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Meio Ambiente
192
1ª edição
Desenvolvimento de conteúdo, mediação pedagógica e design gráfico
Equipe Técnico-Pedagógica do Instituto Monitor
1ª Edição - Junho/2015
I.C.E. Monitor
Sumário
Apresentação.................................................................................................................................. 6
3
Lição 3 - Grandes Vazamentos: Principais Acidentes e Medidas
de Controle e Recuperação de Ambientes Degradados
Introdução.................................................................................................................................. 36
1. Comportamento do Petróleo na Coluna de Água........................................... 36
2. Resíduos Petrolíferos...................................................................................................... 37
3. Principais Acidentes e a Evolução da Questão da Segurança
e Meio Ambiente na Indústria de Processo............................................................ 40
4. Como Limpar os Derramamentos de Petróleo............................................... 42
5. Impactos do Derrame de Petróleo.......................................................................... 46
5.1 Efeitos no Meio Ambiente.................................................................................. 46
5.2 Impactos Econômicos.......................................................................................... 47
Exercícios Propostos............................................................................................................ 48
4
Exercícios Propostos............................................................................................................ 65
Encerramento................................................................................................................................. 99
5
Apresentação
O petróleo é muito empregado no nosso dia a dia, o utilizamos na borracha
sintética do pneu, no asfalto, em garrafas plásticas e também como combus-
tível. Ele possui importância fundamental em nossa sociedade, pois fornece
energia e os seus derivados são a matéria-prima para fazer outros produtos.
No Brasil, nos últimos anos, as reservas de óleo e gás cresceram muito, ga-
rantindo boa reserva/produção para o desenvolvimento nacional, tanto que
o Brasil ocupa um papel importante na produção do petróleo e gás natural,
com jazidas localizadas na Amazônia e em alto-mar. Como exemplo, pode-
mos citar as descobertas na Bacia de Santos na camada pré-sal, localizada em
águas profundas, que tive sua exploração iniciada em 2007.
Bom estudo!
6
Lição 1 - Contatos Naturais do Petróleo
com o Meio Ambiente
1. Meio Ambiente
O meio ambiente são todas as coisas vivas e não vivas do nosso planeta, afe-
tando os ecossistemas e a nossa vida. É um conjunto de unidades ecológicas
que funcionam como um sistema natural e incluem toda a vegetação, ani-
mais, micro-organismos, solo, rochas, atmosfera e fenômenos naturais. O
meio ambiente compreende recursos e fenômenos físicos como ar, água e
clima, energia, radiação, descarga elétrica e magnetismo.
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Para as Nações Unidas, o meio ambiente é o conjunto de componentes
físicos, químicos, biológicos e sociais capazes de causar efeitos diretos ou
indiretos, em um prazo curto ou longo, sobre os seres vivos e as ativida-
des humanas.
No Brasil existe a PNMA, que é a Política Nacional do Meio Ambiente. Ela de-
fine meio ambiente como o conjunto de condições, leis, influências e intera-
ções de ordem física, química e biológica; que permite, abriga e rege a vida em
todas as suas formas.
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1.4 Meio Ambiente e Sociologia
Para pesquisar
Para aprofundar seus estudos sobre o assunto, baixe o conteúdo de Legislação Brasileira
sobre Meio Ambiente disponível no site http://www.vitoria.es.gov.br/arquivos/20100722_
leis_brasil_meio_ambiente.pdf e o leia. Nele você encontrará informações que
enriquecerão a sua bagagem de conteúdos e o auxiliarão no seu dia a dia como profissional
de petróleo e gás.
2. Petróleo
A palavra petróleo tem origem do latim petra (pedra) e oleum (óleo). O petróleo
no estado líquido é oleoso, inflamável, menos denso que a água, com cheiro
característico (devido à presença de diversos tipos de hidrocarbonetos, con-
tendo também proporções menores de contaminantes como enxofre, nitro-
gênio, oxigênio e metais) cor variando entre o negro e o castanho-claro. O
petróleo é uma mistura complexa de inúmeros compostos orgânicos, com
predominância de hidrocarbonetos (compostos contendo apenas carbono e
hidrogênio). Quando o petróleo apresenta uma maior porcentagem de molé-
culas pequenas (exemplo: metano, utilizado como gás de cozinha) e seu esta-
do físico é gasoso; e quando a mistura contém moléculas maiores, seu estado
físico é líquido (exemplos: óleo diesel, gasolina e outros produtos de grande
valor comercial), ambos nas condições de temperatura e pressão a que
estão sujeitas na jazida no fundo do oceano. As maiores jazidas petrolíferas
conhecidas e exploradas localizam-se nos Estados Unidos, México, Venezuela,
Rússia (Cáucaso), Malásia (Bornéu) e no Oriente Médio (Arábia Saudita, Irã,
Iraque, Kuwait). A tabela 1 mostra os produtos obtidos durante o refino de pe-
tróleo e que usamos diariamente.
Tabela 1 – Frações do Petróleo
Temperatura de Composição
Fração Usos
ebulição (ºC) aproximada
Gás natural utilizado nos
Gás residual
- C1 – C2 automóveis.
Gás Liquefeito de
até 40 C3 – C4 Gás utilizado nas
Petróleo - GLP
residências.
Combustível de
Gasolina 40 – 175 C5 – C10
automóveis, solventes.
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Temperatura de Composição
Fração Usos
ebulição (ºC) aproximada
Iluminação, combustível
Querosene 175 – 235 C11 – C12
de aviação a jato.
Gasóleo leve 235 - 305 C13 – C17 Óleo diesel, fornos.
Combustível, matéria-
Gasóleo pesado 305 – 400 C18 – C25
prima para lubrificantes.
Lubrificantes 400 – 510 C26 – C38 Óleos lubrificantes.
Asfalto, piche,
Resíduo acima de 510 C38+
impermeabilizantes.
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Tabela 2 – Análise Elementar do Óleo Cru Típico (% em peso)
Hidrogênio 11 – 14%
Carbono 83 – 87%
Enxofre 0,06 – 8%
Nitrogênio 0,11 – 1,7%
Oxigênio 0,1 – 2%
Metais até 3%
2.1 Hidrocarbonetos
Dica de leitura
O livro “Fundamentos de Engenharia de Petróleo” apresenta um texto base para qualquer
curso na área de petróleo.
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2.2 Classificação do Petróleo
12
fitoplâcton (bactérias e algas que ficam suspensas nos oceanos),
depositando-se com os sedimentos (material rico em minerais de argila)
de baixa permeabilidade, inibidor de ação da água circulante em seu
interior, além de condições termoquímicas apropriadas.
Resumindo:
As bactérias, as algas e as plantas marinhas morrem e se depositam no fundo dos oceanos
sobre os sedimentos e vão formando camadas umas sobre as outras. A temperatura
e a pressão que atua sobre elas vai originar um material orgânico rico em carbono e
hidrogênio, dando origem ao petróleo.
Todo esse processo ocorre dentro de rochas dita fonte e ou geradora, e se desloca
para outra, onde se acumula dita rocha reservatório.
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carbônico e algum resíduo de gás metano. Essa etapa recebe o nome de
metamorfismo.
Campos de Estágiois de
existência transformação
Gás bioquímico
Diagênese
Condensado
Soterramento
60
Temperatura (oC)
Óleo Catagênese
150
Gás
termoquímico Metagênese
210
TR CH4 - CO2 Metamorfismo
Figura 2 – Transformação Termoquímica da Matéria Orgânica e a Geração de Petróleo
Resumindo:
Ela difere da teoria biogênica, pois o petróleo, nesse caso, é formado a partir de alguns
metais e não pela presença de matéria orgânica depositada no fundo dos oceanos durante
milhões de anos.
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muito fina, rica em matéria orgânica, gerando o petróleo para a formação ar-
mazenadora ou rocha reservatório.
