrónica encolhe e o catião é menor do que o

[Pedro Taba] Página 30


Capitulo II: Átomos Moléculas e Iões

átomo. O raio atómico e o raio iónico aumentam de cima para baixo num grupo. Para
iões derivados de átomos de grupos diferentes, uma comparação de tamanhos só tem
sentido se os iões forem isoelectrónicos.
Focando-nos em catiões isoelectrónicos, vemos que o raio dos iões
tripositivos (iões que têm três cargas positivas) é menor do que o dos iões bipositivos
(iões que têm duas cargas positivas) que por sua vez são menores do que os iões
monopositivos (iões que têm uma carga positiva). Para os aniões isoelectrónica,
vemos que o raio aumenta quando vamos do ião com carga mononegativa (-1) para o
de carga binegativa (-2) e assim por diante.

2.12.3. ENERGIA DE IONIZAÇÃO (E.I.)

A energia de ionização a energia necessária para remover um ou mais


electrões de um átomo isolado no estado gasoso.
x(g) + energia x+(g) + e-
Quanto maior o raio atómico, menor será a atracção exercida pelo núcleo
sobre os electrões mais afastados; portanto menor será a energia necessária para
remover esse electrão.
Generalizando:
Numa família, a energia de ionização aumenta de baixo para cima. Em um
período a E.I. aumenta da esquerda para a direita

2.12.4. ELECTRONEGATIVIDADE

A electronegatividade é a força de atracção exercida sobre os electrões de


uma ligação. Ao estuda-la estamos comparando a força de atracção exercida pelos
átomos sobre os electrões de uma ligação. A electronegatividade não é definida para
os gases nobres. Na tabela periódica a electronegatividade aumenta de baixo para
cima nas famílias, e, da esquerda para a direita nos períodos.

2.12.5. AFINIDADE ELECTRÓNICA

A propriedade que tem uma grande influência no comportamento químico


dos átomos é a sua capacidade de receber um ou mais electrões. Esta propriedade é
chamada afinidade electrónica (AE), que é o valor simétrico da variação de energia

[Pedro Taba] Página 31


Capitulo II: Átomos Moléculas e Iões

que ocorre quando um electrão é aceite por um átomo no estado gasoso para
originar um anião.
x (g)+ e- x-(g)

Uma afinidade electrónica grande e positiva significa que o anião é muito


estável (isto é, o átomo tem uma grande tendência para aceitar um electrão), tal como
uma energia de ionização elevada de um átomo significa que o electrão no átomo é
muito estável.
Experimentalmente, a afinidade electrónica é determinada pela remoção do
electrão adicional do anião. Ao contrário das energias de ionização, contudo, as
afinidades electrónicas são difíceis de medir porque os aniões de muitos elementos
são instáveis. As afinidades electrónicas dos metais são em geral menores do que as
dos não-metais.
Em uma família ou grupo, a afinidade electrónica deverá aumentar de baixo
para cima, e, em um período a afinidade electrónica deve aumentar da esquerda para
a direita.

[Pedro Taba] Página 32


Capitulo III: Ligação Química

CAPITULO III: LIGAÇÃO QUÍMICA

O desenvolvimento da tabela periódica e do conceito de configuração


electrónica forneceu aos químicos uma base lógica para explicar a formação de
moléculas e compostos. Esta explicação formulada por Gilbert Newton Lewis,
defende que os átomos se combinam de forma a alcançar a configuração electrónica
mais estável. A estabilidade máxima é atingida quando um átomo consegue atingir a
configuração de um gás nobre.

Quando átomos interactuam para formar uma ligação química apenas as suas
camadas mais externas estão em contacto. Por esta razão, quando estudamos ligação
química interessa-nos fundamentalmente os electrões de valência dos átomos.

Em 1916, Gilbert Lewis, lançou a ideia que a ligação surge por meio da
formação de um par electrónico que pertence simultaneamente aos dois átomos; esta
ideia serviu de ponto de partida para a elaboração da teoria moderna da ligação
covalente. No mesmo ano de 1916, o cientista alemão W. Kossel, elaborou a tese que
durante a interacção de dois átomos, um destes perde e o outro ganha electrões, a
atracção electrostática mútua dos iões que assim se forma conduz à formação de um
composto estável, o que levou à criação das noções modernas da ligação iónica.

3.1. LIGAÇÃO IÓNICA

Os átomos dos elementos com energias de ionização baixas têm tendências a


formar catiões, enquanto os átomos com afinidade electrónicas altas tendem a formar
aniões. Em regra, os elementos com maior probabilidade de formar catiões em
compostos iónicos são os metais alcalinos e alcalinos – terrosos, e, os elementos com
maior probabilidade de formar aniões são os halogéneos e o oxigénio.

Ligação iónica é a força electrostática que mantém os iões ligados num


composto iónico.

Na ligação iónica, um dos átomos perde os seus electrões da camada de


valência, ficando carregado positivamente, e o outro ganha electrões, ficando
carregado negativamente.

[Pedro Taba] Página 33


Capitulo III: Ligação Química

Ex: Lítio (Li) e Flúor (F) para formar o fluoreto de lítio (LiF).

3Li 1s22s1 e 9F 1s22s2 2p5

O lítio perde o seu electrão do nível mais afastado (n = 2) que é transferido para o
nível mais afastado do átomo de flúor (n = 2), assim o lítio adquire uma carga
positiva (+) e o flúor adquire uma carga negativa (-).

+ −
[ 2Li 1s2 ] e [ 10F 1s 2 2s2 2p6 ]

-
+ F +
Li Li F

3.2. LIGAÇÃO COVALENTE

De acordo com a teoria da ligação de valência (TLV) proposta por Walter Heitler e
Fritz London, a ligação covalente, é a ligação que ocorre com o compartilhamento de
electrões da camada de valência dos átomos intervenientes. A ligação covalente pode
ser polar ou apolar.

3.2.1. LIGAÇÃO COVALENTE APOLAR

A ligação covalente é apolar, quando os átomos intervenientes possuem


igual electronegatividade. Neste caso, a nuvem electrónica formada pelo par
electrónico comum e que constitui a ligação covalente, distribui-se no espaço de
modo simétrico em relação aos núcleos de ambos átomos.
Ex: H21s1
H + H H H
Cl2 1s22s22p63s23p5

Cl + Cl Cl Cl

3.2.2. LIGAÇÃO COVALENTE POLAR

A ligação covalente é polar, quando os átomos intervenientes possuem


electronegatividade diferentes. Neste caso, o átomo com maior electronegatividade
atrai para si, muito fortemente o par de electrões comum. Por outras palavras, a
formação de uma ligação covalente entre dois átomos de elementos diferentes, a

[Pedro Taba] Página 34


Capitulo III: Ligação Química

nuvem electrónica comum desloca-se para o átomo mais electronegativo, em grau


tanto maior quanto maior for a diferença de electronegatividade dos átomos em
interacção.
Ex: HCl
1H 1s1 e 17Cl 1s22s22p63s23p5

H + Cl H Cl

È de observar que apenas dois electrões de valência participam na formação


do H2, Cl2 e do HCl. Os outros electrões não ligantes designam-se pares isolados –
Pares de electrões de valência que não estão envolvidos na formação da ligação
covalente.

Pares isolados Cl Cl Pares isolados

As estruturas que usamos para representar as ligações covalentes são


chamadas Estruturas de Lewis.

Cl Cl ou Cl Cl

Aqui podemos observar que cada molécula de cloro tem três pares de
electrões isolados.

Nas moléculas de H2, Cl2, e HCl, os átomos de H e Cl obtém a configuração


de gás nobre.

Cl Cl
-
8e- 8e

A formação desta molécula ilustra a regra de octeto formulada por Lewis:


Qualquer átomo, excepto o hidrogénio, tende a formar ligações até que esteja
rodeado por oito electrões (o hidrogénio adquire a configuração do Hélio).

[Pedro Taba] Página 35


Capitulo III: Ligação Química

3.2.3. LIGAÇÃO COVALENTE COORDENADA DATIVA

A ligação covalente dativa, é a que une dois átomos através de um ou mais


pares de electrões provenientes de apenas um desses átomos. Nesse tipo de ligação
apenas um destes átomos já apresentava anteriormente octeto completo.

Ex: SO2

Fórmula electrónica Fórmula estrutural


O S O O S O

CO

Fórmula electrónica Fórmula estrutural


C O C O

3.3. HIBRIDAÇÃO DOS ORBITAIS

A hibridação dos orbitais, é uma teoria definida pela mecânica quântica, que
permite explicar a estranha estrutura de algumas moléculas. Na realidade a
hibridação, é uma mistura de orbitais atómicas para gerar novos orbitais de acordo
com o arranjo electrónico característico da forma molecular. Os orbitais híbridos, são
orbitais atómicos hipotéticos que ocorrem como uma preparação para a formação da
ligação covalente. Podem ser obtidos a partir de uma combinação de dois ou mais
orbitais atómicos não equivalentes.
ORBITAIS HIBRIDOS sp
A molécula de BeF2 foi identificada experimentalmente:
A configuração electrónica do Be é: 1s22s2

1s2 2s
2
2p0

Não existem electrões desemparelhados para formar as ligações, assim,


estes orbitais não são apropriados para descrever esta molécula. Dois electrões do Be
serão compartilhados com os electrões dos átomos de F, para isso:
"Mistura"
"Promoção"

1s2 2s
2
2p0 1s2 2s
1
2p1 1s2 2sp 2p

[Pedro Taba] Página 36


Capitulo III: Ligação Química

ORBITAIS HIBRIDOS sp2


A molécula BF3 foi identificada experimentalmente:
A configuração electrónica do B é: 1s22s22p1

2
1s2 2s 2p1

Estes orbitais não são apropriados para descrever esta molécula. Três
electrões do B serão compartilhados como os electrões compartilhados dos átomos
de F, para isso:
"Promoção" "Mistura"

1s2 2s
2
2p1 1s2 2s
1
2p2 1s2 sp2 2p

ORBITAIS HIBRIDOS sp3


A molécula de metano, CH4
A configuração electrónica do C é: 1s22s22p2

2
1s2 2s 2p2

Estes orbitais não são apropriados para descrever esta molécula. Quatro
electrões do C serão compartilhados com os electrões desemparelhados dos átomos
de H, para isso:
"Promoção"
"Mistura"

1s2 2s
2
2p2 1s2 2s
1
2p3 1s2 sp3

3.4. GEOMETRIA MOLECULAR

Geometria molecular é o estudo de como os átomos estão distribuídos


espacialmente em uma molécula. Esta pode assumir várias formas geométricas,
dependendo dos átomos que a compõem. As principais classificações são linear,
angular, trigonal plana, piramidal e tetraédrica. É um parâmetro de importância
fundamental para a previsão da polaridade de uma molécula.

[Pedro Taba] Página 37


Capitulo III: Ligação Química

3.4.1. PREVISÃO DA GEOMETRIA MOLECULAR

A geometria da molécula é determinada pelo arranjo geométrico dos átomos


ao redor do átomo central e pela distribuição dos pares de electrões.

Determinação da geometria:

1. Determinar o número de electrões de valência dos átomos envolvidos.


2. Atribuir octecto para todos os átomos coordenados (excepto para o
hidrogénio).
3. Determinar o número de pares de electrões isolados: Será igual à metade do
número de electrões remanescente, cumprida a etapa anterior.
1
NPI = (nº de e− da 1ª etapa − nº de e− da 2ª etapa)
2
4. Determinar o Número de Coordenação Total:
NCT = (nº de átomos coordenados + nº de pares isolados)
5. Determinar o arranjo dos átomos mais pares de electrões isolados.
6. Determinar a estrutura geométrica: apenas as posições dos núcleos dos
átomos são considerados.

Ex (1): BF3

1. 3 × 1(e− de Boro) + 3 × 7(e− de Fluor) = 24


2. 3 × 8 = 24
1
3. (24 − 24) = 0
2

4. 3 + 0 = 3
5. Estrutura triangular ou trigonal plana.
F

F F

Ex (2): H2O
1. 1 × 2(e− de hidrogénio) + 6 × 1(e− de oxigénio) = 8
2. 2 × 2 = 4
1
3. (8 − 4) = 2
2

4. 2 + 2 = 4

[Pedro Taba] Página 38


Capitulo III: Ligação Química

5. Estrutura angular.

Pares de electrões não ligantes

O
H H

Na tabela abaixo estão representados exemplos de estruturas geométricas


previstas para determinadas moléculas.

Nº de pares Geometria prevista Outros


electrónicos Exemplo exemplos
para a molécula

CS2
2 Linear H Be H BeCl
CO2

F
Triangular BCl3
(3 pares electrónicos B ACl3
ligantes)
F F
3
Angular
(2 pares electrónicos S nCl2
ligantes e 1 não O PbCl 2
ligante) O O

H
Tetraédrica
(4 pares electrónicos C S iH4
H
ligantes) H
H

Piramidal triangular
(3 pares electrónicos
4 ligantes e
H
N PH 3
1 não ligante) H
H

Angular PH 3
(2 pares electrónicos OCl2
ligantes e 2 não O HS
ligantes) H H H2S e

[Pedro Taba] Página 39


Capitulo III: Ligação Química

3.5. MOMENTO DIPOLAR (𝛍𝛍) E GEOMETRIA MOLECULAR

Um sistema composto de duas cargas iguais pelo seu valor absoluto e de


sinais contrários que se encontram a uma determinada distância da outra é conhecido
como dípolo eléctrico.

A tensão do pólo criado pelo dípolo é proporcional ao momento dipolar da


molécula que é igual ao produto do valor absoluto da carga do electrão (q = 1,60 · 10
– 19C
) pela distância l entre os centros da carga positiva e negativa do dípolo.

μ= q×l

O momento dipolar de uma molécula é uma medida quantitativa da sua


polaridade. Os momentos dipolares das moléculas são habitualmente medidos em
debyes (D). “1D = 3,33 · 10 – 30 Cxm”.

As moléculas diatómicas que contêm átomos de elementos diferentes (por


ex: HCl, CO e NO) têm momentos dipolares e são chamadas moléculas polares. As
moléculas diatómicas que contêm átomos do mesmo elemento (ex: H2, F2 e O2) são
chamadas de moléculas apolares porque não têm momentos dipolares. Para uma
molécula constituída por três ou mais átomos, a existência ou não de momento
dipolar depende não só da polaridade das ligações mas também da geometria
molecular. Mesmo que existam ligações polares não é obrigatório que a molécula
possua momento dipolar.

Ex: O comprimento do dípolo da molécula de HCl é igual a 0,22 · 10–


8
cm.Calcular o momento dipolar da molécula.

μ = q × l ⟹ μ = 1,60 · 10−19 C × 2,2 · 10−11 m = 3,52 · 10−30 C × m ⟹ μ


3,52 · 10−30
= ⟹ μ = 1,06D
3,33 · 10−30

O momento dipolar (μ), é uma grandeza vectorial que se orienta a partir da


carga positiva para a negativa. Por esta razão, o momento dipolar de uma molécula
poliatómica é conveniente ser encarado como a soma vectorial dos momentos
dipolares das ligações.

