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Zacarias Feliciano Mateus

Gestão de Resíduos Sólidos nos Mercados da Cidade de Montepuez: um Estudo de Caso


do Mercado Central de Montepuez 2020 – 2023

Licenciatura em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Comunitário com Habilitações em Eco


Turismo.

Universidade Rovuma
Cabo Delgado
2023
1

Zacarias Feliciano Mateus


Índic

Gestão de Resíduos Sólidos nos Mercados da Cidade de Montepuez: um Estudo de Caso


do Mercado Central de Montepuez 2020 – 2023

Projecto de pesquisa científica a ser apresentado ao


Departamento de Geociências, no Curso de Licenciatura
em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Comunitário
com Habilitações em Eco Turismo, para elaboração de
Monografia Científica.

Supervisor: dr.Otílio Eduardo Munequele.

_________________________________

Universidade Rovuma
Cabo Delgado
2023
2

e
Introdução...................................................................................................................................4

1. Tema.......................................................................................................................................5

1.1. Delimitação do estudo..........................................................................................................5

1.2. Objecto de estudo.................................................................................................................5

1.3. Linha de pesquisa.................................................................................................................5

1.4. Problematização...................................................................................................................5

1.5. Justificativa..........................................................................................................................6

1.6. Objectivos da pesquisa.........................................................................................................7

1.7. Objetivo Geral:.....................................................................................................................7

1.8. Objetivos Específicos:.........................................................................................................7

1.9. HIPÓTESES........................................................................................................................7

II- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.........................................................................................8

2.1. Conceitos Básicos................................................................................................................8

2.2. Mercado...............................................................................................................................8

2.3 Mercado municipal...............................................................................................................8

2.4. Educação ambiental.............................................................................................................8

2.5. O lixo doméstico..................................................................................................................8

2.6. Definição de lixo e resíduos sólidos....................................................................................9

2.7. Tipos de resíduos sólidos...................................................................................................10

2.8. A gestão de cada tipo de resíduos sólidos..........................................................................11

2.9. Classificação dos resíduos sólidos.....................................................................................14

2.10. Características dos resíduos sólidos.................................................................................15

2.11. Factores que influenciam as características dos resíduos sólidos....................................17

2.12. Como se produz os resíduos sólidos................................................................................19

2.13. Técnicas de colecta de resíduos sólidos...........................................................................19

2.14. Colecta selectiva e reciclagem.........................................................................................20


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2.15. Política Nacional de Resíduos Sólidos............................................................................20

2.16. Responsável dos resíduos sólidos....................................................................................20

2.17. O Papel da comunidade e autoridades municipais na gestão de resíduos sólidos...........21

2.18. Gestão dos Resíduos Sólidos urbanos em Moçambique..................................................22

2.19. Enquadramento legislativo da gestão de resíduos sólidos urbanos em Moçambique.....24

2.20. Decreto no 13/2006, de 15 de Julho, Regulamento sobre a GRU....................................25

2.21. Programas de Educação Ambiental.................................................................................26

2.22. Acondicionamento de resíduo doméstico........................................................................26

2.22. Recipientes de plástico rígido..........................................................................................26

III: PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS DA PESQUISA.............................................27

3.1. Tipo de pesquisa................................................................................................................28

3.2. Método...............................................................................................................................29

3.3. Técnicas de recolha de dados.............................................................................................29

3.4. Universo de Pesquisa.........................................................................................................30

3.5. Procedimento de análise de dados.....................................................................................30

3.6. Cronograma........................................................................................................................31

3.7. Orçamento..........................................................................................................................31

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................32

Apêndices..................................................................................................................................34
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Introdução
O trabalho é intitulado, Gestão de Resíduos Sólidos nos Mercados da Cidade de Montepuez:
um Estudo de Caso do Mercado Central de Montepuez 2020 – 2023. Os mercados
desempenham um papel fundamental na economia local, fornecendo um espaço para a
comercialização de produtos frescos e tradicionais. No entanto, o aumento das atividades
comerciais nesses mercados também resulta em uma geração significativa de resíduos sólidos,
o que pode impactar a sua postura e infraestrutura. Os problemas relacionados com o meio
ambiente não podem ser resolvidos apenas teoricamente, mas sim com a formação de
cidadãos conscientes dos seus direitos e deveres para com o meio. Para a formação de
cidadãos que se preocupem e actuem de maneira significativa perante este dever é necessário
que sejam desenvolvidos trabalhos que contribuam para a percepção do meio, este que é
indispensável ao seu sustento e bem-estar e que inclui o solo, o clima, a água e a gestão de
resíduos sólidos no que se refere à sua selecção e deposição adequada. A percepção do meio
não deve ser apenas física e biológica, pois engloba o meio sociocultural e suas relações com
os modelos de desenvolvimento adoptados, o que é visto, sentido e ouvido, isto é, como o
meio é percebido. a percepção é justamente uma interpretação com o fim de restituir a
realidade objectiva, através da atribuição de significado aos objectos percebidos.

Desta maneira quando se olha, se sente e se ouve algo, atribui-se-lhe um significado, que
depois permanece constante na memória. Muitas vezes, o indivíduo ouve falar sobre o meio
ambiente, pela média impressa ou falada, cujos exemplos referem-se a florestas, animais, rios,
mares, selecção e deposição adequada de resíduos sólidos. Este indivíduo cria um cenário de
significados, e toda vez que ouvir falar em meio ambiente relacionará estes cenários ao meio,
pois esta é a lembrança guardada em seu subconsciente. Assim, o indivíduo está em constante
contacto com o meio, mesmo que não tenha a percepção deste contacto, pois o significado de
meio atribuído se resume em natural, excluindo o social atribuindo-se apenas o papel de
expectador da natureza. As descobertas dos inúmeros danos ambientais resultantes das
práticas inadequadas das disposições dos resíduos têm aumentado o conhecimento e a
preocupação da população do planeta sobre esta questão.

Nesse contexto, este projeto de pesquisa busca analisar a Gestão dos Resíduos Sólidos nos
Mercados da Cidade de Montepuez em particular, visando identificar maneiras de melhorar a
sua postura e sustentabilidade.
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Metodologicamente o presente projecto orienta-se segundo as normas da Universidade


Rovuma que concretamente são baseadas nas normas APA. Estruturalmente, o projecto
contém três partes, introdução, revisão literária, que revitaliza as teorias e conceitos dos
estudos similares realizados anteriormente, por fim consta a metodologia que incluiu
orçamento e o cronograma de actividades que serão desenvolvidas.
1. Tema
Gestão de Resíduos Sólidos nos Mercados da Cidade de Montepuez: um Estudo de Caso do
Mercado Central de Montepuez 2020 – 2023.
1.1. Delimitação do estudo
Delimitação especial: Cidade de Montepuez.
Delimitação temporal: 2020-2023.
1.2. Objecto de estudo
Resíduos Sólidos nos Mercados.
1.3. Linha de pesquisa
Qualidade do Meio Ambiente.
1.4. Problematização

Os primeiros problemas relacionados com os resíduos sólidos surgem com a sedentarização


do homem, quando este começa, descarregar os resíduos solido de forma voluntária e
descontrolada nos locais improprio e terrenos sem ocupação, prejudicando a qualidade do
ambiente e consequentemente a saúde pública. com o desenvolvimento das sociedades,
nasceu a Revolução Industrial no século XVIII, que contribuiu positivamente para o
desenvolvimento económico e industrial, mas em simultâneo aumentou a geração dos
resíduos sólidos, que além de serem produzidos em maiores quantidades, as suas
características diversificaram se e o seu acúmulo em locais inapropriados ofereceram perigos
ao ambiente e especialmente ao nosso meio ambiente.

Neste caso o crescimento na geração de resíduos sólidos e a sua concentração devido a


urbanização diminui a chance de assimilação dos resíduos pelo meio ambiente, sem que haja
alterações na qualidade da água, do solo e do ar, ou seja, do meio físico. A poluição destes
compartimentos ambientais pode atingir níveis de contaminação, afectando o meio antrópico
(Homem) e biológico (fauna e flora).

Os danos ambientais causados pelas catástrofes que ocuparam a mídia, nestes últimos anos,
são insignificantes, quando comparados aos danos cumulativos, na maioria das vezes
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imperceptíveis, provocados pela grande quantidade de poluentes menores depositados ao


meio ambiente de maneira constante e progressiva. Por conseguinte, as características físicas
dos resíduos podem ser associadas a vários impactos negativos no meio físico como a
alteração da paisagem pela poluição visual, a liberação de maus cheiros ou substâncias
químicas volantes pela decomposição dos resíduos sólidos que podem ser dispersos pela
acção do vento.

