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HENRIQUE SPULDARO
CURITIBA
JUNHO / 2005
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ
Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia
Curso de Engenharia Ambiental
HENRIQUE SPULDARO
CURITIBA
JUNHO, 2005
SUMÁRIO
SUMÁRIO ...................................................................................................... ii
AGRADECIMENTOS..................................................................................... vii
1 INTRODUÇÃO............................................................................................ 1
2 OBJETIVOS ............................................................................................. 3
ii
3.6 Compostagem natural.............................................................................. 14
3.11.1 Umidade...................................................................................... 19
3.11.3 Temperatura................................................................................ 21
3.11.6 PH............................................................................................... 25
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES.............................................................. 36
iii
6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES.................................................... 40
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................... 41
iv
LISTA DE FIGURAS
v
LISTA DE TABELAS
vi
AGRADECIMENTOS
vii
RESUMO
viii
1. INTRODUÇÃO
Todos os dias, o lixo gerado pela sociedade, o que era apenas um incomodo
doméstico, após ser ensacado, na grande maioria de qualquer forma (sem a
separação da fração orgânica, reciclável e rejeitos), se torna um grande incomodo
do encargo público, quando dispostos na rua para ser coletado. Este fato vem se
tornando um dos maiores problemas da sociedade moderna, pois cada vez mais as
pessoas estão consumistas, em decorrência disso, há um crescimento assustador
do volume de lixo produzido pela sociedade. Ao mesmo tempo em que esta
produção de lixo aumenta, se tornam cada vez mais escassas e caras as
alternativas para a disposição final destes resíduos. Além disso, temos que levar em
conta a poluição ambiental decorrente da disposição final inadequada, o que pode
levar a um grande desequilíbrio ambiental e danos à saúde pública.
1
Diante do exposto, é necessário que sejam implantados programas de
minimização, controle de desperdício, reutilização e reciclagem dos resíduos
gerados pela população. Estas medidas não devem partir apenas das entidades
governamentais, mas também, de organizações não governamentais, e
principalmente, de iniciativas comunitárias em todos os níveis sociais. Para que
estes programas possam ser realmente implantados, é necessário que se
argumente fortemente sobre o proposto. Por muito tempo, os argumentos
ressaltavam apenas os ganhos ambientais, mas, em uma sociedade totalmente
capitalista em que vivemos hoje em dia, se torna necessário evidenciar os ganhos
econômicos decorrentes destes programas.
Cerca de 50% dos resíduos domiciliares do município são orgânicos, toda esta
matéria pode ser transformada em composto orgânico. Este processo irá trazer
vários benefícios para o município, tais como: redução de cerca de 50% do lixo
destinado ao aterro, aumento da vida útil do aterro, aproveitamento agrícola da
matéria orgânica, reciclagem de nutrientes para o solo, processo ambientalmente
seguro e eliminação de patógenos. Além disso, contribuirá para a melhoria da
qualidade sócio – econômica e ambiental do município de Toledo – PR.
2
2. OBJETIVOS
3
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
70%
17%
13%
0,9% 0,1%
4
O composto tem em média 2,5% da soma dos nutrientes nitrogênio, fósforo
e potássio – NPK e o seu valor oscila entre R$40,00 e R$150,00 a tonelada.
• Curitiba 549 km
• Porto de Paranaguá 640 km
• Campo Mourão 234 km
• Foz do Iguaçu 150 km
• Cascavel 46 km
(SEDU - PARANACIDADE)
6
Figura 3.2.2 – Localização geográfica de Toledo no estado do Paraná
9
Matéria
orgânica Outros
56,39% 14,5%
Papel
9,008%
Plástico
13,46%
Vidro
1,34%
Metal
1,59%
• Domiciliar;
• Comercial;
• Industrial;
• Serviços de Saúde;
• Agrícola;
• Industrial;
11
concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se
aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor, conforme anexo G da ABNT NBR
10004:2004.
