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FUNDAÇÃO l/NI
Disc~plina
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índice
•• Apresentação da disciplina
•• Bibliografia
2 INTRODUÇÃO AO ME IO AMBIENTE
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
FUNIBER
Fl.iNCW',.ÃO UNfl/EASJfÁR A '6EROM1ER>CANA
APRESENTAÇÃO DA
DISCIP LINA
A conservação do meio ambiente (ou ambiente) é um dos principais desafios dos países
e dos cidadãos, após ter comprovado que a inércia de tantos anos de exploração dos
recursos naturais desembocou nos graves problemas de poluição e deteriorização
ambiental com os quais nos deparamos atualmente.
FUNIBER 8
hJNOAÇÃO UNNE
Capítulo 1
CONCEITOS BÁSICOS
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1. o E O A BIE TE
O conceito de meio ambiente (ou melhor, ambiente) é muito amplo, o que faz com que
seja bastante difícil dar uma descrição concreta; uma boa maneira de defini-lo seria,
seguindo Quiroz e Tréllez (1992):
"Tudo aquilo que rodeia o ser humano e que compreende: elementos naturais,
tanto físicos quanto biológicos; elementos artificiais; elementos sociais e as
interações de todos esses elementos entre si".
FUNIBER
Um debate recorrente, referente ao termo meio ambiente, é a suposta redundância que existe entre ambos
os termos: a palavra 'tneio "significa o mesmo que "ambiente".
A razão dessa suposta reiteração obedece razões históricas, já que durante a Conferência das Nações Unidas
sobre o Meio Humano (Estocolmo 1972), da qual surgiu a primeira declaração ambiental internacional, a
imprecisão terminológica das traduções do inglês ao espanhol e ao português, fez com que se cristalizasse o
termo "meio ambiente" como de uso comum, em vez de utilizar só um dos termos (ou meio ou ambiente)
como seria mais lógico.
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FUNIBER
A influência que a própria população consiga exercer sobre seus próprios componentes,
com o objetivo de minimizar os efeitos negativos sobre os ecossistemas naturais e
urbanos, fará parte da autogestão anteriormente mencionada.
O que fica evidente é que a gestão dos cidadãos há de ver-se exemplificada pela própria
Administração; e os critérios aceitas devem ser o resultado de consensos democráticos
entre os diferentes setores econômicos integrados na comunidade referida.
FUNIBER ·_;J
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1. THOMAS ROBERT MALTHUS. (Inglaterra. 1766-1834). Economista . Em 1798, publicou de forma anônima sua primeira
contribuição destacada no campo da economia política com o título "Ensaio sobre o princípio de população" que, na
edição de 1803, já havia convertido-se em um verdadeiro tratado sobre os limites do crescimento demográfico, titulou
"Resumos sobre os efeitos passados e presentes relativos à felicidade da humanidade". Outras obras suas são
"Princípios de economia política" (1820) e "A medida do valor" (1823). Malthus escrevia principalmente à vista do
desemprego e dos apuros econõmicos na Inglaterra da primeira Revolução Industrial. No século XIX, o colonialismo e
a abertura de novas áreas de terra cultivável impediram que se desse essa situação.
FUNIBERG
Tal como mencionado, os anos sessenta e setenta foram testemunhas de uma crítica
desapiedada ao desenvolvimento (crescimento) visto por alguns como causa primeira da
deteriorização ambiental. Contudo, a década de 1980 presenciou o estancamento e
retrocesso do bem-estar de uma grande parte da humanidade. A falta de crescimento
econômico impediu o desenvolvimento e traduziu-se em mais pobreza, causando
também uma maior pressão sobre o sistema natural, fonte última de subsistência, assim
como de recursos para o desenvolvimento.
Em qualquer caso, estamos de acordo com Bifani (1997) quando afirma que hoje o
desenvolvimento é um conceito difícil de definir, segundo a perspectiva pela qual se
analisa. Entretanto, pode-se afirmar que sempre está associado ao aumento do bem-
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estar individual e coletivo. Ainda que seja certo que este último tende a ser medido
exclusivamente por grandezas econômicas, é cada vez mais evidente a importância que
se designa às outras dimensões, como o acesso à educação e ao trabalho, à saúde e a
seguridade social, ou a uma série de valores, tais como a justiça social, equidade
econômica, ausência de discriminação racial, religiosa ou de outra natureza, liberdade
política e ideológica, democracia, segurança e respeito aos direitos humanos, qualidade
e preservação do meio ambiente.
