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AMBIENTAL
RELATÓRIO DE IMPACTO
AMBIENTAL
-EIA-
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 8
2. IDENTIFICAÇÃO GERAL .......................................................................................... 9
2.1. Identificação do Empreendedor .................................................................................... 9
2.1.1. Empreendedor ................................................................................................................ 9
2.1.2. CNPJ ................................................................................................................................ 9
2.1.3. Inscrição Municipal ........................................................................................................ 9
2.1.4. Endereço do Empreendedor .......................................................................................... 9
2.1.5. Telefone ........................................................................................................................... 9
2.1.6. E-mail .............................................................................................................................. 9
2.1.7. Tipo de Atividade ........................................................................................................... 9
2.1.8. Acesso e Localização do Empreendimento................................................................... 9
2.1.9. Localização do Município de Buriti dos Lopes – PI .................................................. 10
2.1.10. Base Cartográfica ......................................................................................................... 11
2.1.11. Fase da Regularização Ambiental ............................................................................... 11
2.2. Descrição do Empreendimento ................................................................................... 11
2.3. Seleção da Área para Instalação do Empreendimento ............................................. 11
2.4. Empresa Consultora Responsável pelo EIA / RIMA ................................................ 12
2.4.1. Razão Social .................................................................................................................. 12
2.4.2. CNPJ .............................................................................................................................. 12
2.4.3. Inscrição Municipal ...................................................................................................... 12
2.4.4. Endereço do Empreendedor ........................................................................................ 12
2.4.5. Telefone ......................................................................................................................... 12
2.4.6. Equipe Responsável Pela Elaboração ......................................................................... 12
3. OBJETIVOS E JUSTIFICATICAS DO EMPREENDIMENTO ............................ 12
3.1. Empreendimento .......................................................................................................... 12
3.2. Extensão da Área do Empreendimento ...................................................................... 13
3.3. Recurso Mineral ........................................................................................................... 13
3.4. Método de Extração Mineral....................................................................................... 13
3.5. Desenvolvimento ........................................................................................................... 13
3.6. Lavra ............................................................................................................................. 14
3.6.1. Decapeamento ............................................................................................................... 14
3.6.2. Limpeza do Terreno ..................................................................................................... 14
3.6.3. Desmonte ....................................................................................................................... 15
3.6.4. Carregamento e Transporte ........................................................................................ 16
3.7. Equipamentos ............................................................................................................... 16
3.8. Serviços de Infra Estrutura ......................................................................................... 17
3.9. Mão de Obra ................................................................................................................. 17
3.10. Dimensões do Empreendimento .................................................................................. 18
3.11. Histórico de Trabalhos Realizados na Área ............................................................... 19
4. REGULAMENTAÇÃO APLICÁVEL ....................................................................... 19
Lei 6.938, de 31/08/1981 .............................................................................. 19
Lei 7.802, de 11/07/1989 .............................................................................. 19
Lei 8.987, de 13/02/1995 .............................................................................. 19
Lei 9.055, de 01/06/1995 .............................................................................. 19
Lei 9.074, de 07/07/1995 .............................................................................. 20
Lei 9.605, de 12/02/1998 .............................................................................. 20
Lei 9.966, de 28/04/2000 .............................................................................. 20
Lei 10.650, de 16/04/2003 ............................................................................ 20
Lei 11.079, de 30/12/2004 ............................................................................ 20
Lei 11.107, de 06/04/2005 ............................................................................ 20
Lei 12.187, de 29/12/2009 ............................................................................ 20
Lei 12.375, de 31/12/2010 ............................................................................ 20
Lei 12.725, de 16/10/2012 ............................................................................ 21
Lei 12.977, de 20/05/2014 ............................................................................ 21
Decreto 875, de 19/07/1993 ......................................................................... 21
Decreto 4.136, de 20/02/2002 ....................................................................... 21
Decreto 4.581, de 27/01/2003 ....................................................................... 21
Decreto 5.940, de 25/10/2006 ....................................................................... 21
Decreto 6.017, de 17/01/2007 ....................................................................... 21
Decreto 6.514, de 22/07/2008 ....................................................................... 22
Decreto 6.686, de 10/12/2008 ....................................................................... 22
Decreto 6.792, de 10/03/2009 ....................................................................... 22
Decreto 7.640, de 09/12/2011 ....................................................................... 22
5. CARACTERIZAÇÃO E DIAGNOSTICO AMBIENTAL ...................................... 24
5.1. Definição das Áreas de Influência do Empreendimento ........................................... 24
5.1.1. Área Diretamente Afetada (ADA) .............................................................................. 24
5.1.2. Área de Influência Direta (AID) ................................................................................. 24
5.1.3. Área Influência Indireta (AII)..................................................................................... 24
5.1.4. Áreas de Influência dos Meios Físicos e Bióticos ....................................................... 24
5.1.5. Área Influência do Meio Socioeconômico .................................................................. 25
5.2. Meio Físico .................................................................................................................... 25
5.2.1.1. Dados Meteorológicos .................................................................................................. 26
5.2.1.2. Qualidade do Ar ........................................................................................................... 33
5.2.1.3. Climatologia de Buriti dos Lopes ................................................................................ 35
5.2.2. Geologia ......................................................................................................................... 37
5.2.2.1. Geologia Regional ......................................................................................................... 37
5.2.2.2. Geologia Local .............................................................................................................. 39
5.2.3. Geomorfologia .............................................................................................................. 41
5.2.4. Solos ............................................................................................................................... 42
5.2.5. Recursos Hídricos ......................................................................................................... 45
5.2.5.1. Águas Superficiais ........................................................................................................ 46
5.2.5.2. Águas Subterrâneas ..................................................................................................... 50
5.2.5.3. Tipos de Aquíferos........................................................................................................ 51
5.3. Meio Biótico .................................................................................................................. 51
5.3.1. Fauna ............................................................................................................................. 51
5.3.2. Flora............................................................................................................................... 53
5.4. Meio Socioeconômico ................................................................................................... 54
5.4.1. Área de Influência ........................................................................................................ 55
6. ANÁLISE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS ............................................................ 55
6.1. Metodologia................................................................................................................... 55
6.2. Identificação dos Impactos Ambientais ...................................................................... 57
6.3. Identificação dos Impactos .......................................................................................... 58
6.4. Análise e Avaliação dos Impactos ............................................................................... 59
6.5. Descrição dos Principais Impactos Ambientais ......................................................... 62
6.5.1. Registro Mineral, Plano de Aproveitamento Econômico e Estudo Ambiental e
Autorização do Superficiário e da Prefeitura ......................................................................... 62
6.5.2. Reforma nas Estruturas de Apoio Existentes ............................................................ 63
6.5.3. Limpeza do Terreno ..................................................................................................... 63
6.5.4. Remoção e Estocagem do Solo Orgânico .................................................................... 63
6.5.5. Definição e Abertura da Frente de Lavra .................................................................. 64
6.5.6. Instalação do Bota-Fora ............................................................................................... 64
6.5.7. Avaliação da Drenagem Local ..................................................................................... 64
6.5.8. Carregamento e Transporte ........................................................................................ 65
7. IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS ...................... 65
7.1. Metodologia................................................................................................................... 65
7.2. Conceituação dos Atributos e Definição dos Parâmetros de Avaliação Utilizados na
Caracterização dos Impactos Ambientais. .............................................................................. 65
7.2.1. Impactos Ambientais Relacionados à Implantação (Decapeamento) ...................... 68
7.2.1.1. Impactos Ambientais Relacionados ao Meio Físico................................................... 68
7.2.1.1.1. Alteração na Qualidade do Ar ............................................................................. 68
7.2.1.1.2. Produção de Ruídos e Vibrações.......................................................................... 69
7.2.1.1.3. Geração de Resíduos Sólidos ................................................................................ 69
7.2.1.1.4. Uso e Ocupação do Solo ........................................................................................ 70
7.2.1.1.5. Degradação do Solo ............................................................................................... 70
7.2.1.1.6. Alteração do Fluxo D’água ................................................................................... 71
7.2.1.1.7. Mudança de Paisagem .......................................................................................... 71
7.2.1.2. Impactos Ambientais Relacionados ao Meio Biótico................................................. 72
7.2.1.2.1. Afugentação da Fauna .......................................................................................... 72
7.2.1.2.2. Supressão da Vegetação ........................................................................................ 72
7.2.1.3. Impactos Ambientais Relacionados ao Meio Antrópico ........................................... 73
7.2.1.3.1. Risco de Acidentes com Operários....................................................................... 73
7.2.1.3.2. Geração de Empregos ........................................................................................... 73
7.2.1.3.3. Incremento da Renda Local ................................................................................. 74
7.2.1.3.4. Aumento da Arrecadação e Tributos .................................................................. 74
7.2.2. Impactos Ambientais Relacionados à Operação (Escavação/Transporte) .............. 75
7.2.2.1. Impactos Ambientais Relacionados ao Meio Físico................................................... 75
7.2.2.1.1. Alteração na Qualidade do Ar ............................................................................. 75
7.2.2.1.2. Produção de Ruídos e Vibrações .......................................................................... 75
7.2.2.1.3. Uso e Ocupação do Solo ........................................................................................ 76
7.2.2.1.4. Degradação do Solo ............................................................................................... 76
7.2.2.1.5. Alteração do Fluxo D’água ................................................................................... 77
7.2.2.1.6. Mudança de Paisagem .......................................................................................... 77
7.2.2.2. Impactos Ambientais Relacionados ao Meio Biótico................................................. 78
7.2.2.2.1. Afugentação da Fauna .......................................................................................... 78
7.2.2.3. Impactos Ambientais Relacionados ao Meio Antrópico ........................................... 78
7.2.2.3.1. Risco de Acidentes com Operários....................................................................... 78
7.2.2.3.2. Geração de Empregos ........................................................................................... 79
7.2.2.3.3. Incremento da Renda Local ................................................................................. 79
7.2.2.3.4. Aumento da Arrecadação e Tributos .................................................................. 80
7.2.3. Impactos Ambientais Relacionados à Desativação .................................................... 80
7.2.3.1. Impactos Ambientais Relacionados ao Meio Físico................................................... 80
7.2.3.1.1. Uso e Ocupação do Solo ........................................................................................ 80
7.2.3.1.2. Degradação do Solo ............................................................................................... 81
7.2.3.1.3. Alteração do Fluxo D’água ................................................................................... 81
7.2.3.1.4. Mudança de Paisagem .......................................................................................... 82
7.2.3.2. Impactos Ambientais Relacionados ao Meio Antrópico ........................................... 82
7.2.3.2.1. Redução de Empregos ........................................................................................... 82
7.2.3.2.2. Diminuição da Renda Local ................................................................................. 83
7.2.3.2.3. Diminuição da Arrecadação e Tributos .............................................................. 83
7.3. Quadro de Identificação e Análises dos Impactos Ambientais (Tabela 11). ........... 85
MEIO 85
7.4. Avaliação do Quadro de Identificação e Análises dos Impactos Ambientais.......... 87
8. MEDIDAS MITIGADORAS E COMPENSATÓRIAS ............................................ 87
8.1. Medidas Mitigadoras Relacionadas à Implantação .................................................. 87
8.1.1. Impactos Ambientais Relacionados ao Meio Físico................................................... 88
8.1.1.1. Alteração na Qualidade do Ar .................................................................................... 88
8.1.1.2. Produção de Ruídos e Vibrações ................................................................................. 88
8.1.1.3. Geração de Resíduos Sólidos ....................................................................................... 88
8.1.1.4. Uso e Ocupação do Solo ............................................................................................... 88
8.1.1.5. Degradação do Solo ...................................................................................................... 89
8.1.1.6. Alteração do Fluxo D’água .......................................................................................... 89
8.1.1.7. Mudança de Paisagem.................................................................................................. 89
8.1.2. Medidas Mitigadoras Relacionadas ao Meio Biótico ................................................ 89
8.1.2.1. Afugentação da Fauna ................................................................................................. 89
8.1.2.2. Supressão da Vegetação ............................................................................................... 90
8.1.3. Medidas Mitigadoras Relacionadas ao Meio Antrópico ........................................... 90
8.1.3.1. Risco de Acidentes com Operários .............................................................................. 90
8.1.3.2. Geração de Empregos .................................................................................................. 90
8.1.3.3. Incremento da Renda Local ........................................................................................ 91
8.1.3.4. Aumento da Arrecadação e Tributos ......................................................................... 91
8.2. Medidas Mitigadoras Relacionadas à Operação ....................................................... 91
8.2.1. Impactos Ambientais Relacionados ao Meio Físico................................................... 91
8.2.1.1. Alteração na Qualidade do Ar .................................................................................... 91
8.2.1.2. Produção de Ruídos e Vibrações ................................................................................. 91
8.2.1.3. Uso e Ocupação do Solo ............................................................................................... 92
8.2.1.4. Degradação do Solo ...................................................................................................... 92
8.2.1.5. Alteração do Fluxo D’água .......................................................................................... 92
8.2.1.6. Mudança de Paisagem.................................................................................................. 92
8.2.2. Impactos Ambientais Relacionados ao Meio Biótico................................................. 93
8.2.2.1. Afugentarão da Fauna ................................................................................................. 93
8.2.3. Impactos Ambientais Relacionados ao Meio Antrópico ........................................... 93
8.2.3.1. Risco de Acidentes com Operários .............................................................................. 93
8.2.3.2. Geração de Empregos .................................................................................................. 93
8.2.3.3. Incremento da Renda Local ........................................................................................ 94
8.2.3.4. Aumento da Arrecadação e Tributos ......................................................................... 94
8.3. Medidas Mitigadoras Relacionadas à Desativação.................................................... 94
8.3.1. Impactos Ambientais Relacionados ao Meio Antrópico ........................................... 94
8.3.1.1. Redução de Empregos .................................................................................................. 94
8.3.1.2. Diminuição da Renda Local ........................................................................................ 94
8.3.1.3. Diminuição da Arrecadação e Tributos ..................................................................... 95
9. PROGRAMAS AMBIENTAIS ................................................................................... 95
10. COMPENSAÇÃO AMBIENTAL ............................................................................... 95
10.1. Plantio de Gramíneas ................................................................................................... 96
10.2. Plantio de Espécies Arbustivas e Arbóreas (Mata Nativa) ....................................... 97
11. CONCLUSÃO .............................................................................................................. 98
12. EQUIPE TÉCNICA ................................................................................................... 100
13. BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 101
14. ANEXO ....................................................................................................................... 103
1. INTRODUÇÃO
A atividade de mineração ou lavra a céu aberto é tida como impactante ao meio
ambiente, haja vista os impactos que gera: mudança na paisagem, alteração do solo e do relevo;
alterações na qualidade das águas; transtornos gerados às populações que habitam o entorno dos
projetos minerários e à saúde das pessoas diretamente envolvidas no empreendimento.
