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Dr. JEFFERSON ALEX MACIELCAVALCANTE

OPERAÇÃO E PROCESSOS UNITÁRIOS DE TRATAMENTO DE ÁGUA

i
DEDICATÓRIA

A Deus, por estar à frente de tudo para mim.

Aos meus filhos: Enzo Kauã Fernandes Cavalcante e


Anderson Kalel Fernandes Cavalcante , por fazer parte e ser
a razão da minha vida, hoje e sempre.

A minha Progenitora, D. Carmen Lúcia Machado Maciel,


pela dádiva e compromisso em minha formação pessoal e
profissional.

A s m i n h a s i r m ã s b i o l ó g i c a s : D a n i e l l y , Al i n e e Am a n d a ;
em ordem cronológica de idade, pela honra e glória em existir.

Ao meu Padrasto Leonardus Franciscus Helene


Roodbeen chamado por nós, familiares, de Léo; por ser um
avô exemplar, amável, cuidadoso e responsável com os meus
filhotes.

A minha namorada Fabiana Sousa do Nascimento e a


minha enteada Zulma Sophia do Nascimento Gonçalves, por
fazerem parte da minha família e estarem sempre ao meu
lado.

ii
"A t e r r a é c o n s i d e r a d a
Um organismo vivo,
Independente do
o r g a n i s m o H u m a n o .”
(James Lovelock)

iii
SUMÁRIO
Pág.
Resumo............................................................................ vi

Abstract........................................................................... vii

1. INTRODUÇÃO...................................................................... 01

2. DESENVOLVIMENTO.......................................................... 02

2.1. Poluição atmosférica............................................................ 03

2.1.1. Poluentes atmosféricos........................................................ 03


2.1.1.1. Classificação dos poluentes atmosféricos............................ 04
2.1.2. Principais fontes de poluição................................................ 04

2.2. Gestão da poluição atmosférica........................................... 05

2.2.1. Padrões de emissão............................................................. 06


2.2.1.1. Padrões subjetivos............................................................... 06
2.2.1.2. Padrões objetivos................................................................. 07
2.2.1.2.1. Padrões de emissão do Conama 03/1990....................... 08
2.2.1.2.2. Padrões de emissão do Conama 08/1990........................... 09
2.2.1.2.3. Padrões de emissão do Conama 264/1999......................... 10
2.2.1.2.4. Padrões de emissão do Conama 316/2000......................... 11
2.2.1.2.5. Padrões de emissão do Conama 382/2006......................... 12

2.3. Padrões de qualidade do ar.................................................. 13

1º) Padrões primários................................................................. 15


2º) Padrões secundários............................................................ 16
2.3.1. Como são estabelecidos os padrões de qualidade?............ 16
2.3.2. Legislação pertinente na constituição brasileira de 1988..... 16

2.4. Controle de efluentes gasosos............................................. 17

2.4.1. Equipamentos de controle da poluição................................. 17

2.5. Monitoramento da qualidade do ar....................................... 19

I. Os principais objetivos do monitoramento da qualidade do


ar........................................................................................... 19
2.5.1. Monitoramento da poluição do ar......................................... 20
I. Categorias da medição de poluentes................................... 20
2.5.2. Monitoramento de emissões atmosféricas........................... 21
I. Objetivo do monitoramento das fontes de emissão.............. 21
II. Técnicas usadas para estimar emissões industriais............ 22
2.5.2.1. Monitoramento contínuo....................................................... 23
2.5.2.2. Monitoramento descontínuo................................................. 23
2.5.2.3. Planejamento do monitoramento de emissões

iv
atmosféricas em dutos e chaminés...................................... 24
I. Levantamento das informações antes de uma amostragem 24
2.5.2.4. Legislação pertinente ao monitoramento das emissões....... 25

2.5.3. Monitoramento das emissões fugitivas................................. 26

3. CONCLUSÃO....................................................................... 27

4. REFERÊNCIA....................................................................... 35

v
Resumo

Quando ocorre uma alteração e com isso a degradação do ar, comprometem-


se os processos fotossintéticos e prejudica-se a vegetação terrestre e aquática;
são agredidos os ciclos do nitrogênio, oxigênio e carbono, ocasionando
mudanças climáticas; há uma diminuição da intensidade da luz; a água e o solo
mostram-se afetados; prejudicando a saúde do homem e dos animais. É
importante frisar que, mesmo mantidas as emissões, a qualidade do ar pode
mudar em função, basicamente, das condições meteorológicas que determina
uma maior ou menor diluição dos poluentes. É por isso que ela piora durante
os meses de inverno, quando as condições meteorológicas são mais
desfavoráveis à dispersão dos poluentes. A interação entre as fontes de
poluição e a atmosfera vai definir o nível de qualidade do ar, que determina por
sua vez o surgimento dos efeitos adversos da poluição do ar sobre os
receptores.

Palavras chave: poluição, qualidade, ar

vi
Abstract

When an alteration occurs and with it the degradation of the air, photosynthetic
processes are compromised and terrestrial and aquatic vegetation is harmed;
the nitrogen, oxygen and carbon cycles are attacked, causing climate change;
there is a decrease in light intensity; water and soil are affected; harming human
and animal health. It is important to note that, even with emissions maintained,
air quality can change, basically as a function of weather conditions, which
determine a greater or lesser dilution of pollutants. That's why it gets worse
during the winter months, when weather conditions are more unfavorable to the
dispersion of pollutants. The interaction between sources of pollution and the
atmosphere will define the level of air quality, which in turn determines the
emergence of adverse effects of air pollution on receptors.

Keywords: pollution, quality, air

vii
1. INTRODUÇÃO

Quando ocorre uma alteração e com isso a degradação do ar,


comprometem-se os processos fotossintéticos e prejudica-se a vegetação
terrestre e aquática; são agredidos os ciclos do nitrogênio, oxigênio e carbono,
ocasionando mudanças climáticas; há uma diminuição da intensidade da luz; a
água e o solo mostram-se afetados; prejudicando a saúde do homem e dos
animais.

Principalmente nas grandes cidades onde os efeitos se mostram


nefastos, já se determinou que a poluição atmosférica contribuísse para
inúmeras patologias, além de somar sensivelmente no incremento da taxa de
mortalidade. Para complicar ainda mais o problema a poluição atmosférica é
transfronteiriça de forma que o próprio vento cuida de espalhá-la a grandes
distâncias da sua fonte.

Quando se determina a concentração de um poluente na atmosfera


mede-se o grau de exposição dos receptores (seres humanos, outros animais,
plantas, materiais, etc.) como resultado final do processo de lançamento desse
poluente na atmosfera por suas fontes de emissão e as suas interações no
meio ambiente, do ponto de vista físico (diluição) e químico (reações químicas).

É importante frisar que, mesmo mantidas as emissões, a qualidade do ar


pode mudar em função, basicamente, das condições meteorológicas que
determina uma maior ou menor diluição dos poluentes. É por isso que ela piora
durante os meses de inverno, quando as condições meteorológicas são mais
desfavoráveis à dispersão dos poluentes. A interação entre as fontes de
poluição e a atmosfera vai definir o nível de qualidade do ar, que determina por
sua vez o surgimento dos efeitos adversos da poluição do ar sobre os
receptores.

1
2. DESENVOLVIMENTO

Quando ocorre alteração e degradação do ar, comprometem-se os


processos fotossintéticos e prejudica-se a vegetação terrestre e aquática; são
agredidos os ciclos do nitrogênio, oxigênio e carbono, ocasionando mudanças
climáticas; há uma diminuição da intensidade da luz; a água e o solo mostram-
se afetados; prejudicando a saúde do homem e dos animais.

Principalmente nas grandes cidades, onde os efeitos se mostram


nefastos, já se determinou que a poluição atmosférica contribuísse para
inúmeras patologias, além de contribuir sensivelmente para o incremento da
taxa de mortalidade. Para complicar ainda mais o problema, a poluição
atmosférica é transfronteiriça, de forma que o próprio vento cuida de espalhá-la
a grandes distâncias da sua fonte.

Quando se determina a concentração de um poluente na atmosfera


mede-se o grau de exposição dos receptores (seres humanos, outros animais,
plantas, materiais) como resultado final do processo de lançamento deste
poluente na atmosfera por suas fontes de emissão e suas interações na
atmosfera, do ponto de vista físico (diluição) e químico (reações químicas).