Os primeiros parece não alcançar nunca o horizonte disso que denominam "qualidade
de vida", por atrás da qual sacrificam muitas vezes sua própria liberdade enquanto
pessoas, quando não sua saúde, agredida constante e sutilmente pelos copiosas e
excessivamente processados alimentos que consumem. Quanto aos países em
desenvolvimento, tampouco alcançam seu horizonte, nesse caso o de uma existência
digna, pois veem como as cifras macroeconômicas deixam-nos sempre em uma posição
marginal.
FUNIBERt)
f\.JNOJ-ÇÃO V~ ~(A 1etr ' ~Mr::-1~N\
Os recursos não-renováveis, seja para prover materiais, seja como fonte de energia, por
estarem em quantidades limitadas, propõem problemas relacionados ao esgotamento
dos próprios recursos, a eliminação direta de comunidades e ecossistemas, a perda de
recursos culturais (por exemplo, as jazidas arqueológicas) no processo de extração,
além dos efeitos indiretos da exploração, como a contaminação produzida nas tarefas
de transporte e transformação do produto base em produto útil. Em qualquer caso, a
sustentabilidade não é aplicável a tais recursos.
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O anterior explica que hoje todo o mundo, aparentemente, esteja de acordo que o atual
modelo económico não pode manter-se de forma indefinida e que é necessário planejar
um novo modelo que não esteja calcado exclusivamente na expansão e crescimento
económicos, respeitando as margens de tolerância do sistema planetário.
FUNIBER
O controle integrado da contaminação, como filosofia, exige uma forma de gerir que
modifica e completa a atual legislação sobre prevenção e controle de contaminação
originada pelas instalações industriais, de maneira que se planeje o modelo de gestão
com base a visualizar a empresa através dos fluxos de materiais que se extraem (a partir
dos recursos naturais), se processam e que são produtores de energia e bens de
consumo, de forma que sejam adotadas as linhas de planejamento, considerando:
FU
As ferramentas de gestão ambiental podem ser focadas para processos ou, ainda, para
os produtos, tal como mostrado na t<> bela 1. . Um aspecto importante a destacar é que
a Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) é uma ferramenta de prognóstico, ou seja, do
que não existe, na fase de projeto, enquanto que a Auditoria Ambiental é uma
ferramenta de diagnóstico, do que existe na realidade, na fase de exploração e
encerramento da atividade.
PROCESSOS PRODUTOS
Prognóstico Avaliação de Impacto
(Exame do novo) Ambiental Análise de Ciclo de Vida
Ecoetiquetas
Diagnóstico Auditorias Ambientais Tutela de produto
(Exame do que existe) Certificações, SGA
FUNIBER
Pode-se dizer que a crise do petróleo de 1973 teve consequências positivas, tanto que
além de fomentar uma volta à diversificação energética, dada a precariedade das
reservas de petróleo, começava a reconhecer o crescente impacto ambiental gerado
pelas sociedades industrializadas e, especialmente, pela queima de combustíveis fósseis
que, num futuro não muito distante, poderiam esgotar-se.
Não obstante, deve-se ter uma ideia bem clara: apesar de o fato de proteger e assegurar
a qualidade de vida e o bem-estar suponha, a curto prazo, um custo às empresas, pode-
se afirmar com toda segurança que esse custo é infinitamente inferior ao que possuem
conceitos como a qualidade de vida e o bem-estar da humanidade.
FUNIBERG
" lNO>Ç.i<OLNl\'ERSITÁP!A18EROAMERC\NA -----------------------------
Nesse sentido, uma política ambiental bem concebida pode ajudar a reduzir custos
mediante economia de energia e matérias-primas e a gerar benefícios laterais pela
comercialização dos resíduos, além de chegar a segmentos de mercado especialmente
rentáveis.
Está óbvio que para que a atividade de uma empresa seja mais eficiente, a introdução
de critérios ambientais deve ser feita através de processos de produção. E é por esse
motivo que a concepção de uma correta gestão ambiental da empresa tem um papel
fundamental.
Do ponto de vista das empresas, existem numerosos argumentos que podem propiciar
uma mudança de mentalidade para com o meio ambiente, tal como ilustrado na figura
.2.