Diante do descrito acima, a consciência ambiental por parte dos comerciantes dos Mercados
Municipal, concretamente dos munícipes do bairro Cimento, Nihula, Nariom, Mirige Matuto
3, Matunda e mercado Estrela concretamente no Município da cidade de Montepuez, é
importante para gestão dos resíduos sólidos. As mesmas são de tal importância que possibilita
a melhor compreensão da Inter-relação do munícipe e o seu meio ambiente, suas expectativas,
seus anseios, satisfações e insatisfações, julgamentos e condutas adequadas na gestão dos
resíduos sólidos. Uma pesquisa em torno deste assunto possibilitará uma melhor compreensão
dos munícipes sobre a relação das questões relacionadas ao meio ambiente com a gestão dos
resíduos sólidos. Portanto, o estudo busca resposta à seguinte questão: Quais são os
principais desafios enfrentados na gestão dos resíduos sólidos nos mercados e como é
possível melhorar a postura desses mercados por meio de uma gestão mais eficiente e
sustentável?
1.5. Justificativa
A realização desta pesquisa foi motivada por três aspectos fundamentais, nomeadamente:
Primeiro, a necessidade do aprofundamento dos conhecimentos adquiridos durante o processo
de formação do pesquisador nas diversas disciplinas do curso de licenciatura em Gestão
Ambiental e em particular na cadeira de Sistema de Gestão Ambiental na qual foram
abordados vários temas que suscitaram interesse do pesquisador.
Segundo, referente à era em que vivemos (observa-se um enorme desperdício dos resíduos
sólidos em locais inadequados, concretamente nos mercados devido a falta de gestão dos
mesmos), visto que não há distinção entre as necessidades básicas e as controladas. A
publicidade comercial torna o Homem ansioso em buscar sempre o novo e,
consequentemente, a compra do novo abastece o ciclo do consumo que produz altos índices
de objectos irrelevantes ou desnecessários que se transformam imediatamente em resíduos
sólidos. Terceiro, a convicção do pesquisador sobre a falta de uma educação ambiental no
seio dos munícipes nos mercados, neste caso os comerciantes que os possibilite a obtenção do
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conhecimento das questões relacionadas com o meio ambiente e o gerenciamento dos


resíduos sólidos.

1.6. Objectivos da pesquisa


Pretende-se nesta etapa da pesquisa apresentar o que no fundo procura-se alcançar, ou seja, o
escopo da pesquisa, em forma de objectivos que vão se estruturar entre o geral e específicos
para operacionalizar o objectivo geral assim como o objecto da pesquisa.
1.7. Objetivo Geral:

 Analisar a relação de gestão dos resíduos sólidos comerciais e a melhoria da postura


dos mercados municipais da Cidade de Montepuez.
1.8. Objetivos Específicos:

 Investigar o cenário atual da gestão de resíduos sólidos nos mercados municipais,


identificando os principais problemas e desafios enfrentados.

 Avaliar o impacto ambiental causado pelo manejo inadequado dos resíduos sólidos
comerciais nos mercados.

 Identificar boas práticas de gestão de resíduos sólidos em outros mercados ou setores e


verificar sua aplicabilidade nos mercados municipais.

 Propor diretrizes e estratégias para a implementação de um plano de gestão de


resíduos sólidos sustentáveis e eficientes nos mercados municipais.

1.9. HIPÓTESES
De acordo com Vergara (2000:29) hipóteses são a antecipação da resposta ao problema. Desta
questão de partida, foram levantadas as hipóteses seguintes:
H1: A implementação de um plano de gestão de resíduos sólidos eficientes nos meios urbanos
contribuirá para a redução do impacto ambiental gerado pelo manejo dos resíduos
inadequados.
H2: O envolvimento ativo dos comerciantes e frequentadores dos mercados é fundamental
para o sucesso de um programa de gestão de resíduos sólidos.
H3: A adoção de práticas de gestão de resíduos pode trazer benefícios psicológicos para os
mercados municipais, como a redução de custos operacionais e estímulo à economia circular.
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II- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


Nessa seção serão abordados conceitos e categorias teóricas a fim de sustentar e proporcionar
o alcance dos objectivos propostos, possibilitando um aprofundamento das nuances
discutidas, trazendo assim, dentro da perspectiva abordada, pesquisas/estudos relevantes a
respeito do assunto de forma a estabelecer uma discussão das visões encontradas sobre tais
questões.
2.1. Conceitos Básicos
2.2. Mercado
Segundo (Fligstein, 2002) salienta que deve ser entendido como o “local” em que operam as
forças da oferta e demanda, através de vendedores e compradores, de tal forma que ocorra a
transferência de propriedade da mercadoria através de operações de compra e venda. O
mercado é hoje um espaço de realização de operações econômicas de compra e venda que vai
para além dos seus contornos físicos e mesmo temporais.

2.3 Mercado municipal


Para Archela (129-130 s/d, p.), diz que o mercado municipal é analisado aqui como um espaço
público, como um lugar de construção cultural, correlacionado com a construção social do
sentimento de pertencimento comum e “sentido de lugar”.
2.4. Educação ambiental

Segundo Tristão (2011), considera educação ambiental como um campo de conhecimento e


de actividades pedagógicas constituído internacionalmente ao longo das últimas décadas com
objectivo de compreender e oferecer respostas a um conjunto de problemas decorrentes das
relações que envolvem a sociedade, a educação e o meio ambiente.

Por outro lado, Nova (1994), citado por Costa e Gonçalves (2007), define educação ambiental
como um processo permanente no qual os indivíduos e as comunidades adquirem consciência
do seu meio e aprendem os conhecimentos, os valores, as competências, a experiência e
também a determinação que os capacitará para actuar, individual ou colectivamente, na
resolução dos problemas ambientais presentes e futuros, associados a este meio.
2.5. O lixo doméstico
São os resíduos gerados das actividades diárias nas residências e também conhecidos como
resíduos domiciliares. Apresentam em torno de 50% a 60% de composição orgânica (cascas
de frutas, verduras e sobras, etc.), sendo o restante formado por embalagens em geral (jornais
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e revistas, garrafas, latas, vidros, papel higiénico, fraldas descartáveis e uma grande variedade
de outros itens). (Abrelpe, 2010:76).
2.6. Definição de lixo e resíduos sólidos
Entende-se como lixo tudo aquilo que não se quer mais e se deita fora; coisas inúteis, velhas e
sem valor - (Aurélio Buarque, Holanda) ou, "restos das actividades humanas, considerados
pelos produtores como inúteis, indesejáveis ou descartáveis, podendo-se apresentar no estado
sólido, sem-isólido ou líquido, desde que não seja passível de tratamento convencional.

Qualquer substância que não é mais necessária e que tem de ser


descartada. Pode ser qualquer coisa, desde restos de comida até uma
geladeira velha ou um automóvel. Em muitos aspectos o lixo é
semelhante a uma praga ou a uma erva daninha, já que todos os três
podem ser considerados úteis se encontrados em outro lugar e em
outra hora. O lixo de uma pessoa pode ser o alimento de outra pessoa,
assim como o que é erva daninha para um pode ser flor para outro.
(Nascimento, 2004:78).

Normalmente, muitos autores da área não distinguem os termos "lixo" e "resíduos sólidos um
do outro. Todavia, no âmbito desta cadeira, aconselha-se o uso da expressão “resíduo sólido”
em detrimento do "lixo" – e é todo material sólido ou semi-sólido indesejável e que necessita
ser removido por ter sido considerado inútil por quem o descarta, em qualquer lugar ou
recipiente reservado para o efeito.

No entanto, há que distinguir, porém, a relatividade do conceito e a característica de resíduo


sólido (lixo). Pois aquilo que já não tem nenhum valor para quem o descarta, para outro pode
se tornar matéria-prima para um novo produto ou processo. É como se o lixo existisse
somente quando não existe mais alguém para reivindicar uma nova utilização dos elementos
então descartados. É desta feita que a ideia do reaproveitamento do lixo é um convite à
reflexão do próprio conceito clássico de resíduos sólidos.

Segundo o MINISTÉRIO PARA A COORDENAÇÃO DA ACÇÃO AMBIENTAL


(2009:30), “Resíduos sólidos são substâncias ou objectos que se eliminam, que se tem a
intenção de eliminar o que é obrigado por lei a eliminar, também designados por lixo”.

