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Faculdade de Arquitectura e Planeamento Físico

Licenciatura em Urbanismo e Ordenamento do Território

A ADAPTAÇÃO DAS CIDADES AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E OS DESAFIOS URBANOS

(Licenciatura em Urbanismo e Ordenamento do Território)

Campus de Marrere

Nampula, Setembro de 2023


Edson Cláudio Duança
Edson Cláudio Duança

A ADAPTAÇÃO DAS CIDADES AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E OS DESAFIOS URBANOS

(Licenciatura em Urbanismo e Ordenamento do Território)

Trabalho de carácter investigativo a ser apresentado


nas jornadas científicas, da Universidade Lúrio- FAPF
com lema: promovendo a partilha de conhecimentos
para o desenvolvimento nacional e local

Campus de Marrere

Nampula, Setembro de 2023


Conteúdo
CAPÍTULO I .......................................................................................................................................... 5
1.1. INTRODUÇÃO........................................................................................................................... 5
1.2. TEMA ....................................................................................................................................... 5
1.2.1. DELIMITAÇÃO DO TEMA....................................................................................................... 5
1.3. PROBLEMATIZAÇÃO ................................................................................................................ 6
1.4. JUSTIFICATIVA ......................................................................................................................... 6
1.5. OBJECTIVOS ............................................................................................................................ 7
1.5.1. OBJECTIVO GERAL .............................................................................................................. 7
1.5.2. OBJECTIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................................. 7
1.6. HIPÓTESES .............................................................................................................................................. 7
CAPÍTULO II ......................................................................................................................................... 8
2.1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO ........................................................................................................ 8
2.2. DEFINIÇÃO DE CONCEITOS .......................................................................................................... 8
2.3. ADAPTAÇÃO DAS CIDADES ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS ............................................................. 9
2.5. CONSEQUÊNCIAS DAS ADAPTAÇÕES DAS CIDADES ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS .................... 11
2.6. CAUSAS ADAPTAÇÃO DAS CIDADES E AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E OS DESAFIOS ................ 11
2.7. INSTRUMENTOS DE ADAPTAÇÃO DAS CIDADES ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS ........................... 12
2.7. MEDIDAS DE MITIGAÇÃO NA ADAPTAÇÃO DAS CIDADES ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS .............. 13
CAPÍTULO III ...................................................................................................................................... 15
3.1. METODOLOGIA DE PESQUISA ..................................................................................................... 15
3.2. TIPO DE PESQUISA ..................................................................................................................... 15
3.2.1. QUANTO A NATUREZA OU FINALIDADE .................................................................................... 15
3.2.2. QUANTO AOS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS ............................................................................ 15
3.3. TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE RECOLHA DE DADOS ............................................................. 15
3.3.1. ENTREVISTA ............................................................................................................................. 15
3.3.2. PESQUISA BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................................... 16
3.3.3. QUESTIONÁRIOS OU INQUÉRITO ............................................................................................. 16
3.3.4. OBSERVAÇÃO DIRECTA ........................................................................................................... 16
3.3.5. ANÁLISE DE DADOS EXISTENTES ............................................................................................ 16
3.3.6. VARIÁVEIS DE ESTUDO ............................................................................................................ 16
3.4. UNIVERSO POPULACIONAL E LOCAL DE ESTUDO ...................................................................... 16
3.4.1. AMOSTRA ................................................................................................................................. 16
3.4.2. TIPO DE AMOSTRAGEM ............................................................................................................ 17
3.5. PROCEDIMENTO PARA ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS.......................................... 17
CAPÍTULO IV ...................................................................................................................................... 18
4.1. CRONOGRAMA ............................................................................................................................ 18
4.2. ORÇAMENTO ............................................................................................................................... 18
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................................... 19
CAPÍTULO I

1.1. Introdução

O presente projecto de pesquisa tem como tema a adaptação das cidades às mudanças climáticas e
os desafios urbanos, busca abordar as questões relacionadas ao crescimento populacional,
urbanização acelerada, infra-estrutura inadequada e impactos das mudanças climáticas em cidades
como Nampula. Esses desafios podem incluir aumento de enchentes e escassez de água, poluição do
ar e problemas de saúde pública. Através de estudos e estratégias de adaptação, busca-se promover
o desenvolvimento urbano sustentável, com infra-estruturas resilientes, planeamento adequado do uso
do solo, transporte sustentável e promoção da resiliência das comunidades urbanas frente aos
impactos climáticos.