[Pedro Taba] Página 40


Capitulo III: Ligação Química

N N
H F
H F
H F

As moléculas lineares do tipo AB2, triangulares do tipo AB3, tetraédricas e


quadradas do tipo AB4, os momentos dipolares das ligações A-B compensam-se
mutuamente de forma que os momentos dipolares totais são iguais a zero. Já as
moléculas angulares, a compensação dos momentos das ligações isoladas não se dá,
o que faz com que os seus momentos dipolares sejam diferentes de zero.

3.6. FORÇAS INTERMOLÉCULARES

As forças atractivas entre as moléculas são designadas por forças


intermoléculares. Estas forças são as responsáveis pelo comportamento não ideal
dos gases, são também estas forças que asseguram a existência dos estados
condensados da matéria – líquidos e sólidos. A medida que a temperatura de um gás
diminui, a energia cinética média das moléculas diminui. A uma temperatura
suficientemente baixa, as moléculas deixam de ter energia suficiente para vencerem
as atracções das moléculas vizinhas Assim, as moléculas agregam-se para formarem
pequenas gotas de líquido. Este fenómeno da passagem do estado gasoso ao estado
líquido é conhecido por condensação.

Em contraste com as forças intermoléculares, as forças intramoléculares


mantêm os átomos de uma molécula unidos. As forças intermoléculares estabilizam
as moléculas individuais enquanto as forças intermoléculares são as principais
responsáveis pelas propriedades macroscópicas da matéria (ex: ponto fusão, ponto de
ebulição). As forças intermoléculares, são em geral, muito mais fracas do que as
forças intramoléculares.

As moléculas de uma substância sólida ou líquida se mantêm unidas através


da atracção existente entre elas. Quanto maior for a força de atracção maior será a
coesão entre as moléculas. Isso ocasionará um aumento nos pontos de fusão e
ebulição da substância. As moléculas dos gases praticamente não exercem forças de
atracção entre si. Por isso, os gases apresentam baixos pontos de ebulição e extrema
facilidade de se expandir. As forças intermoléculares ocorrem, portanto, em

[Pedro Taba] Página 41


Capitulo III: Ligação Química

compostos covalentes nos estados líquidos e sólidos – e são classificados em dois


tipos: Ligação de hidrogénio e Forças de Van de waals.

Ligações de hidrogénio
Forças intemoléculares {
Forças de Van der waals

3.6.1. LIGAÇÃO DE HIDROGÉNIO

Também conhecidas como pontes de hidrogénio, são um caso especial da


atracção entre dípolo permanentes. A ligação de hidrogénio é um tipo de especial de
interacção dípolo-dípolo entre o átomo de hidrogénio numa ligação polar, (tal com N
– H, O – H, ou F – H), e um átomo electronegativo O, N ou F. Este tipo de atracção
intermolécular é mais forte, e representa-se por:

A H B ou B H A

As ligações de hidrogénio são atracções intermoléculares anormalmente


intensas e ocorrem entre moléculas que apresentam ligações entre hidrogénio e
átomos muito electronegativos (F, O, N). As ligações de hidrogénio são atracções
muito fortes e contribuem de modo decisivo na ligação intermolécular total.

H H
O H O H N H N H
H H H H

3.6.2. FORÇAS DE VAN DER WAALS

São divididas em vários tipos, conforme a natureza das partículas:

FORÇAS DIPOLO – DIPOLO

As forças dípolo-dípolo são forças atractivas entre moléculas polares, isto é,


entre moléculas que possuem momento dipolar. A sua origem é electrostática e pode
ser entendida em termos da lei de Coulomb. Quanto maior for o momento dipolar,
maior será a força.

[Pedro Taba] Página 42


Capitulo III: Ligação Química

FORÇAS IÃO – DIPOLO

A lei de Coulomb explica as forças ião-dípolo, que ocorrem entre um ião (um
catião ou um anião) e uma molécula polar. A intensidade desta interacção depende
da carga e do tamanho do ião e também do momento dipolar e do tamanho da
molécula. As cargas dos catiões estão mais concentradas porque estes são geralmente
mais pequenos do que os aniões. Em consequência, no caso de as cargas serem iguais
em valor absoluto, a interacção de um catião com um dípolo é mais forte do que a de
um anião. A hidratação, é um exemplo de uma interacção ião-dípolo.

FORÇAS DE DISPERSÃO

Se colocarmos um ião ou uma molécula perto de um átomo neutro (ou


molécula) é distorcida pela força exercida pelo ião ou molécula polar, resultando
numa espécie de dípolo. O dípolo no átomo (ou molécula apolar) é denominado por
dípolo induzido porque a separação das cargas positivas e negativas no átomo
neutro (ou molécula apolar) resulta da proximidade de um ião ou molécula polar. A
interacção atractiva entre um ião e um dípolo induzido chama-se interacção ião-
dípolo induzido e a interacção atractiva entre uma molécula polar e o dípolo induzido
designa-se por interacção dípolo-dípolo induzido.

As forças de dispersão, são as forças atractivas que surgem como resultado


de dípolos temporários induzidos nos átomos ou nas moléculas.

[Pedro Taba] Página 43


Capitulo IV: Funções Inorgânicas

CAPITULO IV: FUNÇÕES INORGANICAS


ÁCIDO, BASES E SAIS. IONIZAÇÃO E DISSOCIAÇÃO IÓNICA

Em química inorgânica, existem 4 funções principais: Ácidos, Bases, Sais e


Óxidos.

ÁCIDOS: Como foi definido por Svant August Arrhenius, ácido é qualquer
substância que em solução aquosa, ao ionizar-se liberta iões H+. Os ácidos são
substâncias que possuem PH inferior a 7, e que ao reagirem com bases formam sais.

CLASSIFICAÇÃO: Os ácidos classificam-se:

1) Quanto ao número de hidrogénio ionizáveis:


a. Monoácidos: Na ionização a molécula liberta apenas um catião H+. ex:
HCl, HNO3, HCN etc.
b. Diácido: Na ionização a molécula liberta dois catiões H+. ex: H2SO4,
H2MnO4, H2CO3 etc.
c. Triácidos: Na ionização a molécula liberta três catiões H+. ex:
H3PO4etc.
2) Quanto a presença ou não de oxigénio:
a. Hidrácidos: Não contem oxigénio. Ex: HCl, HBr, H2S etc.
b. Oxiácido: Contem oxigénio. Ex: H2SO4, HNO3, HNO2 etc.
3) Quanto ao número de elementos constituintes:
a. Binários: Apresentam dois elementos. Ex: HBr, HCl, H2S etc.
b. Ternários: Apresentam três elementos. Ex: H2SO4, H3PO4 etc.
c. Quaternários: Apresentam quatro elementos. Ex: HOCN etc.

NOMENCLATURA DOS ÁCIDOS

HIDRÁCIDOS (Ácidos que não contem oxigénio)

O nome é escrito sempre com a terminação ÍDRICO (Ácido + nome do anião


+ ídrico).

Ex: HBr- Ácido bromídrico, H2S – Ácido sulfídrico, HCN – Ácido cianídrico
etc.

[Pedro Taba] Página 44


Capitulo IV: Funções Inorgânicas

OXIÁCIDO

- Se o elemento forma apenas um oxiácido (Nox fixo), usa-se a terminação


ICO (Ácido + nome do anião + Ico).

Ex: Nox (+6) : H2CrO4 – Ácido crómico

Nox (+6): H2Cr2O4 – Ácido dicrómico

Nox (+6): H2MnO4 – Ácido mangânico

Nox (+7): HMnO4 – Ácido permangânico

- Se o elemento forma dois oxiácido, usa-se a terminação ÍCO, para o


oxiácido com maior Nox, e, OSO para o oxiácido com menor Nox (Ácido + nome do
anião + íco ou oso).

Ex: Nox (+4): H2SO3 – Ácido sulfuroso

Nox (+6): H2SO4 – Ácido sulfúrico

Nox (+3): HNO2 – Ácido nitroso

Nox (+5): HNO3 – Ácido nítrico

BASES: Segundo a teoria de Svant August Arrhenius, bases são substâncias


que em solução, ao ionizarem-se libertam iões OH-. As bases são substâncias que
apresentam PH maior que 7.

CLASSIFICAÇÃO

1) Quanto ao número de hidróxidos (OH-):


a. Monobases: Possuem apenas um hidróxido. Ex: KOH, NaOH etc.
b. Díbases: Possuem duas hidróxilas. Ex: Ca(OH)2, Mg(OH)2 etc.
c. Tribases: Possuem três hidróxilas. Ex: Al(OH)3, Fe(OH)3 etc.
2) Quanto a solubilidade em água:
a. SOLÚVEIS: São os hidróxidos dos metais do grupo IA (metais
alcalinos) e o NH4OH. Ex: KOH, NaOH etc.
b. POUCO-SOLUVEIS: São os hidróxidos dos metais do grupo IIA
(metais alcalinos-terrosos). Estes álcalis são pouco solúveis, quando comparados

[Pedro Taba] Página 45


Capitulo IV: Funções Inorgânicas

com os álcalis de outros metais. Os metais deste grupo costumam provocar o


fenómeno descrito como água dura. Ex: Ca(OH)2, Mg(OH)2.
c. PRATICAMENTE NÃO-SOLÚVEIS: (Insolúveis): São os alcalis
dos demais metais, que apresentam uma solubilidade muito baixa. Ex: Fe(OH)3 etc.

NOMENCLATURA DAS BASES

- Se a base contém apenas uma hidróxila (hidróxido de + nome do metal).

Ex: NaOH – Hidróxido de sódio

KOH – Hidróxido de potássio

- Se a base contém duas hidróxilas, adiciona-se os sufixos ÍCO ou OSO após


o nome do elemento, ou um algarismo romano indicando o Nox do elemento
(Hidróxido + nome do elemento + íco ou oso).

Ex: Fe(OH)3 – Hidróxido férrico ou hidróxido de ferro III

Fe(OH)2 – Hidróxido ferroso ou Hidróxido de ferro II

Sn(OH)4 – Hidróxido estânico ou Hidróxido de estanho IV

Sn(OH)2 – Hidróxido estanoso ou Hidróxido de estanho II

ÓXIDOS

Óxidos são compostos binários formados pelo oxigénio e outro elemento


químico, onde o oxigénio é o elemento mais electronegativo.

Ex: Na2O, SO3, ZnO etc.

O termo óxido, tem origem na palavra grega oxýs que significa azedo.

CLASSIFICAÇÃO

- Óxidos ácidos ou anidridos: São óxidos de não-metais (excepto NO, N2O,


SiO2, H2O, e CO) ou de metais com Nox elevado (+5, +6 ou +7).

[Pedro Taba] Página 46


Capitulo IV: Funções Inorgânicas

REACÇÃO CARACTERISTICA

Óxido ácido + água ácido

Ex: SO3 + H2O H2SO4

Óxido ácido + álcali sal + água

Ex: SO3 + 2KOH K2SO4 + H2O

- Óxidos básicos: São óxidos de metais com Nox baixo (+1 ou +2), grupos I e
II. Obs: O ZnO é considerado um óxido anfótero.

REACÇÕES CARACTERISTICAS

Óxido alcalino + água álcali

Ex: Na2O + H2O 2NaOH

Óxido alcalino + ácido sal + água

Ex: CaO + H2O Ca(OH)2

[Pedro Taba] Página 47


Capitulo V: Estequiometria

CAPITULO V: ESTEQUIOMETRIA

5.1. MASSA ATÓMICA. MASSA MOLECULAR. MOLE

A massa de um átomo depende do número de electrões, protões e neutrões


que o constituem.

Convencionou-se internacionalmente que a massa atómica (também


designada por peso atómico) é a massa de um átomo expressa em unidades de massa
atómica (u). Uma unidade de massa atómica define-se como a massa que é
exactamente iguala 1/12 da massa de um átomo de carbono-12. O carbono-12 é o
isótopo do carbono que é constituído por seis protões e seis neutrões.

A massa atómica de um elemento é a média ponderada das massas atómicas


de seus isótopos constituintes.

Ex:

Elementos Carbono Oxigénio Potássio

12 13 14 16 17 18 39 40 41
Representação 6𝐶 6𝐶 6𝐶 8𝑂 8𝑂 8𝑂 19𝐾 19𝐾 19𝐾

Abundância(%) 98,89 1,11 99,7 0,04 0,2 93,30 0,01 6,70

(12 × 98,89) + (13 × 1,11)


M. A. (C) = = 12,01u. m. a
100

5.1.1. MASSA MOLECULAR

A massa molecular, é à soma das massas atómicas de todos os átomos


constituintes da molécula da substância expressa em unidades de massa atómica.

𝐻:1×2 = 2𝑢
{ 𝑆:1×32 = 32𝑢
𝑂:4×16 = 64𝑢
Ex: H2SO4 𝑀.𝑀.(𝐻2 𝑆𝑂4 )=98𝑢

Conhecendo a massa molecular podemos calcular a massa molar de uma


substância. A massa molar expressa em gramas por mol (g/mol) é numericamente
igual a massa molecular. Assim a massa molar da H2SO4 é 98g/mol.

[Pedro Taba] Página 48


Capitulo V: Estequiometria

5.1.2. MOLE

No laboratório, químicos lidam com amostras compostas por um grande


número de átomos, e utilizam uma unidade especial, a mole (mol), para exprimir
esses grandes números.

Mole é a quantidade de matéria ou de substância contida em determinada


molécula. O número de unidades estruturais que existem num mole de substâncias
(constante ou número de Avogadro) encontra-se determinado com uma precisão. Nos
cálculos utiliza-se habitualmente o número de Avogadro (NA), em honra ao cientista
italiano Lorenzo Romano Amadeo Carlo Avogadro di Quaregua e diCerreto. O valor
correctamente aceite é:

NA = 6.0221415·1023 mol-1.

m/MM nxNA
massa do número de moles número de átomos
elemento (m) do elemento (n) do elemento (N)
nxMM N/NA

Ex: Determinar a quantidade de substância contida em 10g de H2O. M.M.


(H2O) =18g/mol.

m 10g
n= ⇒n= = 0,55 mol
M. M 18g/mol

5.2.COMPOSIÇÃO ELEMENTAR E FÓRMULA EMPIRICA

A composição elementar de um composto é a composição por elemento


expressa em percentagem. É simples calcular a composição elementar de um
composto sabendo a sua fórmula molecular ou empírica.

Ex: Determine a fórmula percentual em peso do sulfato de ferro III


“Fe2(SO4)3”.

Fe: 2 × 56 = 112
Fe2(SO4)3 { S: 3 × 32 = 96
⏟O: 12 × 16 = 192
M.M.“Fe2 (SO4)3 ” = 400g/mol

400 → 112 112 × 100


%Fe { x= = 28%
100 → x 400

[Pedro Taba] Página 49


Capitulo V: Estequiometria

400 → 96 96 × 100
%𝑆 { x= = 24%
100 → x 400

400 → 192 192 × 100


%O { x= = 48%
100 → x 400

Esta fórmula indica que 100g de substância sulfato de ferro III contém 28g de
Fe, 24g de enxofre e 48g de oxigénio.