Rochas selantes
Reservatórios
porosos
Reservatórios
fechado
Rochas geradora
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selante, cujas características são a baixa permeabilidade (dificuldade do pe-
tróleo de passar pela rocha) e a plasticidade (mantém sua condição selante
mesmo quando submetida a esforços que podem deformar sua estrutura). A
eficiência da rocha selante depende de sua espessura e da sua extensão. Duas
importantes classes de rochas são selantes: os folhelhos e os evaporitos (sal).
A disposição espacial entre rochas reservatórios e selantes permite a acumu-
lação do petróleo.
Uma jazida de petróleo pode ser formada com armadilhas ou trapas, que
podem ter diferentes origens, características e dimensões. São situações geo-
lógicas estruturais, estratigráficas e mistas ou combinadas que propiciam
condições para existência de acumulações petrolíferas, não permitindo que
o óleo migre para superfície. Vamos conhecer as armadilhas estruturais, es-
tratigráficas e mistas.
Anticlinais
Blocos Falhados
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1 e 2 - Trapas estratigr[aficas
3 a 7 - Diversas trapas associadas e discordância
As fontes de contaminação do oceano por óleo são variadas e podem ser se-
paradas em quatro grandes grupos: percolação natural no fundo oceânico,
extração de petróleo, transporte de óleo e consumo de petróleo. A quantidade
de óleo que atinge os mares pode variar, dependendo da ocorrência de aci-
dentes ou guerras.
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tróleo e derivados, as empresas do ramo buscam explorar petróleo em áreas
como o Amazonas e o pré-sal na costa brasileira. O Amazonas é um ambien-
te complexo e com o maior ecossistema do mundo, com importância para o
equilíbrio do clima, apesar de já estar sofrendo com o desmatamento para
formação de pastagens, entre outros. Essa região é um local com uma das
maiores reservas de óleo e gás do país, e como é um local com pouco povoa-
mento, sem rodovias, um local de difícil acesso, tem grandes chances de ter
grandes clareiras abertas, o que é preocupante, além da grande quantidade
de subprodutos tóxicos liberados nos rios.
►►3.1.1 Exploração
Durante as atividades de exploração são feitas pesquisas para saber se existe
um campo ou bacias sedimentares em uma região em busca de uma acu-
mulação de óleo. Há muitos riscos nesse tipo de atividade, pois para obter a
localização exata dos reservatórios são realizados os poços pioneiros (poços
de testes), onde os geólogos aprofundam os estudos nos materiais particu-
lados e todo teste de produção. Maquinários e equipamentos de perfuração,
chamados de sondas de perfuração, começam a perfurar os poços, entrando
em contado direto com a formação geológica, podendo ocorrer acidentes de-
vido à alta de pressão nos reservatórios, rompendo todos os sistemas de se-
gurança nos equipamentos, ocorrendo fluxo indesejável de fluidos vindos da
formação e entrando em contato com os biomas existentes ao redor, pondo
em risco muitas espécies de seres vivos.
►►3.1.2 Completação
Após a perfuração dos poços é necessária a instalação de alguns equipamen-
tos. Para comunicar o interior do poço com a formação produtora de petró-
leo, perfura-se o revestimento interno do poço utilizando-se cargas explo-
sivas moldadas para esta finalidade para colocar o poço em contato com a
formação. Esse processo recebe o nome de canhoneio. Depois, é instalada a
cabeça do poço, dando segurança na produção para que não ocorra desastre
ambiental durante o período produtivo dele.
►►3.1.3 Processamento
Nessa fase acontece a separação de substâncias contidas na mistura que são
produzidas com o petróleo. É importante saber como usar essas substâncias
e o que as organizações fazem para devolvê-las ao meio-ambiente livre de
impurezas, pois o descarte incorreto causa impacto ambiental.
►►3.1.4 Escoamento
O escoamento é de grande importância, pois conduz a produção de todos os
poços marítimos e terrestres para o local onde esta mistura irá se tornar um
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produto economicamente viável, a refinaria, pois é nela que o petróleo terá
suas moléculas quebradas, originando produtos com maior valor. Durante o
escoamento do petróleo é impossível não ter riscos ambientais.
►►3.1.5 Refino
A emissão de gases de efeito estufa aumenta com a exploração, a produção e o
consumo de combustíveis fósseis. Os principais poluentes atmosféricos emi-
tidos no processo de refino são os óxidos de enxofre e nitrogênio, o monóxido
de carbono, os materiais particulados e os hidrocarbonetos. Esses poluentes
são liberados nas áreas de armazenamento, nas unidades de processo, nos
vazamentos e nas unidades de queima de combustíveis fósseis para geração
de energia e calor para consumo da própria refinaria.
Exercícios Propostos
1. Com base nos conceitos sobre o meio ambiente, julgue os itens abaixo:
I - A sustentabilidade ambiental e ecológica é a manutenção do meio ambiente do
nosso planeta, mantendo a qualidade de vida e o meio ambiente em harmonia com
as pessoas.
II - A reciclagem é um processo de pouca relevância para a preservação do meio
ambiente. Não é possível diminuir a poluição do ar, da água e do solo.
III - No âmbito da sociologia, o meio ambiente está ligado às questões socioambien-
tais que envolvem a realidade social das pessoas ao meio ambiente em que elas
habitam.
IV – Fazem parte do meio biótico: o subsolo, o solo, a topografia, os tipos e as apti-
dões do solo, as águas, os corpos da água, o regime hidrológico, as correntes mari-
nhas, o ar, o clima e as correntes atmosféricas.
Estão corretos os itens:
( ) a) Apenas II e IV
( ) b) Apenas II e III
( ) c) Apenas I, II e IV
( ) d) Todos estão corretos
( ) e) Apenas I e III
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2. A transformação termoquímica da matéria orgânica pode ser subdividida
em: diagênese, catagênese, metagênese e metamorfismo. Assinale a al-
ternativa correta:
I - Na diagênese predomina a atividade bacteriana que transforma a matéria orgâ-
nica em querogênio.
II - Resulta na geração dos hidrocarbonetos líquidos e gás e são denominados de
metagênese.
III - Ocorre a quebra das moléculas de hidrocarbonetos líquidos em gás leve, deno-
minando esse processo de metagênese.
IV - Resulta na geração dos hidrocarbonetos líquidos e gás e são denominados de
catagênese.
( ) a) Apenas I
( ) b) Apenas I e II
( ) c) Apenas I, II e IV
( ) d) Apenas I, III e IV
( ) e) Apenas II e IV
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5. Assinale a opção correta, com base nas principais atividades poluidoras
do petróleo no meio ambiente.
( ) a) Na etapa de exploração não precisa realizar pesquisas para saber se
existe um campo ou bacias sedimentares em uma determinada área ou
região para acumulação de óleo.
( ) b) Na etapa de completação, após a perfuração dos poços, não é necessá-
ria a instalação de alguns equipamentos.
( ) c) Durante o processamento, acontece a separação de substâncias con-
tidas na mistura que são produzidas com o petróleo. Não é necessário
saber o que fazer com essas substâncias produzidas e saber o que as
organizações fazem para devolvê-las ao meio ambiente livre de impu-
rezas.
( ) d) Durante o escoamento do petróleo é possível zerar todos os riscos re-
lacionados a danos ambientais. O escoamento não é importante, pois
a produção de todos os poços marítimos e terrestres para o local onde
essa mistura irá se tornar um produto economicamente viável é de fá-
cil transporte.
( ) e) Durante o refino, os principais poluentes atmosféricos emitidos são os
óxidos de enxofre e nitrogênio, o monóxido de carbono, os materiais
particulados e os hidrocarbonetos. Esses poluentes são liberados nas
áreas de armazenamento, nas unidades de processo, nos eventuais va-
zamentos e nas unidades de queima de combustíveis fósseis para gera-
ção de energia e calor para consumo da própria refinaria.