Mineração é uma atividade indispensável à sobrevivência do homem moderno, dada a
importância assumida pelos bens minerais em praticamente todas as atividades humanas; das
mais básicas como habitação, construção, saneamento básico, transporte, agricultura, às mais
sofisticadas como tecnologia de ponta nas áreas de comunicação e medicina. Ao mesmo tempo,
apresenta-se como um desafio para o conceito de desenvolvimento sustentável, uma vez que se
retira da natureza recursos naturais exauríveis, ou seja, recursos que não se renovam.
O objetivo deste trabalho é analisar o processo de mineração e investigar,
especificamente, os tópicos ligados à relação natureza / mineração / legislação, apoiado na
concepção de ambiente com um todo indissociável. E, a partir daí caracterizar os impactos da
extração de saibro, tendo como referência a propriedade e seu entorno.
A proposta de classificar os danos ambientais em níveis de impacto baseou-se na
correlação qualitativa, dos efeitos da mineração sobre o solo, a morfologia e a vegetação, ou
seja, os elementos da paisagem natural atingidos pela extração.
A metodologia combina revisão bibliográfica, levantamento de dados e trabalho de
campo. Os dados originados pela observação de campo resultaram numa série de informações
peculiares sobre o processo de mineração como: utilização de métodos, técnicas e
equipamentos.
Esse estudo visa, também, atenuar ou compensar os impactos ambientais negativos
gerados ao ambiente no decorrer da mineração, através de alternativas técnicas e a possibilidade
de reutilização da área minerada. Foi elaborado tomando-se como base as evidências de campo,
aliadas ao estudo de identificação e avaliação dos impactos ambientais. Nesse caso, será dada
atenção especial aos parâmetros ambientais que serão mais afetados pela mineração.
De acordo com a Resolução CONAMA nº 10 de 06.12.90, publicada no D.O.U. de
28.12.90, este relatório representa um instrumento técnico legal e complementar a
documentação necessária para obtenção do Licenciamento Ambiental de atividades de
relacionadas com extração de minerais de classe II (uso direto na construção civil), bem como
acatando as recomendações da Secretária Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos
– SEMAR, órgão responsável pela fiscalização de atividades que possam promover ações
potencialmente degradadoras contra o meio ambiente.
8
2. IDENTIFICAÇÃO GERAL
2.1. Identificação do Empreendedor
2.1.1. Empreendedor
Construtora & Serviços Ambiental LTDA - ME.
2.1.2. CNPJ
N° 09.147.298/0001-31.
2.1.3. Inscrição Municipal
N° 32447.
2.1.4. Endereço do Empreendedor
Rua Ricardo Rodrigues Coimbra, 1415, Sala 06, Bairro Dirceu, Cep. 64.210-170, Parnaíba –
Piauí.
2.1.5. Telefone
(86) 3323-7689 / (86) 98101-2442
2.1.6. E-mail
engenharia@snambiental.com.br
2.1.7. Tipo de Atividade
Extração de Saibro.
2.1.8. Acesso e Localização do Empreendimento
Área está localizada está na microrregião do Litoral Piauiense acesso a partir de
Teresina é realizado pela BR-343 até o município de Buriti dos Lopes em seguida seguindo
pela mesma rodovia sentido Parnaíba percorre 11 km até o empreendimento denominado
Lagoa de Dentro, Data Várzea, BR 343, Km 40, Quadrante 03,CEP: 64.230-000, Buriti dos
Lopes – PI.
9
2.1.9. Localização do Município de Buriti dos Lopes – PI
10
2.1.10. Base Cartográfica
A Base Cartográfica a partir da qual foi estabelecido o Zoneamento Ambiental e
Minerário, foi elaborada a partir da Folha Cocal SA.24-Y-C-I do Ministério do Exército/DSG,
escala 1:100.000, imagens do Google Earth e informações coletadas no campo.
11
2.4. Empresa Consultora Responsável pelo EIA / RIMA
2.4.1. Razão Social
Construtora & Serviços Ambiental LTDA - ME.
2.4.2. CNPJ
N° 09.147.298/0001-31.
2.4.5. Telefone
(86) 3323-7689 / (86) 98101-2442
12
3.2. Extensão da Área do Empreendimento
Extração compreende uma superfície típica de áreas de canais ativos e de inundação
caracterizada por uma superfície relativamente plana, englobando uma área total de 40,01
hectares encontrando-se em fase de regularização.
A área do referido do processo está delimitada por um polígono no qual o quadrante
03 coincide com o Ponto de Amarração – PA (P07 – limitando com José Hamilton Furtado
Castelo Branco Filho) com uma área de 400.185,00 m² apresentando as coordenadas
geográficas seguintes: - 03º 08' 08,343” de Latitude Sul e - 41º 48' 35,164” de Longitude Oeste.
3.5. Desenvolvimento
Os trabalhos inerentes ao empreendimento mineral ocorrerão em três fases distintas
denominadas de Estudos e Projetos, Implantação e Operação.
A Fase de Estudos e Projetos diz respeito ao detalhamento da área, no que se refere
aos aspectos da jazida mineral, método de lavra e o estudo ambiental, procurando-se nesta fase
dar pleno atendimento às exigências legais estabelecidas pelos órgãos licenciadores no âmbito
da mineração, o SEMAR, ANM juntamente com a Prefeitura Municipal de Buriti dos Lopes.
Fase de Implantação consiste na fase preparatória da lavra, envolvendo atividades
como acordo com o proprietário do solo, contratação de pessoal, mobilização de
13
equipamentos, abertura e melhoria das vias de acesso, limpeza do terreno, disposição e
manuseio do estéril e do solo orgânico e drenagem da área.
Quanto a de Operação refere-se à extração do Saibro com as ações das escavações,
estabelecimento dos pátios para estocagem temporária, carregamento, transporte e finalmente
terraplanagem para conformação topográfica do terreno.
3.6. Lavra
As atividades de lavra são compreendidas pelas seguintes operações unitárias:
decapeamento, limpeza do terreno, retirada do capeamento, desmonte, carregamento e
transporte, conforme abaixo:
3.6.1. Decapeamento
Para a remoção do capeamento, ou seja, o material considerado fora das
especificações das normas ABNT NBR 7218/84 e NBR 7219/87 quando submetida a ensaios,
é em sua maioria efetuada por lâmina de trator sobre esteiras, dotado de escarificador. O
carregamento será efetuado por pás carregadeiras e o transporte em caminhões basculantes.
Quando o desmonte mecânico não for possível far-se-á o desmonte manualmente.
O estéril gerado anualmente será me torno de 959.040 toneladas, sendo assim esta
operação será inconsistente sendo realizada apenas quando do avanço da frente de lavra, o solo
com matéria orgânica será armazenado separado para quando da reabilitação da área
degradada ser reposto na nova superfície.
14
entorno, o que gerará desequilíbrio temporário. Com a realização desta ação ocorrerá um
pequeno aumento na demanda por serviços, gerando ocupação/renda temporária. Portanto o
impacto sobre o meio ambiente que engloba a jazida de saibro deverá ser minimizado, mediante
processo de revegetação, devendo-se priorizar o plantio no cinturão verde, para formação de
uma cortina de contato de proteção par atenuar os impactos visuais, decorrentes da inversão
morfológica a que foi submetido o relevo local.
3.6.3. Desmonte
Essa operação de escavação / desmonte é aquela que melhor caracteriza esta atividade
minerária, consistindo essencialmente na retirada do saibro, com utilização de um trator e uma
pá carregadeira, resultando no rebaixamento do nível do terreno.
O método de lavra a ser adotado será a céu aberto, em superfície plana, com extração
em faixas, em diversas frentes de trabalho.
Processo que resultará em alteração morfológica e geotécnica do terreno em
exploração uma vez que com a transferência de material, haverá um rebaixamento topográfico,
o substrato aflorante apresentará características geotécnicas diferentes devido à variação
faciológica da unidade geológica que compõe a área.
Escavação resultará em formação de taludes, os quais devido à baixa consistência
permanecerão instáveis sujeitos a deslizamentos durante a ação exploratória, que poderá causar
acidentes com pessoas ou animais. Esta ação será evitada com a colocação de cercas ao redor da
cava, principalmente estando essa paralisada por quaisquer motivos. Esta escavação poderá
interferir na morfologia da drenagem existente, gerando uma degradação no ambiente.
Na área de lavra ficará exposta à ação dos processos erosivos, sendo possível à
instalação de focos erosivos e assoreamento das partes topograficamente mais baixas, pelo
aporte de componentes particulados finos.
A retirada das camadas será acompanhada da emissão de ruídos pelo equipamento
usado, causando assim a afugentação da fauna, provocando também o aparecimento de poeiras
fugitivas, devido à presença em suspensão de fração particulada. Este processo extrativo irá
interferir na recarga dos recursos hídricos subterrâneos, sendo, todavia de efeito pequeno.
Com o rebaixamento topográfico resultante da lavra, o lençol freático poderá ser
alcançado favorecendo a acumulação de água superficial, o que futuramente refletirá em
benefícios para a população do município de Buriti dos Lopes, evitando ônus futuros com
benfeitorias para captação de água.
Acidentes de trabalho poderão ocorrer caso não sejam atendidas as normas de
segurança adotadas na mineração a céu aberto ou caso os trabalhadores não usarem
corretamente seus equipamentos de proteção individual (EPIs).
15
Com a modificação do relevo e da morfologia da área da mineração, os valores
paisagísticos serão muito afetados em sua forma original, perdurando estas adversidades por
algum tempo.
3.7. Equipamentos
As máquinas e equipamentos são representados por caminhões, trator, escavadeira,
enchedeira, enxadas, pás, carros-de-mão e equipamentos de proteção individual - EPI´s.
Todas as caçambas e pás-carregadeiras serão alugadas e deverão ser utilizadas e
mantidas em conformidade com as normas técnicas vigentes nas instruções dos fabricantes ou
nas melhorias, desenvolvidas por profissional habilitado.