O ácido ascórbico é composto (em massa) por 40,92% de carbono, 4,58% de


hidrogénio e 54,50% de oxigénio. Determinar a fórmula empírica do ácido ascórbico.

40,92 3,41
C= = =1×3 =3
12 3,41
4,58 4,58
H= = = 1,34 × 3 = 4,02 ≈ 4
1 3,41
54,50 3,41
O= = = 1×3= 3
{ 16 3,41

Logo a fórmula empírica do ácido ascórbico é: C3H4O3

Regras para a determinação da fórmula empírica:

a) Dividem-se as % em massa pelas respectivas massas atómicas.


b) Dividem-se os valores obtidos na 1ª etapa, pelo menor deles. Em
muitos casos, já se obtém uma proporção de números inteiros nesta 2ª etapa.

Obs: No caso de não obter-se números inteiros, então procura-se um número


que será multiplicado por todos os resultados de modos a obter-se números inteiros
ou muito próximos.

Nos casos em que para além das percentagens em massa, também nos
fornecem a massa molecular.

Ex: Determine a fórmula molecular de uma substância que contém 40,0% de


carbono, 6,67% de hidrogénio e 53,3% de oxigénio, e cuja massa molecular é igual a
180.

[Pedro Taba] Página 50


Capitulo V: Estequiometria

40,0 3,33
C= = =1
12 3,33
6,67 6,67
H= = × 3 = 2,22 ≈ 2
1 3,33
53.3 3,33
O= = =1
{ 16 3,33

Logo a fórmula empírica será: (CH2O)n

A massa molecular empírica (M.M.E) é: 30

M.M
Sendo que n = M.M.E então n=6, substituindo na fórmula empírica teremos:

(CH2O)6, e a fórmula molecular será: C6H12O6.

5.3. REACÇÕES QUÍMICAS E EQUAÇÕES QUÍMICAS

Reacção química, é um processo no qual uma substância (ou substâncias) se


transforma numa ou mais substâncias. Para comunicarem entre si os químicos
estabeleceram uma forma padrão de representar as reacções químicas usando
equações químicas.

Uma equação química é a representação gráfica (a escrita) de uma reacção


química. Uma equação química usa símbolos químicos para mostrar o que acontece
durante uma reacção química.

Ex: 2H2 + O2 2H2O


Duas moléculas Uma molécula Duas moléculas
de hidrogenio de oxigénio de água

Reagentes são as substâncias de partida numa reacção química e produtos


são as substâncias formadas numa reacção química.

Reagentes Produtos

Como informação adicional os químicos indicam frequentemente os estados


físicos dos reagentes e dos produtos usando as letras g, l e s para indicar se a
substância é gasosa, líquida ou sólida.

Ex: 2H2(g) + O2(g) 2H2O(l)

[Pedro Taba] Página 51


Capitulo V: Estequiometria

5.4. BALANÇO DAS EQUAÇÕES QUÍMICAS

O balanceamento de uma equação química, consiste em achar e colocar os


coeficientes estequiométricos adequados de cada espécie envolvida na reacção para
que o número de átomos de cada elemento tenha o mesmo valor em ambos membros
da equação.

Para o balanceamento de equações químicas, podemos utilizar o método das


tentativas ou o método dos coeficientes indeterminados.

O método das tentativas, consiste em acertar os metais, a seguir os não


metais, o hidrogénio e por último o oxigénio. Mas este método é muito complexo.

O método dos coeficientes indeterminados é o mais eficaz, consiste em


atribuir coeficientes arbitrários a cada um dos reagentes e produtos da reacção (estes
coeficientes são letras alfabéticas), atribuir o valor unidade a qualquer um dos
coeficientes e construir uma série de equações algébricas para determinar o valor
numérico de cada uma das variáveis.

Ex: aFeS2 + bO2 → cFe2 O3 + dSO2 ; Fazendo a=1

1 − − −
c=
Fe: a = 2c 1 = 2c 2 − − −
S: 2a = d 2×1=d d=2 { 3 { 11 { 11
O: 2b = 3c + 2d 2b = 3c + 2d 1 2b = + 4 2b = b=
2b = 3 × + 2 × 2 2 2 4
{ { { 2

11 1
1FeS2 + O2 → Fe2 O3 + 2SO2
4 2

Para nos livrarmos das fracções aplicamos o princípio de equivalência, isto é,


multiplicando ambos membros da equação por um mesmo valor não altera o
resultado. No nosso caso vamos multiplicar por 4.

11 1
1FeS2 + O2 → Fe2 O3 + 2SO2 /× 4
4 2

4FeS2 + 11O2 → 2Fe2 O3 + 8SO2

[Pedro Taba] Página 52


Capitulo V: Estequiometria

5.5. CÁLCULOS ESTEQUIOMÉTRICOS

A palavra estequiométria, tem origem nas palavras Gregas stoikheion


(elemento) e metriā (medida). Compreendendo a etimologia da palavra, fica claro,
que a estequiométria é um estudo das medidas dos elementos, ou seja, da fracção que
cada elemento participa em uma reacção química.

O cálculo estequiométrico se baseia na condição da invariabilidade das


massas atómicas dos elementos químicos e das massas moleculares dos compostos.

Relação molar (mol-mol): Os dados da questão e as incógnitas pedidas são


expressas em termos de moles.

Ex: Quantos moles de oxigénio reagem com 3,17 moles de alumínio?

4Al + 3O2 2Al2O3

4 moles de Al 3 moles de O2
3.17 moles de Al n(O2)

3,17 moles de Al × 3 moles de O2


n(O2 ) =
4 moles de Al

n(O2 ) = 2,38 moles de O2

Relação mol-massa: Os dados da questão é expressa em termos de moles ou


massa e a incógnita é pedida em massa ou quantidade de substância.

Ex: Quantos moles de HCl são necessários para produzir 25,4 gramas de
NaCl a partir da equação:

HCl(aq) + NaOH(aq) NaCl(aq) + H2O(l)

Começamos por converter 25,4 gramas de NaCl em mol

m 25,4g
n= ⇒n= ⇒ n(NaCl) = 0,4 moles
MM 58,5g/mol

1 mol de HCl 1 mol de NaCl


n(HCl) 0.4 mol de NaCl

[Pedro Taba] Página 53


Capitulo V: Estequiometria

1 mol de HCl × 0,4 moles de NaCl


n(HCl) =
1 mol de NaCl

n(HCl) = 0,4moles de HCl

Relação massa-massa: As transformações da questão e as incógnitas pedidas


são expressas em termos de massa.

Ex: Qual é a massa de água, produzida a partir de 8 gramas de hidrogénio.

2H2(g) + O2(g) 2H2O(g)


2x2 g/mol 2x18 g/mol
8g m (H2O)

8g × 2 × 18g/mol
m(H2 O) =
2 × 2g/mol

m(H2 O) = 72g de água

Relação massa-volume: Os dados da questão são expressas em termos de


massa e a incógnita é pedida em termos de volume.

Ex: Determinar o volume de CO2 libertado na combustão de 6.8 gramas de


metano (CH4) nas CNTP.

CH4(g) + O2(g) CO2(g) + 2H2O


16 g/mol 22.4 L/mol
6.8 g V(CO 2)

6.8g × 22,4L/mol
V(CO2 ) =
16g/mol

V(CO2) = 9,52 L de CO2

Relação entre o número de moléculas (átomos) e massa, quantidades de


moles ou volume: Os dados são expressos em termos de números de moléculas ou
número de átomos e a incógnita é pedida em massa, moles ou volume.

Ex: Quantas moléculas de água são produzidas a partir de 16 gramas de


oxigénio.

[Pedro Taba] Página 54


Capitulo V: Estequiometria

2H2 + O2 2H2O

Convertemos 16 gramas de oxigénio em moles: 𝑛(𝑂2) =16g/32gmol-

𝑛(𝑂2) = 0,5 moles

2H2 + O2 2H2O
1 mol -------------- 2x6.02x1023mol-
0.5 mol ----------- NA

0,5 moles × 2 × 6,02 · 1023 mol−


NA =
1 mol

NA = 6,02 · 1023 mol−

5.6. REAGENTE EM EXCESSO E REAGENTE LIMITANTE

Quando misturamos dois reagentes que não estão em proporção


estequiométrica, um deles será consumido totalmente, sendo denominado reagente
limitante. O outro reagente, do qual restará certa quantidade sem reagir, será
denominado reagente em excesso.

Para resolver questões que envolvem reagentes limitantes e em excesso,


podemos seguir as seguintes etapas:

a. Considere um dos reagentes como limitante e determine quanto de


produto seria formado;
b. Repita o procedimento para o outro reagente;
c. A menor quantidade de produto encontrado, corresponde ao reagente
limitante e indica a quantidade de produto formado.
Foram misturados 40g de hidrogénio com 40g de oxigénio, com finalidade
de produzir água, segundo a equação:
2H2(g) + O2(g) 2H2O(g)

Determine:
a. O reagente limitante;
b. a massa do produto formado;
c. a massa do reagente em excesso
Solução:

[Pedro Taba] Página 55


Capitulo V: Estequiometria

Inicialmente vamos considerar que o hidrogénio seja o reagente limitante:


2H2(g) + O2(g) 2H2O(g)
2 mol 1 mol 2 mol
20 mol x mol

20 mol × 2 mol
x= ⇒ x = 20 mol ⇒ x = 360g de água
2 mol
Em seguida, vamos considerar que o oxigénio seja o reagente limitante:
2H2(g) + O2(g) 2H2O(g)
2 mol 1 mol 2 mol
1.25 mol x mol

1.25 mol × 2 mol


x= ⇒ x = 2,5 mol ⇒ x = 45g de água
1 mol
Observe que a menor quantidade de água produzida será de 45g,
correspondente ao consumo total de oxigénio, que é, então, o reagente limitante.
2H2(g) + O2(g) 2H2O(g)
1 mol 2 mol
2 mol

2.5 mol de hidrogénio 1.25 mol


20 mol que reagem=5g

17.5 mol de hidrogénio que


não reagem=35g

a. O reagente limitante é o oxigénio;


b. A massa de água formada é de 45g;
c. A massa de hidrogénio em excesso é de 35g.

5.7. REACÇÕES QUÍMICAS COM SUBSTÂNCIAS IMPURAS

Nos cálculos envolvendo substâncias impuras, temos duas possibilidades:


1. Quando for preciso calcular a massa do produto obtido a partir de uma
amostra impura, devemos inicialmente calcular a parte pura dessa amostra e efectuar
os cálculos como valor obtido.
Ex: Uma amostra de 120g de magnésio com 80% de pureza, reage com
oxigénio produzindo óxido de magnésio. Determine a massa de óxido de magnésio
produzido.
2Mg(s) + O2(g) 2MgO

Solução:
120g − − − − − 100% 120g × 80%
⇒x= = 96g de Mg puro
x − − − − − 80% 100%

[Pedro Taba] Página 56


Capitulo V: Estequiometria

Tendo a massa de magnésio puro (96g) existente na amostra, podemos


calcular a massa do produto formado:
2Mg(s) + O2(g) 2MgO
2 mol 2 mol
x
4 mol

2 mol × 4 mol
x= ⇒ x = 4 mol = 160g
2 mol

2. Quando conhecemos a massa de um produto obtido a partir de uma


amostra impura, devemos inicialmente determinar a massa do reagente puro
necessário para formar a massa do produto. A seguir, relacionamos a massa do
reagente puro com a massa total da amostra.
Ex: Determine a massa de uma amostra de carbonato de cálcio, com 80% de
pureza, que na decomposição térmica produziu 84g de óxido de cálcio, segundo a
equação:
CaCO3(s) CaO(s) + CO2(g)
1 mol 1 mol 1 mol
x 1.5 mol

1 mol × 1.5 mol


x= ⇒ x = 1,5 mol = 150g
1 mol
Assim:
150g de CaCO3 − − − − − 80% da amostra
x − − − − − 100% da amostra
150g × 100%
x= = 187,5g
80%

5.8. RENDIMENTO DE UMA REACÇÃO

Na prática, quando realizamos uma reacção química, mesmo utilizando


quantidades estequiométricas dos reagentes, nem sempre conseguimos obter a
quantidade máxima possível dos produtos. Isso acontece por vários factores. Assim,
é comum que a reacção ocorre com um rendimento real menor que o rendimento
teórico (100%), logo:
Quantidade realmente obtida
η= × 100%
Quantidade teóricamente obtida

[Pedro Taba] Página 57


Capitulo V: Estequiometria

nobtido mobtido Vobtido


Obs: η = × 100%; η = × 100%; η = × 100%
nesperado mesperdo Vesperado

Ex: Sabendo que a formação da água ocorre segundo a equação:

2H2(g) + O2(g) 2H2O(g)

Determine o rendimento real de um experimento no qual 2g de hidrogénio


reagiam com 16g de oxigénio, produzindo 14,4g de água.

2H2(g) + O2(g) 2H2O(g)


2 mol 1 mol 2 mol
2 mol 0.5 mol x

2 mol × 0,5 mol


x= = 1mol = 18g
1 mol

0,8 mol 14,4g


η= × 100% = 80% ou η = × 100% = 80%
1 mol 18g

[Pedro Taba] Página 58


Capitulo VI: Teoria Cinética dos Gases

CAPITULO VI: TEORIA CINÉTICA DOS GASES

6.1. MOLÉCULAS NO ESTADO GASOSO

As moléculas de um gás estão separadas por grandes espaços vazios em


relação ao tamanho da molécula.

Um gás é considerado ideal quando as moléculas são completamente livres,


isto é, não há forças de atracção entre elas.

Durante o movimento das moléculas, existe um movimento de rotação,


translação e vibração. Durante este movimento as moléculas colidem entre si, e, estas
colisões são perfeitamente elásticas (ocorrem sem variações de energia cinética). As
moléculas colidem contra as paredes do recipiente onde estão contidas e destas
colisões, resulta a pressão do gás.

As moléculas de gás, numa mesma temperatura, têm diferentes energias


cinéticas e diferentes velocidades, mas uma mesma energia cinética média. A energia
cinética media de um gás e directamente proporciona a temperatura absoluta,

E1 E2
=
T1 T2

Para um mesmo gás temos moléculas com a mesma massa média (m),
portanto:

1
T1 ⟹ E1 = mv 2 2
E1 T1 v12
2 1 E1 v1
1 { = 2⟹ = =
T2 ⟹ E2 = mv22 E2 v2 E2 T2 v22
2

Para gases diferentes A e B temos moléculas com massas diferentes, portanto:

1 1
EA = mA vA2 e EB = mB vB2 se TA = TB ⟹ EA = EB
2 2

v m
Logo: mA vA2 = mB vB2 ⟹ vA = √mB
B A

O estado do gás é caracterizado pela sua temperatura, volume e pressão.

