Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................................................... 3
2. PRINCÍPIOS DO PROCESSO................................................................................................................................... 3
3. VARIÁVEIS DO PROCESSO................................................................................................................................... 17
4. FLUXO................................................................................................................................................................ 23
4.1.2 DESAERAÇÃO................................................................................................................................................. 23
4.1.4 CALDEIRAS..................................................................................................................................................... 25
4.1.8 CONDENSADORES.......................................................................................................................................... 26
5. CONTROLE DO PROCESSO.................................................................................................................................. 26
6.1 VAPOR........................................................................................................................................................... 37
6.2 COMBUSTÍVEIS.............................................................................................................................................. 37
7. PLANO ANALÍTICO.............................................................................................................................................. 39
8. PERAÇÃO NORMAL............................................................................................................................................ 43
1. INTRODUÇÃO
A geração de vapor é feita em caldeiras, às quais são vasos de pressão, onde a água é alimentada e
pela aplicação de uma fonte de calor, ela se transforma em vapor. No caso da UNIB 03 CK, a
capacidade instalada para produção de vapor é de 620 toneladas por hora e por projeto 535
toneladas por hora é consumo normal.
Uma caldeira é um equipamento estacionário com o objetivo de transferir calor para água
desmineralizada usando a combustão como fonte quente sem permitir a mistura ou contato dos
gases de combustão com a corrente de água.
Combustíveis e Combustão
A forma mais empregada para assegurar o fornecimento do calor necessário à produção de vapor é
por meio da queima de algum combustível, como gás combustível ou lenha. Interessa, portanto,
apresentar os combustíveis e seu processo de fornecimento de calor, do ponto de vista das reações
envolvidas e da geração de energia térmica, que se associam diretamente ao impacto ambiental e à
eficiência energética na produção de vapor. No próximo tópico serão apresentados também
elementos das tecnologias de combustão empregadas em caldeiras.
2. PRINCÍPIOS DO PROCESSO
A combustão pode ser definida como uma reação química exotérmica rápida entre duas
substâncias, um combustível e um comburente. As reações exotérmicas são aquelas que liberam
energia térmica. O combustível é a substância que queima, que se oxida, contendo em sua
composição, principalmente, carbono e hidrogênio, e, eventualmente e em menores teores, outros
elementos reagentes, como oxigênio e enxofre, ou ainda outros elementos ou compostos que não
participam da reação de combustão, como a água.
Comburente é o componente da reação de combustão que fornece o oxigênio. Em geral, é usado o
ar atmosférico, que apresenta a grande vantagem de não ter custo de fornecimento. Entretanto, o
ar contém relativamente pouco oxigênio, existindo 3,76 volumes de nitrogênio por volume de
oxigênio (21% em percentagem volumétrica ou 23% em percentagem por peso atômico), além de
trazer sempre alguma umidade.
Os produtos da combustão são tipicamente gasosos. Contudo, os elementos do combustível que
não se oxidam, ou já estão oxidados, vão constituir as cinzas. Os combustíveis podem ser
classificados de acordo com seu estado físico nas condições ambientes em:
Sólidos: madeira, bagaço de cana, turfa, carvão mineral, carvão vegetal, coque de carvão, coque de
petróleo, etc.
Líquidos: líquidos derivados de petróleo, óleo de xisto, alcatrão, licor negro (lixívia celulósica),
álcool, óleos vegetais, etc.;
Gasosos: metano, hidrogênio, gases siderúrgicos, gás de madeira, biogás, etc.
Alguns combustíveis podem situar-se em uma ou outra classificação, dependendo da pressão. Por
exemplo, o gás liquefeito de petróleo, ou GLP, uma mistura de butano e propano, sob o efeito de
pressões relativamente baixas, pode estar no estado líquido.
O conhecimento básico das reações de combustão permite estimar o requerimento de ar teórico e
as condições reais de sistemas utilizando combustíveis. Na Tabela 2.1 estão resumidas as reações
elementares para o estudo da combustão, correspondentes respectivamente, à oxidação completa
e incompleta do carbono, à oxidação do hidrogênio e à oxidação do enxofre. É apresentado também
o calor liberado em cada reação, por unidade de massa do combustível.
Deve ser observado que para cada caso existe uma quantidade determinada de oxigênio; portanto,
de ar a ser fornecido. A combustão completa quando todos os elementos combustíveis contidos no
combustível (C, H, S, etc.) combinam com o oxigênio do ar, fornecendo os produtos finais
correspondentes estáveis quimicamente. Neste sentido, a segunda reação apresentada para o
carbono, com a formação do monóxido de carbono (CO), não é completa. Fica ainda evidente que a
queima parcial do carbono libera bem menos energia que sua total oxidação. Na queima do
hidrogênio, a água formada pode estar como líquido ou como vapor, sendo apresentada nessa
tabela a energia liberada quando está na forma líquida.
