Você está na página 1de 38

UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO

FACULDADE DE CIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA

INFLUÊNCIA DA SUPERFÍCIE DE CONTACTO NA


VELOCIDADE DE DECOMPOSIÇÃO DOS
RESÍDUOS SÓLIDOS ORGÂNICOS

VÍCTOR ANDRÉ TOMÁS

Trabalho apresentado como resultado da


pesquisa bibliográfica do seminário, no
Curso de Química, Faculdade de Ciências
Exatas da Universidade Agostinho Neto.

Orientadora:
Prof. Doutora Joana Sacramento
Coorientador:
MSc. Almodevar Baldaia Silva

LUANDA, 2021-2022
INFLUÊNCIA DA SUPERFÍCIE DE CONTACTO NA
VELOCIDADE DE DECOMPOSIÇÃO DOS
RESÍDUOS SÓLIDOS ORGÂNICOS

VÍCTOR ANDRÉ TOMÁS

Orientadora:
Prof. Doutora Joana Sacramento
Coorientador:
MSc. Almodevar Baldaia Silva

LUANDA, 2021-2022

1
Índice

Conteúdo
pág.

Introdução........................................................................................................................................... 4

Problemática ............................................................................................................................... 4

Justificativa ................................................................................................................................. 7

Objectivos ................................................................................................................................... 7

Objectivo Geral ................................................................................................................... 8

Objectivos específicos ......................................................................................................... 8

Capítulo I: Fundamentos teóricos ........................................................................................................ 8

I.1. Conceito de Solo ................................................................................................................... 9

I.2. Classificação dos Solos ......................................................................................................... 9

I.2.1. Classificação dos solos quanto à sua origem ................................................................ 9

I.2.2. Constituição dos Solos orgânicos .............................................................................. 10

I.2.3. Conceito e constituição da Matéria Orgânica do Solo (MOS) .................................... 10

I.2.4. Influência do conteúdo orgânico nas propriedades físicas e químicas dos solos ......... 11

I.2.5. Origem da Matéria Orgânica dos Solos ..................................................................... 11

I.3. Conceito de Resíduos Sólidos Orgânicos (RSOs)................................................................. 12

I. 3.1. Resíduos Sólidos...................................................................................................... 12

I.3.2. Os Resíduos Sólidos Orgânicos ................................................................................. 14

I. 4. Decomposição dos resíduos sólidos orgânicos no solo ........................................................ 15

I.4.1. Decomposição biológica dos resíduos sólidos orgânicos por processos aeróbicos ...... 15

I.4.2. Decomposição biológica dos resíduos sólidos orgânicos por processos anaeróbicos .. 16

I. 5. Factores que afetam a Decomposição dos resíduos sólidos orgânicos no solo ...................... 18

I.5.1. Conceito de Superfície de Contacto e sua Influência na velocidade de Decomposição


dos resíduos sólidos orgânicos ........................................................................................... 19

I.6. Tempo estimado de decomposição de alguns materiais na natureza...................................... 20

2
Capítulo II: Métodos de análise de teores de matéria orgânica do solo ............................................... 22

II.1. Métodos de análise de solos por via húmida ....................................................................... 22

a) Método de Walkley & Black .......................................................................................... 22

b) Método Mebius ..................................................................................................................... 24

c) Método colorimétrico .................................................................................................... 25

II.2. Métodos de análise de solos por via seca ............................................................................ 25

a) Método gravimétrico ou termogravimétricos ou perda de massa por ignição ................... 25

b) Análise elementar ou método de Dumas ........................................................................ 26

c) Métodos espectroscópicos .............................................................................................. 27

II.3. Análise Quimiometrica ............................................................................................... 28

II.4. Comparações entre os métodos .......................................................................................... 29

Conclusões ....................................................................................................................................... 31

Referências Bibliográficas ................................................................................................................ 33

Cibergrafia ........................................................................................................................................ 37

3
Introdução

Desde os tempos antigos, os humanos têm usado e abusado dos recursos ambientais para
sobreviver. Nesse período, a destinação dos resíduos não era um grande problema, devido à
pequena população e grande quantidade de terra disponível para armazenar os resíduos. Com
a formação e desenvolvimento das cidades, o problema da gestão de resíduos se agravou cada
vez mais, e o mau controlo começou a levar aos primeiros problemas ambientais graves (como
a Peste Negra na Europa no século XII, exterminando metade da população do continente ). O
problema se agravou ainda mais com a Revolução Industrial (final do século XVIII) quando
uma parcela significativa da população rural se mudou em massa para as cidades, aumentando
drasticamente a taxa de crescimento urbano e consequentemente a taxa de exploração dos
recursos do planeta. [9]

Hoje em todos os sectores tem aumentado a preocupação com a destinação dos resíduos sólidos
e esta preocupação tem vindo a crescer devido ao aumento de produção de resíduos nos grandes
centros urbanos e a evidente negligência resultante do Poder Público, Legisladores,
Reguladores e, portanto, da população em geral.

Consegue-se observar que quanto maior o crescimento demográfico, o acentuado


desenvolvimento industrial e o processo de urbanização crescente, maior será a produção de
resíduos sólidos. Devido a estes factores, o lixo vem se tornando uma problemática dos grandes
centros de consumo, pois a cada dia, mais e mais toneladas vêm se formando, fazendo-se
necessário que as cidades tenham uma política pública específica destinada a coleta, tratamento
e destino dos resíduos. Desta forma o inadequado processo de coleta, transporte e tratamento
dos resíduos sólidos, desencadeiam a consequências de várias ordens na sociedade.

Problemática

Os efeitos negativos dos resíduos sólidos orgânicos no meio ambiente surgiram desde que as
pessoas abandonaram a vida nómada e adotaram um estilo de vida sedentário. Desde as
civilizações antigas, o descarte de resíduos é realizado em regiões remotas e livres, bem como

4
em hidrovias. Na história antiga, as pessoas falavam em usar o fogo para destruir seus restos e
armadilhas inutilizáveis. Há cerca de um século, as pessoas começaram a aplicar soluções
supostamente razoáveis para a gestão de resíduos sólidos. [10]

O crescimento populacional (principalmente urbano) e os desenvolvimentos industriais e


tecnológicos ocorridos no século passado e principalmente após a Segunda Guerra Mundial
criaram novas opções de consumo para as crianças, causando muitos problemas ao meio
ambiente e às pessoas, incluindo os resíduos que causam poluição ambiental. A exploração dos
recursos naturais pelo homem causa poluição ambiental, e a não reutilização e reciclagem
desses recursos tem o efeito de dificultar o bom funcionamento dos ciclos naturais.

A disposição do lixo no solo em aterros sanitários não é uma melhor solução pois implica em
elevados riscos como contaminação dos aquíferos subterrâneos, implicando em possíveis
prejuízos à saúde pública além de outros incómodos relactivos ao mau cheiro, fumaças
resultantes da queima. Poluição visual, desvalorização da terra, etc. Na maioria dos aterros
actuais não existem sistemas de proteção como: a impermeabilização, drenagem de fluídos ou
tratamento de chorume, etc. [12]

A poluição do solo é vista do ponto de vista da lei da entropia ou desordem (2ª lei da
termodinâmica), onde no processo de transformação de energia, seja natural ou artificial, há
sempre degradação. Energia reduzida, o que significa que a energia se torna menor e menos
utilizável. O descarte descuidado de resíduos industriais e/ou domésticos nos cursos de água,
como destino final, pode causar lodo, além de aumentar a turbidez e a variação do gradiente
de temperatura, causando interrupção do ciclo de vida da espécie, tornando a água
biologicamente estéril. O Chorume, líquido resultante da decomposição característica dos
materiais orgânicos quando descarregado nos cursos das águas quer seja pela depressão natural
do terreno quer pelas chuvas, provoca a redução de oxigénio das águas perigando a vida dos
organismos aeróbicos aquáticos.

