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Empresa Pública de Produção de Electricidade

Direcção da Produção Hídrica

Centro de Formação Eng. Eurico Mandslay

MANUAL DE APOIO A FORMAÇÃO

COMANDOS ELÉCTRICOS &


ACCIONAMENTO DE MÁQUINAS
ELÉCTRICAS

Nome do Formador /Emídio Francisco Manuel/Paulo Dala

PRODEL

1 DE JANEIRO DE 2022

Centro de Formação
Ver. MF01/2022
Eng. Eurico Mandslay
COMANDOS Eléctricos & ACCIONAMENTO DE MÁQUINAS
ELÉCTRICAS

ÍNDICE

Capítulo 1 - Revisão de conceitos e aplicações de Corrente Alternada (CA).......................... 04

1.1 – Introdução............…......................................................................................................................04

1.2 – Geração de Corrente Alternada................................................................................................07

1.2.1 - Princípio de funcionamento de um gerador elementar......................................................09

1.2.2 - Lei de Faraday – F.E.M induzida................................................................................................10

1.2.3 – Sinais CA – principais parâmetros...........................................................................................11

1.5 - Comportamento de circuitos resistivos, indutivos e capacitivos em CA...............................13

1.5.2 – Circuito puramente indutivo – tensão adiantada de 90 graus da corrente......................14

1.5.3 - Circuito puramente capacitivo – corrente adiantada de 90 graus da tensão….............15

1.5.4 – Impedância de circuito CA......................................................................................................16

1.6 - Sistema trifásico..............................................................................................................................17

1.6.1 – Tensão de Fase e Tensão de Linha..........................................................................................21

1.6 .2-Ligações Estrela e em Triângulo................................................................................................22

1.6 .3- Tensões e Corrente nas Ligagões Estrela e Triângulo.............................................................24

Capítulo 2 – Introdução aos motores elétricos................................................................................. 25

2.1 – Introdução....................................................................................................................................25

2.2 – Aplicações de motores CC e CA..............................................................................................26

2.2.1 – Motores de Corrente Contínua (ou motores CC).................................................................27

2.2.2 – Motores de Corrente Alternada (ou motores CA).................................................................30

3.1 – Motor de indução.........................................................................................................................32

3.1.1 - Motor de indução com rotor do tipo gaiola de esquilo........................................................34

3.1.2 - Motor de anéis ou com rotor bobinado.................................................................................34

3.2 – Motor trifásico de múltiplas velocidades..................................................................................35

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3.2.1 – Motor trifásico de enrolamentos separados.......................................................................36

3.2.2 – Motor Dahlander.......................................................................................................................36

3.2.4 – Partes constituintes.....................................................................................................................38

3.2.5 – Princípio de funcionamento do motor CA............................................................................38

3.2.5.2 – Velocidade síncrona (ns)......................................................................................................40

3.2.5.3 – Escorregamento (s).................................................................................................................42

3.2.5.4 – Energia, potência elétrica e potência mecânica.............................................................44

3.2.5.5 – Potência aparente, ativa e reativa.....................................................................................45

3.2.5.6 – Factor de potência................................................................................................................47

3.2.5.7 – Ligações de motores de indução.........................................................................................48

3.2.5.7.1 – Ligações de motores de 6 (seis) terminais........................................................................54

3.2.7.2 – Ligações de motores de 9 (nove) terminais........................................................................54

3.2.5.7.3 – Ligações de motores de 12 (doze) terminais....................................................................54

3.2.7.4 – Ligações de motores de duas velocidades (Dahlander).................................................56

Capítulo 4 – Contactor magnético.................................................................................................... 58

4.1 – Classificação dos contatores....................................................................................................59

4.2 –Simbologia gráfica........................................................................................................................71

4.3 – Diagrama de comando...............................................................................................................72

4.4- Controlo dos Motores Eléctricos……………………………………………………………………… 83

4.5-Partida Directa…………………….……………………………………………………………………… 90

4.6- Partida Estrela Triângulo ………….…………………………………………………………………… 95

4.7- Partida Atraves da Chave Compensadora.……………………………………………………… 98

4.6- Partida Soft –START……………….………………..…………………………………………………… 101

4.6- Partida Com Inversores de Ferquência ………….………………………………………………… 104

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Capítulo 5 – Dispositivos de proteção e de comando.................................................................. 108

5.1 – Introdução...................................................................................................................................108

5.1.1 - Curto-circuito e proteção.......................................................................................................109

5.2 – Fusíveis...........................................................................................................................................109

5.2.2 - Fusível – definição clássica......................................................................................................111

5.2.3 - Classificação............................................................................................................................112

5.2.4 - Principais características..........................................................................................................113

5.3-Disjuntores......................................................................................................................................122

5.3.2 – Curvas de disparo do Disjuntor...............................................................................................127

5.3.3 – Disjuntor diferencial residual (DR)...........................................................................................128

5.3.3.1 - Princípio de proteção das pessoas.....................................................................................128

4.4 – Relés de sobrecarga..................................................................................................................131

5.4.1 – Relé de sobrecarga bimetálico com botão RESET e tecla multifunções........................133

5.4.2 – Relés eletrônicos......................................................................................................................135

5.5 – Relé de tempo...........................................................................................................................138

5.5.1 – Relés de tempo eletrônicos....................................................................................................139

Capítulo 6– Dispositivos de acionamento e de sinalização........................................................ 142

6.2 – Chave de fim-de-curso..............................................................................................................146

– Tomadas de uso industrial................................................................................................................149

7– Sinalizadores Visuais e Sonoros ………………...............................................................................155

Referências Bibliograficas………………………………………………………………………………….. 156

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Capítulo 1 - Revisão de conceitos e aplicações de Corrente Alternada (CA)

1.1 – Introdução

Em Angola, a energia elétrica que é fornecida às residências, indústria e comércio, em geral,


é produzida nas usinas hidrelétricas, onde ocorre a conversão de energia mecânica em
elétrica (produção de tensão alternada pela rotação do eixo de um gerador trifásico, através
de uma turbina acionada pela força da água). Em uma usina hidrelétrica, a água represada
possui energia potencial gravitacional que se converte em energia cinética. Essa energia
cinética é transferida às turbinas, que movimentam o gerador. Este, por sua vez, converte
essa energia cinética em energia elétrica a qual será enviada através de condutores ao seu
destino, através das linhas de transmissão (da usina geradora até as subestações de
distribuição) e das linhas de distribuição (das subestações aos consumidores). Outras
formas de se obter energia elétrica estão ilustradas na Figura 1.1: energia eólica (força dos
ventos para tocar o eixo do gerador), energia solar, energia nuclear etc.

Figura 1.1 – Exemplos de fontes alternativas de Corrente Alternada (CA

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1.2– GERAÇÃ O DE CORRENTE ALTERNADA

A Figura 1.8 apresenta o esquema de um gerador elementar de uma espira, submetida à


ação de um fluxo magnético, interno à região entre os pólos norte e sul de um ímã. Mas, o
que é uma espira? Numa definição simples, uma espira constitui um tipo de circuito elétrico,
com aplicações na produção de campo magnético e eletricidade. É um componente
encontrado em geradores de energia elétrica, motores elétricos, transformadores e indutores,
dentre outros.

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A Figura 1.9 mostra dois exemplos de bobinas, construídas a partir de um conjunto de


espiras. A Figura 1.10 mostra a aplicação de uma bobina em um disjuntor (dispositivo de
proteção, a ser estudado no capítulo 4).

O transformador é outro equipamento onde, a partir do projeto de suas bobinas (entrada:


primário e saída: secundário), se pode elevar ou reduzir a amplitude de um sinal alternado
aplicado nos terminais de entrada – veja a Figura 1.11a. Estas bobinas são enroladas em
torno de um núcleo comum (em baixa freqüência o núcleo é feito de material magnético
como o aço laminado e em alta freqüência é feito de materiais não magnéticos, como o

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ferrite). A Figura 1.11b mostra um transformador de potência (rede de distribuição de


energia elétrica

- PRINC ÍPIO DE FUNCIONAMENTO DE UM GERADOR ELEMENTAR

O condutor (na prática uma bobina) é girado por uma turbina a vapor ou qualquer outra forma
de energia mecânica. Esta rotação provoca uma alteração contínua no fluxo magnético em
torno do condutor, o que faz surgir uma tensão induzida sob forma senoidal no mesmo. A
Figura 1.12a mostra uma espira inclinada em relação às linhas de campo magnético (pelo vetor
B)

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- LEI DE FARADAY –F.E.M.

F.E.M. induzida Está associado à quantidade de linhas de indução magnética que atravessa
a superfície delimitada por uma espira (1.1).

  B A. cos.  (1.1)

Onde: - B é dado em Tesla [T]; A é a área da espira, em m2 e  é o ângulo determinado entre a


reta normal à superfície e a direção do vetor indução. A Lei de Faraday, também chamada de
lei da Indução Eletromagnética, está relacionada com a força eletromotriz induzida em uma
espira, quando há variação de fluxo magnético com o tempo. “A f.e.m. em volts, induzida em
um circuito é igual ao negativo da taxa de variação com que o fluxo magnético através do
circuito está mudando no tempo”. (Michael Faraday, 1791-1867 – Figura 1.13).
Matematicamente a Lei de Faraday é expressa por (1.2)

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A variável N, nesta equação, é o número de espiras e o


sinal negativo indica a polarização da f.e.m. induzida (Lei de Lenz).

– SINAIS CA – PRINCIPAIS PARÂMETROS

• Período (T) - duração de um ciclo ou ainda o intervalo de tempo entre dois pontos da curva de
mesma situação (picos positivos ou negativos, p. ex.). É medido em segundos (s).

• Freqüência (f) – número de repetições de um movimento ou ainda a quantidade de ciclos que


cabem em um segundo. Acionamentos e Comandos Elétricos CEFET-MG 22 É medida em
Hertz (Hz). 1 f T   Logo, 1 T f   . Daí, Hz = 1/s ou s-1 .

• A frequência do sistema elétrico no Brasil é de 60 Hz; em outros países se usa 50 Hz.

• Curiosidade 1: na área de telefonia celular, os padrões de frequência de operação atuais estão


na faixa de GHz (lembre-se de que 1 G = 1 x 109 )

. • Curiosidade 2: para ondas de rádio (sinais sonoros), temos os sinais em AM (amplitude


modulada) e em FM (frequência modulada). O Rádio FM oferece maior qualidade sonora do

que o AM, já que a sua banda de passagem é de 200 kHz por canal, bem maior que os 10 kHz
do rádio AM.

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,,,,,,

– VALOR EFICAZ, VEF OU VRMS

O valor eficaz de uma função representa a capacidade de produção de trabalho efetivo de uma
grandeza variável no tempo entre as excursões positivas e negativas da mesma. Para uma
grandeza senoidal (ver a Figura 1.28), cuja equação no domínio do tempo é dado por v(t) =
Vmax sen t, o seu valor eficaz é dado pela Equação (1.10

Para entender de modo simples o significado físico do valor eficaz


(também conhecido como valor RMS, de root mean square, valor médio quadrático), faz-se a
análise da potência elétrica fornecido a um mesmo resistor, primeiro com uma fonte de tensão
contínua e depois com uma fonte CA senoidal

Em resumo: o valor da tensão eficaz ou da corrente eficaz é o valor que produz numa
resistência o mesmo efeito que uma tensão/corrente contínua constante desse mesmo valor.
Observações:

• Os instrumentos comuns de medição em corrente alternada (voltímetros, amperímetros e


multímetros) fornecem valores eficazes somente para sinais senoidais;

• Para medir o valor eficaz de uma forma de onda de tensão (ou de corrente) não perfeitamente
senoidal deverá ser usado um voltímetro (ou amperímetro) mais sofisticado, conhecido como
True RMS (Eficaz Verdadeiro) que é capaz de fazer a integração da forma de onda e fornecer o
valor eficaz exato para qualquer forma de onda.

• Para uma forma de onda contínua constante (de tensão ou corrente, por exemplo) o valor
eficaz é igual ao valor médio.

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1.5- COMPORTAMENTO DE CIRCUITOS RESISTIVOS, INDUTIVOS E CAPACITIVOS EM CA

Os componentes passivos - resistores (R), indutores (L), capacitores (C) – possuem


comportamentos distintos quando conectados em uma fonte de CA. Todos estes tendem a fazer
oposição à passagem da corrente, porém cada qual irá provocar ou não um defasamento entre
os ângulos da tensão e o da corrente. 1.5.1 – Circuito resistivo - corrente e tensão em fase
Considerando a carga R puramente resistiva (Figura 1.43), a potência fornecida pelo gerador
AC será totalmente absorvida por R. Isto ocorre porque a corrente (iR) e tensão (vR) presentes
em R estão na mesma fase.

A oposição à passagem da corrente é dada pelo valor ôhmico de R, ou seja:

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1.5.2 – CIRCUITO PURAMENTE INDUTIVO – TENSÃO ADIANTADA DE 90º DA CORRENTE

Seja uma bobina alimentada por um sinal CA senoidal (Figura 1.45). Um indutor oferece uma
oposição à variação de corrente i(t) devido à sua propriedade de auto-indução de tensão. Esta
oposição estabelecida por um indutor em um circuito AC senoidal pode ser encontrada
aplicando a equação

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1.5.2- CIRCUITO PURAMENTE CAPACITIVO – CORRENTE ADIANTADA DE 90 GRAUS


DA TENSÃO

A oposição à passagem da corrente iC(t) em um circuito capacitivo puro


(Figura 1.48) é determinada pela reatância capacitiva do capacitor C,
expressa por:

Onde:  = frequência angular, em rad/s; XC: reatância capacitiva em ohms


(Ω); f: frequência do gerador em Hertz (Hz) e C: capacitância em Farad (F).

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1.5.3– IMPED ÂNCIA DE CIRCUITO CA

A impedância Z, dada pela relação entre tensão e corrente num circuito misto, contendo
elementos resistivos (R), capacitivos (C) e indutivos (L), representa a medida da oposição que
este circuito oferece à passagem de uma corrente alternada. Os elementos XL e XC
(reatâncias indutiva e capacitiva, respectivamente), são fasores que são posicionados no
eixo imaginário, enquanto que a resistência R fica posicionada no eixo real do plano
complexo, também chamado de Plano de Argand-Gauss ou Diagrama de Argand. As Figuras
1.50 e 1.51 mostram a disposição destes fasores no plano complexo. O fasor XL está
posicionado para cima, com ângulo de + 900 enquanto XC está posicionado para baixo,
com ângulo de - 900 . Estes dois fasores são denominados de componentes reativas de um
circuito, ou seja, armazenam energia. Já o resistor é um elemento passivo, pois somente
dissipa a energia elétrica que recebe.

Do diagrama fasorial da Figura 1.51, a impedância COMPLEXA ou retangular é:

Como encontrar o módulo da impedância Z? O módulo de Z é encontrado aplicando se o


teorema de Pitágoras no triângulo formado pelos fasores R (cateto adjacente ao ângulo  ou T
ou ainda ) e pela resultante X = XL – XC, a qual é o cateto oposto ao ângulo . F

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1.6- SISTEMA TRIFÁSICO

O sistema trifásico consta de três ondas senoidais defasadas entre si de 120 graus. A Figura
1.55a mostra um gerador trifásico e a Figura 1.55b as bobinas deste gerador. Se conectadas
com o ponto neutro (N) em comum, tem-se a ligação em estrela (Y). A Figura 1.56 mostra um
gerador de dois pólos girando a uma velocidade n em RPM, produzindo um campo girante
com velocidade  em rad/s.

Figura 1.55 – (a) Gerador trifásico. (b) Bobinas do gerador, defasadas entre si de 120 graus.

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Definições importantes: - Tensão de fase (VF ou VFN): é a tensão de cada fase em relação ao
condutor neutro. - Tensão de linha (VL ou VFF): é a tensão entre duas fases (por exemplo, vab
na Figura 1.56a). - Em qualquer instante de tempo (veja a Figura 1.56b), a soma fasorial das
três tensões de fase de um gerador trifásico é nula (BOYLESTAD, 2002)

. A Figura 1.57 mostra as formas de onda de um sistema abc (tensões de fase e de linha). A
representação fasorial das tensões trifásicas está ilustrada na Figura 1.58a. As três tensões de
fase (VFN) são defasadas entre si de 120 graus e têm o mesmo módulo. Tomando como base
esta figura, pode-se obter o fasor de uma tensão de linha (VFF), o qual será calculado
posteriormente através da aplicação matemática da Lei dos Cossenos.