[Pedro Taba] Página 59


Capitulo VI: Teoria Cinética dos Gases

Se a temperatura de um gás for igual a 0oC e a pressão for igual a temperatura


(101,325Kpa ou 760 mmHg), neste caso diz-se que o gás encontra-se nas Condições
Normais de Temperatura e Pressão (C.N.T.P).

Obs: 1 atm = 101,325 Kpa

1 atm = 760 mmHg = 760 torr = 101.325 N/m2 = 101.325 Pa

Ex: Na temperatura de 27oC (300K) a energia cinética média das moléculas


de oxigénio é igual 6,2·10-21J/mol e, a velocidade média das moléculas é igual a

1,6·103Km/h. Calcule a energia cinética média e a velocidade média das moléculas


na temperatura de 327oC.

T1 = 300K e T2 = 600K

E1 = 6,2·10-21 J/mol e E2 =?

E1 E2 6,2 · 10−21 J/mol E2


= ⟹ = ⟹ E2 = 12,4 · 10−21 J/mol
T1 T2 300K 600K

v1= 1,6·103Km/h e v2 = ?

v12 v22 (1,6 ∗ 103 Km/h)2 v22


= ⟹ = ⟹ v2 = √2 ∗ 1,6 · 103 Km/h
T1 T2 300K 600K

6.2. LEIS DOS GASES

6.2.1. LEI DE BOYLE-MARIOTTE

Para um mesmo número de moles de gás a temperatura constante, o volume é


inversamente proporcional a pressão (Transformação isotérmica).

Estado inicial Estado final


n1 n1
T1 T1
P1V1=P2V2
P1 P2
V1 V2

[Pedro Taba] Página 60


Capitulo VI: Teoria Cinética dos Gases

6.2.2. LEIS DE CHARLES E GAY-LUSSAC

Primeira lei: Para um mesmo número de moles de gás a pressão constante, o


volume é directamente proporcional a temperatura absoluta (Transformação
isobárica).

Estado inicial Estado final


n1 n1
T1 T2 V1 V2
P1 P1 T1
=T
2
V1 V2

Segunda lei: Para um mesmo número de moles de gás a volume constante, a


pressão é directamente proporcional a temperatura absoluta (Transformação
isocórica, também chamada de isométrica ou Isovolumétrica).

Estado inicial Estado final


n1 n1
T1 T2 P1 P2
P1 P2 T1
= T2
V1 V1

As leis de Boyle e de Charles-gay Lussac são empíricas, isto e, tiradas de


resultados experimentais.

6.3. EQUAÇÃO GERAL DOS GASES

P1 V1 P2 V2

n T1 n T2

Estado inicial Estado final

Transformação P2 v Transformação
Isotérmica Isobárica
n T1
Estado intermediário

De acordo com a lei de Boyle, na passagem do estado inicial (P1, V1, T1), para
o estado intermediário (P2, v, T1), podemos escrever:

[Pedro Taba] Página 61


Capitulo VI: Teoria Cinética dos Gases

P1 V1
(P1 , V1 , T1 → P2 , v, T1 )⇒ P1V1=𝑃2 v ⇒v = (1)
P2

De acordo com a lei de Charles, na passagem do estado intermediário


(P2 , v, T1 ), para o estado final (P2, V2, T2), podemos escrever:

v V V2 T1
(P2 , v, T1 → P2 , V2 , T2 ) ⇒T = T2 ⇒V = (2)
1 2 T2

Comparando-se (1) e (2), podemos escrever:

P1 V1 V2 T1 P1 V1 P2 V2
= ⇒ =
P2 T2 T1 T2

Esta equação só é válida quando a massa do gás e o número de moles do gás


permanecem constantes.

6.4. EQUAÇÃO DE CLAPEYRON OU EQUAÇÃO DO ESTADO DOS


GASES PERFEITOS

Partindo da equação geral dos gases, considerando P1, V1 e T1 os estados


iniciais nas condições normais de temperatura e pressão (P=1 atm, V=22,4 L/mol e
T=273,15 K), e, P, V e T os estados finais, podemos escrever:

P1 V1 PV 1 atm × 22,4 L/mol PV


= ⇒ =
T1 T 273,15 K nT

Logo teremos: R = 0.082 atmL/molK “Constante geral dos gases”

PV
Então: R = nT ⇒ PV = nRT

[Pedro Taba] Página 62


Capitulo VII: Soluções

CAPITULO VII: SOLUÇÕES

Uma solução é uma mistura homogénea (sistema disperso) de duas ou mais


substâncias que pode variar a sua composição dentro de certos limites. Como por
exemplos de soluções podemos citar o ar (mistura de H2 e O2), e a água do mar (nela
há sais dissolvidos).

Vamos concentrar a nossa atenção nas soluções que envolvem pelo menos
um componente líquido – isto é, soluções gás-líquido, líquido-líquido e sólido-
líquido. Nestas, o líquido mais frequentemente usado como solvente é água.

Na natureza, raramente encontramos substâncias puras. O mundo que nos


rodeia é constituído por sistemas formados por mais de uma substância pura, as
misturas.

As ligas metálicas são soluções sólidas. O latão (Cu++Zn2+), por exemplo, é


utilizado na fabricação de instrumentos musicais. O ar que envolve a terra é uma
solução gasosa formada principalmente, pelos gases N2 e O2. A água dos oceanos é
uma solução líquida na qual encontramos vários sais dissolvidos, como NaCl, MgCl2
e MgSO4, além de vários gases, como, por exemplo o oxigénio.

Os químicos também caracterizam as soluções pela sua capacidade para


dissolver um soluto. Uma solução que contenha a máxima quantidade de um soluto
num dado solvente, a uma dada temperatura, chama-se solução saturada. Uma
solução insaturada é a que contém menos soluto do que é capaz de dissolver.
Solução sobressaturada, é a que contém maior quantidade de soluto do que a
existente numa solução saturada.

7.1. COMPONENTES DE UMA SOLUÇÃO


Os componentes de uma solução são o soluto e solvente. O soluto é o
componente que varia o seu estado de agregação ou ainda, aquele componente que
estiver em menor proporção. O solvente é o componente que mantém o seu estado de
agregação ou também o componente que está em maior proporção na solução.

[Pedro Taba] Página 63


Capitulo VII: Soluções

7.2. CLASSIFICAÇÃO DAS SOLUÇÕES

Podemos classificar as soluções de acordo com o seguinte:

a. Número de substância: as soluções podem ser binárias, ternárias,


quaternárias etc.
b. Tipo: sólido em gás, líquido em gás, gás em gás, gás em líquido (HCl
gasoso em água) líquido em gás, sólido em líquido (água do mar), líquido em sólido,
sólido em sólido (ouro branco, mistura de ouro e prata).
c. Estado físico: podem ser gasosos, líquidos ou sólidos.

7.3. SISTEMAS DISPERSOS

Um sistema disperso é aquele no qual os átomos, moléculas, iões ou


partículas de uma ou mais substâncias estão misturados com os átomos, moléculas,
iões ou partículas de outras substâncias.

Num sistema disperso se considera que existem inicialmente duas fases, uma
chamada de fase dispersa e a outra de meio de dispersão ou fase dispersante. Os
sistemas dispersos se podem classificar da seguinte forma:

a. Sistemas homogéneos (monofásico); por exemplo, as soluções


verdadeiras onde todos os componentes se encontram numa só fase, isto é, no mesmo
estado de agregação.
b. Sistemas heterogéneos (multifásicos); por exemplo, as soluções
coloidais, suspensões e emulsões.
As suspensões, são instáveis e a substância se deposita com rapidez e quando
a sua densidade é menor que a do meio em que sobrenada. O tamanho das partículas
é superior a 200 nm e são visíveis a simples vista ou ao microscópio. Se formam
geralmente quando as partículas dispersas são sólidas e o meio de dispersão líquido.
As emulsões se formam quando a fase dispersa e o meio de dispersão são
líquidos (emulsão de querosene em água).
Nas soluções coloidais, o tamanho das partículas está compreendido entre
dois extremos, o de uma suspensão e o de uma solução verdadeira. O tamanho das
partículas é maior que 1 nm e menor que 200 nm, e, ditas soluções são visíveis ao
ultramicroscópio.

[Pedro Taba] Página 64


Capitulo VII: Soluções

7.4. SOLUÇÕES VERDADEIRAS

Os Sistemas dispersos mais importantes e difundidos, são as soluções


verdadeiras cujo tamanho das partículas é menor que 1 nm e não são visíveis ao
microscópio nem ao ultramicroscópio.

7.4.1. CARACTERISTICAS DAS SOLUÇÕES VERDADEIRAS

a. As partículas dispersas (moléculas ou iões) não são visíveis nem


sequer ao ultramicroscópio, logo, são homogéneos.
b. As partículas dissolvidas não se sedimentam.
c. A composição e propriedades de uma solução verdadeira podem
modificar-se nalguns casos consideravelmente, de um modo contínuo, alterando as
propriedades dos componentes.
As soluções podem ser sólidos (certas aleações), líquidos (mistura de água e
açúcar) e gasosas (mistura de gases).

7.5. CONCENTRAÇÃO DAS SOLUÇÕES

Concentração percentual mássica ou Titulo “T” (%m/m): É a quantidade


em grama (ou kg) de um determinado soluto 100 gramas (100kg) de solução.

massa do soluto
%C = × 100
massa da solução

Concentração percentual volumétrica “T” (%V/V): É a quantidade em


mililitro do soluto dissolvido em 100 ml de solução.

Volume do soluto
%C = × 100
Volume da solução

Concentração comum (C): É a relação entre a massa do soluto e o volume


da solução:

massa do soluto m1 g g
C= ,C = [ ; ]
Volume da solução V L ml

Ex: O rótulo de um frasco indica que nela existem 50g de NiSO4 em 1,0L de
solução.

[Pedro Taba] Página 65


Capitulo VII: Soluções

m1 50g
C= ⇒C= = 50g/L
V 1,0L

Densidade (d ou 𝝆): É a relação entre a massa da solução e o seu volume:

massa do solução m g g
d= ,d = [ ; ]
Volume da solução V L ml

Concentração Molar ou Molaridade (CM): É a razão entre a quantidade de


substância do soluto e o volume da solução expressa em Litros (L) ou em decímetros
cúbicos (dm3).

n m mol
CM = = [ ou M]
V(L) MM × V(L) L

Ex: Uma xícara contém 200cm3 de leite adoçado com 6.84g de açúcar comum
(sacarose, C12H22O11). Determine a concentração molar desta solução.

n m 6.84g
CM = = ⇒ CM = ⇒ CM = 0,1mol/L
V(L) MM × V(L) 342g/mol × 0,2L

Concentração Normal ou Normalidade (CN): É a razão entre o número de


equivalentes do soluto e o volume da solução em litros.

nE m Eq
CN = = [ ou N]
V(L) Eq × V(L) L

O número de equivalente (nE), é determinado a partir da valência de cada


composto.

Para os ácidos, o equivalente (Eq) é igual a massa molecular do respectivo


ácido dividido pelo número de iões H+ ionizáveis (Eq =
MM
; onde y é o nº de iões H + ionizaveis).
y

98
Ex: H2 SO4 → 2H + + SO2−
4 ⇒ Eq = = 49
2

Para as bases, o equivalente (Eq) é igual a massa molecular da respectiva base


dividido pelo número de iões OH- dissociáveis.

40
Ex: NaOH → Na+ + OH − ⇒ Eq = = 40
1

[Pedro Taba] Página 66


Capitulo VII: Soluções

Para os sais e óxidos, o equivalente (Eq) é igual a massa molecular do


respectivo sal ou óxido dividido pelo número total de cargas positivas (+) e negativas
(-).

Ex: Al2 (SO4 )3 → 2Al3+ + 3SO2−


4 ⇒ Eq = 342/6 = 57

m
Então: nE = Eq

Ex: Calcular a normalidade de uma solução aquosa, preparada com a


dissolução de 16g de NaOH em água suficiente para 500ml.

NaOH → Na+ + OH −

40g/mol 16g
Eq = = 40g/mol ⇒ nE = = 0.4Eq
1 40g/mol

nE 0.4Eq 0.8Eq
N= = = ou 0.8N
V(L) 0.5L L

A normalidade também pode ser determinada mediante a seguinte fórmula:


N = M × y.

Fracção molar do soluto (x1): É a razão entre o número de moles do soluto e


o número de moles da solução.

n1 n1
x= =
n1 + n2 n

n1: número de moles do soluto; n2: número de moles do solvente; n: número


de moles da solução.

Fracção molar do solvente (x2): É a razão entre o número de moles do


solvente e o número de mole s da solução.

n2 n2
x= =
n1 + n2 n

Obs: x1+x2=1

[Pedro Taba] Página 67


Capitulo VII: Soluções

7.6. DILUIÇÃO DE SOLUÇÕES

Uma solução pode ser preparada, adicionando-se solvente a uma solução


inicialmente mais concentrada. Este processo é denominado diluição.

A adição de mais solvente provoca aumento no volume da solução; a


quantidade de soluto, porém, permanece constante.

Podemos ter as seguintes relações entre a solução inicial e a solução final:

Inicial Final Relação


Concentração m1 m1 C1 × V1 = C2 × V2
C1 = C2 =
V1 V2
comum
Concentração n1 n1 CM1 × V1 = CM2 × V2
CM1 = CM2 =
V1 V2
molar
Concentração nE1 nE1 CN1 × V1 = CN2 × V2
CN1 = CN2 =
V1 V2
normal
Titulo m1 m1 T1 × m = T2 × m´
T1 = T2 =
m m´

Ex: Tem-se 250 ml de uma solução 13 normal de H2SO4. Calcular o volume


de H2SO4 10 normal que se pode obter mediante uma diluição da solução inicial.

Dados

V1 = 250ml
𝑁1 = 13𝑁
{
𝑉2 =?
𝑁1 = 10𝑁

V1 ×N1 250ml×13 N
V1× N1 = V2 × N2 → V2 = → V2 = → V2 = 325ml
N2 10 N

Quando se misturam soluções, o cálculo das concentrações podem ser


efectuadas de acordo com as seguintes expressões matemática:

C1 V1 + C2 V2 = Cf Vf
m1 + m2 = mf {
T1 V2 + T2 V2 = Tf Vf

CM1 V1 + CM 2 V2 = CM f Vf
n1 + n2 = nf {
CN1 V2 + CN 2 V2 = CN f Vf

[Pedro Taba] Página 68


Capitulo VII: Soluções

Ex: (1) Foram misturados 60 ml de solução 1,0 mol/L de HCl com 40 ml de


solução 3,5 mol/L de HCl. Determine a concentração da solução final.