Para o desenvolvimento dos trabalhos de lavra, visando obterem-se as produções
mensais necessárias para viabilizar economicamente o empreendimento serão utilizadas as
seguintes máquinas:
• 01 (um) Trator de Esteira D6T DS C/AR, motor diesel de 185 HP, peso operacional de
21,93 t, capacidade da lâmina 3,68 m³, profundidade de escavação com riper de 0,50 m,
cabine com para-brisa dianteiro, retrovisores externos e internos, luzes de sinalização e
ano de fabricação 2013, marca: Caterpillar;
• 01 (uma) Escavadeira Hidráulica 320DL sobre esteiras, motor diesel CAT C6 4 Acert de
138 HP, com sistema de travamento e segurança, capacidade coroada de 1,37 m³, peso
operacional 21,57 t, cabine com para-brisa dianteiro, retrovisores externos e internos,
luzes de sinalização e ano de fabricação 2010, marca: Caterpillar;
16
• 01 (Um) Caminhão Mercedes – Benz, modelo Atego 2426/48 6x2 (trucado), motor 256
(cv) BlueTec 5, com rotação de 2.200 rpm, sistema ABS integrado, peso bruto total – PBT
de 24,1 toneladas, no chassi, com caçamba basculante modelo RONDON, construído em
chapa de aço estrutural reforçadas com cantos arredondados, costela de reforço nas
laterais, dois cilindros de elevação, tomada de força, bomba hidráulica, tampa traseira com
pino e capacidade de transporte 12 m³, de placa PIU-2236, e ano de fabricação 2018;
• 01 (Um) Caminhão Mercedes – Benz, modelo Atego 2426/54 6x2 (trucado), motor 256
(cv) BlueTec 5, com rotação de 2.200 rpm, sistema ABS integrado, peso bruto total – PBT
de 23,0 toneladas, no chassi, com caçamba basculante modelo RONDON, construído em
chapa de aço estrutural reforçadas com cantos arredondados, costela de reforço nas
laterais, dois cilindros de elevação, tomada de força, bomba hidráulica, tampa traseira com
pino e capacidade de transporte 12 m³, de placa PIX-2586, e ano de fabricação 2018.
17
FUNÇÕ N SALÁRIOS
ES º (R$)
Geólogo 0 3.600,00
1
Encarregado da lavra 0 1.550,00
1
Motorista 0 2.200,00
1
Operador da pá-carregadeira 0 2.200,00
1
Operários de Máquina 0 2.200,00
2
TOTAL 0 11.750,00
6
18
3.11. Histórico de Trabalhos Realizados na Área
A área não estava sendo explorada pelo antigo proprietário e nem pelo atual
proprietário. Devido às boas reservas de Saibro no município e ao aumento da demanda no
mercado regional, muitos especuladores começaram a se interessar pela área. Daí, a
preocupação do empreendedor Construtora & Serviços Ambiental LTDA - ME, em oficializar
junto a PREFEITURA DE BURITI DOS LOPES, ANM E SEMAR, dentro de um projeto
corretamente sustentável.
O regime exploratório será mediante ao Registro de Licenciamento que será solicitado
à Agência Nacional de Mineração – ANM através do Pedido de Licenciamento estando de
acordo com o Código de Mineração, uma vez que a Prefeitura Municipal de Buriti dos Lopes já
expediu a Certidão de Conformidade, bem como processo já se encontra na SEMAR, para a
regularização ambiental do empreendimento.
4. REGULAMENTAÇÃO APLICÁVEL
4.1. Dispositivos Legais
Lei 6.938, de 31/08/1981
• Estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e
aplicação, constitui o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e institui o Cadastro de
Defesa Ambiental.
19
asbesto/amianto e dos produtos que o contenham, bem como das fibras naturais e artificiais, de
qualquer origem, utilizadas para o mesmo fim e dá outras providências.
20
setembro de 1992, 12.024, de 27 de agosto de 2009, 10.833, de 29 de dezembro de 2003,
11.371, de 28 de novembro de 2006, 12.249, de 11 de junho de 2010, 11.941, de 27 de maio de
2009, 8.685, de 20 de julho de 1993, 10.406, de 10 de janeiro de 2002, 3.890-A, de 25 de abril
de 1961, 10.848, de 15 de março de 2004, 12.111, de 9 de dezembro de 2009, e 11.526, de 4
de outubro de 2007; revoga dispositivo da Lei nº 8.162, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras
providências.
• O artigo 5º define que os estabelecimento industriais farão jus, até 31 de dezembro de 2014,
a crédito presumido do IPI na aquisição de resíduos sólidos (adquiridos diretamente de
cooperativa de catadores de materiais recicláveis) como matérias-primas.
21
• Regulamenta a Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005, que dispõe sobre normas gerais de
contratação de consórcios públicos.
ESTADUAL – LEIS
Lei nº 4.060 de 09 de dezembro de 1986
• Cria a Curadoria do Meio Ambiente, no âmbito da Procuradoria Geral da Justiça, e dá outras
providências.
22
4.2. Programa de Acompanhamento e Monitoramento dos Impactos Ambientais
Esta seção tem como objetivo apresentar algumas propostas de programas de
monitoramento que possibilitem avaliar tecnicamente os procedimentos adotados, visando o
acompanhamento da evolução do projeto e dos impactos ambientais positivos e negativos em
suas etapas de implantação e operação, juntamente com as eficácias das medidas mitigadoras
propostas, abrangendo a indicação e justificativas dos parâmetros selecionados. Este
monitoramento de atividades das etapas em questão do empreendimento tem como finalidade
minimizar os possíveis riscos dos impactos ambientais. Nesse contexto apresentamos o
Programa Básico Ambiental – PBA para extração de saibro da empresa Construtora &
Serviços Ambiental LTDA - ME onde estão contidas as recomendações sobre a localização,
implantação e operação das instalações de apoio às obras, abertura e operação de caminhos de
serviço, áreas de bota-fora, cuidados ambientais para execução de cada uma das atividades de
construção (proteção à flora e fauna, dispositivos provisórios e definitivos de proteção de cursos
d’água e controle de processo erosivos, medidas de controle de emissões atmosféricas e de
ruídos, umectação de trechos próximos a aglomerados urbanos e residenciais) cuidados no
manuseio de materiais potencialmente poluidores do meio ambiente (combustíveis,
lubrificantes).
23
formas de registro, formas de monitoramento e controle, cronograma, recursos necessários e
responsáveis pelo programa.
24
Para a definição das áreas de influência do meio físico foram considerados os
diagnósticos de clima, geologia, geomorfologia, solos, hidrogeologia e recursos hídricos. Já o
meio biótico compreendeu os estudos de vegetação e grupos de fauna.
25
5.2.1. Climatologia
26
A ZCIT possui um deslocamento regular norte-sul ao longo do ano (marcha anual),
partindo do hemisfério Norte (8°N) e alcança a sua posição mais ao Sul (1° N)
aproximadamente no mês de abril. Conforme Dominguez (1999), de outubro a janeiro, o
anticiclone atlântico se torna enfraquecido e se desloca para o centro do oceano. Assim, no final
desse período, a ZCIT já atinge boa parte do continente sul-americano, afetando o litoral do
Piauí e locais próximos.
De janeiro a abril, a ZCIT já recobre todo o litoral do nordeste, no entanto, retrai-se na
porção continental central. É ainda nesse período atinge sua posição máxima, ocasionando as
máximas pluviais. A partir de maio, começa a regressar ao Hemisfério Norte, e as precipitações
diminuem, marcando o início do período de estiagem. Ainda no Hemisfério Norte, permite que
os ventos continuem com a mesma direção, de Leste (E) para Oeste (W).
Em outubro, a ZCIT chega à sua posição máxima nesse hemisfério e então inicia,
novamente, sua marcha em direção ao Hemisfério Sul. Consequentemente, nesse período, a área
sofre influência dos ventos de E-SE. Desse modo, a partir da disposição geográfica (junto à
linha do Equador) e das influências da variação do posicionamento da ZCIT, a área de estudo
apresenta duas estações climáticas distintas, chuvosa e seca. Diante disso, não apresenta as
quatro estações climáticas bem definidas como ocorre em parte do território brasileiro.
A estação chuvosa apresenta uma pluviometria concentrada, entretanto, irregular no
tempo e no espaço, mas que concentra as chuvas no primeiro semestre do ano, 90% no período.
O litoral piauiense é dotado de grande potencial pluviométrico com distribuição média anual de
aproximadamente 1.200 mm (SILVA et. al., 2010).
A intensidade e duração do período seco aumentam em direção ao leste alcançando a
duração de seis meses nas áreas próximas à região do baixo Parnaíba. Entretanto, a dinâmica da
circulação atmosférica faz com que a pluviometria seja marcada pela irregularidade. Ao
considerar a pluviometria da área, os menores valores em torno dos meses de setembro e
outubro e as maiores precipitações foram registradas entre março e abril e podem atingir valores
superiores a 200 mm de média mensal. Os picos de precipitação estão menos acentuados desde
2010, com uma queda absoluta de aproximadamente 200 mm para os 27 anos analisados.
Os valores médios de precipitação anual são proporcionais aos esperados para zonas
de transição entre o clima seco, ao leste (semiárido), e úmido, ao oeste (região amazônica), com
precipitação anual oscilando em torno dos 1.000 mm. A porção norte do estado do Piauí tem
baixa altimetria sendo bastante influenciada pelos processos climatometeorológicos costeiros.
Essa topografia rebaixada, representada pelo baixo curso do rio Parnaíba, contribui para a
manutenção da umidade e precipitação em toda a região, além de favorece a entrada e atuação
de sistemas meteorológicos que atuam no litoral (SANTOS; RAMOS, 2017).
Outro fato que pode contribuir é a existência da grande planície de inundação e
planície fluviomarinha que compõem o delta do Parnaíba, o que mantém constante a umidade
27
da região, juntamente com a umidade proveniente do oceano. Guedes et al. (2010) também
relacionaram os aspectos climáticos à hipsometria no estado do Piauí, destacando que os
maiores valores de precipitação total anual (1.700mm em 2009) se concentram nas áreas mais
rebaixadas do norte do Estado (Figuras 30, 31, 32 e 33 –
28
Figura 07 - Precipitação e umidade interanual de 1990 a 2017.
29
Figura 09 - Precipitação e evapotranspiração interanual de 1990 a 2017.
30
Figura 1 - Gráfico da normal climatológica provisória de temperatura para estação em
Parnaíba-PI, médias dos meses de 1990 a 2017.
Os ventos atuantes na área são representados pelos ventos alísios e brisas. Os alísios
são diretamente controlados pela ZCIT. Os ventos alísios de sudeste são mais intensos quando
31
ZCIT está mais ao norte (entre agosto e outubro). De forma consequente, quando a ZCIT se
encontra mais ao sul (em relação a linha do Equador), os ventos de sudeste se apresentam mais
fracos (entre maio e abril) (MAIA, 1998). Já as brisas são influenciadas pela circulação local,
composição e uso da superfície do solo. Com base nos dados da estação do INMET de Parnaíba,
a velocidade do vento varia entre 0 e 12 m/s no período seco.
A velocidade média é de cerca de 8 m/s no período seco, sendo que os valores mais
expressivos ocorrem entre setembro e dezembro, e podem alcançar velocidades iguais ou
superiores a 14 m/s, em rajadas sucessivas promovendo mudanças significativas na dinâmica
costeira, e cerca de 6 m/s no período chuvoso, onde as velocidades mínimas ocorrem entre abril
e maio. (Figuras 36 e 37, ANEXO VII).
A análise do comportamento do vento de superfície revela que o deslocamento das
massas de ar apresenta direção predominante de NE (43,3%) com velocidade média de 3,1 m/s.
No período chuvoso, os ventos de direção NE diminuem de 23 a 30% na sua frequência e ocorre
o aumento das calmarias, bem como a ação dos ventos de SE e E na região. No período seco,
aumenta a ação dos ventos de NE atingindo em novembro o predomínio de 74,7% desta direção.
Figura 12 - Gráfico da normal climatológica provisória da velocidade do vento no litoral do
Piauí, média, mínima e máxima dos meses de 1990 a 2017.
32
Fonte: Estação da Embrapa Meio Norte/INMET, Parnaíba-PI.
5.2.1.2. Qualidade do Ar
A qualidade do ar, segundo o Ministério do Meio Ambiente, é produto da interação de
um complexo conjunto de fatores, dentre os quais, destacam-se a magnitude das emissões, a
topografia e as condições meteorológicas da região, favoráveis ou não à dispersão dos
poluentes.
Quando gerada pela combustão incompleta, a incineração produz gases prejudiciais para
a atmosfera como o dióxido de carbono, dióxido de enxofre, dióxido de nitrogênio e diocinas
(SCHALCH et al., 2002). Portanto, é imprescindível a presença de incineradores modernos
33
acompanhados da câmara de combustão e de filtros destinados ao tratamento de gases e
agregados leves resultantes da queima dos resíduos (CETESB, 1985).