A adaptação das cidades às mudanças climáticas é um tema de extrema relevância em todo o mundo,
e Moçambique não é excepção. Com um clima tropical e uma localização geográfica propensa a
eventos climáticos extremos, as cidades moçambicanas enfrentam desafios significativos para se
adaptarem a essas mudanças. Este ensaio discutirá os desafios urbanos específicos enfrentados por
Moçambique e as medidas necessárias para promover a resiliência climática nas áreas urbanas do
país.

Em Moçambique, os eventos climáticos extremos, como ciclones, inundações e secas, têm se tornado
cada vez mais frequentes e intensos devido às mudanças climáticas globais. Esses eventos têm um
impacto significativo nas áreas urbanas do país, afectando a infra-estrutura, a saúde pública e a
economia local. Além disso, a urbanização acelerada em Moçambique aumenta a vulnerabilidade das
cidades às mudanças climáticas, com muitas áreas urbanas sendo construídas em áreas de risco.

1.2. Tema

O presente Projecto de pesquisa tem como tema: a adaptação das cidades às mudanças climáticas e
os desafios urbanos, (2023).

1.2.1. Delimitação do Tema


Quando a delimitação do tema, vai se focar especificamente nos desafios enfrentados pela cidade de
Nampula concretamente no Bairro de Mutauanha em relação à adaptação às mudanças climáticas e
aos desafios urbanos, considerando o crescimento populacional acelerado, a urbanização

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desordenada, a infra-estrutura inadequada e a vulnerabilidade às mudanças climáticas como principais
aspectos a serem abordados.

1.3. Problematização
A adaptação as cidades as mudanças climáticas envolve a implementação de medidas e estratégias
para reduzir os impactos negativos e aumentar a resiliência urbana, como a construção de infra-
estrutura resilientes, a gestão de recurso naturais, e promoção e da participação comunitária.

A problemática para a abordagem da adaptação das cidades às mudanças climáticas inclui a falta de
recursos financeiros e técnicos, a falta de vontade política e a falta de conscientização pública sobre a
importância da adaptação.

Portanto, as mudanças climáticas estão causando um aumento na frequência e intensidade de


eventos climáticos extremos como tempestade severas, inundações, secas prolongadas e ondas de
calor. Esses eventos representam desafios significativos para as cidades em termos de infra-
estruturas, risco para a saúde pública e impactos socioeconómicos.

Portanto tais eventos caracterizam diversos bairros ou comunidades da cidade de Nampula, incluindo
o Bairro de Mutauanha, e por isso o autor escolheu o Bairro para realizar o seu presente estudo.

E temos como pergunta de partida:

 Como as cidades podem se adaptar as mudanças climáticas e superar os desafios urbanos?

1.4. Justificativa
Para abordar a adaptação das cidades às mudanças climáticas em Moçambique é fundamentada na
necessidade de proteger as comunidades e a infra-estrutura urbana dos impactos cada vez mais
intensos dessas mudanças. Moçambique é um país vulnerável a eventos climáticos extremos, como
ciclones e inundações, que afectam negativamente a população e a economia local. Ao investir em
medidas de adaptação, como infra-estrutura resiliente e planeamento urbano adequado, é possível
reduzir os danos causados pelos eventos climáticos, promover a segurança das comunidades e
garantir a sustentabilidade das cidades. Além disso, abordar a adaptação às mudanças climáticas em
Moçambique é uma oportunidade para promover o desenvolvimento sustentável, melhorar a qualidade
de vida das pessoas e contribuir para a mitigação dos efeitos do aquecimento global.

As mudanças climáticas representam uma ameaça significativa para a qualidade de vida, segurança e
bem-estar dos habitantes urbanos.

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Toda via, surge a necessidade de estudar sobre a problemática da adaptação das cidades as
mudanças climáticas porque é crucial entender a implementação de estratégias de adaptação efectiva
para garantir a resiliência das cidades, protegendo os cidadãos e promovendo um desenvolvimento
urbano sustentável.