A Gestão de resíduos sólidos pode ser definida como uma disciplina associada ao controlo,
produção, armazenamento, recolha, transferência e transporte, processamento, tratamento e
destino final dos resíduos sólidos, de acordo com os melhores princípios de preservação da
saúde pública, economia, engenharia, conservação dos recursos, estética e outros princípios
ambientais. (Abreu, 2002:212).
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De acordo com Girord (1993) apud Oliveira, (2012:25) o artigo 1 da Lei Francesa nº 75.663
de 17 de Julho de 1975, define resíduos sólidos como “todos resíduos de um processo de
produção, de transformação ou utilização, toda substância, matéria, produto, ou mais
geralmente, todo bem móvel abandonado ou que seu proprietário o destina ao abandono”.
2.7. Tipos de resíduos sólidos
De acordo com a Origem:

 Resíduo Hospitalar ou de Serviços de Saúde: qualquer resto proveniente de


hospitais e serviços de saúde como pronto-socorro, enfermarias, laboratórios de
análises clínicas, farmácias, etc. Geralmente é constituído de seringas, agulhas,
curativos e outros materiais que podem apresentar algum tipo de contaminação por
agentes patogénicos (causadores de doenças); disponível
www.infoescola.com/ecologia/residuos-solidos.com. acesso no 02/11/2017. as 13:23
min.
 Resíduo domiciliar: são aqueles gerados nas residências e sua composição é bastante
variável sendo influenciada por factores como localização geográfica e renda familiar.
Porém, nesse tipo de resíduo podem ser encontrados restos de alimentos, resíduos
sanitários (papel higiénico, por exemplo), papel, plástico, vidro, etc. Atenção: alguns
produtos que utilizamos e descartamos em casa são considerados perigosos e devem
ter uma destinação diferente dos demais, preferencialmente para locais destinados a
resíduos perigosos. Por exemplo: pilhas e baterias, cloro, água sanitária, desentupidor
de pia, limpadores de vidro, fogão e removedor de manchas, aerossóis, medicamentos
vencidos, querosene, solventes.
 Resíduo Agrícola: são aqueles gerados pelas actividades agropecuárias (cultivos,
criações de animais, beneficiamento, processamento). Podem ser compostos por
embalagens de defensivos agrícolas, restos orgânicos (palhas, cascas, estrume, animais
mortos, bagaços, etc.), produtos veterinários.
 Resíduo Comercial: são aqueles produzidos pelo comércio em geral. A maior parte é
constituída por materiais recicláveis como papel e papelão, principalmente de
embalagens, e plásticos, mas também podem conter restos sanitários e orgânicos.
 Resíduo Industrial: são originados dos processos industriais. Possuem composição
bastante diversificada e uma grande quantidade desses rejeitos é considerada perigosa.
Podem ser constituídos por escórias (impurezas resultantes da fundição do ferro),
cinzas, lodos, óleos, plásticos, papel, borrachas. Disponível
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www.infoescola.com/ecologia/residuos-solidos.com. acesso no 02/11/2017. as 13:23


min.
 Entulho: resultante da construção civil e reformas. Quase 100% destes resíduos
podem ser reaproveitados embora isso não ocorra na maioria das situações por falta de
informação. Os entulhos são compostos por: restos de demolição (madeiras, tijolos,
cimento, rebocos, metais, etc.), de obras e solos de escavações diversas.
 Resíduo Público ou de Varrição: é aquele recolhido nas vias públicas, galerias, áreas
de realização de feiras e outros locais públicos. Sua composição é muito variada
dependendo do local e da situação onde é recolhido, mas podem conter: folhas de
árvores, galhos e grama, animais mortos, papel, plástico, restos de alimentos.
 Resíduos Sólidos Urbanos: é o nome usado para denominar o conjunto de todos os
tipos de resíduos gerados nas cidades e colectados pelo serviço municipal (domiciliar,
de varrição, comercial e, em alguns casos, entulhos).
 Resíduos de Portos, Aeroportos e Terminais Rodoviários e Ferroviários: o lixo
colectado nesses locais é tratado como “resíduo séptico”, pois pode conter agentes
causadores de doenças trazidas de outros países. Os resíduos que não apresentam esse
risco de contaminação, podem ser tratados como lixo domiciliar.
 Resíduo de Mineração: podem ser constituídos de solo removido, metais pesados,
restos e lascas de pedras.
De acordo com o TIPO:

 Resíduo Reciclável: papel, plástico, metal, alumínio, vidro, etc.


 Resíduo Não Reciclável ou Rejeito: resíduos que não são recicláveis, ou resíduos
recicláveis contaminados. Disponível www.infoescola.com/ecologia/residuos-
solidos.com. acesso no 20/07/2023. as 13:23 min.
2.8. A gestão de cada tipo de resíduos sólidos
A Gestão e o Gerenciamento de Resíduos Sólidos envolvem todo o sector de Resíduos e deve
ser abordado de uma maneira completa. Em todo o planeta existem diversos tipos de
tratamento de cada um dos mais diferentes tipos de resíduos. Assim como existem muitas
soluções tecnológicas.

O sector de resíduos sólidos define a ordem de prioridade no gerenciamento de resíduos


sólidos da seguinte maneira:

 Não geração;
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 Redução;
 Reutilização;
 Reciclagem;
 Tratamento dos resíduos sólidos e
 Disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.

De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, a implantação da colecta selectiva é


obrigação dos municípios e metas referentes à colecta selectiva fazem parte do conteúdo
mínimo que deve constar nos planos de gestão integrada de resíduos sólidos dos municípios.
Cada tipo de resíduo tem um processo próprio de reciclagem. Na medida em que vários tipos
de resíduos sólidos são misturados, sua reciclagem se torna mais cara ou mesmo inviável, pela
dificuldade de separá-los de acordo com sua constituição ou composição. O processo
industrial de reciclagem de uma lata de alumínio, por exemplo, é diferente da reciclagem de
uma caixa de papelão. (Russo, 2003:67).

A gestão de resíduos sólidos pode ser feita através de:


Aterros sanitários
Aterros sanitários são considerados como uma solução prática, relativamente barata de
disposição final de resíduos urbanos e industriais - inclusive de resíduos que poderiam ser
reciclados. Todavia demandam grandes áreas de terra, onde o lixo é depositado. Após o
esgotamento do aterro, essas áreas podem ser descontaminadas e utilizadas para outras
finalidades. Todavia, se o aterro não for adequadamente impermeabilizado e operado,
constitui-se em factor de poluição ambiental e contaminação do solo, das águas subterrâneas e
do ar.
Lixões

"Lixão", vazadouro ou descarga de resíduos a céu aberto é uma forma inadequada de


disposição final de resíduos sólidos, que se caracteriza pela simples descarga do lixo sobre o
solo, sem medidas de protecção ao meio ambiente ou à saúde pública.

No "lixão" não há nenhum controle quanto aos tipos de resíduos


depositados. Resíduos domiciliares e comerciais de baixa
periculosidade são depositados juntamente com os industriais e
hospitalares, de alto poder poluidor. A presença de catadores, que
geralmente residem no local, e de animais (inclusive a criação de
porcos), os riscos de incêndios causados pelos gases gerados pela
decomposição dos resíduos constituem riscos associados aos lixões.
(Russo, 2003:69).
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Coprocessamento
Coprocessamento é o sistema utilizado com o uso de resíduos industriais e/ou urbanos, no
processo de fabricação do cimento, a fim de gerar energia e/ou recuperação de recursos e
resultar na diminuição do uso de combustíveis fósseis e/ou substituição de matéria-prima.

Incineradores

Incineradores reduzem o lixo a cinzas com redução de volume superior a 90%. Pode ser
utilizado quando se acabaram todas as outras possibilidades de tratamentos a priori, como o
reuso e reciclagem. É o tipo de destinação final mais utilizado nos países Europeus e Japão
com reaproveitamento da energia térmica para geração de energia eléctrica. Podem ser
altamente poluidores, gerando dioxinas e gases de efeito estufa se mal operados ou ainda
pequenos ou nenhum investimento em controle, monitoramento e lavagem dos gases for
realizado.

É um dos métodos mais coretos para destinação final de lixo hospitalar (RSS - Resíduos de
Serviços de Saúde), que podem conter agentes causadores de doenças potencialmente fatais.
No século passado até meados dos anos cinquenta era prática comum, a destruição
descontrolada de resíduos industriais e até a matéria orgânica serem eliminados com uso de
grandes fornos por dissipação atmosférica das chaminés o que gerava emissões gasosas acima
dos limites mundiais.

Compostagem

A compostagem pode ser definida como um processo controlado de decomposição aeróbia e


exotérmica da substância orgânica biodegradável, por meio da acção de microrganismos
autóctones, com liberação de gás carbónico e vapor de água, produzindo, ao final, um produto
estável e rico em matéria orgânica.

A compostagem apresenta muitas vantagens ambientais, podendo-se destacar o aumento da


vida útil do aterro sanitário, a redução na emissão do gás metano e na geração de lixiviado.
Indirectamente, tem-se como benefício, a redução nos custos de implantação e operação de
sistemas para o tratamento do chorume.

É importante ressaltar que essas vantagens somente serão obtidas se


houver um controle adequado do processo. Considerando que o
metabolismo dos microrganismos envolvidos na compostagem é
extremamente sensível às variações de temperatura, nível de oxigénio,
quantidade e qualidade do material compostável, relação C/N, pH e
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disponibilidade de nutrientes, infere-se que esses são os principais


factores que devem ser controlados. (Russo, 2003:70).