A proporção exata de ar e combustível para uma combustão completa é conhecida como relação
ar/combustível estequiométrica, uma propriedade característica de cada combustível. Por exemplo,
a maioria dos derivados de petróleo requer da ordem de 14 kg de ar por kg de combustível,
enquanto a lenha seca requer cerca de 6 kg de ar por kg. Dependendo da temperatura e da pressão,
esta quantidade de ar corresponderá a um determinado volume. Em termos volumétricos, de
interesse para combustíveis gasosos, a relação ar/combustível, em m3 de ar/m³ de gás combustível)
pode ser estimada pela equação seguinte:
em que:
a/c - relação ar/combustível estequiométrica;
x - teor molar de carbono;
y - teor molar de hidrogênio;
z - teor molar de oxigênio;
k - teor molar de enxofre.
Sendo conhecida a composição em massa do combustível, os teores molares (x, y, z e k) podem ser
determinados dividindo-se, respectivamente, os teores mássicos ou em peso por 12, 1, 16 e 32, ou
seja, pelos pesos molares destes elementos. Quando existirem inertes, como cinzas ou nitrogênio, a
quantidade de ar requerida, determinada pelas expressões anteriores, deverá ser ajustada
proporcionalmente.
As Tabelas 2 e 3 fornecem os coeficientes molares indicativos para serem utilizados nessas
expressões e a relação ar/combustível estequiométrica, para os combustíveis usualmente
empregados na produção de vapor. Como os combustíveis são quase sempre produtos naturais, os
valores apresentados são indicativos.
É interessante notar que a umidade e o teor de cinzas afetam diretamente a relação ar/combustível
estequiométrica, já que a parcela do combustível que efetivamente reage é menor quando uma
parte de seu peso corresponde à água ou a outros materiais que não vão reagir com o oxigênio.
Como um exemplo, um kg de bagaço de cana com 50% de umidade consome apenas a metade do
ar requerido pela mesma massa de bagaço seco. A expressão a seguir pode ser utilizada para avaliar
a relação ar/combustível em base úmida.
Em que:
Umidade referida à massa seca do combustível (%)
No presente Livro, as expressões anteriores para cálculo da relação ar/combustível em base seca,
em função da composição do combustível.
2.1 EXCESSO DE AR
Como a reação de combustão deve ocorrer de forma rápida e em um volume limitado, para
assegurar que todo o combustível se oxide, é necessário colocar sempre algum ar em excesso,
senão aparecerá combustível sem queimar, com evidentes implicações econômicas e ambientais.
De outro lado, o excesso de ar para combustão deve ser sempre o menor possível, pois o ar, além
do oxigênio, sempre traz consigo uma massa elevada de nitrogênio, gás inerte e que arrasta para a
chaminé parte do calor gerado na reação, resultando em uma perda de desempenho da utilização
do calor do combustível. Ou seja, se a correta proporção entre o ar e o combustível não for
mantida, haverá insuficiência ou excesso de ar, além do mínimo recomendável e,
consequentemente, perda de eficiência no processo, como representado na figura abaixo:
O excesso mínimo de ar a ser adotado depende tanto do tipo de combustível como do sistema de
combustão, já que se trata de buscar uma mistura adequada entre o combustível e o comburente.
Em geral, gases combustíveis permitem uma mistura adequada sem dificuldade, e os excessos de ar
situam-se usualmente entre 5 a 10%.
Para um combustível líquido, em função de sua viscosidade e do sistema de atomização empregado
no queimador, pode ser requerido menos de 10% de excesso de ar ou mais de 30%. No caso dos
combustíveis sólidos o excesso de ar depende muito da granulometria e da forma de alimentação
do combustível. Um combustível bem moído e alimentado em suspensão pode comportar-se como
um óleo pesado, enquanto lenha em pedaços grandes sobre uma grelha fixa pode requerer de 60 a
120% de excesso de ar.
A determinação prática do excesso de ar é usualmente realizada por meio de medidas de
composição dos gases de combustão em base seca; isto é, sem serem afetadas pelo teor de
umidade eventual do combustível queimado. As medidas mais importantes são os teores de dióxido
de carbono (CO2) e oxigênio (O2). Tradicionalmente, estas medidas eram realizadas utilizando
métodos químicos de absorção seletiva, mediante instrumentos do tipo aparelho de Orsat, mas
atualmente são também largamente empregados sistemas eletrônicos, que trabalham com células
sensoras aos produtos de combustão.
As expressões a seguir, também disponibilizadas no disquete anexo, permitem conhecer o excesso
de ar a partir de medidas dos teores de CO2 e O2. Adicionalmente, alguns instrumentos fornecem
medidas de outros componentes nos gases de combustão, de pouco interesse para fins de
determinação do excesso de ar e úteis para avaliar a homogeneidade da mistura ar/combustível e a
formação de poluentes gasosos, como o monóxido de carbono (CO) e os óxidos de enxofre (SOx) e
nitrogênio (NOx).