12
3.5. CONSIDERAÇÕES SOBRE A COMPOSTAGEM
13
• Economia de energia e de recursos naturais;
• Aumento da vida útil dos aterros;
• Os rejeito podem ser lançados nos aterros, sem causar problemas com
relação a formação de gases e de chorume;
• A instalação e a operação da usina não causam nenhuma poluição
atmosférica ou hídrica.
14
tratamento da matéria orgânica, como os rejeitos e também os recicláveis que não
possuem mercado (KIEHL, 1998, pg. 58).
b) Composto imaturo
Não é considerado danoso, pois sua relação C/N é igual ou menor que 18/1,
o pH está acima de 6 e permaneceu um bom período na fase termófila. Este
composto pode ser aplicado no fundo do sulco de plantio juntamente com as
sementes ou em contato com as raízes sem ser danoso a vida vegetal (KIEHL,
1998, pg.36).
15
d) Composto maturado ou humificado
As pilhas com seção trapezoidal não são recomendadas para locais onde
ocorrem muitas chuvas, pois esta forma favorece a infiltração de água. Já as leiras
com seções triangular favorecem o escorrimento das águas da chuva (ver figura
3.8.1), evitando que fiquem com excesso de umidade (KIEHL, 1985, pg.265).
16
Figura 3.8.1 - Leira com seção triangular, evitando a infiltração de água.
Fonte: KIEHL (1985, pg. 268)
17
O ciclo de reviramento possui duas funções básicas: propiciar a aeração da
massa e dissipar as altas temperaturas (>65°C) desenvolvidas na fase ativa de
degradação.
O ciclo de reviramento deve ser feito a cada três dias, com isso, irá favorecer
a atividade microbiológica, homogeneizar a massa, favorecer a degradação e
exercer ações físicas de quebra das partículas. Já os ciclos com espaçamento maior
que três dias, não atenderão a demanda mínima de oxigênio necessária para que os
microorganismos estabilizem a matéria orgânica (PEREIRA NETO, 1996, pg.33).
18
Os fungos são bastante eficientes na faixa termolífica e na degradação de
compostos carbonáceos.
Os actnomicetos apresentam uma função muito importante, pois, degradam
substâncias normalmente não decompostas por bactérias e fungos( PEREIRA
NETO, 1996, pg.29).
3.11.1 Umidade
19
decomposição será anaeróbia, podendo ocorrer maus odores. Portanto, a umidade
deve sempre estar acima de 40% e abaixo de 60%, sendo o valor ótimo de 55%.
O excesso de umidade pode ser reduzido por meio de revolvimentos
periódicos, pela formação de leiras de menor altura e pelo método de aeração
forçada.
A perda de água pode ser dada na forma de vapor devido ao calor gerado no
interior das leiras e também pela ação dos ventos, que remove a camada saturada
de vapor que se forma em volta da massa de compostagem, ressecando-a. Além
disso, o calor do sol também contribui para o ressecamento da camada externa.
A reposição de água do material compostado deve ser feita juntamente com o
processo de revolvimeto da leira, através de um chuveiro fino de modo uniforme por
todo o material. Isso, para que a água não caminhe por canais preferenciais,
escorrendo pela base da pilha formando chorume e mantendo a maior parte do
composto seco. Com isso, é necessário que se entenda que a umidade não deve
ser controlada isoladamente, pois ela interage diretamente com a temperatura
(KIEHL, 1998, pg.36).
No final do processo, a umidade do composto para o uso agrícola deve ser no
máximo de 40% (LIMA, 2001, pg. 196).
3.11.2 Oxigenação
20
água para corrigir o teor de umidade da massa compostada (PEREIRA NETO, 1996,
pg.22).
A renovação do ar no interior das leiras é muito importante, pois o teor de gás
carbônico presente no interior das leiras pode chegar a concentrações cem vezes
maiores que seu conteúdo normal na atmosfera.