5. E
4. B
3. C
2. D
1. E
Respostas dos Exercícios Propostos
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Lição 2 - Poluição por Petróleo e Derivados
Causada por Atividades Humanas
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Gases
Saída
fracionada Naftas
Vapor Querosenes
sobe
óleo combustível
Asfalto
Parafina: apresenta alta pureza, excelente brilho e odor reduzido, pode ser usa-
da como combustível. Possui a capacidade de ser moldada junto ao material a
qual será utilizada. É usada para a proteção de diversas aplicações, como em
embalagens de papelão para a indústria alimentícia e revestimento de queijos
e frutas. É a matéria-prima na fabricação de velas. Outras aplicações comuns à
parafina incluem cosméticos, giz de cera, adesivos, papel carbono, tintas, pintu-
ras, goma de mascar, explosivos, lápis, revestimento de pneus e mangueiras etc.
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acondicionados nos cilindros em estado líquido. Outra característica é a tem-
peratura externa do botijão de gás que é gelada, garantindo que a mistura
propano + butano lá dentro fique líquida. O GPL é uma mistura de propano
e butano, não é corrosivo, poluente e nem tóxico; mas se inalado em grande
quantidade produz efeito anestésico e asfixia, pois empurra o gás respirável
do ambiente em que se encontra. O GPL não possui cor nem odor, mas por
segurança é adicionada uma substância (mercaptano ou Tiol) ainda nas refi-
narias, para facilitar vazamento.
2. Poluição Atmosférica
As fontes de poluição atmosférica são classificadas em fixas (principalmente
indústrias) e móveis (veículos, trens, aviões, navios etc.). Os fatores que cau-
sam a poluição podem ser divididos em: naturais que são aqueles com causas
nas forças da natureza, como as tempestades de areia, queimadas provocadas
24
por raios e as atividades vulcânicas; e artificiais que são aquelas causadas
pela atividade do homem, como a emissão de gases de automóveis, queima
de combustíveis fósseis em geral, materiais radioativos etc.
25
cheiro de ovo podre causado pelo ácido sulfídrico (H2S) emitido pelas fábricas
de celulose (fabricação de papel).
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tipo de petróleo, dos derivados e do processo utilizado. Se nenhum tratamen-
to foi feito antes da disposição dos resíduos, as suas características tóxicas,
nos pontos de geração e disposição, irão permanecer as mesmas e ocorrerá o
aumento das concentrações de óleo e sólidos.
A seguir são descritos alguns resíduos sólidos gerados nas operações do re-
fino.
• Sedimento dos Tanques de Armazenamento do Petróleo Cru
Esses sedimentos são constituídos por emulsões (mistura entre dois líquidos
que não se misturam e um deles está na forma de finos glóbulos no meio do
outro líquido, formando uma mistura estável) formadas de partículas sólidas,
petróleo pesado e água, que se depositam no fundo do tanque. Periodicamen-
te, os tanques são esvaziados e o sedimento é removido.
• Sedimento dos Tanques de Armazenamento de Gasolina
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encontrados nos tanques de armazenamento de óleo cru, pois é difícil encon-
trar hidrocarbonetos pesados. Os sedimentos desses tanques são compostos
por ferrugem e crostas de dutos e reatores.
• Sedimento do Tanque de Armazenamento de Óleo Residual
R = S + 2 H2 → R = H2 + H2S
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As mudanças no solo provocadas pelos resíduos sólidos são alterações de na-
tureza química, pois atingem os organismos que habitam o solo, impactando a
biota, eliminando muitos organismos. A poluição do solo restringe o uso da ter-
ra, pois os poluentes são prejudiciais à saúde humana e aos organismos vivos.
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Figura 2 – Fertilizante para Plantação
Figura 3 – Curtume
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Figura 4 – Fábrica de papel
Figura 5 – Siderúrgica
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Figura 6 – Pesqueira
Figura 7 – Navegação
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Figura 8 – Refinaria
O óleo poderá ser encontrado com a água nos efluentes. Nas etapas de des-
salinização (lavagem do petróleo para retirada de minerais solúveis) e de
craqueamento (separação do petróleo em diversas frações), o enxofre apa-
rece como contaminante. O fenol é um contaminante que aparecerá nos
33
efluentes das etapas de craqueamento catalítico, produção de lubrificantes
e de solventes e nas águas de lavagem da gasolina. O sabor e o odor dos
efluentes são causados por compostos fenólicos, naftênicos, nitrogenados
e organossulfurados.
Exercícios Propostos
34
3. O lançamento de resíduos sólidos industriais nos solos pode acarretar
diversos problemas ambientais, que incluem:
I - Produção de maus odores.
II - Poluição das águas.
III - Liberação de gases tóxicos.
IV - Poluição do ar.
5. E
4. A
3. D
2. B
1. C
Respostas dos Exercícios Propostos
35
Lição 3 - Grandes Vazamentos: Principais
Acidentes e Medidas de Controle e
Recuperação de Ambientes Degradados
Os derramamentos de petróleo no ambiente são prejudiciais ao meio am-
biente e aos humanos, podendo ter causas como: explosões de poços, coli-
sões de navios transportadores do material, ruptura dos tanques de arma-
zenamento, avaria nas embarcações por causa das dificuldades oceânicas,
lavagem dos tanques dos petroleiros, dentre outras. Um dos problemas mais
graves em relação à poluição do petróleo é a poluição crônica, que acontece
no dia a dia, como: atividades portuárias, frota marítima e terrestre e pro-
cessos de lavagem de tanques de navios, águas de lastro etc.
36
ca, estado físico, densidade, viscosidade, solubilidade, temperatura e teor de
oxigênio. Esse processo não é constante, sendo mais efetivo nos primeiros
períodos do acidente.
Ventos
Deslocamento da mancha
Correntes
2. Resíduos Petrolíferos
O tráfego de navios origina poluição, devido à presença dos hidrocarbonetos,
provocada pelas descargas da limpeza dos tanques e pelos acidentes. As prin-
cipais fontes de lançamento de hidrocarbonetos no meio ambiente marinho
são decorrentes de:
• Limpeza realizada nos tanques dos navios;
• Exploração de poços de petróleo em alto mar;
• Acidentes com petroleiros;
• Refinarias e instalações petroquímicas;
• Arrastamento por águas das chuvas em áreas urbanas;
• Barcos recreativos e/ou de pesca.
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Todas essas atividades causam danos ao meio ambiente (figura 2), como:
• Redução da atividade fotossintética das algas, pois a película de óleo sobre
a água dificulta a penetração de luz solar;
• Redução da passagem de oxigênio da atmosfera para a água;
• O petróleo adere-se às brânquias de diversos animais, causando morte por
asfixia;
• O petróleo adere-se às penas das aves aquáticas, reduzindo o colchão
de ar que fica entre as penas, levando à morte por hipotermia. Dificulta
a obtenção de alimento, pois na tentativa de retirar o óleo das penas, os
animais acabam ingerindo óleo, morrendo por intoxicação.
• Espécies marinhas podem desaparecer e podem surgir doenças aos
humanos.
38
tando que sejam arrastadas pela força da correnteza, por ventos e ondas),
o impacto recai sobre as populações marinhas do entorno, onde a tur-
bulência da manobra provoca ressuspensão do sedimento. Quando esse
distúrbio acaba, a nuvem de sedimento suspensa na água decanta e reco-
bre os organismos, podendo causar a morte deles. A ressuspensão pode
causar impactos também na coluna d’água, pois os poluentes acumulados
no sedimento, incluindo compostos orgânicos e inorgânicos, podem ser
liberados para a coluna d’água e, dependendo do grau de contaminação
do sedimento, a disponibilização desses poluentes podem causar efeitos
adversos aos organismos. Graças à ressuspensão dos sedimentos por cau-
sa das operações portuárias dos navios, diminui-se o teor de oxigênio dis-
solvido no ambiente, podendo-se chegar a níveis tão baixos que causam a
morte da fauna local.