Por outro lado, o trabalho ira não só servir de base para consulta na realização de outros trabalhos
académicos, mais também irá ajudar a perceber sobre as consequências e as medidas mitigação da
problemática das mudanças climáticas. Entre tanto, o trabalho é importante na medida em que vai
consciencializar a sociedade sobre os factores e a prevenção das mudanças climáticas.

1.5. Objectivos

1.5.1. Objectivo Geral

1. Compreender a adaptação das cidades as mudanças climáticas e os desafios urbanos na


cidade de Nampula, no Bairro de Mutauanha.

1.5.2. Objectivos Específicos


2. Identificar os desafios sobre a adaptação das cidades as mudanças climáticas;
3. Descrever a consequência que advém das mudanças climáticas.
1.6. Hipóteses
Nula: A cidade de Nampula adapta-se as mudanças climáticas e aos desafios urbanos.

Alternativa: A cidade de Nampula não se adapta as mudanças climáticas e aos desafios urbanos.

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CAPÍTULO II

2.1. Fundamentação Teórico

2.2. Definição de Conceitos

Mudanças Climáticas

Segundo MAROUN (2007), mudanças climáticas denomina-se às variações do clima ao longo do


tempo em relação às médias históricas, causadas por processos internos ao sistema Terra atmosfera
ou pelo resultado da actividade humana, ou seja é qualquer alteração no clima que é directa ou
indirectamente atribuída à actividade humana (que altera a composição global da atmosfera) e que é
adicional à variabilidade natural do clima observada ao longo de períodos de tempo comparáveis.

Adaptação às Mudanças Climáticas

Segundo PNUD (2007), a adaptação às mudanças climáticas é definida como sendo Ajustes
empreendidos pelas sociedades humanas em sistemas ecológicos, sociais ou económicos em
resposta aos estímulos climáticos reais ou esperados e seus impactos. Entretanto a adaptação pode
tomar a forma de actividades elaboradas de modo a melhorar a capacidade adaptativa do respectivo
sistema, ou acções direccionadas a modificar os sistemas socioeconómicos e ambientais de modo a
evitar ou minimizar os danos causados pelas mudanças climáticas.

Resiliência urbana
A resiliência urbana é a capacidade das cidades de se adaptarem, se recuperarem e se transformarem
diante de desafios e crises. "A resiliência urbana é a capacidade de uma cidade de se recuperar
rapidamente de choques e estresses, mantendo suas funções básicas intactas e melhorando sua
capacidade de se adaptar e crescer." (United Nations-Habitat, 2011)

Planeamento urbano sustentável


O planeamento urbano sustentável é a abordagem que busca promover o desenvolvimento das
cidades de forma equilibrada, considerando aspectos ambientais, sociais e económicos. "Planeamento
urbano sustentável é o processo colaborativo que envolve o desenho e o desenvolvimento de
comunidades urbanas ecologicamente saudáveis, economicamente produtivas e socialmente justas."
(American Planning Association, 2015)

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Gestão de riscos climáticos
A gestão de riscos climáticos é o processo de identificar, avaliar e responder aos riscos decorrentes
das mudanças climáticas. "A gestão de riscos climáticos é um processo contínuo que inclui a redução
de riscos, a adaptação e a construção de resiliência." (IPCC, 2014)

Vulnerabilidade urbana
A vulnerabilidade urbana é a condição em que uma cidade ou sua população estão expostas a riscos e
impactos negativos. "A vulnerabilidade urbana é uma combinação da exposição física, de condições
socioeconómicas precárias e da falta de capacidade de adaptação das cidades aos riscos." (UN-
Habitat, 2011)

Desenvolvimento sustentável
Desenvolvimento sustentável é um modelo de desenvolvimento que busca equilibrar as necessidades
presentes com a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades.
"Desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes sem
comprometer a capacidade das futuras gerações de satisfazerem suas próprias necessidades."
(Relatório Brundtland, 1987)

Impactos das mudanças climáticas nas áreas urbanas


Os impactos das mudanças climáticas nas áreas urbanas incluem eventos climáticos extremos,
aumento do nível do mar e escassez de recursos hídricos. "As mudanças climáticas terão impactos
significativos nas áreas urbanas, aumentando a frequência e a intensidade de eventos climáticos
extremos, como enchentes e ondas de calor." (IPCC, 2014)

2.3. Adaptação das cidades às mudanças climáticas


A adaptação das cidades às mudanças climáticas envolve a implementação de medidas e estratégias
para reduzir os impactos negativos e aumentar a resiliência urbana, como a construção de infra-
estrutura resiliente, o planeamento urbano sustentável, a gestão eficiente dos recursos naturais e a
promoção da participação comunitária. (UN-Habitat, 2011)

1. Planeamento Urbano Sustentável: Envolve o desenvolvimento de políticas e regulamentos que


considerem os riscos climáticos no uso do solo, na localização de infra-estruturas e na gestão de áreas
vulneráveis. Isso inclui a criação de zonas de protecção contra inundações, o estabelecimento de
áreas verdes e o incentivo à construção de edifícios energeticamente eficientes.