É importante frisar que, mesmo mantidas as emissões, a qualidade do ar


pode mudar em função basicamente das condições meteorológicas que
determinam uma maior ou menor diluição dos poluentes.

É por isso que a qualidade do ar piora durante os meses de inverno,


quando as condições meteorológicas são mais desfavoráveis à dispersão dos
poluentes. A interação entre as fontes de poluição e a atmosfera vai definir o
nível de qualidade do ar, que determina por sua vez o surgimento de efeitos
adversos da poluição do ar sobre os receptores. Os principais objetivos do
monitoramento da qualidade do ar são:

• Fornecer dados para ativar ações de emergência durante períodos de


estagnação atmosférica quando os níveis de poluentes na atmosfera possam
representar risco à saúde pública;

• Avaliar a qualidade do ar à luz de limites estabelecidos para proteger a


saúde e o bem estar das pessoas; e

• Acompanhar as tendências e mudanças na qualidade do ar devidas a


alterações nas emissões dos poluentes.

Para atingir estes objetivos, torna-se necessária a fixação de padrões de


qualidade do ar.

O monitoramento da poluição do ar envolve a medição da poluição nas


escalas de tempo e espaço. Uma vez identificados os poluentes prioritários, os

2
equipamentos de medição (monitores) devem ser capazes de garantir que os
dados gerados atendam aos objetivos do monitoramento e, principalmente,
possam ser comparados com os padrões legais de qualidade do ar.

2.1. Poluição atmosférica

O uso básico do recurso natural ar é manter a vida. Todos os outros


usos devem sujeitar-se à manutenção da sua qualidade afim de não degradar
aguda ou cronicamente a saúde ou bem estar humano e dos outros seres que
dependem do mesmo para a sua sobrevivência direta e indiretamente.

Por estar disponível livremente na atmosfera o recurso é utilizado pelas


comunidades de maneira pouco parcimoniosa ou racional. DERISIO (2007)
enfatiza que além dos usos metabólicos naturais, outros usos importantes
devem ser acrescentados: a comunicação, o transporte, a combustão, os
processos industriais; e, principalmente, a utilização dele como receptor e
transportador de resíduos da atividade humana.

Como resultado do uso indiscriminado ou abusivo do ar, sobretudo em


áreas geográficas limitadas, surge a poluição atmosférica. A poluição
atmosférica pode ser definida, em linhas gerais, como sendo a presença ou o
lançamento na atmosfera de substâncias em concentrações suficientes para
inferir na saúde, segurança e bem estar do homem ou no pleno uso e gozo da
sua propriedade.

LORA (2002) destaca que o processo de industrialização e a


urbanização é um claro exemplo de influência na poluição ambiental, refletida
na emissão de poluentes atmosféricos por empresas e veículos, problemas de
saneamento, geração de resíduos sólidos, dentre outras ações.

2.1.1. Poluentes atmosféricos

Segundo a definição na Resolução CONAMA (1990), o poluente


atmosférico é toda e qualquer forma de matéria ou energia com intensidade,
quantidade, concentração ou características em desacordo com os níveis
estabelecidos em legislação e que tornam ou possam tornar o ar:

I. Impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde;

II. Inconveniente ao bem estar público;

III. Danoso aos materiais, à fauna e à flora;

IV. Prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades


normais da comunidade.

3
2.1.1.1. Classificação dos poluentes atmosféricos

Podem ser divididos como: poluentes primários e secundários, sendo os


primeiros já emitidos na forma de poluentes e os outros formados na atmosfera
por reações químicas ou fotoquímicas; com a participação de dois ou mais
poluentes ou com a participação dos componentes próprios da mesma (ACIJ,
2004).

Para DERISIO (2007), as substâncias usualmente consideradas


poluentes do ar podem ser classificadas da seguinte forma:

• Compostos de enxofre (SO2, SO3, H2S, sulfatos);

• Compostos de nitrogênio (NO, NO2, NH3, HNO3, nitratos);

• Compostos halogenados (HCl, HF, cloretos, fluoretos);

• Monóxido e dióxido de carbono;

• Material particulado (mistura de compostos no estado sólido ou líquido); e

• Compostos orgânicos (hidrocarbonetos, álcoois, aldeídos, cetonas, ácidos


orgânicos).

2.1.2. Principais fontes de poluição

São muitas as classificações das fontes de poluição do ar, dentre as


várias, LOUREIRO (2005) cita:

a) Fontes estacionárias ou fixas: são aquelas que normalmente ocupam na


comunidade uma área relativamente limitada, sendo quase todas de natureza
industrial. Tais fontes também são chamadas específicas;

b) Fontes móveis: são os meios de transporte terrestre, marítimo e aéreo


aos quais utilizam: gasolina, álcool, gás natural e óleo diesel para se
locomover;

c) Fontes naturais: são aquelas que não são ocasionadas por atividade
humana, mas que vêm ocorrendo há milhares de anos, como os resultados de
atividades geológicas, na forma de vulcões; meteorológicas, como os
relâmpagos; a liberação de hidrocarbonetos pelas plantas, entre outros;

d) Fontes em área: atividades que individualmente emitem pequenas


quantidades de poluentes, mas quando estimadas em um grupo tornam-se
significativas. Como, exemplo, o uso de solventes orgânicos por consumidores

4
em áreas comerciais (recobrimento de superfície de lavagem a seco,
desengraxador), tratamento e disposição de resíduos e fontes variadas
(queimadas na agricultura e floresta).

Entre as fontes estacionárias as indústrias são as mais significativas ou


de maior potencial poluidor. As indústrias são usualmente classificadas em
categorias (metalúrgicas, mecânicas, têxtil, bebidas, químicas, etc.), através
das quais se podem calcular o potencial de poluição do ar por atividade
industrial. Vale lembrar que a diferenciação entre as indústrias é tanta que
existem padrões de emissão diferenciados para cada uma delas (OLIVEIRA,
2009).

2.2. Gestão da poluição atmosférica

É um fato histórico geral que, quando um país subdesenvolvido inicia o


seu desenvolvimento industrial, a sua qualidade do ar piora significativamente.
Essa situação continua a deteriorar-se até que um nível importante de riqueza
seja alcançado, ponto no qual o controle de emissões passa a ser
regulamentado por lei e torna-se obrigatório (BAIRD, 2002).

O objetivo principal da gestão da poluição do ar é preservar a saúde e o


bem estar do homem, no presente e no futuro. Outros objetivos da gestão da
poluição do ar consistem na proteção das plantas e dos animais, além da
prevenção das propriedades físicas do meio natural e das interferências ao seu
uso normal e satisfatório, assegurando assim um desenvolvimento econômico
contínuo e a manutenção do meio ambiente (STEWART, 1979; BOUBEL et
al.,1984 apud PIRES, 2005).

Segundo ROSSANO &THIELKE (1980 apud SUSUKI, 1999), a eficácia


de um sistema de gestão da qualidade do ar está condicionada à qualidade da
informação obtida nos monitoramentos ambientais. A qualidade e a utilização
correta dos programas de monitoramento podem trazer grandes benefícios à
redução da poluição do ar. Como parte da política de gestão da poluição
atmosférica; órgãos ambientais do mundo inteiro têm adotado padrões de
qualidade ambiental, são: os padrões de qualidade do ar e os padrões de
emissão.

5
2.2.1. Padrões de emissão

São valores máximos de emissão permissíveis de serem lançados na


atmosfera por fontes potencialmente poluidoras. Se não especificado diferente,
o padrão de emissão é expresso em forma de uma concentração gravimétrica
(mg/Nm³) e se refere às condições 1013 mbar, 0°C e base seca. Se for definida
a condição referencial de oxigênio, a fórmula para converter a concentração
medida para a condição referencial de oxigênio a ser utilizada é apresentada
abaixo, não sendo aplicável quando ocorrer à injeção de oxigênio puro no
processo:

CR = (21 - OR/21 - OM). CM

Onde:

CR: concentração corrigida para condições referenciais em mg/Nm³ ou


ppmv;

OR: concentração referencial de oxigênio em % por volume;

OM: concentração medida de oxigênio em % por volume;

CM: concentração medida em mg/Nm³ ou ppmv.