Segundo o artigo 37 da legislação da CONAMA 316/2002, o monitoramento e controle
dos efluentes gasosos devem incluir equipamentos de redução da emissão de poluentes, ponto
de descarga de gases, sistema de monitoramento contínuo para o oxigênio (O2) e monóxido de
carbono (CO) e a análise bianual das emissões dos poluentes orgânicos persistentes e de
funcionamento dos sistemas de Inter travamento.
O gerenciamento adequado na produção dos gases evita danos ao meio ambiente, como
as chuvas ácidas (com taxas elevadas de dióxidos de enxofre e nitrogênio) e o efeito estufa (com
o dióxido de carbono).
Segundo Vormittag et al. (2014), o Piauí não possui nenhum órgão ambiental responsável
pelo monitoramento da qualidade do ar. A plataforma digital do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE) introduz dados diários e restritos ao mês sobre alguns gases como monóxido
de carbono, óxido de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis no Nordeste brasileiro. Os
mapas abaixo, representando o período de 10 a 13 de abril de 2018, com dados representativos
para locais próximos ao munícipio de Buriti dos Lopes (Figuras 14,15 e016).
Figura 14 - Taxa de monóxido de carbono (CO), de Buriti dos Lopes, apresentou o máximo de 90 ppb.
Fonte: INPE.
34
Figura 15 - A taxa de Óxido de nitrogênio, para Buriti dos Lopes, com máxima de 0,9 ppb.
Fonte: INPE.
Figura 16 - Taxa de compostos orgânicos voláteis, para Buriti dos Lopes, apresentou o máximo
de 45 ppb.
Fonte: INPE.
35
Fonte: Andrade, 1964
Figura 17 - Clima do Nordeste Brasileiro, onde fica o município de Buriti dos Lopes.
36
Fonte: Bernardes, 1952.
5.2.2. Geologia
5.2.2.1. Geologia Regional
Segundo Lima e Brandão (2010), o estado do Piauí encontra-se sobre três províncias
geológicas: Borborema, Costeira e Parnaíba. A província do Borborema está situada ao sudeste
do estado e é composta por uma série de formações comumente chamadas de escudo cristalino,
enquanto que, a província Costeira está situada ao norte, formada por terrenos cenozoicos.
Correspondem basicamente a sedimentos inconsolidados e não-metamorfizados de idades
terciária e quaternária - depósitos de origens fluvioaluvionar, fluviomarinha, marinha e eólica,
constituindo as feições geológico-geomorfológicas que compõem o Delta do Parnaíba (LIMA;
BRANDÃO, 2010).
A província do Parnaíba ocupa cerca de 75% do Piauí, estendendo-se para os estados
do Maranhão, Pará e Tocantins (SEMAR, 2010). Sua área estimada é de 600.000 Km² e pode
ser dividida em quatro supersequências: Bacia Sedimentar do Parnaíba, Bacia do Alpargatas,
Bacia do Grajaú e Espigão Mestre (LIMA; BRANDÃO, 2010).
A província do Parnaíba começa a partir do período Siluriano, com a formação Serra
Grande, indo até o Cretáceo, com as formações Codó e Grajaú. A tabela 12 apresenta a
litoestratigrafia da província do Parnaíba do período mais recente para o mais antigo.Tabela 02 -
Lito estratigrafia da Província do Parnaíba.
37
Devoniano Canindé D3cll Longá Folhelhos cinza escuro, com níveis de arenitos e
siltitos
D2c Cabeças Arenitos médios a grossos de cores claras com
subordinadas intercalações de folhelhos e siltitos
cinza vermelhos
D2p Pimenteiras Folhelhos e siltitos (cor vermelha), com finos níveis
de arenito
Siluriano Serra Grande Ssgj Jaicós Arenitos muito grossos e conglomerados
Ssgt Tianguá Folhelhos, siltitos e arenitos finos
Ssgi Ipú Arenitos grossos
Pré-cambriano Granitos, gnaisses e micaxistos
Fonte: CPRM, 2012.
O município de Buriti dos Lopes, onde está localizado a SN CTR, está inserido 98%
em terrenos sedimentares, compostos pela Bacia Sedimentar do Parnaíba, estando presente as
formações do Grupo Barreiras, Serra Grande e Quaternárias (Aluviões). Já as Formações Paleo-
Proterozóico aparecem em aproximadamente 2% da área do município, estando representado
pelo Complexo de Granja, constituído de gnaisse/Granito transamazônico (embasamento
cristalino).
Do período mais recente para o mais antigo, as formações geológicas em Buriti dos
Lopes são: Depósitos Coluvio-Eluviais (contendo areia, argila, cascalho e saibro/laterita),
Grupo Barreiras, Formação Sardinha, Formação Cabeças, Formação Pimenteiras e Grupo Serra
Grande.
O Grupo Barreiras, que ocorre em grande parte do município, é constituído por
calcários argilosos, creme a cinza, associados a folhelhos e margas. O ambiente
deposicional é marinho e litorâneo, sendo os arenitos siltitos argilosos, avermelhados, mal
selecionados.
A Formação Sardinha, litologicamente, é composta por basaltos pretos de
coloração preta e textura amigdaloide, predominantemente alterado para material argiloso
vermelho escuro e arroxeado. Contudo, ressalta que a formação é bastante restrita no norte
do estado.
A Formação Cabeças, que aflora em faixas que se estendem de nordeste para
sudeste e inclinam para o sul do estado, encontra-se representada por arenitos
esbranquiçados, arroxeados, finos e grosseiros, com níveis de siltitos e folhelhos cinzas,
lentes ocasionais para conglomerados com seixos e blocos do embasamento com
estratificação cruzada. Foram depositados em ambiente litorâneo com contribuição deltaica
nos níveis argilosos subordinados, sendo seu contato com a Formação Pimenteira
gradacional.
A Formação Pimenteira, que ocorre em estreita faixa contínua ao longo das
porções norte e nordeste, sudeste e sul do estado do Piauí, encontra-se representada por
uma alternância de arenitos cremes e esverdeados, finos, bem selecionados, siltito e
folhelho cinzas e arroxeados, com marcas de ondas, estrutura flaser, marca de vermes e
38
eólicas ferruginosas. É originária de sedimentos marinhos e deltaicos, sendo inferior à
Formação Serra Grande.
O Grupo Serra Grande aflora por todo flanco nordeste, sudeste e sul do estado,
representando os sedimentos basais da Bacia do Parnaíba. Lito logicamente, está
caracterizado por conglomerados e arenitos conglomeráticos, imaturos, de granulação
média a grosseira, coloração creme a esbranquiçada, com níveis de siltitos e folhelhos
cinzas a róseos, mostrando emente a base de cimento siltoso ou caulino e presença de
estratificação cruzada e torrencial.
A figura 20 apresenta o esboço das formações geológicas alforantes no município de Buriti dos
Lopes.
39
Aparecem também os arenitos com umas variações de cores sendo os esbranquiçados
pertencentes à Formação Cabeça que litologicamente indicam boas condições de
permeabilidade e porosidade, o que favorece o processo de recarga por infiltração direta das
águas de chuvas, porém sua importância decresce em função da sua restrita área de ocorrência e
os com coloração creme a esverdeados intercalados com siltitos e folhelho originário de
sedimentos marinhos e deltaicos pertencem às Formações Pimenteiras, com baixa
permeabilidade.
O Grupo Serra Grande, através dos arenitos e os siltitos laminados, assim como as
coberturas Colúvio-Eluviais através de areias, argilas, cascalho e saibro (laterita) de granulação
média a grosseira, apresentam médio potencial de água subterrânea tanto qualitativo como
quantitativamente.
O embasamento cristalino representado pelo Complexo de Granja aparece aflorando
em grande parte da área, sendo que, no local a ser implantado a SN CTR se encontra em uma
profundidade média de 40 m. Essa profundidade define um potencial hidro geológico baixo para
rochas cristalinas, mas à medida que aprofunda, aumenta sua reserva hídrica.
A figura 21 apresenta as camadas estratigráficas da área do empreendimento
Arenito
intercalado
com caulim.
40
5.2.3. Geomorfologia
Na região do litoral piauiense, as características geomorfológicas mais tipicamente
litorâneas se esboçam nas áreas de sedimentos inconsolidados da Formação Barreiras e dos
Depósitos Quaternários, identificando-se as seguintes unidades e feições geomorfológicas:
▪ Planície Litorânea;
▪ Faixa Praial;
▪ Campos de Dunas;
▪ Planície Fluviomarinhas:
- Planícies Lacustres e Fluviolacustres;
- Planícies Fluviais;
- Glaciais Pré-Litorâneos Dissecados em Tabuleiros.
A planície litorânea tem uma disposição contínua desde a foz do Rio Timonha, na
fronteira oriental do litoral entre Piauí e Ceará, até a fronteira ocidental, no Delta do Rio
Parnaíba, entre Maranhão e Piauí. É composta essencialmente por sedimentos quaternários
inconsolidados e submetida às ações de acumulação marinha, eólica, fluvial e fluviomarinha.
Apresenta como principais feições a faixa praial, os campos de dunas e as planícies
fluviomarinhas.
Na planície litorânea do Piauí, a maior expressão espacial é reservada ao campo de
dunas móveis, que apresenta um comportamento migratório das areias. Os sedimentos são
postos em movimento por ventos de E-NE e dos depósitos quaternários. Recobrindo
parcialmente os tabuleiros, aparecem as coberturas arenosas, siltosa e silte argilosos, que
repousam concordantemente sobre os sedimentos do Grupo de Barreiras e ocupam pequenas
depressões, não exibindo ressaltos topográficos. Isso implica forte instabilidade ambiental,
especialmente quando se considera o campo de dunas de recente formação, ainda não submetido
aos processos de edafização. Essa é a formação predominante na área em estudo.
O comportamento migratório tem implicações com o assoreamento de lagoas (caso
típico da Lagoa do Portinho, município de Parnaíba), recobrindo estradas, aterro de residências,
além de outros fatos ecodinâmicos que trazem efeitos danosos ao ambiente.
As dunas móveis não têm qualquer cobertura vegetal (Figura 29). O trânsito de areia é
livre e se processa de modo quase ininterrupto. Porém, as dunas fixas, já submetidas às
influências dos processos pedogenéticos, foram colonizadas por espécies arbóreas e a alta
densidade das plantas limita a manifestação da deflação eólica (CEPRO, 1996).
Planícies lacustres e fluviolacustres ocorrem ao longo de todo o litoral e possuem
dimensões variadas. Já as planícies fluviais, desenvolvem-se nas porções laterais dos cursos
d'água oriundas da deposição de sedimentos aluviais de texturas finas e os "Glacis" nas
exposições Tércio-Quaternária da Formação Barreiras.
41
Figura 22 - Área plana.
5.2.4. Solos
Em relação aos solos do litoral piauiense, têm-se associações de solos estabelecidas
pelo Projeto RADAMBRASIL (1981) e, conforme a definição das unidades e feições
geomorfológicas, podem ser identificadas por solos com características típicas de tabuleiros
litorâneos, tanto físicos como na sua composição mineralógica. Os solos são do tipo Podzólicos
Distróficos Acinzentados e Vermelho-Amarelados. De modo geral, as características
morfológicas e físicas destes solos atribuem-lhes poucas condições favoráveis ao
desenvolvimento dos vegetais.
São geralmente solos profundos com permeabilidade e drenagem média, estando
relacionados a fases planas e suave ondulados. Possuem textura média e fertilidade natural
baixa. Esses solos são os sedimentos do Grupo de Barreiras, onde se desenvolvem os tabuleiros
com estruturas pouco desenvolvidas e ácidas.
Na área em estudo, com características de solos predominantes, são os NEOSSOLOS
LITÓLICOS - grupo que compreende solos pouco desenvolvidos - que conformam uma
superfície pedregosa. A tabela 03 apresenta um resumo das unidades morfopedológicas.
42
Tabela 03 Unidades Morfopedológicas.
43
Tabela 05 - Resultados dos Ensaios Geotécnicos em Laboratório.
Amostra Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3
Silte argiloso, pouco Silte argiloso cor Silte argiloso cor
Descrição
arenoso variegado vermelha vermelha
Análise granulométrica (Processo Parcial; % que passa)
4’’ (100,0 mm)
3” (76,2 mm) -- -- --
2 ½ (63,5 mm) -- -- --
2” (50,8 mm) -- -- --
1 ½ “(38,1 mm) -- -- --
1” (25,0 mm) -- -- --
¾” (19,0 mm) -- -- --
1/2” (12,7 mm) -- -- --
3/8” (9,52 mm) -- -- --
Nº 4 (4,76 mm) 88,2 135 128,55
Nº 10 (2,00 mm) 74,8 88,5 88,35
Nº 40 (0,42 mm) 28,7 60 58,66
Nº 200 (0,0075 mm) 14,715 14,2 14,20
Índice de Suporte Califórnia
Expansão após 4 dias de imersão 0,0 0,0 0,0
CBR (%) 14 22 24
Ensaio de Compactação Proctor
Teor de Umidade Ótima 15,67% 11,86% 12,75%
Massa Especifica Aparente Seca
1,680 (g/cm3) 1,764 (g/cm3) 1,797 (g/cm³)
Máx.