2. Infra-estrutura Resiliente: Consiste na construção de infra-estruturas capazes de resistir aos


impactos das mudanças climáticas, como ciclones, inundações e ondas de calor. Isso pode incluir a

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elevação de edifícios, a construção de sistemas de drenagem eficientes, a implementação de medidas
de protecção costeira e a garantia do fornecimento seguro de água potável.

3. Gestão Eficiente dos Recursos Naturais: Envolve a conservação e o uso sustentável dos
recursos naturais, como água, energia e vegetação. Isso pode ser feito através da promoção da
eficiência energética em edifícios e transportes, da implementação de programas de conservação da
água, do estabelecimento de áreas verdes para reduzir as ilhas de calor urbanas e da adopção de
práticas agrícolas sustentáveis.

4. Participação Comunitária: É essencial envolver a comunidade local no processo de adaptação.


Isso pode ser feito através da realização de campanhas de conscientização, consultas públicas,
programas de capacitação e incentivos para a adopção de práticas sustentáveis. A participação
comunitária fortalece a resiliência e promove a equidade na adaptação.

5. Monitorização e Avaliação: É importante monitorizar e avaliar regularmente as medidas de


adaptação implementadas para garantir sua eficácia. Isso envolve a colecta de dados climáticos, a
análise de indicadores de vulnerabilidade e o acompanhamento dos resultados alcançados. Com base
nessa informação, ajustes podem ser feitos para melhorar as estratégias de adaptação.

2.4. Desafios urbanos e adaptação das mudanças climáticas

Os desafios urbanos relacionados à adaptação das cidades às mudanças climáticas incluem:

1. Riscos climáticos específicos: Cada cidade enfrenta riscos climáticos únicos, como inundações,
ondas de calor, tempestades, secas, entre outros. Adaptar-se a esses riscos requer estratégias
personalizadas.

2. Infra-estrutura inadequada: Muitas cidades possuem infra-estrutura desactualizada e não


projectada para lidar com eventos climáticos extremos. Actualizar e fortalecer a infra-estrutura
existente é um desafio significativo.

3. Limitações financeiras: Implementar medidas de adaptação pode ser caro para as cidades,
especialmente aquelas com recursos financeiros limitados. A obtenção de financiamento adequado
para projectos de adaptação é um desafio importante.

4. Complexidade das interacções urbanas: As cidades são sistemas complexos com várias partes
interessadas envolvidas. Coordenar esforços entre diferentes sectores e partes interessadas pode ser
desafiador.

5. Desigualdade socioeconómica: As comunidades mais vulneráveis geralmente são as mais


afectadas pelos impactos das mudanças climáticas. Adaptar-se de forma justa e equitativa é um
desafio que requer abordagens inclusivas.

6. Resistência às mudanças: A resistência à mudança pode ser um obstáculo para a implementação


de medidas de adaptação. É necessário conscientizar e envolver as partes interessadas para superar
essa resistência.

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7. Incerteza futura: As mudanças climáticas são dinâmicas e incertas, tornando difícil prever os riscos
futuros com precisão. Adaptar-se a um ambiente em constante mudança é um desafio contínuo.

2.5. Consequências das adaptações das cidades às mudanças climáticas


1. Enchentes: Mudanças climáticas podem resultar em chuvas mais intensas e frequentes, levando a
inundações. A falta de infra-estrutura adequada de drenagem e planeamento urbano pode agravar os
impactos das enchentes, causando danos materiais, desabrigados e até mesmo perdas de vidas.

2. Escassez de água: Com o aumento das temperaturas e padrões de chuva alterados, a


disponibilidade de água pode ser afectada. Isso pode levar à escassez de água potável, dificuldade no
abastecimento para a população e para a agricultura, além de aumentar o risco de doenças
transmitidas pela água.