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A tensão de linha vbc (entre as fases b e c), é encontrada pela Equação (1.26). Para se obter o
fasor cn -V bastou desenhar o mesmo com defasamento de 180 graus.

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Pela regra do paralelogramo, aplicada no diagrama fasorial da Figura 1.58b, se obtém o fasor
resultante (diagonal Vbc  ).

Relembrando...

A rede elétrica CA monofásica é formada por dois fios, um chamado fase e outro chamado
neutro. O fio neutro possui potencial zero e o fio fase é por onde a tensão elétrica é transmitida.
Como haverá diferença de potencial entre a fase e o neutro, haverá tensão elétrica. O terra
contém um sinal com zero volt absoluto. Ele é usado para igualar o potencial elétrico entre
equipamentos elétricos. Normalmente o condutor terra é ligado à carcaça metálica do
equipamento.

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1.6.1 – Tensão de fase e tensão de linha

Sejam os fasores da Figura 1.59 - tensões de fase e de linha de um sistema trifásico equilibrado,
na sequência abc, como o do gerador da Figura 1.55. Estão aí destacadas as tensões nas
fases a e b (em relação ao neutro da conexão), para o cálculo do módulo da tensão de
linha vab. Para se calcular o módulo de uma tensão de linha, basta encontrar o fasor
resultante de duas tensões de fase. Por exemplo, foi escolhida na Figura 1.59, a tensão entre
as fases a e b, ou seja, a tensão de linha Vab.

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1.6.2 – Liga ções em estrela e em triângulo

Em termos práticos, as alternativas mais comumente empregadas para a ligação de circuitos


trifásicos, envolvendo o gerador e a carga, são: 1. Gerador ligado em estrela (Y) e carga ligada
em estrela (Y) – Figura 1.60a. 2. Gerador ligado em estrela (Y) e carga ligada em triângulo ()
– Figura 1.60b

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Na Figura 1.61, temos dois tipos de carga ligadas a uma mesma rede trifásica. A primeira está
ligada em estrela e a segunda em triângulo

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1.6.3 – Tensões e correntes nas ligaçõ es em estrela e em tri ângulo

A Figura 1.62 mostra as correntes de linha e de fase nas conexões triângulo e estrela (veja o
esboço das ligações).

Notas:

1) na ligação em , a soma das correntes de fase é fasorial! Como estão defasadas de 120 graus,

não vale a relação  em qualquer vértice do triângulo;

2) o mesmo vale para a ligação em estrela, onde não vale a relação

3) a ligação em triângulo não possui o condutor de neutro;

4) na conexão em Y, se o sistema for equilibrado, no condutor de neutro não circula corrente,


ou seja,

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2- INTRODUÇÃ O AOS MOTORES ELÉTRICOS

O motor elétrico pode se definido, de um modo simples e direto, como um equipamento que
converte energia elétrica em energia mecânica (em geral energia cinética) e desenvolve em seu
eixo um movimento de rotação e um conjugado (torque). A energia elétrica – fonte de
alimentação - pode ser na forma contínua (no caso dos motores CC) ou alternada (motores CA
de indução, síncronos etc.). Segundo informações da WEG Equipamentos Elétricos, o motor de
indução é o mais usado de todos os tipos de motores (cerca de 80 % a 90 % dos motores
elétricos em serviço no mundo), pois combina as vantagens da utilização de energia elétrica -
baixo custo, facilidade de transporte, limpeza e simplicidade de comando - com sua construção
simples, custo reduzido, grande versatilidade de adaptação às cargas dos mais diversos tipos e
melhores rendimentos.

A Figura 2.1 apresenta um motor de indução em vista explodida.

A Figura 2.2 mostra, de modo bastante gráfico, os tipos de motores elétricos

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2.2 – Aplica ções de motores CC e CA

Como apresentado na Figura 2.2, os motores elétricos são divididos em duas categorias
principais, em função da fonte de alimentação: motores de corrente contínua (CC ou DC) e
motores de corrente alternada (CA ou AC) (FRANCHI, 2007).

A seguir são apresentadas algumas características básicas destes motores

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2.2.1 – Motores de Corrente Contínua (ou motores CC)

O motor de CC foi o primeiro a ser utilizado na indústria, destacando-se pela simplicidade em


se controlar a velocidade de rotação em RPM e também o torque. Veja o aspecto de um motor
CC industrial na Figura 2.3.

A Figura 2.4 mostra as partes principais do motor CC: a parte móvel (rotor ou armadura) e a
parte fixa ou estática (estator ou campo). O Estator ou campo constitui a parte fixa do motor,

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possuindo sapatas polares formadas por pacotes de lâminas de aço silício justapostas. Em torno
das sapatas polares são enrolados os fios condutores, que formam as bobinas. O rotor ou
armadura é a parte móvel, montado no eixo de transmissão ou de movimento do motor CC.
Possui também um pacote de lâminas de aço silício com ranhuras, onde são inseridas as suas
bobinas, cujos terminais são conectados eletricamente ao coletor

Relembrando...

O motor de CC tem a sua operação baseada nas forças resultantes da interação entre o campo
magnético e a corrente que circula no seu enrolamento de armadura. Tais forças tendem a
mover o condutor num sentido perpendicular ao plano da corrente elétrica e do campo

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magnético (regra da mão esquerda ou Regra de Fleming) – Figura 2.5. A Figura 2.6 mostra a
ação motora em uma espira.

Os motores CC têm aplicações onde se requer um controle preciso de velocidade, que é a sua
principal característica. Devido à evolução da Eletrônica de Potência, hoje em dia estes motores
são acionados por fontes estáticas de CC com tiristores, com grande confiabilidade,
manutenção simples e baixo custo. Apesar do custo elevado, os motores CC ainda constituem
uma alternativa em uma série de aplicações onde é necessário o ajuste fino de velocidade. Os
acionamentos de corrente contínua, compostos por conversores CA/CC e motor CC possuem

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excelentes propriedades técnicas de comando e regulação e garantem: regulagem precisa de


velocidade, aceleração constante e ampla sob qualquer condição de carga, aceleração e/ou
desaceleração controlada e finalmente um conjugado constante sob ampla faixa de velocidade
com controle através da armadura. O motor CC vem sendo substituído pelos motores CA
acionados por inversores de freqüência. Porém, em alguns processos o seu emprego é vantajoso,
como: - Máquinas de papel e de impressão; - Máquinas têxteis - Bobinadoras e desbobinadoras;
- Laminadoras; - Extrusoras; - Prensas; - Máquinas de moagem (moinho de rolos) -
Ferramentas de avanço; - Tornos; - Mandrilhadoras; - Indústria química e petroquímica; -
Indústria de borracha; - Veículos de tração.

As principais características da máquina CC são: - Altamente flexível e controlável; - Torques


de partida, aceleração e desaceleração elevados; - É capaz de realizar inversões rápidas; - Vasta
gama de controle de velocidade e torque (uma variação de velocidade de 4:1 é obtida
facilmente com resistores, e de 40:1 com dispositivos eletrônicos); - Torque máximo: é
limitado por comutação e não por aquecimento, como em outras máquinas. - Caras e frágeis
devido ao comutado.

2.2.2 – MOTORES DE CORRENTE ALTERNADA (OU MOTORES CA)

Os motores CA (veja a Figura 2.7) constituem a maioria das aplicações industriais,


principalmente porque a distribuição de energia elétrica é feita em CA. A sua configuração
mais econômica é o uso de motores de indução de Gaiola de Esquilo (aproximadamente 90 %
dos motores CA fabricados são deste tipo). A outra configuração é com rotor bobinado,
composto de três bobinas em estrela, com as características de partida suave e velocidade
ajustável.

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O uso dos motores CA se justifica (e é predominante) quando não é necessário o ajuste e o


controle de velocidade e para potência inferior a 500 CV.

Para aplicações com variação de velocidade com motores CA, empregam-se inversores de
freqüência. Segundo FRANCHI, O constante desenvolvimento da eletrônica de potência deve
levar a um progressivo abandono dos motores de corrente contínua. Isso porque fontes de
tensão e freqüência controladas, que alimentam motores de corrente alternada, principalmente
os de indução de gaiola, já estão se transformando em opções mais atraentes quanto ao ajuste e
ao controle de velocidade (FRANCHI, Claiton Moro. Acionamentos Elétricos. 2ª. Ed. São
Paulo: Ed. Érica, 2007).

Serão estudados em maior profundidade neste capítulo apenas os motores CA, já que a imensa
maioria dos motores elétricos utilizados nos processos industriais pertence a essa categoria.
Quanto à velocidade de rotação, classificam-se os motores CA:

- Motor SÍNCRONO: aquele que opera com freqüência fixa, igual àquela da rede de
alimentação CA. Utilizado para faixas de grandes potências (devido ao custo alto para
tamanhos menores). Neste motor, a velocidade do rotor é igual a do campo girante do estator
(assunto que será estudado a seguir).

- Motor ASSÍNCRONO – opera com velocidade que varia ligeiramente com a carga mecânica
aplicada ao eixo. A velocidade do rotor é diferente da velocidade do campo girante do estator

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3 – O MOTOR CA TRIFÁSICO

3.1 – Motor de indução

O motor assíncrono de indução (velocidade variável) tem atualmente uma aplicação muito
grande tanto na indústria como em utilizações domésticas, dada a sua grande robustez, baixo
preço e partida fácil (pode mesmo ser direta, em motores de baixa potência). É o motor mais
utilizado nos processos industriais nos dias de hoje. Na sua configuração trifásica, o Motor de
Indução Trifásico (MIT) apresenta, em relação aos motores monofásicos, uma superioridade: é
mais econômico tanto na construção como na utilização. Geralmente é o mais utilizado para
acionamento de compressores, bombas e ventiladores. O uso de MIT se justifica a partir de 2
kW. Para potências menores, indica-se o motor de indução monofásico, o qual será estudado no
capítulo 8 (características construtivas e métodos de acionamento). Como vantagens em relação
ao motor monofásico, o MIT apresenta vantagens como partida mais simples, ruído menor e
menor custo (FRANCHI, 2007). O rotor de uma máquina de indução polifásica pode ser de
dois tipos de tecnologia: 1) o rotor de gaiola de esquilo e 2) o rotor enrolado ou bobinado.

3.1.1 - MOTOR DE INDU ÇÃO COM ROTOR DO TIPO GAIOLA DE ESQUILO

O motor de indução com rotor tipo gaiola de esquilo é também conhecido como motor de
indução com rotor em curto-circuito. O rotor é constituído por um núcleo de chapas
ferromagnéticas de aço silício, isoladas entre si, sobre o qual são colocadas barras de alumínio
(condutores), dispostas paralelamente entre si e unidas nas suas extremidades por dois anéis
condutores (também de alumínio), os quais provocam um curto-circuito nos condutores, como
mostram as Figuras 2.8 e 2.9.

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A vantagem deste rotor, em comparação ao do rotor bobinado, é a construção do induzido mais


prática, mais barata e mais rápida. Trata-se de um motor de simples fabricação, robusto, de
manutenção reduzida, de rápida ligação à rede, não sendo necessário o uso de anéis coletores
(componente sensível e caro), possibilitando melhor adaptabilidade aos ambientes mais
agressivos. Obviamente não possui coletor (órgão delicado e caro), não produz faíscas e tem,
portanto uma manutenção muito mais reduzida do que qualquer outro motor.

Figura 2.9 – (a) Pacote de lâminas (material ferromagnético). (b) Gaiola (barras). (c) Rotor
bobinado (pacote + gaiola). Fonte: Laboratório Integrado II MTI Funcionamento, Construção e
Ligações – Prof. Norberto Augusto Júnior (Notas de Aulas).

A Figura 2.10 mostra um motor de indução (vista em corte) com rotor em gaiola de esquilo

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3.1.2 - Motor de anéis ou com rotor bobinado

É utilizado em geral para partir cargas de alta inércia ou que exijam conjugados de partida
elevados, ou ainda, quando o sistema de acionamento requer partidas suaves. O rotor bobinado,
com estrutura semelhante ao enrolamento do estator, é constituído por um núcleo de chapas de
aço silício (isoladas entre si) sobre o qual são alojadas as espiras que constituem o enrolamento
(Figura 2.11). Os terminais livres de cada uma das bobinas do enrolamento são ligados a anéis
coletores e estes são ligados a um reostato constituído por resistências variáveis cuja função é a
de reduzir as correntes de arranque elevadas, no caso de motores de elevada potência,
conseguindo uma partida mais suave (Figura

3.2 – Motor trifásico de múltiplas velocidades

Neste tipo de motor podem ser obtidas velocidades distintas num mesmo eixo. Estes motores,
em sua maioria, operam com apenas uma tensão, pois as conexões/religações disponíveis
geralmente permitem a alteração apenas da velocidade. Para cada rotação, a potência e a
corrente são diferentes. Basicamente são encontrados dois tipos de motores trifásicos de
velocidade múltipla: o motor de enrolamentos separados e o motor Dahlander.

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3.2.1 – Motor trifásico de enrolamentos separados

Este tipo de motor – veja a Figura 2.13 – é baseado em que a rotação de um motor elétrico
(rotor gaiola) depende do número de pólos magnéticos formados internamente em seu estator.
Possui na mesma carcaça dois enrolamentos independentes e bobinados com números de pólos
diferentes. Ao alimentar um enrolamento ou outro, obtêm-se duas rotações, uma chamada baixa
e outra, alta.

As rotações dependerão dos dados construtivos do motor, não havendo relação obrigatória
entre baixa e alta velocidade. Exemplos: 6/4 pólos (1200 /1800 rpm); 12/4 pólos (600/1800
rpm), etc. Deve-se ficar atento para o fato de que, ao alimentar uma das rotações (por exemplo
a BAIXA), deve-se ter o cuidado de manter as conexões do lado da outra rotação (no caso a
ALTA) desligadas, isoladas e com o circuito aberto, já que, obviamente, não é possível o motor
girar em duas rotações simultaneamente.

3.2.2 – Motor Dahlander

O motor Dahlander é aquele que possui um enrolamento especial, o qual recebe dois tipos de
conexões, o que possibilita alterar a quantidade de pólos. Daí é possível se obter duas
velocidades distintas, sempre com relação 1:2, já que a velocidade depende, além da freqüência
da fonte de alimentação CA, também do número de pólos – Equação (2.1)

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Exemplos: 4/2 pólos (1800/3600 rpm); 8/4 pólos (900/1800 rpm)

3.2.4 – Partes constituintes

As partes constituintes do motor elétrico são localizadas em dois setores do mesmo: o estator
(parte fixa) e o rotor (parte girante). O espaço entre o estator e o rotor é chamado de entreferro.
A Figura 2.14 ilustra o motor elétrico e na sequência são apresentados os componentes e sua
descrição. Estator  Carcaça (1) - é a estrutura suporte do conjunto; de construção robusta em
ferro fundido, aço ou alumínio injetado, resistente à corrosão e com aletas. Acionamentos e
Comandos Elétricos CEFET-MG 59  Núcleo de chapas (2) - as chapas são de aço magnético,
tratadas termicamente para reduzir ao mínimo as perdas no ferro.  Enrolamento trifásico (8) -
três conjuntos iguais de bobinas, uma para cada fase, formando um sistema trifásico ligado à
rede trifásica de alimentação.

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Rotor  Eixo (7) - transmite a potência mecânica desenvolvida pelo motor. É tratado
termicamente para evitar problemas como empenamento e fadiga.  Núcleo de chapas (3) - as
chapas possuem as mesmas características das chapas do estator.  Barras e anéis de curto-
circuito (12) - são de alumínio injetado sob pressão numa única peça. Outras partes do motor de
indução trifásico: tampa (4), ventilador (5), tampa defletora (6), caixa de ligação (9), terminais
(10) e rolamentos (11).