Limites de Atterberg
Limite de Liquidez 26,1% 31,3% 29,4%
Limite de Plasticidade 16,8% 22,6% 20,3%
Índice de Plasticidade 9,2% 8,7% 9,1%
Massa Especifica dos Grãos
Média 2,65 g/cm3 2,63 g/cm3 2,68 g/cm3
Permeabilidade sobre carga variável – amostra moldada com GC = 100% e h_hot do PN
K20ºC (cm/s) 2,20 x 10-5 9,3 x 10-6 3,3 x 10-5
Fonte: GEOTECH, 2018.
44
Figura 23.
45
armazenam água com o desenvolvimento da porosidade secundária que são os arenitos, e
inconsolidados que caracterizam os aquíferos porosos.
Os poços apresenta uma capacidade especificas as vazões predominantes são entorno
de 4,0m³/h, porém em algumas áreas podem apresentar valores bem superiores (máximas de
14,0 m³/h), quando os poços tubulares captam água dos estratos inferiores, mais arenosos.
Localmente, pode ser definida como um aquífero do tipo livre, com características regionais de
semi-confinamento, em função da presença de níveis siltico-argilosos.
Figura 24.
46
Segundo o Plano Estadual de Recursos Hídricos, o estado foi dividido em 12 (sub)bacias
hidrográficas (SEMAR, 2010). A figura 44, construída a partir dos dados disponibilizados no
Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos (SNIRH), apresenta essa divisão. O
município de Buriti dos Lopes está inserido entre as bacias do rio Piranji, Longá e Difusas do
Litoral.
47
Os depósitos aluvionares são representados por sedimentos arenoargilosos recentes que
ocorrem margeando as calhas dos principais rios e riachos que drenam a região e, em geral, apresenta
uma boa alternativa como manancial, tendo uma importância relativa alta do ponto de vista
hidrogeológico. Normalmente, a alta permeabilidade dos termos arenosos compensa as pequenas
espessuras, o que produz vazões significativas. Porém, têm pouca expressão como manancial para
abastecimento.
A rede hidrográfica da bacia do rio Parnaíba é formada pelos rios: Parnaíba – fronteira com o
estado do Maranhão -; Balsas, Uruçuí Preto, Uruçuí Vermelho, Gurguéia e Itaueiras - ao sul -; Piauí,
Canindé, Fidalgo, Itaim e Guaribas – sudeste -; Poti - a leste - e Longá - ao norte – (MMA, 2006).
As principais ocorrências hídricas do litoral piauiense (cursos de água, lagoas, etc.) fazem
parte de uma única e mesma macrobacia: a do Rio Parnaíba. Nesse sentido, fazem parte desta
macrobacia, todas as expressões hídricas encontradas na área litorânea: o próprio Rio Parnaíba, o Rio
Igaraçu, o Rio Portinho, a Lagoa do Portinho, a Lagoa do Prado, a Lagoa da Prata, Igarapé do Urubu,
entre outros.
Encontram-se, também, expressões vinculadas às duas sub-bacias que organizam o sistema
hídrico da área: o próprio Rio Parnaíba e o Rio Portinho. Este último, apesar de fazer parte da
macrobacia do Rio Parnaíba, organiza do ponto de vista hídrico todo o trecho oriental do município de
Parnaíba, na divisa com o município de Luís Correia.
Ao Rio Parnaíba, associam-se alguns eventos hídricos como:
▪ A Lagoa Grande do Buriti dos Lopes; Lagoa do Tatipé, Lagoa do Meio, Lagoa do Prado, um
sistema lagunar (do Curralinho, Redonda, da Lama e do Aninga), Lagoa da Prata e o Igarapé do
Urubu.
▪ Ao Rio Portinho é associada uma série de afluentes, configurando uma sub-bacia hídrica
bastante recortada, mas com poucos eventos hídricos, que constituem a Lagoa do Portinho,
caracterizada pelas dunas no seu entorno imediato.
Na divisa dos Estados do Piauí e do Maranhão, encontra-se a formação do Delta do Parnaíba,
que se constitui de cinco barras: Tutóia, Carrapato ou Melancias, Caju, Canárias (todos estes no
Maranhão) e Igaraçu (no Piauí). Elas formam um emaranhado de igarapés, lagoas, manguezais, praias
desertas e virgens, além de acolherem cerca de oitenta ilhas de diferentes tamanhos, algumas cobertas
de florestas, outras de dunas que chegam a 40 m de altura, outras com fazendas e plantações.
O Plano Estadual de Recursos Hídricos afirma que o Piauí tem uma disponibilidade hídrica
de 18 km³/ano, o que daria algo em torno de 5.771,05 m³/hab/ano (SEMAR, 2010). Entretanto, essa
disponibilidade hídrica está concentrada no Rio Parnaíba. Rios situados na bacia do rio Canindé, por
exemplo, apresentam vazões muito pequenas. É o caso do rio Guaribas, com uma vazão de 0,43 m³/s.
55
O próprio rio Canindé, a depender da região pode ter vazões variando de 80,66 m³/s a 0,83 m³/s
(SEMAR, 2010).
Quanto à qualidade, nenhum dos rios da bacia do Parnaíba foram ainda classificados, desse
modo, sendo enquadrados na Classe 2, como diz a resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de
2005 (CONAMA, 2005). Todavia, vale algumas ressalvas sobre a qualidade das águas na bacia.
Segundo o Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), por exemplo, os valores medidos de
oxigênio dissolvido (OD), em grande parte da bacia, encontra-se com valores acima de 5,0 mg/L
(MMA, 2006). Valores abaixo disso, estão situados ao sul e sudeste da bacia, uma vez que seus
afluentes são em grande parte formados por rios intermitentes, com baixa vazão e capacidade
insuficiente de assimilar as cargas orgânicas.
Ainda segundo o PNRH, a demanda bioquímica de oxigênio (DBO) aumenta à medida que
se caminha para o Norte da Bacia, o que se deve aos rios de pequena expressão, mas também à
densidade populacional, que no norte é maior que no sul (MMA, 2006). Na Região Norte da Bacia,
situam-se os municípios de Teresina e Parnaíba, os dois maiores e pertencentes ao estado do Piauí. As
bacias dos rios Poti, Longá, Piranji, e Difusas do Litoral apresentam valores de DBO que variam entre
30 a 72,54 t/dia (MMA, 2006).
50
nordestino. Em nível regional, a regra é um regime pluviométrico irregular e com déficits hídricos ao
longo da maior parte do ano e rios dotados de escoamento intermitente sazonal.
O domínio caracterizado pela área de ocorrência de basaltos da Formação Sardinha é
constituído por rochas impermeáveis, que se comportam como aquíferos fissurais. Como basicamente
não existe uma porosidade primária nesse tipo de rocha, a ocorrência de água subterrânea é
condicionada por uma porosidade secundária representada por fraturas e fendas, o que se traduz por
reservatórios aleatórios.
Em relação às águas subterrâneas da área, conclui-se que o principal domínio de águas é
resultante de fraturas, caracterizando, segundo Costa (2000), aquífero fissural sendo este o principal
armazenador de água da área e também aparecem em pequena escala aquíferos porosos, secundários,
compostos pelas argilas arenosas, arenitos e os conglomerados inconsolidados.
Os poços apresentam uma capacidade especifica às vazões predominantes em entorno de 2,5
m³/h, porém, em algumas áreas podem apresentar valores superiores (máximas de 15,0 m³/h), quando
os poços tubulares captam água dos estratos inferiores, mais arenosos. Localmente, pode ser definida
como um aquífero do tipo livre, com características regionais de semi confinamento, em função da
presença de níveis siltitos - argilosos.
Aquífero é uma formação geológica subterrânea que funciona como reservatório de água,
sendo alimentado pelas chuvas que se infiltram no subsolo. São rochas com características porosas e
permeáveis capazes de reter e ceder água. Fornece água para poços e nascentes em proporções
suficientes, e serve como proveitosas fontes de abastecimento.
Uma formação geológica para ser considerada um aquífero deve conter espaços abertos ou
poros repletos de água e permitir que a água tenha mobilidade através deles.
• Aquíferos Fissural.
51
O padrão faunístico atualmente observado na área do empreendimento resulta basicamente
das ações antrópicas pretéritas na vegetação original, particularmente quanto à fragmentação dos
diversos habitats, com vistas a atividades agrícolas, criação de gado bovino e caprino, e a caça
predatória. Observou-se uma frequência maior de espécies animais residentes (não migratórias),
generalistas, quanto às preferências ambientais, e de pequeno e médio porte, caracterizando uma
adaptação a ambientes modificados.
Quanto à fauna predominante na região: observa-se as seguintes espécies:
a) Répteis:
• Camaleão (Boidae);
• Cobra cipó (Chinonius sp);
• Cobra verde (Leimadophis sp);
• Jararacussu (Bothrops newiedii);
• Jibóia (Boa constrictor);
• Cobra de veado (Epicartes cenchria);
• Teiú/tejo (Tupinambis teguixim).
b) Aves:
• Gavião cabloco (Geranospiza caerulescens);
• Beija – flor-tesoura (Trochilidae);
• Juriti (Columbiformes);
• Urubu (Coragyps atratus);
• Alma de Gato (Crofofagidae);
• Pássaro Preto (Lccteridae);
• Pipira (Fringillidae);
• Nambu (Cripturelus sp);
• Corrupião (Icterus jamacaii);
• Anum preto (Crotophaga ani);
• Anum branco (Guira guira);
• Cancão (Daptrius americanos);
• Pardal (Passer domesticus);
• Sabia (Turdus rufiventris);
• Rolinha (Columbinas quammata);
• Casaca (Furnaruis figulus);
• Bem-te-vi (Pitangus sulhuratus);
52
• Jacú (Penelope ochrogoster);
• Coroja (Speotto);
c) Mamíferos:
• Raposa (Dusicyon thous);
• Tatu (Euphractus sexcintus);
• Preá (Cavia aperea);
• Catita (Dildelphidae);
• Cutia (Dasyproctidae);
• Gambá (Didelphidae);
• Gato do Mato (Felidae);
• Gato Maracajá (Felidae);
• Guariba (Cebidae);
• Guaxinim (Proconidae);
• Macaco Prego (Cebidae);
• Mucura (Didelphidae);
• Peba (Dasyproctidae);
• Prewguiça (Bradypodidae);
• Soim (Cebidae);
• Veado Campero (Cevidae).
Na área não há indícios de perigo ou iminência de extinção de espécies, tanto da fauna como
da flora componente, visto que informações locais traduzem relatos das espécies supracitadas desde os
primórdios da ocupação da região.
5.3.2. Flora
A área de abrangência do empreendimento corresponde ao complexo vegetacional dos
tabuleiros litorâneos. Insere-se na formação vegetal da caatinga composta de espécies arbóreas ou
arbustivas, decíduas.
No levantamento florístico foram observadas espécies distribuídas em toda a área em estudo,
das quais destacamos:
53
• Mororó (Bauhinia forficata);
• Catingueira (Caesalpinia bracteosa);
• Mufumbo (Combretum leprosum);
• Ameixa ( Aspidosperma sp);
• Aroeira ( Schinus terebinthifolius);
• Burdueira ( Lithraea molleoides);
• Caneleiro ( Cenostignia garnerianum);
• Cascusdo ( Handroanthus chrysotrischus);
• Catanduva ( Piptademia moniliformis Benth);
• Faveira ( Parkia playtycephala);
• Guabiraba ( Campomanesia xannthocarpa O. Berg);
• Juá ( Zizyphus joazeiro Mart);
• Marfim ( Balfourodendron riedelianum);
• Pau d’arco ( Tabebuiaempetiginosa Mad.)
• Pau de Sangue ( Pterocarpus violaceus);
• Pau Pereira ( Platycyamus regnellii);
• Pequiá ( Aspidosperma sp);
• Podoio ( Capaifera langsdorffii);
• Quina quina ( Coutarea hexandra Schum);
• Sabiá (Mimosa caesalpinieafolia Benth);
• Tingui ( Magonia pubescens);
• Três Jorge (Sansevieria cylindrica).