--
PARTES IMPLICADAS
- Administração - Associação de consumidores
- Grupos ecologistas - Companhias seguradoras
·Vizinhos .. Trabalhadores
- Fornecedores -Oientes
Figura 1.2: Fatores que demandam das empresas uma maior atenção ambiental.
Outra das vias de ação da administração é a de incidir sobre o mercado, sendo este o
verdadeiro ponto de referência das empresas. Dessa forma, consegue-se que a
administração regule de forma indireta o mercado com base a tentar que os custos
ambientais da fabricação e comercialização dos produtos incluam-se em seu preço, de
maneira que bens e serviços menos agressivos ao meio ambiente encontrem-se no
mercado em situação vantajosa em relação a produtos similares que contaminam mais
ou desperdiçam recursos. É o que se passou a chamar "internalização das
externalidades". Dentro desse capítulo, assinala-se como exemplo as taxas e impostos
por contaminação, os sistemas de licenças prévias, a utilização de incentivos fiscais e
ajudas a empresas com "tecnologias limpas", etc.
No que respeita ao mercado e à opinião pública, diremos que eles funcionam como o
verdadeiro motor de mudança das empresas. É por isso que cada vez a empresa cuida
mais dos aspectos ambientais, já que se detectou um crescimento considerável da
demanda de produtos respeitosos com o meio ambiente.
FUNIBER
Ante essas demandas, a empresa deve tomar uma posição clara e decidir que critérios
seguir e como agir.
1.4.2.1. Qualidade do ar
As diretrizes legislativas na União Europeia são levadas a cabo com uma crescente
elaboração de normas jurídicas tendentes a potencializar a elaboração de relatórios de
emissões, impulsionados pela Agência Europeia do Meio Ambiente.
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DAÇÃO UNJV "1A stAOAME<UCANA
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Figura 1.4: Grande parte da contaminação acústica das cidades deve-se aos meios de transporte.
FUNIBER
A água contaminada e seu tratamento é outro dos problemas mais urgentes dos
ecossistemas urbanos. Trata-se de um recurso escasso e sua reutilização não permite,
geralmente, recuperá-la para o consumo, destinando-se à rega, à limpeza de ruas, usos
industriais, etc.
O problema da qualidade das águas fica refletido na legislação a respeito, exigida pela
União Europeia aos Estados-membros. 2
A solução aos problemas de gestão das águas passa pela aplicação de políticas
preventivas: a delimitação de zonas ao longo das margens de rios, a fixação de
perímetros de proteção aos aquíferos, a declaração de zonas úmidas, os estudos de
impacto ambiental, a redução da contaminação, a economia no consumo de água, entre
outras medidas, de forma que a realização de atividades veja-se condicionada à
obtenção da correspondente permissão do organismo da bacia, ou ainda, à aplicação de
impostos sobre o despejo nos últimos casos mencionados, sancionando, nos casos
restantes, quando não se cumpram os requisitos exigidos por lei.
Nesse ponto, falar da qualidade dos seres vivos implica não só referir - se a seu
desenvolvimento nos próprios ecossistemas colaborando no funcionamento do
conjunto, mas também às repercussões na cadeia trófica. Por exemplo, quando o
homem consome animais ou plantas desenvolvidas em ambientes insalubres ou no caso
de animais alimentados com materiais manipulados geneticamente ou engordados de
forma artificial, com substâncias químicas cujos verdadeiros efeitos a médio e longo
prazo são desconhecidos.
20 I NTRODUÇÃO AO M[ IO AMBIENH
CONCEITOS BASICOS
Resumo
Capítulo 2
O DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
- Conhecer os convernos e tratados existentes entre estados que estabelecem as políticas de gestão
orientadas à sustentabilidade, destacando a preocupação por esses temas nas políticas internacionais.
O termo "desenvolvimento sustentável" foi cunhado pela lnternational Union for The
Conservation of Nature (IUCN), ainda que sua popularidade tenha origem no conhecido
relatório "Nuestro futuro común" ou relatório Bruntland (WCED, 1987), preparado pela
Comissão Bruntland de Nações Unidas, em que se lê:
11
Desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento que satisfaz as
necessidades atuais sem comprometer a capacidade das futuras gerações de
satisfazer suas próprias necessidades".