Emissão de gases do
maquinário auxiliar e Evaporação
combustão de resíduos originária da
Emissão de gases carga
Freon/Halon
39
3. Principais Acidentes e a Evolução da Questão da Segurança e
Meio Ambiente na Indústria de Processo
O primeiro registro de um acidente envolvendo poluição por óleo no
Brasil ocorreu em 1977, com o navio Sinclair Petrolore com vazamento de
66.530 m³ de petróleo para o mar, após ter explodido e afundado próximo
da Ilha de Trindade (ES).
40
• Em janeiro de 2001, no Arquipélago de Galápagos, um acidente com
o navio Jéssica causou o vazamento de mais de 150 mil barris de
combustível.
• Em agosto de 2001, o barco pesqueiro Windy Bay chocou-se em uma
barreira de pedras e derramou 132.500 litros de óleo diesel, na Baía de
Prince Willian Sound, no sul do Alasca, nos Estados Unidos.
• Em maio de 2002, na baía de Ilha Grande, no litoral sul do Rio de Janeiro, o
navio Brotas da Transpetro derramou 16 mil litros de petróleo no mar.
• Em junho de 2002, 450 toneladas de petróleo vazaram na costa de
Cingapura em decorrência do choque entre um cargueiro tailandês e um
petroleiro cingapuriano.
• Em novembro de 2002, o navio Prestige partiu-se ao meio, derramando
10 mil toneladas de óleo. Mais de 295 km da costa e 90 praias foram
contaminadas na costa da Galícia, na Espanha.
• Em dezembro de 2013, houve um incêndio de grandes proporções na
plataforma P-20 da Petrobrás.
• Em 2013, o navio petroleiro na cidade de Ningbo, província de Zhejiang, na
China, explodiu, matando sete pessoas.
• Em 2010, houve o derramamento de petróleo no Golfo do México, nos
Estados Unidos (figura 4), devido a uma explosão de uma plataforma da
empresa British Petroleum, vazando 1 milhão de litros por dia de petróleo.
O pior vazamento nos Estados Unidos foi provocado pelo petroleiro
Exxon Valdez, em 1989 (figura 5), que se chocou com uma rocha no Alasca,
vazando 42.000 toneladas de petróleo.
FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Deepwater_Horizon_offshore_drilling_unit_on_
fire_2010.jpg
41
Fig.ura 5 – Acidente com o Navio Petroleiro Exxon Valdez, em 1989
Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:OilSheenFromValdezSpill.jpg
No Brasil, algumas leis estão em vigor e dispõem sobre sanções penais e ad-
ministrativas, prevenção, controle, fiscalização da poluição causada por lan-
çamento de óleo e segurança do tráfego aquaviário.
• Lei no 9.605/1998: “Dispõe sobre as sanções penais e administrativas
derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras
providências”;
• Lei no 9.966/2000: “Dispõe sobre a prevenção, o controle e a fiscalização da
poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou
perigosas em águas sob jurisdição nacional e dá outras providências”;
• Lei no 9.537/1997: “Dispõe sobre a segurança do tráfego aquaviário em
águas sob jurisdição nacional e dá outras providências”.
42
A escolha da melhor técnica a ser utilizada vai depender das condições am-
bientais e do tamanho do derramamento. O afundamento tem efeitos noci-
vos sobre a flora e a fauna do local afetado. Quando o petróleo afunda, ele
cobre os sedimentos no fundo do mar e destrói a vida ali existente em alguns
meses. O sistema de detergentes separa o petróleo. Os detergentes espalham
o óleo, dissolvendo as porções mais tóxicas, que atingem grandes concentra-
ções. Esse processo não é eficaz, pois o complexo petróleo-detergente é mais
tóxico que o petróleo isolado e a sua biodegradação é mais lenta. A combustão
(figura 6) queima o petróleo como forma de eliminar, mas as altas temperatu-
ras aumentam a solubilidade dos componentes tóxicos do petróleo, tornando
um processo inviável.
Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Controlled_burn_of_oil_on_May_19th.JPG
43
Figura 7 – Recolhimento Mecânico do Petróleo com Barreiras de Contenção
.
Figura 8 – Degradação Biológica com Ataque de Bactérias
44
eficaz. A eficiência do dispersante está relacionada aos processos de intem-
perização do óleo no mar, já que óleos tornam mais viscosos, diminuindo a
eficiência desses agentes químicos. A aplicação do dispersante, consideran-
do o cenário do derrame, deve ser realizada durante as operações iniciais do
atendimento, preferencialmente nas primeiras 24 horas.
Pode-se utilizar jatos de água quente ou fria (figura 10) sob pressão para remo-
ver superfícies impermeáveis do óleo, que depois deve ser recolhido e armaze-
nado. Esse método é muito agressivo e deve ser evitado, só deve ser utilizado
onde não haja possibilidade de maior degradação das comunidades biológicas,
para que a operação não seja mais prejudicial que o próprio derrame.
45
5. Impactos do Derrame de Petróleo
Os efeitos de um derrame de óleo dependem de alguns fatores como: caracte-
rísticas físico-químicas e toxicológicas, volume do óleo derramado, condições
ambientais do local como: temperatura, vento, correnteza do mar, topografia
do mar e geomorfologia da costa.
46
vapor pode causar a morte ou danos ao sistema nervoso central do animal.
O pequeno período de exposição causa inflamação na pele. Os animais que
dependem da pele ou do seu pelo para realizar troca térmica de calor são
afetados quando seus corpos estão cobertos por óleo.
• Aves Marinhas
Os corais são importantes para a pesca costeira, proteção do litoral das ações
das ondas e erosão. Os efeitos de um derrame de óleo causam a mortalida-
de de peixes e invertebrados (lagosta, caranguejo, polvos, estrelas do mar e
ouriço do mar) que habitam essas áreas. As algas e as vegetações marinhas
também são destruídas nesses locais.
47
Exercícios Propostos
48
5. O derramamento de petróleo atinge a economia diretamente em quais
setores?
( ) a) Praias e turismo somente
( ) b) Portos, marinas, praias, turismo e instalações industriais
( ) c) Somente as instalações industriais
( ) d) Turismo e comércio
( ) e) Portos e marinas
5. B
4. A
3. D
2. E
1. C
Respostas dos Exercícios Propostos
49
Lição 4 - Metodologias e Principais
Ferramentas para Determinação de
Hidrocarbonetos em Amostras Ambientais
Vamos apresentar nesta lição as metodologias e as principais ferramentas
para determinação dos hidrocarbonetos em amostras ambientais, descre-
ver o que são os Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos – HPAs –, as fon-
tes de contaminação por HPAs, as características físico-químicas dos HPAs,
a exposição humana, os efeitos dos HPAS nos organismos humanos, a dis-
tribuição dos HPAs no meio ambiente e as principais técnicas para determi-
nação dos HPAs em amostras ambientais.
50
c) identificar as características físico-químicas dos HPAs;
d) identificar as principais fontes de contaminação por HPAs;
e) identificar os principais Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos – HPAs.
51
1.1 Fontes de Contaminação por HPAs
As fontes de HPAs para os sistemas aquáticos e para os solos são muito diver-
sificadas e compreendem os processos de derrames de petróleo acidentais,
as precipitações atmosféricas, as atividades industriais, os esgotos loacais e
os depósitos de lixo urbano. Como os HPAs são componentes naturais do pe-
tróleo, o aumento da exploração e o consumo do petróleo induziram a um
aumento desses compostos ao ambiente, através dos derrames e acidentes
com navios, e pela manipulação e uso final dos subprodutos.