O padrão de emissão é um limite da quantidade ou concentração de um


poluente, estabelecido legalmente, emitido por uma fonte. Qualificam, portanto,
o nível máximo de emissão de um determinado poluente na fonte. Para PIRES
(2005), os padrões de emissão podem ser divididos em: subjetivos ou
objetivos:

2.2.1.1. Padrões subjetivos

Estão baseados na aparência visual e no odor da emissão. Um exemplo


típico é a medição da pluma através da coloração da fumaça por meio da
comparação com a Escala de Ringelmam. Essa escala foi um dos primeiros
instrumentos de auxílio para medir as emissões de poluição atmosférica
(PAINTER, 1974 apud PIRES, 2005), no momento está em desuso por ter um
caráter subjetivo muito acentuado.

6
2.2.1.2. Padrões objetivos

Derivam de medições diretas das emissões. Existem duas categorias


principais para esses padrões: aquelas cujo limite de emissão de um poluente
específico independe do processo ou equipamento do qual é emitido; e,
aquelas cujo limite de emissão de um poluente específico depende do
processo e do tipo de equipamento do qual é emitido.

Os limites objetivos podem ser expressos em termos absolutos, como: a


massa do poluente por unidade de tempo; ou, em termos relativos, como: a
massa do poluente por massa de combustível queimado; ou, a massa do
material processado; ou, a massa do produto gerado (produção); ou ainda, pela
quantidade de calor liberado no processo.

Os poluentes do tipo material particulado são determinados por análise


gravimétrica. Neste tipo de análise é comparado o peso de um filtro antes e
depois da passagem do volume de fluxo gasoso conhecido. No caso de
poluentes gasosos os limites devem ser fixados em termos volumétricos,
acompanhados das respectivas temperaturas e dos volumes do processo. A
análise volumétrica é aquela que permite determinar a concentração de um
poluente, medindo o volume da solução do reagente utilizado para neutralizá-
la.

Algumas vezes os limites são fixados por massa de poluente, por


unidade de volume do poluente gasoso. Porém, o volume do efluente gasoso
varia com a temperatura, pressão e com a diluição do ar. Assim, nesse tipo de
expressão é importante especificar a temperatura, a pressão e a porcentagem
do ar diluente. No caso de gases efluentes, do processo de combustão, a
diluição é usualmente expressa em porcentagem de excesso de carbono do
gás efluente (BAIRD, 2002).

7
2.2.1.2.1. Padrões de emissão do Conama 03/1990

De acordo com a resolução do CONAMA 03/1990:

• O monitoramento da qualidade do ar é atribuição dos Estados.

• Constitui-se Método de Referência os métodos aprovados pelo INMETRO


e na ausência deles os recomendados pelo IBAMA como os mais adequados e
que deva ser utilizado preferencialmente. Poderão ser adotados métodos
equivalentes aos métodos de referência, desde que aprovados pelo IBAMA;

• Considera-se Episódio Crítico de Poluição do Ar a presença de altas


concentrações de poluentes na atmosfera em curto período de tempo,
resultante da ocorrência de condições meteorológicas desfavoráveis à
dispersão dos mesmos;

• São estabelecidos os Níveis de Atenção, Alerta e Emergência, para a


execução do Plano de Emergência;

• Na definição de qualquer dos níveis enumerados poderão ser


consideradas concentrações dos poluentes bem como a previsão
meteorológica e os fatos e fatores intervenientes previstos e esperados;

• As providências a serem tomadas a partir da ocorrência dos Níveis de


Atenção e de Alerta tem por objetivo evitar que se atinja o Nível de
Emergência;

• Os níveis de Atenção, Alerta e Emergência são declarados quando,


prevendo-se a manutenção das emissões, bem como condições
meteorológicas desfavoráveis à dispersão dos poluentes nas 24 (vinte e
quatro) horas subsequentes, for atingida urna ou mais das condições;

• Cabe aos Estados a competência para indicar as autoridades


responsáveis pela declaração dos diversos níveis, devendo as declarações
efetuarem-se por qualquer dos meios usuais de comunicação de massa;

• Durante a permanência dos níveis (Atenção, Alerta ou Emergência) as


fontes de poluição do ar ficam, na área atingida, sujeitas às restrições
previamente estabelecidas pelo órgão de controle ambiental.

8
2.2.1.2.1. Padrões de emissão do Conama 08/1990

Considerando a necessidade do estabelecimento de limites máximos de


emissão de poluentes do ar (padrões de emissão) em fontes fixas de poluição,
como prevê o PRONAR e considerando que, entre todas as tipologias
industriais os processos de combustão externa constituem-se no maior
contigente de fontes fixas de poluentes atmosféricos, foi estabelecida a
resolução do CONAMA nº 08, de 06 de dezembro de 1990.

A resolução do CONAMA nº 08/1990 estabelece, em nível nacional,


limites máximos de emissão de poluentes do ar (padrões de emissão) para os
processos de combustão externa, em fontes novas, fixas de poluição com as
potências nominais totais até 70 MW (megawatts) e superiores.

De acordo com a resolução do CONAMA nº 08/1990 ficam definindo os


limites máximos de emissão para as partículas totais, dióxido de enxofre (SO 2)
e a densidade colorimétrica; considerando a classificação de usos pretendidos
e definidos em CONAMA nº 05/1990. Os limites para as partículas totais e o
dióxido de enxofre são expressos em forma de fator de emissão (peso de
poluentes pelo poder calorífico superior do combustível). Segundo essa
resolução:

• Para fontes <70 MW instaladas em área Classe I atmosfericamente


conservadas, o limite de consumo de óleo combustível por fonte fixa,
(correspondente à capacidade nominal total do equipamento), será de 3.000
toneladas por ano. Consumos de óleos superiores, ou o uso de outros
combustíveis, estarão sujeitos à aprovação do órgão Estadual de Meio
Ambiente, por ocasião do licenciamento ambiental;

• Para outros combustíveis, exceto óleo combustível e carvão mineral, cabe


aos Órgãos Estaduais de Meio Ambiente o estabelecimento de limites máximos
de emissão para as partículas totais, dióxido e enxofre; e, se for o caso, outros
poluentes, quando houver o licenciamento ambiental do empreendimento;

• Cabe aos órgãos Estaduais de Meio Ambiente propor aos governos dos
seus respectivos Estados o enquadramento das suas áreas Classe I e III,
conforme já previsto na Resolução CONAMA nº 05/1989.

9
2.2.1.2.2. Padrões de emissão do Conama 264/1999

Considerando a necessidade de serem definidos procedimentos,


critérios e aspectos técnicos específicos de licenciamento ambiental para o co-
processamento de resíduos em fornos rotativos de clínquer, foi estabelecida a
resolução do CONAMA nº 264 de 26 de agosto de 1999.

De acordo com essa resolução o co-processamento de resíduos em


fornos de clínquer deverá observar os limites máximos de emissão atmosférica.
Segundo o CONAMA nº 264/1999:

• Os limites de emissão dos poluentes poderão ser mais restritivos, a


critério do Órgão Ambiental local, em função dos seguintes fatores: capacidade
de dispersão atmosférica dos poluentes, considerando as variações climáticas
e de relevo locais; ou a intensidade de ocupação industrial e os valores de
qualidade do ar da região;

• Os limites de emissão para os parâmetros SOx e NOx deverão ser


fixados pelos Órgãos Ambientais competentes considerando as peculiaridades
regionais;

• Os relatórios de auto-monitoramento serão encaminhados ao Órgão


Ambiental competente de acordo com a frequência solicitada;

• Deverão ser monitorados, de forma contínua, os seguintes parâmetros:


pressão interna, temperatura dos gases do sistema forno e na entrada do
precipitador eletrostático, vazão de alimentação do resíduo, material
particulado (através de opacímetro), O2, CO, NOx e/ou THC quando
necessário;

• Deverão ser monitoradas, de forma não contínua, os seguintes


parâmetros: SOx, PCOPs, HCl/Cl2, HF, elementos e substâncias inorgânicas
listados nos artigos nº 28, 29 e 30 dessa Resolução;

• O monitoramento ambiental da área de entorno deverá ser definido caso


a caso, com base na avaliação de riscos à saúde humana, ao meio ambiente e
os decorrentes das emissões não acidentais.

10
2.2.1.2.4. Padrões de emissão do Conama 316/2000

Essa resolução dispõe sobre os procedimentos e critérios para o


funcionamento dos sistemas de tratamento térmico de resíduos.