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3.2.5 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR CA

Nesta seção serão estudados os campos girantes, assunto de extrema importância para o
entendimento do princípio de funcionamento das máquinas elétricas trifásicas. Antes disso, será
apresentado o campo magnético de uma máquina CA monofásica, que é pulsante. O estator do
motor de indução corresponde ao núcleo ferromagnético estacionário, como mostra a Figura
2.15. Nas ranhuras do estator são alojadas as espiras de fio condutor que constituem os
enrolamentos ou bobinas do estator. Dependendo do número de ranhuras e da maneira como
serão dispostas as espiras dos enrolamentos, poderemos ter 2, 4, 6 ou 8 pólos magnéticos.

Como já é sabido, em uma bobina na qual circula uma corrente elétrica, é criado um campo
magnético dirigido conforme o eixo da bobina. O valor deste campo é proporcional à corrente.
As Figuras 2.16a e 2.16b mostram, respectivamente, um enrolamento monofásico e um
enrolamento trifásico, ambos atravessados por corrente(s) i(t) e o campo magnético H criado
em ambas as situações2 .

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Figura 2.16 – (a) Enrolamento monofásico atravessado por uma corrente alternada i(t) e a
consequente formação de um campo magnético pulsante. (b) Formação de um campo
magnético girante em um enrolamento trifásico, a partir de tensões alternadas defasadas de 120
graus elétricos, que geram, em dada fase, uma corrente i(t).

O enrolamento monofásico – Figura 2.16a – é formado por um par de pólos (um pólo NORTE
e um pólo SUL), cujos efeitos são somados para estabelecer o campo magnético h(t), o qual
atravessa o rotor entre os dois pólos, se fechando através do núcleo do estator. Se a corrente i(t)
é alternada, o campo magnético H também o será (veja a Figura 2.17, campo magnético
pulsante). Este campo magnético criado devido a uma só fase é denominado pulsante porque
tem sempre a mesma direção e não permite a indução de correntes significativas nos
enrolamentos rotóricos. Logo, não se consegue a formação do campo magnético girante
(explica-se então a dificuldade existente na partida dos motores monofásicos, assunto a ser
estudado no capítulo 8). Para as máquinas elétricas trifásicas, como é criado o campo
magnético rotativo ou girante? Como é que se dá origem ao movimento de rotação de seu eixo?
Inicialmente considere três bobinas independentes no estator, as quais são montadas com uma
defasagem angular de 120˚ entre si – Figura 2.18.

O campo magnético H (dado em A/m) e a densidade de campo magnético B (em Wb/m2 ou


Tesla) se relacionam pela expressão B = H, onde  é a permeabilidade magnética do meio,

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dada por  = r 0 , com o = 4  10-7 [Wb/A.m] (permeabilidade magnética do vácuo) e r


é a permeabilidade relativa, ou do meio.

3.2.5.2 – Velocidade síncrona (ns)

A velocidade síncrona do motor trifásico é definida pela velocidade de rotação do campo


girante, a qual depende do número de pólos (P) do motor e da freqüência (f) da rede elétrica,
em Hz. Notar que o campo girante possui o mesmo módulo para qualquer ângulo (t), igual a
(3/2)Hmax, girando com velocidade síncrona, s em rad/s. A velocidade do motor em rpm é
dada pela Equação (2.9):

onde: ns = velocidade síncrona do motor, em rpm (rotações por minuto); f = freqüência


aplicada ao motor, em Hz; P = número de pólos do motor, ou seja, são os “P” pólos girantes ao
longo do entreferro. A Tabela 2.1 mostra uma relação de velocidades síncronas em função do

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número de pólos (P) de um Motor Trifásico. Tabela 2.1 – Velocidades síncronas de acordo
como número de pólos de um motor trifásico, nas freqüências de 50 e 60 Hz.

Os enrolamentos podem ser construídos com um ou mais pares de pólos, que se distribuem
alternadamente (um “norte” e um “sul”) ao longo da periferia do núcleo magnético.
Acionamentos e Comandos Elétricos CEFET-MG 67 O campo girante percorre um par de
pólos (p) a cada ciclo. Assim, como o enrolamento tem P pólos ou p pares de pólos, podemos
escrever:

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3.2.5.3 – Escorregamento (s)

Se o motor elétrico gira a uma velocidade diferente da velocidade síncrona (caso dos motores
de indução), isto é, se a velocidade do eixo difere da velocidade do campo girante, então o
motor corta as linhas de força magnética do campo magnético do estator. Daí, pelas leis do
eletromagnetismo, circulam no rotor correntes induzidas (FRANCHI, 2007). O escorregamento
(s) é a diferença entre a velocidade real do eixo do motor, dependente da carga a ele aplicada, e
a velocidade síncrona do campo girante (ns). Em geral, é expresso como um percentual da
velocidade síncrona. Percentualmente, o escorregamento é definido pela Equação (2.10).

O escorregamento varia com a carga aplicada ao motor: com o motor trabalhando em vazio, o
escorregamento é próximo de zero. À medida que a carga aumenta no eixo, o escorregamento
também aumenta. Isto é óbvio, pois, quando maior a carga, maior será o conjugado ou torque
necessário para acioná-la. Para se obter o torque, a diferença de velocidade terá que ser maior a
fim de que as correntes induzidas e os campos magnéticos produzidos sejam maiores. Logo, à
medida que a carga aumenta, diminui a rotação do motor.

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3.2.5.4– ENERGIA, POTÊNCIA EL ÉTRICA E POTÊNCIA MEC ÁNICA

A potência é a grandeza que mede a “velocidade” com que a energia é aplicada ou consumida.
No exemplo da seção anterior, para um poço com 24,5 metros de profundidade, a energia gasta,
ou trabalho realizado para trazer o balde do fundo até a boca do poço é sempre a mesma, de
acordo com a Equação (2.14).

A unidade de medida de energia mecânica, Nm, é a mesma que usamos para o conjugado -
tratase, no entanto, de grandezas de naturezas diferentes, que não devem ser confundidas (WEG,
Motores Elétricos de Baixa Tensão – catálogo em Português disponível em www.weg.net. Em
termos de potência elétrica, no caso, a potência requerida a um motor elétrico para suspender o
balde do exemplo, a sua unidade é o Watt, que é derivada de uma taxa relacionando o trabalho
realizado em um determinado intervalo de tempo, como mostra a Equação (2.15).

Fazendo uso de (2.13), se for utilizado um motor elétrico capaz de erguer o balde de água em
um tempo de 2,0 segundos, a potência elétrica desenvolvida por este motor será:

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Potência Mecânica em CAVALO-VAPOR (CV) e em HORSE-POWER (HP) Em termos de


potência mecânica (no caso de um motor elétrico, disponível em seu eixo), a sua unidade mais
usual é o CV (cavalo-vapor), equivalente a 736 W. Este termo se deve ao engenheiro escocês
James Watt (1736-1819), inventor da primeira máquina a vapor. Nesta máquina, a energia
mecânica era obtida através do uso de cavalos, rodas hidráulicas e moinhos de vento. Há
também o HP (horse-power, unidade de origem inglesa), com uma pequena diferença:
equivalente a 746 W. As Equações (2.16) e (2.17) mostram as duas unidades em função do W
(watt).

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3.2.5.5 – POTÊNCIA APARENTE, ATIVA E REATIVA

Um motor elétrico, como se sabe, absorve energia elétrica da rede de energia (monofásica ou
trifásica) e a transforma em energia mecânica disponível no eixo. A potência elétrica é dividida
em três componentes: 1) Potência Aparente (S), em kVA – é a potência entregue pela
concessionária aos consumidores. Matematicamente, para cargas trifásicas, é descrita pela
Equação (2.18), sendo igual ao produto entre os valores RMS da tensão e da corrente de linha,
sem levar em conta o tipo de carga (resistiva, indutiva ou capacitiva).

2) Potência Ativa (P), em kW - é a parcela da potência aparente que realiza trabalho, ou seja,
que é transformada em energia. Veja a Equação (2.19), potência ativa trifásica.

O ângulo, nesta equação, é a defasagem entre a corrente e a tensão. 3) Potência Reativa (Q),
em kVAr – é a parcela da potência aparente que “não” realiza trabalho. Apenas é transferida e
armazenada nos elementos passivos (capacitores e indutores) do circuito. A Equação (2.20)
descreve matematicamente este tipo de potência elétrica (em sistemas trifásicos).

Conhecendo as três parcelas da potência elétrica, o próximo passo para descrevê-la


graficamente é construir o “triângulo de potências”.

2.5.7 – Fator de potência O Fator de Potência de um circuito é a razão entre a potência média
(ou ativa) e a potência aparente. Matematicamente é definido como (2.21).

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Para uma carga puramente resistiva (R): cos  = cos 00 = 1.

Daí o FP é unitário. Um motor é uma carga essencialmente indutiva. Logo o FP de um motor é


sempre menor do a unidade (carga RL, onde a indutância L predomina). Para uma carga
trifásica, a Equação (2.22) é melhor escrita como:

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3.2.5.6-AS PRINCIPAIS CAUSAS DO BAIXO FP SÃO:

1) Motores elétricos superdimensionados ou com carga abaixo da nominal;

2) Lâmpadas de descarga: fluorescentes, vapor de sódio, vapor de mercúrio e outras (com


reatores de baixo FP, inclusive os eletrônicos);

3) Instalações de ar-condicionado; 4) Máquinas de solda; 5) Equipamentos eletrônicos


(conhecidos como “cargas não-lineares”) como TVs e computadores por exemplo;

6) Transformadores superdimensionados. Considerações finais sobre o FP - o FP de um circuito


determina que parcela da potência aparente é potência real, podendo variar entre 1 e 0 (zero),
quando  = 900 ; - um baixo FP causa problemas à instalação elétrica, como sobrecarga nos
cabos e transformadores, aumento das quedas de tensão, distorções de corrente e tensão
(harmônicos) etc.; - o fator de potência de uma carga é um dos indicadores que afetam a
eficiência da transmissão e geração de energia elétrica; - é possível corrigir o fator de potência
para um valor próximo ao unitário. Tal procedimento é conhecido como correção do fator de
potência. A maneira mais simples é a conexão de bancos de indutores ou capacitores, com uma
potência reativa Q contrário ao da carga, tentando ao máximo anular essa componente. Por
exemplo, o efeito indutivo de motores pode ser anulado com a conexão em paralelo de um
capacitor (ou banco) junto ao equipamento. - No Brasil, a Agência Nacional de Energia Elétrica
– ANEEL - estabelece que o FP nas unidades consumidoras deve ser superior a 0,92 capacitivo
durante 6 horas da madrugada e 0,92 indutivo durante as outras 18 horas do dia. Esse limite é
determinado pelo Artigo nº 64 da Resolução ANEEL nº 456 de 29 de novembro de 2000. Para
o consumidor que descumpre tal limite, aplica-se uma espécie de multa que leva em conta o
fator de potência medido e a energia consumida ao longo de um mês. A mesma resolução
estabelece que a exigência de medição do fator de potência pelas concessionárias é obrigatória
para unidades consumidoras de alta tensão (supridas com mais de 1 kV) e facultativa para

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unidades consumidoras de baixa tensão (abaixo de 1 kV, como residências em geral). A


cobrança em baixa tensão, na prática, raramente ocorre, pois o fator de potência deste tipo de
unidade consumidora geralmente está acima de 0,92. Tal cobrança não compensa, pois
demanda a instalação de medidores de energia reativa. No Brasil, ainda não existe legislação
para regulamentar os limites das distorções harmônicas nas instalações elétricas.

3.2.5.7 – Ligações de motores de indução

Serão abordados neste item os seguintes tipos de ligações em motores de indução: – Ligações
de motores de seis terminais em estrela e em triângulo. – Ligações de motores de nove
terminais em estrela e em triângulo. – Ligações de motores de doze terminais em estrela e em
triângulo. – Ligações de motores de duas velocidades (Dahlander). Os motores elétricos
possuem enrolamentos (ou bobinas), construídos com fios de cobre esmaltados, onde ocorre a
produção de campo e de torque eletromagnético. Estes enrolamentos são dimensionados
segundo parâmetros próprios de cada motor, podendo variar: a espessura do fio, o número de
espiras, o comprimento das bobinas, etc. Através das conexões que podem ser feitas entre as
bobinas do motor elétrico, pode-se alterar o seu comportamento, com influência nos seguintes
parâmetros: 1) reversão no sentido de rotação (horário ou anti-horário) e 2) variação na
velocidade em rpm. Um motor trifásico trabalha em qualquer sentido de rotação, dependendo
da conexão com a fonte elétrica. Para inverter o sentido de rotação, inverte-se qualquer par de
conexões entre motor e fonte elétrica. A maioria dos motores trifásicos assíncronos possui
ventilador bidirecional, proporcionando sua operação em qualquer sentido de rotação, sem
prejudicar a ventilação do motor. A Figura 2.36 mostra de modo gráfico o modo de se inverter
o sentido de rotação de um motor CA (muda-se o sentido do campo girante, como já foi visto e
calculado).

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Tensão nominal múltipla A grande maioria dos motores elétricos é fornecida com terminais do
enrolamento religáveis, de modo a funcionar em redes de pelo menos duas tensões diferentes.
Os motores trifásicos são disponíveis com 6, 9 e 12 terminais. 2.7.1 – Ligações de motores de 6
(seis) terminais Os motores trifásicos com seis terminais só têm possibilidades de ligação em
dois níveis de tensão: 127/220 V ou 220/380 V ou 440/760 V. Esses motores são ligados em 
na menor tensão e em Y na maior tensão. A Figura 2.37 mostra uma placa de ligação ou painel
de ligações desse tipo de motor.

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A Figura 2.39 apresenta a conexão estrela (Y), com dois níveis de tensão (440 V, tensão de fase
e 760 V, tensão de linha), onde as correntes de linha e de fase são iguais. Já a tensão de linha é
maior do que a de fase, segundo a relação:

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Nas ligações da Figura 2.40, as bobinas estão alimentadas em 220 V. A primeira mostra uma
conexão estrela, onde a tensão de linha é 220 3  V = 380 V. Na segunda conexão, as tensões
de fase e de linha são iguais a 220 V

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3.2.5.7.2 – LIGA ÇÕ ES DE MOTORES DE 9 (NOVE) TERMINAIS

Os motores elétricos trifásicos de 9 terminais apresentam o enrolamento de cada fase dividido


em duas partes (lembrar que o número de pólos é sempre par, de modo que este tipo de ligação
é sempre possível). Ligando as duas metades em série, cada metade ficará com a metade da
tensão de fase nominal do motor. Nos motores elétricos com nove terminais são possíveis as
ligações nas seguintes tensões: 220 V, 380 V e 440 V. Nestes tipos de motores existem bobinas
(com extremidades numeradas com 7, 8 e 9) que não são acessíveis externamente. Estas são
conectadas em estrela internamente ao motor.

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3.2.5.7.3– Liga çõ es de motores de 12 (doze) terminais

O motor de 12 pontas é uma combinação dos casos anteriores: o enrolamento de cada fase é
dividido em duas metades para ligação série-paralelo. Além disso, todos os terminais são
acessíveis para ligação das três fases em estrela ou triângulo (o motor não possui ligações
internas entre bobinas). É possível então efetuar quatro tipos de conexões para a alimentação do
motor. As possíveis são em 220, 380, 440 e 760*V (*somente para partida). A Figura 2.45
mostra conexões para obter tensões de 220, 380, 440 e 760 V (esta última com ligação em
estrela, com os terminais 10, 11 e 12 ligados em comum).

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3.2.5.7.4 – Liga ções de motores de duas velocidades (Dahlander)

O motor trifásico Dahlander pode ser aplicado em talhas, elevadores, correias transportadoras,
máquinas e equipamentos em geral ou outras aplicações que requeiram motores assíncronos de
indução trifásicos com duas velocidades. Possui apenas um enrolamento, uma única tensão de
alimentação e duas velocidades (sendo uma o dobro da outra). Na Figura 2.51 é apresentado o
seu diagrama, onde os bornes estão disponíveis em duas séries nos enrolamentos.