52
Figura 2 – Composto Heterocíclico ou Heteroaromático
Pressão Coeficiente
Ponto de
de vapor Solubilidade em de partição Ponto de
HPAs ebulição
(mmHg) H2O (mg/L) octanol/água fusão (°C)
(°C)
20 °C (log Kow)
Naftaleno 0,0492 32 2,3 x 103 81 217,9
Acenaftileno 10 a 10
-3 -2
3,93 1,2 x 10 4
92 265
Acenafteno 10 a 10
-3 -2
3,4 (25 °C) 2,1 x 10 4
95 278
Fluoreno 10 a 10
-3 -2
1,9 1,5 x 10
4
115 295
Antraceno 2,00 x 10-4 0,05-0,07 (25 °C) 2,8 x 104 216,4 342
Fenantreno 6,80 x 10 -4
1,0-1,3 (25 °C) 2,9 x 10 4
100,5 340
Fluoranteno 10 a 10
-6 -4
0,26 (25 °C) 3,4 x 10 5
108,8 375
Pireno 6,90 x 10-9 0,14 (25 °C) 2 x 105 150,4 393
53
Pressão Coeficiente
Ponto de
de vapor Solubilidade em de partição Ponto de
HPAs ebulição
(mmHg) H2O (mg/L) octanol/água fusão (°C)
(°C)
20 °C (log Kow)
Benzo[a]
5,0 x 10-9 0,01 (25 °C) 4 x 105 157 435
Antraceno
Criseno 10-11 a 10-6 0,002 (25 °C) 4 x 105 253,8 441
Benzo[b]
10-11 a 10-6 - 4 x 106 167 481
Fluoranteno
Benzo[k]
9,60 x 10-7 - 7 x 106 215,7 480
Fluoranteno
Benzo[a]
5,0 x 10-9 0,0028 (25 °C) 106 178,1 496
Pireno
Benzo[g,h,i]
~10-10 0,0026 (25 °C) 107 278,3 545
Perileno
Dibenzo[a,h]
~10-10 0,0005 (25 °C) 106 266,6 524
Antraceno
Indeno[1,2,3-
~10-10 - 5 x 107 163,6 536
cd]Pireno
Observações importantes:
• Na 4ª coluna, o coeficiente de partição octanol-água (Kow) descreve a
tendência de partição de um composto entre uma fase orgânica e uma
fase aquosa e está relacionado com a solubilidade (S) pela equação abaixo:
54
óleos crus até 75% para os óleos leves, mas a volatilização não provoca
uma redução significativa dos hidrocarbonetos com mais de quatro anéis
benzênicos.
As plantas absorvem mais HPAs da atmosfera que do solo, mas as que pos-
suem folhas largas contêm mais HPAs do que as de folhas estreitas. Ocorre
pouca transferência de HPAs para o interior das plantas. Diversos HPAs têm
atividades carcinogênicas, principalmente quando estão expostos por via
respiratória e pela pele. Os efeitos cancerígenos ao homem, especialmente
em relação ao benzo(a)pireno, estão relacionados ao risco de desenvolver
câncer de pulmão, comprovado pela relação existente entre o câncer de pul-
mão e a proximidade com indústrias emissoras de HPAs.
55
sando para as águas ou solo, ou via transformações químicas e fotoquímicas.
Os HPAs também podem ser depositados ou absorvidos pela vegetação, que
quando se decompõem incorporam aos solos os hidrocarbonetos fixados.
Os HPAs são eliminados dos solos por volatilização e pela atividade microbiana.
A importância dessas etapas depende de vários fatores como a temperatura, o
tipo de solo, a presença de outros poluentes e o nível de contaminação. Os com-
postos policíclicos de pequena massa molecular volatilizam mais rapidamente
que os HPAs de massa molecular elevada. A contaminação das águas subterrâ-
neas por HPAs ocorre na sequência da lixiviação dos solos e sedimentos conta-
minados, quando os HPAs são acompanhados de solventes orgânicos móveis.
1. Cromatografia
A palavra cromatografia vem do grego chroma, cor e grafein, grafia. É uma técnica
quantitativa que tem por finalidade geral a identificação de substâncias e a separação-
purificação de misturas.
56
móvel, da composição e da área superficial (área total do material) da fase
estacionária.
Essas técnicas têm sido utilizadas para estudos da exposição humana com
HPAs através da determinação urinária de alguns dos seus metabólitos. Es-
sas metodologias são simples e podem ser utilizadas sempre, mas a utiliza-
ção desses procedimentos técnicos é restrita como metodologia de avaliação
geral, pois a composição das misturas de HPAs é variável e a avaliação de
apenas um metabólito pode dar origem a uma avaliação errada da exposição
aos HPAs. Na figura 3 são apresentados os dezesseis HPAs considerados prio-
ritários para monitoramento ambiental.
5 7 9 11 13 14 15
16
8
4 6 10
12
1 3
2
0 20 30 40 50
55 100 100 56
2.2 Imunoensaios
57
teresse e outros componentes da amostra, após reação por simples lavagem)
para a determinação de NHPAs na urina e os radioimunoensaios (utilizam
um marcador radioativo, como um elemento químico da família dos lantaní-
deos, pois a determinação será feita radioquimicamente) na determinação de
benzo(a)pireno no soro sanguíneo. Vários HPAs também podem ser analisa-
dos em amostras de urina, utilizando radioimunoensaios.
Figura 4 – Kit Utilizado nos Testes Elisa (Amostra é Colocada nos Tubos Plásticos)
58
Exercícios Propostos
59
4. Com relação à distribuição dos HPAs no meio ambiente, podemos dizer que:
( ) a) A atmosfera não é o principal meio de transporte dos HPAs.
( ) b) Os HPAs não podem ser depositados ou absorvidos pela vegetação.
( ) c) A taxa de volatilização não depende das condições atmosféricas, dos
movimentos da água e da massa molecular dos compostos.
( ) d) Na coluna de água, os HPAs são associados ao material particulado em
suspensão.
( ) e) Os HPAs reconhecidos como muitos tóxicos e cancerígenos, tal como o
benzo(a)pireno, são bastante solúveis em água.
5 - e) I, II, III e IV
3 - b) Pressão de vapor
2 - e) I, III e IV
1 - c) I, II e III
60
Lição 5 - Transformações Físicas,
Químicas e Biológicas Sofridas pelo
Petróleo no Meio Ambiente
Nesta lição vamos estudar os processos de transformação que ocorrem
após o derramamento de petróleo. Quando o óleo é derramado no mar, ele
se espalha sobre grandes áreas da superfície da água, formando uma fina
película. A partir daí, a mancha, influenciada pelos ventos e correntes mari-
nhas, começa a se deslocar e o óleo sofre uma série de processos naturais de
degradação, como espalhamento, evaporação, dissolução, dispersão, emul-
sificação, sedimentação, biodegradação, e oxidação fotoquímica.
61
O comportamento de um óleo depende das suas propriedades físico-quími-
cas, das condições específicas locais, como: tempo, profundidade, correntes
marinhas, energia das ondas, habitats, que alteram a eficiência de cada um
desses processos. Os processos de espalhamento, dissolução, evaporação,
dispersão e emulsificação são os mais significativos durante os instantes ini-
ciais de um derramamento de petróleo. Os processos de sedimentação, bio-
degradação e foto-oxidação são principais em estágios posteriores, alterando
propriedades do produto derramado como densidade, viscosidade e solubi-
lidade. A intensidade de cada um desses processos varia ao longo do tempo e
podem ser mostradas na figura 1.
62
1.1 Espalhamento
1.2 Evaporação
A maior presença de compostos mais leves leva a uma maior evaporação, a qual
altera a composição química do produto. Dependendo da composição do produto,
a evaporação pode reduzir mais da metade o volume da mancha. Óleos refinados
como a gasolina e o querosene podem evaporar em poucas horas. As proprieda-
des do produto derramado e as condições ambientais influenciam a evaporação
como: composição, volatilidade, densidade, viscosidade e solubilidade do produto;
área e espessura da mancha, radiação solar, temperaturas da água e do ar e veloci-
dade dos ventos. Embora haja redução do volume derramado durante o processo,
os compostos que sobraram têm viscosidade e densidade elevadas, deixando a
mancha mais grossa e persistente, diminuindo a evaporação.