É um processo de produção de composto fertilizante, através da decomposição natural em


presença de oxigénio e com o auxílio de microrganismos da matéria orgânica. A utilização
das lamas na agricultura é uma das alternativas que se pode utilizar pois promove a sua
valorização e é um nutriente natural para os solos. Sabendo desde já que a aplicação de lamas
nos solos exige muitos cuidados de higienização e cumprimento de legislação específica, o
que eleva os custos das empresas produtoras deste resíduo. Neste sentido pondera-se a
solução de enviar estes resíduos de lamas de algodão para operadores de resíduos licenciados.
2.9. Classificação dos resíduos sólidos
Ainda de acordo com a norma NBR 10.004/2004, os resíduos são classificados como:
1. Resíduos Classe I – Perigosos: “aqueles que apresentam periculosidade ou
características como inflamabilidade, corrosividade, reactividade, toxicidade,
patogenicidade”. Pode-se citar como tintas, solventes, lâmpadas fluorescentes, pilhas
como alguns exemplos para este tipo de resíduo
2. Resíduos Classe II – Não perigosos: estes resíduos podem ser divididos em duas
outras classes:
 Resíduos classe II A – Não inertes: “são aqueles resíduos que não são enquadrados nem
como resíduos perigosos (Classe I) e nem como resíduos inertes (Classe II B), podendo
apresentar propriedades como biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em
água”. Pode-se citar como exemplos: matérias orgânicas, papéis, lodos, entre outros.
 Resíduos classe II B – Inertes: “são resíduos que se amostrados de forma representativa
através da NBR 10.007 (Estabelece o procedimento para obtenção de extracto
solubilizado de resíduos sólidos) e submetidos a um contacto dinâmico e estático com
água destilada ou desionizada, á temperatura ambiente, de acordo com a NBR 10.006
(Estabelece o procedimento para obtenção de extracto solubilizado de resíduos sólidos),
não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos
padrões de potabilidade de água, exceptuando-se o aspecto cor, turbidez, dureza e sabor”.
Como exemplos citam-se: entulhos, materiais e construção e tijolos. (Zyger, 2005:98).
Apesar de os resíduos de construção civil serem considerados como resíduos inertes (Classe II
B), possuem resoluções específicas, Resolução CONAMA n.º 307/2002 (Estabelece
directrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil) e
Resolução CONAMA n.º 348/2004 (inclui o amianto na lista de resíduos perigosos),
possuindo a seguinte classificação:
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 Classe A: “resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados. São aqueles


provenientes de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação ou
edificações como também daqueles provenientes da fabricação ou demolição de peças
pré-moldadas em concreto”. Ex: resíduos de alvenaria, resíduos de concreto, resíduos de
peças cerâmicas, pedras, restos de argamassa, solam escavados, entre outros. (GRIPPI,
2001:76).
 Classe B: “são os resíduos recicláveis para outras destinações”. Ex: plásticos
(embalagens, PVC de instalações), papéis e papelões (embalagens de argamassa,
embalagens em geral, documentos), metais (perfis metálicos, tubos de ferro galvanizado,
marmitex de alumínio, aço, esquadrias de alumínio, grades de ferro e resíduos de ferro em
geral, fios de cobre, latas), madeiras (forma) e vidro”.
 Classe C: “são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou
aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação”. Ex:
Gesso, estopas, isopor, lixas, mantas asfáltica, massas de vidro, sacos de cimento e tubos
de poliuretano.
 Classe D: “são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção ou demolições”.
Ex: tintas, solventes, óleos, resíduos de clínicas radiológicas, latas e sobras de aditivos e
desmoldantes, telhas e outros materiais de amianto, tintas e sobras de material de pintura.
(Zyger, 2005:123).
2.10. Características dos resíduos sólidos
As características do lixo variam em função de aspectos sociais, económicos, culturais,
geográficos e climáticos, ou seja, os mesmos factores que também diferenciam as
comunidades entre si e as próprias cidades.

Características Físicas

Os resíduos sólidos podem ser classificados, em termos físicos Produção per capita -
Relaciona a quantidade de resíduos urbanos produzidos/dia e o número de habitantes de
determinada região.

Um erro muito comum cometido por alguns técnicos de gestão de resíduos sólidos é
correlacionar a produção per capita somente ao lixo domiciliar (doméstico + comercial), em
vez de correlacioná-la aos resíduos urbanos (domiciliar + público + lixo de construção civil e,
até incluir os resíduos de serviços de saúde).
16

Composição gravimétrica - Traduz a percentagem de cada componente em relação ao peso


total da amostra de lixo analisada. Os componentes mais utilizados na determinação da
composição gravimétrica dos resíduos sólidos urbanos.

Peso específico aparente - É o peso do lixo solto em função do volume ocupado livremente,
sem qualquer compactação, expressa-se em kg/m3.

A sua determinação é fundamental para definir as dimensões dos equipamentos e de


instalações necessárias. Na ausência de dados mais precisos, podem-se utilizar os valores de
230kg/m3 para o peso específico do lixo domiciliar; 280kg/m3 para o peso específico dos
resíduos de serviços de saúde e de 1.300kg/m3 para o peso específico de resíduos da
construção civil.

Teor de humidade - Representa a quantidade de água presente no lixo, medida em


percentagem, em função do seu peso. Este parâmetro se altera significativamente em função
das estações do ano e da incidência de chuvas, podendo ser estimado um teor de humidade
que varia entre 40 a 60%. (ZYGER, 2005:128).

Compressividade – Compressividade é o grau de compactação ou de redução do volume que


uma massa de lixo pode sofrer quando comprimida. Submetido a uma pressão de 4kg/cm², um
volume do lixo pode se reduzir de (1/3) para (1/4) do volume original. A massa de lixo tende
a se expandir quando é aliviada da pressão, sem, no entanto, voltar ao volume inicial. A esse
fenómeno dá-se o nome de empolação e deve ser considerado na gestão de aterro.

Características Químicas

Quimicamente os resíduos sólidos podem ser classificados em:

Poder calorífico – Indica a capacidade potencial de um material desprender determinada


quantidade de calor quando submetido à queima. O poder calorífico médio de o lixo
domiciliar se situa na faixa de 5.000 Kcal/kg.

Potencial hidrogeniónico (pH) – indica o teor de acidez ou alcalinidade dos resíduos. Em


geral, situa-se ente 5 a 7.

Composição químico – Consiste na determinação dos teores de cinzas, matéria orgânica,


carbono, nitrogénio, potássio, cálcio, fósforo, resíduo mineral total, resíduo mineral solúvel e
gorduras.
17

Relação carbono/nitrogénio (C: N) - Esta razão indica o grau de decomposição da matéria


orgânica do lixo nos processos de tratamento/disposição final.

Características Biológicas

As características biológicas dos Resíduos Sólidos são determinadas pela população


microbiana e dos agentes patogénicos presentes no lixo. São estes agentes de putrificação que
determinam a escolha do método adequado para o tratamento e disposição final dos Resíduos
Sólidos. Com base nas características biológicas dos resíduos, estão actualmente em
investigação, processos de disposição final e de recuperação de áreas degradadas.

O conhecimento das características biológicas dos resíduos é muito utilizado no


desenvolvimento de inibidores de cheiro e de retardadores/aceleradores da decomposição da
matéria orgânica. Os inibidores de cheiro podem ser aplicados no interior de veículos de
recolha, para evitar ou minimizar o mau cheiro ao longo do percurso dos veículos.

2.11. Factores que influenciam as características dos resíduos sólidos

As características dos resíduos, principalmente as características físicas, são muito


influenciados por factores sazonais, como por exemplo:

 Na época chuvosa, o teor de humidade no lixo aumenta, e;


 Nas quadras festivas (Natal e Ano Novo,) há um aumento da percentagem de alumínio
(latas de cerveja e de refrigerantes); e no verão também.
De seguida apresentam-se alguns factores e as alterações que provocam nas características
físicas dos resíduos sólidos.

Factores climáticos

 Chuvas
 Outono
 Verão
 Primavera
Influenciam as características físicas dos resíduos sólidos, em:
 Aumento do teor de humidade
 Aumento do teor de folhas
 Aumento do teor de embalagens de bebidas (latas, vidros e plásticos rígidos)
18

Épocas do ano especiais:


-Natal/Ano Novo/Páscoa;
-Férias escolares
 Aumento de embalagens (papel/papelão, plásticos maleáveis e metais)
 Aumento de matéria orgânica
 Esvaziamento de áreas das "cidades académicas"
 Aumento populacional em locais turísticos.
Demográficos

População urbana
 Quanto maior a população urbana, maior é a produção per capita
Os resíduos são um produto natural da actividade dos seres vivos, mas o lixo surgiu com o
Homem, a partir do momento em que adoptou determinado modo de vida. Nas civilizações
primitivas o Homem actuava como colector ou caçador, a quantidade de resíduos produzida
era reduzida e pela sua natureza eram facilmente assimilados pelo meio, sem causar
desequilíbrios sensíveis. Entretanto, a situação mudou a partir do momento em que o Homem
se estabelece em comunidades fixas, incrementa o uso dos recursos naturais, causando
desequilíbrios nos ciclos naturais de energia e matéria e começa a produzir resíduos em
quantidades superiores à capacidade de assimilação do meio.