Figura 2. Relação entre excesso de ar e teores de dióxido de carbono e oxigênio para óleo combustível
típico B1.
A seguir, são resumidas as principais exigências de um eficiente processo de combustão, do ponto
de vista das proporções entre o ar e o combustível:
O comburente deve estar em quantidade suficiente em relação ao combustível para que a
reação química da combustão seja completa. Deve-se trabalhar com o mínimo de excesso de
ar, suficiente para a total oxidação do combustível, sem indícios significativos de monóxido
de carbono e fuligem. O comburente deve formar com o combustível uma mistura
homogênea. O uso de queimadores corretos para o combustível, bem operados, assegura
que o ar é fornecido à reação de combustão sem existirem zonas de mistura muito rica ou
muito pobre e garantindo completa oxidação do combustível.
No caso de combustíveis líquidos, a adequada viscosidade é um fator essencial para uma
queima correta. Quanto menor a viscosidade do combustível, melhor será a sua
pulverização; ou seja, mais fácil será a sua divisão em gotículas e, portanto, melhor sua
mistura com o ar. Como a viscosidade varia com a temperatura, o preaquecimento do
combustível é fundamental para se atingirem os limites de viscosidade necessários para uma
boa pulverização. A viscosidade de um óleo combustível pode variar por outros motivos,
como sua
composição, e a temperatura de aquecimento deve ser ajustada, quando necessário.
Entretanto, por uma questão de segurança, esta temperatura não deve aproximar-se muito
do ponto de fulgor do óleo combustível.
No caso de combustíveis sólidos, por idênticas razões, sua granulometria é de extrema
importância para obterem-se as condições adequadas de queima. Quanto mais reduzido o
tamanho de uma partícula, maior será a área de contato com o comburente e melhores
serão as condições para a reação de combustão.
A energia térmica fornecida durante a queima dos combustíveis pode ser avaliada por seu poder
calorífico, em geral, apresentado para sólidos e líquidos por unidade de massa e para gases por
unidade de volume, referidas neste caso a pressão atmosférica e a temperatura de 0ºC. Como
comentado, a água, usualmente presente nos produtos de combustão, resultante da oxidação do
hidrogênio, pode apresentar-se em diferentes estados (líquido e vapor). São definidos dois tipos de
poder calorífico: o Poder Calorífico Superior (PCs), quando a água está na forma liquida, estado
típico nas condições de ensaio de combustíveis, pouco aplicado em situações práticas; e Poder
Calorífico Inferior (PCi), quando a água apresenta-se como vapor, situação que efetivamente ocorre
nos produtos de combustão nas chaminés. Naturalmente, dependendo do teor de hidrogênio do
combustível, o Poder Calorífico Superior é cerca de 10% maior que o Poder Calorífico Inferior.
A tabela a seguir apresenta valores de PCI de alguns combustíveis, em sua condição típica de
utilização em caldeiras, parâmetro de interesse para determinar a eficiência na geração de vapor
Esta definição abrange todos os tipos de caldeiras, sejam as que vaporizam água, mercúrio ou
outros fluídos e que utilizam qualquer tipo de energia: térmica ou elétrica. Quase sempre a fonte de
calor é um combustível especificamente utilizado com esta finalidade, mas podem ser aproveitados
também calores residuais de processos industriais, escape de motor diesel ou turbina a gás, dando
ênfase à racionalização energética de sistemas complexos. Neste caso, o equipamento é chamado
caldeira de recuperação. Algumas vezes, o fluido permanece no estado líquido, apenas com
temperatura elevada para ser aproveitado nos processos de aquecimento (calefação), formando
caldeiras de água quente ou aquecedores de água. Para produzir o vapor d'água, é necessário que
haja a combustão na caldeira.
Definições iniciais:
Capacidade do gerador de vapor
É o quanto a caldeira produz de vapor, podendo ser representada por:
a) Quilo de vapor ou tonelada de vapor por hora kg/h ou t/h;
b) BHP - “Boiler Horse-Power”, onde 1 BHP ~15,65 kg/h; ou
c) Quilo de vapor por metro quadrado kg/m2 de superfície de aquecimento.
Superfície de aquecimento
É a área de tubulação (metálica) que recebe o calor dos gases quentes, responsável por vaporizar a
água (m2).
Calor útil
É a parcela de calor produzida pelo combustível que se transferiu para a água, formando vapor.
Eficiência térmica
É a relação entre o calor útil e o conteúdo térmico total do combustível queimado.