3. Aumento das temperaturas: As mudanças climáticas podem resultar em temperaturas mais altas.
Isso pode impactar negativamente a qualidade de vida da população urbana, aumentando o risco de
doenças relacionadas ao calor, como insolação e desidratação. Além disso, as altas temperaturas
podem afectar a produtividade económica e o consumo de energia para refrigeração.

4. Impactos na saúde pública: As mudanças climáticas podem contribuir para o aumento da


propagação de doenças transmitidas por vectores, como malária e dengue. Além disso, eventos
climáticos extremos, como tempestades intensas, podem resultar em ferimentos e doenças
relacionadas ao trauma.

2.6. Causas adaptação das cidades e as mudanças climáticas e os desafios


As causas das mudanças climáticas são principalmente atribuídas às actividades humanas, como a
queima de combustíveis fósseis, o desmatamento e as emissões de gases de efeito estufa. Essas
mudanças climáticas apresentam diversos desafios para a adaptação das cidades, como eventos
climáticos extremos, aumento do nível do mar, escassez de recursos hídricos e alterações nos
padrões de precipitação. Os desafios incluem a falta de recursos financeiros, o crescimento urbano
desordenado, a falta de conscientização e compreensão sobre as mudanças climáticas, a fragilidade
institucional e a necessidade de inclusão social nas estratégias de adaptação. MICOA (2012).

1. Causas das mudanças climáticas: As principais causas são as actividades humanas, incluindo a
queima de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural), que liberam grandes quantidades de
dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. O desmatamento também contribui para as mudanças
climáticas, pois reduz a capacidade de absorção do CO2 pela vegetação.

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2. Eventos climáticos extremos: As mudanças climáticas estão causando um aumento na frequência
e intensidade de eventos climáticos extremos, como tempestades severas, inundações, secas
prolongadas e ondas de calor. Esses eventos representam desafios significativos para as cidades em
termos de infra-estrutura danificada, riscos para a saúde pública e impactos socioeconómicos.

3. Aumento do nível do mar: O aquecimento global resulta no derretimento das calotas polares e
geleiras, levando a um aumento no nível do mar. Isso representa uma ameaça directa para as cidades
costeiras, que estão sujeitas à erosão costeira, inundações e intrusão salina em aquíferos.

4. Escassez de recursos hídricos: As mudanças climáticas afectam o ciclo da água, levando a


padrões de precipitação alterados e secas mais frequentes e intensas em algumas regiões. Isso pode
levar à escassez de recursos hídricos para abastecimento humano, agricultura e indústria nas cidades.

5. Desafios da adaptação: Os desafios incluem a falta de recursos financeiros para implementar


medidas de adaptação, o crescimento urbano desordenado que aumenta a exposição aos riscos
climáticos, a falta de conscientização e compreensão sobre as mudanças climáticas entre os gestores
urbanos e a população em geral, fragilidade institucional para implementar políticas eficazes de
adaptação e a necessidade de inclusão social nas estratégias de adaptação para garantir que todas as
comunidades sejam protegidas.

2.7. Instrumentos de Adaptação das cidades às Mudanças Climáticas


Segundo MICOA (2012). Os instrumentos de adaptação utilizados nas cidades moçambicanas incluem
planos directores, regulamentos de construção, programas de conscientização pública, parcerias
comunitárias e investimentos em infra-estrutura verde, como sistemas de drenagem e áreas verdes
urbanas para reduzir o impacto das enchentes e secas.

Além dos instrumentos mencionados, as cidades moçambicanas também adoptam outras medidas de
adaptação, como:

1. Zoneamento climático: Identificação de áreas vulneráveis a riscos climáticos, como inundações e


deslizamentos de terra, para direccionar o desenvolvimento urbano de forma mais segura.

2. Construção sustentável: Implementação de regulamentos de construção que promovem o uso de


materiais e técnicas sustentáveis, como telhados verdes e sistemas de captação de água da chuva.

3. Planeamento urbano resiliente: Integração da adaptação às mudanças climáticas no planeamento


urbano, considerando a localização adequada de infra-estruturas críticas e a preservação de áreas
naturais para reduzir os impactos adversos.