+
CM=1.0 mol/L CM=3.5 mol/L CM=?
V=60 ml V=40 ml V=100 ml

CM 1 V1 + CM 2 V2
CM1 V1 + CM 2 V2 = CM f Vf ⇒ CM f =
Vf

mol mol
1,0 L × 60ml + 3,5 L × 40ml
CM f = = 2,0mol/L
100ml

Ex: (2) Imagine uma mistura de 200 ml de solução 0.4 mol/L de NaCl com
300 ml de solução de 1.2 mol/L de açúcar.

V=200 ml V=300 ml Vmistura=200+300=500 ml


[NaCl]=0.4 mol/L [Açúcar]=1.2 mol/L

diluição de 300 ml para 500 ml


diluição de 200 ml para 500 ml

Como o sal de cozinha e o açúcar não reagem entre si, tudo se passa como se
cada soluto sofresse uma diluição. Então, podemos calcular a concentração final de
cada soluto separadamente:

Concentração final de NaCl:

C = 0,4 mol/L
antes da diluição { M
V = 200 ml

CM =?
após a diluição { f
Vf = 500 ml

[Pedro Taba] Página 69


Capitulo VII: Soluções

mol
0.4 L × 200ml
CM × V = CM f × Vf ⇒ CM f = ⇒ CM f = 0,16 mol/L
500 ml

Concentração final do açúcar:

C = 1,2 mol/L
antes da diluição { M
V = 300 ml

CM =?
após a diluição { f
Vf = 500 ml

mol
1,2 L × 300ml
CM × V = CM f × Vf ⇒ CM f = ⇒ CM f = 0,72 mol/L
500 ml

[Pedro Taba] Página 70


Capitulo VIII: Electroquímica

CAPITULO VIII: ELECTROQUÍMICA

8.1. NÚMERO DE OXIDAÇÃO

O número de oxidação de um composto é definido como sendo o número de


electrões deslocados do átomo do elemento em causa para outros átomos (quando
este número é positivo), ou deslocados dos átomos de outros elementos para o átomo
do elemento em questão (quando é negativo), ou é o número que mede a carga real
de uma espécie química.

O número de oxidação dos elementos é determinado a partir das seguintes


regras:

1) O número de oxidação dos átomos de substâncias elementares é zero.


2) A soma algébrica dos Nox de todos os átomos que fazem parte de uma
molécula é igual a zero.
3) O número de oxidação de um ião é igual a carga do ião.
4) A soma algébrica dos Nox dos átomos que fazem parte de um ião é
igual a carga do ião.
5) O Nox dos halogéneos na maioria dos compostos e igual a -1.
6) Os metais alcalinos nos seus compostos possuem um Nox constante, é
igual a +1, ao passo que os metais alcalinos terrosos possuem Nox +2.
7) O hidrogénio tem Nox +1 em todos os compostos, com excepção nos
hidretos dos metais que o Nox é -1.
8) O oxigénio tem Nox -2 em todos os compostos, excepto nos peróxidos
que é -1 e nos superóxidos que é -1/2.

Ex:

8.2. CONCEITO DE OXIDAÇÃO-REDUÇÃO

OXIDAÇÃO: É o aumento algébrico do número de oxidação.

oxidação Zn(aq)2+ 2e-


Zn(s) +
0 +2

aumento
-------------------------------------------

[Pedro Taba] Página 71


Capitulo VIII: Electroquímica

REDUÇÃO: É a diminuição algébrica do número de oxidação.

Cu(aq)2++ 2e- redução Cu(s)


+2 0
diminui
-------------------------------------------------------

OXIDANTE E REDUTOR

Chama-se oxidante a espécie que sofre redução e redutor a espécie que


sofre oxidação.

8.3. BALANCEAMENTO DAS EQUAÇÕES DE OXIDAÇÃO


REDUÇÃO

Para o acerto das equações de oxidação redução, deve-se obedecer os


seguintes critérios:

❖ Determinar o Nox de todos os átomos ou elementos que constituem os


compostos que reagem e que se formam.
❖ Identificar o agente oxidante e o agente redutor.
❖ Escreve-se as semi-reacções de oxidação-redução.
❖ Acerta-se o oxigénio e o hidrogénio nas semi-reacções de oxidação-
redução.

-No caso que a reacção esteja a ocorrer em meio ácido: Acerta-se o Oxigénio
e o Hidrogénio fazendo-se reagir o lado com excesso de oxigénio com H+, e o lado
com falta de oxigénio com água.

-No caso que a reacção esteja a correr em meio básico: Acerta-se o oxigénio
adicionando-se OH- no lado com menor número de átomos de oxigénio e os átomos
de hidrogénio adicionando água no lado com menor número de átomos de
hidrogénio.

❖ Soma-se as semi-reacções de oxidação-redução.

Exemplo (1):

CaC2O4 + KMnO4 + H2SO4 CaSO4 + K2SO4 + MnSO4 + CO2 + H2O

[Pedro Taba] Página 72


Capitulo VIII: Electroquímica

Começamos a determinar os Nox de cada elemento

2+ 3+ 2- 1+ 7+ 2+ 1+ 6+ 2+ 6+2- 1+ 6+ 2- 2+ 6+2- 4+ 2- 1+ 2-
Ca C2 O4 + K Mn O4 + H2 S O4 Ca S O4 + K2 S O4 + Mn S O4 + C O2 + H2 O

Podemos observar que o Nox do carbono passou de (3+) para (4+), isto é,
aumentou (sofreu oxidação), logo, oCaC2 O4 é o agente redutor, e o Nox do manganês
passou de (7+) para (2+), isto é, diminuiu (sofreu redução), logo, o KMnO4 é o
agente oxidante.

Agora vamos escrever as semi-equações de oxidação-redução:

- - +
2* MnO 4 + 5e + 8H Mn2+ + 4H2O

5* C2O2-4 - 1*2e- 2CO2


2MnO4 + 5C2O2-4 + 16H+ 2Mn2+ + 10CO2 + 8H2O

Depois de somarmos as duas semi-reacções de oxidação-redução,


introduzimos os coeficientes encontrados na reacção principal e acabamos por
acertar pelo método das tentativas caso for necessário;

2KMnO4 + 5CaC2O4 + 8H2SO4 5CaSO4 + K2SO4 + 2MnSO4 + 10CO2 + 8H2O

Exemplo (2):
Bi2O3 + NaClO + NaOH NaBiO3 + NaCl + H2O

- -
1* Bi2O3 - 2e *2 + 6OH 2BiO-3 + 3H2O

2* ClO- + 2e- + H2O Cl- + 2OH-


Bi2O3 + 2ClO- + 6OH-+2H2O 2BiO-3 + 2Cl- + 4OH- + 3H2O
2OH-

Bi2O3 + 2NaClO + 2NaOH 2NaBiO3 + 2NaCl + H2O

[Pedro Taba] Página 73


Capitulo VIII: Electroquímica

As reacções de oxidação – Redução também podem ocorrer em meio


neutro, isto é, em presença de água. Neste caso, o excesso de oxigénio faz-se
reagir com água produzindo OH-, e, dificiência de oxigénio faz-se reagir com
água produzindo H+.

KMnO4 + KNO2 + H2O MnO2 + KNO3 + KOH

- -
2* MnO 4 + 3e + 2H2O MnO2 + 4OH-

3* NO-2 - 2e- + H2O NO-3 + 2H+


2MnO4 + 3NO2 + +7 H2O 2MnO2 + 3KNO3 + 8OH- + 6H+
+6H2O + 2OH-
2KMnO4 + 3KNO2 + H2O 2MnO2 + 3KNO3 + 2KOH

8.4. PILHAS

Pilhas ou células electroquímicas, são dispositivos constituídos por dois (2)


eléctrodos ligados entre si de maneira adequada na qual se verifica a conversão de
energia química em eléctrica e vice-versa. Existem dois (2) tipos de células
electroquímicas:

❖ Célula galvânica: Dispositivo capaz de converter a energia química


em energia eléctrica.
❖ Célula Electrolítica: Dispositivo capaz de converter energia eléctrica
em energia química.

CÁTODO E ÁNODO

Cátodo é o eléctrodo onde ocorre a redução e Ánodo é o eléctrodo onde


ocorre a oxidação. As reacções que ai ocorrem são denominadas reacção catódica e
reacção anódica respectivamente.

Ex:

Ânodo: Zn(s) - 2e- Zn2+(aq) semi reacção de oxidação


Cátodo: Cu2+(aq) + 2e- Cu(s) semi reacção de redução

Zn(s) + Cu2+(aq) Zn2+(aq) + Cu(s) reacção global

[Pedro Taba] Página 74


Capitulo VIII: Electroquímica

Por convenção internacional, ao apresentar esquematicamente uma célula


electroquímica, coloca-se sempre o cátodo na direita e o ánodo na esquerda do
observador.

⏟ (s) |ZnSO4 (1 mol⁄L) ‖CuSO


Ex: Zn ⏟ 4 (1 mol⁄L)|Cu(s)
Ánodo Cátodo

A barra dupla (‖)que separa os dois eléctrodos é chamada de ponte salina.

8.5. FORÇA ELECTROMOTRIZ

A força electromotriz ou diferença de potencial da célula, é igual a


diferença entre os potenciais do cátodo e do ánodo, e, é medida em volt (V).
o o
Ecel = E
⏟ cát − E
⏟ án
Maior Menor

Esta diferença de potenciais é chamada também potencial da célula, e, é


medida em volt.
Ex: Em uma pilha, um dos eléctrodos é o chumbo imerso em uma solução
1.0 mol/L de iões de Pb2+ e o outro é o magnésio imerso em uma solução 1.0 mol/L
de iões de Mg2+. Baseando-se nos potenciais-padrão de redução determine a força
electromotriz da célula.
Pb2+ + 2e− → Pb E 0 = −0,13V
Mg 2+ + 2e− → Mg E 0 = −2,38V
Como o potencial padrão do Chumbo é maior em relação ao potencial
padrão do magnésio, então, o chumbo é que sofre redução, logo, estará no cátodo, e,
o magnésio com o menor potencial sofrerá oxidação e estará no ánodo.
2+ 2+
⏟ (s) |Mg (1 mol⁄L) ‖Pb
Mg ⏟ (1 mol⁄L)|Pb(s)
Ánodo Cátodo

Ecel = -0,130 – (-2,38) = 2,25

8.6. EQUAÇÃO DE NERNST

As considerações feitas para a determinação da força electromotriz da célula


(Ecel), valem para pilhas ou células no estado padrão, ou seja, com espécies reagentes
na concentração de 1.0 mol/L e pressão parcial de 1.0 atm para os gases
participantes. O que ocorre com os potenciais dos eléctrodos se outras concentrações
forem utilizadas?

[Pedro Taba] Página 75


Capitulo VIII: Electroquímica

A solução desta questão foi proposta em 1889 pelo químico alemão Walther
H. Nernst.
Para uma reacção de oxidação-redução:
aA + bB → cC + dD
0,0591
Verifica-se:∆EOxi/Red = E 0 Oxi/Red − log Qou
n
0,0591 [Red]y
∆EOxi/Red = E 0 Oxi/Red − log [Oxi]x ou ainda ∆EOxi/Red = E 0 Oxi/Red +
n
0,0591 [Oxi]x
log [Red]y
n

Onde: ΔE: Potencial não padrão

E: Potencial padrão

n: Número de electrões transferidos na semi reacção

[Red]y
Q: Quociente da reacção (Q = [Oxi]x
)

Ex: Calcule a tensão produzida a 25ºC pela célula:


Sn(s) |Sn2+ + 2+ +
(aq) ‖Ag (aq) |Ag (aq) , se[Sn ] = 0,15 mol/L e [Ag ] = 1,70 mol/L.

As reacções do ánodo, do cátodo, da célula e os correspondentes potenciais-


padrão são:

Ânodo: Sn(s) - 2e- Sn2+(aq) Eo = +0,14V


Cátodo: 2* Ag+(aq) + 1e- Ags) Eo = +0,80V

Célula: Sn(s) + 2Ag+(aq) Sn2+(aq) + 2Ag(s) Eo = +0,94V

0.0591 [Sn2+ ] 0,0591 0,15


E = Eo − log + 2
⟹ E = 0,94 − log
2 [Ag ] 2 (1,70)2

E = 0,94V - (-0,038) ⇒E= +0,98V

Exemplos: Calcular o potencial dos seguintes eléctrodos:

Zn(s) |ZnSO4 (0.050mol⁄L)

[Pedro Taba] Página 76


Capitulo VIII: Electroquímica

0,0591
∆EZn2+ /Zn = E 0 Zn2+ /Zn + log[Zn2+ ]
2

0,0591
∆EZn2+/Zn = −0.763 + log(0.050) = −0.802V
2

8.7. ELECTRÓLISE

Contrariamente às reacções redox espontâneas em que há conversão da


energia química em energia eléctrica a electrólise é o processo no qual a energia
eléctrica é usada para forçar a ocorrência de reacção química não espontânea. Uma
célula electrolítica é uma montagem experimental onde se realizam electrólise. A
electrólise é o processo de transformação de energia eléctrica em energia química.
Uma reacção de electrólise resulta frequentemente na decomposição de um composto
para formar os seus corpos elementares. Os princípios subjacentes à electrólise são os
mesmos que estão subjacentes aos processos que ocorrem nas células galvânicas.
Geralmente, o eléctrodo utilizado na electrólise é um metal nobre tais como a platina
Pt, o Ouro Au etc. ou de grafite.

A electrólise pode ser ígnea ou aquosa.

Electrólise ígnea é o nome que se da à uma reacção química provocada


pela passagem de corrente eléctrica através de um composto iónico. Electrólise
aquosa é o nome que se da à uma reacção química provocada pela passagem de
corrente eléctrica por meio de uma solução aquosa de um electrólito.

8.8. ESTEQUIOMÉTRIA DA ELECTRÓLISE

A electrólise obedece a duas (2) leis de Faraday:

Primeira lei de Faraday

Durante uma electrólise, a massa de uma substância libertada em qualquer


um dos eléctrodos, assim como a massa da substância decomposta, é directamente
proporcional à quantidade de electricidade que passa pela solução.

Segunda lei de Faraday

[Pedro Taba] Página 77


Capitulo VIII: Electroquímica

Quando uma mesma quantidade de electricidade atravessa diversos


electrólitos, as massas das espécies químicas libertadas nos eléctrodos, assim como
as massas das espécies químicas decompostas, são directamente proporcionais aos
seus equivalentes químicos.