Em que:
Vazão em massa de vapor fornecido e de combustível [kg/h], respectivamente;
hvs, hve - entalpia do vapor de saída, entrada [kJ/kg]; e
PCI - poder calorífico inferior do combustível queimado [kJ/kg].
F
igura 3. Componentes de uma caldeira
Tomando por base uma unidade mais complexa, a figura abaixo permite identificar os componentes
clássicos e o princípio de funcionamento da instalação. A seguir segue descrição de componentes de
uma caldeira completa.
Somente foi possível a obtenção de maiores produções de vapor a pressões elevadas e altas
temperaturas com o aparecimento deste tipo de caldeira (tubos de água). A figura 6 representa
uma seção transversal de uma caldeira aquotubular com dois tambores (tubulão de vapor e tubo de
lama).
Um feixe tubular de água compõe a parte principal de absorção de calor, sendo que no interior dos
tubos circula a água e por fora os gases quentes através do caminho formado pela alvenaria e
chicanas internas. A água é vaporizada nos tubos que constituem a parede mais interna. Recebendo
calor primeiro, vaporiza e sobe até o tambor superior, dando lugar à nova quantidade de água fria
que será vaporizada, e assim sucessivamente. Este tipo de circulação de água, provocada apenas
pela diferença de peso específico entre a água ascendente e descendente, é característica das
chamadas caldeiras com circulação natural.
A produção de vapor nestes tipos de caldeira pode atingir capacidades de 600 até 750 t/h com
pressões de 150 a 200 kgf/cm² temperaturas de 450 a 500°C, existindo unidades com pressões
críticas e supercríticas.
A flexibilidade permitida pelo arranjo dos tubos que constituem os feixes possibilita uma vasta
variedade de tipos construtivos, conforme a classificação a seguir:
Caldeiras aquotubulares de tubos retos, podendo os tambores estarem colocados no sentido
longitudinal ou transversal; e
Caldeiras aquotubulares de tubos curvos, que podem apresentar de um a mais de quatro
tambores, no sentido longitudinal ou transversal.
F
igura 6. Detalhes construtivos de uma caldeira Aquotubular
Os aços aplicados na construção das caldeiras expostas aos gases quentes precisam ser
continuamente resfriados por água ou mistura água-vapor para conservarem suas qualidades de
resistência, pois até a temperatura limite de 450ºC para os aços carbonos comuns, 590ºC para os
aços martensíticos e 650ºC para outras ligas martensíticas estes materiais conservam suas
propriedades mecânicas. Ultrapassando estes limites, as propriedades destes materiais utilizados na
construção de caldeiras começam a diminuir sua resistência mecânica. Assim, o resfriamento da
superfície metálica que é submetida a tais temperaturas é vital para a segurança do equipamento.
Numa unidade convencional, a circulação da água se processa livremente, graças à tendência
natural provocada pela diferença de pesos específicos entre a água situada nas partes mais frias da
caldeira e aquela contida nas zonas de alta temperatura dos gases.
A figura abaixo apresenta um esquema, esclarecendo como se processa a circulação natural da água
no interior dos tubos, que fica mais comprometida à medida que a pressão se eleva. Daí conclui-se
que a circulação controlada por meios forçados é fundamental nas caldeiras de altas pressões.
O ar, na temperatura ambiente, é insuflado pelo ventilador de ar forçado e levado por intermédio
dos dutos de ar até a caixa de ar do queimador da caldeira para alimentar a combustão. Os gases
combustíveis (ou líquidos) são levados através das tubulações até o queimador onde é feita a
mistura com o ar de combustão e, através da ignição, obtém-se finalmente a chama.
A ignição é obtida automaticamente pelo sistema elétrico, com ignitor alimentado com gás natural
ou gás combustível e excepcionalmente com gás GLP em caso de emergência. A fornalha é
circundada por tubos que constituem a conhecida "parede d’água". A chama de combustão irradia
calor que é absorvido pelas paredes d’água.
Os gases resultantes da combustão são forçados a passar sobre os tubos do “superaquecedor” e do
"boiler bank" onde é absorvida uma parte de calor neles contido; e após saírem da caldeira, passam
pelo economizador onde é absorvida mais uma parte desse calor, antes dos mesmos serem
conduzidos à chaminé.
No corpo (tubulão) inferior temos água saturada e, no superior, água e vapor saturados. O vapor
gerado no tubulão superior passa através dos filtros nele existentes e vai para o superaquecedor
com pequeno teor de umidade. Sendo então fornecido p/ a tubulação de vapor principal.
A fumaça muito escura dos gases na saída da chaminé significa falta de ar de combustão. Já a
branca significa excesso no caso de queima exclusiva com combustíveis líquidos, para queima de
gás, devemos atentar para o aspecto visual da chama, considerando uma boa queima aquela que
estiver bem formatada. Para uma combustão satisfatória, é necessário que a relação ar/combustível
seja constante para certo excesso de ar, e que a mistura ar/combustível seja perfeita.
