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Eletrotécnica
APRESENTAÇÃO
Esta apostila foi elaborada com o intuito de servir de material de apoio para as aulas
da disciplina de Eletrotécnica do Centro de Ensino Técnico São Carlos. Seu objetivo
é fornecer um aprendizado acessível e de fácil entendimento.
Este material deve ser complementado com as notas de aula e exercícios propostos
no decorrer do curso.
Elaborada por:
Revisada por:
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................9
2.2 Eletrostática....................................................................................................12
2.7 Potência..........................................................................................................25
5.1 Bobinas...........................................................................................................35
5.2.2.2 Rotor........................................................................................................39
6 TRANSFORMADORES..................................................................................48
7 CIRCUITOS ELÉTRICOS...............................................................................49
A energia elétrica pode ser gerada por meio de fontes renováveis de energia (a força
das águas e dos ventos, o sol e a biomassa), ou não-renováveis (combustíveis
fósseis e nucleares). No Brasil, a opção hidráulica é mais utilizada e apenas uma
pequena parte é gerada a partir de combustíveis fósseis, em usinas termelétricas.
2 ELETRICIDADE BÁSICA
2.1 Átomo
Matéria é tudo aquilo que possui massa e ocupa lugar no espaço. A matéria é
constituída de moléculas que, por sua vez, são formadas de átomos. O átomo é
constituído de um núcleo onde estão localizados os nêutrons e prótons e eletrosfera.
onde encontram-se os elétrons. As cargas e massas destas partículas estão
relacionadas a seguir:
elétron
Núcleo
(Prótons e nêutrons) órbitas
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Em 1783 pelo físico francês Charles Augustin de Coulomb, utilizou uma balança de
torção muito sensível para medir a força de atração ou repulsão entre dois corpos
carregados eletricamente separados por uma distância.
12
A equação:
Onde:
k = 8,854x10-12 Nm2 / C2
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Quando duas cargas idênticas são colocadas próximas uma da outra, as linhas de
força repelem mutuamente como mostra a Fig.4.
Para existir a corrente elétrica, os elétrons devem se deslocar pelo efeito de uma
diferença de potencial. A corrente elétrica é representada pela letra “I” e sua unidade
de medida é o ampere (A). Um ampere de corrente é definido como deslocamento
de um Coulomb através de um ponto qualquer de um condutor durante um intervalo
de tempo de um segundo.
I=Q/T
I = corrente elétrica, A
Q = carga, c
T = tempo, s
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Quando a corrente que passa através de um condutor ou circuito, flui apenas num
sentido, dá-se o nome de corrente contínua (dc ou cc). A razão desta corrente
unidirecional se deve ao fato das fontes de tensão, como pilhas e baterias manterem
a mesma polaridade da tensão de saída (Fig.8). A tensão fornecida por essas fontes
é chamada de tensão de corrente contínua ou simplesmente de tensão dc ou tensão
cc. Uma fonte de tensão contínua pode variar o valor da sua tensão de saída, mas
se a polaridade for mantida, a corrente fluirá somente num sentido.
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Uma fonte de tensão alternada (tensão ca) inverte ou alterna periodicamente a sua
polaridade (Fig.9). Como conseqüência, o sentido da corrente alternada resultante
também é invertido periodicamente. No fluxo convencional, a corrente flui do
terminal positivo da fonte de tensão, percorre o circuito e volta para o terminal
negativo. Mas quando o gerador alterna a sua polaridade, a corrente tem de inverter
seu sentido.
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Uma solução eletrolítica sofre decomposição quando atravessada por uma corrente
elétrica. O processo é o seguinte: quando colocamos um ácido, um sal ou base em
contato com a água, essas substâncias se dissociam em íons positivos e negativos.
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O que torna a fibrilação ventricular particularmente perigosa é que uma vez iniciada
raramente cessa espontaneamente, devendo o batimento cardíaco normal ser
restaurado com auxílio.
Correntes elétricas conduzidas por partes menos vitais do corpo, por exemplo, entre
os dedos polegar e indicador da mesma mão, tem valores toleráveis bem maiores.
Isto não elimina a possibilidade de haver danos graves, como queimaduras locais.
O choque elétrico entre uma mão e outra é sem dúvida um dos mais perigosos, pois
no percurso da corrente elétrica está o coração.
Exercícios:
02 - Corrente elétrica é:
a)( ) movimento desordenado de elétrons livres
b)( ) movimento ordenado de elétrons livres
c)( ) movimento desordenado de prótons
d)( ) movimento ordenado de prótons
e)( ) força que impulsiona os elétrons livres
Para que haja corrente elétrica é necessário que haja uma diferença de potencial
entre os pontos ligados. Os elétrons são “empurrados” do potencial negativo para o
potencial positivo.