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4. Educação e conscientização: Realização de campanhas educativas para aumentar a
conscientização sobre os desafios das mudanças climáticas e incentivar comportamentos sustentáveis
na população.

5. Parcerias comunitárias: Engajamento e envolvimento da comunidade local em processos de


tomada de decisão e implementação de medidas de adaptação, visando aumentar a resiliência
colectiva.

2.7. Medidas de Mitigação na Adaptação das cidades às Mudanças Climáticas


1. Mobilização de recursos financeiros: É essencial buscar financiamento tanto nacional quanto
internacional para investir em infra-estrutura resiliente, capacitação institucional e implementação de
medidas de adaptação. Isso pode ser feito por meio de parcerias público-privadas, cooperação
internacional e a alocação de recursos orçamentários adequados.

2. Fortalecimento da capacidade institucional: É necessário fortalecer as instituições


governamentais e locais responsáveis pela adaptação às mudanças climáticas. Isso envolve
treinamento e capacitação dos funcionários públicos, desenvolvimento de planos estratégicos e
marcos regulatórios robustos para orientar a implementação das medidas de adaptação.

3. Participação comunitária: É fundamental envolver as comunidades locais no processo de


adaptação às mudanças climáticas. Isso pode ser feito por meio da conscientização, educação e
engajamento activo das comunidades nas decisões relacionadas à adaptação. A participação
comunitária ajuda a garantir que as medidas adoptadas sejam relevantes, inclusivas e levem em
consideração as necessidades específicas das comunidades afectadas.

4. Planeamento urbano resiliente: O planeamento urbano deve considerar os riscos climáticos ao


definir o uso do solo, a localização das infra-estruturas e o desenvolvimento das cidades. Isso inclui
evitar a construção em áreas de risco, como zonas inundáveis ou costeiras vulneráveis, e garantir o
acesso a serviços básicos, como água potável e saneamento, mesmo em condições climáticas
extremas.

5. Adaptação baseada em ecossistemas: As soluções baseadas em ecossistemas podem ser


integradas à adaptação das cidades, aproveitando os benefícios que os ecossistemas naturais
oferecem na redução dos riscos climáticos. Isso inclui a protecção e restauração de áreas úmidas,
florestas e mangais, que desempenham um papel crucial na mitigação de inundações, protecção
costeira e na melhoria da qualidade do ar.

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6. Monitoramento e avaliação: É importante estabelecer sistemas de monitoramento e avaliação para
acompanhar o progresso das medidas de adaptação implementadas. Isso permite avaliar a eficácia
das intervenções, identificar lacunas e ajustar as estratégias conforme necessário.

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CAPÍTULO III

3.1. Metodologia de Pesquisa

3.2. Tipo de Pesquisa


O estudo é de natureza observacional, descritivo transversal de abordagem quali-quantitativa ou mista.

3.2.1. Quanto a Natureza ou Finalidade

A natureza ou finalidade da adaptação das cidades às mudanças climáticas e os desafios urbanos em


Nampula é promover a resiliência e sustentabilidade das áreas urbanas frente aos impactos das
mudanças climáticas. Isso envolve garantir a segurança dos moradores, minimizar danos e perdas,
melhorar a qualidade de vida, preservar os recursos naturais e promover o desenvolvimento urbano de
forma sustentável. A adaptação busca tornar as cidades mais preparadas para lidar com os desafios
presentes e futuros relacionados ao clima.

3.2.2. Quanto aos Procedimentos Técnicos

A pesquisa, quanto aos procedimentos técnicos, tratar-se-á de uma pesquisa Bibliográfica, seguida
de Estudo observacional, que cingir-se-á em método de Análise bibliográficas e observação directa
dos fenómenos a estudar.

A pesquisa Bibliográfica, pautará pela selecção e elaboração do conteúdo a partir das matérias já
existentes e publicados (como é o caso dos livros, artigos científicos, jornais e demais literaturas
existentes e de acesso), mediante as consultas bibliográficas disponíveis pelos autores e literaturas
credenciadas cientificamente.

3.3. Técnicas e Instrumentos de Recolha de Dados

Constituirá como técnicas de colecta de dados para este estudo a: Pesquisa bibliográfica, Entrevista,
Inquérito, Observação directa e Análise de dados existentes.