O processo de evolução social do Homem conduziu à melhoria das condições de vida,


traduzidas em melhor saúde e maior duração do tempo médio de vida.

Entretanto, o progresso social alcançado, essencialmente pelas


sociedades ocidentais, teve como reverso da moeda o sacrifício do
meio ambiente. Vivendo em comunidades com necessidades
energéticas cada vez maiores e estruturadas numa lógica de geração de
riqueza com base no consumo, as sociedades actuais geram resíduos
em quantidades tais que em certas situações são evidentes os sinais de
ruptura do equilíbrio entre o ambiente e as actividades humanas. A
gestão dos resíduos sólidos é um dos maiores desafios do nosso
tempo. (Zyger, 2005:67).

Os resíduos sólidos são partes de resíduos que são gerados após a produção, utilização ou
transformação de bens de consumos (exemplos: computadores, automóveis, televisores,
aparelhos celulares, electrodomésticos.
______________________________________
Fonte. Disponível em www.suapesquisa.com/o_que_e/residuos_solidos.htm. acesso no
10/05/2017. As 06:43 min
19

2.12. Como se produz os resíduos sólidos

A cultura de um povo ou comunidade caracteriza a forma de uso do ambiente, os costumes e


os hábitos de consumo de produtos industrializados.

No ambiente urbano tais costumes e hábitos implicam na produção agravada


de lixo e a forma com que esses resíduos são tratados ou dispostos no
ambiente, gerando intensas agressões aos fragmentos do contexto urbano,
além de afectar regiões não urbanas. O consumo quotidiano de produtos
industrializados é responsável pela contínua produção de lixo. A produção
de lixo nas cidades é de tal intensidade que não é possível conceber uma
cidade sem considerar a problemática gerada pelos resíduos sólidos, desde a
etapa da geração até a disposição final. (Grippi, 2001:89).

Grande parte destes resíduos é produzida nos grandes centros urbanos. São originários,
principalmente, de residências, escolas, indústrias e construção civil. Os lixos domésticos, são
gerados nas residências tais como alimentos, produtos deteriorados, jornais e revistas,
garrafas, embalagens em geral, papel higiénico, fraldas descartáveis e uma grande diversidade
de outros itens. Contém, ainda, alguns resíduos que podem ser tóxicos.

2.13. Técnicas de colecta de resíduos sólidos


A crescente urbanização e industrialização das sociedades modernas tem originado uma
produção exponencial de resíduos sólidos, problema que urge encarar com frontalidade no
sentido de se encontrarem as melhores soluções técnicas para o minimizar.

 Redução e Reutilização de resíduos; Reciclagem; Compostagem; Incineração; Aterro


energético; Aterro de rejeitos; Programas de Educação Ambiental; Programas de
Participação Comunitária. (Ibid., P.67).

Deve ser fomentada e incentivada ao mais alto nível, pois muitos dos produtos residuais da
actividade de certas indústrias, estabelecimentos comerciais e das residências, podem ser
reutilizadas, recuperados ou usados como matéria-prima para outras indústrias. Compostagem
é um processo de reciclagem onde há degradação biológica aeróbia ou anaeróbia de resíduos
orgânicos de modo a proceder à sua estabilização, produzindo uma substância húmida,
utilizável em algumas circunstâncias como condicionador do solo. É um processo eficaz de
reciclagem da fracção putrescível dos resíduos sólidos urbanos.
20

2.14. Colecta selectiva e reciclagem


Muitos destes resíduos sólidos são compostos de materiais recicláveis e podem retornar a
cadeia de produção, gerando renda para trabalhadores e lucro para empresas. Para que isto
ocorra, é necessário que haja nas cidades um bom sistema de colecta selectiva e reciclagem de
lixo. Cidades que não praticam este tipo de processo, jogando todo tipo de resíduo sólido em
aterros sanitários, acabam poluindo o meio ambiente. Isto ocorre, pois muitos resíduos sólidos
levam décadas ou até séculos para serem decompostos. Disponível em
www.suapesquisa.com/o_que_e/residuos_solidos.htm. acesso no 10/05/2017. As 06:43 min.

A reciclagem é o processo de reaproveitamento de resíduos sólidos orgânicos e inorgânicos. É


considerado o melhor método de destinação do lixo, em relação ao meio ambiente, uma vez
que diminui a quantidade de resíduos enviados a aterros sanitários, e reduz a necessidade de
extracção de matéria-prima directamente da natureza.

2.15. Política Nacional de Resíduos Sólidos

A Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é bastante
actual e contém instrumentos importantes para permitir o avanço necessário ao País no
enfrentamento dos principais problemas ambientais, sociais e económicos decorrentes do
manejo inadequado dos resíduos sólidos. Disponível em
www.suapesquisa.com/oque/residuos_solidos.htm. acesso no 10/05/2017. As 16:43 min

Prevê a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo como proposta a prática de


hábitos de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos para propiciar o aumento da
reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos (aquilo que tem valor económico e pode ser
reciclado ou reaproveitado) e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos (aquilo que
não pode ser reciclado ou reutilizado).
2.16. Responsável dos resíduos sólidos

A responsabilidade pela colecta e destinação do lixo gerado pode variar de Estado para Estado
e de município para município de acordo com a legislação local, mas geralmente se distribui
da seguinte forma:

 Municípios: são responsáveis pela colecta e destinação dos resíduos domiciliares,


comerciais e públicos;
21

 Gerador: os resíduos de serviços de saúde, industrial, de portos, aeroportos e


terminais ferroviários e rodoviários, agrícolas e entulhos, são de responsabilidade de
quem os gerou. Disponível em www.infoescola.com/ecologia/residuos-solidos.com.
acesso no 02/11/2017. as 13:23 min.

2.17. O Papel da comunidade e autoridades municipais na gestão de resíduos sólidos


A participação comunitária é imprescindível para que haja sucesso nos programas de
separação na fonte e reciclagem. Deverá ser criada animação nos bairros e freguesias,
interessando todas as pessoas a aderir, mostrando os benefícios económicos e ambientais
deste comportamento. O produto da venda dos materiais triados pela comunidade, devem ser
aplicados nessa mesma comunidade. (Russo, 2003:16).

Por tanto lixo deve ser tratado como algo que tem um valor económico no seio da
comunidade fazendo a reciclagem do material que pode ser usado para outros fins e a
comunidade é indispensável nesse processo. Os municípios são responsáveis directos pelos
serviços de limpeza pública, colecta, transporte e disposição final dos resíduos sólidos
urbanos, pois são serviços públicos locais cujos interesses prevalecem sobre os da União ou
dos Estados.

Então, os municípios devem estar comprometidos, por força da lei, a


legislar e executar os serviços de gestão dos resíduos sólidos,
realizando actividades de saneamento baseadas no ordenamento
territorial, ainda que com a cooperação técnica e financeira da União
e do Estado. São as prefeituras que têm a competência de estabelecer
o uso do solo em seus espaços territoriais, concedendo licenças e
alvarás assim como se responsabilizar pela limpeza pública. Cabe ao
município, portanto, o papel central na gestão dos resíduos sólidos,
incluindo desde a colecta, transporte até o destino final. (Rezende,
2006:123).

Outro projecto muito importante para a prefeitura é o de tratamento de resíduos sólidos. Ainda
o município tem o papel da componente da valorização dos próprios resíduos no que diz
respeito a reciclagem e reaproveitamento e promover a educação ambiental de forma que este
sistema seja um sistema sustentável.
22

Tabela 1: O lixo e as doenças


Vetores Formas de transmissão Enfermidades
Rato e pulga Mordida, urina, fezes e picada.
Leptospirose Peste Bubônica
Tifo Murino
Mosca Asas, patas, corpo, fezes e Febre Tifóide Cólera
saliva. Amebíase
Giardíase
Ascaridíase
Mosquito Picada Malária
Febre-amarela
Dengue
Leishmaniose.
Barata Asas, patas, corpo e fezes Febre Tifóide
Cólera
Giardíase
Gado e Porco Ingestão de carne contaminada Teníase
Cisticercose
Cão e Gato Urina e fezes Toxoplasmose
Fonte: (Manual de Saneamento – Funasa/MS – 1999:123).
2.18. Gestão dos Resíduos Sólidos urbanos em Moçambique
A gestão de resíduos sólidos urbanos deve ser integrada, ou seja, deve englobar etapas
articuladas entre si, desde a não geração até a disposição final, com as actividades
compatíveis com as dos demais sistemas do saneamento ambiental, sendo essencial a
participação activa e cooperativa dos sectores público, privado e população em geral.
Ademais, a gestão deve conferir uma sustentabilidade ao sistema, isto é, ser apropriada às
condições locais, viável numa perspectiva técnica, ambiental, social, económica, financeira,
institucional, política e podendo-se manter no tempo sem esgotar os recursos dos quais o
sistema depende. Disponível em www.cumbihelder.blogspot.com/2014/02/gestao-dos-
residuos-so.com. acesso no 03/11/2017. as 13:21 min.