Assim, a saúde pública e a proteção ambiental são os dois pontos básicos do problema dos
resíduos sólidos, sendo necessário encontrar soluções adequadas. Do ponto de vista médico,
ressalta-se que a influência dos resíduos como causa direta de doenças não foi claramente
demonstrada, mas como fator indireto, os resíduos são de grande influência na transmissão de
doenças por meio de vetores como: mosquitos, baratas, moscas e roedores, que encontram
alimento, abrigo e condições de reprodução em latas de lixo.[12]

5
A problemática do lixo pode ser combatida usando duas linhas de pensamentos resumidas na
seguinte frase: Gasta-se dinheiro para repor de forma racional a harmonia ambiental e
repondo a harmonia ambiental de forma racional gera-se dinheiro.

Por um lado, para se implementar as medidas e tecnologias inovadoras de gestão de resíduos


sólidos exige-se a disponibilidade de verbas da parte dos gestores ambientais, e por outro lado
os investimentos racionais nas políticas de gestão ambiental podem conduzir a vantagens sócio
económicas tais como:

a) Soluções de problemas de ordem sanitárias;


b) O Aumento de vida média do homem, quer pela redução da mortalidade, quer pela
redução de doenças.

No âmbito da economia, podemos destacar:


a) Possibilidade de reutilização (reciclagem);
b) Produção de composto orgânico;
c) Obtenção de energia térmica através da incineração;
d) Produção da ração animal;
e) O aproveitamento do metano a partir das centrais de coleta dos aterros sanitários;

Entre muitas outras.

Uma forma de resolver o problema dos resíduos sólidos orgânicos é indicada pelo princípio
dos três “Errês” (3Rs) – reduzir, reutilizar e reciclar. Fatores relacionados a esses princípios
devem ser levados em consideração, como o ideal de prevenir e não gerar resíduos, além de
adotar formas sustentáveis de consumo, visando à economia de recursos naturais, natureza,
natureza e armazenamento de resíduos.

Reduzir significa consumir menos produtos e priorizar aqueles que apresentam menor
potencial de desperdício e são mais sustentáveis;

Reutilizar significa, por exemplo, a reutilização de embalagens. Por exemplo, potes de sorvete
de plástico usados para guardar alimentos ou outros materiais;

Reciclar envolve a conversão de materiais, por exemplo, a criação de um produto a partir de


materiais usados. Podemos fazer papel reciclando papel usado. Papelão, latas, vidro e plástico
também podem ser reciclados. Para facilitar o trabalho de envio de material pós-consumo para

6
reciclagem, é importante distingui-lo de seu local de origem - residência particular, escritório,
fábrica, hospital, escola, etc. [10]

Portanto, abordar questões relacionadas aos resíduos sólidos orgânicos requer ações de
consciencialização envolvendo todos os atores do processo (gestores), gestão, funcionários e
usuários), levando em consideração a redução desses resíduos. Em segundo lugar, na
reutilização, significa que na reutilização tudo ainda está em boas condições. E, finalmente, na
reciclagem, ou seja, na utilização de matérias-primas para criar novos produtos. [10]

Justificativa

Assim, ao nos propusermos em abordar a temática da influência da superfície de contacto na


velocidade de decomposição dos resíduos sólidos orgânicos, buscamos entender como o
tamanho das partículas (superfície de contacto) pode actuar como facilitador na decomposição
dos resíduos orgânicos, olhando para as vantagens que esta aceleração pode nos conferir.

Os materiais na natureza degradam-se em velocidade diferentes e tendo em consideração que


quanto mais perigoso for o material maior é o interesse de eliminação do mesmo no meio
ambiente, então, no presente trabalho buscamos relacionar teoricamente como a redução do
tamanho das partículas de restos alimentícios, pode aumentar a velocidade da sua decomposição
no solo e consequentemente, aumentar a possibilidade de correcção do conteúdo orgânico do
respectivo solo.

Apresentam-se também os métodos que possibilitam analisar o conteúdo orgânico do solo de


formas a se verificar a variação na taxa de decomposição dos resíduos orgânicos tendo em conta
a superfície de contacto.

Objectivos
7
Objectivo Geral

Realizar uma pesquisa bibliográfica sobre a influência da superfície de contacto na velocidade


de decomposição dos resíduos sólidos orgânicos.

Objectivos específicos

a) Rever os conceitos relacionados aos solos;

b) Identificar os solos orgânicos e sua composição;

c) Distinguir a influência do conteúdo orgânico nas propriedades físicas e químicas dos solos;

d) Apresentar o conceito, analisar o processo de decomposição e os factores que afetam a


decomposição dos Resíduos Sólidos Orgânicos (RSOs) no solo.

e) Apresentar o conceito de superfície de contacto e sua influência na velocidade de


decomposição dos resíduos sólidos orgânicos.

f) Avaliar e comparar os métodos de análise de teores de matéria orgânica do solo.

Capítulo I: Fundamentos teóricos


8
I.1. Conceito de Solo

O solo é uma mistura complexa de materiais inorgânicos e resíduos orgânicos parcialmente


decompostos. Os solos diferem grandemente de área para área, não só em quantidade (espessura
de camada), mais também qualitativamente. [1]

O solo está constituído por três fases fundamentais que são: Sólida, Líquida e Gasosa. Sendo
que a sólida ocupa cerca de 50% em média total do volume do solo e é formada por minerais
que provêm da decomposição da rocha mãe e matéria orgânica que se encontra em processo
contínuo de mineralização e humificação; a parte líquida é formada da solução de água e
minerais dissolvidos, ocupando cerca de 15 a 35% do volume total do solo, localizando-se entre
os espaços denominados de poros do solo ou interstício, nos mesmos espaços, encontramos o
ar que constitui a fase gasosa. [2]

A capacidade de produção do solo que na agricultura é geralmente definida como fertilidade do


solo depende primordialmente do equilíbrio adequado entre as três fases descritas. [2]

I.2. Classificação dos Solos

Existem vários critérios de classificação dos solos, neste trabalho optamos por destacar a
classificação quanto à origem.

I.2.1. Classificação dos solos quanto à sua origem

Considerando a origem ou formação, podemos classificá-los em três grupos principais: solos


residuais, solos sedimentares e solos orgânicos. [1]

Solos residuais – têm origem em uma rocha mãe e permanecem no local da rocha de origem,
observando-se uma gradual transição da superfície até a rocha. A condição que garante a

9
existência destes solos é o facto de que a velocidade de decomposição da rocha seja maior que
a velocidade de remoção pelos agentes externos. [1]

Solos sedimentares ou transportados – são solos que após a decomposição ou acções de


intemperismo, sofrem a ação de agentes transportadores como a água, vento, gravidade e
glaciares. [1]

Solos orgânicos – é a designação dada a solos originados da decomposição e posterior


deterioração (apodrecimento) de matérias orgânicas, sejam estas de natureza vegetal (plantas,
raízes) ou animal. [1]

Em algumas formações de solos orgânicos ocorre uma importante concentração de folhas e


caules em processo de decomposição, formando as turfas (matéria orgânica combustível). [1]

I.2.2. Constituição dos Solos orgânicos

Os solos orgânicos, assim como a maioria dos solos são constituidos em geral por um conjunto
de resíduos orgânicos activos ou em decomposição. Matéria orgânica humificada, que constitue
a matéria orgânica do Solo (MOS), água, ar, minerais resultantes da decomposição da rocha
mãe e um conjunto de nutrientes minerais escenciais como: Nitrogênio (N), Fósforo (P),
Potássio (K), Cálcio (Ca), Magnésio (Mg), Enxofre (S), Boro (B), Cloro (Cl) Cobre (Cu), Ferro
(Fe), Manganês (Mn), Molibdênio (Mo), Zinco (Zn), Sódio (Na), Cobalto (Co), Vanádio (V),
Níquel (Ni), Silício (Si) e muitos outros [5].