Disciplinam os processos de tratamento térmico de resíduos e


cadáveres, estabelecendo os procedimentos operacionais, limites de emissão e
os critérios de desempenho, controle, tratamento e disposição final dos
efluentes; de modo a minimizar os impactos ao meio ambiente e à saúde
pública, resultantes dessas atividades. Essa resolução não se aplica ao co-
processamento de resíduos em fornos rotativos de produção de clínquer, ao
qual deverá seguir a Resolução CONAMA específica nº 264/1999, salvo a
disposição sobre as dioxinas e os furanos, que deverá obedecer à mesma.

11
2.2.1.2.5. Padrões de emissão do Conama 382/2006

O Diário Oficial da União publicou em 02/01/2007, resolução nº 3 do


Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) que define os limites máximos
para a emissão de poluentes por equipamentos, instalações ou processos de
produção fixados em um lugar específico, chamados de fontes fixas. A
resolução estabeleceu uma base de referência nacional nas emissões de
poluentes atmosféricos, como: óxidos de nitrogênio, óxidos de enxofre,
monóxido de carbono e material particulado. Além disso, instrumentalizou os
órgãos ambientais para aprimorar o controle desse tipo de poluição. A proposta
pretende compatibilizar o desenvolvimento econômico e social com a
preservação do meio ambiente, do equilíbrio ecológico e da saúde humana.

Com a aprovação da resolução as emissões geradas nos processos de


combustão externa de óleo combustível, de gás natural, de bagaço de cana de
açúcar e de derivados da madeira foram limitadas. Também houve limites para
a emissão de poluentes provenientes das turbinas a gás para a geração
elétrica e de processos de refinarias de petróleo. O mesmo aconteceu para as
emissões geradas a partir da fabricação de celulose, da fusão secundária de
chumbo, da indústria de alumínio primário, dos fornos de fusão de vidro, da
indústria do cimento Portland, da produção de fertilizantes, de ácido fosfórico,
de ácido sulfúrico e de ácido nítrico. Os limites também foram aplicados aos
poluentes gerados por indústrias siderúrgicas integradas, semi-integradas e as
usinas de pelotização do minério de ferro.

A resolução ainda permite que sejam estabelecidos limites para as


novas fontes fixas, a partir da revisão dos tipos de fontes e poluentes. Ela
também definiu padrões mais rígidos na concessão das licenças para as
empresas que atuam em setores onde há geração de emissões de chumbo,
que trabalham com celulose e para as indústrias siderúrgicas.

De acordo com o artigo 1º do CONAMA nº 382/2006, os limites máximos


de emissão são fixados por poluentes e por tipologia de fonte. Como podem
ser verificados os limites máximos de emissão por tipologia da fonte são
definidos em diferentes anexos. A Resolução não define ainda os limites
máximos de emissão por poluentes. Futuramente, ao serem elaborados limites

12
de emissão para outras fontes específicas (ou por poluentes), pretende-se que
estes sejam incluídos como novos anexos nessa Resolução.

De acordo com o CONAMA nº 382/2006, a critério do órgão ambiental


licenciador, para os processos de combustão externa dos derivados de
madeira com potência de até 10 MW, alternativamente aos limites, poderá ser
aceito o monitoramento periódico de monóxido de carbono. Poderá também ser
aceito a avaliação periódica da concentração do material particulado através da
opacidade, sendo que nesse caso o valor máximo permissível é 20%
equivalente ao padrão 1 da Escala de Ringelmann.

2.3. Padrões de qualidade do ar

Constituem a tradução legal dos limites máximos para a concentração


de determinados componentes atmosféricos. Eles são fixados com o escopo de
preservar a qualidade do ar, mantendo as emissões dentro de níveis que não
prejudiquem a saúde e o meio ambiente.

A qualidade do ar é afetada pelas emissões de fontes móveis e


estacionárias, bem como pelas condições atmosféricas e topográficas da
região considerada, principalmente a capacidade de dispersão do local. O
conceito de qualidade do ar é relativo a uma dada região, que pode ser uma
bacia aérea, uma cidade, um bairro ou qualquer outra região delimitada, como
uma área industrial (QUINTANILHA, 2009).

Segundo DERISIO (2007), os padrões de qualidade do ar são baseados


em estudos científicos dos efeitos produzidos por poluentes específicos e são
fixados a níveis que possam propiciar uma margem de segurança adequada.

Um padrão de qualidade do ar define legalmente um limite máximo para


a concentração de um componente atmosférico que garanta a proteção da
saúde e do bem estar das pessoas. Os padrões de qualidade do ar são
baseados em estudos científicos dos efeitos produzidos por poluentes
específicos e são fixados em níveis que possam propiciar uma margem de
segurança adequada.

O nível de poluição do ar é medido pela quantificação das substâncias


poluentes presentes neste ar. Considera-se poluente qualquer substância
13
presente no ar e que pela sua concentração possa torná-lo impróprio, nocivo
ou ofensivo à saúde, inconveniente ao bem-estar público, danoso aos
materiais, à fauna e à flora ou prejudicial à segurança, ao uso e gozo da
propriedade e às atividades normais da comunidade.

A determinação sistemática da qualidade do ar deve ser, por problemas


de ordem prática, limitada a um restrito número de poluentes, definidos em
função de sua importância e dos recursos materiais e humanos disponíveis. De
uma forma geral, a escolha recai sempre sobre um grupo de poluentes que
servem como indicadores de qualidade do ar, consagrados universalmente:
dióxido de enxofre (SO2), poeira em suspensão, monóxido de carbono (CO),
ozônio (O3) e dióxido de nitrogênio (NO2). A razão da escolha destes
parâmetros como indicadores de qualidade do ar está ligada à sua maior
frequência de ocorrência e aos efeitos adversos que causam ao meio ambiente

Poluentes padrões: são os poluentes que ocorrem com grande


frequência, sendo danosos à saúde e ao bem estar geral da população, além
de comumente causarem danos a outros receptores. São controlados através
de padrões de qualidade do ar.

Um padrão de qualidade do ar define legalmente as concentrações


máximas de um componente gasoso presente na atmosfera de modo a garantir
a proteção da saúde e do bem estar das pessoas.

Os padrões de qualidade do ar são baseados em estudos científicos dos


efeitos produzidos por poluentes específicos e são estabelecidos em níveis que
possam propiciar uma margem de segurança adequada.

Através da Portaria Normativa nº 348 de 14/03/90 e da Resolução


CONAMA nº 003 de 28/06/90 o IBAMA estabelece os padrões nacionais de
qualidade do ar. No Brasil: são estabelecidos dois tipos de padrões de
qualidade do ar: os primários e os secundários.

Os Padrões Primários de Qualidade do Ar são as concentrações de


poluentes que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde da população. Podem
ser entendidos como níveis máximos toleráveis de concentração de poluentes
atmosféricos, constituindo-se em meta de curto e médio prazo.

14
São Padrões Secundários de Qualidade do Ar as concentrações de
poluentes atmosféricos abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso
sobre o bem-estar da população, assim como o mínimo dano à fauna, à flora,
aos materiais e ao meio ambiente em geral. Podem ser entendidos como níveis
desejados de concentração de poluentes, constituindo-se em meta de longo
prazo.

O objetivo do estabelecimento de padrões secundários é criar uma base


para uma política de prevenção da degradação da qualidade do ar. Deve ser
aplicado a áreas de preservação (por exemplo: parques nacionais, áreas de
proteção ambiental, estâncias turísticas, etc). Como prevê a própria Resolução
CONAMA nº 003 de 28/06/90 a aplicação diferenciada de padrões primários e
secundários requer que o território nacional seja dividido em classes I, II e III
conforme o uso pretendido.

A mesma resolução prevê ainda que enquanto não for estabelecida a


classificação das áreas os padrões aplicáveis serão os primários.

A princípio, conforme previsto na resolução, serão aplicáveis apenas os


padrões primários. São poluentes padronizados no Brasil:

- Partículas totais em suspensão;

- Fumaça;

- Dióxido de enxofre (SO2);

- Partículas inaláveis;

- Monóxido de carbono (CO);

- Ozônio (O3); e

- Dióxido de nitrogênio.

São estabelecidos pelo CONAMA nº 03/90 dois tipos de padrões de


qualidade do ar:

1º) Padrões primários: concentrações de poluentes que, ultrapassadas,


poderão afetar a saúde da população, podendo ser entendidos como os níveis

15
máximos toleráveis de concentração de poluentes atmosféricos, constituindo-
se em metas de curto e médio prazo;

2º) Padrões secundários: concentrações de poluentes atmosféricos abaixo


das quais se prevê o mínimo efeito à fauna, à flora, aos materiais e ao meio
ambiente em geral; podendo ser entendidos como níveis desejados de
concentração de poluentes, constituindo-se em metas de longo prazo.