Essa tarefa é bem complexa, dado os aspectos sociais, políticos e elementos técnicos
implicados. Por exemplo, na superação da pobreza, em que a sustentabilidade pode ser
inalcançável, ainda que em prazos relativamente longos.
Por sua parte Daly, citado por Rivas ( 1 997), diz que para que uma sociedade seja
fisicamente sustentável, seus insumos globais materiais e energéticos devem cumprir
três condições: que as taxas de utilização de recursos não-renováveis não excedam
suas taxas de regeneração; que tampouco excedam a taxa a que os substitutivos
renováveis desenvolvam-se, e que suas taxas de emissão de agentes contaminantes
estejam de acordo com a capacidade de assimilação do meio ambiente.
Para os autores de Mais Além dos Limites do Crescimento, citados por Rivas (1997),
ante as preocupantes sinais de crescimento insustentável da sociedade, as respostas
possíveis são três:
Estamos de acordo com esse panorama e com sua visão de um mundo mais
sustentável, representado pela terceira das respostas com traços bem definidos, a
saber:
- acordo social sobre certos impactos que a natureza não pode enfrentar;
Os traços anteriores podem também ser interpretados sob três condições para que o
desenvolvimento sustentável seja uma alternativa viável: progresso científico,
tecnologia social e nova estrutura de tomada de decisões. O progresso científico
Para David Malin, um dos autores de "La situação dei mundo 1999", do World Watch
lnstitute, os governos têm de aplicar grande parte da pressão que fará avançar a uma
sociedade moderna por um caminho sustentável. O paradoxo é que, mesmo que devam
introduzir mudanças estruturais importantes nas economias, não podem planejar essas
mudanças, precisamente pela grqandeza e complexidade que implicam.
Contudo, como se verá, existem sérias dificuldades para cumprir sequer com as
previsões do Protocolo de Kioto, aprovado em 1997, que fixa uma redução de 5,2 %
para o prazo 2008-201 O dos gases de efeito estufa que os países desenvolvidos
emitem na atmosfera, referente aos níveis de 1990. O problema de fundo é a
resistência de certos países, como os Estados Unidos, que preveem, inclusive, a compra
de emissões de países com "excedentes", como Rússia, mecanismo "legal" introduzido
em Kioto pelos interessados.
Por isso, impulsionar os países para a sustentabilidade acarreta para muitos uma
modificação de caráter social só comparável à Revolução Agrícola do neolítico tardio e à
Durante muitos anos, lutou-se para demonstrar como a expansão industrial causa dano
ao meio ambiente e, agora, justo quando o nível de deteriorização ameaça dar razão a
essa luta, aparece o termo "desenvolvimento sustentável" como uma varinha mágica
para fazer desaparecer tais conflitos com uma só meta unificadora.
A preocupação com o meio ambiente foi especialmente intensa nas últimas décadas,
gerando uma série de documentos, conferências e acordos de diferentes alcances
(locais, regionais, internacionais, etc.).
a população;
a produção agrícola;
- os recursos naturais;
- a produção industrial;
- a contaminação.
Essa conferência marca o início de uma série de encontros posteriores, com a intenção
de refletir sobre os problemas ambientais e vislumbrar propostas de soluções
alternativas com alcance planetário.
1. Desde essa data, o dia 5 de junho é considerado o Dia 1nternacional do Meio Ambiente.
FUNIBER,
Esse convênio foi adotado em Washington, em 1973, e está vigente desde 1975, sendo
ratificado por 111 Estados.
Conventlon on International
Trade in Endangered Speeies
of Wild Fauna and Flora
A Primeira Cúpula da Terra foi celebrada em junho de 1992, no Rio de Janeiro (Brasil),
cinco anos após o Relatório Bruntland, nos moldes da Conferência das Nações Unidas
para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), como consequência da decisão
tomada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 22 de dezembro de 1989.
- Convenção da Biodiversidade;
- Agenda 21.
A convenção sobre a mudança climática foi firmado em 9 de maio de 1992 por todos
os países participantes da Cúpula da Terra. Esse acordo estava estruturado em 26
artigos e seu objetivo era "a estabilização da concentração de gases de efeito estufa na
atmosfera em um nível que impedisse interferências antropogênicas perigosas no
sistema climático". Nesse sentido, pretendiam-se controlar, especialmente, as emissões
de dióxido de carbono (C0 2 ), clorofluorocarbonetos (CFC's) e metano (CH 4 ).