I.2.3. Conceito e constituição da Matéria Orgânica do Solo (MOS)

Segundo Oades (1989) define-se matéria orgânica do Solo (MOS) como sendo exclusivamente
resíduos de plantas e animais decompostos. Porém, Magdoff (1992), a define em sentido mais
amplo como sendo organismos vívos decompostos, que variam consideravelmente em
estabilidade, susceptibilidade ou estágio de alteração. [11][13]

10
A matéria orgânica do solo é uma combinação complexa de organismos vivos, resíduos
orgânicos frescos, matéria em decomposição activa e matéria orgânica estabilizada (húmus).

A matéria orgânica é um dos componentes essenciais do solo, ela corresponde a restos de


animais e vegetais que se encontram em constante processo de decomposição e re-síntese, a
partir da morte de tecidos [6].

I.2.4. Influência do conteúdo orgânico nas propriedades físicas e químicas dos solos

A matéria orgânica (MO) afeta directamente os processos biológicos do solo, pois actua como
fonte de carbono (C) e nutrientes para o crescimento e desenvolvimento de macro e
microrganismos.

Durante a decomposição dos resíduos vegetais e animais, pelos organismos do solo, parte do
carbono é reciclado para a atmosfera na forma dióxido de carbono, CO 2, e parte é armazenado
na matéria orgânica do solo (MOS). [3]

O conteúdo orgânico adequado do solo influência de várias formas, tais como:

1. Melhoria do solo para o preparo na prática agrícola;


2. Aumento da capacidade de infiltração de água;
3. Redução de perdas por erosão;
4. Fornecimento de nutrientes para as plantas, etc. [2]

O conteúdo orgânico do solo é geralmente um indicativo do seu potencial produtivo, pois solos
que apresentam maior teor de MO apresentam maiores valores de troca catiónica e maior
capacidade de fornecimento de nutrientes às plantas nele fixas, em comparação aos solos com
teores inferiores. [7]

I.2.5. Origem da Matéria Orgânica dos Solos

11
A Matéria Orgânica dos Solos apresenta compostos de origem vegetal, animal, microbiana bem
como produtos resultantes da transformação daqueles. A vegetação representa o material a
partir do qual ela principalmente se origina. A fracção orgânica do solo constitui um sistema
muito complexo em que se encontram resíduos vegetais e animais em vários graus de
decomposição, produtos excretados pelos organismos vivos e produtos de síntese, originados à
custa dos anteriores; inclui, além disso, micro-organismos vivos que não é possível distinguir e
separar do material orgânico morto.

Podem ainda, ser incluídas todas as substâncias resultantes da decomposição de plantas


aquáticas e terrestres, além da biomassa total do solo. [4].

Apesar de existirem ligeiras diferenças entre as espécies, ocorre certa constância entre os
componentes básicos das plantas, variando o percentual dos constituintes estruturais. Deste
modo em termos percentuais de peso do vegetal seco, os componentes dos vegetais são,
comummente, divididos em seis grandes grupos:

Nº GRUPO PERCENTUAL
1. Celulose (15 – 60%);
2. Hemicelulose (10 – 30%)
3. Lignina (5 – 30%)
4. Fração Solúvel em água (5 – 30% incluindo açúcares, aminoácidos e ácidos alifáticos)
5. Fração solúvel em éter ou álcool (1- 15% incluindo gorduras, óleos e ceras)
6. Proteínas (1-10%)
Tabela Nº 01- Divisão dos seis grandes grupos de constituintes estruturais dos vegetais. [14]

I.3. Conceito de Resíduos Sólidos Orgânicos (RSOs)

Antes de abordar o conceito de Resíduos Sólidos Orgânicos, é necessário conceituar a expressão


Resíduo Sólido.

I. 3.1. Resíduos Sólidos

12
Tecnicamente, o lixo é chamado de resíduo sólido quando, como qualquer material, não tem
valor suficiente para ser armazenado pelo homem a fim de ter alguma utilidade. É fruto da
atividade humana e, portanto, é considerado inesgotável, proporcional à intensidade industrial
e ao crescimento populacional. O lixo pode ser parcialmente utilizado, criando, entre outras
coisas, proteção à saúde pública e economia de recursos naturais.

Em harmonia com a norma brasileira NBR-10004 (2004), os resíduos são definidos como:
“resíduos no estado sólido e semi-sólido, resultantes de atividades comunitárias
especificamente: industrial, doméstica, hospitalar, comércio, agricultura, serviços e de varição”.

Em termos geológicos, resíduo sólido é matéria inútil, indesejada ou descartada, cuja


composição ou quantidade líquida não permite seu livre fluxo. Resíduos estes que podem ser
classificados como:

a) Resíduos sólidos agrícolas - provenientes de processos de criação, abate de animais,


processamento de fertilizantes e plantações;

(b) Resíduos sólidos industriais - são aqueles que resultam de processos productivos ou
industriais;

c) Resíduos sólidos de estabelecimentos médicos, educacionais, de pesquisa e outros;

d) Resíduos sólidos urbanos (Resíduos residenciais e comerciais) gerados por comunidades


urbanas;

(e) Resíduos de agrotóxicos - na forma sólida resultantes da produção, manuseio e uso de


produtos químicos para matar pragas, animais e plantas;

f) Resíduos sólidos domésticos - resíduos normalmente gerados em casa são às vezes


chamados de resíduos sólidos domésticos.[8]

Portanto, pode-se dizer que resíduos sólidos são aqueles componentes resultantes de todas as
atividades humanas e animais que são descartados como inúteis ou supérfluos. O termo resíduos
sólidos deve ser entendido como um conceito geral e inclui tanto o volume com características
heterogêneas de resíduos de uma comunidade urbana e industrial, quanto o acumulo uniforme
de resíduos gerados por determinadas atividades.[8]

13
I.3.2. Os Resíduos Sólidos Orgânicos

Os resíduos devem ser considerados e analisados do ponto de vista biológico, portanto, resíduos
orgânicos são todos os resíduos de origem animal ou vegetal, ou seja, recentemente passaram
a fazer parte da vida. Numa linguagem mais moderna e técnica, abordaremos os resíduos
sólidos, cuja composição biológica é matéria orgânica, mas também de organismos vivos,
animais e plantas.
Ainda hoje, esse tipo de resíduo é considerado um poluente, e quando se acumula, o lixo
orgânico muitas vezes pode se tornar muito desagradável e malcheiroso, muitas vezes em
decorrência da decomposição desses produtos. Mas, se não houver cuidado no armazenamento
desses resíduos, cria-se um ambiente propício ao crescimento de microrganismos que muitas
vezes podem causar doenças. Como descrito nas páginas do jornal de angola na sessão opinião
de 09/12/2020: « Especialistas em gestão ambiental são de opinião que o lixo, que é hoje um
grande problema para Luanda, em particular, e o país, em geral, devia, na verdade, ser a solução
desses problemas. Se as operadoras fossem obrigadas a instalar contentores para a separação
dos resíduos sólidos, seguramente que as pessoas que recorrem aos contentores para a recolha
de garrafas de lata e de plástico, assim como materiais ferrosos, para vender, realizariam o seu
trabalho com menos riscos à saúde, que hoje, com o contexto da pandemia da Covid-19, são
enormes. É preciso adoptar a recolha selectiva para que o lixo não seja um problema, mas a
solução de uma parte importante dos nossos problemas sociais e ambientais». [d]

Os resíduos orgânicos podem ser decompostos. [8][4]

Os resíduos orgânicos sólidos de origem vegetal e animal são fontes de impactos ambientais
significativos como:

a) Geração de gases e odores;

b) Produção de líquidos coloridos (Faces);

c) Atração de vetores animais;

c) Corrosão de equipamentos e componentes de infraestrutura.

Começam a se decompor imediatamente após serem libertados no meio ambiente. Os


fenómenos naturais de decomposição ocorrem através da atividade inicial de microrganismos,

14
cujo metabolismo produz água, dióxido de carbono e energia (calor). Em termos de
características físicas, os resíduos sólidos orgânicos são classificados como resíduos sólidos.