Com isso, o revolvimento das leiras tem por finalidade, remover o excesso de
gás carbônico da leira, homogeneizar a massa de compostagem e efetuar o controle
sanitário da leira. Além disso, o revolvimento assegura a homogeneização, da
massa, pois, ao esfregar as partículas uma contra a outra, provoca um processo de
abrasão que resulta em uma redução do tamanho das partículas moles, matérial
orgânico, e um aumento da superfície exposta, de forma a facilitar a atividade dos
microorganismos (Fuzaro,1994, pg.26).
3.11.3 Temperatura
21
A temperatura é o fator mais indicativo da eficiência do processo, acelerando
a degradação, além disso, tornar-se uma grande “ferramenta” de eliminação de
patógenos (larvas de insetos, ovos de parasitas, sementes de ervas daninhas, etc.),
para isso, deve manter-se preferencialmente entre 55°C a 65°C (PEREIRA NETO,
1999, pg. 42).
As leiras, após sua montagem, no período de 12 a 24 horas devem começar a
apresentar temperaturas termofílicas (45-65°C). Essas devem permanecer durante
toda a primeira fase do processo, ou seja, fase de degradação ativa. A segunda fase
do processo, ou seja, a fase da maturação ou cura, é indicada pelo registro de
temperaturas mesofílicas (30-45°C).
As leiras de compostagem necessitam de alguns fatores para favorecer o
bom desenvolvimento da temperatura, tais como:
• As características da matéria-prima.
• O tipo de sistema utilizado.
• O controle operacional (teor de umidade, ciclo de reviramento,
temperatura).
• A configuração geométrica das leiras (PEREIRA NETO, 1996, 23).
22
Figura 3.11.3 - Distribuição da temperatura na massa de compostagem.
Fonte: AISSE; OBLADEN (1981, pg. 31).
23
Quando houver excesso de carbono o período de compostagem será
aumentado, neste caso, o nitrogênio necessário é obtido das células mortas dos
microorganismos. Quando apresentar maior concentração de nitrogênio em relação
à concentração de carbono, haverá perda de nitrogênio por meio da liberação da
amônia até que a relação carbono/nitrogênio seja satisfatória ao processo (PEREIRA
NETO, 1996, pg.25).
A relação carbono nitrogênio ao final do processo, ou seja, o produto
humificado, deve estar entre 8/1 e 12/1. Ela indica ainda que o composto com
relação 18/1 ou um pouco menor já pode ser utilizado nas plantas como fertilizante
orgânico sem causar danos. Mesmo sendo um parâmetro confiável, deve-se verificar
outros dois ou mais parâmetros para a confirmação da decomposição final da
matéria orgânica, por exemplo, o índice de pH e a ausência de nitrogênio amoniacal
(KIEHL, 1998, pg.47).
A figura 3.11.4, demonstra como ocorrem as fases de decomposição da
matéria orgânica, conforme a relação carbono/nitrogênio.
24
3.11.5 Tamanho das partículas
3.11.6 PH
25
3.11.6), o que permite a aplicação do composto orgânico na correção de solos
ácidos (PEREIRA NETO, 1996, pg.27).
• Horticultura;
• Fruticultura;
• Produção de grãos;
27
• Parques, jardins e “playgrouds”;
• Projetos paisagísticos;
• Reflorestamento;
• Hortos e produção de mudas;
• Recuperação de solos esgotados e degradados;
• Controle da erosão;
• Proteção de encostas e taludes;
• Cobertura de aterros, etc.
• Melhoria da estrutura;
• Aumento da capacidade de absorção da água;
• Ativação substancial da vida microbiana;
• Incremento do teor de micronutrientes;
• Melhor aproveitamento dos fertilizantes minerais;
• Efeitos favoráveis pela presença de micronutrientes e de certas
substâncias antibióticas;
• Aumento da aeração;
• Ação ligadora dos solos soltos;
• Aumento da estabilização do pH (FUZARO, 1994, pg. 56).
28
3.14 PROBLEMAS ASSOCIADOS AO PROCESSO
29
Tabela 3.14 – Principais problemas, causas e soluções.