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Para operação em baixa velocidade: deve-se alimentar os bornes U1, V1 e W1 ou 1U, 1V e 1W,
como escrito nos painéis de fabricantes diferentes, como mostra a Figura 2.52. Em alta
velocidade: deve-se alimentar os terminais U2, V2 e W2 (ou 2U, 2V e 2W) e ligar em curto-
circuito os terminais 1U, 1V e 1W

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A ligação Dahlander permite uma relação de pólos de 1:2, o que corresponde à mesma relação
de velocidade. Quando a quantidade de pólos é maior a velocidade é mais baixa; quando é
menor a velocidade é mais alta. Isso decorre da Equação (2.25).

Onde: n = velocidade; p é o número de pólos; s = escorregamento e f = freqüência.

Em resumo: os motores Dahlander são motores de duas velocidades com enrolamento por
comutação de pólos. A “ligação Dahlander” consiste numa relação de pólos de 1:2 com
consequente relação de rotação de 2:1

4-CONTATOR MAGNÉTICO

Numa definição simples, contatores são dispositivos de manobra eletromecânica, construídos


para uma elevada freqüência de operação. São comandados a distância, com uma única posição
de repouso estável (aberto ou fechado). Os contatores podem estabelecer, interromper e
suportar correntes normais da instalação (nominais) e ocasionalmente as de curto-circuito.
Acionamentos e Comandos Elétricos CEFET-MG 92 De acordo com a potência (carga), o
contator é um dispositivo de comando de motor e pode ser utilizado individualmente, acoplado
a relés de sobrecarga, na proteção de sobrecorrente. Basicamente, existem contatores para
motores e contatores auxiliares.

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4.1 – CLASSIFICA ÇÃ O DOS CONTATORES

Os contatores podem ser classificados como principais (siglas CW e CWM) e auxiliares


(CAW). Os contatores auxiliares operam com corrente máxima de 10 A e possuem de 4 a 8
contatos, podendo chegar até 12 contatos. Os contatores principais trabalham com corrente
máxima de até 600 A. De uma maneira geral possuem três contatos principais do tipo NA, para
manobra de cargas trifásicas a três fios. A IEC classificou os contatores segundo a sua
capacidade de suportar os esforços decorrentes da interrupção de correntes superiores à sua
corrente nominal e também à sua durabilidade frente às inúmeras manobras de abertura e
fechamento repetidas.

Tal classificação leva em conta: 1) a freqüência de operações de ligar/desligar; 2) valor da


sobrecarga; 3) fator de potência da carga e 4) tipo de operação dos motores elétricos: na partida,
na frenagem, na reversão de rotação etc.

– Outras considerações

O CONTATOR controla elevadas correntes através de um circuito de baixa corrente. É


construído de uma bobina – veja a Figura 3.7 -, que, quando alimentada por corrente, cria um
campo eletromagnético no núcleo fixo o qual atrai o núcleo móvel, fechando o circuito. Ao
cessar a alimentação da bobina, o campo eletromagnético é interrompido e aí o mecanismo
volta à posição anterior (chave aberta).

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Um dos critérios para selecionar um contato é o tipo de tensão de trabalho de suas bobinas. A
bobina constitui o terminal de entrada para o movimento da peça móvel do contator (armadura).
A tensão de alimentação da bobina pode ser do tipo contínuo (CC) ou alternado (CA),
dependendo da tecnologia do fabricante. Há uma grande variedade de bobinas com diversos
níveis de tensão (de 24 até 600 V), tanto para CC quanto para CA. Na Figura 3.8 é apresentado
o esquema de um contator trifásico de dois terminais, onde são utilizados contatos NA e NF

Más o que são contatos NA e NF? Para fins de classificação, os contatos são designados de
acordo com o seu estado de repouso. Como os contatos “normalmente” se encontram nas
situações de repouso, os contatos são classificados de duas formas: 1) Normalmente Aberto
(NA): indica contato aberto na posição de repouso; 2) Normalmente Fechado (NF): indica
contato fechado na posição de repouso.

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Assim como na classificação, os contatos são representados graficamente (no desenho) na


posição de repouso, ou seja, um contato NA será uma chave aberta e um contato NF uma chave
fechada conforme se vê a seguir

Como é feito o comando da bobina?

É efetuado por meio de uma botoeira ou chave-bóia, por exemplo, com duas posições, cujos
elementos de comando estão ligados em série com a bobina. A velocidade de fechamento dos
contatores é resultado da força proveniente da bobina (força eletromagnética) e da força
mecânica das molas de separação que atuam em sentido contrário.

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As molas são responsáveis pela velocidade de abertura do contator, o que ocorre quando a
bobina magnética não estiver sendo alimentada ou quando o valor da força magnética for
inferior à força das molas. Vantagens do Emprego de Contatores - Comando à distância; -
Elevado número de manobras; - Grande vida útil mecânica; - Pequeno espaço para montagem; -
Garantia de contato imediato; - Tensão de operação de 85 a 110 % da tensão nominal prevista
para contator.

Características Principais - Ligação rápida e segura do motor; - Controle de alta corrente por
meio de baixa corrente; - Comando local ou à distância; - Possibilidade de se construir vários
tipos de chaves de partida; - Proporciona proteção efetiva do operador; - Garantia de
desligamento do motor em caso de sobrecarga; - Possibilidade de simplificação do sistema de
operação e supervisão de uma instalação.

Defeitos mais freqüentes dos Contatores - Sobrecarga da bobina magnética; - Isolação


deficiente; - Desgaste excessivo dos contatos; - Sobreaquecimento dos contatos; - Defeitos
mecânicos. Franchi (2007) afirma que se pode relacionar a vida útil do contator diretamente
com a vida elétrica dos seus contatos, que por sua vez depende do nível da corrente e é
determinado pelo número de manobras. A vida útil do comando pode ser estimada de em
função de aspectos mecânicos e elétricos. Com relação à vida útil mecânica, esta possui um
valor fixo, definido pelo projeto do contator e pelo desgaste dos materiais utilizados.
Numericamente falando, se pode citar um valor entre 10 x 106 a 15 x 106 manobras (contatores
de pequeno porte). Este parâmetro vem indicado no catálogo dos fabricantes

A Figura 3.11 mostra o esquema completo de um contator, com as suas partes constituintes:
bobina, chaves principais (identificadas por números de um dígito) e chaves auxiliares
(identificadas por números de dois dígitos).

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Normas de identificação dos contatos dos contatores

A normalização nas identificações de terminais dos contatos e demais dispositivos de manobra


de baixa tensão é o meio utilizado para tornar mais uniforme a execução de projetos de
comandos e facilitar a localização e função desses elementos na instalação.

A identificação é feita por letras maiúsculas nas bobinas com apenas um enrolamento (veja os
exemplos nas Figuras 3.12 e 3.13). Para a identificação dos terminais principais e auxiliares de
um contator, observa-se que a identificação é feita por 2 dígitos, onde: 1º dígito: posição
ocupada pelo contato a partir da esquerda. 2º dígito: função do contato – 1 para NF (abridor) e
3 para NA (fechador). A identificação numérica apresentada nas Figuras 3.14 e 3.15 aplica-se
aos contatos abridores e fechadores (NF e NA). No exemplo da Figura 3.14, a chave numerada
com 13 e 14 indica a primeira chave (primeiro dígito, 1) e que é do tipo NA (normalmente
aberta, segundo dígito: 3 e 4). Da mesma forma, a chave numerada com 41 e 42 indica a quarta
chave na sequência, sendo do tipo NF (normalmente fechada, segundo dígito com finais 1 e 2)

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Contatores São dispositivos (fig. 3.8c) de manobra mecânica, acionado eletromagneticamente,


construídos para uma elevada freqüência de operação, e cujo arco elétrico é extinto no ar, sem
afetar o seu funcionamento. Como pode ser observado na figura 3.8a e 3.8b, o contator
consiste basicamente de um núcleo magnético (bipartido, uma parte móvel e a outra fixa) e
uma bobina que quando alimentada por um circuito elétrico, forma um campo magnético que,
concentrando-se na parte fixa do núcleo, atrai a parte móvel. Quando não circula corrente pela
bobina de excitação essa parte do núcleo é repelida por ação de molas. Contatos elétricos são
distribuídos solidariamente a esta parte móvel do núcleo, constituindo um conjunto de contatos
móveis. Solidário a carcaça do contator existe um conjunto de contatos fixos. Cada jogo de

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contatos fixos e móveis podem ser do tipo Normalmente aberto (NA), ou normalmente
fechados (NF)

Os contatores de potência são para correntes máximas de até 600 A aproximadamente. De uma
maneira geral possuem 3 contatos principais do tipo NA, para manobra de cargas trifásicas e
podem dispor também, de contatos auxiliares acoplados. Um fator importante a ser observando
no uso dos contatores são as faíscas produzidas pelo impacto, durante a comutação dos contatos.
Isso promove o desgaste natural dos mesmos, além de consistir em riscos a saúde humana. A

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intensidade das faíscas pode se agravar em ambientes úmidos e também com a intensidade de
corrente elétrica circulando no painel. Dessa forma foram aplicadas diferentes formas de
proteção, resultando em uma classificação destes elementos. Basicamente existem 4 categorias
de emprego de contatores principais:

a) AC1: é aplicada em cargas ôhmicas ou pouco indutivas, como aquecedores e fornos a


resistência.

b) AC2: é para acionamento de motores de indução com rotor bobinado.

c) AC3: é aplicação de motores com rotor de gaiola em cargas normais como bombas,
ventiladores e compressores. 18

d) AC4: é para manobras pesadas, como acionar o motor de indução em plena carga, reversão
em plena marcha e operação intermitente.

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* A categoria AC – 3 pode ser usada para regimes intermitentes ocasionais por um período de
tempo limitado como em set-up de máquinas; durante tal período de tempo limitado o número
de operações não pode exceder 5 por minuto ou mais que 10 em um período de 10 minutos

Exemplo 3.8 – Exemplos comerciais de contatores A Figura 3.30 mostra um exemplo


comercial de contator, da GE – modelo CL, onde são mostradas todas as suas partes
constituintes. Este tipo de contator opera com corrente alternada e com corrente contínua, na
faixa de 9 a 140 A. Conta, dentre outros dispositivos, com um relé de sobrecarga e com um
temporizador eletrônico. A Figura 3.31 mostra uma combinação de contatores e de seus
dispositivos.

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4.2-SIMBOLOGIA GR ÁFICA

Até o presente momento mostrou-se a presença de diversos dispositivos que podem ser partes
constituintes de um circuito de comando elétrico. Em um comando, para saber como estes
dispositivos são ligados entre si é necessário consultar um desenho chamado de esquema
elétrico. No desenho elétrico cada um dos elementos é representado através de um símbolo. A
simbologia é padronizada através das normas ABNT, DIN, IEC, etc. Na tabela 3.1 apresentam-
se alguns símbolos referentes aos componentes estudados nos parágrafos anteriores.

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– DIAGRAMA DE COMANDO

O diagrama de comando, como o próprio nome já diz, é o cérebro de um sistema de


acionamento elétrico. Consiste de dispositivos montados em uma sequência onde a lógica
implementada define o tipo e as operações no acionamento da carga. Para uma lâmpada, o seu
acionamento (liga/desliga), tempo em que vai ficar acesa (iluminação, luz de emergência, luz
de sinalização). Para um motor elétrico, as operações de: partida, temporização,
intertravamento, reversão de rotação, parada, desligamento etc. Os dispositivos do diagrama de
comando são responsáveis pelo comando, proteção, regulação e sinalização do sistema.

Conceitos básicos em circuitos de comandos elétricos

Para ler e compreender a representação gráfica de um circuito elétrico, é imprescindível


conhecer os componentes básicos dos comandos elétricos e também suas finalidades. Alguns
destes elementos são descritos a seguir. A) Selo: O contato de selo é sempre ligado em paralelo
com o contato de fechamento da botoeira. Sua finalidade é de manter a corrente circulando pelo
contator, mesmo após o operador ter retirado o dedo da botoeira

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B) Selo com dois contatos

C) Intertravamento: Processo de ligação entre os contatos auxiliares de vários dispositivos, pelo


qual as posições de operação desses dispositivos são dependentes umas das outras. Através do
intertravamento, evita-se a ligação de certos dispositivos antes que os outros permitam essa
ligação.

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H) Proteção do sistema: Os contatos auxiliares dos relés de proteção contra sobrecarga, por
exemplo, e as botoeiras de desligamento devem estar sempre em série

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I) Intertravamento com botoeiras:


O intertravamento, também pode ser feito através de botoeiras. Neste caso, para
facilitar a representação, recomenda-se que uma das botoeiras venha indicada com
seus contatos invertidos.

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Nesta representação todos os componentes e conexões são representados. Os dispositivos


são mostrados de acordo com sua seqüência de instalação, obedecendo a construção física
dos mesmos.A posição dos contatos é feita com o sistema desligado. A disposição dos
elementos do circuito pode ser qualquer uma, com a vantagem de que eles são facilmente
reconhecidos.

K) Esquema Funcional: Neste diagrama, todos os condutores estão representados. Não é


levada em conta a posição construtiva e a conexão mecânica entre as partes. O sistema é
subdividido de acordo com os circuitos de correntes existentes. Estes circuitos 25 devem ser
representados sempre que possível, por linhas retas, livres de cruzamentos. A posição dos
contatos é desenhada com o sistema desligado.

A vantagem consiste no fato de que se torna fácil ler os esquemas e respectivas funções,
assim este tipo de representação é o que será adotado neste curso.

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Lista de Exercícios e Problemas 3 – 10 Questões

1) Explique o funcionamento do circuito da Figura 1. Desenhar no quadro da Figura 2 um


diagrama de carga, onde a carga é comandada pelo diagrama da Figura 1 (podem ser
utilizadas como carga, por exemplo, um motor elétrico, uma lâmpada, um forno etc.)

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2) Desenhe um circuito de comando e o respectivo de carga para acionar um motor de


indução trifásico, ligado em 220 V (estrela), de forma que o operador, por motivos de
segurança, tenha que utilizar as duas mãos para realizar o acionamento.

3) Seja o diagrama de carga da Figura 3. Projetar um diagrama de comando para o seu


acionamento, onde um contator comanda a sua partida e o seu desligamento após 2 minutos
(utilize um relé de tempo

4) Seja o diagrama de comando da Figura 4, onde KM1, KM2 e KM3 são contatores que
comandam os motores M1, M2 e M3. Desenhar o diagrama de carga correspondente e
explicar o seu funcionamento.

5) Quais são os defeitos mais freqüentes nos contatores? Classifique as suas chaves, dando
um exemplo em um circuito de acionamento. 6) Quais são as principais características dos
contatores? 7) Qual é o procedimento para se eliminar o efeito de “bloco parasita” na
bobina de um contator? 8) Quais são os critérios de dimensionamento de um contator?
Acionamentos e Comandos Elétricos CEFET-MG 113 9) Como são formados o circuito
principal e o auxiliar de um contator magnético? Explicar a função de cada um. 10) O
Diagrama de comando da Figura 5a diz respeito ao acionamento de dois motores de
indução trifásicos, M1 e M2. a) Completar as ligações pendentes nos diagramas de

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comando e de carga e numerar/identificar os contatos de todos os dispositivos (botoeiras e


contatores). b) Como ocorre o comando dos motores M1 e M2?

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Comando condicionado de motores elétricos Ocorre entre, pelo menos, dois motores. Por
exemplo, sejam dois motores, M1 e M2, onde o objetivo é ligar o motor M1 e após um
determinado tempo, acionar o motor M2, sempre nesta ordem, utilizando um relé
temporizado. Logo, o segundo motor só é ligado se o primeiro estiver ligado, daí o nome de
comando condicionado ou subseqüente. Na ligação subseqüente de motores, podemos
acionar uma esteira, ponte rolante ou um sistema automático industrial, a fim de
desenvolver um produto determinado, mas sempre levando em conta que o(s) motor (es)
seguinte(s) só funciona(m) se o anterior funcionar. A instalação representada na Figura 6.14
é constituída por duas correias transportadoras tendo ao meio um moinho. É necessário que
os motores entrem em funcionamento sucessivo pela seguinte ordem: m1, m2 e m3.
Explique o motivo:

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4.4- CONTROLE DOS MOTORES EL ÉTRICOS

1.1) Funções principais do controle As funções principais do controle de um motor são:


partida, parada, direção de rotação, regulação da velocidade, limitação da corrente
de partida, proteção mecânica, proteção Elétrica, etc.