Geralmente é composto por sobras, cascas de frutas e legumes e bagaço, ovos, legumes, comida
estragada, etc. [8]

I. 4. Decomposição dos resíduos sólidos orgânicos no solo

Os processos de decomposição da matéria orgânica são de natureza bioquímica e envolvem


alguns microrganismos. Neste processo, distinguem-se bactérias, fungos e actinomicetos.

A decomposição da matéria orgânica pode ocorrer em duas condições possíveis: decomposição


em condições aeróbicas e decomposição em condições anaeróbicas.

I.4.1. Decomposição biológica dos resíduos sólidos orgânicos por processos aeróbicos

A decomposição aeróbia dos resíduos orgânicos pode ocorrer na presença de oxigênio.


Dependendo da presença constante de microorganismos termofílicos e mesofílicos, a
temperatura da matéria pode subir e atingir cerca de 65ºC.

Na fase inicial, a massa do resíduo é ligeiramente ácida e a temperatura ambiente isto é porque
a maioria das bactérias presentes nesta fase serem termofílicas, ou seja vivem e exercem
actividade na faixa de 25ºC a ± 5ºC de temperatura. As bactérias atacam as substâncias de fácil
decomposição que são os carboidratos e como produtos são obtidos alguns ácidos orgãncios
simples que como consequência baixam o valor do pH. As reacções de oxidação observadas
nesta etapa são Exotérmicas, desta forma, a temperatura da massa aumenta na ordem dos 40ºC
e predominando nesta faixa de temperatura a actividade das bactérias termofílicas que causa
um aumento do pH tornando o meio básico. [a]

Os microorganismos capazes de decompor substâncias mais complexas como as hemiceluloses,


ceras e proteínas, começam actuar a partir de 60ºC de temperatura que por esta actuação,
observa-se uma variação até 70ºC, coausando esterilização, morte de sementes, ovos e maioria
de microorganismos patogênicos presentes na massa. Assim, com a rápida redução dos
15
decompositores, a intensidade da reacção reduz gradualmente e a temperatura ora alta, reduz
assemelhando-se a ambiente e o pH próximo ao neutro. [a]

A etapa final denominada de etapa de maturação é caracterizada pela hidrólise e assimilação de


bactérias termofílicas, actinomicetos, fungos na decomposição de substâncias mais resistente
como a lignina que leva um tempo muito longo em comparação com o da etapa inicial. [a]

Resumo do processo aeróbico. [31]

Curta duração
FASE AERÓBICA
Pequena Parcela de Decomposição

Matéria Degradável + O2

Temperatura

CO2 + H2O + Materiais Parcialmente degradáveis + Biomassa

Fig. 1: Esquema do processo de decomposição aeróbico

I.4.2. Decomposição biológica dos resíduos sólidos orgânicos por processos anaeróbicos

A decomposição biológica é mais lenta no processo anaeróbico do que aeróbico. A maior parte
do carnono que compõe a matéria orgânica é transformado em dióxido de carbono por processos
oxidativos com libertação de calor. Neste processo, realizado na auxência do Oxigénio, a
oxidação é parcial e a transformação bioquímica dos compostos orgânicos em ourtos mais
simples, é feito de forma progressiva, com a geração de pouco calor. Os compostos sofrem
redução em outros mais simples e o carbono não assimilado pelos microorganismos é liberado
principalmente, na forma de metano. [a][17][31]

A Etapa inicial da decomposição anaeróbia é a de liquefação da matéria orgânica, com a


produção de ácidos orgânicos, álcoois e cetonas. [a]
A etapa a seguir é a gaseificação, na qual são produzidos gases como o metado (CH4),

16
compostos do enxofre como o ácido sulfídrico (H2S), dos mercaptanos, sulfitos de ferro e de
manganês, compostos nitrogenados e outros, constituindo o biogás.[17][31]

Depois da fase de gaseificação, na terceira etapa da decomposição ocorre a estabilização da


matéria orgânica, terminando o processo com a humificação do produto final. Na etapa inicial
da decomposição dos resíduos orgânicos, há necessidade de uma fase de digestão, onde a
matéria sólida é solubilizada, tendo como consequência a produção de um líquido viscoso, de
coloração negra, mal cheiroso, bem mais concentrada que a do esgoto cuja denominação é
"chorume". [a][31]

O Chorume ou lixiviado é formado por enzimas liberadas por bactérias em decomposição e a


água é produzida pelo próprio lixo e é uma fonte de poluição da água, quando o lixo é
depositado “ao ar livre”, em regiões próximas as fontes de água ou próximo ao nível da água. .
Além das águas e solos altamente poluídos, os resíduos não tratados representam um perigo
para a saúde pública, além de problemas sanitários, sociais, económicos e estéticos.

Na digestão anaeróbica são reconhecidas quatro etapas da digestão anaeróbica resumidas da


seguinte forma: [17][31]

1- Hidrólise: etapa em que moléculas orgânicas complexas são decompostas por em açúcares,
aminoácidos, e ácidos graxos com a adição de grupos hidroxilo.

2- Acidogênese: decompõe-se continuamente em moléculas menores que formando ácidos


graxos voláteis (por exemplo, acético, propiônico, butírico, valérico) e produzindo amónia,
dióxido de carbono e H2S como subprodutos.

3- Acetogênese: As moléculas únicas da acidogênese são digeridas para produzir dióxido de


carbono, hidrogénio e ácido acético.

4- Metanogénese: formação de metano, dióxido de carbono e água.

Durante a degradação da matéria orgânica, podem-se caracterizar dois processos fundamentais:


a mineralização e a humificação [6].

A decomposição da matéria orgânica nos solos através da mineralização é um processo de


queima, o qual pode ser resumido pela equação abaixo [6]:

17
Eq 1: Equação resumida da decomposição da matéria orgânica através da mineralização.

Desta forma grande quantidade de CO2 produzido durante a actividade dos micro-organismos
é liberada no início do processo e incorporadas ao meio de acordo as condições favoráveis do
ambiente. O CO2 liberado é resultado do ataque dos microorganismos a matéria orgânica e
serve de indicador da actividade desses nos solos e revela a noção exacta da intensidade da
mineralização em um determinado instante e também a velocidade da decomposição. [6].

No processo de mineralização, além do Dióxido de carbono liberado durante a decomposição,


existem outros componentes minerais e orgânicos. Cada classe de compostos presentes nos
resíduos depositados no solo forma determinados compostos orgânicos após a mineralização,
que delas depende também a liberação dos nutrientes para o meio como os 𝑁𝑂3 − 𝐻𝑃𝑂4 − 𝐾 + e
muitos outros. [6][32]

A humificação é o processo de polimerização dos compostos orgânicos resultantes da


decomposição dos resíduos orgânicos, que corresponde a estruturas de até (50.000 unidades de
massa atómica), apresentando estruturas aromáticas complexas e variável.[32]

A polimerização se efectua devido a presença de ligantes −𝑂−, −𝑁 =, −𝑁𝐻−, −𝐶𝐻2 −, e


outros que ligam núcleos aromáticos, estes grupos e núcleos possuem grupos funcionais na sua
estrutura como Carboxílicos, carbonílicos, fenólicos, aminos, etc. [6][32]

De forma resumida podemos dizer que o processo de degradação da matéria orgânica seguem
uma ordem definida, esta inicia quando os tecidos (vegetais, animais ou derivados) são
aplicados ao solo, passando pela mineralização dos mesmos até chegar a humificação. Depois
de humificação, pode se observar a ocorrência de uma outra fase de mineralização sobre os
produtos da humificação, porém em velocidade muito pequena em relação a matéria orgânica
inicial [32].