De acordo com estas leis foram deduzidas as seguintes equações:

MM × I × ∆t MM × Q
Q = I × ∆t e m = ⟹m=
n×F n×F

Onde:
Q: carga eléctrica [C]
I: intensidade de corrente [A]
Δt: variação do tempo [s]
MM: Massa molecular [g/mol]
n: número de electrões transferidos na semi-reacção
F: constante de Faraday (F=96500C)
Ex: Uma solução de CuSO4 é electrolisada usando-se eléctrodos inertes.
Quantos gramas de cobre e de gás oxigénio são produzidos se uma corrente de 5,0 A
atravessa a célula durante 1.5 h?
Cu2+
(aq) + 2e

→ Cu(s) ⟹ n = 2
MM × I × ∆t 63,55g/mol × 5,0A × 5400s
m= ⟹ m= ⟹ m = 8,89g
n×F 2 × 96500C
2H2 O ⟶ O2(g) + 4H + + 4e− ⟹ n = 4
32g/mol × 5,0A × 5400s
m= ⟹ m = 2,24g
4 × 96500C

8.9. CORROSÃO

A corrosão consiste na deterioração dos materiais pela acção química ou


electroquímica do meio, podendo estar ou não associado a esforços mecânicos. A
corrosão pode incidir sobre diversos tipos de materiais, sejam metálicos como os
aços ou as ligas de cobre, por exemplo, ou não metálicos, como os plásticos,

[Pedro Taba] Página 78


Capitulo VIII: Electroquímica

cerâmicos ou concreto. A ênfase aqui descrita será sobre a corrosão dos materiais
metálicos. Esta corrosão é denominada corrosão metálica.
A maioria dos metais oxida-se na presença do ar, o que é explicado pelo
facto de esses metais possuírem menor potencial de redução que o oxigénio (Eo =
+1.23V).
Com excepção do ouro (Eo = +1.50V) e da platina (Eo = +1.32V), todos os
metais sofrem corrosão com maior ou menor intensidade. Em vários metais a
corrosão não é muito intensa por causa da formação de uma película protectora. É o
caso do alumínio, do zinco, do chumbo, do cobre e da prata.
Um exemplo familiar de corrosão é sem dúvida o da formação de ferrugem
sobre o ferro. Para que o ferro enferruje é necessária a presença de oxigénio gasoso e
água. Uma região da superfície do metal funciona como ânodo, aí ocorre a oxidação.
Fe(s) → Fe2+
(aq) + 2e

Os electrões libertados pelo ferro reduzem o oxigénio atmosférico a água no


cátodo, que é outra região da mesma superfície metálica.
+
O2(g) + 4H(aq) + 4e− → 2H2 O(l)
A reacção redox global é:
+
2Fe(s) + O2(g) + 4H(aq) → 2Fe2+
(aq) + 2H2 O(l)

Calculamos a fem do processo:


o o o
Ecel = Ecát − Eân = 1.23V − (−0.44V) = 1.67V
Note-se que esta reacção ocorre em meio ácido; os iões H+ são em parte
fornecidos pela reacção do CO2 atmosférico com água para formar H2CO3.
Os iões Fe2+ formados no ânodo são ainda oxidados pelo oxigénio:
4Fe2+ +
(aq) + O2(g) + (4 + 2x)H2 O(l) → 2Fe2 O3 ∗ xH2 O(s) + 8H(aq)

Esta forma hidratada do óxido de ferro (III) é conhecida por ferrugem.

Protecção catódica

A protecção catódica é um método de combate a corrosão que consiste na


transformação da estrutura para proteger o cátodo de uma célula electroquímica ou
electrolítica.

[Pedro Taba] Página 79


Capitulo VIII: Electroquímica

É empregado para resguardar estruturas enterradas ou submersas tais como


ductos, tanques, pés-de-torre, navios e plataformas.

Existem a protecção catódica terrestre e a protecção catódica marítima, que


usam sistemas galvânicos e por corrente impressa para promover a protecção da
estrutura.

Uma forma eficiente de protecção contra a corrosão é ligar placas de


magnésio ou zinco à placa de ferro. Esses metais se oxidam mais facilmente que o
ferro e são chamados de eléctrodos de sacrifício.

O mecanismo microscópico da protecção catódica é: Se um átomo de ferro


se oxidar a Fe2+, imediatamente um átomo de Mg ou Zn também se oxidará e enviará
electrões para reduzir o ião Fe2+ a Fe0. Portanto o eléctrodo de sacrifício tem de
possuir potencial de redução menor que o do ferro.

[Pedro Taba] Página 80


Capitulo IX: Cinética Química

CAPITULO IX: CINÉTICA QUÍMICA

Toda a reacção química, necessita de um certo tempo para se completar.


Algumas reacções são extremamente rápidas, como, por exemplo, a neutralização
entre um ácido e uma base em solução aquosa. Existem, por outro lado, reacções
extremamente lentas, com velocidade praticamente igual a zero.

A mistura de gases hidrogénio e oxigénio, por exemplo, pode ser guardada


por anos sem que ocorra a reacção entre eles (2H2 + O2 → 2H2O). No entanto, se
provocarmos uma faísca eléctrica dentro do recipiente, ocorrerá uma violenta reacção
entre o hidrogénio e o oxigénio (explosão) produzindo água.

Neste momento surge uma pergunta: Sob que condições uma reacção de
importância pode tornar-se rápida o suficiente para ter um aproveitamento prático? E
sob que condições uma reacção perigosa pode ter sua velocidade diminuída a ponto
de não oferecer risco? Estas perguntas serão respondidas pela cinética química
(cinética vem do grego kinetiké, que significa movimento). Este ramo da química, se
preocupa em estudar a velocidade das reacções químicas e os factores que a
influenciam, assim como os mecanismos das reacções.

9.1. VELOCIDADE DA REACÇÃO

9.1.1. VELOCIDADE MÉDIA E VELOCIDADE ESPECIFICA

A velocidade de uma reacção é a medida da rapidez com que se formam os


produtos e se consomem os reagentes.

A velocidade média num dado intervalo de tempo é o quociente da variação


da sua concentração pelo intervalo de tempo correspondente.

Exemplo: aA + bB → cC + dD

1 [A]t2 −[A]t1
A velocidade da reacção referente a substância A é: 𝑣A = a t2 −t1

e a velocidade da mesma reacção referente a substância C é: 𝑣C =


1 [C]t2 −[C]t1
c t2 −t1

[Pedro Taba] Página 81


Capitulo IX: Cinética Química

A velocidade da reacção é habitualmente expressa em mol/Ls.

Como a concentração de cada substância envolvida na reacção é uma função


do tempo, a velocidade instantânea da reacção referente a uma dada substância é
definida como:

1 d[A] 1 d[B] 1 [C] 1 [D]


𝑣A = − , 𝑣B = − , 𝑣C = , 𝑣D =
a dt b dt c dt d dt

E a relação entre eles pode ser representado da seguinte maneira:

1 d[A] 1 d[B] 1 [C] 1 [D]


𝑣r = − =− = =
a dt b dt c dt d dt

Ex: 2H2(g) + O2(g) → 2H2 O(l)

1 d[H2 ] 1 d[O2 ] 1 [H2 O]


𝑣r = − =− =
2 dt 1 dt 2 dt

A velocidade instantânea é o coeficiente da tangencia da curva que


apresenta a variação da concentração da substância em estudo em função do tempo
no momento considerado.

9.2. LEI DA VELOCIDADE DE UMA REACÇÃO

Em geral, a velocidade de uma reacção é determinada pelas propriedades


dos reagentes, pelas concentrações dos reagentes e pela temperatura. A velocidade de
uma reacção pode ser influenciada pelas concentrações de outras espécies que não
são reagentes (Catalisadores e inibidores), pelas áreas das superfícies de contacto de
contacto dos reagentes.

A relação entre a rapidez de uma transformação e as concentrações em


mol/L dos reagentes, é dada por uma expressão matemática denominada lei da
velocidade da reacção.

Ex: aA + bB → Produtos

A lei da velocidade da reacção será: 𝑣 = 𝑘[A]m [B]n

[Pedro Taba] Página 82


Capitulo IX: Cinética Química

Onde: 𝑣 - velocidade da reacção

𝑘 – Constante de velocidade da reacção (depende da temperatura)

[A][B] - Concentração molar dos reagentes A e B

Em geral, os expoentes m e n são números inteiros ou semi-inteiros, são chamados


ordem de reacção relativo as espécies que reagem. A soma n+m é denominada
ordem global da reacção.

m: ordem da reacção em relação a A


𝑣 = 𝑘[A]m [B]n {n ∶ ordem da reacção em relação a B
m + n: ordem da reacção global

9.3. MECANISMO DA REACÇÃO

As reacções químicas podem ocorrer com ou sem formação de substâncias


intermediarias. Dai o critério de classificação das reacções em elementares e não-
elementares.

Reacções elementares: São aquelas em que as moléculas dos produtos se


formam após uma única colisão entre moléculas.

Ex: 2NO(g) N2O2(g)𝑣 = k[NO]2

Duas moléculas de NO precisam colidir para que a reacção ocorra, essa


reacção é bimolécular.

Somente nas reacções elementares a lei da velocidade apresenta expoentes


iguais aos coeficientes da reacção.

Molecularidade: É o número mínimo de moléculas que precisam colidir


para que uma reacção ocorra.

[Pedro Taba] Página 83


Capitulo IX: Cinética Química

Exemplo Molecularidade Lei da velocidade


A → Produtos Unimolecular 𝑣 = k[A]
A + A → Produtos Bimolecular 𝑣 = k[A]2
A + B → Produtos Bimolecular 𝑣 = k[A] [B]

Reacção não elementar: São aquelas que ocorrem em um conjunto de etapas


(duas ou mais) denominado mecanismo de reacção e que obedece as seguintes
condições:

❖ Cada etapa é uma reacção elementar


❖ Na soma algébrica das etapas, os compostos intermediários
desaparecem e obtêm-se a reacção global. Neste tipo de reacções, a velocidade da
reacção global será igual à velocidade da etapa mais lenta.
Ex: CO + NO2 → CO2 + NO
1ª etapa (lenta): NO2 + NO2 NO3 + NO

2ª etapa (rápida): NO3 + CO NO2 + CO2


2
Reacção global: NO2 + CO NO + CO2 v = k NO2

9.4. FACTORES QUE INFLUENCIAM NA VELOCIDADE DAS REACÇÕES

Os factores que influenciam na velocidade das reacções são: a temperatura,


a superfície de contacto e os catalisadores.
Temperatura: Quanto maior for a temperatura, maior será a velocidade de
uma reacção e maior será o valor da constante da velocidade.
Superfície de contacto: Em reacções das quais participa um sólido a
velocidade será tanto maior quanto maior for a superfície de contacto deste sólido.
Catalisadores: São substâncias que aumentam a velocidade de uma reacção,
mas não são consumidas ao longo da reacção.

[Pedro Taba] Página 84


Capitulo X: Equilíbrio Químico

CAPITULO X: EQUILÍBRIO QUÍMICO

Muitas reacções ocorrem completamente, ou seja, até que pelo menos um


dos reagentes seja totalmente consumido. Um exemplo desse tipo de reacção é a que
acontece quando queimamos um palito de fósforo.

Existem sistemas, no entanto, em que as reacções directas e inversas


ocorrem simultaneamente. Esses sistemas são denominados reversíveis e
representadas por dupla ceta (⇄). Essa situação acontece tanto em processos
químicos como em processos físicos.

Equilíbrio químico é a situação na qual as concentrações dos participantes


da reacção não se alteram, pois as reacções directas e inversa estão se processando
com velocidades iguais. É uma situação de equilíbrio dinâmico.

Os equilíbrios químicos são classificados em dois grandes grupos: Os


equilíbrios homogéneos e os equilíbrios heterogéneos.

Os equilíbrios químicos homogéneos, são aqueles em que todos os


participantes estão em uma mesma fase, constituindo, portanto, um sistema
homogéneo.

reagentes e produtos
⃗⃗⃗ 2NO2(g) {
Ex: N2 O4(g) ←
na mesma fase (gasosa)

+ reagentes e produtos
CH3 COOH(aq) ⃗←
⃗⃗ H(aq) + CH3 COO−
(aq) { na mesma fase (aquosa)

Os equilíbrios químicos heterogéneos, são aqueles em que os participantes


estão em mais de uma fase, constituindo, portanto, um sistema heterogéneo.

Ex:
há mais de uma fase no sistema em
⃗⃗⃗ NH3(g) + HCl(g) {
NH4 Cl(s) ←
equilibrio (uma fase sólida e outra gasosa)

há mais de uma fase no sistema em


⃗⃗⃗ Mg 2+
Mg(OH)2(s) ← −
(aq) + 2OH(aq) { equilibrio (uma fase sólida e outra aquosa)

[Pedro Taba] Página 85


Capitulo X: Equilíbrio Químico

10.1. DESLOCAMENTO DO EQUILÍBRIO

10.1.1. PRINCÍPIO DE LE CHATELIER

Quando um sistema está em equilíbrio, a velocidade da reacção directa é


igual à velocidade da inversa, e as concentrações em mol/L de todos os participantes
permanecem constantes. Se, sobre este equilíbrio, não ocorrer a acção de nenhum
agente externo, ele tende a permanecer nesta situação indefinidamente. Porém, se for
exercida uma acção externa sobre este equilíbrio, ele tende a reagir de maneira a
minimizar os efeitos desta acção.

Em 1888, o químico francês Henry Louis Le Chatelier, enunciou um


princípio com o qual se pode prever em que sentido o equilíbrio será deslocado.
“Quando um equilíbrio é alterado por um factor externo, ocorre um deslocamento
no sentido que anule a alteração”.

10.1.2. EFEITO DA CONCENTRAÇÃO

Aumentando a concentração de um dos participantes (reagentes ou


produtos), o equilíbrio desloca-se na direcção do seu consumo. Diminuindo a
concentração de um dos participantes, o equilíbrio desloca-se na direcção da sua
formação.

⃗⃗⃗ 2NO2(g)
Ex: N2 O4(g) ←

Se aumentarmos a concentração doN2 O4 , o equilíbrio irá deslocar-se no


sentido da formação do NO2 , e, se diminuirmos a concentração do N2 O4 , o equilíbrio
irá deslocar-se o sentido da formação do N2 O4 .

10.1.3. EFEITO DA PRESSÃO

O aumento da pressão desloca um equilíbrio para o lado em que há menor


volume gasoso, e, uma diminuição da pressão, desloca um equilíbrio para o lado em
que há maior volume gasoso.

2SO2(g) + O2(g)
Ex: ⏟ 2 volumes 1volume
⃗⃗⃗ ⏟
← 2SO3(g)
3 volumes 2 volumes

[Pedro Taba] Página 86


Capitulo X: Equilíbrio Químico

Se aumentarmos a pressão do sistema, o equilíbrio ai deslocar-se no sentido


da formação do SO3, e, se diminuirmos a pressão do sistema, o equilíbrio desloca-se
no sentido da formação do SO2 e do O2.

10.1.4. EFEITO DA TEMPERATURA

Um aumento da temperatura, desloca o equilíbrio no sentido da reacção


endotérmica (sentido que absorve calor). Uma diminuição da temperatura desloca o
equilíbrio no sentido da reacção exotérmica (sentido que liberta calor).