A figura 1.1 mostra um motor de indução trifásico típico

1.2) Partida
Um motor só começa a girar quando o momento de carga a ser vencido, quando
parado, for menor do que seu conjugado de partida.

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1.3) Parada
Em determinadas aplicações há necessidade de uma rápida desaceleração do
motor e da carga. Ao ser desligado o motor da linha de alimentação utiliza-se um
dispositivo de inversão de rotação com o motor ainda rodando. A parada ou
desligamento do motor da rede efetua-se através de um relé impedindo-o de partir
na direção contrária. No caso de motores síncronos emprega-se frenagem dinâmica.
1.4) Sentido de rotação
A maior parte dos motores (exceto alguns, por exemplo: motores monofásicos,
como o de pólo sombreado e o de repulsão) podem ser empregados nos dois
sentidos de rotação dependendo apenas de um controle adequado.
1.4) Regulação da velocidade
Os motores de C.A., exceto os universais, são máquinas de velocidade constante. Há, entretanto,
possibilidade de serem religadas as bobinas do estator de um motor de indução, de tal maneira
a duplicar o número de pólos e, desta forma, reduzir a velocidade à metade, onde os estatores
podem ser construídos com dois enrolamentos independentes, calculados para o número de
pólos que se deseja, conseguindo-se por meio de pólos reversíveis (variação de pólos) e com
reduzido número de conexões variar a velocidade síncrona do motor. Cada um destes
bobinados pode então ser ligado de forma a possibilitar duas velocidades, na razão de 2:1,
obtendo-se 4 assim quatro velocidades síncronas independentes; contudo, não poderão
proporcionar quaisquer velocidades intermediárias. Com motores de indução de rotor bobinado
é possível obter-se qualquer velocidade desde zero até aproximadamente a velocidade de
sincronismo, mediante a variação de uma simples resistência ligada ao bobinado do rotor, e que
não implica em aquecimento do mesmo, pois, as perdas na resistência são externas ao motor.
Um outro método de regulação da velocidade dos motores de C.A., que permite obter no eixo
uma velocidade que pode ir desde zero até o dobro da velocidade síncrona, é pelo conhecido
sistema do rotor com comutador, através de decalagem das escovas. Outra possibilidade de
alteração de velocidade nos motores de indução é através do inversor de freqüência, o qual
possibilita o controle do motor CA variando a freqüência, mas também realiza a variação da
tensão de saída para que seja respeitada a característica V/F (Tensão / Freqüência) do motor.

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Nos motores de corrente contínua, a velocidade pode ser regulada pela inserção de um reostato
no circuito de campo, para proporcionar ajustes no fluxo. 1.6) Limitação da corrente de partida
A ligação dos motores a uma rede elétrica pública deve observar as prescrições para este fim,
estabelecido por norma.
Normalmente, procura-se arrancar um motor a plena tensão a fim de se aproveitar ao máximo o
binário de partida. Quando o arranque a plena tensão de um motor elétrico provoca uma queda
de tensão superior à máxima admissível, deve-se recorrer a um artifício de partida com tensão
reduzida, tendo porém o cuidado de verificar se o torque é suficiente para acionar a carga.
Há dois métodos para reduzir a tensão na partida:
a) Fornecer corrente à tensão normal, fazendo-se com que o motor, temporariamente, seja
conectado à rede, com o enrolamento para uma tensão superior, empregando-se o sistema de
partida em estrela-triângulo;
b) Fornecer corrente em tensão abaixo da normal por meio de resistências, indutâncias ou
autotransformador. Todos os sistemas de partida com tensão reduzida apresentam (em oposição
à vantagem da redução da corrente) a desvantagem de que o momento ou conjugado de
arranque reduz-se na proporção do quadrado da redução da tensão fornecida ao motor.
1.7) Proteção Mecânica
Os motores devem ser protegidos tanto para a proteção do pessoal de serviço como contra
influências prejudiciais externas para o próprio motor, devendo satisfazer aos requisitos de
segurança, prevenção de acidentes e incêndios. A carcaça do motor serve para fixá-lo no local
de trabalho e protegê-lo conforme o ambiente onde será instalado. É construída de maneira a
englobar as diversas modalidades de proteção mecânica para satisfazer às exigências das
normas, referentes às instalações e máquinas para as quais serão destinados os motores.
Basicamente, entretanto, as proteções mecânicas classificam-se em três categorias:
à prova de pingos e respingos, totalmente fechados e à prova de explosão. Motor à prova de
pingos e respingos – todas as partes rotativas, ou sob tensão.São protegidas contra água gotejante
de todas as direções, não permitindo a entrada direta ou indireta de gotas ou partículas de
líquidos ou objetos sólidos que se derramem ou incidam sobre o motor. Motor totalmente
fechado – Este tipo de motor é de tal forma encerrado que não há troca do meio refrigerante entre

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o exterior 5 e o interior do invólucro, não sendo necessariamente estanque. Dependendo das


características requeridas, tais motores podem dispor ou não de ventilador para refrigeração.

Motor à prova de explosão – São motores construídos para serviço em ambientes saturados de
gases e poeira, suscetíveis ao perigo de inflamação rápida, não podendo provocar a mesma,
quer por meio de faísca ou pelo alto aquecimento. Seu invólucro resiste a explosões de gases ou
misturas explosivas especificadas no seu interior, e impede que uma atmosfera inflamável
circundante sofra ignição por isso. 1.8) Proteção elétrica Como todo motor está sujeito a sofrer
variações do ponto de vista elétrico, há, portanto, conveniência em protegê-lo. Em geral, as
proteções principais necessárias são contra: curto-circuito, sobrecargas, baixa tensão, fase
aberta, reversão de fase, defeitos internos etc.

Os dispositivos de proteção fazem operar os mecanismos de desligamento no caso de existir


uma predeterminada condição.

2) Sobre os motores elétricos de indução de rotor em curto-circuito. Neste curso utilizaremos


os motores de indução trifásicos com rotor do tipo gaiola de esquilo (como o visto na figura
1.1 acima) por serem os mais comuns na indústria. Este nome é dado devido ao tipo de rotor
utilizado (rotor em curto-circuito). Um estudo completo sobre este tipo de máquina elétrica é
tema de um curso de máquinas elétricas. Apesar disso, algumas características básicas são
interessantes ao estudo dos comandos elétricos. Basicamente, o motor de indução com rotor
do tipo gaiola de esquilo é composto por duas partes: → Estator: Circuito magnético do motor
elétrico, geralmente do tipo ranhurado, onde ficam alojadas as bobinas que mediante ligação
apropriada, produzem o campo magnético girante. → Rotor: enrolamento constituído por
barras (de cobre ou alumínio) curto-circuitadas nas extremidades. A corrente no circuito do
rotor é induzida pela ação do campo girante do estator. O motor de indução em
funcionamento significa que o campo magnético formado no circuito do rotor irá então
perseguir o campo girante do estator. Quando o motor é energizado, ele funciona como um
transformador com o secundário em curto-circuito, portanto exige da rede elétrica uma
corrente muito maior que a nominal, podendo atingir cerca de 8 vezes o valor da mesma. As

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altas correntes de partida causam inconvenientes, pois, exige dimensionamento de cabos com
diâmetros bem maiores do que o necessário. Além disso, pode ocorrer quedas momentâneas
do fator de potência, que é monitorado pela concessionária de energia elétrica, causando
elevação das contas de energia. Para evitar estas altas correntes na partida, existem métodos
de acionamentos de motores elétricos que proporcionam uma redução no valor da corrente de
partida dessas máquinas, tais como: → Partida estrela-triângulo; → Partida série-paralela; →
Partida por autocompensador. Os motores de indução podem ser adquiridos com 3, 6, 9 ou 12
terminais externos. No caso do motor de 6 terminais existem dois tipos de ligação: 6 1 →
Triângulo: Com a tensão nominal do enrolamento de fase igual a 220 V (ver figura 2.1a); →
Estrela: Com o enrolamento conectado em estrela a tensão de linha passa a ser √3 vezes a
tensão do enrolamento em Δ (√3 . 220 = 380V) (ver figura 2.1b); 2 → Triângulo: Com a
tensão nominal do enrolamento de fase igual a 380 V; → Estrela: Com o enrolamento
conectado em estrela a tensão de linha passa a ser √3 vezes a tensão do enrolamento em Δ
(√3 . 380 = 660V).

No caso do motor de 12 terminais, existem quatro tipos possíveis de ligação: →


Triângulo em paralelo: a tensão nominal é 220 V (ver figura 2.2) → Estrela em
paralelo: a tensão nominal é 380 V (ver figura 2.2) → Triângulo em série: a tensão
nominal é 440 V (ver figura 2.2) → Estrela em série: a tensão nominal é 760 V (ver
figura 2.2) A união dos terminais segue uma determinada ordem padrão. Existe uma
regra prática para fazê-lo: numera-se sempre os terminais de fora com 1, 2 e 3 e
ligam-se os terminais restantes. No caso do motor de 12 terminais deve-se ainda
associar as séries e os paralelos com as bobinas correspondentes, como por exemplo
(1-4 com 7-10).

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Uma última característica importante do motor de indução a ser citada é a sua placa de
identificação (Fig. 2.3), que traz informações importantes e, algumas estão listadas a seguir: →
CV: Potência mecânica do motor em cv. É a potência que o motor pode fornecer, dentro de
suas características nominais. → Ip/In: Relação entre as correntes de partida e nominal; → Hz:
Freqüência da tensão de operação do motor; → RPM: Velocidade do motor na freqüência
nominal de operação → V: Tensão de alimentação → A: Corrente que o motor absorve da rede
quando funciona à potência nominal, sob tensão e frequência nominais. → F.S: Fator de
serviço: Fator que aplicado à potência nominal, indica a carga permissível que pode ser
aplicada continuamente ao motor, sob condições especificadas.

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3) Elementos de um circuito de acionamento e proteção de motores elétricos. Um dos pontos


fundamentais para o entendimento dos comandos elétricos é a noção de que “os objetivos
principais dos elementos em um painel elétrico são: a) proteger o operador e b) propiciar
uma lógica de comando”. Partindo do princípio da proteção do operador, uma seqüência
genérica dos elementos necessários à partida e manobra de motores é mostrada na figura 2.4.
Nela podem-se distinguir os seguintes elementos:
A) Seccionamento: Só pode ser operado sem carga. Usado durante a manutenção e
verificação do circuito.
B) Proteção contra correntes de curto-circuito: Destina-se a proteção dos condutores do
circuito terminal. 8
C) Proteção contra correntes de sobrecarga: para proteger as bobinas do enrolamento do
motor.
D) Dispositivos de manobra: destina-se a ligar e desligar o motor de forma segura, ou seja,
sem que haja o contato do operador no circuito de potência, onde circula a maior corrente.

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É importante repetir que no estudo de comandos elétricos é importante ter a seqüência mostrada
na figura 2.4 em mente, pois ela consiste na orientação básica para o projeto de qualquer
circuito. Ainda falando em proteção, as manobras (ou partidas de motores) convencionais, são
dividas em dois tipos, segundo a norma IEC 60947: I. Coordenação do tipo 1: Sem risco para
as pessoas e instalações, ou seja, desligamento seguro da corrente de curto-circuito. Porém,
pode ocorrer dano no contator e no relé de sobrecarga. II. Coordenação do tipo 2: Sem risco
para as pessoas e instalações. Não pode haver dano ao relé de sobrecarga ou em outras partes,
com exceção de leve fusão dos contatos do contator e estes permitam uma fácil separação sem
deformações significativas.

4.5-PARTIDA DIRETA DE MOTOR EL ÉTRICO DE INDU ÇÃO

Sistema de partida no qual o motor recebe, nos seus terminais, plena tensão no instante da
partida. O motor de rotor gaiola pode partir a plena carga e com a corrente elevando-se de 4 a 8
vezes a corrente nominal, conforme o tipo e número de pólos. O conjugado na partida atinge

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aproximadamente 1,5 vezes o conjugado nominal. É o método de partida mais simples, em que
não são empregados dispositivos especiais de acionamento do motor. Apenas são utilizados
contatores, disjuntores ou chaves interruptoras que possibilitem a alimentação do motor com
plena tensão no instante da partida. Os motores somente podem partir diretamente da rede se
forem satisfeitas as seguintes condições

a capacidade nominal da rede seja suficientemente elevada que torne a corrente de partida do
motor como que irrelevante;  a corrente de partida do motor é de baixo valor porque a sua
potência é pequena;  a partida do motor é feita sem carga, o que reduz a duração da corrente
de partida e, conseqüentemente, atenua os efeitos sobre o sistema de alimentação. Os fatores
que impedem a partida dos motores diretamente da rede secundária pública de suprimento são:
 a potência do motor ser superior ao máximo permitido pela concessionária local,
normalmente estabelecida em 7,5 cv (COSERN);  a carga a ser movimentada necessitar de
acionamento lento e progressivo.

Objetivo: A primeira combinação entre os dispositivos de comando estudados é a partida direta


de um motor, mostrada na figura 6.1 abaixo. O objetivo é o de montar este sistema no
laboratório, observando as conexões entre os dispositivos e a lógica de funcionamento, bem
como apresentar o conceito de selo.

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Componentes: 1 Disjuntor tripolar (Q1); 1 disjuntor bipolar (Q2); 1 relé térmico (F2); 1
contator (K1); 1 botoeira NF (S0); 01 botoeira NA (S1); 1 Motor trifásico (M1).

Partida direta de Motor Elétrico com sinalização (Fig. 7.1)

Objetivo: Neste laboratório o objetivo é o de consolidar os conceitos já estudados e


introduzir os elementos de sinalização no comando.

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Componentes: 1 Disjuntor tripolar (Q1); 1 disjuntor bipolar (Q2); 1 relé térmico (F2); 1 contator (K1); 1
botoeira NF (S0); 29 1 botoeira NA (S1); 1 Motor trifásico (M1); 1 lâmpada verde (H1); 1 lâmpada amarela
(H2); 1 lâmpada vermelha (H3).

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) Partida de Motor Elétrico com reversão (Fig. 8.1)

Objetivo: Acionar, de forma automática, um motor elétrico com a reversão do sentido de


rotação, mostrando algumas similaridades com a partida direta e introduzir o conceito de
“intertravamento”.

Componentes: 1 Disjuntor tripolar (Q1); 1 disjuntor bipolar (Q2); 1 relé térmico (F2); 2
contatores (K1 eK2); 1 botoeira NF (S0); 2 botoeiras NA (S1 e S2); 1 Motor trifásico (M1).