Um fator importante na confiabilidade da caldeira é a qualidade da água de alimentação, que
deverá ser submetida a um tratamento especial. Para tal, o CLIENTE deverá sempre procurar uma
empresa especializada, assim como seguir os limites recomendáveis informados pela normatização
vigente.
O teor da umidade do vapor e o teor dos sólidos arrastados dependem da quantidade e da
qualidade da água de alimentação. O nível d'água no tubulão de vapor da caldeira deve ser mantido
ao nível normal e quando possível constante. O nível alto provoca o que denominamos "Priming",
isto é, o arrastamento de partículas d’água para o processo. É natural, entretanto, que o nível
d’água sofra variações em função das flutuações da carga.
3. VARIÁVEIS DO PROCESSO
Indica a condutividade no
AR-9015 condensado de baixa pressão Linha de 6”- LC Máximo 10
da A-200 para EG-901
Indica a condutividade no
AR-9009 condensado do EA-907 para Saída do EA-907 Máximo 10
EG-901
AR-9021 Indica a condutividade no Saída do EA-918 Máximo 10
condensado do FA-918 para
EG-901
AR-9022 Indica a condutividade no Saída do EA-919 Máximo 10
4. FLUXO
4.1.2 Desaeração
EG-901 (Desaerador da A-900A) - A função primária de um desaerador é remover gases não
condensáveis (oxigênio e dióxido de carbono livre) da água de make-up utilizada para
alimentar caldeiras e de retorno de condensado. A remoção desses gases protege tubulações
e bombas, assim como as caldeiras e as linhas de retorno de condensado desses gases
corrosivos.
A água fria de reposição, primeiro entra no desaerador através da LIC-9031, bombeada pela
GA-903 e levemente pré-aquecida no EA-2001, onde válvulas spray de aço inoxidável
direcionam o fluxo de água formando um "chuveiro" através da ventilação condensadora de
contato direto em seu interior, na atmosfera de vapor da seção de pré-aquecimento. É
incorporada a esta corrente o retorno de 10” TW, 8” e 14” LC provenientes de outras áreas
do processo. A água desaerada apresenta residual de gases em torno de 7 ppb. Daí vai para o
reservatório de sucção
das GAs-905/906 onde é injetado DEHA para anular qualquer residual de oxigênio dissolvido
no TW. O EG-901 também alimenta a (LW) GA-258 em Olefinas.
O vapor de US é introduzido uniformemente através da PIC-9041 a um distribuidor dentro do
desaerador. Lá o vapor colide em alta velocidade com a água aquecida e parcialmente
desaerada que entra na seção vinda do compartimento de pré-aquecimento. Uma violenta
ação de lavagem e mistura aí acontece. Esta ação remove mecanicamente os traços
remanescentes de gases não condensáveis para fora da água pré-aquecida.
Portanto, a água desaerada descarregada do topo da seção de lavagem a vapor está livre de
todos os gases não condensáveis mensuráveis, onde carrega para a atmosfera os gases não
condensáveis assim liberados.
EG-9101 (Desaerador da A-1900) - O principio de funcionamento do EG-1901 é semelhante ao
EG-901. Recebe água desmineralizada (TW) proveniente do FB-1998 via GA-1903. É efetuado
controle de nível através da LIC-19203.
Recebe corrente de condensado da linha de 10”CC via GA-9203/S com controle de vazão pela
FIC-19204. O controle de pressão é efetuado através da PIC-19213 com US.
alimentada pelo
gerador.
GA-906 C - Bomba de água de fornos. Bomba de múltiplos estágios que alimentam o coletor
de água de fornos a pressão de 160 kgf/cm², movida por motor elétrico alimentado pela
concessionária.
GA-906 D - Bomba de água de fornos. Bomba de múltiplos estágios que alimentam o coletor
de água de fornos a pressão de 160 kgf/cm², movida por motor elétrico alimentado pela
concessionária.
GA-906 S - Bomba de água de fornos. Bomba de múltiplos estágios que alimentam o coletor
de água de fornos a pressão de 160 kgf/cm², movida à turbina.
4.1.4 Caldeiras
BF-900 - Caldeira. Caldeira aquotubular fabricação Stein com capacidade para 80 t/h de
produção de vapor superaquecido a pressão de 53 kgf/cm² e 420° de temperatura.
BF-901 - Caldeira aquotubular fabricação Stein com capacidade para 80 t/h de produção de
vapor superaquecido a pressão de 53 kgf/cm² e 420° de temperatura.
BF-902 - Caldeira aquotubular fabricação Stein com capacidade para 80 t/h de produção de
vapor superaquecido a pressão de 53 kgf/cm² e 420° de temperatura.