2.3.1. Como são estabelecidos os padrões de qualidade?

Os pesquisadores observam os efeitos que os poluentes podem ter


sobre a saúde humana, incluindo-se os danos ao ambiente, e fixam um número
indicador de que a saúde não está sendo gravemente afetada. Esses números
ou padrões são definidos por pesquisadores, levando-se em conta os valores
culturais da sociedade e os conhecimentos científicos que existem com a
viabilidade econômica e política de se implantar um determinado número ou
condição.

Em todos os países esses níveis de referência ou valores, ou ainda:


padrões de qualidade; têm mudado com o decorrer dos anos. Os padrões têm
sido mais rígidos ou menos, de acordo com a riqueza do país e a correlação
das forças políticas e os interesses dos envolvidos na discussão e na fixação
desses padrões: os industriais, os impresários, os moradores, os partidos
políticos, os sindicatos, os técnicos, os legisladores, o governo e outros.

2.3.2. Legislação pertinente na constituição brasileira de 1988

O capítulo dedicado exclusivamente a este tema estabelece o direito da


população de viver em um ambiente ecologicamente equilibrado; caracteriza
como crime toda ação lesiva ao meio ambiente; determina a exigência de que
todas as unidades a Federação tenham reserva biológica ou parque nacional e
todas as indústrias potencialmente poluidoras apresentem estudos sobre os
danos que podem causar ao meio ambiente.

16
2.4. Controle de efluentes gasosos

O controle da poluição atmosférica caracteriza-se como um fator de


grande importância na busca da conservação do meio ambiente e na
implementação de uma política de desenvolvimento sustentável. Para PIRES
(2005), o controle da poluição atmosférica consiste principalmente na redução
das emissões de poluentes primários para a atmosfera por serem esses
causadores originais dos efeitos adversos e os precursores dos poluentes
secundários, formados a partir das reações químicas e fotoquímicas.

Segundo FREUKIEL (1956 apud DERISIO, 2007), no problema de


poluição do ar podem ser consideradas quatro etapas, a saber: a produção, a
emissão, o transporte e a recepção de poluentes. Em cada uma dessas etapas
é possível intervir para reduzir os riscos da poluição e aplicar, na maioria dos
casos, métodos científicos e técnicos já conhecidos. Dentre esses métodos têm
sido considerados os seguintes:

• Planejamento territorial e zoneamento;

• Eliminação e minimização de poluentes;

• Diluição e mascaramento dos poluentes;

• Concentração dos poluentes na fonte para tratamento antes do


lançamento; e

• Equipamentos de controle dos poluentes.

2.4.1. Equipamentos de controle da poluição (EPC)

Também denominados equipamentos de controle de contaminantes.


São os dispositivos que visam remover o contaminante do ar após ser captado
junto à fonte geradora. Os mesmos devem ser escolhidos em função do estado
físico do poluente, do grau de purificação desejado, da propriedade do gás
transportador, das propriedades do contaminante e do custo (CLEZAR e
NOGUEIRA, 2009).

Quanto ao estado físico do poluente, em se tratando de gases e


vapores, os equipamentos de controle mais utilizados são: as torres de

17
absorção, os condensadores e os incineradores. A coleta de material
particulado, sólido ou líquido; é, em geral, realizada em coletores inerciais,
coletores centrífugos, lavadores, filtros e precipitadores eletrostáticos
(DERISIO, 2007).

Com vista no controle dos poluentes causadores de impactos


localizados, o primeiro poluente a ser controlado, na maioria dos países, foi o
material particulado. Embora existam vários outros poluentes, no Brasil, em
90% dos casos, esse é o poluente de maior interesse (FRONDIZI, 1984).

Vários equipamentos de controle podem ser instalados para coletar os


materiais particulados contidos no ar. Alguns desses equipamentos são
descritos por CLEZAR & NOGUEIRA (2009) da seguinte forma:

• Coletores ciclônicos: também conhecidos como coletores centrífugos, é


um tipo de coletor inercial onde o fluxo de ar, ao entrar tangencialmente no
corpo cilíndrico, é forçado a mudar de direção adquirindo um movimento
espiralado descendente. Esse movimento induz as partículas à força
centrífuga, fazendo com que essas se choquem com a parede do coletor,
fazendo-as cair. A eficiência de remoção desses equipamentos varia em
função da granulometria do material;

• Filtros de mangas: os poluentes suspensos no ar são forçados a passar


através do filtro de tecido, que segura o particulado em sua fibra. Apresentam
alta eficiência para uma ampla gama de partículas. COSTA (2005) afirma que
esses filtros podem reter partículas de 0,5 —m com rendimento de até 99%;

• Lavadores: nesses equipamentos o ar poluído entra em contato íntimo


com uma solução de lavagem, agregando o contaminante ao líquido por
impactação inercial. Para COSTA (2005) a eficiência de lavadores do tipo
Venturi pode chegar a 98% para as partículas da ordem de 1 —m.

18
2.5. Monitoramento da qualidade do ar

O monitoramento é um importante instrumento do gerenciamento


ambiental. A partir de dados coletados permite planejar ações preventivas e
corretivas, com o objetivo de reduzir o impacto negativo sobre o meio
ambiente, gerando uma melhor qualidade de vida. Surge como uma importante
ferramenta para a avaliação de uma fonte potencialmente poluidora, uma área
possível de impacto, um corpo receptor ou um levantamento de dados para o
controle de um processo produtivo (FEEMA, 2007).

I. Os principais objetivos do monitoramento da qualidade do ar

• Fornecer dados para ativar ações de emergência durante os períodos de


estagnação atmosférica quando os níveis de poluentes na atmosfera possam
representar risco à saúde pública;

• Avaliar a qualidade do ar à luz de limites estabelecidos para proteger a


saúde e o bem estar das pessoas;

• Acompanhar as tendências e as mudanças na qualidade do ar devido as


alterações nas emissões dos poluentes.

Para atingir esses objetivos, torna-se necessária a fixação de padrões


de qualidade do ar. O monitoramento da poluição do ar envolve a medição da
poluição nas escalas de tempo e espaço. Uma vez identificados os poluentes
prioritários, os equipamentos de medição (monitores) devem ser capazes de
garantir que os dados gerados atendam aos objetivos do monitoramento e,
principalmente, possam ser comparados com os padrões legais de qualidade
do ar (SENAI, 2002).

19
2.5.1. Monitoramento da poluição do ar

É realizado para determinar o nível de concentração dos poluentes na


atmosfera. Os resultados não só permitem um acompanhamento sistemático
da qualidade do ar na área monitorada, como também constituem elementos
básicos para a elaboração de diagnósticos da qualidade do ar, subsidiando
ações para o controle das emissões, com vistas à saúde e a melhoria da
qualidade de vida da população (FEEMA, 2007).

Segundo PIRES (2005) o monitoramento da qualidade do ar avalia a


poluição recebida e a sua interação com o meio. Para verificar se a qualidade
do ar está dentro dos limites fixados pelos padrões de qualidade do ar, devem
ser realizadas análises do mesmo. Para tal finalidade deve ser implantada uma
rede de monitoramento.

I. Categorias da medição de poluentes

Existem três grandes categorias na medição de poluentes


(ENERGÉTICA, 2009):

a) A primeira categoria inclui a medição de poluentes atmosféricos na


atmosfera externa, ou seja, no ar ambiente (ar que as pessoas e vizinhos
respiram). Para isso existem 20 normas, sendo a principal a Resolução
CONAMA n° 3, de junho de 1990. Geralmente é chamado de Monitoramento
da Qualidade do Ar;

b) A segunda categoria inclui as medições em chaminé (ou dutos). Para


isso, também existem as normas; porém não são do Governo Federal. As
normas são da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e são
exigidas por praticamente todos os estados (CETESB, INEA FEPAM, FEAM
etc.). Nesse caso estamos medindo as concentrações muito maiores, pois são
as concentrações dos poluentes dentro da chaminé, antes de serem lançados
à atmosfera. Isso é geralmente chamado de Monitoramento das Emissões. O
Governo Federal tem norma para combustão;

c) Uma terceira categoria são as medições do ar interno nas fábricas ou


nos prédios com ar condicionado central. Para isso existe a legislação do
Ministério do Trabalho (Fundacentro) para as indústrias e da ANVISA para os
20
prédios com ar condicionado central. Essa categoria também inclui a
monitoração de emissões fugitivas ou dispersas.