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4.6- PARTIDA ESTRELA-TRIÂNGULO (Y - ∆)

Em instalações elétricas industriais, principalmente aquelas sobrecarregadas, podem ser usadas


chaves estrela-triângulo (Fig. 9.1) como forma de suavizar os efeitos de partida dos motores
elétricos. Só é possível o acionamento de um motor elétrico através de chaves estrela-triângulo
se este possuir seis terminais acessíveis e dispor de dupla tensão nominal, tal como 220/380 V
ou 380/660 V. O procedimento para o acionamento do motor é feito, inicialmente, ligando-o na
configuração estrela até que este alcance uma velocidade próxima da velocidade de regime,
quando então esta conexão é desfeita e executada a ligação em triângulo. A troca da ligação
durante a partida é acompanhada por uma elevação de corrente, fazendo com que as vantagens
de sua redução desapareçam se a comutação for antecipada em relação ao ponto ideal. Durante
a partida em estrela, o conjugado e a corrente de partida ficam reduzidos a 1/3 de seus valores
nominais. Neste caso, um motor só pode partir através de chave estrela-triângulo quando o seu
conjugado, na ligação em estrela, for superior ao conjugado da carga do eixo. Devido ao baixo
conjugado de partida a que fica submetido o motor, as chaves estrela-triângulo são mais
adequadamente empregadas em motores cuja partida se dá em vazio. A seguir, algumas
vantagens e desvantagens das chaves estrela-triângulo: a) Vantagens → custo reduzido; →
elevado número de manobras; → corrente de partida reduzida a 1/3 da nominal; → dimensões
relativamente reduzidas. b) Desvantagens → aplicação específica a motores com dupla tensão
nominal e que disponham de seis terminais acessíveis; conjugado de partida reduzido a 1/3 do
nominal; → a tensão da rede deve coincidir com a tensão em triângulo do motor; → o motor
deve alcançar, pelo menos, 90% de sua velocidade de regime para que, durante a comutação, a
corrente de pico não atinja valores elevados, próximos, portanto, da corrente de partida com
acionamento direto. Objetivo: Demonstrar uma dos importantes métodos para diminuir picos de
corrente durante a partida de um motor de indução trifásico

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Exemplo 3.7 – Partida estrela-triângulo de um motor CA Durante a partida e aceleração de


um motor elétrico, até a sua rotação nominal, este solicita uma sobrecorrente em torno de 6
a 8 vezes a corrente nominal, o que pode provocar a queda de tensão na rede de alimentação
e interferência no acionamento de outras cargas (lâmpadas, PCs etc.). Adota-se então o uso
de uma chave de partida ESTRELA-TRIÂNGULO, que é um diagrama de comando onde,
através de uma lógica de operação das chaves dos contatores, controla-se a corrente do
motor no período de transitório de partida. Uma observação importante: através desta
manobra o motor realizará uma partida mais suave, reduzindo sua corrente de partida em

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aproximadamente 1/3 da que seria se acionado em partida direta. A partida Y-Δ é utilizada
quase que exclusivamente para partidas sem carga. A Figura 3.29 ilustra este método de
acionamento

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4.7- PARTIDA ATRAVÉS DE CHAVE COMPENSADORA

A chave compensadora (Fig. 10.1a e comando Fig. 10.1b) é composta, basicamente, de um


autotransformador com várias derivações, destinadas a regular o processo de partida. Este
autotransformador é ligado ao circuito do estator. O ponto estrela do autotransformador fica
acessível e, durante a partida, é curto-circuitado e esta ligação se desfaz logo que o motor é
conectado diretamente à rede. Normalmente, este tipo de partida é empregado em motores de
potência elevada, acionando cargas com alto índice de atrito, tais como britadores, máquinas
acionadas por correias, calandras e semelhantes. A abaixo representa, esquematicamente, uma
chave compensadora construída a partir de três autotransformadores.

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As derivações, normalmente encontradas nos autotransformadores de chaves compensadoras,


são de 50%, 65% e 80%. . Relativamente às chaves estrela-triângulo, podem-se enumerar
algumas vantagens e desvantagens da chave compensadora. a) Vantagens: → na derivação 65%,
a corrente de partida na linha se aproxima do valor da corrente de acionamento, utilizando
chave 33 estrela-triângulo; → a comutação da derivação de tensão reduzida para a tensão de
suprimento não acarreta elevação da corrente, já que o autotransformador se comporta, neste
instante, semelhantemente a uma reatância que impede o crescimento da mesma; → variações
gradativas de tape, para que se possa aplicar a chave adequadamente à capacidade do sistema

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de suprimento. b) Desvantagens: → custo superior ao da chave estrela-triângulo; → dimensões


normalmente superiores às chaves estrela-triângulo, acarretando o aumento no volume dos
Centros de Controle de Motores (CCM).

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4.8-SOFT-STARTER

É um dispositivo eletrônico (fig. 11) composto de pontes tiristorizadas (SCRs na configuração


antiparalelo acionadas por uma placa eletrônica, a fim de controlar a corrente de partida de
motores de corrente alternada trifásicos. Seu uso é comum em bombas centrífugas, ventiladores,
e motores de elevada potência cuja aplicação não exija a variação de velocidade.

A soft-stater controla a tensão sobre o motor através do circuito de potência, constituido por
seis SCRs, variando o ângulo de disparo dos mesmos e consequentemente variando a tensão
eficaz aplicada ao motor. Assim, pode-se controlar a corrente de partida do motor,
proporcionando uma "partida suave" (soft start em inglês), de forma a não provocar quedas de
tensão elétrica bruscas na rede de alimentação, como ocorre em partidas diretas (veja figura 12).
Costumam funcionar com a tecnologia chamada by-pass, a qual, após o motor partir e receber
toda a tensão da rede, liga-se um contator que substitui os módulos de tiristores, evitando
sobreaquecimento dos mesmos.

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Aplicações Bombas Centrífugas, Alternativas (Saneamento / Irrigação / Petróleo), Ventiladores,


Exaustores, Sopradores, Compressores de Ar, Refrigeração (Parafuso / Pistão), Misturadores,
Aeradores, Centrífugas, Britadores, Moedores, Picadores de Madeira, Refinadores de Papel,
Fornos Rotativos, Serras e Plainas (Madeira), Moinhos (Bolas / Martelo), Transportadores de
Carga.

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4.9- INVERSORES DE FREQÜÊ NCIA

A demanda por motores CA vem crescendo cada vez mais e com isso também a demanda de
equipamentos para controle desses motores. Isso deve-se ao baixo custo de compra e
manutenção dos motores CA comparados aos motores CC que utilizam escovas com grande
desgaste e elevada manutenção.

O que são inversores de freqüência? São dispositivos eletrônicos (Fig. 13) que convertem a
tensão da rede alternada (CA), em tensão contínua (CC) de amplitude e freqüência constantes, e
finalmente converte esta última, numa tensão de amplitude e freqüência variáveis (CA)
(Figuras 14, 15, 16 e 17

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Estes equipamentos controlam totalmente a velocidade do motor de zero até a freqüência


máxima nominal ou superiores. Existem inversores que podem gerar uma tensão alternada (CA)
de até 7200Hz para alimentar motores especiais. Os drives têm a 46 habilidade de atuar como
dispositivos de proteção para os mais variados problemas de rede elétrica que se pode ocorrer,
como o desequilíbrio das tensões entre fases, falta de fase, sobretensões, subtensões, sobrecarga,
queda de tensão, etc. Estes equipamentos são usados em motores elétricos de indução
substituindo os rudimentares sistemas de variação de velocidades mecânicos, tais como polias,
variadores eletromagnéticos e variadores hidráulicos, bem como os custosos motores de
corrente contínua pelo conjunto motor assíncrono e inversor, mais barato, de manutenção mais
simples e fácil reposição. Aplicações Os inversores de freqüência têm uma vasta aplicação na
indústria de máquinas e processos em geral. Com a capacidade inerente de variar a velocidade
ou controlar o torque de motores elétricos trifásicos CA permitem aos projetistas, desenvolver
máquinas que sem os mesmos, seriam praticamente impossíveis de serem fabricadas. Alguns
exemplos de aplicações para a utilização com eficiência dos drives são: pontes rolantes,

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elevadores, escadas rolantes, compressores, ventiladores,bombas, sistemas de ar-condicionado


(HVAC), extrusoras, bobinadoras, guindastes, compressores, cortadeiras, dobradeiras, etc...

Benefícios dos inversores de freqüência Os inversores de freqüência controlam a rotação e a


velocidade do motor elétrico para prover as reais demandas do processo sem perdas,
propiciando uma considerável economia de energia. Além disso, reduz as cargas nas redes de
alimentação e o stress mecânico nas máquinas durante a partida do motor, principalmente nos
acoplamentos e caixas de redução. Essas funcionalidades também podem ser realizadas com
métodos de controle simples, por exemplo, com válvulas ou controle por by-pass, controles por
sistemas liga/desliga. Porém esses métodos consomem muita energia, além do custo total ser
maior do que a solução com inversores de freqüência. Além disso, ainda tem o efeito ambiental,
pois aumentam a emissão de CO2 em plantas de geração de energia. Desta forma os custos
totais do investimento com métodos de controle simples são muito maiores do que com
inversores de freqüência. Ainda, existem vários outros retornos de investimento na aquisição de
drivers. Por exemplo, a capacidade de otimizar o processo, o qual nos dê melhor qualidade e
melhores índices de produção, é muito difícil de se atingir com os métodos de controle simples.
Um eventual aumento na capacidade de produção normalmente requer a reconstrução de todo o
sistema

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5- DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO E DE COMANDO

5.1 – Introdução

Um curto-circuito pode ser definido como uma ligação acidental de condutores sob tensão. A
impedância desta ligação é praticamente desprezível, com a corrente atingindo um valor muito
maior que a corrente de operação. Tanto o equipamento quanto a instalação elétrica poderão
sofrer esforços térmicos e eletrodinâmicos excessivos. A forma mais segura de se proteger uma
instalação contra um curto-circuito é dimensionar disjuntores ou fusíveis por onde a corrente
elétrica passa (Figura 4.1).

Desta forma, se ocorrer um aumento na intensidade da corrente, o fusível queima e o disjuntor


desliga a chave, abrindo o circuito e não permitindo que a corrente passe pelos outros
componentes do mesmo. Um curto-circuito pode ser caracterizado de várias formas: 1)
Duração do curto-circuito - Auto-extinguível: como é o caso de um curto-circuito criado pela
umidade. A temperatura desenvolvida nesse ponto pode provocar a secagem e assim eliminar o
defeito. - Transitório: a falha

de isolamento pode introduzir uma impedância relativamente elevada que tende a manter-se
originando uma intensidade de corrente superior ao valor da corrente de serviço, mas que, na
maior parte dos casos, rapidamente evolui para a corrente de curto circuito. - Estacionário:
mantém-se se não existir a atuação de um dispositivo de proteção. 2) Origem do curto-circuito -
mecânica: quebra ou corte de um condutor, contato acidental entre condutores. - sobre-tensões
internas ou de origem atmosférica. - falha de isolamento: devido à temperatura, umidade ou a
corrosão. - localização: no interior ou exterior de equipamentos (máquinas ou dispositivos). Um
curto-circuito pode ser do tipo: - fase-neutro; - fase-terra: verifica-se este tipo de defeito em
cerca de 80 % dos casos; - fase-fase: cerca de 15 % dos defeitos verificando-se que
normalmente degeneram num curtocircuito trifásico; - trifásico: apenas 5% dos casos
reportados de situações de defeito são resultantes de um curtocircuito que envolve as três fases.
Na Figura 4.2 representam-se estas diferentes situações de curto-circuito.

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5.1.1 - Curto-circuito e proteção

A norma NBR 5410/97 prescreve que todo circuito, incluindo circuito terminal de motor, deve
ser protegido por dispositivos que interrompam a corrente, quando pelo menos um dos
condutores for percorrido por uma corrente de curto-circuito. A interrupção deve ocorrer num
tempo suficiente curto para evitar a deterioração dos condutores. Esta interrupção deve-se dar
por dispositivo de seccionamento automático. A norma aceita a utilização de fusíveis ou
disjuntores para proteção específica contra curto-circuitos.

5.2 – Fusíveis

O princípio de funcionamento do fusível baseia-se na fusão do filamento e conseqüente


abertura do mesmo, quando por este passa uma corrente elétrica superior ao valor de sua
especificação. Para entender esta operação, veja a Figura 4.3 (FRANCHI, 2007).

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O elemento fusível é um fio ou uma lâmina de metal, alocado no interior do fusível, um corpo
geralmente de porcelana e hermeticamente fechado. A maioria dos fusíveis possui um elemento
indicador (indicado por 3, na Figura 4.3) que indica a integridade do dispositivo. Este elemento
é um fio ligado em paralelo com o elemento fusível e que libera uma mola após a sua operação,
o que provoca o aparecimento do sinalizador na carcaça do fusível. O meio extintor do fusível é
um material granulado, geralmente areia de quartzo. O elemento fusível assume diversas
formas, de acordo com a sua corrente nominal, podendo ser composto por um ou mais fios de
lâminas ligados em paralelo, com trechos de seção reduzida. No fusível existe um ponto de
solda em que a temperatura de fusão é menor que a do elemento fusível. Acionamentos e
Comandos Elétricos CEFET-MG 117 4.2.1 - Operação do fusível Quando o elemento fusível
opera em regime permanente (onde a corrente que circula na carga em série é estável), o
condutor e o elemento fusível, obviamente, têm a mesma corrente elétrica, a qual produz
aquecimento em ambos (Figura 4.4). A temperatura do condutor atinge então a temperatura 1.
Já o elemento fusível, que possui uma resistência elétrica mais alta, fica com uma temperatura
superior, 2 (o aquecimento é maior, pelo efeito Joule). Esta temperatura mais elevada ocorre
no ponto médio do elemento fusível, como se vê na curva da Figura 4.4. A temperatura se
comporta da seguinte forma: descresce do ponto médio até as extremidades do elemento fusível.
Nota-se que os pontos de conexão e o ponto médio não têm a mesma temperatura, mas
possuem uma temperatura maior que a dos condutores. A corrente que percorre o fusível sem
ultrapassar este valor é a corrente nominal do mesmo. Um valor acima da corrente nominal
provoca o rompimento do elemento fusível (de acordo com a sua curva de atuação), e aí o
circuito se abre.

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Para o caso onde a corrente do fusível é muito superior à nominal, por exemplo na faixa de 10
vezes, ocorre a fusão do trecho da seção reduzida do elo fusível antes do ponto de solda, em
razão da alta corrente que naquele circula. Na fusão do elo fusível, este está rompido
mecanicamente, mas a corrente não é interrompida plenamente, pois é mantida por um arco
elétrico. A fusão e o arco elétrico provocam então a evaporação do material metálico do elo. O
arco é envolvido pelo elemento extintor, o qual vaporiza. Então o vapor do metal é empurrado
contra a areia, onde grande parte do arco elétrico se extingue, já que a areia penetra o arco e
retira a energia térmica do mesmo (FRANCHI, 2007).

5.2.2 - Fusível – definição clássica Adotando uma definição clássica, o fusível consiste de um
filamento (veja a Figura 4.5) ou lâmina de um metal ou liga metálica de baixo ponto de fusão
que se intercala em um ponto determinado de uma instalação elétrica para que se funda, por
efeito Joule, quando a intensidade de corrente elétrica supere, devido a um curto-circuito ou
sobrecarga, um determinado valor que poderia danificar a integridade dos condutores com o
risco de incêndio ou destruição de outros elementos do circuito

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Os FUSÍVEIS são dispositivos de segurança e proteção que são inseridos nos circuitos elétricos,
para interrompê-los quando alguma anomalia acontece (situações anormais de corrente, como
curto-circuito ou sobrecargas de longa duração)

4.2.3 – Classificação

De um modo geral, os fusíveis são classificados segundo a tensão de alimentação em alta ou


baixa tensão, e também segundo as características de desligamento em efeito RÁPIDO ou
RETARDADO. Figura 4.5 – Constituição de um fusível. Fusíveis de efeito rápido - os fusíveis
de efeito rápido são empregados em circuitos em que não há variação considerável de corrente
entre a fase de partida e a de regime normal de funcionamento. Esses fusíveis são ideais para a

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proteção de circuitos resistivos (lâmpada, fornos, etc.) Fusíveis de efeito retardado - os fusíveis
de efeito retardado são apropriados para uso em circuitos cuja corrente de partida atinge valores
muitas vezes superiores ao valor da corrente nominal e em circuitos que estejam sujeitos a
sobrecarga de curta duração. Como exemplos podem ser citados motores elétricos e cargas
capacitivas em geral. As formas construtivas mais comuns dos fusíveis aplicados nos circuitos
de motores elétricos são os tipos D (Diazed, diametral) e NH, de maior capacidade de corrente
(Figura 4.6).

4.2.4 - Principais características

Os fusíveis D e NH, também conhecidos como fusíveis de força, atuam como dispositivos de
proteção em circuitos de motores elétricos principalmente, protegendo-os contra correntes de

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curtocircuito, de forma seletiva (em combinação com relés) contra sobrecargas de longa
duração. Suas principais características são: - corrente nominal - corrente máxima que o fusível
suporta continuamente sem interromper o funcionamento do circuito. Esse valor é marcado no
corpo de porcelana do fusível. - corrente de curto circuito - corrente máxima que deve circular
no circuito e que deve ser interrompida instantaneamente. - capacidade de ruptura (kA) - valor
de corrente que o fusível é capaz de interromper com segurança. Não depende da tensão
nominal da instalação. - tensão nominal - tensão para a qual o fusível foi construído. Os
fusíveis normais para baixa tensão são indicados para tensões de serviço de até 500 V em CA e
600 V em CC. - resistência elétrica (ou resistência ôhmica) - grandeza elétrica que depende do
material e da pressão exercida. A resistência de contato entre a base e o fusível é responsável
por eventuais aquecimentos que podem provocar a queima do fusível. O fusível tipo D é
recomendado para o uso residencial e industrial, uma vez que possui proteção contra contatos
acidentais, podendo ser manuseado por pessoal não qualificado. Faixa de corrente: de 2 a 63 A,
capacidade de ruptura de 50 kA e tensão máxima de 500 V.