Essa é uma convenção chave para entender o caminho que segue e seguirá a
conservação. Os objetivos dessa convenção (especificados no artigo 1) são:
conservação da biodiversidade;
1 Conservação insitu J. _
1Conservação exsitu ) /
Cooservação e
aproveitamento
sustentável @] .
Gestão da
._______
CX>NVENÇÃO DA - Educação e
consciência pública
biotecnologia
-
BIODIVERSIDADE
-
k.eSSoaos Avaliações de
recursos genéticos impacto ambiental
1 1
Distribuição de 1
seus benefíóos '
DECLARAÇÃO DO RIO
Princípio 1: Os seres humanos constituem o centro das preocupações relacionadas com o desenvolvimento
sustentável. Têm o direito a uma vida saudável e produtiva em harmonia com seu ambiente.
Princípio 2: Os Estados, de acordo com a Carta das Nações Unidas e com os princípios do direito
internacional. têm o direito soberano de explorar seus próprios recursos segundo suas próprias políticas de
meio ambiente e de desenvolvimento, e a responsabilidade de assegurar que atividades sob sua jurisdição ou
seu controle não causem danos ao meio ambiente de outros Estados ou de áreas além dos limites da
jurisdição nacional.
Princípio 3: O direito ao desenvolvimento deve ser exercido de modo a permitir que sejam atendidas
equitativamente as necessidades de desenvolvimento e de meio ambiente das gerações presentes e futuras.
Princípio 4: Para alcançar o desenvolvimento sustentável. a proteção ambiental constituirá parte integrante
do processo de desenvolvimento e não pode ser considerada isoladamente deste.
Princípio 5: Para todos os Estados e todos os indivíduos, como requisito indispensável para o
desenvolvimento sustentável, irão cooperar na tarefa essencial de erradicar a pobreza, a fim de reduzir as
disparidades de padrões de vida e melhor atender às necessidades da maioria da população do mundo.
DECLARAÇÃO DO RIO
Princípio 6: Será dada prioridade especial à situação e às necessidades espec1a1s dos países em
desenvolvimento, especialmente dos países menos desenvolvidos e daqueles ecologicamente mais
vulneráveis. As ações internacionais na área do meio ambiente e do desenvolvimento devem também atender
aos interesses e às necessidades de todos os países.
Princípio 7: Os Estados irão cooperar, em espírito de parceria global, para a conservação, proteção e
restauração da saúde e da integridade do ecossistema terrestre. Considerando as diversas contribuições para
a degradação do meio ambiente global, os Estados têm responsabilidades comuns, porém diferenciadas. Os
países desenvolvidos reconhecem a responsabilidade que lhes cabe na busca internacional do
desenvolvimento sustentável. tendo em vista as pressões exercidas por suas sociedades sobre o meio
ambiente global e as tecnologias e recursos financeiros que controlam.
Princípio 8: Para alcançar o desenvolvimento sustentável e uma qualidade de vida mais elevada para todos,
os Estados devem reduzir e eliminar os padrões insustentáveis de produção e consumo, e promover políticas
demográficas adequadas.
Princípio 9: Os Estados devem cooperar no fortalecimento da capacitação endógena para o desenvolvimento
sustentável, mediante o aprimoramento da compreensão científica por meio do intercâmbio de conhecimentos
científicos e tecnológicos, e mediante a intensificação do desenvolvimento, da adaptação, da difusão e da
transferência de tecnologias, incluindo as tecnologias novas e inovadoras.
Princípio 10: A melhor maneira de tratar as questões ambientais é assegurar a participação, no nível
apropriado, de todos os cidadãos interessados. No nível nacional, cada indivíduo terá acesso adequado às
informações relativas ao meio ambiente de que disponham as autoridades públicas, inclusive informações
acerca de materiais e atividades perigosas em suas comunidades, bem como a oportunidade de participar dos
processos decisórios. Os Estados irão facilitar e estimular a conscientização e a participação popular. colocando
as informações à disposição de todos. Será proporcionado o acesso efetivo a mecanismos judiciais e
administrativos, inclusive no que se refere à compensação e reparação de danos.