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Uma tensão de saída de 6v quer dizer que a diferença de potencial entre os dois
terminais da bateria (positivo e negativo) é de 6v.
Assim sendo, a tensão é a diferença de potencial entre dois pontos. Seus múltiplos e
submúltiplos estão indicados abaixo.
2.5 Resistência
Duas cargas são alimentadas pela mesma tensão, mas são atravessadas por
intensidade de correntes diferentes. Por que?
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Define a relação entre tensão, corrente e resistência (Fig.12). Pode ser expressa
matematicamente como:
Na prática, um circuito elétrico consta de pelo menos quatro partes: uma fonte de
força eletromotriz (fem), condutores, uma carga e instrumentos de controle (Fig.13).
A fem é a bateria, os condutores são os fios que ligam as várias partes do circuito e
conduzem corrente elétrica, o resistor é a carga e a chave é o dispositivo de
controle. As fontes mais comuns são as baterias e os geradores. O resistor que
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Um circuito fechado (Fig.9) consiste num percurso sem interrupção para a corrente.
Saindo da fonte (fem), passando pela carga, e volta à fonte. Num circuito aberto
(Fig.14), existe uma interrupção no circuito que impede a corrente de completar seu
percurso.
Para proteger o circuito, liga-se um fusível ao circuito. O fusível abre toda vez que
uma corrente alta começa a fluir. O fusível permite fluxo de correntes menores do
que o valor do fusível, mas se rompe ou abre o circuito se fluir uma corrente mais
alta. Esta corrente mais alta pode ser provocada por um curto circuito (Fig.15). Um
curto circuito é provocado por uma ligação acidental entre dois pontos do circuito
que oferecem uma resistência muito baixa à passagem da corrente elétrica.
P = V x I onde,
E = Kw x horas
Exemplo: Qual a energia elétrica consumida por um ferro elétrico que possui
potência igual a 1.200w trabalhando por 2 horas e 30 minutos?
1.200w = 1,2 Kw
E = 3 Kwh
Portanto, a energia consumida por esse ferro elétrico trabalhando por 2 horas e 30
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3 FONTES DE ELETRICIDADE
A fricção ou atrito é a principal fonte de eletricidade estática. Toda vez que atritamos
dois corpos diferentes, retira-se alguns elétrons de um dos corpos, enquanto que o
outro corpo aprisionará estes elétrons. O corpo que aprisionou elétrons adquiriu uma
carga elétrica positiva. Esse deslocamento de elétrons é provocado pelo
aquecimento dos corpos durante o atrito, o que provoca uma aceleração na
velocidade dos elétrons, aumentando a força centrífuga, possibilitando a sua fuga
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Quando se esfrega um bastão de ebonite com uma flanela, esta última perde
elétrons para o bastão. O bastão fica carregado negativamente e a flanela
positivamente.
Se um cristal feito de quartzo, turmalina e dos sais de Rochelle for colocado entre
duas placas metálicas e aplicarmos uma pressão sobre elas, obteremos uma carga
elétrica produzida por pressão. Nas duas superfícies planas são criadas cargas
elétricas diferentes por causa da pressão. O uso da pressão como fonte de
eletricidade é largamente observado em aparelhos de pequena potência, como por
exemplo nos toca-discos,nos telefones e nos microfones.
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Uma fonte de eletricidade de uso comum é a ação química que ocorre nas pilhas e
baterias.
EXPERIÊNCIA
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Isto se verifica nos grandes geradores das usinas de força, as quais necessitam de
uma fonte de movimento constante e eficiente. Estas fontes de movimentos são
conseguidas através da energia hidráulica, das caldeiras a vapor ou por motores a
combustão interna.
Quando existe um excesso de elétrons em relação aos prótons, diz-se que o corpo
está carregado negativamente. Quando existem menos elétrons que prótons, o
corpo está carregado positivamente. Se o número total de prótons e elétrons é
equivalente, o corpo está num estado eletricamente neutro.
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Para algumas civilizações primitivas o raio era uma dádiva dos Deuses, pois com ele
quase sempre vêem as chuvas e a abundância na lavoura.
Após tantas civilizações o homem acabou descobrindo que o raio é corrente elétrica
e por isso deverá ser conduzida o mais rápido possível para a terra, minimizando
seus efeitos destrutivos.