BF-903 - Caldeira aquotubular fabricação Stein com capacidade para 80 t/h de produção de
vapor superaquecido a pressão de 53 kgf/cm² e 420° de temperatura.
BF-905 - Caldeira aquotubular fabricação CBC com capacidade para 150 t/h de produção de
vapor superaquecido a pressão de 53 kgf/cm² e 420° de temperatura.
BF-1900 - Caldeira aquotubular fabricação CBC com capacidade para 150 t/h de produção de
vapor superaquecido a pressão de 60 kgf/cm² e 420° de temperatura.
FA-921 (Vaso de
expansão) - Vaso de expansão para blow down de caldeiras. Recebe a corrente de fundo do
FA-920. O fundo é enviado por gravidade para a AD-9125 que acumula condensado o qual é
enviado para o sistema de RW da EF-1901 através da GA-9251.
FA-917 (Vaso de flash de condensado) - Vaso de flash de condensados que recebe as
correntes de 12’’-MC (condensado de média), 8’’-HC (condensado de alta), 2’’-SC (condensado
de fornos). O condensado do fundo é controlado pela LIC-9287 e enviado para FA-918. O
vapor do topo é controlado pela PIC-9515/A até a pressão de 10 kgf/cm² gerando vapor de AS
(FI-3571) e o excedente vai para o FA-918 em forma de vapor de IS.
4.1.8 Condensadores
EA-907 - Condensador de vapor excedente de US. Indica pressão do casco no PI-9120. O fundo
é enviado para o EG-901 através da GA-910/S controlando nível pela LIC-9009, medido a vazão
no FI-9154 e condutividade no AI-9009.
EA-907 A - Condensador de vapor excedente de US. O fundo é enviado para o EG-901 através
da GA-9242 controlando nível pela LIC-9496.
5. CONTROLE DO PROCESSO
Ressaltamos que é muito importante manter constante o nível de água do tubulão superior de uma
caldeira, sobre a condição de carga pré-determinada, necessária para assegurar a operação segura.
O nível de água excessivamente alto causa a projeção de água (priming) para o sistema, enquanto
que com o nível de água excessivamente baixo interfere na circulação de água e poderá causar
avarias nos tubos da caldeira por deformação. O nível de água no tubulão de separação de vapor é
definido pela quantidade de bolhas no tubulão de água.
Essa malha de controle ajusta a vazão de combustíveis (óleo e gás) a serem queimados na caldeira,
em função da demanda (vazão) de vapor gerado da mesma. É também esta malha que gera o "set
point" para a malha de controle de ar de combustão, via aumento da demanda da caldeira. O valor
da vazão de ar de combustão também é realimentado à malha de combustão para comandar o
aumento da vazão de combustíveis. O principio utilizado para essa malha de controle é conhecido
por limites cruzados, onde sempre no aumento de carga da caldeira o ar de combustão é
aumentado antes dos combustíveis, e no caso de redução de carga, sempre são reduzidos primeiro
os combustíveis, e, posteriormente, o ar de combustão.
A malha também prevê que uma necessidade de aumento de geração sempre aumente os dois
combustíveis, retirando o excesso de óleo para o valor mínimo pré-estabelecido, ap6s estabilizada a
operação. A malha a ser descrita a seguir contempla a queima de óleo combustível e gás
combustível simultaneamente.
A demanda de vapor do "header" geral de vapor de alta pressão (HS) é sentida no PRC-9227
(existente próximo das caldeiras da Área 900), sendo seu sinal enviado a estação de controle
manual HIC da caldeira. Essa estação é equivalente a das caldeiras existentes, onde é efetuada a
divisão da demanda requerida da fábrica entre as caldeiras que estão em operação. Essa divisão é
válida para uma condição estacionária, onde cada caldeira assume a capacidade de geração definida
pela estação HIC correspondente. Em caso de queda da pressão no "header" e necessidade no
aumento de geração de vapor pelas caldeiras, cada uma responderá em função de sua velocidade
de resposta própria, sendo necessário, após a estabilização da pressão no coletor geral, um novo
ajuste na partição de geração de vapor entre as caldeiras.
Para melhor entendimento da operação da malha de controle de combustíveis ela é descrita numa
situação em que há um aumento na demanda de vapor, ou seja, uma queda de pressão sentida no
PRC-9227. Nessa situação, o sinal proveniente desse PRC é enviado a dois seletores de sinal. Em
primeiro lugar será descrita a ação do FY (seletor de sinal alto). Esse seletor compara o sinal da
pressão de vapor do "header" com a demanda geral de combustíveis da caldeira. Nessa situação, a
queda de pressão no "header" provoca um aumento de sinal de saída do PRC 9227 que passará pelo
seletor de sinal (o consumo de combustíveis ainda não aumentou) e irá incrementar o "set point"
do controlador de vazão total de ar da FIC.