Para responder o anseio da gestão de resíduos é importante a


elaboração de Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos
(PGIRSU) com base nas informações gerais sobre o município e
diagnóstico da situação actual dos serviços do sistema de limpeza
urbana. Na elaboração deste plano, procura-se, entre outros aspectos,
desenvolver um planeamento de médio e longo prazos, visando
optimizar acções gerais e específicas das diversas actividades
associadas à Gestão dos Resíduos Sólidos (GRS), bem como agregar
modelos funcionais para as diferentes fases do sistema, incluindo
colecta, transporte, tratamento e destino dos resíduos que reduzam os
impactos ambientais e optimizem o investimento e custos
operacionais. Tchobanoglous et al. (1993).

Contudo, os municípios com maior produção de resíduos sólidos por dia, como o de Maputo,
justificado pela concentração de diversas actividades potencialmente produtoras de resíduos, a
23

falta de um PGIRSU operativo e outros factores, exorta-se que estratégias e acções em vigor
sejam melhoradas ou substituídas por outras que respondam de forma eficaz e eficiente à
dinâmica actual. Disponível em www.cumbihelder.blogspot.com/2014/02/gestao-dos-
residuos-so.com. acesso no 03/11/2017. as 13:21 min.

No que tange a disposição final dos resíduos sólidos, os municípios moçambicanos devido ao
défice financeiro e outras adversidades, concorrem para falta de Aterros Sanitários, sendo
utilizadas lixeiras a céu aberto para o efeito, apesar de esta medida ser actualmente
desaconselhada olhando para as premissas ambientais. Noutra vertente, a incineração que é
outro método de disposição final, aplicada a certos resíduos que não podem ser reciclados,
reutilizados ou depositados com segurança em aterros. Contudo, vários países em
desenvolvimento como Moçambique, geralmente, este processo resume-se apenas na queima
dos resíduos sem controle dos gases gerados durante o processo, isto é, sem garantir a emissão
de gases que atendam os limites máximos de emissões preconizados na legislação ambiental
em vigor.

No entanto, há necessidade de valorizar os resíduos sólidos, isto é, enfatizar-se a baixa


geração, a reutilização e a reciclagem. Reconhece-se que a baixa geração é uma medida de
difícil alcance para realidade dos países em desenvolvimento, pois depende da consciência e
grau de instrução de cada cidadão, mas acredita-se que com acções de educação ambiental,
possa-se inverter o actual cenário. A despeito disto, destacam-se iniciativas de louvar como,
“Limpa Moçambique” que através da rede social facebook vai mobilizando e sensibilizando a
população moçambicana sobre a problemática dos resíduos sólidos, com destaque para as
praias do país.

Finalmente, a reutilização e reciclagem mostram-se importantes,


olhando para a maior percentagem dos resíduos sólidos que convivem
com os citadinos de Maputo e de outras cidades da apelidada “Pérola
do Índico”. Porque a maioria desses resíduos apresenta potencialidade
para a reutilização e a reciclagem. Por outro lado, essas técnicas
podem contribuir consideravelmente para a redução da quantidade de
resíduo que fosse directamente para o destino final caso não passasse
destes processos e consequentemente culminar com a redução da vida
útil do aterro. Jardim et al. (1995).

No que concerne ao processo de incineração, por envolver custos de implementação elevados


quando comparado ao aterro sanitário, olhando para a situação actual de Moçambique pode
ser inviável o uso de incineradoras que operem a curto prazo ao nível municipal. Não obstante
que a médio ou longo prazos conste nos planos da gestão dos resíduos sólidos, justificando-se
24

a necessidade de cooperação entre várias entidades com principal enfoque às multinacionais


presentes no país com intuito de transpor a questão financeira.

Os distritos e municípios de pequeno porte que na sua maioria apresentam menor quantidade
de resíduos sólidos produzidos em comparação as cidades e os municípios de grande
porte, devem ser equacionadas acções com vista a inverter a actual situação e adequar o
sistema de gestão de acordo com os desafios emergentes. Disponível em
www.cumbihelder.blogspot.com/2014/02/gestao-dos-residuos-so.com. acesso no 03/11/2017.
as 13:21 min.

Em Moçambique, todos os municípios destinam seus resíduos sólidos à disposição a céu


aberto, nas denominadas lixeiras ou lixão. Nenhum município do país ainda resolveu
satisfatoriamente o gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos e o modelo tradicional de
gestão apresenta uma série de problemas, sem trazer soluções.

2.19. Enquadramento legislativo da gestão de resíduos sólidos urbanos em Moçambique

Nesta secção é apresentada a legislação moçambicana aplicável a resíduos sólidos urbanos


desde os comandos institucionais, regulamentos e posturas municipais. Um maior destaque é
dado ao Decreto n.º 13/2006, de 15 de Junho de 2006, Regulamento sobre Gestão de Resíduos
Sólidos, por ser o instrumento que aborda com mais detalhe o tema dos resíduos sólidos.
Entretanto, há outros instrumentos legais e normativos que guardam relações com o tema
resíduo sólido, os quais, em conjunto, vêm preenchendo a lacuna causada pela inexistência de
uma política mais abrangente de resíduos sólidos urbanos. Destacam-se:

 Lei n.º 2/97, de 18 de Fevereiro de 1997, Lei das Autarquias Locais;


 Lei n.º 11/97, de 31 de Maio de 1997, Lei das Finanças e Património das autarquias
locais;
 Decreto n.º 8/2003, de 18 de Fevereiro de 2003, Regulamento sobre a Gestão de Lixos
Biomédicos;
 Decreto n.º 45/2004, Regulamento sobre o Processo de Avaliação de Impacto
Ambiental;
 Decreto n.º 11/2006, de 15 de Junho de 2006, Regulamento sobre Inspecção
Ambiental;
 Decreto n.º 13 /2006, de 15 de Junho de 2006, Regulamento sobre a Gestão de
Resíduos Sólidos;
25

 Resolução n.º 86/AM/2008, de 22 de Maio de 2006, Postura de Limpeza de Resíduos


Sólidos Urbanos no Município de Maputo; e Plano Director da Gestão de Resíduos
Sólidos do Município de Maputo.
O país carece de uma política nacional de resíduos sólidos que contemple de forma ampla as
diversas questões que envolvem o gerenciamento destes resíduos.

Entretanto, é importante salientar a criação do Ministério para Coordenação da Acção


Ambiental (MICOA), como órgão consultivo e deliberativo responsável por assessorar e
propor ao Conselho de Governo, directrizes de políticas governamentais para o meio ambiente
e para os recursos naturais. Há, ainda, na legislação, instrumentos jurídicos para auxiliar os
municípios na gestão dos resíduos sólidos: o Plano Director de Resíduos Sólidos; a Lei de
Uso e Ocupação do Solo; Código de Postura de Limpeza, entre outras disposições.

2.20. Decreto no 13/2006, de 15 de Julho, Regulamento sobre a GRU

Havendo necessidade de se definir o quadro legal moçambicano para se processar a gestão de


resíduos resultantes das actividades humanas, foi aprovado, a 15 de Julho de 2006, o Decreto
n.º 13/2006, Regulamento sobre a Gestão de Resíduos.

Ficou como competência do MICOA aprovar as normas que se


mostrem necessárias para assegurar a aplicação do regulamento. O
regulamento sobre resíduos sólidos é uma ferramenta legal
indispensável para se promover uma adequada gestão dos resíduos no
país. Trata o regulamento de estabelecer as directrizes mínimas para
que se equacione um dos mais graves problemas ambientais urbanos
em Moçambique. As deficiências ainda são enormes e o caminho para
que se chegue a condições ambientalmente sustentáveis, socialmente
justas e economicamente viáveis em relação aos resíduos sólidos ainda
é bastante longo. MICOA (2006).

O decreto institui a regulamentação sobre a gestão de resíduos sólidos em nível nacional,


dispondo sobre seus princípios, objectivos e instrumentos, bem como sobre as directrizes
relativas à gestão integrada, ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às
responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos económicos
aplicáveis. Estão sujeitas, à observância desta lei, as pessoas físicas, ou jurídicas, de direito
público ou privado, responsáveis, directa ou indirectamente, pela geração de resíduos sólidos
e as que desenvolvam acções relacionadas à gestão integrada, ou ao gerenciamento de
resíduos sólidos.
26

2.21. Programas de Educação Ambiental

A educação ambiental é indispensável para se conseguir alcançar resultados positivos nesta


área.