Fusíveis DIAZED Os fusíveis Diazed podem ser de ação rápida ou retardada. Os de ação rápida
são usados em circuitos resistivos, ou seja, sem picos de corrente. Os de ação retardada são
usados em circuitos com motores e capacitores, sujeitos a picos de corrente. Esses fusíveis são
construídos para valores de, no máximo 100 A e capacidade de ruptura é de 70 kA com uma
tensão de 500 V. Na Figura 4.8a é apresentado um fusível Diazed montado em base tipo rosca e
na Figura 4.8b o seu aspecto construtivo.

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Fusíveis tipo D ultra-rápidos (Silized) Os fusíveis ultra-rápidos SILIZED (Figura 4.9) são
utilizados na proteção de curto-circuito de semicondutores, tiristores, GTO's e diodos. Estão
adaptados às curvas de carga dos tiristores e diodos de potência, permitindo, quando da sua
instalação, seu manuseio sem riscos de toque acidental. Figura 4.9 – Aspecto do fusível
SILIZED. Possuem categoria de utilização gR, em três tamanhos, e atendem às correntes
nominais na faixa de 16 a 100 A

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Fusíveis NEOZED (Tipo D0) Os fusíveis NEOZED (Figura 4.10) possuem tamanho reduzido e
são aplicados na proteção de curto-circuito em instalações típicas residenciais, comerciais e
industriais. Possuem categoria de utilização gL/gG, atendendo as correntes nominais de 2 a 63
ampères. Categoria de utilização: gG (para aplicação geral e com capacidade de interrupção em
toda zona tempo-corrente). Tensão nominal: 400 VCA / 250 VCC. Capacidade de interrupção
nominal: 50 kA até 400 VCA e 8 kA até 250 VCC. Atendem às Normas: NBR IEC 60 269 e
VDE 0636. Fusíveis tipo NH Os fusíveis tipo NH (ver o primeiro grupo na Figura 4.11,
comparação com os fusíveis tipo D, no segundo grupo) devem ser manuseados por pessoas
qualificadas, sendo recomendados para ambientes industriais e similares. Faixas: de 4 a 630 A,
capacidade de ruptura de 120 kA e tensão máxima de 500 V.

NOTA: na prática, por questões econômicas, utilizam-se fusíveis do tipo D quando se opera
com correntes até 63 A. Acima deste valor adotam-se os fusíveis do tipo NH (Fonte: WEG –
Transformando Energia em Soluções – Manual de Treinamento. Módulo I – Comando e
Proteção). NH são as iniciais de “Niederspannungs Hochleitungs”, que em língua alemã
significa "Baixa Tensão e Alta Capacidade de Interrupção“

Os fusíveis NH são aplicados na proteção de sobrecorrentes de curto-circuito e sobrecarga em


instalações elétricas industriais. Atendem às normas IEC 60269-2-1, VDE 0636 (alemã) e
NBR11841 (ABNT, brasileira). Possuem categoria de utilização gL/gG, atendendo as correntes
nominais de 6 a 1250 A. Categoria de utilização gG: para aplicação geral e com capacidade de

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interrupção em toda zona tempo-corrente. Tensão nominal: 500 VCA e 690 VCA; 250 VCC.
Capacidade de interrupção nominal: 120 kA até 500 VCA e 690 VCA. 100 kA até 250 VCC.
Os fusíveis NH são constituídos por 2 partes: base e fusível – veja a Figura 4.12. A base é
fabricada de material isolante como a esteatita, plástico ou termo fixo. Nela são fixados os
contatos em forma de garras, às quais estão acopladas molas que aumentam a pressão de
contato.

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Classificação dos fusíveis segundo a faixa de interrupção (ou classe de função) Representação
pelas letras minúsculas g e a (a categoria de utilização é representada por letras maiúsculas,
como será indicado a seguir). Acionamentos e Comandos Elétricos CEFET-MG 122 Fusíveis
tipo g - Fusíveis de capacidade de interrupção em toda a faixa (faixa completa), ou seja,
suportam a corrente nominal por tempo indeterminado e são capazes de operar a partir do
menor valor de sobrecorrente até a corrente nominal de desligamento (atuam na menor
intensidade de sobrecorrente). Fusíveis tipo a - Fusíveis de capacidade de interrupção em faixa
parcial (reagem a partir de um valor elevado de sobrecorrente). As classes de objetos
protegidos são: L-G: cabos e linhas – proteção geral M: equipamentos eletromecânicos R:
semicondutores B: instalações em condições pesadas (minas, por exemplo). Classes de Serviço
dos FUSÍVEIS: gL: proteção total de cabos e linhas aM: proteção parcial de equipamentos
eletromecânicos aR: proteção parcial de equipamentos eletrônicos gR: proteção total de
equipamentos eletrônicos gB: proteção total de equipamentos em minas Os fusíveis classe aR,
de acordo com a norma IEC 60269 têm como característica baixos valores de I²t e se aplicam a
proteção contra curto-circuito de circuitos com semicondutores, não devendo ser aplicados em
situações de pequenas sobrecargas pois, nestas condições, pode ocorrer sobrecarga térmica
sobre o fusível causando a sua atuação indevida e redução da sua capacidade de interrupção.
Fonte: www.weg.net/files/products/WEG-fusiveis-ar-e-gl-gg-50009817-catalogo-portugues-
br.pdf Curva característica de um fusível (dimensionamento) Os fusíveis apresentam curvas
características do tempo máximo de atuação, t(seg), em função da corrente, com a forma
ilustrada na Figura 4.13. No dimensionamento de fusíveis de efeito retardado (para motores
elétricos e cargas capacitivas em geral), devem-se levar em consideração os seguintes aspectos
(FRANCHI, 2007): 1) o tempo de fusão virtual (exemplo para um motor: tempo e corrente de
partida) – neste caso, os fusíveis utilizados devem suportar o pico da corrente de partida (Ip)
sem fundir, durante o tempo (transitório) de partida do motor, Tp. Tendo em mãos os valores
de Tp e Ip é fácil dimensionar o fusível a ser empregado em cada fase do mesmo; 2) a seguinte
equação deve ser utilizada:

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Para assegurar a vida útil da instalação do motor elétrico, deve-se dimensionar uma corrente no
mínimo 20 % superior à sua corrente nominal; Acionamentos e Comandos Elétricos CEFET-
MG 123 3) quanto aos outros dispositivos no circuito de alimentação, como contatores e relés
de sobrecarga, devese observar o seguinte critério:

ou seja, os fusíveis deverão proteger estes elementos. Esta verificação é feita com base em
cálculos e em consultas em tabelas de contatores e de relés de sobrecarga.

Exemplo 4.1 – Cálculo para Dimensionamento de Fusíveis de um Motor Elétrico Efetuar os


cálculos para dimensionar os fusíveis para a instalação de um motor elétrico de 5 CV, 220 V/
60 Hz, 4 pólos, supondo um tempo de partida direta de 5 s. Solução - consultando o catálogo do
motor, tem-se: p n n p I I = 8,2 Com I 13,8 A. I 8,2 13,8 113,6 A.      Seguindo as
curvas características do fusível, com base nos valores de Ip e Tp: 113,6 A (corrente de partida)
e Tp = 5 segundos, respectivamente, encontra-se a região de corrente igual a 16 A (Figura 4.14,
gráfico tempo x corrente)

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Com o ponto de interseção obtido, o fusível deverá ser de 16 A (o ponto está dentro da área
cuja corrente é de 16 A). Adotando o segundo criterio.

Logo, pelo segundo critério, continua valendo, graficamente, a escolha para um fusível de
corrente 16 A

Tema: Dispositivos de Proteção e de Comando – Parte 1 – FUSÍVEIS 1. Quais são os valores


comerciais dos fusíveis, em função de sua corrente nominal?

2. Por que os fusíveis são associados a chaves, nos circuitos de acionamentos elétricos?

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3. A característica tempo-corrente para os fusíveis é ajustável? Justifique. 4. Os fusíveis são


mais rápidos do que os disjuntores? Explicar. 5. Como se dimensiona a corrente de um fusível?
6. Onde são empregados os fusíveis de efeito rápido? 7. Onde se emprega os fusíveis de efeito
retardado? 8. Os fusíveis devem também proteger os contatores e relés de sobrecarga?
Justifique. 9. Com relação aos fusíveis NEOZED, responder: a) Onde são aplicados? b) Qual é
a sua categoria de utilização? 10. Onde são utilizados os fusíveis SILIZED (ultra-rápidos)?

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4.3 – DISJUNTORES

O Disjuntor é um dispositivo eletromecânico que permite proteger uma determinada instalação


elétrica contra curto-circuito e/ou sobrecargas – veja a Figura 4.15. Sua principal característica
é a capacidade de poder ser rearmado manualmente quando estes tipos de defeitos ocorrem,
diferindo do fusível, que tem a mesma função, mas que fica inutilizado depois de proteger a
instalação. Assim, o disjuntor interrompe a corrente em uma instalação elétrica antes que os
efeitos térmicos e mecânicos desta corrente possam se tornar perigosos às próprias instalações.
Por esse motivo, ele serve tanto como dispositivo de manobra como de proteção de circuitos
elétricos. Figura 4.15 – Grupo de disjuntores conectados em um quadro de distribuição. Um
disjuntor é constituído pelo relé, com um órgão de disparo (disparador) e um órgão de corte (o
interruptor) e dotado também de convenientes meios de extinção do arco elétrico (câmaras de

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extinção do arco elétrico). O disjuntor mais simples é o disjuntor termomagnético, que possui
um relé eletromagnético que protege contra curto – circuitos e um relé térmico, constituído por
uma lâmina bimetálica, que protege contra sobrecargas.

5.3.1 - Aspectos construtivos de um disjuntor As Figuras 4.16 e 4.17 mostram os elementos


construtivos de um disjuntor e suas respectivas funções. 1. Atuador - chave para desligar ou
resetar manualmente o disjuntor. Também indica o estado do disjuntor (Ligado/Desligado ou
desarmado). A maioria dos disjuntores é projetada de forma que o disjuntor desarme mesmo
que o atuador seja segurado ou travado na posição "liga". 2. Mecanismo atuador- une os
contatos juntos ou independentes. 3. Contatos - Permitem que a corrente flua quando o
disjuntor está ligado e seja interrompida quando desligado. 4. Terminais. 5. Trip bimetálico Fig.
4.16 – Elementos de um minidisjuntor de 10 A. Fonte:
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/c1/Circuitbreaker.jpg 6. Parafuso calibrador
- permite que o fabricante ajuste precisamente a corrente de trip do dispositivo após montagem.
7. Solenóide. 8. Extintor de arco

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Os disjuntores são dispositivos “termomagnéticos” que fazem a proteção de uma instalação


contra curtos-circuitos e contra sobrecargas. O Disjuntor não deve ser utilizado como
dispositivo de liga-desliga de um circuito elétrico e sim, de proteção. Como visto no esquema
anterior, no disjuntor, para a proteção contra a sobrecarga existe um elemento térmico (bi-
metálico) e para a proteção contra curto-circuito existe um elemento magnético. Quanto à
simbologia para o disjuntor, na Figura 4.19 vêem-se algumas indicações, de acordo com as
Normas ABNT.

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5.3.2 – CURVAS DE DISPARO DO DISJUNTOR

As curvas de disparo do disjuntor indicam o tempo que o mesmo leva para interromper a
corrente quando esta ultrapassa o valor da nominal. Um exemplo é mostrado na Figura 4.20.
Note que quanto maior a corrente, menor o será o tempo para a interrupção

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5.3.3 – DISJUNTOR DIFERENCIAL RESIDUAL (DR)

Este tipo de disjuntor é indicado para proteção contra correntes de fuga à terra em instalações
elétricas de BT, protegendo, portanto, equipamentos e a vida das pessoas. A relevância dessa
proteção faz com que a Norma Brasileira de Instalações Elétricas – ABNT NBR 5410 (uso
obrigatório em todo território nacional conforme lei 8078/90, art. 39 - VIII, art. 12, art. 14),
defina claramente a proteção de pessoas contra os perigos dos choques elétricos que podem ser
fatais, por meio do uso do Dispositivo DR de alta sensibilidade (≤ 30mA).

5.3.3.1 - PRINCÍPIO DE PROTE ÇÃ O DAS PESSOAS

Qualquer atividade biológica no corpo humano seja ela glandular, nervosa ou muscular é
originada de impulsos de corrente elétrica Se a essa corrente fisiológica interna somar-se uma
corrente de origem externa (corrente de fuga), devido a um contato elétrico, ocorrerá no
organismo humano uma alteração das funções vitais, que, dependendo da duração e da
intensidade da corrente, poderá provocar efeitos fisiológicos graves, irreversíveis ou até a morte
da pessoa.

Questão 1 – Caracterizar um curto-circuito quanto à duração e à origem. Questão 2 – Qual é o


princípio de funcionamento do fusível? Questão 3 – Diferenciar fusíveis de efeito rápido de
fusíveis de efeito retardado. Questão 4 – Onde são utilizados os fusíveis tipo D (Diazed) e tipo
NH? Questão 5 – Quanto à classe de objetos e à classe de serviços, classifique os seguintes
fusíveis: aM, aL, gB e gL. Qual o significado técnico das letras minúsculas a e g? Questão 6 –
Identificar para o disjuntor da Figura 1 e explicar a função dos componentes: (a) atuador; (b)
extintor de arco-voltaico; (c) solenóide.

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Questão 7 – Quais são os principais defeitos em contatores elétricos? Questão 8 – Para


dimensionar um contator, que critérios deve-se levar em conta? Questão 9 – Complete as
lacunas abaixo: No disjuntor, para a proteção contra a ___________________ existe um
elemento térmico (bi-metálico) e para a proteção contra ___________________ existe um
elemento magnético. Acionamentos e Comandos Elétricos CEFET-MG – Mecatrônica 131 4.4
5.4 – Relés de sobrecarga

Os relés de sobrecarga são dispositivos baseados no princípio da dilatação de partes elétricas


bimetálicas (metais diferentes) que sofrem dilatações diferentes quando submetidas a uma
variação de temperatura. A Figura 4.23 mostra a deflexão do bimetal, onde se vê que a
curvatura do mesmo se dá para o metal de menor coeficiente de dilatação. Esta curvatura é
utilizada para desarmar um contato e portanto desligar o relé.

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O relé de proteção contra sobrecarga, também conhecido como relé bimetálico ou ainda relé
térmico é aplicado na proteção de motores elétricos contra sobrecarga. Mas, o que vem a ser a
sobrecarga em um motor elétrico? A sobrecarga é a operação do motor elétrico acima de suas
condições nominais. A atuação do relé de sobrecarga consiste então em desligar a alimentação
do motor a fim de protegê-lo contra valores de corrente e de tempo que possam deteriorar a
isolação da instalação. Existem dois tipos de relé de proteção contra a sobrecarga, de acordo
com o principio construtivo: 1) relés de sobrecarga bimetálico (Figura 4.24) e 2) relés de
sobrecarga eletrônico, apropriados para as funções de proteção contra sobrecarga, proteção de
falta de fase e assimetria de fase. Podem oferecer também uma detecção interna de fuga à terra,
possuindo rearme elétrico remoto integrado (fonte: fabricante SIEMENS).

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A Figura 4.24 mostra o esquema de um relé de sobrecarga bimetálico. Note-se os componentes


4 e 6 (lâminas bimetálicas auxiliar e principal). Elementos de um relé de sobrecorrente: 1 –
botão de rearme 2 - contatos auxiliares 3 - botão de teste 4 – lâmina bimetálica auxiliar 5 –
cursor de arraste 6 – lâmina bimetálica principal 7 – ajuste de corrente

Os relés de sobrecarga são utilizados na proteção de equipamentos elétricos, como motores e


transformadores, por exemplo, de um possível superaquecimento. Acionamentos e Comandos
Elétricos CEFET-MG – Mecatrônica 132 No caso de um motor elétrico, o que pode causar o
superaquecimento? 1. Sobrecarga mecânica na ponta do eixo; 2. Tempo de partida muito alto; 3.
Rotor bloqueado; 4. Falta de uma fase; 5. Desvios excessivos de tensão e frequência da rede. A
Figura 4.25 mostra o aspecto (vista superior) de um relé de sobrecarga eletrônico, bem como a
identificação dos seus terminais. Os terminais do relé de sobrecarga são marcados da mesma
forma que os terminais de potência dos contatores.