Simultaneamente, o sinal do PRC-9227 passa por um seletor de sinal baixo (FY), onde é comparado
o sinal de demanda de vapor do "header" com a vazão de ar de combustão medida. No primeiro
instante da situação descrita, o menor sinal entre ambos será o da vazão de ar, uma vez que ainda
não houve ajuste da mesma. Logo em seguida esta vazão é aumentada e o menor sinal entre
ambos (vazão de ar versus pressão no "header" de vapor) será o sinal de demanda de vapor do
"header", sendo esse sinal que passará pelo (FY). Nesse instante, o sinal de salda do seletor de baixa
(FY) representa o equivalente A demanda total de combustíveis para a caldeira. Para que esse sinal
comande corretamente o "set point" do controlador de vazão de gás combustível e do controlador
de vazão de óleo
combustível, ele recebe o seguinte tratamento:
Desse sinal é subtraído o valor mínimo para a vazão de óleo combustível no subtrator (o
valor de vazão mínima de óleo combustível está fixado em principio em 25%, não devendo
ser variado pelo operador por ação no HIC).
Para a fixação do "set point" remoto (RSP) do gás combustível utiliza-se esse sinal (FY), que
comparado com o valor máximo desejado de gás combustível a ser queimado na caldeira no
comparador de sinal (o valor da vazão máxima de gás- combustível pode ser variado pelo operador
através do HIC, sendo atualmente limitado em 75%). Dessa forma o sinal que saí do controlador
representa a vazão de gás que deve ser queimada na caldeira, ou seja, o "set point" remoto (RSP) a
ser utilizado na malha de controle de vazão de gás combustível (FIC);
Para a fixação do "set point" remoto (RSP) da malha de controle de vazão de óleo combustível
utiliza-se o sinal de salda do FY-19501 G (demanda total de combustíveis para a caldeira). Desse
sinal é subtraída a vazão medida de gás combustível para a caldeira no FY sendo esse valor enviado
com o "set point" remoto (RSP) do controlador de vazão de óleo.
Para computar a vazão total de combustíveis nessa caldeira para uso tanto de registro como na
própria malha é feita uma conversão para óleo combustível equivalente. A vazão de gás
combustível é transformada no equivalente em óleo combustível multiplicando-se o sinal de vazão
de gás combustível medida pela relação de poder calorífico entre o do óleo combustível e o do gás
combustível selecionado. Essa relação atualmente está fixada em 1,4 para a queima de gás
combustível ou em 1,1 para a queima de GLP; há ainda uma terceira possibilidade que é a de o
operador entrar com um valor de relação pelo console (posição ESCOLHA da HS). O sinal de vazão
de gás combustível equivalente é então somado com a vazão real de óleo combustível medida,
sendo essa operação efetuada no somador. O sinal representa então a vazão total de óleo
combustível equivalente, sendo esse valor utilizado para comparação com a demanda de vapor. O
valor de vazão mínima de óleo combustível a ser queimado está fixado em 25%, não devendo ser
alterado.
O valor da vazão máxima de gás combustível a ser queimado está fixado em 75%, podendo ser
variado. Alguns motivos que podem motivar essa alteração são:
Disponibilidade de gás na rede;
Composição de gás na rede;
Não utilização de gás combustível na caldeira.
O operador deve estar ciente de que os valores fixados no mínimo de óleo e no máximo de gás)
estão sempre referidos como um percentual sobre a faixa do IVP do controlador correspondente.
Dessa forma, em estando a malha de combustível em RSP, a menor vazão de óleo possível será
sempre aquela ajustada no HIC. Caso se precise colocar a caldeira em produção menor que esse
valor, o operador pode ou alterar o valor do HIC (via bias) ou passar a malha para MANUAL, ou
ainda apagar uma das lanças de óleo.
5.2.1 Descrição de
Malha – Exemplicando pela BF-1900
Essa malha tem a finalidade de promover o ajuste da vazão do ar de combustão em função da
vazão total de combustíveis (óleo e gás) que estão sendo queimados na caldeira. A vazão total
de combustíveis é modulada em função da pressão controlada no "header" de vapor HS, na
área 900 (PRC-9227).
Além dessa função básica, essa malha conta com um refinamento adicional que permite o
controle do excesso de ar necessário para a combustão. Esse controle de excesso de ar é
importante, pois permite manter constante esse valor, mesmo quando há variações na
composição dos combustíveis, no seu teor de umidade, na temperatura do ar de combustão,
etc.
5.2.3 Analisador de O2
O valor do "set point" do analisador é gerado a partir de uma correlação existente entre o
excesso ideal (para efeito de eficiência térmica) de ar de combustão e a carga da caldeira. A
Onde,
Y = Sinal de' salda do gerador de função: % de O2 nos gases de combustão (equivale ao
excesso de O 2 no ar de combustão).