Após alguns anos, tomou conhecimento de edificações que tinham sido atingidas e o
raio não havia caído na ponta metálica. Assim sendo, reformulou sou teoria e
afirmou que a ponta metálica seria o caminho mais seguro para levar o raio até o
solo com segurança caso a ponta seja atingida por um raio. A partir daí começou-se
a definir a região até onde esta ponta teria influência (séc. XVlll - Gay Lussac) e
começou-se as esboçar os primeiros cones de proteção, cuja geratriz era função de
um ângulo pré-definido, resultando num cone com um raio de proteção.
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CAPTAÇÃO: Têm como função receber as descargas que incidam sobre o topo da
edificação e distribuí-las pelas descidas. É composta por elementos metálicos,
normalmente mastros ou condutores metálicos devidamente dimensionados.
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5 BOBINAS E MOTORES
5.1 Bobinas
Basicamente uma bobina cria um campo magnético, por causa do movimento das
cargas (a corrente) devido à diferença de potencial aplicada aos seus terminais.
Essa é a única funcionalidade em circuitos DC, servindo de eletroímãs e atuadores
magnéticos como em reles. O condutor fica situado dentro desse campo magnético
produzido pela sua própria corrente. Esse campo produz no próprio condutor um
fluxo magnético. Se a corrente I for variável (AC), o seu campo também será variável
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A auto-indução é muito intensa nas bobinas, porque como elas possuem muitas
espiras, o fenômeno se dá em todas as espiras e é mais intenso do que numa espira
só.
A válvula solenóide possui uma bobina que é formada por um fio enrolado através
de um cilindro. Quando uma corrente elétrica passa por este fio, ela gera uma força
no centro da bobina solenóide, fazendo com que o êmbolo da válvula seja acionado,
criando assim o sistema de abertura e fechamento. Veja na Fig. 20.
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Motor síncrono: Funciona com velocidade fixa, utilizado somente para grandes
potências, pois possui alto custo em tamanhos menores. E também não poderá ser
utilizado quando se necessitar de velocidade invariável.
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Por ser o motor mais utilizado devido a seu baixo custo, robustez e simplicidade, o
motor elétrico de indução é o objeto deste estudo.
Com características que podem variar de acordo com a aplicação, este motor é
utilizado em quase todos os tipos de acionamentos que necessitam de motores
elétricos. Há alguns fabricantes como WEG, SIEMMES, EBERLE, TOSHIBA, entre
outros.
Estator;
Rotor.
5.2.2.1 Estator
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Enrolamento – conjuntos iguais de bobinas, uma para cada fase, ligado a rede de
alimentação.
Carcaça
Enrolamento
Núcleo de chapas
FIGURA 22 - Estator de um motor de indução
5.2.2.2 Rotor
Barras de curto circuito – são de alumínio injetado sob pressão numa única peca.
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Eixo
Núcleo de chapas
Eixo
FIGURA 23 - Rotor de um motor de indução
A isolação tem uma duração praticamente ilimitada se a sua temperatura for mantida
abaixo de certo limite. Acima deste valor, a vida útil da isolação vai se tornando cada
vez mais curta à medida que a temperatura de trabalho é mais alta.
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f × 120 × (1 − s )
n= onde:
p
n = rotação (rpm)
f = freqüência da rede (Hz)
p = número de pólos
s = escorregamento
f ×120
n=
p
Todas estas informações são importantes e cada uma deve ser utilizada de acordo
com as necessidades de aplicação. Destaca-se a tensão, potência, rotação e
corrente.
220 V
380 V
440 V
690 V
4.160 V
13.800 V
P
In = , onde:
V × 3 × cos ϕ
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A vida útil dos rolamentos é baseada no calculo de vida L10 (norma ISO 281). Desta
maneira recomenda-se que os rolamentos sejam substituídos a cada
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Este teste é realizado para determinar e detectar quais os níveis de umidade, poeira
e contaminação estão presentes nos enrolamentos do motor.
Se este teste for feito periodicamente, servirá também para comparar a gradual
deterioração do material isolante, comparando-se os resultados das diversas
medições realizadas ao longo do tempo.
R10
Ip = onde:
R1
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Após inserir os dados na equação acima, analisar o valor encontrado de acordo com
a tabela abaixo.
Este teste é realizado para determinar o grau em que a contaminação está nos
materiais isolantes do motor.
Através dos resultados deste índice pode-se avaliar qual o nível de segurança em
que se encontra o motor.
R1
Ia = , onde:
R30
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Curto entre bobinas no motor é um defeito que ocorre quando há uma falha no
isolamento do enrolamento. Uma bobina se interliga a outra por causa do curto
circuito. Nestes casos, se o motor ainda não estiver queimado, deve-se recuperar o
isolamento da parte danificada, se possível.
