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Universidade Lúrio

Faculdade de Arquitectura e Planeamento Físico


Licenciatura Em Urbanismo e Ordenamento do Território
Laboratório de Urbanismo IV (Planeamento Estratégico)

TEMA:
PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO DO SECTOR INDUSTRIAL PESQUEIRO
DA VILA SEDE DE MOSSURIL-|2023-2033|

Nampula, Julho de 2023


Elementos do grupo:

Amanse Aliasse

Cremilda Lucrécia de Cabral

Edson Cláudio Duança

Súria Sualehe Paturo

Docentes:
MCs. Wilson Ludovico, Arqto
MCs. Abdul Carimo, Plandor

RELATÓRIO DA SITUAÇÃO ACTUAL:

PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO DO SECTOR INDUSTRIAL PESQUEIRO DA VILA


SEDE DE MOSSURIL-|2023-2033|

Faculdade de Arquitectura e Planeamento Físico

Licenciatura em Urbanismo e Ordenamento do Território

Laboratório de Urbanismo IV (Planeamento Estratégico)

Nível III0 Semestre I0


LISTA DE ABREVIATURAS E ACRÓNIMO:

AAE Avaliação Ambiental Estratégica


ADNAP Administração Nacional das Pescas
AIAS Avaliação do Impacto Ambiental e Social
CAP Comissão de Administração Pesqueira
CCG Comités de Co-Gestão das Pescarias
CEPAQ Centro de Pesquisa em Aquacultura
DPAP Direcção Provincial de Agricultura e Pescas (DPAP)
EP Escola de Pesca
FAO Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura
IDEPA Instituto Nacional de Desenvolvimento da Pesca e Aquacultura
IIP Instituto Nacional de Investigação Pesqueira
INE Instituto Nacional de Estatística
INIP Instituto Nacional de Inspecção do Pescado
MIMAIP Ministério do Mar, Águas Interiores e Pesca
MPME‟s Micro, Pequenas e Médias Empresas
PE Plano Estratégico
PEDSIPM Plano Estratégico de Desenvolvimento do Sector Industrial Pesqueiro de Mossuril
PES Plano Económico e Social
PIB Produto Interno Bruto
PROAZUL Fundo de Desenvolvimento da Economia Azul
RJUEM Regime Jurídico de Utilização do Espaço Marítimo Nacional
SDAE Serviço Distrital de Actividades Económicas
SWOT Análise FOFA (Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças)
WWF Fundo Mundial para a Vida Selvagem e Natureza
CAPÍTULO I ‖ DISPOSIÇÕES INICIAIS
1.1 INTRODUÇÃO
“A palavra pesca abarca um conceito vasto, apesar de, muitas vezes, ser utilizada apenas com a
significação de „pescaria‟. No sentido genérico, a pesca é a extracção de organismos aquáticos do meio
onde se desenvolveram para diversos fins, tais como a alimentação, a recreação (pesca recreativa ou
pesca desportiva), a ornamentação (captura de espécies ornamentais), ou para fins industriais, incluindo o
fabrico de rações para o alimento de animais em criação e a produção de substâncias com interesse para
a saúde…” (Moreira, p. 53).

Deste modo, importa aqui ressaltar que por se tratar de uma região que geograficamente é propícia para a
prática desta actividade (sendo que mesmo sem a elaboração/implementação deste plano já esta sendo
praticada – como parte do dia-a-dia e cultura de parte da população). O presente plano vem para
desenvolver esta actividade de modo a gerar ganhos, para Mossuril e posteriormente para o país
(entendendo que esta possui um potencial para a prática da actividade pesqueira e desenvolvimento da
mesma).

Para tal feito, importa primeiramente entender qual é o posicionamento desta actividade em relação ao
pais e o mundo, para posteriormente (entendendo o estado actual e as dinâmicas que este sector nesta
região tem tomado) identificar as potencialidades que este sector/actividade apresenta nesta região, apara
assim por ciam destes dados puder definir o cenário e as estratégias para o desenvolvimento desde sector
de Mossuril.

1.2 METODOLOGIA
O presente tópico, apresenta a sequência lógica das etapas de elaboração do presente Plano Estratégico
com seus respectivos procedimentos metodológicos e ferramentas usadas, para melhor compreensão do
mesmo. As fases que permitirão a materialização dos objectivos previamente definidos, são:

FASE 01: Definição dos objectivos: Definição dos objectivos gerais e específicos que irão nortear o
presente Plano estratégico.

FASE 02: Levantamento de dados: Levantamento de dados, baseada na investigação de fontes


electrónicas, em manuais e dados levantados; Para tal foi necessário o uso de câmera fotográfica e
softwares gráficos.