PROBLEMA CAUSA MEDIDA A SER TOMADA
Emissão de maus Tamanho da Promover a quebra do material durante o
odores partícula reviramento.
da leira de muito grande Cobrir a leira com uma camada de 15 cm de
compostagem composto maturado (50% de
umidade).Caso não seja possível, efetuar a
prévia trituração do material.
Volatilização da Revirar a massa de compostagem e
amônia modificar a configuração geométrica da leira
(NH3) devido a alta para obter menores temperaturas.
temperatura
(>65°C)
e ao pH
alcalino(>7,5)
Anaerobiose Adicionar composto maturado seco à massa
devido de compostagem e cobrir a leira com uma
ao excesso de camada de 15 cm de composto maturado.
umidade
Anaerobiose Seguir o ciclo correto de reviramento.
devido ao
longo ciclo de
reviramento
Produção e liberação Excesso de Seguir o ciclo correto de reviramento e lavar
de umidade área afetada do pátio
chorume da leira de da massa de
compostagem compostagem
Proliferação de vetores Materal fresco em Cobrir a leira com uma camada de 15 cm de
putrefação (leira composto maturado durante os primeiros 10
molhada) dias.
Anaerobiose da Seguir as medidas citadas anteriormente
massa
de compostagem
por
excesso de
umidade
ou falta de
oxigenação.
30
3.15 FLUXOGRAMA DE UMA USINA DE COMPOSTAGEM
TRIAGEM SEPARAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO E ACONDICIONAMENTO
COMPOSTAGEM
COMPOSTO
DISPOSIÇÃO ORGÂNICO COMERCIALIZAÇÃO
MERCADO
ATERRO
31
3.16 DIMENSIONAMENTO DO PÁTIO DE COMPOSTAGEM
l×a
1 → As = m²
2
RO
2 →V = m³
D
V
3 → L= m
As
32
c) Cálculo da área do pátio de compostagem
4 → Ab = l × L
5 → Af = Ab
Assume-se que cada leira irá ocupar a área da base da leira mais a área de folga
para os reviramentos. Adota-se que o tempo de compostagem seja de 120 dias e
que seja montada uma leira por dia, desse modo a área útil do pátio de
compostagem será:
6 → Au = ( Ab + Af ) × 120
7 → cs = Au × 10%
33
4. MATERIAIS E MÉTODOS
34
4.2 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO
35
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
RO = 26.264 Kg.
D = 570 Kg/m³
a =1,70 metros
l = 4,00 metros
P = 120 dias
4 × 1,70
1 → As = m²
2
As = 6,8m ²
26264
2 →V = m³
570
V = 46m³
36
b.3) Comprimento da leira (L)
46
3 → L= m
6,8
L = 6,8m
4 → Ab = 4 × 6,8m²
Ab = 27,2m²
5 → Af = Ab
Af = 27,2m²
Au = 6.528m ²
7 → cs = 6.528 × 10%
37
cs = 652,8m ²
8 → At = 6.528 + 652,8
At = 7.180,8m ²
Assim sendo, a área total para a formação das leiras é de 7.180,8 m².
Além do pátio de compostagem, a usina deverá contar com um depósito de
equipamentos e ferramentas, um prédio de administração e um galpão para
estocagem de materiais recicláveis. Porém, o presente trabalho será levado em
consideração somente o pátio de compostagem, pois é o “equipamento” mais
importante de qualquer usina, seja qual for o método utilizado. Isto, porque será
neste local onde se dará a qualidade do composto, no qual, o processo deve seguir
os critérios básicos de controle para que a eficiência do tratamento de resíduos
sólidos orgânicos seja garantida.
39
6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
40
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LIMA, José Dantas de. Gestão de residuos sólidos urbanos no Brasil. João
Pessoa: ABES, 2001.
41
PEREIRA NETO, João Tinoco. Manual de compostagem processo baixo custo.
Belo Horizonte: UNICEF, 1996.
42