I. 5. Factores que afetam a Decomposição dos resíduos sólidos orgânicos no solo

18
Dos factores que afetam a decomposição dos resíduos orgânicos no solo, podemos citar a
humidade, oxigenação, temperatura, tamanho das partículas, concentração de nutrientes
e pH. Vale mencionar que esses parâmetros apresentam limites que são, nesse caso, uma
imposição técnica e operacional do processo [7]. A temperatura e a humidade são factores
climáticos que influenciam a taxa de decomposição de maneira que quanto maior a humidade
do solo quer da atmosfera e a temperatura, maior é a taxa de decomposição [4].

Considerando os objectivos do presente trabalho, destacamos o conceito e a influência da


superfície de contacto que está relacionado ao tamanho da partícula ou ainda granulometria em
diversos manuais.

I.5.1. Conceito de Superfície de Contacto e sua Influência na velocidade de Decomposição


dos resíduos sólidos orgânicos

A granulometria ou superfície de contacto (em cinética química) é uma importante


característica a ser considerada, pois interfere no processo e na velocidade de decomposição
dos resíduos sólidos orgânicos.

A decomposição da matéria orgânica é um fenômeno no qual os microrganismos estão


fortemente ligados à superfície específica do material a ser decomposto. A área de superfície
disponível é um fator importante para a atividade microbiana aeróbica e anaeróbica porque a
maioria da quebra de sólidos ocorre na superfície das partículas.

Em torno da superfície de partículas a população de microrganismos aeróbios se acumula na


camada de líquido, utilizando o oxigénio disponível na superfície da partícula, deixando o
interior essencialmente inalterado em um estado anaeróbio, conforme pode-se observar na
figura ao lado. Os microrganismos degradam a partícula de fora para dentro, e conforme a
partícula vai sendo degradada ela diminui de tamanho. [15]

19
Fig. 2: Decomposição de partículas sólidas [15]

Os materiais moídos, peneirados ou cortados, com granulometria fina têm maior


homogeneidade, garantindo melhor distribuição de temperatura e menor perda de calor,
melhorando o problema de ventilação, pois as partículas pequenas alteram a densidade dos
materiais e, assim, aumentam a velocidade do processo. Se condições como compactação e
bactérias anaeróbicas não afetarem o andamento do processo, então os tamanhos teóricos ideais
estariam mesmo no nível microscópico. Alto teor de humidade e baixo tamanho de partícula
são parâmetros que podem contribuir para o aumento da densidade da fração orgânica
decomponível.[15]

I.6. Tempo estimado de decomposição de alguns materiais na natureza

Dependendo dos factores ambientais, químicos, físicos e biológicos do solo e do material a ser
degradado, apresentamos abaixo a tabela do tempo estimado de decomposição de algumas
classes de Materiais.

RESÍDUO TEMPO DE DECOMPOSIÇÃO


Cascas de frutas / orgânicos De 1 mês a 1 ano
Papel / Jornais 03 a 06 meses
Pano De 6 meses a 1 ano
Chiclete 05 anos
20
Filtro de cigarro De 05 a 10 anos
Tampa de garrafa 100 a 500 anos
Madeira pintada 15 anos
Nylon / Linha de Pesca De 30 a 600 anos
Sacos, sacolas de plásticos De 30 a 40 anos
Lata de conserva 100 anos
Latas de alumínio 100 a 500 anos
Plástico 450 anos
Fralda descartável 600 anos
Garrafas de vidro Indeterminado
Pneu Indeterminado
Garrafas de plástico (pet) De 100 a 450 anos
Borracha Indeterminado
Vidro 1 milhão de anos
Latas de aço 10 anos
Cerâmica Indeterminando
Embalagens Longa vida Até 100 anos
Metais Cerca de 40 anos
Copos de plástico De 50 a 100 anos
Papel Plastificado De 1 a 5 anos
Couro 50 anos
Tecidos de Algodão 6 meses a 1 ano
Palito de Fósforo 2 anos
Isopor 80 a 400 anos
Camisinha (Preservativo) 300 anos

Tabela 2: tempo estimado de decomposição de alguns materiais na natureza. Adaptação de [e][33]

Para alguns resíduos orgânicos específicos temos abaixo:

RESÍDUO ORGÂNICO ALIMENTÍCIO TEMPO DE DECOMPOSIÇÃO


Restos de carnes De 1 a 2 semanas
Casca de banana 3-4 semanas
Maçã mordida 2 meses
Cascas de laranja 6 meses
Legumes 3 meses a 2 anos

Tabela 3: tempo estimado de decomposição de alguns resíduos orgânicos específicos. Adaptação


de [f]

21
Capítulo II: Métodos de análise de teores de matéria orgânica do solo

O conhecimento dos teores de matéria orgânica é fundamental para diversas áreas da ciência
do solo e vários métodos já foram desenvolvidos para este fim.

De forma geral os procedimentos analíticos recuperam todas as formas de CO (Carbono


Orgânico), a partir da conversão destas formas para CO2, utilizando combustão seca ou húmida.
O CO2 extraído é quantificado por técnicas volumétricas, titulométricas, gravimétricas,
espectrométricas ou cromatográficas.[18][19]

Dentre as diversas metodologias empregadas para determinação de carbono destaca- se a


desenvolvida por Walkley & Black em 1934, que utiliza o princípio da combustão húmida com
agentes oxidantes como o dicromato.

Outros métodos mais adotados na determinação de teores de matéria orgânica do solo são: Walkley&
Black modificado, Colorimétrico, Gravimétrico ou perda de massa por ignição e Análise
elementar (CNHS).

II.1. Métodos de análise de solos por via húmida

a) Método de Walkley & Black

O método proposto por Walkley & Black (1934) é o método mais utilizado nos laboratórios de
análise de solos, pois é de simples execução e dispensa o uso de equipamentos especializados,
além de apresentar boa exatidão e oxidar as frações de MO mais reativas no solo.[18][20]

A oxidação do CO do solo ocorre por iões dicromato em meio fortemente ácido, e a


determinação da quantidade de iões Cr3+ reduzido é feita por titulação do dicromato em excesso
com iões Fe2+, de acordo com a seguinte reação:

22
Eq.3 e 4: Equações da oxidação do carbono orgânico em meio ácido

Na Equação 1, considera-se o dicromato redutor equivalente ao CO na amostra de solo. A


quantidade excessiva do dicromato é titulado com titulante contendo os iões Fe2+ obtido da
solução padrão de sulfato ferroso amoniacal [(NH4)2Fe(SO4)2.6H2O)] (sal de Mohr). O CO é
determinado pela diferença entre a quantidade de Fe2+ que é gasto na titulação quando o Cr6+ é
adicionado e aquela que é gasto na titulação do dicromato que resta após a oxidação do carbono
da amostra, assumindo assim que todo o carbono da matéria orgânica está no estado de oxidação
zero (Equação 2). tendo como o ponto de partida o valor obtido para CO, é possível determinar
o teor de matéria orgânica do solo, considerando que a MOS média é de 58 % de C. Portanto,
o teor de MOS é dado pela seguinte equação:

MOS = C x 1.72

Onde o fator de resultado é chamado de Van Bemmelen. Por outro lado, assume-se geralmente
a oxidação do CO pelo dicromato ser incompleta, portanto, outro fator de correção do processo
precisa ser aplicado. [18][20]

Mesmo sendo um método amplamente empregue nos laboratórios de análises se solos, o método
WB é passível de críticas principalmente por não promover a completa oxidação de CO do solo,
não alcançando as formas de carbono elementares. Faz-se a estimação de que a recuperação de
CO usando esse procedimento está na faixa entre 60 e 86%, com média de 76%. [20]

Para que se verificasse a digestão completa, Mebius (1960) modificou o método WB, aplicando
uma fonte de energia externa. [18]

23
Fig. 3: Análise pelo método de Walkley & Black (WB) [18]

b) Método Mebius

O método ou procedimento em causa é conhecido como Mebius é semelhante ao método ou


procedimento proposto por Walkley e Black (WB). No entanto, a oxidação do CO é
maximizada pela adição de calor e a reação ocorre em condições de refluxo, o que aumenta o
rendimento da reação, não sendo necessário o uso de fatores de correção comummente
utilizados no método Walkley e Black.[21]