54
Não muito diferente dos meios físico e biótico, o socioeconômico também possui áreas de
influência. Áreas essas que dizem respeito às regiões que irão estar sob a influência do
empreendimento, podendo esta ser direta, indireta ou diretamente afetada. Nesta ocasião, a ADA será
a área de extração da Construtora & Serviços Ambiental LTDA - ME, e a AID refere-se a um raio de 5
Km partindo do centro da área.
Por fim, a AII é a região que o empreendimento irá influenciar por conta da sua localização
ou das alternativas que este oferece ao mercado, logo, encara-se como AII os municípios Buriti dos
Lopes, Parnaíba e Bom Princípio do Piauí.
Figura 26.
55
Através do método “Check List“ serão identificados os impactos ambientais gerados por
cada componente da atividade mineraria. Esse método apresenta um paralelo entre os componentes da
atividade mineraria e os impactos decorrentes da ação de cada um desses componentes, ficando
explicita a relação x efeito da atividade mineraria sobre o meio ambiente.
Benéfico Verde
Caráter
Adverso Vermelho
Pequena P
Magnitude Média M
Grande G
Não Significativa 1
Importância Moderada 2
Significativa 3
As fases que compõem o empreendimento são necessárias para a identificação dos aspectos
de organização da atividade, quais ações ocorrem e que tipos de efeito essas ações podem provocar no
meio. Logo, entende-se que:
Planejamento: esta fase é antecedente às fases de execução e operação da atividade fim, e
engloba, principalmente, a organização dos estudos técnicos estruturais, arquitetônicos, de tráfego,
hidrológico, coleta de informações de campo, dentre outros, para compor o arcabouço de informações
sobre a interação do local e a atividade empreendida;
Implantação: corresponde à fase em que as ações de execução do empreendimento são
realizadas, tais como, escavações, operação de maquinários, desvio de tráfego, supressão de
vegetação, exploração de jazidas, entre outros. Nesta fase, os impactos começam a ser efetivos no
meio;
Operação: corresponde ao fim da fase implantação do empreendimento e o início efetivo da
atividade. É quando os impactos ambientais são sentidos, já que a duração e temporalidade são
diferentes entre si. Portanto, os programas e o monitoramento ambiental são empregados em sua
grande maioria neste momento, a fim de garantir a mitigação, a redução ou a potencialização dos
efeitos dos impactos sobre o meio ambiente;
Desativação: diz respeito ao momento no qual determinado empreendimento atinge o tempo
limite de funcionamento, tempo este que pode ser estabelecido de acordo com a capacidade de suporte
56
da área, dos recursos presentes na região, entre outros. A desativação deve compreender uma gama de
técnica e tecnologias capazes de rearranjar o espaço ora utilizado pela atividade, a fim de garantir com
que não haja nenhum dano futuro.
A avaliação dos impactos ambientais compreenderá, para cada meio, biótico, abiótico e
antrópico as seguintes etapas:
a) Identificação dos impactos e efeitos sobre o meio ambiente.
b) Interpretação e avaliação dos impactos identificados anteriormente em acordo com a
fase e ações realizadas.
c) Quantificação e qualificação dos impactos ambientais.
d) Valoração da sua magnitude, reversibilidade, probabilidade, duração, entre outros
critérios.
e) Averiguação da capacidade de versatilidade do impacto através da adoção de medidas
de prevenção, mitigação, e ou potencialização dos impactos.
f) Desenvolvimento de programas que visem o sucesso de ordenamento do
impacto ambiental no espaço/tempo das áreas influenciadas direta ou indiretamente.
57
Tabela 6 – Conceituação dos Atributos Utilizados no “Check List” e Definição dos Parâmetros de Valoração dos
Atributos.
CARÁTER BENÉFICO
+
Expressa a alteração ou Quando o efeito gerado for positivo para o fator ambiental
modificação gerada por uma considerado.
ação do empreendimento
sobre um dado componente ADVERSO
ou Quando o efeito gerado for negativo para o fator ambiental
considerado. -
fator ambiental por ela
afetado.
MAGNITUDE PEQUENA
P
Expressa a extensão do Quando a variação no valor dos indicadores for inexpressiva,
impacto, na medida em inalterado o fator ambiental considerado.
que se atribui uma
valoração gradual às MÉDIA
variações que as ações Quando a variação no valor dos indicadores for expressiva, M
poderão produzir num porém sem alcance para descaracterizar o
dado componente ou fator ambiental considerado.
fator ambiental por ela
afetado. GRANDE
Quando às variações no valor dos indicadores for de tal ordem G
que possa levar à descaracterização do fator ambiental
considerado.
DURAÇÃO CURTA
É o registro de tempo de Existe as possibilidades da reversão das condições ambientais
anteriores à ação, num breve período de tempo, ou seja, que 1
permanência do impacto
depois de concluída a ação imediatamente após a conclusão da ação, haja a neutralização
que o gerou. do impacto por ela
gerado.
MÉDIA
2
É necessário decorrer um certo período de tempo para que o
impacto gerado pela ação seja neutralizado.
LONGA
Registra-se um longo período de tempo para a permanência do
impacto, após a conclusão da ação que o gerou. Neste grau
serão também incluídos aqueles impactos cujo tempo de 3
permanência, após a conclusão da ação geradora, assume um
caráter
definitivo.
58
A Tabela 7 apresenta o “Check List” dos impactos ambientais identificados e/ou possíveis, e
respectivas valorações, na área de influência funcional da mineração.
6.4. Análise e Avaliação dos Impactos
Com a adoção da metodologia mencionada anteriormente, constatou-se que os impactos
ambientais que afetam mais adversamente a área de influência funcional do empreendimento estão
relacionados à emissão de poeiras fugitivas, gases e ruídos, e a alteração do ecossistema natural, sendo
que os impactos positivos trazem benefícios à população local pela oferta de empregos e oportunidade
de ganhos constantes, pelo recebimento de salários mais condignos, por períodos de tempo mais
duradouros.
Como no “Check List” foram usados três atributos com suas respectivas valorações, e sendo
o atributo caráter o marco inicial da avaliação dos impactos, completa esta análise uma tabela de
avaliação dos impactos ambientais identificados, que é mostrado na tabela 3.
Tabela 7 –“Check List” dos Impactos ambientais Resultantes das Ações da Mineração.
AÇÕES DE MINERAÇÃO IMPACTOS AMBIENTAIS VALORAÇ
ÃO
– Recurso Mineral +P1
LEVANTAMENTO DE DADOS – Geração de empregos/serviços +P1
– Setor Público +P1
– Recurso mineral +M3
REGISTRO MINERAL – Geração de empregos/serviços +P1
– Setor Público +P1
– Recurso mineral +M3
– Uso e ocupação do solo +P2
PLANO DE APROVEITAMENTO
ECONÔMICO E ESTUDO AMBIENTAL – Levantamento das potencialidades ambientais +P1
– Geração de empregos e serviços +P1
– Setor Público +P1
– Recurso mineral +P3
LICENCIAMENTO MINERAL E
AMBIENTAL – Uso e ocupação do solo +P2
– Uso e ocupação do solo +P1
AUTORIZAÇÃO DO SUPERFICIÁRIO E
– Geração de renda +P1
DA PREFEITURA
– Incremento do comércio +P1
– Geração de empregos/serviços +P1
– Economia mineral +G3
REFORMA NAS ESTRUTURAS DE APOIO – Setor Público +P1
EXISTENTES
– Recuso mineral +P2
– Intemperismo/erosão -P2
– Qualidade do solo -M2
– Uso e ocupação +M2
– Qualidade da água -M1
LIMPEZA DO TERRENO – Recarga dos aquíferos -M1
– Poeiras fugitivas -P1
– Flora e fauna -M2
– Geração de empregos/serviços +P1
– Incremento do comércio +P1
59
– Setor Público +P1
– Valores paisagísticos -P1
– Morfologia/relevo -P1
REMOÇÃO E ESTOCAGEM DO – Assoreamento -P2
SOLO ORGÂNICO – Intemperismo/erosão -P2
– Recuperação das condições ambientais +M3
– Morfologia/relevo -P1
– Intemperismo/erosão -P1
– Rede de drenagem -P1
DEFINIÇÃO E ABERTURA DAS FRENTES – Poeiras fugitivas -P1
DE EXTRAÇÃO – Gases e ruídos/odores -P1
– Fauna -P1
– Geração de empregos/serviços +P1
– Incremento do comércio +P1
– Setor público +P1
– Riscos de acidentes -P1
AÇÕES DE MINERAÇÃO IMPACTOS AMBIENTAIS VALORAÇ
ÃO
– Morfologia/relevo -P1
– Intemperismo/erosão -P1
– Sedimentação/assoreamento -P1
INSTALAÇÃO DO BOTA-FORA – Rede de drenagem -P1
– Poeiras fugitivas -P1
– Geração de empregos/serviços +P1
– Incremento do comércio +P1
– Valores paisagísticos -P1
– Setor Público +P1
– Estabilidade dos taludes +P2
– Intemperismo/erosão +P1
AVALIAÇÃO DA DRENAGEM LOCAL
– Sedimentação/assoreamento +P1
– Alagamento +M2
– Rede de drenagem +P2
– Morfologia/relevo -P1
– Intemperismo/erosão -P1
– Assoreamento -P1
– Disponibilidade de águas superficiais -G2
– Recarga de aquíferos -G2
– Poeiras fugitivas -P2
DESMONTE DO SAIBRO – Gases e ruídos/odores -P2
– Perturbação à fauna -P1
– Economia mineral +M2
– Geração de empregos/serviços +P2
– Crescimento do comércio +P2
– Setor público +P1
– Riscos de acidentes -P1
– Valores paisagísticos -P3
– Vibrações -P1
– Poeiras fugitivas -P2
CARREGAMENTO – Ruídos e gases/odores -P1
– Geração de empregos/serviços +P3
– Poeiras fugitivas -P1
60
– Geração de empregos/serviços +P1
DISPOSIÇÃO DO SAIBRO – Riscos de acidentes -P1
–Ruídos e gases/odores -P1
– Economia mineral +P2
– Vias de acesso -P1
– Poeiras fugitivas -P1
TRANSPORTE
– Ruídos e gases/odores -P1
– Geração de empregos/serviços +P3
– Setor público +P3
– Vibrações -M2
– Poeiras fugitivas -P2
– Ruídos e gases/odores -P1
CONSTRUÇÃO DO RESERVATÓRIO
– Geração de empregos/serviços +P2
– Incremento do comércio +P2
– Recuperação das condições ambientais +M2
Tabela 8 – Continuação
AÇÕES DE MINERAÇÃO IMPACTOS AMBIENTAIS VALORAÇ
ÃO
– Poeiras fugitivas -P1
– Ruídos e gases/odores -P1
COMFORMAÇÃO TOPOGRÁFICA E – Recuperação das condições ambientais +G3
RECUPERAÇÃO DA ÁREA DEGRADADA – Geração de empregos/serviços +P1
– Crescimento do comércio +P1
– Setor público +P1
Dos 99 impactos ambientais identificados e/ou possíveis, 52,53 % são positivos enquanto
que 47,47 % são negativos.
Quanto ao atributo magnitude verificou-se que 83,83% são de pequena magnitude, 12,12 %
são de média magnitude e 4,04 %, é de grande magnitude.
61
Já relativamente ao atributo duração observou-se que, 63,64 % são de curta duração, 26,26
% são de duração média e 10,10 % são de longa duração.
Dos 47,47 % de impactos negativos, 40,40 % são de pequena magnitude e dos quais, 32,32
% são de curta duração, 7,07 % são de duração média e 1,01 % são de longa duração; 5,05 % são de
magnitude média, sendo 2,02 % de curta duração, 3,03 % de duração média; 2,02 % são de grande
impacto e duração média.
Dos 52,53 % de impactos positivos, 43,43 % são de pequena magnitude e dos quais 29,29 %
são de curta duração, 10,10 % de duração média e 4,04 % de longa duração; 7,07 % são de média
magnitude e dos quais 4,04 % são de média duração e 3,03 % de longa duração; 2,02 % são é de
grande magnitude com longa duração.
Nos resultados previstos nesta avaliação de impactos, não estão incluídas as medidas
mitigadoras para os mesmos e, quando de suas implantações, com a realização do controle ambiental,
assim como do monitoramento daquelas medidas, haverá uma significativa diminuição dos efeitos
negativos e uma sensível melhoria dos benefícios.
62
6.5.2. Reforma nas Estruturas de Apoio Existentes
As instalações que visam proporcionar apoio à lavra, dizem respeito a uma pequena estrutura
abrigando um escritório administrativo, instalações sanitárias, almoxarifado e oficina.