A tarefa é gigantesca e só com a participação de todos será possível


mudar mentalidades arreigadas a décadas de costas voltadas para o
ambiente e uma cultura conservadora, pelo menos neste domínio.
Deve chamar-se a colaborar em campanhas ambientais na área da
reciclagem dos resíduos, não só as populações através das escolas,
centros cívicos, associações de bairro, mas também as empresas e
organismos estatais ou locais, com ênfase na separação dos materiais
como por exemplo: papel, papelão, plásticos, vidro, metais e óleos
usados. (russo, 2003:17).

Por tanto, nas casas, escolas, uniões de bairro, centros cívicos, organismos estatais ou locais e
as empresas tem sido sítios onde pode se ensinar a comunidade a colaborar em campanhas
ambientais na área da reciclagem dos resíduos.

2.22. Acondicionamento de resíduo doméstico

Para o acondicionamento dos resíduos domiciliares podem ser utilizados sacos de plástico,
recipientes de plásticos rígidos e contentores metálicos.

Sacos de plástico

Os sacos de plástico apresentam um conjunto de características que fazem deles recipientes


adequados para o condicionamento do lixo domiciliar, de entre as quais destacamos:

 São facilmente amarrados nas "bocas", garantindo o seu fecho;


 São leves, sem retorno e permitem uma recolha rápida e asseada quando utilizados
convenientemente;
 Os especificamente produzidos para o acondicionamento do lixo têm preço acessível,
o que permite a sua aquisição por famílias de rendimento médio a alto.
A população pobre pode utilizar os sacos plásticos fornecidos gratuitamente
nos supermercados, para embalar as compras, não constituindo assim um
custo adicional para a população de baixa renda. Os sacos de plástico são
utilizados no condicionamento do lixo doméstico, do lixo institucional, do
lixo urbano e do lixo dos serviços de saúde, existindo normas que
especificam as características dos sacos que devem ser utilizados.
(Oliveira, 2012:90).
2.22. Recipientes de plástico rígido
São recipientes com tampa, fabricados em polietileno de alta densidade, com capacidades de
120,240 e 360 litros (contentores de duas rodas) e 760 e 1.100 litros (contentores de quatro
27

rodas), construídos em material reciclado e componentes que previnem a acção dos raios
ultravioleta. Destinam-se à recolha, acondicionamento e transporte de lixo domiciliar urbano e
público. Podem ser utilizados também como carrinho para colecta de resíduos públicos e
conduzidos pelos varredores/trabalhadores nos espaços públicos. (Ibid., P. 92).

Contentores metálicos

São recipientes providos normalmente de quatro rodas, com capacidade variando de 750 a
1.500 litros, que podem ser basculados por caminhões compactadores. Os resíduos segregados
devem ser prioritariamente acondicionados para o armazenamento temporário até o
tratamento, transporte ou disposição final. O acondicionamento, como definido pela
Associação Brasileira de Norma e Técnicas -ABNT, na NBR-12807, é o ato do embalar os
resíduos de serviço de saúde-RSS, em recipientes, para protegê-los de risco e facilitar o seu
transporte, devendo ser executado no momento da sua geração, no seu local de origem ou
próximo, e com a correcta identificação.

Todos os resíduos biológicos devem ser acondicionados de forma a


prevenir e proteger a sua liberação durante as etapas subsequentes do
gerenciamento até a deposição final, sendo devidamente identificados
com o símbolo de resíduo infectante. A triagem preliminar dos
diferentes tipos de resíduos biológicos gerados permite definir o
tratamento a ser realizado e, consequentemente, o modo como devem
ser acondicionados. (Oliveira, 2012:32).

O uso de saco plástico branco identificado com o símbolo de resíduo infectante, além de
exigência legal, é recomendado por ser prático, eficiente, reduzir a exposição do manipulador
no contacto directo com os resíduos, bem como melhorar as condições de higiene e descarte.
Para o seu fechamento, é necessário retirar o excesso de ar, cuidado para não inalá-lo, torcer e
amarrar sua abertura com arame, nó ou barbante. Os resíduos biológicos altamente
infectantes, culturas líquidas e vacinas atenuadas ou não devem ser autoclavados.
28

III: PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS DA PESQUISA

Uma pesquisa científica deve com toda naturalidade subornar-se a metodologias que de certa
forma vão guiar o estudo ou a pesquisa. Nesta óptica, nas linhas subsequentes far-se-á a
descrição daquilo que será os tipos de pesquisa, métodos de pesquisa, instrumentos técnicos
para a colecta de dados, universo e participantes da pesquisa.
3.1. Tipo de pesquisa
a) Quanto aos objectivos
Quanto aos objectivos a pesquisa é explicativa, pois, o seu estudo tem como objectivo
compreender as formas de aplicação da Educação Ambiental, para a melhoria das condições
de saneamento do meio nos Mercados da Cidade de Montepuez.

b) Quanto à abordagem

Quanto a abordagem é qualitativa porque permitiu explicar de que forma a educação


ambiental contribuirá para a melhoria das condições de saneamento do meio nos Mercados da
Cidade de Montepuez.

c) Quanto à natureza

A pesquisa é básica, pois, tem como objectivo gerar conhecimentos para a aplicação prática
dirigidos à solução do problema relacionados com o saneamento ambiental, neste caso nos
mercados da Cidade de Montepuez.

Segundo Gil (1991) objectiva produzir conhecimentos novos, úteis para o avanço da ciência
sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais. Assim, o
pesquisador busca satisfazer uma necessidade intelectual pelo conhecimento e sua meta é o
saber, (Cervo e Bervian, 2002)1.

Assim sendo, nesta pesquisa o foco é de trazer conhecimentos sobre como o saneamento do
meio pode contribuir na gestão dos resíduos sólidos nos Mercados Municipais da Cidade de
Montepuez, embora aplicação prática não foi imediatamente prevista, contudo envolve
verdades e interesses universais.

1
CERVO, Amado L.; Bervian, Pedro A. , (2002.). Metodologia científica. 5. ed. São Paulo:Prentice Hall.
29

3.2. Método

Método é o conjunto das normas básicas que devem ser seguidas para a produção de
conhecimentos que têm o rigor da ciência, ou seja, é um método usado para a pesquisa e
comprovação de um determinado conteúdo.

Os métodos podem ser subdivididos em métodos de abordagem e métodos de procedimentos.


a) Método de abordagem

O método de abordagem foi indutivo. Pois, este método permite uma observação directa dos
problemas e mais tarde relacionar com os factores locais.
b) Método de procedimento
O método de procedimento será estudo de campo, pois, este método consiste em aprofundar o
problema relacionado com o saneamento ambiental na área de estudo recorrendo à observação
directa das actividades dos vendedores do mercado central. Serão elaborados guiões de
entrevistas e questionários para colher as explicações e interpretações acerca deste caso pelo
que, pesquisador também recolheu algumas informações de autores ligados ao tema neste
caso por meio de obras, fontes de artigos da internet.

3.3. Técnicas de recolha de dados

Entrevista – esta técnica será dirigida ao vereador do meio ambiente do conselho Municipal
de Montepuez e ao chefe do mercado central, com o objectivo de perceber melhor como
funciona o sector da vereação e o mercado municipal, entender se neste sector existe ou não
um programa com vista a minimização dos problemas ambiental.
Na entrevista semi-estruturada o entrevistador adapta uma atitude
mais flexível na condução da entrevista e o seu grau de envolvimento
na interacção com o entrevistado aumenta. Predominam neste tipo de
entrevista, perguntas que estimulam o entrevistado a apresentar o seu
ponto de vista, exprimindo a sua opinião ou justificar o seu
comportamento, Lakatos & Marconi, 2009).

Questionário – com esta técnica ira ser dirigida aos vendedores, para perceber a partir destes
o que o deveria ser feito para o melhoramento de saneamento.
Observação directa- será utilizada esta técnica para obtenção de determinados aspectos da
realidade sobre as actividades realizada. De salientar que esta técnica não consiste
exclusivamente em ver e ouvir, mas também em examinar os factos ou fenómenos que se
deseja estudar.
30

3.4. Universo de Pesquisa


Universo de pesquisa significa o conjunto, totalizados de elementos que possuem
determinadas características definidas para um estudo, (Gil, 1991).
O universo ou a população será de Duzentos (200) intervenientes a ser estudada desde as
estruturas do mercado, vendedores do mercado e os compradores.