O aquecimento a partir de uma fonte externa permite detectar mais carbono porque as amostras
são mantidas aquecidas ao longo de toda a oxidação da matéria orgânica.[18][21]

Fig. 4: Análise do teor do solo pelo método de Mebius ou Walkley & Black modificado. [18]
24
c) Método colorimétrico

A determinação do CO por oxidação húmida também pode ser realizada pelo método
colorimétrico, cujo princípio se baseia no trabalho de Coleman, ainda em 1926. Porém, neste
método, o processo é semelhante ao da oxidação do dicromato. A determinação do resultado
final é feita por espectrofotometria e não por titulação. Essa medida é feita pela intensidade da
cor verde produzida pelo ião Cr3+ em solução. Para quantificar o teor de CO de uma amostra,
curvas de calibração devem ser determinadas e podem ser construídas com diferentes
concentrações de sacarose, ou a partir de curvas feitas com teor de carbono definido pelo WB,
ou ainda por diferentes concentrações de bicromato. [22]

II.2. Métodos de análise de solos por via seca

Os métodos de determinação do CO utilizando o princípio de combustão por via seca são: A


perda de massa por ignição (gravimetria) e o uso de analisadores automatizados.

a) Método gravimétrico ou termogravimétricos ou perda de massa por ignição

Tem origem baseada no princípio da perda de carbono por aquecimento e incineração. Essa
metodologia foi muito empregada no passado, entretanto, devido a baixa velocidade analítica e
dificuldade de automação nos laboratórios ela tem sido abandonada. O aspecto positivo
relacionado ao método é a não utilização e/ou obtenção de resíduos potencialmente tóxicos,
diminuindo a possibilidade de contaminação do ambiente e desonerando os laboratórios da
necessidade de destinação dispendiosa com tratamento de resíduos. Diversos trabalhos têm
testado temperaturas de aquecimento para incineração da MOS com resultados diferenciados,
variando a temperatura de 250° a 600°C, justificando a necessidade de novos estudos para
adaptar essa metodologia aos solos tropicais. [24][25]

25
Fig. 5: Instrumento de análise termogravimétrica –
Carbolite - gero. [b]

b) Análise elementar ou método de Dumas

Outro método também classificado como oxidação por via seca é aquele realizado por análise
elementar, onde normalmente são quantificados os elementos C, H, N, S e O. Este método é
baseado na oxidação das amostras em alta temperatura (aproximadamente 1000°C). As
amostras são finamente moídas e colocadas em cápsula de estanho, as quais não contém
carbono. Após combustão total, os gases contendo cada elemento são separados e as
concentrações medidas por diferentes tipos de detectores que variam de acordo com o
equipamento/fabricante. Os tipos mais comuns são detectores de condutividade térmica (TCD)
e de infravermelho (IR). São equipamentos que permitem a análise simultânea de C, H, N, S e
O presentes tanto em amostras orgânicas quanto inorgânicas, estando nas formas líquidas,
gasosas ou sólidas. A combustão da amostra promove a emissão de uma mistura de gases (N2,
CO2, H2O e SO2) que são separados por uma coluna cromatográfica e detectados através de um
sensor de termocondutividade, gerando sinal elétrico que é proporcional à quantidade do gás,
que posteriormente são convertidos em teores percentuais dos elementos. [18][24][25]

26
Fig. 6. Analisador elementar – Dumas.
[c]

c) Métodos espectroscópicos

Devido à grande demanda pela obtenção rápida e econômica de dados para monitoramento
ambiental, novas técnicas como a espectroscopia por infravermelho têm sido consideradas
como alternativas para complementar ou substituir os métodos analíticos convencionais.

Os métodos espectroscópicos têm sido utilizados em diversos países e apresentam vantagens


como elevada eficácia, rapidez na determinação e facilidade de uso. Globalmente, diversos
centros públicos e privados de pesquisa estão se empenhando em desenvolver metodologias
mais eficientes, rápidas, de baixo custo e ambientalmente corretas que atendam os preceitos da
chamada “química verde” e, que possibilitem ainda, medições dos teores de carbono em
centenas de amostras de solos no local de execução do projeto. [25]

Dentre as novas metodologias que estão sendo testadas citam-se o Laser Induced Breakdown
Spectroscopy (LIBS); a pirólise acoplada à espectroscopia de massa; a espectroscopia no visível
(VIS), infravermelho próximo (NIRS), infravermelho médio (MIRS) e espectroscopia Raman;
e ainda o Ground Penetration Radar (GPR). Dentre elas, o NIRS e o MIRS vêm encontrando
aplicações voltadas à agricultura desde a década de setenta nos Estados Unidos, sendo atribuído
ao professor Karl Norris, quando era responsável por um grupo de pesquisas do Departamento
de Agricultura dos Estados Unidos, os primeiros trabalhos que proporcionaram interesse pelo
estudo da espectroscopia NIRS como ferramenta de análise industrial.[26]

O infravermelho próximo (NIRS) atua na região do infravermelho próximo situada entre 700
e 2500 nm, onde a maioria dos materiais orgânicos possuem propriedades de absorção da
radiação. Essa técnica consiste em incidir sobre a amostra um feixe luminoso de radiação na
região do infravermelho próximo. Ligações covalentes, combinações e regiões de sobretom das

27
ligações entre os componentes das substâncias orgânicas absorvem essa energia. Para estimar
o número e tipo de ligações moleculares na amostra calcula-se o quanto de luz foi emitida pelo
NIR e o quanto de luz foi refletida pela amostra.[26]

O infravermelho médio (MIR) atua na região situada entre 2500 a 25000 nm. O NIR
determina semi-quantitativamente os componentes de compostos orgânicos enquanto o MIR
envolve a interpretação espectral das estruturas químicas, sendo mais adequado para fins
qualitativos.[26]

II.3. Análise Quimiometrica

A utilização da quimiometria é essencial para determinações quantitativas, sendo grande aliada


na utilização dos métodos espectroscópicos.

A quimiometria pode ser definida como uma área da Química que usa métodos matemáticos e
estatísticos para planejar ou selecionar procedimentos óptimos de medidas e experimentos e
extrair o máximo da informação química relevante com a análise de dados. Em virtude do
avanço tecnológico dos instrumentos de análise química, se fazem necessárias técnicas de
tratamento de dados mais complexas do ponto de vista matemático e estatístico.[26][27]

A quimiometria permitiu a correlação entre muitas variáveis analisadas simultaneamente,


possibilitando a extração de uma quantidade muito maior de informação. Tem como princípio
a utilização de muitas variáveis x (x1, x2, ..., xn) para quantificar outra variável y. Dessa forma,
o uso do espectro de uma amostra, traz vantagens em relação à leitura em somente um
comprimento de onda, pois quanto mais medidas por amostra mais acurados podem ser os
resultados.