Princípio 11: Os Estados adotarão legislação ambiental eficaz. As normas ambientais, e os objetivos e as
prioridades de gerenciamento deverão refletir o contexto ambiental e de meio ambiente a que se aplicam. As
normas aplicadas por alguns países poderão ser inadequadas para outros. em particular para os países em
desenvolvimento, acarretando custos econõmicos e sociais injustificados.
Princípio 12: Os Estados devem cooperar na promoção de um sistema econõmico internacional aberto e
favorável, propício ao crescimento econõmico e ao desenvolvimento sustentável em todos os países, de forma
a possibilitar o tratamento mais adequado dos problemas da degradação ambiental. As medidas de política
comercial para fins ambientais não devem constituir um meio de discriminação arbitrária ou injustificável. ou
uma restrição disfarçada ao comércio internacional. Devem ser evitadas ações unilaterais para o tratamento
dos desafios internacionais fora da jurisdição do pars importador. As medidas internacionais relativas a
problemas ambientais transfronteiriços ou globais deve, na medida do possível, basear-se no consenso
internacional.
Princípio 13: Os Estados irão desenvolver legislação nacional relativa à responsabilidade e à indenização das
vítimas de poluição e de outros danos ambientais. Os Estados irão também cooperar. de maneira expedita e
mais determinada. no desenvolvimento do direito internacional no que se refere à responsabilidade e à
indenização por efeitos adversos dos danos ambientais causados, em áreas fora de sua jurisdição, por
atividades dentro de sua jurisdição ou sob seu controle.
Princípio 14: Os Estados devem cooperar de forma efetiva para desestimular ou prevenir a realocação e
transferência, para outros Estados, de atividades e substâncias que causem degradação ambiental grave ou
que sejam prejudiciais à saúde humana.
Princípio 15: Com o fim de proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deverá ser amplamente
observado pelos Estados, de acordo com suas capacidades. Quando houver ameaça de danos graves ou
irreversíveis. a ausência de certeza científica absoluta não será utilizada como razão para o adiamento de
medidas economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental.
DECLARAÇÃO DO R 1O
Princípio 16: As autoridades nacionais devem procurar promover a internacionalização dos custos
ambientais e o uso de instrumentos económicos, tendo em vista a abordagem segundo a qual o poluidor deve,
em princípio, arcar com o custo da poluição, com a devida atenção ao interesse público e sem provocar
distorções no comércio e nós investimentos internacionais.
Princípio 17: A avaliação do impacto ambiental, como instrumento nacional, será efetuada para as
atividades planejadas que possam vir a ter um impacto adverso significativo sobre o meio ambiente e estejam
sujeitas à decisão de uma autoridade nacional competente.
Princípio 18: Os Estados notificarão imediatamente outros Estados acerca de desastres naturais ou outras
situações de emergência que possam vir a provocar súbitos efeitos prejudiciais sobre o meio ambiente destes
últimos. Todos os esforços serão envidados pela comunidade internacional para ajudar os Estados afetados.
Princípio 19: Os Estados fornecerão, oportunamente, aos Estados potencialmente afetados. notificação
prévia e informações relevantes acerca de atividades que possam vir a ter considerável impacto
transfronteiriço negativo sobre o meio ambiente, e se consultarão com estes tão logo seja possível e de boa
r fé.
Princípio 20: As mulheres têm um papel vital no gerenciamento do meio ambiente e no desenvolvimento.
Sua participação plena é, portanto, essencial para se alcançar o desenvolvimento sustentável.
Princípio 21: A criatividade, os ideais e a coragem dos jovens do mundo devem ser mobilizados para criar
uma parceria global com vistas a alcançar o desenvolvimento sustentável e assegurar um futuro melhor para
todos.
Princípio 22: Os povos indlgenas e suas comunidades, bem como outras comunidades locais, têm um papel
vital no gerenciamento ambiental e no desenvolvimento, em virtude de seus conhecimentos e de suas práticas
tradicionais. Os Estados devem reconhecer e apoiar adequadamente sua identidade, cultura e interesses, e
oferecer condições para sua efetiva participação no atingimento do desenvolvimento sustentável.
Princípio 23: O meio ambiente e os recursos naturais dos povos submetidos a opressão, dominação e
ocupação serão protegidos.