1.3 Dispersão
63
marinha ajudam no processo de dispersão do óleo. A viscosidade e a tensão
superficial entre o óleo e a água também influenciam, pois quanto mais viscoso
e maior a tensão entre o óleo e a água, menor será a dispersão. Temperaturas
baixas da água e do ar também podem inibir a dispersão, e as condições hidro-
lógicas estão associadas à agitação, tornando a dispersão o principal mecanis-
mo de remoção de óleo da superfície durante tempestades, por exemplo. Caso
contrário, espera-se que a evaporação seja o processo mais significativo.
1.4 Dissolução
1.5 Emulsificação
1.6 Sedimentação
64
direto, resultante do aumento da densidade devido à intemperização. Ocorre
com os componentes pesados que não se dissolvem facilmente na água. Uma
porção do óleo se sedimenta por causa da associação à matéria em suspen-
são na coluna de água, originando um aumento da densidade e o movimen-
to descendente das partículas até o fundo do corpo hídrico. Esse processo é
importante em áreas costeiras onde há maior quantidade de organismos e
partículas em suspensão na coluna de água, pois podem ser formadas massas
semissólidas compactadas de óleo junto às partículas presentes na coluna de
água, representando sérios danos ao mar. A sedimentação não é importante
nos primeiros dias, atingindo seu pico algumas semanas depois.
1.7 Biodegradação
1.8 Foto-oxidação
Exercícios Propostos
65
( ) a) Espalhamento e evaporação
( ) b) Dissolução e sedimentação
( ) c) Oxidação fotoquímica e dispersão
( ) d) Espalhamento e biodegradação
( ) e) Oxidação fotoquímica e degradação microbiana
66
Lição 6 - Efeitos da Poluição por
Petróleo e Derivados
Vamos ver nesta lição os efeitos da poluição na saúde e no meio ambiente. A
poluição do ar, dos solos, dos recursos hídricos, as mudanças climáticas e os
derramamentos de óleo causam problemas ambientais desde a Revolução
Industrial, que teve início no final do século XVIII. A poluição do ar é o im-
pacto mais visível vindo da queima dos derivados de petróleo. Vários tipos
de poluentes são liberados pelas indústrias, como o dióxido de enxofre, que
causa a chuva ácida. Esse tipo de chuva se forma quando a umidade do ar
se combina com esse gás e o resultado é uma precipitação ácida que pode
acidificar a água na superfície e o solo.
67
refinaria. A figura 2 mostra a liberação dos gases através das chaminés das
indústrias.
A química da chuva
No2 + H2O HNO3 (ác. nítrico)
S2O + H2O2 H2SO2 (ác. sulfúrico)
So2
dióxido de enxofre
NO e NO2
óxido de nitrogênio
A irritação nos olhos é uma das manifestações mais comuns causada pe-
los poluentes atmosféricos no corpo humano. É um fenômeno comum nas
grandes cidades, principalmente nas regiões industriais. A irritação ocular
aumenta conforme o nível da concentração dos oxidantes (aldeídos emitidos
pelos carros movidos a álcool nas grandes cidades) no meio ambiente. Exis-
tem dúvidas se a irritação ocular deve ser classificada como um efeito sobre
a saúde, pois não ocorrem mudanças fisiológicas detectáveis e a irritação nos
olhos desaparece rapidamente após o cessar da exposição.
• Efeitos sobre o Sistema Cardiovascular
Poluentes como o gás carbônico (CO) e o chumbo (Pb) são absorvidos pela
corrente sanguínea e podem ter efeitos diretos e/ou indiretos sobre o sistema
68
cardiovascular. Doenças cardiovasculares podem resultar dos efeitos indire-
tos de outras doenças causadas pela poluição do ar.
• Efeitos sobre o Sistema Respiratório
O enfisema pulmonar é uma doença que afeta o tecido pulmonar que facilita
as trocas gasosas com o sangue. Existem poucas evidências epidemiológicas
que relacionam os poluentes atmosféricos com o início ou o desenvolvimen-
to do enfisema pulmonar. O câncer de pulmão é uma doença da velhice, a
malignidade pode se espalhar para o restante dos pulmões e para outras par-
tes do corpo. Não é possível concluir que a poluição atmosférica é um fator
contribuinte para os casos de câncer de pulmão nas áreas urbanas.
69
observados. O dano químico nos materiais é um problema mais sério do que
as mudanças físicas ocasionadas pelos materiais particulados. As perdas eco-
nômicas devidas ao efeito da poluição do ar sobre os materiais ainda são di-
fíceis de quantificar, pois não é fácil distinguir o que é devido à poluição e à
deterioração natural do material.
SOL
CAMADA DE OZÔNIO UV UV
CFCs
AEROSÓIS
1.4 Odores
70
Figura 5 – Acúmulo de Lixo nas Ruas Provoca Odores na Região
71
Figura 6 – Efeito Estufa
Muitas operações das refinarias geram efluentes hídricos que contêm sólidos
dissolvidos e em suspensão. As principais consequências da presença de sóli-
dos nos meios aquáticos são:
- Assoreamento dos recursos hídricos (formação de bancos de areias nos
rios), acarretando inundações em localidades próximas;
- Soterramento de animais e de ovos de peixes;
- Aumento da turbidez da água, reduzindo a sua transparência, acarretando
redução da atividade fotossintética. A redução da fotossíntese diminui a
quantidade de oxigênio dissolvido, gerando impactos na vida aquática.
Diminuem-se organismos que vivem no meio afetado.
• Metais Pesados
Diversos metais pesados, como chumbo, ferro, cádmio e cobre, são liberados
com os efluentes das refinarias. As principais consequências para o meio am-
biente são:
- Intoxicação dos organismos aquáticos, como moluscos, crustáceos e algas;
- Modificações na fauna e na flora aquáticas;
- Redução das populações das espécies sobreviventes.
• Alterações no pH
72
- Corrosão;
- Efeitos negativos sobre a fauna e a flora;
- Prejuízos à utilização dessa água na irrigação agrícola e em outros usos;
- Aumento da toxidez de compostos, como: amônia, metais pesados e gás
sulfídrico;
- Influência nos processos de tratamento da água.
• Compostos Tóxicos
Em algumas unidades das refinarias são gerados sabões. Eles fazem parte dos
efluentes. O lançamento dessas substâncias nos meios aquáticos tem como
principais consequências:
- Redução da viscosidade da água;
- Danos à fauna;
- Espumas;
- Sabor;
- Toxidez.
• Matéria Consumidora de Oxigênio
73
de energia aos micro-organismos que existem na água) sob condições aeró-
bicas (presença de oxigênio). Essa unidade de medida avalia a quantidade de
Oxigênio Dissolvido (OD) em miligramas (mg), equivalente à quantidade que
será consumida pelos organismos aeróbicos ao degradarem a matéria orgâ-
nica. Pode ser considerada um parâmetro para avaliar a qualidade da água,
onde a poluição orgânica é quantificada.
- DQO (Demanda Química de Oxigênio):
74
• Sais
As frações mais leves, como gasolina, querosene e óleo diesel contêm hidro-
carbonetos aromáticos, que são compostos tóxicos. Parte deles se evapora e
outra parte, antes de se evaporar, dissolve na água, agravando ainda mais o
problema. A gasolina e naftas são mais tóxicas que os óleos diesel e combustí-
vel, os quais são mais tóxicos que o petróleo cru.
75
Os resíduos perigosos e os não perigosos são gerados, tratados e dispostos
em locais adequados. Tais resíduos são gerados sob a forma de lamas, cata-
lisadores de processo, cinzas de incineradores e borras de filtração. O trata-
mento desses resíduos inclui incineração, neutralização, fixação química e
disposição em aterros sanitários, que podem estar situados dentro ou fora
das refinarias. É necessário que sejam escolhidas soluções adequadas para a
sua destinação final.