Estas instalações serão reformadas em observância às normas técnicas específicas,
destinando-se a fornecer todo o apoio logístico necessário ao desenvolvimento produtivo da extração
mineral, com relativo conforto e segurança ao pessoal envolvido, com a necessária preocupação com o
meio ambiente.
Com a realização destas pequenas obras são geradas oportunidades de empregos e serviços
às pessoas residentes nas pequenas comunidades locais.
63
6.5.5. Definição e Abertura da Frente de Lavra
Na fase de instalação da frente de lavra será preparado o local para início das atividades.
Inicialmente, será demarcada no terreno a frente de lavra, com os primeiros trabalhos de limpeza do
terreno e a remoção parcial do estéril, envolvendo a camada de solo fértil.
Com a limpeza do terreno o sistema de proteção ambiental torna-se deficiente, instalando-se
processos erosivos que carreiam partículas finas em suspensão. Este carregamento de sedimentos
durante a estação chuvosa compromete a qualidade das águas superficiais, tornando-as mais turvas.
Os equipamentos utilizados na instalação da frente de extração provocam poluição do ar pela
presença dos particulados e dos gases emitidos, e ainda poluição sonora (ruídos), por curtos períodos
de tempo.
Sons decorrentes do uso destes equipamentos provocam o afastamento da fauna para novos
locais, em busca de habitats semelhantes àqueles dos quais dispunha anteriormente.
Pequenos acidentes de trabalho deverão ser evitados. A paisagem original da região pouco,
mas por longo período de tempo afetará sua beleza cênica devido aos efeitos provocados pela
mineração.
64
Essa operação quando conduzida em observação a critérios técnicos não produz efeitos
adversos.
65
Tabela 10.
NATUREZA BENÉFICO
Expressa alteração ou Quando o efeito gerado for positivo para o fator
modificação gerada por uma ambiental considerado.
ação do empreendimento sobre ADVERSO
um dado componente ou fator Quando o efeito gerado for negativo para o fator
ambiental por ela afetada. ambiental considerado.
DIRETA
Resulta de uma simples relação de causa e efeito,
INCIDÊNCIA
também denominado impacto primário ou de primeira ordem.
Estabelece o grau de
INDIRETA
relação entre a ação impactante
Quando gera uma reação secundária em relação à
e o impacto gerado ao meio
ação ou, quando é parte de uma cadeia de reações também
ambiente.
denominada de impacto secundário ou de enésima ordem, de
acordo com a situação da cadeia de reações.
PEQUENA
Quando a variação do valor dos indicadores for
MAGNITUDE
inexpressiva, inalterando o fator ambiental considerado.
Expressa a extensão do
MÉDIA
impacto, na medida em que se
Quando a variação do valor dos indicadores for
atribuiu uma valorização gradual
expressiva, porém sem alcance para descaracterizar o fator
às variações que as ações
ambiental considerado.
poderão produzir num dado
GRANDE
componente ou fator ambiental
Quando a variação do valor dos indicadores for de
por ela afetada.
tal ordem que possa levar à descaracterização do fator
ambiental considerado.
TEMPORÁRIA
Quando o efeito permanece por tempo
DURAÇÃO
indeterminado depois de executada a ação que o gerou.
Expressa o tempo de
PERMANENTE
permanência do impacto gerado
Quando uma vez executada a ação, os efeitos
por determinada ação.
gerados não deixam de manifestar-se, ou seja assumem
caráter definitivo.
66
CÍCLICA
Quando o efeito permanece por períodos sazonais
depois que executada a ação que o gerou.
IMEDIATO
Existe a possibilidade da reversão das condições
ambientais anteriores à ação, num prévio período de tempo,
ou seja, que imediatamente após a conclusão da ação, haja a
neutralização do impacto por ela gerado.
TEMPORALIDADE
MÉDIO PRAZO
É o registro de tempo
É necessário decorrer um certo período de tempo
de permanência do impacto
para que o impacto gerado pela ação seja neutralizado.
depois de concluída a ação que o
LONGO PRAZO
gerou.
Registra-se um longo período de tempo para a
permanência do impacto, após a conclusão da ação que o
gerou. Neste grau serão também incluídos aqueles impactos
cujo tempo de permanência, após a conclusão da ação
geradora, assume um caráter definitivo.
FRACA
A intensidade da interferência do impacto sobre o
meio ambiente e em relação aos demais impactos, não
implica na alteração da qualidade de vida.
INTENSIDADE MÉDIA
Estabelece a A intensidade do impacto sobre o meio ambiente e
significância ou o Quanto cada em relação aos outros impactos, assume dimensões
impacto é importante na sua recuperáveis, quando adverso, para a queda de Qualidade de
relação de interferência com o vida, ou assume melhoria da qualidade de vida, quando
meio ambiente e quando benéfico.
comparado a outros impactos. FORTE
A intensidade da interferência do impacto sobre o
meio ambiente e juntos aos demais impactos, acarreta como
resposta social, perda quando adverso, ou ganho quando
benéfico, da qualidade de vida.
67
ABRANGÊNCIA LOCAL
Estabelece a referência Quando o efeito gerado fica restrito à área de
espacial entre a ação geradora interferência da ação e ao seu entorno mais próximo.
do impacto e área afetada, ou REGIONAL
seja, estabelece a extensão da Quando o efeito gerado pela a ação se propaga para
interferência considerando-se a além da área de influência direta ou em torno mais próximo
relação causa e efeito. da ação impactante.
REVERSÍVEL
Quando o fator ambiental impactado por uma ação
REVERSIBILIDAD retorna a sua condição ambiental existente antes da execução
E da ação, podendo a reversão ocorrer naturalmente ou por
Expressa a capacidade interferência antrópica.
do fator ambiental afetado por IRREVERSÍVEL
uma dada ação de retornar as Quando o fator ambiental impactado por uma ação
condições ambientais anteriores. torna-se impossibilitado de retornar as condições ambientais
existentes antes da execução da ação, mesmo que sejam feitas
intervenções neste sentido.
68
• Danos resultantes:
- Danos à saúde dos operários e da população vizinha ao empreendimento.
69
• Danos resultantes:
- Poluição visual; poluição do solo; risco de acidentes com os operários.
70
- Descaracterização do solo original da jazida.
71
7.2.1.2. Impactos Ambientais Relacionados ao Meio Biótico
7.2.1.2.1. Afugentação da Fauna
• Análise do Impacto Ambiental
- Natureza = Adversa
- Incidência = Direta
- Magnitude = Média
- Duração = Temporária
- Temporalidade = Imediato
- Intensidade = Fraca
- Abrangência = Local
- Reversibilidade = Reversível
• Origem do Impacto:
- Produção de ruídos e vibrações; supressão da vegetação; presença humana (operários).
• Atividades Impactantes:
- Desmatamento e decapeamento.
• Danos resultantes:
- Migração dos animais para outros locais próximo ao empreendimento.
72
7.2.1.3. Impactos Ambientais Relacionados ao Meio Antrópico
7.2.1.3.1. Risco de Acidentes com Operários
• Análise do Impacto Ambiental
- Natureza = Adversa
- Incidência = Direta
- Magnitude = Pequena
- Duração = Temporária
- Temporalidade = Imediato
- Intensidade = Fraca
- Abrangência = Local
- Reversibilidade = Reversível
• Origem do Impacto:
- Desmatamento e decapeamento.
Atividades Impactantes:
- Expurgo de material arenoso + cobertura vegetal.
• Danos resultantes:
- Risco de acidentes com operários durante a implantação do empreendimento.
73
7.2.1.3.3. Incremento da Renda Local
• Análise do Impacto Ambiental
- Natureza = Benéfica
- Incidência = Indireta
- Magnitude = Pequena
- Duração = Temporária
- Temporalidade = Imediato
- Intensidade = Fraca
- Abrangência = Local
- Reversibilidade = Reversível
• Origem do Impacto:
- Remuneração dos funcionários do empreendimento; aquisição de bens de consumo no comércio
local.
• Atividades Impactantes:
- Expurgo de material arenoso + cobertura vegetal.
• Benefícios resultantes:
- Aumento de empregos/renda, mesmo que temporários.
74
- Maior arrecadação e tributos.
75
• Danos resultantes:
- Atinge os operários e a população vizinha ao empreendimento; afugentação da fauna.
76
- Descaracterização do solo original da jazida.
77
7.2.2.2. Impactos Ambientais Relacionados ao Meio Biótico
7.2.2.2.1. Afugentação da Fauna
• Análise do Impacto Ambiental
- Natureza = Adversa
- Incidência = Direta
- Magnitude = Média
- Duração = Temporária
- Temporalidade = Médio Prazo
- Intensidade = Fraca
- Abrangência = Local
- Reversibilidade = Reversível
• Origem do Impacto:
- Produção de ruídos e vibrações; supressão da vegetação; presença humana (operários).
• Atividades Impactantes:
- Desmatamento e decapeamento.
• Danos resultantes:
- Migração dos animais para outros locais próximo ao empreendimento.
78
- Risco de acidentes com operários durante a implantação do empreendimento.
79
- Aumento de empregos/renda, mesmo que temporários.
80
• Atividades Impactantes:
- Mineração (extração de saibro).
• Danos resultantes:
- Obstrução da passagem de pessoas e animais silvestres na área do empreendimento.
81
- Desmatamento e decapeamento.
• Danos resultantes:
- Represamento da água das chuvas; desvio das águas de rolamento.
82
- Paralisação das atividade geradoras de empregos diretos.
• Malefícios resultantes:
- Redução de vagas de empregos, mesmo que temporários.
83
• Malefícios resultantes:
- Diminuição do dinheiro advindo dos empregos gerados pela mineração.
84
7.3. Quadro de Identificação e Análises dos Impactos Ambientais (Tabela 11).
I R
N MAG DURA TEMP INTE ABRA
NCIDÊNCI EVERSIBIL
ATUREZA NITUDE ÇÃO ORALIDADE NSIDADE NGÊNCIA
A IDADE
REVERSÍVE
ESTRATÉGI
TEMPORÁR
PERMANEN
IRREVERSÍ
REGIONAL
M
IMEDIATO
BENÉFICA
INDIRETA
FASES DO IMPACTOS AMBIENTAIS
PEQUENA
ADVERSA
EIO
CICLÍCA
GRANDE
EMPREENDIMENTO
DIRETA
LONGO
LOCAL
MÉDIO
PRAZO
PRAZO
FRACA
MÉDIA
MÉDIA
FORTE
VEL
CA
TE
IA
L
ALTERAÇÃO NA X X X X X X X X
QUALIDADE DO AR
PRODUÇÃO DE X X X X X X X X
RUÍDOS E VIBRAÇÕES
GERAÇÃO DE X X X X X X X X
RESÍDUOS SÓLIDOS
F USO E OCUPAÇÃO DO X X X X X X X X
ÍSICO SOLO
DEGRADAÇÃO DO X X X X X X X X
SOLO
ALTERAÇÃO DO X X X X X X X X
FLUXO D’ÁGUA
IM MUDANÇA DE X X X X X X X X
PLANTAÇÃO PAISAGEM
AFUGENTAÇÃO DA X X X X X X X X
BFAUNA
IÓTICO SUPRESSÃO DA X X X X X X X X
VEGETAÇÃO
RISCO DE ACIDENTES X X X X X X X X
COM OPERÁRIOS
GERAÇÃO DE X X X X X X X X X
AEMPREGOS
NTRÓPICO INCREMENTO DA X X X X X X X X
RENDA LOCAL
AUMENTO DA X X X X X X X X
ARRECADAÇÃO E TRIBUTOS
ALTERAÇÃO NA X X X X X X X X
QUALIDADE DO AR
PRODUÇÃO DE X X X X X X X X
RUÍDOS E VIBRAÇÕES
USO E OCUPAÇÃO DO X X X X X X X X
FSOLO
ÍSICO DEGRADAÇÃO DO X X X X X X X X
SOLO
OP ALTERAÇÃO DO X X X X X X X X
ERAÇÃO FLUXO D’ÁGUA
MUDANÇA DE X X X X X X X X
PAISAGEM
B AFUGENTAÇÃO DA X X X X X X X X
IÓTICO FAUNA
RISCO DE ACIDENTES X X X X X X X X
ACOM OPERÁRIOS
NTRÓPICO GERAÇÃO DE X X X X X X X X X
EMPREGOS
85
INCREMENTO DA X X X X X X X X
RENDA LOCAL
AUMENTO DA X X X X X X X X
ARRECADAÇÃO E TRIBUTOS
USO E OCUPAÇÃO DO X X X X X X X X
SOLO
DEGRADAÇÃO DO X X X X X X X X
FSOLO
ÍSICO ALTERAÇÃO DO X X X X X X X X
FLUXO D’ÁGUA
DE MUDANÇA DE X X X X X X X X
SATIVAÇÃO PAISAGEM
REDUÇÃO DE X X X X X X X X
EMPREGOS
A DIMINUIÇÃO DA X X X X X X X X
NTRÓPICO RENDA LOCAL
DIMINUIÇÃO DA X X X X X X X X
ARRECADAÇÃO E TRIBUTOS
86
7.4. Avaliação do Quadro de Identificação e Análises dos Impactos Ambientais
Na avaliação do quadro de identificação e análises dos impactos ambientais estão as relações
que ocorrem entre os diferentes componentes ambientais e intervenções previstas pelo
empreendimento nas fases de implantação, operação e desativação do projeto de mineração.