2.5.2. Monitoramento de emissões atmosféricas

É realizado para quantificar os poluentes emitidos por um processo


industrial. Os resultados não só permitem um acompanhamento sistemático
das fontes de emissão, como também representam elementos básicos para o
diagnóstico da qualidade do ar.

Segundo a EPA US (1998), o objetivo do monitoramento das emissões


é: quantificar as emissões de poluentes para verificar, entre outras coisas, se
as mesmas se enquadram na legislação vigente, se um equipamento de
controle está operando nas condições especificadas pelo fabricante ou ainda,
estabelecer padrões de emissões.

O monitoramento das fontes é tanto do interesse dos grupos industriais


quanto das agências ambientais reguladoras. Os primeiros executam o
monitoramento e registram os dados das emissões para uso próprio, ou na
quase totalidade, para cumprir o controle regulatório (padrões de emissão). Já
as agências reguladoras usam os valores medidos com as finalidades de
compilar inventários de emissões; realização de estudos de dispersão e para o
controle dos níveis de emissão com referência aos padrões estabelecidos
(FRONDIZI, 2008).

I. Objetivo do monitoramento das fontes de emissão

De acordo com a ACIJ (2004), o monitoramento das fontes de emissão é


uma importante ferramenta para o gerenciamento ambiental, pois permite,
dentre os seus objetivos:

a) Emitir relatórios para fins de fiscalização do órgão ambiental;

b) Levantar informações do processo;

c) Levantar informações dos fluxos gasosos;

d) Dimensionar equipamentos de controle;

e) Testar e verificar a eficiência do equipamento de controle;


21
f) Testes de otimização das condições de combustão em fornos, caldeiras,
entre outros; e

g) Processos de auditorias externas ou internas.

II. Técnicas usadas para estimar emissões industriais

No geral, seis tipos de técnicas são usados para estimar emissões


industriais (UNITAR, 1998 apud PREZOTTI, 2006):

1. Medida direta: inclui a amostragem constante ou o monitoramento


contínuo, sendo que ela produz valores mais exatos; porém, a um custo
elevado;

2. Balanço de massa: identifica a entrada e a saída de substâncias em uma


instalação industrial, processo ou partes de equipamentos. As emissões são
calculadas pela diferença entre as quantidades de cada substância nas
entradas e saídas;

3. Fatores de emissões: são fatores desenvolvidos baseando-se nas


emissões médias aferidas nos equipamentos, nos processos ou instalações
industriais similares. São muito eficazes em relação às quantidades estimadas
das emissões de fontes fugitivas;

4. Cálculos de engenharia: esse método requer o conhecimento de


algumas propriedades das substâncias químicas, tais como: pressão de vapor,
solubilidade e o coeficiente de difusão;

5. Amostragem em chaminé: é um procedimento experimental utilizado


para avaliar as características dos fluxos gasosos emitidos em processos
industriais;

6. Estimativas por softwares: existem também modelos para estimar


emissões baseados em equações fenomenológicas e valores empíricos. Trata-
se de softwares que são usados quando um grande número de equações e
interações deve ser manipulado.

O atendimento dos padrões de emissão deve ser realizado com base no


monitoramento de emissões na fonte (chaminé, duto). A Resolução CONAMA

22
nº 382/06 cita duas formas de monitoramento para as fontes fixas: contínuo
(medida direta) e descontínuo (amostragem em chaminé).

2.5.2.1. Monitoramento contínuo

Enquanto o monitoramento descontínuo, ou pontual, consiste em realizar


medições individuais de forma extrativa, o monitoramento contínuo utiliza
métodos espectroscópicos e outras tecnologias para determinar continuamente
a emissão de poluentes na chaminé (ABREU e MELO, 1997).

Os medidores contínuos podem ser considerados como possuindo as


seguintes divisões (ABREU e MELO, 1997):

• Interface de amostragem;

• Analisadores;

• Sistema para manuseio dos dados.

Vale lembrar mesmo que o monitoramento contínuo forneça uma séria


de dados mais completa a amostragem em chaminé é mais confiável e é
imprescindível para a calibração do equipamento de monitoramento contínuo.

2.5.2.2. Monitoramento descontínuo

A amostragem em chaminé é um procedimento experimental que se


utiliza para avaliar as características de fluxos gasosos emitidos por processos
industriais. Objetiva determinar as quantidades e os tipos de materiais emitidos
para assim determinar se uma fonte emissora está dentro das exigências da lei
(CETESB, 2005). O princípio básico da amostragem é extrair uma amostra de
gases emitidos pela fonte, com um volume conhecido; e determinar a
quantidade de poluentes existente nessa amostra.

No Brasil os métodos utilizados para amostragem em chaminé foram


desenvolvidos pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos
(Environmental Protection Agency – USA); e, posteriormente, adotados pela
ABNT, CETESB e outros órgãos ambientais; praticamente sem alterações
(CETESB, 2005).

23
2.5.2.3. Planejamento do monitoramento de emissões atmosféricas em
dutos e chaminés

Visto que o monitoramento de emissões atmosféricas é comumente


realizado em situações periódicas, deve-se garantir que a amostra coletada
represente, da melhor forma possível, o que está sendo emitido pela fonte e
assim acurar a correlação entre a quantidade do poluente medido e o total
emitido, evitando desvios nos resultados (CETESB, 2005).

Quase todos os processos industriais podem sofrer variações por


motivos econômicos ou puramente operacionais. A amostragem deve ser
projetada e realizada para evitar que as mesmas introduzam parcialidades ou
desvios nos resultados desejados (FRONDIZI, 1984).

No planejamento do monitoramento de emissões as tarefas preliminares


devem incluir um reconhecimento completo da área onde será realizada a
amostragem e dos processos industriais envolvidos. É necessário o
conhecimento prévio do tipo de equipamento a ser avaliado, o tipo de
combustível aos quais os equipamentos de controle de poluição que o mesmo
possui. Além disso, é importante o conhecimento prévio das faixas
operacionais de cada uma das fontes de emissão (CETESB, 2006).

I. Levantamento das informações antes de uma amostragem

A norma NBR nº 10700/1989 (ABNT, 1989), sugere que através de


reuniões com os técnicos das áreas implicadas sejam levantadas as seguintes
informações, antes de uma amostragem:

a) Características do ciclo operacional;

b) Matérias primas utilizadas e as suas características gerais;

c) Tipo de combustíveis utilizados;

d) Produção;

e) Características do fluxo gasoso;

f) Geometria do duto ou chaminé e a sua localização;

24
g) Verificação, in loco, das dimensões internas reais dos dutos ou
chaminés;

h) Determinação da quantidade de furos para amostragem e a sua


localização; e

i) Definição da equipe de trabalho.

Depois de haver sido feito o estudo do processo industrial ao qual serão


medidas as emissões, podem ser selecionados; então, os equipamentos
necessários e construídas as plataformas e acessos correspondentes.
Finalmente, deve ser feita uma revisão e um estudo das legislações locais,
estadual e federal, em relação a esse tipo de processo, para determinar quais
são as faixas máximas de emissão permitidas e qual o tempo total mínimo de
amostragem exigido (FRONDIZI, 1984).

2.5.2.4. Legislação pertinente ao monitoramento das emissões

A fim de regulamentar o monitoramento das emissões em fontes fixas, a


Resolução CONAMA 2006 determina que o monitoramento das emissões
possam ser realizados por métodos descontínuos ou contínuos, em
conformidade com o órgão ambiental. O monitoramento contínuo é válido nas
seguintes condições:

• Deve estar sendo monitorado em pelo menos 67% do ano;

• A média diária será válida quando houver o monitoramento em pelo


menos 75% do dia;

• O limite de emissão é atendido quando 90% das médias diárias atendem


ao limite e o restante não esteja acima de 130% do limite de emissão.

Enquanto no monitoramento descontínuo, os seguintes critérios devem


ser atendidos:

1º) As amostras devem ser representativas, considerando as variações


típicas da operação e do processo;

25
2º) As amostras devem ser representativas. O padrão é atendido se 3
amostras (dentro de uma mesma campanha) a média aritmética atender aos
valores determinados.