• Impactos Ambientais e a População
- População vulnerável próxima aos aterros industriais que apresentam
níveis elevados de compostos orgânicos no sangue;
- Riscos de doenças como câncer, anomalias congênitas, baixo peso ao
nascer, abortos e mortes neonatais;
- A contaminação pode ser direta pelo ar, ou indireta por meio do consumo
de água ou alimentos;
- Formação de maus odores, principalmente devido aos lixões próximos de
áreas urbanas;
- Formação de chorume (líquido escuro contendo alta carga poluidora).
O potencial de impacto desse efluente está relacionado com a alta
concentração de matéria orgânica, reduzida biodegradabilidade, presença
de metais pesados e de substâncias não biodegradáveis. Exemplo: líquido
escuro que escorre do caminhão de lixo;
- Liberação de gases tóxicos (biogás, como o metano);
- Alteração da paisagem causando aspecto estético desfavorável.
Medidas de minimização:
76
- período de exposição: quanto mais longo, maiores os danos;
- continuidade: ruídos contínuos prejudicam a audição, ruídos intermitentes
interferem no sistema nervoso; esses efeitos podem ocorrer em conjunto;
- perda gradativa da audição;
- incômodo, irritação e exaustão física;
- perturbações no sono;
- problemas cardiovasculares;
- estresse;
- aumento da quantidade de adrenalina no sangue;
- redução da eficiência do indivíduo e ocorrência de acidentes, nos locais de
trabalho.
77
• Resolução CONAMA 237, de 19/12/1997 – Dispõe sobre o Licenciamento
Ambiental.
• Resolução CONAMA 235, de 07/01/1998 – Dispõe sobre a classificação de
resíduos sólidos. Descreve os tipos de resíduos sólidos e classifica-os em
três classes: Classe I – Resíduos Perigosos de Importação Proibida, Classe
II – Resíduos Não Inertes Controlados pelo IBAMA e Classe III – Resíduos
Inertes de Importação Proibida.
• Normas Técnicas da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas:
- NBR 10004 - Resíduos Sólidos - Classificação.
- NBR 12235 - Armazenamento de resíduos sólidos perigosos.
- NBR 11174 - Armazenamento de resíduos classes II - não inertes e III -
inertes.
• Portaria da ANP nº 80, de 30 de Abril de 1999: Dispõe sobre os teores
máximos de enxofre permitidos no óleo combustível.
Exercícios Propostos
78
4. O assoreamento dos recursos hídricos (formação de bancos de areias nos
rios) pode acarretar inundações em localidades próximas às refinarias e
ocorrem devido a presença de ____________ nos efluentes líquidos.
( ) a) Metais pesados.
( ) b) Sólidos em suspensão.
( ) c) Sais.
( ) d) Matéria consumida de oxigênio.
( ) e) Materiais tóxicos.
5. C
4. B
3. D
2. E
1. A
Respostas dos Exercícios Propostos
79
Lição 7 – Remediações Físicas,
Químicas e Biológicas
O petróleo e seus derivados são fundamentais para a manutenção da
atividade industrial. Durante a exploração, o refino, o transporte e as
operações de armazenamento podem ocorrer derramamentos aciden-
tais, ocasionando a contaminação de solos, rios etc. Tais ocorrências
geram a realização de pesquisas relacionadas com a remediação dos
locais contaminados.
1. Biorremediação
A biorremediação é um conjunto de técnicas biotecnológicas (natureza
biológica) em que se utilizam micro-organismos como fungos e bactérias.
As bactérias utilizam substratos orgânicos e inorgânicos, como o carbono
como fonte de alimentação, ocorrendo a conversão dos contaminantes
(petróleo) em produtos com pouca ou nenhuma toxicidade, como CO2 e
H2O (figura 1).
80
Figura 1 – Ação dos Micro-organismos em Processo de Biorremediação
81
culação de águas subterrâneas e a natureza do risco à saúde humana e aos
ecossistemas decorrentes da presença desses poluentes.
CH3
Orto-xileno Meta-xileno CH3
Para-xileno
82
tantes e extração por solventes. A remoção por separadores água e óleo é um
método mecânico simples baseado na diferença de densidade entre a água e
a fase oleosa. Alguns processos ocorrem naturalmente, como a evaporação.
A foto-oxidação é outra forma natural observável em locais contaminados,
sendo o responsável pela transformação do petróleo em ambientes aquáti-
cos. Destacamos algumas dessas tecnologias:
• Lavagem de Solo
Esse processo usa líquidos (água combinada com solventes) e processos me-
cânicos para a lavagem de solos. Os solventes são selecionados de acordo com
sua habilidade de solubilizar os contaminantes específicos e de acordo com
seus efeitos à saúde e ao meio ambiente. Esse processo separa a fração mais
fina do solo da porção de maior granulometria. Quando os contaminantes
orgânicos tendem a ligar-se às frações mais finas, a separação dessas frações
reduz a contaminação do solo. A menor fração de solo pode ser tratada se-
paradamente por diferentes métodos como incineração ou biorremediação,
ou descartada de acordo com a legislação vigente. Essa tecnologia pode ser
combinada com outras. Os grupos de contaminantes-alvos, inclui compostos
orgânicos semivoláteis, petróleo e resíduos de combustíveis, metais pesados,
HPAs e pesticidas.
• Extração de Vapores do Solo
83
3. Processos Biológicos de Remediação
O processo biótico (biológico) de remediação dos poluentes é a biorremedia-
ção. Quanto ao local onde ocorre, o processo pode ser classificado como: bior-
remediação in situ e biorremediação ex situ.
• Biorremediação in situ
Remove o material contaminado para outra área na qual este material será
tratado.
84
vel para reduzir o potencial de migração do lixiviado (extração de uma
substância presente em componentes sólidos através da sua dissolução
em um líquido) da camada superficial para as áreas do solo não conta-
minado. Além disso, elas também são cobertas por uma membrana im-
permeável para prevenir a liberação de contaminantes voláteis do solo
para a atmosfera e proteger o solo de intempéries naturais como ventos
e chuvas.
85
Figura 3 – Atuação de Biodetergente na Interface de uma Solução Contendo Óleo e Água
Apesar de o baixo custo ser uma vantagem, essa técnica apresenta algumas
desvantagens, como: tempo longo para ter resultados, pois depende do ciclo
de vida da planta, a morte da planta quando a concentração de poluente e
outras toxinas passarem do tolerável, consequências indesejadas caso entre
na cadeia alimentar.
Exercícios Propostos
86
Está(ão) correta(s) a(s) afirmação(ões):
( ) a) II e III
( ) b) Apenas a III
( ) c) I e II
( ) d) I e III
( ) e) Apenas a I
5. D
4. A
3. D
2. B
1. C
Respostas dos Exercícios Propostos
87
Lição 8 – Noções de Emissões Atmosféricas
Oriundas da Combustão de Derivados de
Petróleo
A poluição gerada nos centros urbanos vem da queima de combustíveis
fósseis como carvão mineral e derivados do petróleo. A queima desses pro-
dutos aumenta o nível de monóxido e dióxido de carbono liberados para a
atmosfera e provoca muitos problemas ambientais nas grandes cidades. A
saúde das pessoas é a mais afetada com a poluição atmosférica, causando
doenças respiratórias como bronquite, rinite e asma. A poluição causa da-
nos aos ecossistemas e ao patrimônio histórico e cultural. A liberação de
gases do tipo SOx e NOx leva à formação de chuvas ácidas, matando plantas,
animais e corroendo monumentos históricos (prédios, monumentos, igre-
jas etc.).