⃗⃗⃗ 2NH3(g) + Calor


Ex: N2(g) + 3H2(g) ← ∆H = −92.4kJ

10.2. CONSTANTE DE EQUILÍBRIO EM FUNÇÃO DA CONCENTRAÇÃO


(Kc)

⃗⃗⃗ cC + dD
Consideremos a seguinte reacção: aA + bB ←

Escrever as respectivas leis de velocidade:

vdirecta= k1[A]a[B]b e vinversa = k2[C]c[D]d

No equilíbrio as velocidades são iguais: vdirecta = vinversa

𝑘 [C]c [D]d 𝑘1
Então: k1[A]a[B]b = k2[C]c[D]d⟹ 𝑘1 = [A]a [B]b , a relação = Kc ,
2 𝑘2

Denomina-se constante de equilíbrio

[C]c [D]d
logo: K c =
[A]a [B]b

Esta relação matemática, chamada de lei da acção das massas, foi proposta
em 1861 pelos químicos noruegueses Cato Guldberg e Peter Waag, dai ser
conhecida também como lei de Guldberg-Waag.

Kc depende da temperatura, e a sua unidade é adimensional.

[Pedro Taba] Página 87


Capitulo X: Equilíbrio Químico

Ex: Em um sistema em equilíbrio, a 25ºC, as concentrações de NOCl (g), NO


(g) e Cl2 (g) são respectivamente, iguais a 5mol/L, 5·10-5mol/L e 2mol/L. Calcule a
⃗⃗⃗ 2NO (g) + Cl2 (g)
constante de equilíbrio (Kc) para a seguinte reacção: 2NOCl (g) ←

[NO]2 [Cl2 ] (5 · 10−5 )2 (2)


Kc = ⇒ K c = = 2 · 10−10
[NOCl]2 (5)2

10.3. GRAU DE EQUILÍBRIO

O grau de equilíbrio é a razão entre o número de moles que reagiram até


atingir o equilíbrio e o número de moles iniciais de reagentes.

número de moles que reagiram


α=
número de moles iniciais de reagentes

O grau de equilíbrio, será sempre um número entre 0 e 1, ou seja, entre 0 e


100%.

Ex: Os dados da tabela abaixo são válidos para o seguinte equilíbrio de


⃗⃗⃗ N2 (g) + 3H2 (g)
decomposição realizado a 500ºC: 2NH3 (g) ←

Experiência [NH3] (mol/L) [NH3] (mol/L) Kc


inicial no equilíbrio
1ª 1,0 0,2 16
2ª 5,0 1,6 16

Calcule o grau de decomposição (grau de equilíbrio) do amoníaco em cada


experiência.

1ª Experiência:

Inicio: [NH3] = 1,0m0l/L ; no equilíbrio: [NH3] = 0,2mol/L

Reagem: 1,0mol/L – 0,2mol/L = 0,8mol/L

0,8mol/L
α= = 0,8 ou α = 80%
1,0mol/L

[Pedro Taba] Página 88


Capitulo X: Equilíbrio Químico

10.4. CONSTANTE DE EQUILÍBRIO EM FUNÇÃO DA PRESSÃO (Kp)

Quando em um equilíbrio participa pelo menos uma substância no estado


gasoso, a constante de equilíbrio pode ser expresso em função da pressão (Kp) desta
substância.

⃗⃗⃗ cC(g) + dD(g)


Considere a seguinte reacção: aA(g) + bB(g) ←

(P )c (P )d
A constante Kp é dada pela expressão: K p = (PC )a (PD )b
A B

10.4.1. RELAÇÃO ENTRE Kp e Kc

Kp = Kc× (RT)Δn

Em que Δn = (c+d) – (a+b)

⃗⃗⃗ 2HI (g)


Ex: Sabendo que no equilíbrio: H2 (g) + I2 (g)←

A pressão parcial do hidrogénio é 0,22 atm, a do iodo é 0,22 atm e a do


ácido iodídrico é 1,56 atm. Determine o valor do Kp.

(PHI )2 (1.56)2
Kp = ⇒ Kp = ⇒ Kp = 50,28
PH2 PI2 (0,22)(0,22)

10.5. EQUILÍBRIO EM MEIO AQUOSO

10.5.1. CONSTANTE DE IONIZAÇÃO

Soluções aquosas de ácidos e bases também são encontradas na situação de


equilíbrio, que pode ser representado simplificadamente da seguinte maneira:

Ácido Base
HA H+ + A- BOH B+ + OH-

Consideremos o seguinte equilíbrio:

CH3COOH CH3COO- + H+

[Pedro Taba] Página 89


Capitulo X: Equilíbrio Químico

A expressão da constante de equilíbrio, corresponde à sua constante de


ionização, que, nos ácidos, são representados por Ka:

[CH3 COO− ][H + ]


Ka =
[CH3 COOH]

Observando a expressão, pode-se perceber que quanto maior a concentração


em mol/L de iões, maior será o valor de Ka, e, mais forte será o ácido.

Obs: Em equilíbrios aquosos, à água apresenta concentrações em mol/L


constante, e, por esse motivo, ela não faz parte da constante de ionização.

No caso de um ácido com mais de um hidrogénio ionizável (ácidos


polipróticos), como por exemplo, o ácido sulfídrico (H2S), a ionização ocorrerá em
duas etapas:

H+ HS -
+ -
1ª etapa de ionização: H2S H + HS K1=
H2S

H+ S-
- + 2-
2ª etapa de ionização: HS H + S K2=
HS -

10.5.2. LEI DA DILUIÇÃO DE OSTWALD

No final do século XIX, Friedrich Wilhelm Ostwald químico de origem


russo-germânico, deduziu pela primeira vez uma expressão matemática relacionando
a constante de ionização, a concentração em mol/L e o grau de ionização para
monoácidos e Monobases.

Para compreendermos a expressão proposta por Ostwald, vamos elaborar o


seguinte raciocínio:

Ao adicionarmos um ácido (HA) à água, podemos relacionar o número de


mol adicionado com o número de mol ionizado:

[Pedro Taba] Página 90


Capitulo X: Equilíbrio Químico

n mol de HA
H+ A-

HA
nº de mol ionizado
α= nº de mol iniciais

HA H+ + A-
No inicio n mol 0 0
Ao longo da reacção Gasta αn Forma αn Forma αn
No equilíbrio n-αn αn αn

Assim o número de mol de cada especie na condição de equilíbrio é:

HÁ = n – nα ou HÁ = n(1 – α); H+ = αn e A- = αn

Com estes valores vamos determinar o valorde Ki:

n n n
[H + ][A− ] α α α2 α2 C
Ki = ⟹ Ki = V V ⟹ Ki = V ⟹ Ki =
[HA] n(1 − α) 1−α 1−α
V

Sendo que α << 1, a expressão (1 – α) será considerado aproximadamente


1. Assim, a expressão da Ki será representado por:

K i = α2 CM

Ex: uma solução aquosa é preparada dissolvendo-se 0,1mol de aspirina por


litro. A concentração de H+ nesta solução é 0,004mol/L. Calcule a Ka da aspirina.

mol
Sabe-se que: [H + ] = 0.004 mol/L e CM = 0,1 do HAsp
L

[H + ] 0,004 mol/L
[H + ] = αCM ⟹ α = ⟹α= = 0,04
CM 0,1 mol/L

𝐾𝑎 = 𝛼 2 CM ⟹ Ka = (0.04)2 (0,1) ⟹ Ka = 1,6 · 10−4

[Pedro Taba] Página 91


Capitulo X: Equilíbrio Químico

10.6. PRODUTO IÓNICO DA ÁGUA E PH

10.6.1. EQUILÍBRIO IÓNICO DA ÁGUA

Medidas experimentais de condutibilidade electrica e outras evidências


mostram que a água, quando pura ou quando usada como solvente, se ioniza numa
extensão muito pequena, originando a condição de equilíbrio:

H2 O(l) + H2 O(l) ⇄ H3 O+ −
(aq) + OH(aq) ou simplesmente

+ −
H2 O(l) ⇄ H(aq) + OH(aq)

As concentrações de iões H+ e OH- presentes no equilíbrio variam com à


temperatura, mas serão sempre iguais entre si:

água pura ⟹ [H + ] = [OH − ]

A 25ºC, as concentrações em mol/L de H+ e OH- na água pura são iguais


entre si e apresentam o valor 10-7 mol/L.

Água pura a 25º⟹ [H + ] = [OH − ] = 10−7 mol/L

10.6.2. PRODUTO IÓNICO DA ÁGUA (Kw)

Considerando o equilíbrio da água:

+ −
H2 O(l) ⇄ H(aq) + OH(aq)

Sua constante de ionização corresponde ao Kw e é expressa por:

K w = [H + ][OH − ] a 25o K w = (10−7 )(10−7 ) ⟹ K w = 10−14

Na água , as concentrações de H+ e OH- são sempre iguais,


independentemente da temperatura; por este motivo a água é neutra.

10.6.3. ESCALA DE PH

O termo PH (potencial hidrogenionico) foi introduzido em 1909, pelo


bioquímico dinamarquês Soren Peter Lauritz Sorensen.

[Pedro Taba] Página 92


Capitulo X: Equilíbrio Químico

O calculo de PH pode ser feito por meio das expressões:

P H = colog[H + ] ou P H = − log[H + ]

De maneira semelhante, podemos determinar o POH (potencial


hidroxilionico):

P OH = colog[OH − ] ou P OH = − log[OH − ]

Nas soluções neutras, a 25ºC, temos:

[H + ] = [OH − ] = 10−7 mol/L

P H = P OH = 7 e P H + P OH = 14

A escala de PH normalmente apresenta valores que variam de zero (0) à 14.

10.7. CONSTANTE DO PRODUTO DE SOLUBILIDADE (KPS)

10.7.1. PRODUTO DE SOLUBILIDADE

Inicialmente, é preciso esclarecer que expressões do tipo sal solúvel, como o


sal de cozinha, ou sal insolúvel, como o sulfato de cálcio do giz escolar, são
simplificações do fenómeno de solubilidade. Não existem sólidos iónicos totalmente
solúveis ou totalmente insoluveis. Assim como sólidos iónicos ditos solúveis
apresentam um limite desolubilidade, os compostos iónicos considerados insoluveis
apresentam uma pequena solubilidade (pode-se usar a expressão sal insolúvel, mas é
mais correcto utilizar sal pouco solúvel).

Vamos analisar o cloreto de prata (AgCl), que se precipita facilmente a


partir de uma mistura de soluções de nitrato de prata (AgNO3), e cloreto de sódio
(NaCl).

Repetindo os procedimentos aplicados em equilibrios heterogénios, deve


haver um equilibrio dinámico entre os iões do sólido e os iões dissolvidos:

dissociação + -
AgCl(s) Ag(aq) + Cl(aq)
precipitação

[Pedro Taba] Página 93


Capitulo X: Equilíbrio Químico

Assim, a constante de equilibrio é:

[Ag + ][Cl− ]
K=
[AgCl]

[Ag + ][Cl− ]
Precipitado → [AgCl] = K ´ (constante) → K = ⟹ K⏟× K ´
[AgCl] K ps

= [Ag + ][Cl− ]

O Kps denomina-se constante do produto de solubilidade. Note que as


concentrações que aparecem na expressão de Kps sempre correspondem à da
soluçãosaturada pelos iões que estariam em equilibrio com o precipitado:

Kps = [Ag + ][Cl− ]

10.7.1.1. OBTENÇÃO DA EXPRESSÃO DO Kps

Nas considerações sobre o produto de solubilidade, é fundamental analisar a


expressão matemática correcta, , obtida assim:

➢ Escrevemos a equação de equilibrio devidamente balanceada.


➢ Escrevemos a expressão da constante de equilibrio, se considerar o
sólido precipitado (mas lembre-se de que, embora o precipitado não apareça na
expressão de Kps, ele precisa estar presente para que o equilibrio seja atingido).

Observe alguns exemplos:

Equilibrio Expressão do produto de solubilidade


BaSO4(s) ⇆ Ba2+ 2−
(aq) + SO4(aq) Kps = [Ba2+ ][SO2−
4 ]

CaF2(s) ⇆ Ca2+ −
(aq) + 2F(aq) Kps = [Ca2+ ][F − ]2

Ca3 (PO4 )2(s) ⇆ 3Ca2+ 3−


(aq) + 2PO4(aq) Kps = [Ca2+ ]3 [PO3−
4 ]
2

Para um equiilibrio genérico, em 1.0L, temos:


+ −
(C ⏟+ + yA
⏟ )x (A )y ⇄ xC ⏟−
S mol deste xS mol yS mol
sólido se dissolve

[Pedro Taba] Página 94


Capitulo X: Equilíbrio Químico

Assim: K PS = [C+ ]x [A− ]y

xSmol ySmol
Como [C+ ] = e [A− ] = , a expressão do Kps fica:
L L

Kps = [xS]x [yA]y

Ex: (1) A solubilidade do cloreto de prata a 25ºC é igual a 1,34·10-5 mol/L.


Qual é o valor do Kps do cloreto de prata nesta temperatura.

No equiibrio: [Ag + ] = [Cl− ] = S

AgCl(s) ⇄ Ag + − + −
(aq) + Cl(aq) ⟹ Kps = [Ag ][Cl ] ⟹ Kps = S × S ⟹ Kps = S
2

Kps = (1,34·10-5)2, logo Kps = 1,7956·10-10

Ex: (2) A solubilidade do CaF2 é igual a 2,0x10-4 mol/L. Qual será o


valordo Kps deste sal.

No equilibrio: [Ca2+ ] = S e [2F − ] = 2S

CaF2(s) ⇄ Ca2+ − 2+ − 2
(aq) + 2F(aq) ⟹ Kps = [Ca ][2F ] ⟹ Kps = S × [2S] ⟹ Kps

= 4S 3

Kps = 4x(2,0·10-4)3, logo Kps = 32·10-12

10.7.1.2. COMPARANDO A SOLUBILIDADE

O valor do Kps de um sal indica sua solubilidade. Entretanto, precisamos ter


cuidado ao prever solubilidades relativas de um grupo de compstos iónicos.

Analisemos os seuintescasos:

➢ Os compostos iónicos comparados produzem o mesmo número de


iões, como por exemplo AgI (Kps = 1,1·10-16) e CaSO4 (Kps = 1,3·10-4).
Cada um destes sólidos produz dois iões:
AgI(s) ⇄ Ag + − 2+ 2−
(aq) + I(aq) e CaSO4(s) ⇄ Ca (aq) + SO4(aq)

[Pedro Taba] Página 95


Capitulo X: Equilíbrio Químico

Nesse caso, a solubilidade é dada por: S = √Kps, o que significa que


podemos que comparar as solubilidades analisando directamente o valor do Kps.
Portanto: CaSO
⏟ 4 > AgI

Maior Kps, Menor Kps,
mais solúvel menos solúvel

➢ Os compostos iónicos que produzem diferentes números de iões:


Não podemos analisar apenas os valores de Ks, temos de descobrir a
solubilidade de cada sal e depois compara-las, exemplo:
Composto iónico Kps Solubilidade (mol/L)
Ag2S 6·10-50 2,47·10-12
CuS 6·10-36 2,45·10-18

Observa-se que o Kps do CuS tem valor maior, mas sua solubilidade é
menor, o que leva à conclusão de que Ag2S é mais solúvel que o CuS.