A Resolução CONAMA nº 382/06 (2006) especifica também que: “no


caso específico de material particulado, deverá ser adotado o método de
medição de emissão das partículas em fonte pontual, conforme a norma NBR
nº 12.019, a NBR nº 12.827 ou outro método equivalente desde que aceito pelo
órgão ambiental licenciador”. Na mesma Resolução CONAMA nº 382/06,
consta: “o resultado das medições devem ser apresentados em um relatório
com periodicidade definida pelo órgão ambiental licenciador, contendo todos os
resultados da medição, as metodologias de amostragem e a análise, as
condições de operação do processo incluindo tipos e quantidades de
combustível e/ou insumos utilizados, além de outras determinações efetuadas
pelo órgão licenciador”.

2.5.3. Monitoramento das emissões fugitivas

Em geral as emissões fugitivas não estão localizadas em dutos ou


chaminés e por isso são frequentemente medidas no ar ambiente nas
proximidades dos pontos de emissão. No entanto, não representam a
concentração dos poluentes que a população respira (FRONDIZI, 2008).

Existem alguns métodos genéricos para estimar emissões em fontes


áreas. Esses métodos possuem acuracidade e dificuldades variáveis e, às
vezes, podem não ser aplicáveis. A EPA (Environmental Protection Agency)
sugere a aplicação de oito métodos (EPA U.S., 1993):

• Método da semi-chaminé;
• Método do monitoramento de telhado;
• Método do sotavento e barlavento;
• Método do perfil de exposição;
• Método do túnel de vento portátil;
• Método do túnel de vento em escala;
• Método de rastreamento.

26
3. CONCLUSÃO

Poluente atmosférico é considerado toda e qualquer forma de matéria ou


energia com intensidade e em quantidade, concentração, tempo ou
características em desacordo com os níveis estabelecidos em legislação, e que
tornem ou possam tornar o ar impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde,
inconveniente ao bem-estar público, danoso aos materiais, à fauna e à flora ou
prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais
da comunidade.

Na Disciplina Poluição do Ar – Gerenciamento e Controle de Fontes são


abordados os novos conceitos de licenciamento e programas de
gerenciamento de fontes considerando a qualidade do ar. Considerando que
energia pode ser considerada um poluente atmosférico, iremos também
abordar nesta disciplina as questões referentes a ruído e vibrações.

A relação entre efeitos à saúde e poluição atmosférica foi estabelecida a


partir de episódios agudos de contaminação do ar e estudos sobre a ocorrência
do excesso de milhares de mortes registradas em Londres, em 1948 e 1952.
No caso da Região Metropolitana de São Paulo – RMSP, o crescimento
desordenado verificado na Capital e nos municípios vizinhos, especialmente da
região do ABC, a partir da 2ª Guerra Mundial, levou à instalação de indústrias
de grande porte, sem a preocupação com o controle da emissão de poluentes
atmosféricos, sendo possível a visualização de chaminés emitindo enormes
quantidades de fumaça.

Na década de 60 e especialmente de 70, episódios agudos de poluição


do ar levaram a população ao pânico devido aos fortes odores, decorrentes do
excesso de poluentes lançados pelas indústrias na atmosfera, causando mal-
estar e lotando os serviços médicos de emergência.

O monitoramento da qualidade do ar, com a avaliação das


concentrações de poluentes no Estado de São Paulo, foi iniciado na Região
Metropolitana de São Paulo, em 1972, com a instalação de 14 estações para
medição diária dos níveis de dióxido de enxofre (SO 2) e fumaça preta. Nessa
época, a qualidade do ar passou a ser divulgada diariamente à população por

27
meio de boletins encaminhados à imprensa. Parte das estações, denominadas
manuais, continuam sendo utilizadas pela CETESB no monitoramento da
qualidade do ar.

Entre 1975 e 1976, embora o Estado de São Paulo não possuísse uma
legislação adequada para que a CETESB pudesse atuar de forma efetiva no
controle das diversas fontes, desenvolveu-se uma intensa atividade para o
levantamento das fontes de emissões atmosféricas industriais e outras ações
em um programa denominado “Operação Branca”.

Após a consolidação dos dados de emissão e com a promulgação da Lei


997/76 e seu regulamento aprovado pelo Decreto nº 8.468/76, a CETESB
aplicou, no final da década de 70, um programa para redução das emissões
industriais de material particulado e, no início dos anos 80, um programa para
redução das emissões de SO2.

Ainda na década de 80, foram registradas reduções significativas dos


níveis de SO2 na atmosfera da RMSP. Concomitantemente, a CETESB, na
década de 70, motivada pelas condições meteorológicas desfavoráveis à
dispersão atmosférica durante o inverno, desenvolveu a chamada “Operação
Inverno”, no período de maio a agosto, e estendida posteriormente até final de
setembro. Para tanto, os maiores consumidores de óleo nas regiões críticas de
poluição, RMSP e Cubatão, foram obrigados a utilizar óleo com baixo teor de
enxofre.

Em 1981, foi dado um salto qualitativo, com o início do monitoramento


automático e a instalação de novas estações, para a avaliação de SO2,
material particulado inalável (MP10), ozônio (O3), óxidos de nitrogênio – (NO,
NO2 e NOx ), monóxido de carbono – (CO) e hidrocarbonetos não metânicos –
(NMHC), além dos parâmetros meteorológicos como direção e velocidade do
vento, temperatura e umidade relativa do ar.

Os resultados dos monitoramento passaram a ser acompanhados de


hora em hora, em uma central, que recebia as informações de todas as
estações. Em 2000, o monitoramento automático foi ampliado para algumas

28
cidades do interior do Estado e a partir de 2008 vem sofrendo expansão
significativa.

Os padrões de qualidade do ar estaduais foram estabelecidos em 1976,


pelo Decreto Estadual nº 8468/76, e os padrões nacionais foram estabelecidos
pelo IBAMA – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e aprovados pelo CONAMA
– Conselho Nacional de Meio Ambiente, por meio da Resolução CONAMA nº
03/90.

Em 2005, a Organização Mundial de Saúde – OMS publicou documento


com uma revisão dos valores-guia para os poluentes atmosféricos visando à
proteção da saúde da população, à luz dos conhecimentos científicos
adquiridos até então.

Os padrões de qualidade do ar (PQAr) variam de acordo com a


abordagem adotada para balancear riscos à saúde, viabilidade técnica,
considerações econômicas e vários outros fatores políticos e sociais, que, por
sua vez, dependem, entre outras coisas, do nível de desenvolvimento e da
capacidade do Estado de gerenciar a qualidade do ar. As diretrizes
recomendadas pela OMS levam em conta esta heterogeneidade e, em
particular, reconhecem que, ao formularem políticas de qualidade do ar, os
governos devem considerar cuidadosamente suas circunstâncias locais antes
de adotarem os valores propostos como padrões nacionais.

A OMS também preconiza que o processo de estabelecimento de


padrões visa atingir as menores concentrações possíveis no contexto de
limitações locais, capacidade técnica e prioridades em termos de saúde
pública.

Em 2008, o Estado de São Paulo iniciou um processo de revisão dos


padrões de qualidade do ar, baseando-se nas diretrizes estabelecidas pela
OMS, com participação de representantes de diversos setores da sociedade.
Este processo culminou na publicação do Decreto Estadual nº 59113 de
23/04/2013, estabelecendo novos padrões de qualidade do ar por intermédio
de um conjunto de metas gradativas e progressivas para que a poluição
atmosférica seja reduzida a níveis desejáveis ao longo do tempo.

29
O Decreto Estadual nº 59113/2013 estabelece que a administração da
qualidade do ar no território do Estado de São Paulo será efetuada através de
Padrões de Qualidade do Ar, observados os seguintes critérios:

ƒ Metas Intermediárias – (MI) estabelecidas como valores temporários a


serem cumpridos em etapas, visando à melhoria gradativa da qualidade do ar
no Estado de São Paulo, baseada na busca pela redução das emissões de
fontes fixas e móveis, em linha com os princípios do desenvolvimento
sustentável;

ƒ Padrões Finais (PF) – Padrões determinados pelo melhor conhecimento


científico para que a saúde da população seja preservada ao máximo em
relação aos danos causados pela poluição atmosférica.