Dentre os impactos ambientais negativos destaca-se os de grande magnitude e forte
intensidade:
• Operação:
- Degradação do Solo.
Os impactos ambientais negativos considerados permanentes e irreversíveis são:
• Operação:
- Degradação do Solo e Mudança de Paisagem.
• Desativação:
- Degradação do Solo e Mudança de Paisagem.
Tabela 13.
NATUREZA FASES DO EMPREENDIMENTO
DOS
Implantação Operação Desativação
IMPACTOS
Positivos 0 0 9
Negativos 15 5 3
Total 15 5 12
87
8.1.1. Impactos Ambientais Relacionados ao Meio Físico
8.1.1.1. Alteração na Qualidade do Ar
• Medidas Mitigadoras e Compensatórias:
- Manutenção periódica nos veículos, máquinas e equipamentos;
- Uso de lona de proteção para cobertura da carga;
- Uso de equipamento de proteção individual.
• Tipo:
- Preventiva.
• Responsável:
- Proprietário do empreendimento – Contratado (serviços terceirizados).
88
8.1.1.5. Degradação do Solo
• Medidas Mitigadoras e Compensatórias:
- Uso de técnicas e equipamentos apropriados para o desmatamento;
- Acondicionamento adequado de descartes sólidos e substâncias poluentes (gasolina, óleo diesel,
óleo lubrificante, graxa, etc.);
- Manutenção periódica nos veículos, máquinas e equipamentos, de forma a evitar vazamentos.
• Tipo:
- Preventiva.
• Responsável:
- Proprietário do empreendimento – Contratado (serviços terceirizados).
89
• Tipo:
- Preventiva.
• Responsável:
- Proprietário do empreendimento – Contratado (serviços terceirizados).
90
8.1.3.3. Incremento da Renda Local
• Medidas Mitigadoras e Compensatórias:
- Aquisição de bens e serviços na região de inserção do empreendimento;
- Remunerar de forma justa os trabalhadores.
• Tipo:
- Preventiva.
• Responsável:
- Proprietário do empreendimento – Contratado (serviços terceirizados).
91
- Preventiva.
• Responsável:
- Proprietário do empreendimento – Contratado (serviços terceirizados).
92
- Preservação e conservação das áreas naturais no entorno da área do aterro industrial.
• Tipo:
- Preventiva.
• Responsável:
Proprietário do empreendimento
93
• Responsável:
- Proprietário do empreendimento – Contratado (serviços terceirizados).
94
- Remunerar de forma justa os trabalhadores que trabalharão na recuperação da área atingida pelo
empreendimento.
• Tipo:
- Preventiva.
• Responsável:
- Proprietário do imóvel.
9. PROGRAMAS AMBIENTAIS
Foi citado no Item 4.2 desse trabalho nas páginas 23 e 24.
95
PEAD, e danos às redes de água, de esgoto e drenagem. Para fins paisagísticos e de preservação
ambiental, geralmente se reintroduzirem espécies nativas da região, ou ainda consorciadas com
espécies exóticas.
O plantio de mudas, principalmente de espécies nativas, bem como do trato cultural que
garanta a sua consolidação, devem ser previstos e desenvolvidos durante todo o período de operação
do empreendimento.
Métodos de Plantio
As gramíneas podem ser plantadas em sulcos, covas ou a lanço. Muitas vezes, porém, não de
consegue estabelecer uma pastagem na primeira tentativa, devido ao desconhecimento do método de
plantio mais adequado para as condições locais.
Para minimizar esse problema, o preparo do solo e o plantio deverão ser realizados, se
possível, alguns dia após as primeiras chuvas. Outra sugestão para essas áreas antes cultivadas é fazer
o plantio em covas ou em sulcos, permitindo, assim, um desenvolvimento satisfatório das plantas.
Semeadura
A semeadura das gramíneas é feita manualmente. No semeio a lanço podem ser utilizados
entre 5 e 10 kg/ha de sementes; no plantio em covas são necessários de 3 a 7 kg/ha, de acordo com a
qualidade das sementes.
Cobertura das sementes não é obrigatória, porém, tem sido observado que, nos solos leves,
uma cobertura com 1,5 a 3,0 cm de terra tem favorecido o estabelecimento das gramíneas.
Adubação
Estudos têm revelado um efeito marcante do fósforo no crescimento radicular de plantas
novas acelerando seu crescimento. É recomendado aplicar 125 kg/ha/ano.
96
10.2. Plantio de Espécies Arbustivas e Arbóreas (Mata Nativa)
Plantio
Um mês antes do plantio é necessário fazer a preparação das covas de 0,80 x 0,80 x 0,80
m.
Como matéria orgânica pode-se optar pelo uso de 3 kg de esterco de galinha ou de gado.
Como fonte de fósforo usar de preferência o super-fosfato simples na base de 800 g por
cova.
As plantas devem ser colocadas no centro da cova, sendo então recobertas por uma camada
de terra suficiente para cobrir a semente ou muda. Após um mês do plantio efetuar a 1ª adubação de
cobertura com uréia. Próximo ao fim da estação chuvosa efetua-se a segunda adubação de cobertura.
Adubação
A adubação deve ser realizada de acordo com a análise química do solo. As doses de
nitrogênio e potássio deverão ser fracionadas em duas aplicações, o que proporciona melhor
aproveitamento desses adubos pela planta. A primeira aplicação dera feita no início da estação
chuvosa. Próximo ao fim da estação chuvosa deverá ser efetuado a segunda aplicação. Os fertilizantes
serão espalhados em torno da planta e incorporados ao solo em círculo.
97
11. CONCLUSÃO
Essa atividade de extração de é por natureza, modificadora do ambiente. Ou seja, acarreta
impactos adversos sobre o meio ambiente ao qual está inserido. Entretanto, esses impactos poderão ser
atenuados com medidas mitigadoras recomendadas.
O grau gerador dos impactos ambientais gerados depende do conhecimento das operações da
mineração, portanto, o monitoramento constante de empreendimento apresentará resultados
satisfatórios.
A lavra será totalmente a céu aberto. No período da estiagem os trabalhos de lavra serão
intensificados, uma vez que na estação chuvosa, os trabalhos reduzirão pela metade, devido à queda do
consumo do material de construção no período das chuvas.
A área de extração analisada é extensa e de profundidade média e de grande longevidade. A
comercialização dos produtos é sempre certa por tratar-se de material de primeira necessidade às
estradas, construção civil e tantas outras que deverá ser utilizado ainda por tempo indeterminado.
Como resultado das observações de campo na área em estudo apresentamos as seguintes
considerações objetivando atender a Secretária de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado do
Piauí – SEMAR:
• As características da área são compostas principalmente por Rochas Sedimentares /
Areníticas recobrindo as rochas pré-cambrianas do embasamento cristalino constituindo-se de gnaisses
/ Transamazônico as quais compõem aquíferos Fissural;
• O nível do lençol freático foi identificado às profundidades de 12,0 metros;
• É abastecido pela Bacia do Parnaíba / Sub-Bacia Litorâneas;
• Apresenta uma média porosidade e também e médio potencial Hidrológico;
• Os solos apresentam areno - quartzoso com seixos de saibro com plasticidade média
são do topo Podzólicos Distróficos Vermelho-Amarelado;
• Beneficiados os comerciantes locais pelo aumento de suas vendas aos trabalhadores da
mineração e o setor público pelo crescimento na arrecadação de impostos;
• Ficou constatado que dentre os impactos ambientais que afetarão mais adversamente a
área de influência funcional do empreendimento estão relacionados, a emissão de poeiras fugitivas,
gases e ruídos e a alteração do ecossistema;
• Os serviços porventura necessários e que não contem das presentes, deverão ser
executados de acordo com a orientação da fiscalização e responsável técnico da obra, que á fará
sempre por escrito;
Após todas as considerações contidas nesses relatórios e de acordo com o planejamento
proposto para a extração, em estreita relação com medidas mitigadoras e de controle do meio
ambiente, a exploração desse bem mineral na área ora licenciada, demonstra grande viabilidade, tanto
tecnicamente como economicamente e mais ainda sob a ótica da preservação ambiental,
98
principalmente tendo-se em vista a boa vontade demonstrada pelo empreendedor no sentido de
preservar sempre o meio ambiente.
99
12. EQUIPE TÉCNICA
100
13. BIBLIOGRAFIA
COSTA, M. J., et alli- Oeo-cambriano e o CAMBRRO-ORDOVICIANO do Nordeste do
Ceará, Fortaleza, DNPM(1973).
ATLAS DO CEARÁ – SUDEC-IBGE, Rio de Janeiro.
NASCIMENTO, J. R. de C, et alli (1981) – PROJETO RADAMBRASIL, Levantamento de
Recursos Naturais; Vol. 21.
BANCO DO NORDESTE, 1999. Manual dos Impactos Ambientais: orientações básicas
sobre aspectos ambientais de atividades produtivas. Equipe de elaboração: Marilza do Carmo Oliveira
Dias (coordenadora), Mauri César Barbosa Pereira, Pedro Luiz Fuentes Dias, Jair Fernandes Virgílio.
Fortaleza: Banco do Nordeste, 1999. p. 297.
Bruschi, Denise M.; Peixoto, Mônica C. D., 1997. Extração de areia, cascalho e argila. Belo
Horizonte: Fundação Estadual do Meio Ambiente, 90 p. (Manual de Saneamento e Proteção
Ambiental para os Municípios; v. 4).
Dote Sá, T. Estudo de Impacto Ambiental. Notas de Aula do Curso “Estudo de Impacto
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Agro meteorológico 1990. Parnaíba: EMBRAPA – CNPAI, 1990. 46 p.
FUNDAÇÃO CEPRO, 1996. Macro zoneamento Costeiro do Estado do Piauí. / Fundação
CEPRO, Fundação Rio Parnaíba. Teresina: 1996. p. (Estudos Diversos, 31).
IBAMA, 1998. Plano de gestão e diagnóstico geoambiental e socioeconômico da Apa do
Delta do Parnaíba (CE. PI. MA.). IBAMA, Ministério do Meio Ambiente, Recursos Hídricos e da
Amazônia Legal. Fortaleza: IEPS / UECE. 101 p.
IBAMA, 1998. Plano de gestão e diagnóstico geoambiental e socioeconômico da Apa da
Serra da Ibiapaba (CE. PI). IBAMA, Ministério do Meio Ambiente, Recursos Hídricos e da Amazônia
Legal. Fortaleza: IEPS / UECE. 101 p.
IBAMA, 2002. GEO Brasil 2202 – Perspectivas do Meio Ambiente no Brasil / Organizado
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IBAMA, 2002. 440 p.: il.
IBGE, 1957. Enciclopédia dos Municípios Brasileiros. Rio de Janeiro: IBGE.
IBRAM – Instituto Brasileiro de Mineração. Comissão Técnica de Meio Ambiente., 1985.
Mineração e meio ambiente: impactos previsíveis e formas de controle. Belo Horizonte: IBRAM, 64
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IBRAM – Instituto Brasileiro de Mineração. Comissão Técnica de Meio Ambiente. Grupo
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MMA/SDS, 2002. Zoneamento Ecológico-Econômico do Baixo Rio Parnaíba: Subsídios
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Oliveira, M. C. 1971. Capim Buffel nas regiões secas do Nordeste. Petrolina, PE.
EMBRAPA CPATSA, (EMBRAPA. CPATSA. Circular Técnica, 5).
SEMARH, 2000. LIVRO-LEI – Lei de Recursos Hídricos do Estado do Piauí. Lei nº 5.165
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Soares, N. S., 2001. CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO PIAUÍ. Organizado por Nildomar
da Silveira Soares. Atualizada até junho/2001. 147 p.
101
Valverde, Fernando Mendes, 1997. Bases para o planejamento da mineração de areia na
Região Metropolitana de São Paulo. São Paulo: CPRM, 133 p.
102
14. ANEXO
103