A aplicação da quimiometria é feita em duas partes: primeiramente analisam-se os métodos


descritivos e exploratórios baseados na análise de componentes principais (PCA) e depois são
realizadas as análises de métodos de calibração e previsão pela regressão linear múltipla com a
regressão em componentes principais (PCR) e a análise de mínimos quadrados parciais (PLS).
[26]

A aplicação combinada de técnicas espectroscópicas e mínimos quadrados parciais (PLS) foi


introduzida por Haaland e Thomas (1988) para quantificar diferentes compostos químicos. Em
1995, Janick e Skjemstad quantificaram diferentes propriedades de solos usando a técnica
28
MIRS-PLS, e desde então o PLS associado a dados espectroscópicos vem sendo aplicado como
principal método de regressão para estimar atributos físicos, químicos e biológicos em grandes
quantidades de amostras de solos.[28]

II.4. Comparações entre os métodos

O método de Walkley & Black (1934) é ainda o mais empregado em laboratórios de solos
devido à sua simplicidade, requerimento de instrumentação simples e de baixo custo, além de
quantificar a matéria orgânica facilmente oxidável, de grande interesse para a Fertilidade do
Solo. Entretanto algumas desvantagens como:

a) Os problemas ambientais devido o uso de cromo;

b) Não promover a oxidação completa de CO do solo;

c) Não alcançando as formas elementares de carbono.

d) Estima-se que a recuperação de CO usando esse procedimento varia entre 60 e 86%, com
média de 76%. [18][19][20]

Para que ocorresse a digestão completa, Mebius (1960) modificou o método WB, aplicando
uma fonte externa de energia para favorecimento da reação. E ao longo do tempo sofreu
variações na etapa de quantificação do carbono com o uso do método Colorimétrico.[21]

Metodologias baseadas na oxidação por via seca apresentam como vantagem o uso de reagentes
com baixa geração de resíduos potencialmente tóxicos, além de possibilitar a realização de um
grande número de amostras num período de tempo relativamente curto. Todavia, o custo para
a aquisição e manutenção desses equipamentos, ainda limita a sua utilização em grande parte
dos laboratórios. Para os métodos baseados na espectroscopia por infravermelho, que são
técnicas não destrutivas e limpas, mas ainda pouco utilizadas em análises de rotina. [23]

29
Apesar de todos os esforços na tentativa de desenvolvimento de uma metodologia precisa para
a avaliação do teor de matéria orgânica no solo, há ainda uma carência de informações que
permitam apontar o procedimento analítico adequado, principalmente em solos com elevados
teores de matéria orgânica. É interessante adequar o método ao tipo de solo e esse conhecimento
é possível por meio da comparação dos diferentes procedimentos selecionados, com enfoque
na magnitude de suas variações e na compatibilidade entre ele.[18][19]

Rheinheimer et al. (2008) compararam métodos de determinação de CO em diferentes solos e


concluíram que o método de Mebius apresentou maior precisão em relação ao WB na
determinação de COT em solos sob condições variadas de uso. Entretanto, os autores
postularam também a subestimação de teores de COT em relação ao método de referência
(análise elementar). Isto significa que algumas frações do carbono podem não ser oxidadas
mesmo com o aquecimento proposto no procedimento Mebius.[21]

A comparação de métodos de determinação de carbono realizada por Nascimento et al. (2010),


demonstrou que em solos com alto teor de matéria orgânica o método com aquecimento
apresentou eficiência de oxidação de carbono semelhante ao método de perda por ignição, tendo
o WB como referência.[28][29]

Etchevers (1981) avaliaram diferentes métodos de determinação de matéria orgânica por


oxidação por via húmida onde testaram a quantificação por titulometria e colorimetria, e
concluíram que o método WB colorimétrico era o mais indicado para análises de rotina, por
utilizar menores quantidades de reagentes, ser simples e de fácil reprodutividade, além de não
estar sujeito a erros de titulação.[30]

30
Conclusões

Ao se realizar este trabalho de pesquisa bibliográfica, chegou-se a diversas conclusões:

A problemática dos resíduos sólidos orgânicos encontra a solução mais viável nos processos
preventivos de redução. Reciclagem e reutilização que constitui a teoria dos três erres.

Considerando que o tempo de permanência dos resíduos no ambiente é a razão da poluição,


então o devido estudo de mecanismos para acelerar a decomposição de muitos materiais na
natureza não só garante a extinção dos mesmo mas também pode ajudar na correção dos
desequilíbrios naturais, como é o caso da decomposição dos resíduos orgânicos, por um lado
reduz o acumulo de lixos que resultam em maus cheiros e poluição visual e do outro lado
garante a correcção do conteúdo orgânico do solo.

Teoricamente quanto menor o tamanho da partícula, maior é a superfície de contaco com os


reagentes e consequentemente maior a velocidade da sua decomposição.

Este pensamento pode ser aplicado nas políticas de gestão de resíduos sólidos, de formas a
reduzir o tamanho das partículas através de moinhos ou outros meios paa o tempo de
decomposição dos materiais seja reduzidos e por sua vez evitar a sua permanência no meio
ambiente na forma de poluente.

Os métodos apresentados para avaliar o grau de decomposição dos resíduos orgânicos estão
baseados na análise do carbono orgânico presente no solo. Assim, conhecer a quantidade inicial
de matéria orgânica de um determinado solo e sua quantidade em tempos seguintes a aplicação
de um resíduo orgânico, permite avaliar o grau de variação do conteúdo orgânico.
31
Todos os métodos apresentam inconvenientes, principalmente a de combustão húmida, que
exige grandes quantidades de reagentes, gerando consequentemente, quantidades elevadas de
resíduos tóxicos que contêm Crómio.

O método de Walkley & Black apresenta vantangens como: simplicidade, instrumentação


simples e de baixo custo, quantifica a matéria orgânica facilmente oxidável na ordem dos 60 a
86%. As desvantagens são os problemas ambientais relacionados ao uso de cromo, a oxidação
incompleta do Carbono orgânico e não alcance do carbono elementar. Com a modificação de
Mebius, aplicando uma fonte externa de energia para favorecimento da reação melhorou o
tempo de oxidação da matéria e a quantidade de matéria oxidada, porém, permaneceu a
problemática da toxicidade dos reagentes.

Os métodos baseados na oxidação por via seca nomeadamente, Método gravimétrico ou


termogravimétricos ou perda de massa por ignição, Análise elementar ou método de
Dumas, Métodos espectroscópicos e Análise Quimiometrica, apresentam como vantagem o
uso de reagentes com baixa geração de resíduos potencialmente tóxicos e possibilitam a
realização de um grande número de amostras num período de tempo relativamente curto.
Todavia, as desvantagens são os altos custos para a aquisição e manutenção dos equipamentos
de análise o que torna limitado a sua utilização em grande parte dos laboratórios.

No nosso Pais onde as dificuldades de gestão des resíduos começam nos pontos de produção,
em que os cidadãos não aplicam as técnicas necessárias para a selecção dos resíduos produzidos
e terminam nos locais de destinação final que são poucos e com condições desfavoráveis.
Assim, é de grande importância a criação de legislações mais rigorosas que afetam o público
produtor do resíduo e do público gestor. Os aterros sanitários em Angola não cumprem com as
exigências internacionais para a gestão de resíduos e o aterro dos mulenvos que funciona a céu-
aberto encontra-se nas mesmas condições.

Para tal, a aplicação de princípios simples de cinética química como é o caso da redução do
tamanho dos resíduos sólidos orgânicos e outros, aumentaria o contacto com o solo e os agentes
decompositores, aumentando a permanência dos mesmo por muito tempo. Princípio este que
pode ser aplicado a partir nos pontos de geração que são as nossas casas, antecedidos de uma
prévia selecção e separação dos vários resíduos produzidos até aos grandes centros de gestão.
Desta forma, corrigimos o conteúdo orgânico do solo, evitamos o acumulo que gera poluição

32
visual, os péssimos odores, a contaminação do solo e a proliferação de insectos e roedores
prejudiciais a saúde humana,

Referências Bibliográficas

1- ALMEIDA, Gil Carvalho Paulo de - Caracterização Física e Classificação dos Solos


UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA, FACULDADE DE
ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE TRANSPORTES, 2005.

2- LUCHESE, E.B.; FÁVERO, L.O.B.; e LENZI, E. Fundamentos da Química do Solo.


Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2001.

3- BARROS, Deni Rafaela Silva at all; Métodos para determinação do carbono orgânico
em solos de alagoas, CONTECC 2018 (Congresso Técnico Científico da Engenharia e
da Agronomia –’2018), 21 a 24 de agosto de 2018–Maceió-AL, Brasil.

4- COSTA, Elaine Martins da, Matéria orgânica do solo e o seu papel na manutenção e
produtividade dos sistemas agrícolas, ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro
Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p. 1842, 2013.