88
• SOx (SO2 e SO3)
O enxofre está presente no petróleo, mas seu percentual varia de acordo com
a origem dele. As unidades de processo requerem quantidades de vapor à
alta pressão e a queima dos combustíveis utilizados para a geração de calor
e energia produzem óxidos de enxofre. Os óxidos de enxofre são irritantes e
seus efeitos são decorrentes da formação de ácido sulfúrico (H2SO4) e ácido
sulfuroso (H2SO3) em contato com a mucosa das vias respiratórias. A absorção
pela mucosa nasal é rápida e distribuída pelo organismo atingindo o cérebro
e os tecidos. Ocasiona dificuldade de respirar e distúrbio da consciência. A
pneumonia pode ser uma complicação após exposições agudas ao óxido.
A toxicidade dos óxidos de enxofre sobre as plantas pode ser observada nos
danos que ele provoca sobre as plantas que são cultivadas e as selvagens, afe-
tando a redução da colheita em muitos casos. Ocorre amarelamento nas fo-
lhas, manchas esbranquiçadas, queda prematura das folhagens e alterações
na química do solo. Os óxidos de enxofre também provocam as chuvas ácidas,
cujos impactos possuem caráter regional ou continental. Os principais efeitos
das chuvas são: a diminuição do pH das águas superficiais e subterrâneas,
diminuição da população de peixes e outros organismos aquáticos. A redução
do pH também aumenta a solubilidade do alumínio e dos metais pesados,
como cádmio, zinco e mercúrio. Podem ocorrer danos à saúde das pessoas
que se alimentam de peixes com concentrações de metais.
• NOx (NO e NO2)
89
Os NOx causam danos à vegetação, mas necessitam de altas concentrações
como em ambientes próximos às indústrias. Também contribuem para au-
mentar a acidez das águas, formando chuvas ácidas. Os óxidos de nitrogênio
também são os principais componentes para a formação do smog fotoquí-
mico (névoa acinzentada que recobre toda a região contaminada, formada
pela reação entre os óxidos de nitrogênio, hidrocarbonetos e o oxigênio em
presença da radiação ultravioleta dos raios solares).
• CO (Monóxido de Carbono)
Este gás é altamente tóxico e irritante, atuando no sistema nervoso, nos olhos e
nas vias respiratórias. É volátil e a principal via de penetração é a respiratória.
Assim que o H2S atinge a corrente sanguínea, distribui-se por todo organismo. No
sistema nervoso central, causa excitação seguida de depressão, fraqueza, dor de
cabeça, náuseas, sonolência, vômito, alucinações, amnésia, irritabilidade, delírios,
sonolência, convulsões e morte. No sistema respiratório, causa tosse, expectora-
ção sanguinolenta, respiração acelerada, edema agudo do pulmão e rinite com
perda do olfato. A ação irritante sobre a pele e as mucosas gastrintestinais provo-
ca vermelhidão. Nos olhos surgem conjuntivite, fotofobia, lacrimejamento e opa-
cificação da córnea. No meio ambiente, provoca necrose nas partes superiores
das plantas. O cheiro do gás sulfídrico é semelhante ao de ovo podre.
• Benzeno, Tolueno e Xileno (BTX)
90
nos tecidos ricos em gorduras, como o sistema nervoso central e a medula
óssea, quando inalado. Quando o benzeno é inalado, irrita os brônquios e a
laringe; causando tosse, rouquidão e edema pulmonar. Ele atua no sistema
nervoso central, levando a: depressão, fadiga, dores de cabeça, tonturas, con-
vulsão, coma e morte devido à parada respiratória. O contato com os olhos
provoca sensação de queimação. A ingestão de 15 a 20 mL pode provocar a
morte em adultos. O benzeno também é cancerígeno e imunodepressor, pois
diminui a quantidade de leucócitos (glóbulos brancos), hemácias (glóbulos
vermelhos) e plaquetas no sangue. O xileno e o tolueno têm os efeitos tóxicos
iguais ao benzeno.
91
• Amônia (NH3)
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Saída do
gás limpo
Entrada de água
de lavagem
Entrada de gás
com particulas
Descarga de
água + sólidos
Fonte: http://www.hydronics.com.br
• Adsorção de Gases
Esse processo tem como base uma reação dos gases poluentes com uma
substância sólida, geralmente um adsorvente, responsável pela adsorção dos
gases poluentes na superfície desse material. É um processo físico-químico e
os poluentes são adsorvidos na superfície do sólido usado como adsorvente.
Na indústria, um dos sólidos mais utilizados é o carvão ativado que é eficaz na
remoção de solventes orgânicos voláteis. A bauxita (mistura natural de óxidos
de alumínio) é um tipo de adsorvente usado no tratamento das frações do
petróleo e na secagem de gases. Conforme figura 2
93
Figura 2 – Filtro de adsorção de gases.
Fonte: http://ciencia.hsw.uol.com.br/mascaras-gas2.htm
• Combustão
Esse processo é utilizado para converter compostos orgânicos que são libe-
rados durante as operações de refino em CO2 e água. Para que se tenha com-
bustão completa é necessário observar as variáveis: proporção de oxigênio
utilizada, temperatura de queima, turbulência (mistura) e tempo. Nas refina-
rias, um exemplo desse processo é a queima do CO nas caldeiras próximas
aos equipamentos de regeneração de catalisadores, pois o CO liberado na re-
generação é queimado e transformado em CO2. Nas refinarias também são
usados os flares que realizam a queima de gases tóxicos e perigosos (amônia,
hidrogênio e cianeto de hidrogênio).
94
e ao se chocarem com as paredes do equipamento caem saindo pelo fundo
do equipamento, onde são removidas através de um sistema de válvulas. Na
figura 3 esse processo é mostrado.
Fonte: http://www.engquimicasantossp.com.br/2012/07/ciclones-industriais.html
• Filtros
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de sua trajetória que remove as partículas. A presença das gotículas de água
aumenta o tamanho das partículas, aumentando a eficiência de coleta do se-
parador.
• Precipitadores Eletrostáticos
Fonte: http://www.apoioprojetos.com.br/component/k2/item/98?Itemid=635
96
3. Medidas de Minimização das Emissões Atmosféricas
Algumas medidas podem ser tomadas para controlar as emissões atmosféri-
cas nas refinarias de petróleo:
• melhorar a combustão em fornos, aquecedores e caldeiras, pois quanto
mais eficiente é a reação de queima, menor será a quantidade de poluentes
emitidos nesses equipamentos;
• usar combustíveis menos poluidores para geração de calor e energia,
como o gás natural;
• operação e manutenção adequada dos equipamentos visando ao seu
melhor funcionamento nas condições adequadas do processo;
• processamento de petróleo com menores teores de enxofre em sua
composição.
Exercícios Propostos
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4. Algumas medidas podem ser tomadas no sentido de controlar as emis-
sões atmosféricas nas refinarias de petróleo. Analise os itens abaixo:
I - Melhorar a combustão nos fornos, aquecedores e caldeiras.
II - Usar combustíveis menos poluidores como o gás natural.
III - Utilizar petróleo com menores teores de enxofre em sua composição.
5. B
4. A
3. D
2. E
1. C
Respostas dos Exercícios Propostos
98
Encerramento
99
Referências Bibliográficas
101
GOMES, Edelvio de Barros. Biotratamento de Resíduo Oleoso da Indústria
do Petróleo por Batelada Sequencial e Avaliação da Ecotoxicidade. Tese de
Doutorado, Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos, UFRJ/RJ, Rio de
Janeiro, RJ, 2008.
OLMO, Neide Regina Simões; PEREIRA, Luiz Alberto Amador. Poluição at-
mosférica e exposição humana: epidemiologia influenciando as políticas
públicas. Revista de Saúde Meio Ambiente e Sustentabilidade. v. 6, n. 2, 2011.
102
Sites:
SANTOS, Leonor Werneck; RICHE, Rosa Cuba; TEIXEIRA, Claudia Souza. Aná-
lise e Produção de Textos. São Paulo: Ed. Contexto, 2012.
103