Amostra

De acordo com Richardson, (1999:158), Amostra é qualquer


subconjunto da população. Neste estudo, foi usado a amostragem
aleatória estratificada, na qual os vendedores, os compradores e os
dirigentes dos mercados da Cidade de Montepuez foram considerados
de estratos por serem homogéneas. Este tipo de amostra é utilizado
quando a população inteira é reconhecida por certas características
precisas, tais como a idade, o sexo, a incidência de uma condição de
saúde, tudo isto para assegurar a melhor representatividade possível.

Desta feita, o universo deste estudo envolverá uma população estimada em 200 pessoas.
A amostra que constitui a pesquisa será de trinta e dois (32) elementos, onde um (01) é o
Vereador do meio ambiente, um (01) chefe do mercado, Vinte (20) são vendedores, e dez (10)
serão os compradores dos mercados da Cidade de Montepuez.

Tabela 2: Ilustração da amostra

Componentes da Amostra Nº dos Seleccionados Instrumentos


Vereador 01 Entrevista
Chefe do mercado 01 Entrevista
Vendedores 20 Questionário

Compradores 10 Questionário

Fonte: adaptado pelo autor (2020)

3.5. Procedimento de análise de dados


O procedimento de análise de dados, cingira-se, na compilação de dados que serão obtidos na
entrevista e questionário, em seguida far-se-á análise profunda e critica dos mesmos, com uma
discussão directa dos dados do campo e com as teorias que se debruçam em torno do
problema em estudo. E por último fizemos a sistematização dos dados, por forma a constarem
no presente trabalho monográfico.
31

3.6. Cronograma
Tabela 3: Cronograma de actividades
Nº Etapas de Período das actividades 2023
actividades Abril/ Setembro Outubro Novembro Dezembro
Maio
01 Elaboração e
entrega do
projecto
02 Apresentação
em jornadas
científicas
03 Correcção e
revisão do
projecto
04 Actividades
do campo

05 Análise e
interpretação
dos dados
06 Apresentação
do trabalho
final
(Monografia)

Fonte: Autor (2023)


3.7. Orçamento
Tabela 4: Quadro Orçamental

Nome do Material Quantidade Valor por Unidade Total

Papel A4 1 Bloco 200Mtn 200 Mtn


Esferográfica 10 10 Mtn 100 Mtn
Gravador de som 1 700 Mtn 700 Mtn
Impressão 200 Impressos 4Mtn 800 Mtn
Copia 200 Copias 3Mtn 600 Mtn
Encadernação 5 Encadernações 75Mtn 375 Mtn
Imprevistos 1500Mtn 1500 Mtn
Total 4. 275 Mtn
Fonte: Autor (2023)
32

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Abrelpe (2010) - Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil.

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São Paulo.

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Bello, José Luís de Paiva. (2005). Metodologia científica. Manual para elaboração de texto.

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Benatti, J.; Chaves, S.; Maués, A; Rodríguez, I. (2000). Derecho, institucionalidad y


ordenamento territorial en Brasil y Costa Rica. Ciências Ambientales, n. 19, p.36-44.

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Carlos. M. Mugaua. (2013). Relatório do levantamento da Baía de Pemba. Pemba.

Félix, Julia Ussy. (2014). Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental Direcção
Nacional de Gestão Ambiental: Desafios na Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos. Maputo,
Gil, (2000). António Carlos. Pesquisa social.

Gil, A. (1999). Métodos e técnicas de pesquisas social. ed 3ᵃ. São Paulo. São
Lacatos, E. & Marconi, M. A. (1992). Metodologia do trabalho Científico. 4.ed. S. Paulo,
Ed.

Lantada, Marta Martinez at all. (2001). Método Lógico de Investigação Educacional


“Desafios e Polémica Actual. Editora Atlas.

Manual de Saneamento – Funasa/MS – 1999.


33

Marconi, Maria de Andrade, Lakatos, Eva Maria. (2001). Métodos de Trabalho Científico.
São Paulo, 6 Ed., Editora Atlas.

MINISTÉRIO PARA A COORDENAÇÃO DA ACÇÃO AMBIENTAL. (2009). Manual do


Educador Ambiental. MICOA. Maputo.

Nascimento, Gilberto A. (2004) – Saneamento básico em áreas urbanas pobres,


Planejamento e gestão de programas na região sul do Brasil. Tese de doutoramento,
Florianópolis, UFSC.

Oliveira. Roberta Moura Martins. (2012). Gestão e gerenciamento de resíduos sólidos


urbanos: o programa de coleta seletiva da região metropolitana de Belém – PA.
Universidade da Amazônia programa de Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente
Urbano. Belém – PA. Paulo. Brasil.

Rezende, D. A.; Castor, B. V. J. (2006) Planejamento estratégico municipal:


empreendedorismo participativo nas cidades, prefeituras e organizações públicas. 2. ed. Rio
de Janeiro: Brasport.

Russo, Mário Augusto Tavares. (2003). Tratamento de Resíduos Sólidos. Universidade de


Coimbra Faculdade de Ciências e Tecnologia Departamento de Engenharia Civil.

Ventura, Deisy. (2002). Monografia jurídica. Porto Alegre: Livraria do Advogado.

Zyger, Ivone Cláudia (2005). – Um estudo sobre a participação e o conhecimento da


comunidade no manejo dos resíduos sólidos no município de Santa Helena – PR, dissertação
de mestrado, Florianópolis, UFSC,

Fontes electrónicas

www.ine.gov.mz/imagens..localizacao/estatisticas./cabodistritocidade-de-pemba. Acesso
24/01/2018. as 12:23 min.

www.infoescola.com/ecologia/residuos-solidos.com. acesso no 02/11/2017. as 13:23 min.

www.suapesquisa.com/o_que_e/residuos_solidos.htm. acesso no 10/05/2017. As 06:43 min

www.cumbihelder.blogspot.com/2014/02/gestao-dos-residuos-so.com. acesso no 03/11/2017.


as 13:21 min.
34

Apêndices
35

Guião de Entrevista Dirigida aos comerciantes/frequentadores dos Mercados da Cidade


de Montepuez.

O presente instrumento visa recolher informações que sirvam de sustento para elaboração dum
trabalho de conclusão de curso de Licenciatura em gestão ambiental e desenvolvimento
comunitário com habilitações em ecoturismo cujo tema é: Gestão de Resíduos Sólidos nos
Mercados da Cidade de Montepuez: um Estudo de Caso do Mercado Central de
Montepuez 2020 – 2023

I. Ficha de questionário

1. PERFIL DO COMERCIANTE/FREQUENTADOR:
a) Nome_____________________________________.
b) Idade (_____).
c) Gênero (_____).
d) Tempo de atuação no mercado (_____).
2. Formação Académica ______________________________.

2. QUESTIONÁRIO PARA COMERCIANTES DOS MERCADOS MUNICIPAIS:

a) Há quanto tempo você atua no mercado municipal?


b) Você conhece e compreende as práticas atuais de gestão de resíduos sólidos no
mercado?
c) Quais são os principais desafios que você enfrenta na separação e destinação dos
resíduos gerados em seu estabelecimento?
d) Você acredita que o mercado municipal pode adotar práticas mais saudáveis de gestão
de resíduos sólidos? Porque?
e) Estaria disposto a participar de iniciativas de qualificação sobre gestão de resíduos
sólidos?

Muito obrigado.

Montepuez, aos ____/_____/2023.


36

Guião de Entrevista Dirigida aos Chefe do Mercado/Vereador do Município da Cidade


de Montepuez.

O presente instrumento visa recolher informações que sirvam de sustento para elaboração dum
trabalho de conclusão de curso de Licenciatura em gestão ambiental e desenvolvimento
comunitário com habilitações em ecoturismo cujo tema é: Gestão de Resíduos Sólidos nos
Mercados da Cidade de Montepuez: um Estudo de Caso do Mercado Central de
Montepuez 2020 – 2023

II. Ficha de questionário


1. PERFIL DO CHEFE DO MERCADO/ VEREADOR:
a) Nome_____________________________________.
b) Idade (_____).
c) Gênero (_____).
d) Tempo de actuação no mercado (_____).
2. Formação Académica______________________________.

QUESTIONÁRIO PARA FREQUENTADORES DOS MERCADOS MUNICIPAIS

a) Qual é sua relação com o mercado municipal (comerciante ou frequentador)?

b) Com que frequência você visita o mercado municipal?

c) Como você avalia a limpeza e a postura geral do mercado?

d) Você já presenciou problemas relacionados à gestão de resíduos sólidos no mercado?


Se sim, quais?

e) Na sua opinião, quais práticas de gestão de resíduos sólidos são adotadas atualmente
no mercado?

f) Você acredita que a gestão de resíduos influencia a postura do mercado? Por quê?

g) Quais sugestões você daria para melhorar a gestão de resíduos sólidos no mercado
municipal?

Muito obrigado.

Montepuez, aos ____/_____/2023.

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