X = Sinal de salda do medidor de vazão: (Vazão de vapor em t/h de vapor gerado pela
caldeira).
Essa correlação é utilizada para vazões de vapor até 112,5 t/h. Para valores superiores a esse,
o valor de Y torna-se constante e igual a 1.
Dessa forma, o "set point" para o controlador AIC-19502 (BF-1900) é gerado a partir da carga
da caldeira gerando um valor que varia entre 1 e 5% de excesso de ar. Esse sinal pode ou não
ser aplicado ao controlador, dependendo da seleção de "set point" escolhida, ou seja:
RSP: “Set" gerado via gerador de função excesso de O2 versus carga da caldeira;
AUTOMÁTICO: Conforme configurado, é igual ao MANUAL;
MANUAL: O operador age diretamente sobre o sinal de salda do FIC (IVP), ou seja, o
"set" traqueia (faz variar junto) o sinal de salda do controlador.
O operador sempre poderá operar com a malha de controle de ar da forma convencional, sem
a interferência da compensação automática de excesso de O2 posicionando a chave seletora
HS-19501 na posição "by pass".
A missão do Controle Avançado de Processo é gerar valor para Q 3 ABC, por meio do aumento da
eficiência da matriz energética, maximizando o consumo de unileve e minimizando o consumo de
4. Um limite será
O LEAF selecionará para cada caldeira, o menor valor entre o limite máximo global e o
limite máximo de vapor definido no supervisório. Caso a vazão de vapor de uma
caldeira fique próxima ao seu limite máximo de vapor, a mesma será removida da fila
do LEAF.
6.1 VAPOR
VAPOR Pressão (kgf/cm²) Temperatura (°C)
ES 123 500
SS 114 500
HS 53 410
MS 21 310
DS 6,5 200
OS 21 275
IS 11 250
AS 9 220
US 4 210
6.2 COMBUSTÍVEIS
7. PLANO ANALÍTICO
Análise
Tipo/Ponto Frequência Controle Unidade Ação
s
Verificar o pH dos
Água de alimentação de Caldeira
tanques de água
pH 8,5 a 9,5 adm desmineralizada e pH
das linhas de
Seg. a Sex. condensado
Verificar a condutividade
dos tanques de água
Cond < 10 uS/cm
desmineralizada e das
linhas de condensado
Alc. P >0 ppm Verificar pH
Alc.M > Alc. P ppm Verificar pH
Ter. e Qui.
Verificar possíveis
Cl 0 ppm
contaminações via
Verificar residual de
pH Seg. a Sex. 9,6 a 10,1 adm fosfato. Verificar
purga.
Verificar purga.
Verificar possíveis
Cond Seg. a Sex. < 150 uS/cm
contaminações via
água de alimentação.
Alc. P 10 a 20 ppm Verificar pH. Verificar
possíveis
Água de Caldeira
amina.
Verificar se há algum
vazamento via AGR ou
SiO2 Seg., Qua. e Sex. < 0,020 ppm
se há arraste de sílica do
sistema de caldeiras.
Fe Ter. e Sex. < 0,02 ppm Verificar pH do sistema
Verificar se há algum
DULR Ter. e Qui. 0 ppm
vazamento via AGR
8. PERAÇÃO NORMAL
O operador de painel deve solicitar ao operador de campo para verificar o nível na indicação de
campo (LG).
Preparar lança com bico para acendimento e elevação de pressão conforme estado da
caldeira (fria ou pressurizada quente).
Inserir lança na fornalha utilizando juntas novas.
Nota: Não reutilizar juntas usadas.
Caso a caldeira esteja fria – acender o maçarico de Unileve com bico de partida 3.9.
Caso esteja aquecida, utilizar bico 7.6
Nota: Obedecer à curva de aquecimento e elevação de pressão e temperatura (55 ºC por
hora). Curva de aquecimento e elevação de pressão.
Alinhar ar de atomização e abrir interligação de purga de maçarico para verificação de
vazamentos pelas juntas (trocar junta se necessário).
Normalizar sistema de ar de atomização.
Acender o piloto do maçarico.
Acionar abertura de ROV principal de óleo com a FV de óleo descolada
Nota: A abertura da FV de óleo pode variar e deve ser ajustada a cada tentativa de
acendimento de acordo com a pressão e vazão de unileve
Com o bloqueio manual previamente descolado, continuar abrindo até obter chama.
Nota 1: Caso ocorra “trip” por pressão de óleo ou não detecção de chama por falta de
combustível repetir tentativa de acendimento com outra abertura da FV de óleo.
Nota 2: Na perda de purga, reiniciar purga
Abrir o “vent” do superaquecedor
Ajustar vazão de combustível desejada
Acender demais maçaricos conforme necessidade, obedecendo à curva de elevação de
pressão da caldeira.
G
erente de Olefinas & Utilidades