5- LOPES, Alfredo Scheid II, Manual internacional de fertilidade do solo, 2ª edição, ver.
e ampl., Instituto de Potassa e Fosfato, tradução e adaptação de Alfredo Scheid Lopes,
Piracicaba:POTAFOS, 1998.

6- TOSCAN, Franchesco Bruno, Estudo Comparativo dos Métodos de Análise do teor


de Matéria Orgânica nos Solos, Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC
Centro de Ciências Físicas e Matemáticas – CFM, Departamento de Química – QMC,
Florianópolis, 2004. Disponível em:
33
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/105167/Francesco%20Bruno%
20Toscan.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acessado a 23 de Março de 2022.

7- PEREIRA Neto, J.. (1996) - Manual de compostagem: processo de baixo custo. Belo
Horizonte: UNICTEF, p. 56.

8- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR. 10.004 - Resíduos


Sólidos - Classificação. Rio de Janeiro: 2004.

9- GRIPPI, S. Lixo, reciclagem e sua história: guia para prefeituras brasileiras. Rio de
Janeiro: Interciência, 2001.

10- NETO,Pereira. Quanto vale o nosso lixo. Projeto Verde Vale. Belo Horizonte:
UNICEF, 1999

11- OADES, J.M.; GILLMAN, G.P.; UEHARA, G. Interactions of soil organic matter
and variable-charge clays. In: COLEMAN, D.C.; OADES, J.M.; UEHARA, G. (Ed.)
Dynamics of soil organic matter in tropical ecosystems. Honolulu: University of
Hawaii, 1989.
12- INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS. Lixo municipal: manual de
gerenciamento integrado. 2. ed. São Paulo: CEMPRE, 2000

13- MAGDOFF, F. Building Soils for Better Crops: Organic Matter Management.
Lincoln: Univ. of Negraska Press, 1992.

14- WAKSMAN, S. A. Humus, origin, Chemical composition and importance in Nature.


Baillière, Tindall and Cox. London, 1936.

15- SILVA, RENATA LIMA MACHADO da. Influência da granulometria no processo


de compostagem de resíduos sólidos vegetais [manuscrito] / Renata Lima Machado da
Silva. - 2017
16- KIEHL, E. J. Manual de compostagem: maturação e qualidade do composto.
Piracicaba-SP: USP, 1998. 171p.

34
17- GUNNERSON, Charles G. Integrated resource recovery anaerobic digestion:
principles and practices for biogas systems. Washinton: World Bank, 1986.

18- SATO, J.H. Métodos para determinação do carbono orgânico em solos do Cerrado.
Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade de Brasília, 2013, 90
páginas. Dissertação.

19- TEDESCO, M.J.; GIANELLO, C.; BISSANI, C.A.; BOHNEN, H.; VOLKWEISS, S.J.
Análises de solo, plantas e outros materiais. 2.ed. Porto Alegre, Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, 1995. 174p. (Boletim Técnico, 5)

20- GATTO, Alcides; BARROS, Nairam F. de; NOVAIS, Roberto F.; SILVA, Ivo R.;
MENDONÇA, Eduardo de S.;VILLANI, Ecila M. de A. Comparação de métodos de
determinação do carbono orgânico em solos cultivados com eucalipto. Revista
Brasileira de Ciência do Solo, v. 33, p. 735-740, 2009. Disponível
em:https://www.scielo.br/j/rbcs/a/cLRYmTvQFgmDdQ5VChmhDcy/?format=pdf&la
ng=pt. Acessado em 19 Abril. 2022, 13:45.

21- RHEINHEIMER, D.S.; CAMPOS, B.H.C.; GIACOMINI, S.J.; CONCEIÇÃO, P.C.;


BORTOLUZZI, E.C. Comparação de métodos de determinação de carbono orgânico
total do solo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 32:435-440, 2008.

22- OLIVEIRA, C.L.F.; PERMONIAN, L.M. Determinação de material orgânica no solo


por espectrometria no visível. Revista Científica Eletrónica de Agronomia, Ano 1,
Edição Número 2, 2002.

23- DIAS, J.C. & LIMA, W.N. Comparação de métodos para a determinação de matéria
orgânica em amostras ambientais. Revista Científica da UFPA, 4:1-16, 2004.

24- CHATTERJEE, A.; LAL. R.; WIELOPOLSKI, L.; MARTIN, M.Z.; EBINGER, M.H.
Evaluation of different soil carbon determination methods. Critical Reviews in Plant
Science, 28:164-178, 2009.

35
25- SANTOS, M. de F. da P. Desenvolvimento e Validação de Métodos de Espectroscopia
no Infravermelho Próximo e Médio para Caracterização de Lamas de ETAR para
Uso Agrícola. 2007. 87f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Biológica) -
Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa, 2007.

26- MADARI, B.E.; REEVES III, J.B.; MACHADO, P.L.O.A.; GUIMARÃES, C.M;
TORRES, E.; MCCARTY, G.W. Mid- and near-infrared spectroscopic assessment of
soil compositional parameters and structural indices in two Ferralsols. Geoderma,
136, 245-259, 2006.

27- VISCARRA ROSSEL, R.A.; WALVOORT, D.J.J.; MCBRATNEY, A.B.; JANIKC,


L.J.; SKJEMSTADC, J.O. Visible, near infrared, mid infrared or combined diffuse
reflectance spectroscopy for simultaneous assessment of various soil properties.
Geoderma, 131:59-75, 2006.

28- JANIK, L.J., MERRY, R.H., SKJEMSTAD, J.O. Can mid-infrared diffuse reflectance
analysis replace soil extractions? Australian Journal of Experimental Agriculture,
38:681–696, 1998.

29- NASCIMENTO, P.C.; LANI, J.L.; MENDONÇA, E.S.; ZOFFOLI, H.J.O.; PEIXOTO,
H.T.M. Teores e características da matéria orgânica de solos hidromórficos do
Espírito Santo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 34:339-348, 2010.

30- ETCHEVERS, J.D.; ETCHEVERS, G.G. Comparação de métodos de determinação


de carbono orgânico no solo. Agropecuária Técnica, 2:40-49, 1981.

31- MONTEIRO, V. E. D. Análises químicas e biológicas no estudo do comportamento


do aterro da muribeca. Tese de Doutorado - Universidade Federal de Pernambuco.
Recife, 2003. disponível em:
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/5391/1/arquivo6674_1.pdf, acessado a
06 de Junho de 2022.

36
32- LUCHESE, E.B.; FÁVERO, L.O.B.; e LENZI, E. Fundamentos da Química do
Solo. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2001.
.
33- R MARQUES, RONUALDO; Pegada ecológica do lixo: sequência didática /
Ronualdo Marques, Cláudia Regina Xavier, Universidade Tecnológica Federal do
Paraná Programa de Pós-Graduação em Formação Científica, Educacional e
Tecnológica, 2017-2018. 48 f.: il.; 30 cm.

Cibergrafia

a) https://www.cpt.com.br/cursos-meioambiente/artigos/como-acontece-a-decomposicao-
biologica-do-lixo, acessado aos 08 de janeiro de 2022

b) https://www.carbolite-gero.com.br/pt/aplicacoes/aplicacoes-de-aquecimento/loi-lod-tga/,
acessado aos 18 de abril de 2022

c) https://labcontrol.com.br/category/elementar/, acessado aos 03 de Mai de 2022

d) https://www.jornaldeangola.ao/ao/noticias/o-lixo-como-solucao-e-nao-como-problema/,
acessado aos 08 de Junho de 2022.

e) http://sucatas.com/portal/img/imagens_modelo/tabela_decomposicao_residuos.jpg,
acessado aos 08 de Junho de 2022.

f) https://varievo.com/quanto-tempo-alguns-materiais-levam-pra-se-decompor/, acessado aos


08 de Junho de 2022.

37

Você também pode gostar