Princípio 24: A guerra é, por definição, prejudicial ao desenvolvimento sustentável. Os Estados irão, por
conseguinte, respeitar o direito internacional aplicável à proteção do meio ambiente em tempos de conflitos
armados e irão cooperar para seu desenvolvimento progressivo, quando necessário.
Princípio 25: A paz. o desenvolvimento e a proteção ambiental são interdependentes e indivisíveis.
Princípio 26: Os Estados solucionarão todas as suas controvérsias ambientais de forma pacifica, utilizando-
se dos meios apropriados, de conformidade com a Carta das Nações Unidas:
Princípio 27: Os Estados e os povos irão cooperar de boa fé e imbuídos de um espírito de parceria para a
realização dos princípios consubstanciados nesta Declaração, e para o desenvolvimento progressivo do direito
internacional no campo do desenvolvimento sustentável.
Essa declaração toma como um de seus preâmbulos que todos os tipos de florestas
contêm processos ecológicos complexos e singulares que constituem a base da
capacidade, atual e potencial, das florestas para proporcionar recursos a fim de
satisfazer as necessidades humanas e os valores ambientais, pelo que sua ordenação e
conservação racionais têm de preocupar os governos dos países em que se encontram e
a comunidade mundial, sendo importantes às comunidades locais e para o meio
ambiente em sua totalidade.
Essa é uma Declaração autorizada de princípios sem força jurídica obrigatória, para um
consenso mundial a respeito da ordenação, a conservação e o desenvolvimento
sustentável das florestas de todo tipo.
Figura 2.3: As florestas converteram-se em um dos grandes cavalos de batalha da conservação, já que são
uma excepcional reserva de diversidade biológica e muitas delas ainda por conhecer.
O governo brasileiro tentou que se adotasse um texto que protegesse a riqueza florestal
da selva amazônica, mas o certo é que essa declaração não tem força jurídica
obrigatória, o que que faz com que, legalmente, não possa evitar que os países
desenvolvidos continuem explorando os recursos florestais.
Princípio 1: Os Estados têm o direito de explorar seus recursos sempre e quando não prejudiquem o meio
de outros Estados. O custo derivado da não-exploração das florestas deve ser financiado pela comunidade
internacional.
Princípio 2: Os Estados têm o direito de explorar suas florestas de acordo com uma política nacional
compatível com o desenvolvimento sustentável. Devem-se tomar medidas para a proteção das florestas,
foencer informação sobre elas e os ecossistemas florestais e promover a participação dos cidadãos em sua
conservação.
Princípio 3: A política nacional deve esforçar-se em estabelecer um marco de atuação para a proteção das
florestas. Em nível internacional, devem-se promover as disposições de índole institucional. Todas as ações de
proteção florestal devem estar integradas e ser consideradas conjuntamente.
Princípio 4: Deve-se reconhecer a função ecológica vital das florestas e sua grande riqueza biológica.
Princípio 5: A política florestal deve respeitar a cultura e interesses dos povos indígenas e levar em conta a
participação da mulher.
Princípio 6: As florestas são uma fonte renovável de energia, pelo que se tem de realizar uma ordenação
sustentável do fornecimento de madeira, um controle de seu uso e reciclagem. a promoção do
reflorestamento e uma avaliação do valor dos bens florestais.
Princípio 1 O: Devem-se facilitar novos recursos financeiros aos países em desenvolvimento para que
possam efetuar a ordenação, conservação e o desenvolvimento sustentável de seus recursos florestais
(florestação, reflorestamento, luta contra o desmatamento e a degradação de florestas e terras).
Princípio 11: Deve-se fomentar, facilitar e financiar o acesso dos países em desenvolvimento às tecnologias
ecológicas.
Princípio 12: Deve-se potencializar as pesquisas científicas, os inventários e as avaliações florestais por
parte das instituições nacionais. Também deve-se potencializar as ações na ciência, o ensino, a tecnologia, a
economia, a antropologia, a capacitação e os aspectos sociais, bem como o intercâmbio de informação
florestal. Os habitantes autóctones devem contribuir com sua capacidade e conhecimentos ao
desenvolvimento sustentável das florestas. e também participar dos ganhos obtidos.
Princípio 13: Deve-se facilitar o comércio aberto e livre dos produtos florestais. a redução ou eliminação de
barreiras tarifárias para o acesso ao mercado de produtos florestais, a incorporação dos custos e benefícios
para o meio ambiente nas forças e mecanismos do mercado. Deve-se integrar a conservação florestal no
restante de políticas e evitar as práticas que a degradem.