A Legislação Estadual (DE nº 59113/2013) estabelece também critérios


para episódios agudos de poluição do ar. A declaração dos estados de
Atenção, Alerta e Emergência, além dos níveis de concentração ultrapassados,
requer a previsão de condições meteorológicas desfavoráveis à dispersão dos
poluentes.

O índice de qualidade do ar é uma ferramenta matemática desenvolvida


para simplificar o processo de divulgação da qualidade do ar. Esse índice foi
criado usando como base uma longa experiência desenvolvida nos EUA.

Para efeito de divulgação, utiliza-se o índice mais elevado, isto é,


embora a qualidade do ar de uma estação seja avaliada para todos os
poluentes monitorados, a sua classificação é determinada pelo maior índice
(pior caso).

Essa qualificação do ar está associada a efeitos à saúde, portanto


independe do padrão de qualidade/meta intermediária em vigor, e será sempre
realizada conforme a tabela a seguir:

Individualmente, cada poluente apresenta diferentes efeitos sobre a


saúde da população para faixas de concentração distintas, identificados por
estudos epidemiológicos desenvolvidos dentro e fora do país. Tais efeitos

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sobre a saúde requerem medidas de prevenção a serem adotadas pela
população afetada.

O Decreto Estadual 59.113 alterou-se também a política de


gerenciamento da qualidade do ar com novos critérios de classificação da
qualidade do ar conforme os novos padrões estabelecidos.

O Decreto prevê a classificação dos municípios do Estado de São Paulo.


A classificação passa a ser realizada a cada três anos, com base nos valores
observados nas estações de monitoramento e com as metas intermediárias e o
padrão final (MI1, MI2, MI3 e PF). A classificação vigente foi aprovada pela
Deliberação CONSEMA 18/2016, de 22/08/16 e publicada no Diário Oficial do
Estado de São Paulo em 26/08/16.

Com as diversas sub-regiões do Estado de São Paulo classificadas


conforme o critério estabelecido, a CETESB elabora os Planos de Controle de
Emissões Atmosféricas (PCEA) constituídos de ações de controle de emissões
para as fontes móveis (PCPV) e fontes estacionárias (PREFE).

Os principais poluentes atmosféricos, chamados de poluentes


regulamentados, são:

ƒ Dióxido de Enxofre (SO2) - é um gás tóxico e incolor, pode ser emitido


por fontes naturais ou por fontes antropogênicas e pode reagir com outros
compostos na atmosfera, formando material particulado de diâmetro reduzido.
Entre os efeitos a saúde, podem ser citados o agravamento dos sintomas da
asma e aumento de internações hospitalares, decorrentes de problemas
respiratórios. São precursores da formação de material particulado secundário.
No ambiente, podem reagir com a água na atmosfera formando chuva ácida.

ƒ Dióxido de Nitrogênio (NO2 ) - é um gás poluente com ação altamente


oxidante, sua presença na atmosfera é fator chave na formação do ozônio
troposférico. Além de efeitos sobre a saúde humana apresenta também efeitos
sobre as mudanças climáticas globais. Altas concentrações podem levar ao
aumento de internações hospitalares, decorrente de problemas respiratórios,
problemas pulmonares e agravamento à resposta das pessoas sensíveis a

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alérgenos. No ambiente pode levar a formação de smog fotoquímico e a
chuvas ácidas.

ƒ Hidrocarbonetos (HC) - compostos formados de carbono e hidrogênio e


que podem se apresentar na forma de gases, partículas finas ou gotas. Podem
ser divididos em HCT - hidrocarbonetos totais e HCNM - hidrocarbonetos não
metano, compreendem os HC totais (THC) menos a parcela de metano (CH4 ).
São precursores para a formação do ozônio troposférico e apresentam
potencial causador de efeito estufa (metano).

ƒ Material Particulado (MP) - é uma mistura complexa de sólidos com


diâmetro reduzido, cujos componentes apresentam características físicas e
químicas diversas. Em geral o material particulado é classificado de acordo
com o diâmetro das partículas, devido à relação existente entre diâmetro e
possibilidade de penetração no trato respiratório. As fontes principais de
material particulado são a queima de combustíveis fósseis, queima de
biomassa vegetal, emissões de amônia na agricultura e emissões decorrentes
de obras e pavimentação de vias. Estudos indicam que os efeitos do material
particulado sobre a saúde incluem: câncer respiratório, arteriosclerose,
inflamação de pulmão, agravamento de sintomas de asma, aumento de
internações hospitalares e podem levar à morte.

ƒ Monóxido de Carbono (CO) - é um gás inodoro e incolor, formado no


processo de queima de combustíveis. É emitido nos processos de combustão
que ocorrem em condições não ideais, em que não há oxigênio suficiente para
realizar a queima completa do combustível. A maior parte das emissões em
áreas urbanas são decorrentes dos veículos automotores. Este gás tem alta
afinidade com a hemoglobina no sangue, substituindo o oxigênio e reduzindo a
alimentação deste ao cérebro, coração e para o resto do corpo, durante o
processo de respiração. Em baixa concentração causa fadiga e dor no peito,
em alta concentração pode levar a asfixia e morte.

ƒ Ozônio (O3) – é um poluente secundário, ou seja, não é emitido


diretamente, mas formado a partir de outros poluentes atmosféricos, e
altamente oxidante na troposfera (camada inferior da atmosfera). O ozônio é
encontrado naturalmente na estratosfera (camada situada entre 15 e 50 km de

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altitude), onde tem a função positiva de absorver radiação solar, impedindo que
grande parte dos raios ultravioletas chegue a superfície terrestre. A formação
do ozônio troposférico ocorre através de reações químicas complexas que
acontecem entre o dióxido de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis, na
presença de radiação solar. Entre os efeitos à saúde estão o agravamento dos
sintomas de asma, de deficiência respiratória, bem como de outras doenças
pulmonares (enfisemas, bronquites, etc.) e cardiovasculares (arteriosclerose).
Longo tempo de exposição pode ocasionar redução na capacidade pulmonar,
desenvolvimento de asma e redução na expectativa de vida.

Quando a qualidade do ar é classificada como Boa, os valores e guia


para exposição de curto prazo estabelecida pela Organização Mundial de
Saúde, que são os respectivos Padrões Finais (PF) estabelecidos no DE nº
59113/2013, estão sendo atendidos.

A importância do saneamento e sua relevância à saúde humana


remontam às mais antigas culturas. O desenvolvimento do saneamento sempre
esteve ligado à evolução das civilizações, às vezes retrocedendo, outras
renascendo com o aparecimento de outras. Essa descontinuidade da evolução
do serviço está ligada, em grande parte, aos poucos meios de comunicação do
passado.

Avanços importantes alcançados em épocas distantes foram esquecidos


durante séculos porque não eram conhecidos pela população. No Velho
Testamento existem diversas passagens vinculadas às práticas sanitárias do
povo judeu como, por exemplo, o uso da água para limpeza: “roupas sujas
podem levar a doenças como a escabiose”. Assim, os poços para
abastecimento eram mantidos tampados, limpos e longe de possíveis fontes de
poluição.

Na civilização greco-romana há vários relatos das práticas sanitárias e


higiênicas e suas relações com o controle das doenças. Entre as práticas
sanitárias coletivas mais marcantes na antiguidade estão à construção de
aquedutos, os banhos públicos e os esgotos romanos, tendo como símbolo
histórico a conhecida Cloaca Máxima de Roma.

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Atualmente, a gestão dos serviços de saneamento básico também
permanece atrelada à informação, tanto para a elaboração dos planos de
trabalho, dos instrumentos de regulação e de planejamento; e mais ainda para
que a população possa fiscalizar e exigir a implantação desses serviços e seu
constante aprimoramento.

Como a prestação desse serviço tem um caráter monopolista, a


informação é uma das características institucionais mais relevantes desta área
da infraestrutura, ou seja, os prestadores de serviços conhecem com
profundidade a qualidade de seus produtos e serviços, suas despesas,
investimentos e dados operacionais, enquanto que a sociedade é dependente
dessas informações.

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4. REFERÊNCIA

ABNT. NBR 6148 E EB 1998.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND. Cartilha


cimento. São Paulo : [19--]. 15. 2018 p.

PIANCA, J.B. Manual do construtor – vol 1. 20. ed. Rio de Janeiro : 2020.

NISKIER, J., MACINTYRE, J. Instalações elétricas. Rio de Janeiro : 2020.

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