10.7.1.3. PREVENDO A PRECIPITAÇÃO

Sabemos que o valor do Kps vale para uma solução sturada:


AgCl(s) ⇄ Ag + − + −
(aq) + Cl(aq) Kps = [Ag ][Cl ] → solução saturada

Se mostrarmos uma solução de iões Ag+ com outra que possua iões Cl-,
podemos fazer as seguintes previsões:

➢ Se o produto [Ag + ][Cl− ] for menor que o Kps, a solução será


insaturada.
➢ Se a concentração dos iões não for suficiente para alcançar o valor de
Kps, concluimos que ainda poderá haver dissolução do sólido (a solução ainda não
está saturada).
➢ Se o produto [Ag + ][Cl− ] for maior que o Kps, a solução será
supersaturada.
Agora estariamos na presença de uma solução instável, com um quantidade
maior de iões que a solução saturada. Portanto, a tendência será a ocorrência de
precipitação do sólido até que as concentrações obedeçam ao vlor do Kps. Nesse
momento, a solução estará saturada.
Em resumo:

[Pedro Taba] Página 96


Capitulo X: Equilíbrio Químico

[Ag + ][Cl− ] = Kps → solução saturada (equilibrio de precipitação).


[Ag + ][Cl− ] < 𝐾𝑝𝑠 → 𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 𝑖𝑛𝑠𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎𝑑𝑎.
[Ag + ][Cl− ] > 𝐾𝑝𝑠 → ocorre precipitação até que o Kps seja atingido.
Graficamente:
região I: pontos nos quais Ag+ Cl- < Kps
Ag+
(região das soluções insaturadas)

região II (curva): pontos nos quais Ag+ Cl- = Kps


(representa todas as possiveis combinações de
III concentração tal que a solução seja saturada)

região III: pontos nos quais Ag+ Cl- > Kps


(região das soluções supersaturadas)
I
II
Cl-

Ex: Será que se forma precipitado quando se misturam volumes iguais de


soluções de cloreto e cálcio (CaCl2) e de sulfato de sódio (Na2SO4).
CaCl2(aq) + Na2 SO4(aq) → CaSO4(s) + 2NaCl(aq)
2+ - + 2- + -
Ca(aq) + 2Cl(aq) + 2Na(aq) + SO4(aq) CaSO4(s) + 2Na(aq) + 2Cl(aq)

Ca2+ 2−
(aq) + SO4(aq) ⇄ CaSO4(s)

Determina-se o produto das concentrações dos iões Ca2+ e SO2−


4 , e

compara-se este valor com o produto das solubilidades do sulfato de cálcio (CaSO4).
As molaridades iniciais das soluções de CaCl2 e Na2SO4 são iguais entre si a 0.01
mol/L. Uma vez que quando se misturam as soluções iniciais o volume da solução
aumenta para o dobro, a concentração dos iões Ca2+ e SO2−
4 diminui para a metade

do valor inicial, assim:


[Ca2+ ] = [SO2−
4 ] = 0.005 = 5 · 10
−3
mol/L
E o produto das concentrações dos iões é igual a:
[Ca2+ ][SO2− −3 2
4 ] = (5 · 10 ) = 2.5 · 10
−5

O valor do Kps do (CaSO4) tabelado é igual a 1.3·10-4.


Comparando: 2.5 · 10−5 < 1.3 · 10−4 ; O valor do produto das
concentrações dos iões assim determinado é inferior ao valor do Kps,
consequentemente, a solução se encontrará saturada em relação ao sulfato de cálcio
(CaSO4), e, este não precipitará.

[Pedro Taba] Página 97


Âpendice

APÉNDICE

Constantes do produto de solubilidade a 25 °C


Brometos AgBr 3,3 · 10– 13 PbBr2 6,3 · 10– 06
Ag2CO3 8,2 · 10– 12 FeCO3 3,5 · 10– 11
Carbonatos BaCO3 8,1 · 10– 09 MgCO3 4,0 · 10– 05
CaCO3 3,8 · 10– 09 SrCO3 9,4 · 10– 10
Cloretos AgCl 1,8 · 10– 10 PbCl2 1,7 · 10– 05
Al(OH)3 1,9 · 10– 33 Fe(OH)3 6,3 · 10– 38
Hidróxidos
Fe(OH)2 7,9 · 10– 15 Mg(OH)2 1,5 · 10– 11
Iodetos AgI 1,5 · 10– 16 PbI2 8,7 · 10– 09
Ag3PO4 1,3 · 10– 20 Pb3(PO4)2 7,9 · 10– 43
Fosfatos
Ca3(PO4)2 1,0 · 10– 28
BaSO4 1,1 · 10– 10 PbSO4 1,8 · 10– 08
Sulfatos
CaSO4 2,4 · 10– 05 SrSO4 3,2 · 10– 07
Ag2S 1,0 · 10– 49 HgS 3,0 · 10– 53
Sulfetos
CuS 8,7 · 10– 36 PbS 8,4 · 10– 28

Constantes de ionização de ácidos em solução aquosa a 25ºC


ÁCIDO FÓRMULA QUÍMICA Ka
Ácido iódico HIO3 1,60 · 10– 01
Ácido fluorídrico HF 6,76 · 10– 04
Ácido nitroso HNO2 5,13 · 10– 04
Ácido fórmico HCOOH 1,78 · 10– 04
Ácido benzóico C6H5COOH 6,60 · 10– 05
Ácido azotídrico HN3 1,91 · 10– 05
Ácido acético CH3COOH 1,78 · 10– 05
Ácido cloroso HClO2 1,10 · 10– 02
Ácido fluorídrico HF 6,70 · 10– 04
Ácido cianídrico HCN 4,00 · 10– 10
Ácido hipocloroso HClO 3,20 · 10– 08
Ácido sulfídrico H2S K1 = 1,10 · 10– 07

[Pedro Taba] Página 98


Âpendice

(sulfito de hidrogénio) K2 = 1,00 · 10– 14


K1 = 5,40 · 10– 02
Ácido oxálico H2C2O4
K2 = 5,00 · 10– 05

Prefixos dos submúltiplos e múltiplos do sistema internacional (S.I)


Submúltiplo Prefixo Símbolo Múltiplo Prefixo Símbolo
10-1 Deci d 10 Deca da
10-2 Centi c 102 Hecto h
10-3 Mili m 103 Kilo K
10-6 Micro μ 106 Mega M
10-9 Nano n 109 Giga G
10-12 Pico p 1012 tera T
10-15 Femto f
10-18 ato a

Factores de conversão de Unidades


Grandeza Unidade (S.I.) Outras Unidades Factor
Carga eléctrica Coulomb (C) Mol de electrões 1 mol = 9,6485 ·104C
Faraday 1F = 96481C
Energia Joule (J) Caloria 1 Cal = 4.184J
erg 1 erg = 10-7J
Pressão Pascal (P) Atmosfera (atm) 1 atm = 101325Pa
1 atm = 101,325Kpa
bar 1 bar = 105Pa
mmHg 1mmHg = 133,322Pa
Volume Metro cúbico (m3) Litro 1L = 1dm3 = 10-3m3

Constantes físicas
Aceleração de gravidade (g) 9,8066 m/s
Constante de Faraday (F) 96487 C/mol

[Pedro Taba] Página 99


Âpendice

Carga do electrão 1,6022·10-19 C


Constante dos gases 0,08205 atmL/molK
8,3143 J/molK
62,3589 mmHgL/molK
Massa do electrão (me) 9,1091·10-31Kg
9,1091·10-28Kg
Velocidade da luz no vácuo (c) 2,9979·104m/s
Volume molar (Vm) nas CNTP 22,414 L/mol

Alguns catiões
Catiões Catiões
H+ Hidrogeniónico Sn2+ Estanho (II)
Na+ Sódio NH4+ Amónio
K+ Potássio Hg 2+
2 Mercúrio (I)
Rb+ Rubídio Cr2+ Crómio (II)
Ag+ Prata Zn2+ Zinco
Cu+ Cobre (I) Cuproso Cd2+ Cádmio
Fe2+ Ferro (II) Ferroso Sr2+ Estrôncio
Ni2+ Níquel (II) Fe3+ Ferro (III) Férrico
Mg2+ Magnésio Cr3+ Crómio (III)
Mn2+ Manganês Au3+ Ouro (III)
Cu2+ Cobre (II) cúprico Co3+ Cobalto (III)
Ba2+ Bário Al3+ Alumínio
Ca2+ Cálcio Bi3+ Bismuto (III)
Pb2+ Chumbo Sn4+ Estanho (IV)

Alguns aniões
Aniões Aniões Aniões
OH- Hidróxido AlO2− Aluminato N3- Nitreto
Cl- Cloreto IO4− Periodato BO3−
3 Borato
ClO- Hipoclorito H- Hidreto Fe(CN)3−
6 Ferricianeto

[Pedro Taba] Página 100


Âpendice

ClO2− Clorito S2- Sulfeto Fe(CN)4−


6 Ferrocianeto
ClO3− Clorato SO2−
3 Sulfito P3- Fosfeto
ClO4− Perclorato SO2−
4 Sulfato PbO2−
2 Plumbito
Br- Brometo S2 O2−
3 Tiossulfato PbO2−
3 Plumbato
BrO- Hipobromito CrO2−
4 Cromato SbO3−
3 Antimonito
BrO−
3 Bromato Cr2 O2−
7 Dicromato SbO3−
4 Antimoniato
I- Iodeto CO2−
3 Carbonato SiO2−
3 Metassilicato
IO−
3 Iodato MnO2−
4 Manganato SiO4−
4 Ortossilicato
NO−
2 Nitrito SnO2−
3 Estanato P2 O4−
7 Pirofosfato
NO−
3 Nitrato SnO2−
2 Estanito PO−
3 Metafosfato
CN- Cianeto C2 O2−
4 Oxalato
CNO- Cianato ZnO2−
2 Zincato
CNS- tiocianeto PO3−
4 Fosfato
MnO−
4 Permanganato AsO3−
3 Arsenito
F- Fluoreto AsO3−
4 Arseniato

Potenciais de redução padrão a 25ºC


Semi-reacção ε0 , V

F2(g) + 2e− → 2F(aq) +2,866

Ag + −
(aq) + e → Ag (s) +0,7991
+
H2 O2 + 2e− + 2H(aq) → 2H2 O +1,776

PbO2(s) + SO2− − +
4(aq) + 2e + 4H(aq) → PbSO4(s) + 2H2 O +1,691

Fe3+ − 2+
(aq) + e → Fe(aq) +0,771
+
O2(g) + 2e− + 2H(aq) → H2 O2(g) +0,695

MnO− − 2−
4(aq) + e → MnO4(aq) +0,558

I2(s) + 2e− → 2I(aq) +0,536

Cu+ −
(aq) + e → Cu(s) +0,521

2H2 O + O2(g) + 4e− → 4OH(aq) +0,41

[Pedro Taba] Página 101


Âpendice

Cu2+ −
(aq) + 2e → Cu(s) +0,342

AgCl(s) + e− → Cl−
(aq) + Ag (s) +0,2225

SO2− − +
4(aq) + 2e + 4H(aq) → H2 SO3(aq) + 2H2 O +0,172

Cu2+ − +
(aq) + e → Cu(aq) +0,153
+
S(s) + 2e− + 2H(aq) → H2 S(aq) +0,140

Sn4+ − 2+
(aq) + e → Sn(aq) +0,150

AgBr(s) + e− → Br(aq) + Ag (s) +0,070

Au+ −
(aq) + e → Au(s) +1,690

MnO− − +
4(aq) + 3e + 4H(aq) → MnO2(s) + 2H2 O +1,679

Mn3+ − 2+
(aq) + e → Mn(aq) +1,510

MnO− − + 2+
4(aq) + 5e + 8H(aq) → Mn(aq) + 4H2 O +1,507

Au3+ −
(aq) + 3e → Au(s) +1,500
+
PbO2(s) + 2e− + 4H(aq) → Pb2+
(aq) + 2H2 O +1,455

Cl2(g) + 2e− → 2Cl−


(aq) +1,358

Cr2 O2− − + 3+
7(aq) + 6e + 14H(aq) → 2Cr(aq) + 7H2 O +1,330
+
MnO2(s) + 2e− + 4H(aq) → Mn2+
(aq) + 2H2 O +1,230
+
O2(g) + 4e− + 4H(aq) → 2H2 O +1,229

Br2(aq) + 2e− → 2Br(aq) +1,070

Br2(l) + 2e− → 2Br(aq) +1,066
− +
NO3(aq) + 3e− + 4H(aq) → NO(g) + 2H2 O +0,957
− +
2NO3(aq) + 2e− + 4H(aq) → N2 O4(g) + 2H2 O +0,80
+
2H(aq) + 2e− → H2(g) 0(exactamente)

CrO2− − − −
4(aq) + 3e + 2H2 O(aq) → CrO2(aq) + 4OH(aq) -0,120

Zn2+ −
(aq) + 2e → Zn(s) -0,762

Pb2+ −
(aq) + 2e → Pb(s) -0,126

Sn2+ −
(aq) + 2e → Sn(s) -0,138

Ni2+ −
(aq) + 2e → Ni(s) -0,257
2+
Cr(aq) + 2e− → Cr(s) -0,913

[Pedro Taba] Página 102


Âpendice

Mn2+ −
(aq) + 2e → Mn(s) -1,185

Ba2+ −
(aq) + 2e → Ba (s) -2,912

Li+ −
(aq) + e → Li(s) -3,040

Na+(aq) + e− → Na(s) -2,710

K+ −
(aq) + e → K (s) -2,931

Al3+ −
(aq) + e → Al(s) -1,670
3+
Cr(aq) + 3e− → Cr(s) -0,744

Mg 2+ −
(aq) + 2e → Mg (s) -2,372

[Pedro Taba] Página 103


Bibliografias

BIBLIOGRAFIAS

1. Brady, J. E., Humiston, G. E., “Química Geral” Vol. 1, 2ª edição,


Editora LTC.
2. Carvalho G. C., “Química Gera l - Aulas de química”, 2o grau - Livro 1,
S. Paulo, 1978
3. Chang, R., “Química”, 8ª Ed., McGraw - Hill, Lisboa, 2005.
4. Glinka N. “Problemas e exercício de Química geral”, Editora Mir
Moscovo, 1987.
5. Glinka N. “Química geral”, Vol. 1 e 2, Editora Mir Moscovo, 1987
6. Lembo, A., “Química – Realidade e contexto”, Vol. 2, 3ªEd., Ática S.
A., S. Paulo, 2004.
7. Lembo, A., Sardella, A., Mateus, E., “Suplemento Seriado – Química”,
Tomos: 1, 2, 3, 3ªEd., Ática S. A., S. Paulo, 1979.
8. Usberco, J., Salvador, E., “Química Geral” Vol. Único, 5ª edição,
Editora saraiva, SP, 2002.

[Pedro Taba] Página 104

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