Princípio 14: Devem-se eliminar ou evitar as medidas unilaterais, incompatíveis com os acordos
internacionais que proíbam ou restrinjam o comércio internacional de madeira e dos produtos florestais, com o
objetivo de alcançar a ordenação sustentável a longo prazo.
2.2.4.5. A Agenda 21
4. O Mundo Fértil
Planajamento e gestão dos recursos da Terra.
Recursos de água doce.
Recursos energéticos.
• Agricultura e desenvolvimento rural sustentáveis.
Desenvolvimento florestal sustentável.
Gestão de ecossistemas frágeis:
Luta contra a desertificação e a seca.
Desenvolvimento sustentável das zonas montanhosas.
Desenvolvimento sustentável das áreas costeiras.
Desenvolvimento sustentável das ilhas.
Conservação da diversidade biológica.
Gestão ambiental racional da biotecnologia .
Essa Cúpula caracterizou-se pela escassez de acordos e, mais que uma reunião para
revisar resultados, converteu-se em um reconhecimento do baixo grau de cumprimento
dos compromisos acertados cinco anos antes.
Apesar da avaliação geral negativa que se fez dessa cúpula, sí que realizaram-se alguns
acordos como o "Plano para a ulterior execução da Agenda 21 ", que evitava renegociar
o programa a estabelecia um plano de trabalho para os próximos 5 anos, marcando uma
data para um novo exame em 2002. Marcou-se também esse ano como data limite para
que os países tenham acabado de formular estratégias nacionais de desenvolvimento
sustentável.
Esse exame deu como resultado um relatório do Conselho Econômico e Social em que,
transcorridos dez anos desde a Cúpula da Terra, constava-se que os objetivos fixados
não estavam sendo cumprindos como o esperado e que a situação do meio ambiente
continuava frágil, dando-se, por exemplo, nos países em desenvolvimento, escassos
progressos para reduzir a pobreza e agravamento dos problemas de saúde.
- a não se ter dado uma mudança significativa nas regras de consumo e produção;
Como resultado da cúpula, os 143 países em desenvolvimento não obtiveram mais que
uma mera ratificação dos compromissos já dados em outros eventos anteriores pelos
Estados Unidos e a União Europeia para frear a queda da ajuda ao desenvolvimento do
Terceiro Mundo e a promessa de reduzir as subvenções agrícolas dos países ricos nos
próximos três anos.
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (1992) oferece três princípios
orientadores para tender ao desenvolvimento sustentável :
3. cada país tem de fixar suas próprias prioridades ambientais, as quais diferirão
com frequência nos países industrializados e em desenvolvimento.
O desenvolvimento sustentável deve ser concebido como processo, não como meta,
para ir dando conta de suas principais restrições associadas às formas de exploração
dos recursos naturais, da orientação dominante da evolução tecnológica e das
características do marco institucional.
Dessa perspectiva, as soluções não se encontram só nas mãos do governo, nem nas
dos grupos de acadêmicos especializados. A solução implica a concepção de
estratégias que incluam todos, com uma corresponsabilidade diferenciada e objetivos
estabelecidos coletivamente. Também implica mensagens inequívocas claramente
enunciadas e de. acordo com cada grupo, assegurando que são compreendidas para
promover novas atitudes e aptidões, pressionar em direção à mudança e acelerar o
processo. Uma mudança de amplo alcance não um modismo ambientalista, que ofereça
novas motivações e compromissos de longo prazo; ou seja, entender o
desenvolvimento sustentável como um novo e melhor modo de vida.
Essas características não podem ser abordadas de maneira fragmentada. Nisso se apoia
a complexidade de operar o desenvolvimento sustentável.
Desafios
Dimensão Humana:
padrões culturais;
educação;
- formação;
- coexistência de interesses.
Condução do desenvolvimento:
- ciência e tecnologia;
- sistemas de informação;
- ferramentas;
- custo/benefício;
Institucionalidade:
- horizontalidade;
- subsídios;
- corresponsabilidade.
Perspectivas e Condições
Considerando o que se disse anteriormente, algumas tarefas urgentes que podem ajudar
a empreender um caminho melhor são:
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OResumo
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ISBN: 978-84-15383-01-7