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Os terminais dos circuitos auxiliares do relé (Figura 4.26) são marcados com funções
específicas. Com a terminação 6 (95-96), a chave é do tipo NF e com a terminação 8, a chave é
do tipo NA (95-98 ou 97-98, no caso do duplo contato).

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5.4.1 – REL É DE SOBRECARGA BIMET ÁLICO COM BOT ÃO RESET E TECLA


MULTIFUNÇÕ ES

De acordo com o fabricante WEG, Os relés de sobrecarga bimetálicos protegem cargas contra o
aquecimento indevido causado por sobrecarga ou falta de fase. Quando temos uma sobrecarga
ou uma falta de fase no circuito ocorre um aumento na corrente do motor. Esta elevação de
corrente causa o acionamento do mecanismo de disparo que atuará sobre os contatos auxiliares
95-96 (NF) e 97-98 (NA). Os contatos auxiliares desligam a carga por meio de um contator. O
tempo para o desligamento é uma função da corrente de disparo em relação à corrente ajustada,
que se encontra devidamente representada na curva de disparo do relé. Após o desarme, deve-
se aguardar o restabelecimento do sistema para que se faça o rearme, que pode ser feito de
forma manual ou automática. Os relés de sobrecarga bimetálicos RW foram projetados para a
proteção de motores trifásicos e monofásicos em CA, e para motores em CC. Se os relés de
sobrecarga RW forem utilizados na proteção de cargas monofásicas em CA ou cargas em CC,
os esquemas de ligação apresentados em catálogo deverão ser respeitados. Fonte: Catálogo –
Contatores e Relés de Sobrecarga. WEG Equipamentos Elétricos S.A. Disponível em:
http://www.weg.net/files/products/WEG-contatores-e-reles-de-sobrecarga-folheto-905-
catalogo-portugues-br.pdf Acionamentos e Comandos Elétricos CEFET-MG – Mecatrônica
133 As funções de um relé de sobrecarga (ver as Figuras 4.27a e 4.27b) equipados com um
botão RESET são: A - Função somente o rearme automático; AUTO - Função de rearme
automático e função teste; HAND - Função de rearme manual e função teste; H - Função
somente rearme manual. Descrição de funcionamento Nas posições H (manual - somente
rearme) e A (automático - somente rearme), as funções de teste estão bloqueadas, enquanto que
nas posições HAND (manual) e AUTO (automático) é possível a simulação de teste e o
desarme através da atuação direta na tecla Reset.

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 Nas posições H e HAND: o relé após atuar (relé desarmado) tem que ser resetado
manualmente através de pressão na tecla Reset, enquanto que nas posições A e AUTO o relé
após atuar (relé desarmado) é resetado automaticamente.  Funções H, HAND, AUTO e A: o
ajuste das funções H, HAND, AUTO e A ocorre através do giro sem pressão do botão
vermelho (com uma chave apropriada), posicionando o mesmo nas indicações da tecla Reset.
Na passagem de HAND para AUTO a tecla Reset deve ser levemente pressionada
simultaneamente ao giro do botão vermelho. A Figura 4.28 mostra a instalação de um relé de
sobrecarga em um diagrama de acionamento.

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5.4.2 – REL ÉS ELETR ÔNICOS

Os relés eletrônicos podem desempenhar diversas funções, além de proteção contra sobrecarga:
1) temporização, 2) proteção de sequência de fase, 3) proteção de falta de fase ou falta de
neutro, 4) proteção de sub e sobretensão, 5) proteção para monitoramento de temperatura do
motor elétrico com sonda PTC, 6) controle de nível (automação de reservatórios) etc. A seguir
serão descritos resumidamente alguns modelos de relés eletrônicos.

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(6) Ajuste da corrente do motor Através do parafuso rotativo de ajuste é possível realizar o
ajuste simples do dispositivo em relação à corrente nominal do motor. (7) Ajuste da classe de
disparo / detecção interna de fuga à terra (apenas 3RB21). Através do parafuso rotativo de
ajuste é possível ajustar a classe de disparo necessária em função das características da partida
e a detecção interna de fuga à terra poderá ser ativada. (8) Terminais (bloco de terminais para
circuitos auxiliares, removível) Dimensionados de modo especial, permitem a ligação de dois
condutores possuindo diferentes seções para os circuitos principal e auxiliar. A ligação do

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circuito auxiliar pode se realizar através da conexão por parafusos ou através da conexão cage-
clamp.

Exemplo 4.4 – Relé eletrônico de proteção contra inversão na sequência de fase – Fabricante:
WEG® . Modelo: RPW-SF.

Estes relés são dispositivos eletrônicos que protegem os sistemas trifásicos contra inversão da
sequencia de fase. Sempre que houver esta anomalia no sistema trifásico o relé atuará para
interromper a operação do motor ou processo a ser protegido. A Figura 4.33 mostra o aspecto
deste relé, bem como os esquemas de ligação, onde as 3 fases R, S e T da rede a ser monitorada
são conectadas aos bornes L1, L2 e L3. Acionamentos e Comandos Elétricos CEFET-MG –
Mecatrônica 136 Funcionamento: Se a sequência de fase estiver correta o relé de saída comuta
os contatos para a posição de operação (fechando os terminais 15-18, NA) e o LED vermelho
(relé) e o verde (alimentação) ligarão – veja a Figura 4.34 (gráfico de atuação). Na ocorrência
de inversão das fases, o LED vermelho desliga e o relé comuta a sua chave para a posição 15-
16 (NF).

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5.5 – REL É DE TEMPO

Os relés de tempo são temporizadores para controle de intervalos de tempo de curta duração,
utilizados no controle de máquinas e processos industriais, em tarefas como: 1) sequenciamento,
2) interrupções de comandos e 3) chaves de partida. O relé de tempo comuta os seus contatos
de saída, decorrido o tempo selecionado na sua escala (Figura 4.35). O início da temporização
ocorre quando da energização da sua bobina

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- Tensões de comando (usuais): 24 V em CC; 127 V (ou 110 V) e 220 V em CA. - Contatos: 1
ou 2 contatos do tipo reversor (veja a Figura 4.36).

5.5.1 – REL ÉS DE TEMPO ELETRÔNICOS

Os principais relés de tempo eletrônicos são: relés com retardo na energização (ou para ligar) e
com retardo na desenergização (ou para desligar) e relés cíclicos. Um relé eletrônico do tipo
TRE (Retardo na Energização) é aquele que ao ser energizado (tensão na bobina A1-A2), não
arma os seus contatos imediatamente. A partir daí, inicia-se a contagem do tempo tRE pré-
selecionado na escala, após o qual o relé arma. As suas formas de onda (energização e resposta
dos contatos) podem ser vistas na Figura 4.37.

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O Relé TRE é também conhecido como relé AO TRABALHO. Na Figura 4.38, vê-se uma
aplicação simples, onde através do relé se controla o tempo de funcionamento de uma lâmpada.
Note-se a sua simbologia. É identificado nos esquemas por KT. Ao ligar a chave S, é iniciada a
contagem de tempo conforme o ajuste (por exemplo, 10 segundos). A chave está na posição
NA. Uma vez atingido o tempo final, os contatos comutarão acendendo a lâmpada. Ao desligar
a chave S, a lâmpada apaga, já que a bobina do relé está sem energia.

Um relé eletrônico do tipo TRD (Retardo na Desenergização) é aquele que ao ser energizado
(tensão na bobina A1-A2, veja o seu símbolo), arma seus contatos. Ao ser desenergizado inicia-
se a contagem do tempo tRD pré-selecionado na escala, após o qual o relé desarma – veja a
Figura 4.39.

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Exemplo 4.6 – Aplicação do relé de tempo TRD O Relé TRD é também conhecido como relé
AO REPOUSO. Na Figura 4.40, este relé controla o tempo de funcionamento de uma lâmpada.
Ao fechar a chave S, o relé é ativado, comutando os contatos e acendendo a lâmpada (chave
NA ligada). Ao desligar a chave S, a lâmpada permanece acesa durante um tempo
preestabelecido. Com este relé, há um ATRASO entre o comando de desligar o contator
(botoeira S aberta) e o desligamento da lâmpada. O relé de tempo com retardo no desligamento
mantém seus contatos comutados por um tempo determinado (regulável através de uma escala),
após desenergização dos terminais de alimentação (chave S aberta).

Questão 1 a) Com base no esquema Figura 1, numere os itens de acordo com a seqüência
genérica de acionamento de um motor elétrico. b) Seja a Figura 2. Projetar um acionamento de
um motor trifásico para reversão de rotação que utilize o contator da Figura 2, juntamente com
um relé de tempo.

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6 – DISPOSITIVOS DE ACIONAMENTO E SINALIZAÇÃO

– Botão de comando Um botão de comando é aquele que aciona uma chave. Denominamos
uma chave em um circuito de contato. Uma chave tem a função de conectar e desconectar dois
pontos de um circuito elétrico. Uma chave tem no mínimo dois terminais: um deve ser ligado à
fonte (ou gerador, podendo ser de CC ou de CA) e outro ligado à carga (ou receptor). É feita de
metal de baixa resistência elétrica para facilitar a passagem de corrente e alta resistência
mecânica, de modo a poder ligar e desligar muitos milhares de vezes (número de manobras). A
sua estrutura metálica tem área de seção transversal proporcional à corrente que comandam. O
valor de corrente a ser comandada influencia na pressão de contato entre as partes móveis da
chave: maiores correntes exigem maiores pressões de contato, para garantir que a resistência no
ponto de contato seja a menor possível - veja a Equação (5.1)

A separação dos contatos na condição de desligamento deve ser tanto maior quanto maior for a
tensão para a qual o contato foi produzido, já que a resistência é diretamente proporcional à

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tensão (Lei de Ohm). A velocidade de ligação ou desligamento deve ser a mais alta possível,
para evitar o desgaste provocado pelo calor proveniente do arco voltaico, provocado no
desligamento quando a carga for indutiva. 5.1.1 – Tipos de contato O contato pode ser do tipo
com trava (por exemplo, o tipo alavanca usado nos interruptores de iluminação) e também pode
ser do tipo de impulso, com uma posição normal mantida por mola e uma posição contrária
mantida apenas enquanto durar o impulso de atuação do contato. Nesse caso se chama fechador
ou abridor conforme a posição mantida pela mola. Fechador: Também chamado ligador, é
mantido aberto por ação de uma mola e se fecha enquanto acionado. Como a mola o mantém
aberto é ainda denominado normalmente aberto (ou NA, ou do inglês normally open, NO).
Abridor ou ligador: é mantido fechado por ação de uma mola e se abre enquanto acionado.
Como a mola o mantém fechado, é chamado também de normalmente fechado (ou NF, ou do
inglês normally closed, NC). A Figura 5.1 mostra a simbologia adotada para as chaves NA e
NF. A Figura 5.2 mostra o mecanismo com mola para o funcionamento das chaves NA e NF

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Uma chave com botão ou botoeira é apresentada na Figura 5.3. A Figura 5.4 mostra uma
botoeira liga-desliga e
aplicações.

EM RESUMO: Uma botoeira é uma chave que comanda um circuito por PULSOS,
interrompendo ou fechando contatos no mesmo.

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Exemplo 5.1 – Aplicação de botão de comando com chave Este exemplo constitui um botão de
comando com chave, que já foi bastante utilizada para acionar portões de garagem antes do
aparecimento do controle remoto portátil (de chaveiro) – veja a Figura 5.11

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Figura 5.11 – Nos portões eletrônicos antigos era utilizado um sistema semelhante ao da figura,
onde o motorista abria o portão através de uma chave (não existia o controle remoto, como
rotineiramente utilizamos hoje). Disponível em: http://www.kap.com.br/pdf/br/kp_c_br.pdf

Exemplo 5.2 – Botão Comutador e botão duplo. A Fig. 5.12 mostra alguns exemplos de
botoeiras que fazem o papel de chave comutadora e de botão
duplo.

6.2 – Chave de fim-de-curso

As chaves de fim-de-curso (CFC) têm a maior aplicação como limitadores de deslocamento e


proteção de máquinas. Um exemplo clássico de aplicação é no acionamento de portões
eletrônicos. A Figura 5.13a mostra os símbolos (Normas ABNT) para este tipo de chave (tipos
NA e NF). Na Figura 5.13b têm se alguns exemplos e na Figura 5.13c é apresentada uma CFC
com contatos NA e NF, com o recurso de intertravamento.

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Figura 5.13 – (a) Símbolos (padrão ABNT) para CFC NF e NA. (b) Exemplos de CFC com
rolete (SIEMENS). Fonte:
www.siemens.com.br/medias/IMAGES/14121_20081111145533.jpg. (c) Exemplo de CFC
com intertravamento. Fonte: www.industry.siemens.com.br/automation/br/pt/seguranca-de-
maquinas/fim-de-curso/Documents/Catalogo3SE5-final-capa.pdf 5.3 – Sinalizadores Os
sinalizadores têm a função de indicar o status de um circuito, facilitando para o operador do
mesmo o reconhecimento das diversas situações da operação (ligado (ON), desligado (OFF),
sobrecarga etc.). Veja alguns exemplos na Figura 5.14. Existem os sinalizadores sonoros e os
luminosos. Como sinalizador sonoro usa-se geralmente sirene ou campainha (buzzer) – Figura
5.15.

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Figura 5.14 - Botões de comando e sinalizadores. Fabricante: SIEMENS. Fonte:


www.industry.siemens.com.br/automation/br/PublishingImages/banner%20superior%20botoes
%20393.jpg O sinalizador sonoro tipo cigarra (Figura 5.15, o primeiro na sequência), é
fabricado em plástico, com grau de proteção IP 40 e alta resistência mecânica, elétrica e ao
calor, sendo disponível nas tensões de 24/48 V (CA/CC) até 110/220/380 V (CA). Atende as
mais variadas aplicações que necessitam de interface homem-máquina ou quaisquer tipos de
equipamentos para transporte ou elevação.

Exemplo 5.3 – Botão comutador e botão duplo A Figura 5.16 mostra os aspectos de um botão
luminoso, com o objetivo de sinalizar um comando. Nos botões ilustrados, o botão é luminoso
de empurrar, com retorno por mola e tecla saliente. A tecla ilumina-se (ou apaga-se) quando é
operada. O fabricante recomenda, na utilização de lâmpada incandescente, limitar a potência de
2,4 W.

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6.3 – Tomadas de uso industrial

A tomada industrial é usada na alimentação de máquinas que requerem correntes de valores


maiores, normalmente acima de 16 A. Existem em diversas formas físicas e com variado
número de pólos (3F + N + T, 2F + N, 3F + N etc.). Os tipos de tomadas mais usados são: a)
tomadas para ambientes normais b) tomadas para ambientes especiais, com modelos à prova de
explosão e à prova de umidade, gases, vapores e pós. Alguns modelos operam em temperaturas
até 120 graus (trabalho contínuo) e outros até 200 graus (tempo de 30 minutos). Fonte:
Catálogo – Plugs e tomadas blindadas. Disponível em
http://www.steck.com.br/brasil/downloads/newkon.pdf. Veja a Figura 5.17.

Na instalação destas tomadas é importante criar um padrão para a conexão dos fios evitando-se
problemas com seqüência de fases e outros condutores. A Tabela 5.3 e a Figura 5.18 mostram
alguns detalhes técnicos do plug e da tomada para uma ampla faixa de tensões (Fabricante:
STECK). As Figuras 5.19 e 5.20 mostram alguns aspectos de uma tomada industrial (desenhos).
E, finalmente, a Figura 5.121 mostra uma caixa de tomada industrial com os soquetes 3 x 16 A
industriais. Tabela 5.3 – Tomadas e plugs – Fabricante: STECK.

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