6 TRANSFORMADORES
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FIGURA 25 - Transformador
7 CIRCUITOS ELÉTRICOS
7.1 Circuitos série
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Exemplo: Um circuito série é formado por resistores de 50Ω, 75Ω e 100Ω (Fig.27).
Calcule a resistência total do circuito.
A tensão total através de um circuito série é igual à soma das tensões nos terminais
de cada resistência do circuito (Fig.17).
VT = V1 + V2 + V3
RT = R1 + R2 + R3 + … + Rn
VT = V1 + V2 + V3 + … + Vn
A lei de Ohm pode ser aplicada ao circuito todo ou a partes separadas de um circuito
em série. Quando for aplicada a certa parte de um circuito, a tensão dessa parte é
igual à corrente dessa parte multiplicada pela sua resistência. Para o circuito da Fig.
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Exemplo: Num circuito série obtém-se 6V nos terminais de R1, 30V nos terminais de
R2 e 54 V nos terminais de R3 (Fig.29). Qual a tensão total do circuito?
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A lei de Ohm pode ser aplicada para a determinação de valores totais num circuito
série, bem como para partes separadas do circuito. De forma análoga, a formula
para a potência pode ser aplicada para valores totais.
PT = IVT
A potência total produzida pela fonte num circuito série também pode ser expressa
com a soma das potências individuais usadas em cada parte do circuito.
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IT = VT / RT IT = VT / R1 + R2 IT = 60V / 15Ω IT = 4 A
P1 = I2R1 P1 = 42(5) P1 = 80 w
Ou
7.1.3 Condutores
É um material que possui muitos elétrons livres. O cobre, o alumínio e a prata são
exemplos de materiais bons condutores de eletricidade. Em geral os metais são
bons condutores. O cobre é o material mais utilizado em condutores elétricos.
Os condutores possuem uma resistência muito baixa e sua função é ligar a fonte de
tensão a uma carga com uma queda de tensão (IR) mínima. Permitindo que a maior
parte da tensão aplicada possa produzir corrente na carga.
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É aquele no qual dois ou mais componentes estão ligados à mesma fonte de tensão
conforme mostrado na Fig.32. Os resistores R1, R2 e R3 estão em paralelo entre si e
com a bateria. Cada percurso paralelo é um ramo ou malha com a sua própria
corrente. Quando a corrente total IT sai da fonte de tensão V, uma parte I1 da
corrente IT flui através de R1, outra parte I2 flui através de R2 e a parte restante I3
passa através de R3. As correntes I1, I2 e I3 podem ser diferentes. Mas se for inserido
um voltímetro através de R1, R2 e R3, as respectivas tensões V1, V2 e V3 serão iguais.
Então:
V = V1 = V2 = V3
IT = I1 + I2 + I3
Segundo a lei de Ohm, cada corrente de ramo é igual à tensão aplicada dividida pela
resistência entre os dois pontos onde a tensão é aplicada. Para cada ramo da Fig.32
têm-se as seguintes equações:
Ramo 1: I1 = V1 / R1 = V / R1
Ramo 2: I2 = V2 / R2 = V / R2
Ramos 3: I3 = V3 / R3 = V / R3
A resistência total num circuito paralelo pode ser determinada aplicando-se a lei de
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Na Fig.35, praticamente toda a corrente fluirá pelo caminho criado pelo curto-
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A lei de Kirchhoff para tensão (LKT) ou lei das malhas afirma que a tensão aplicada
a um circuito fechado é igual à soma das quedas de tensão neste circuito.
Então: VA – V1 – V2 – V3 = 0 ou
VA – (V1 + V2 + V3) = 0
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∑V = 0
VA – V1 – V2 – V3 = 0
100 – 50 – 30 – 20 =0
Veja abaixo como é feito a determinação de uma fonte de tensão. Fig. 37.
VA – V1 – V2 – VB – V3 = 0 (∑v = 0)
VB = VA – V1 – V2 –V3 = 15 – 3 – 6 – 2 = 4V
A lei de Kirchhoff para a corrente (LKC) ou lei dos nós, afirma que a soma das
correntes que entram numa junção é igual à soma das correntes que saem desta
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FIGURA 38 - As correntes em um nó
Lembrando, a soma das correntes que entram = soma das correntes que saem.
I1 + I3 + I4 + I6 = I2 + I5
∑I = 0
I1 – I2 + I3 + I4 – I5 + I6 = 0
I1 – I2 – I3 = 0 ou I1 = I2 + I3
+I1 + I2 – I3 + I4 = 0
I4 = -I1 – I2 + I3 = -2 -3 + 4 = -1
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