3.3.1. Entrevista

Realização de entrevistas com especialistas locais, autoridades governamentais, representantes da


sociedade civil e moradores para obter informações qualitativas sobre os desafios enfrentados e as
estratégias adaptativas adoptadas.

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3.3.2. Pesquisa bibliográfica
Revisão de estudos, relatórios e literatura existente sobre as mudanças climáticas e os desafios
urbanos em Nampula no bairro de Mutauanha.

3.3.3. Questionários ou inquérito


Aplicação de questionários para colectar dados quantitativos sobre percepções, conhecimentos e
práticas relacionadas à adaptação às mudanças climáticas em Nampula no bairro de Mutauanha.

3.3.4. Observação directa


Realização de observações no ambiente urbano de Nampula para identificar características físicas,
infra-estrutura existente, áreas vulneráveis e impactos das mudanças climáticas.

3.3.5. Análise de dados existentes


Utilização de dados climáticos, socioeconómicos e demográficos já disponíveis para avaliar
tendências, identificar padrões e analisar a vulnerabilidade da cidade.

3.3.6. Variáveis de estudo


Idade, sexo, ocupação, nível de escolaridade, conhecimento sobre mudanças climáticas,
conhecimento sobre mudanças climáticas e os desafios urbanos, conhecimento sobre as
consequências das mudanças climáticas, conhecimento sobre adaptação das cidades as mudanças
climáticas.

3.4. Universo Populacional e Local de estudo

O universo populacional refere-se à totalidade da população de uma determinada área geográfica, no


caso da cidade Nampula no bairro de Mutauanha, incluindo todos os indivíduos residentes do mesmo
bairro.

3.4.1. Amostra

A amostra do estudo será constituída pelo bairro de Mutauanha e por 60 indivíduos residentes no
mesmo bairro.

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3.4.2. Tipo de Amostragem

A Amostragem é Não-Probabilística intencional, que segundo Gil (2010), em Amostragem Não-


Probabilística, os procedimentos são muito mais críticos para a validação de resultados colectados no
campo de estudo. Porém, este critério apresenta vantagens, sobretudo no que se refere aos custos e
ao tempo despendido na colecta dos dados.

3.5. Procedimento para Análise e Interpretação de Dados

Os dados serão colectados mediante aplicação de um questionário, e depois serão agrupados em uma
base de dados compilado pelo programa estatístico SPSS versão 28, e para a triangulação e
construção de gráficos será usado o Microsoft Excel 2010, de forma a facilitar a sua análise e
interpretação dos dados será usado o Microsoft office 2010.

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CAPÍTULO IV

4.1. Cronograma
Actividades Período de Actividades
Setembro Outubro Novembro Dezembro Dezembro
de 2024
Elaboração de projecto
Apresentação de projecto
Recolha de dados
Processamento de dados
Compilação de trabalho
Apresentação trabalho
Fonte: Autor,2023.

4.2. Orçamento

Material Quantidade Custo em Metical

Questionário 60 120Mt

Esferográfica 1 15Mt

Arquivo Plástico 1 20Mt

Telefone para Fotografar 1 8500Mt

Transporte __________________________ 100Mt

Alimentação ___________________________ 200Mt

Outros __________________________ 245Mt

Total ___________________________ 9200Mt


Fonte: Autor,2023.

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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
APA (2015). American Planning Association é uma organização profissional nos Estados Unidos
dedicada ao planeamento urbano e regional.
IPCC. Climate Change 2014: Impacts, Adaptation, and Vulnerability. Part A: Global and Sectoral
Aspects. Contribution of Working Group II to the Fifth Assessment Report of the Intergovernmental
Panel on Climate Change.

MAROUN, MARIA REGINA, (2007). Adaptação às mudanças climáticas. Rio de Janeiro. Brasil.
MINISTÉRIO PARA A COORDENAÇÃO DA ACÇÃO AMBIENTAL – MICOA (2012). Estratégia
Nacional de Adaptação e Mitigação de Mudanças Climáticas
O Relatório Brundtland, também conhecido como "Nosso Futuro Comum", foi publicado em 1987 pela
Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas.
ONU-Habitat (2011). O Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos.
ONU-Habitat. Cities and Climate Change: Global Report on Human Settlements 2011.

PNUD (2007) Programa das nações unidas para o desenvolvimento. Combater as alterações
climáticas. Relatório de Desenvolvimento Humano 2007-2008.

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