FASE 03: Processamento e Análise dos dados obtidos: Com base nos dados levantados através das
fontes electrónicas, manuais e dados levantados in loco, fazer a para o processamento e análise dos
mesmos.
FASE 04: Formulação dos cenários e estratégias de desenvolvimento.

FASE 05: Elaboração de Trabalho: Elaboração do Plano de acção do plano assim como o Plano de
financiamento deste, a para a posterior Implementação do mesmo Plano.

01 Definição dos objectivos

02 Levantamento de Dados

03 Processamento e Análise dos dados obtidos.

04 Formulação dos cenários e estratégias.

05 Elaboração de Trabalho

1.3 OBJECTIVOS

1.3.1 OBJECTIVO GERAL:


1. Elaborar um Plano Estratégico de Desenvolvimento do Sector Industrial Pesqueiro.

1.3.2 OBJECTIVOS ESPECÍFICOS:


2. Analisar o posicionamento de Mossuril em relação ao sector referenciado (a pesca);
3. Identificar as principais potencialidades da actividade pesqueira de Mossuril.
4. Definir cenários e estratégias de modo a garantir o desenvolvimento da actividade pesqueira de
Mossuril.

HORIZONTE TEMPORAL

No Contexto Nacional, os instrumentos de Ordenamento Territorial (IOT) tem como período de vigência de
10 anos após a sua aprovação. Em função disso e pelo grau de complexidade (relativamente ao tema a
ser desenvolvido) para a implementação do mesmo (sendo que pela sua flexibilidade estes planos não
possuem de forma consensual um período de vigência), para o Plano Estratégico de Desenvolvimento do
Sector Industrial Pesqueiro, prevê que para a sua implementação sejam necessários 10 anos (2023 –
2033).

PROBLEMATIZAÇÃO

“A pesca, por sempre ter feito parte da cultura humana, desempenha um papel específico tanto do ponto
de vista alimentar, como do artístico, da identidade e do modo de vida de várias comunidades.” (Moreira p.
53)

Deste modo, por se tratar de uma região que geograficamente é propícia para a prática desta actividade
região, esta que possui uma extinção costeira de …km e que tem contribuído anualmente com os seus
recursos marinhos (ocupando a quinta posição no ano de 2021, onde produziu 4982,91/Ton). Em meio a
isso, o presente plano vem para desenvolver esta actividade (esta cultura humana) de modo a gerar
ganhos, para Mossuril e posteriormente para o país (entendendo que esta possui um potencial para a
prática da actividade pesqueira e desenvolvimento da mesma).

O que é que está sendo feito na Vila Sede de Mossuril para que a actividade pesqueira seja de
referência para o desenvolvimento urbano?

JUSTIFICATIVA DO TEMA
“A pesca envolve um conjunto de actividades, tais como a captura, o processamento de produto,
estocagem e comercialização e ainda a captura naval e fabrico e reparo de apetrechos.” (Moreira, p. 53). A
actividade pesqueira, sempre e realizada com um certo propósito/fim. Na maior parte das vezes esta
actividade está relacionada, com a alimentação. Mas indo mais a fundo nesta temática da pesca,
acabamos por descobrir que a mesma vai muito além e entendemos que através dela podemos melhora e
transformar o nosso território (melhoria esta que será notória como consequência da incidência directa que
este sector causara na vida do pessoal envolvido nela).

Associado a esta actividade (em uma observação mais profunda desta temática – pesca), percebemos
também que esta actividade também pode ser praticada com fins recreativos (pesca recreativa/esportiva),
ornamentais (na captura de espécies marinhas que realçam a ornamentação de certos ambientes) ou até
mesmo para fins industriais (processando o produto marinho, como forma de obter através deste os seus
derivados), com isso gerar oportunidades de emprego onde a qualificação para o mesmo seria em algum
momento o saber fazer.

As principais espécies exploradas pela pesca no mundo pertencem aos grupos dos peixes, dos crustáceos
e dos moluscos, respectivamente. Moçambique possui 2515km de Costa, onde sobre a mesma vários
sectores actuam como intervenientes directos para o crescimento da economia e da imagem do nosso
belo Moçambique. E a actividade pesqueira (como sendo um dos sectores que actua como interveniente
directo para o crescimento de Moçambique) também tem a sua contribuição no crescimento económico do
mesmo por conta da sua localização.

Em parte desta extensão costeira, localizamos Mossuril. Esta que um dos seus potenciais que apresenta,
está directamente relacionado com a sua localização (elemento este que já possui alguns antecedentes
históricos que comprovam tal valor atribuído a esta região). Que sobre este potencial, esta região acaba
por se destacar também por apresentar um potencial pesqueiro, turístico, comercial.

Deste modo o Plano Estratégico de Desenvolvimento do Sector Industrial Pesqueiro, será elaborado com
o principal objectivo de diferenciar e obtendo uma grande vantagem económica, social, ambiental, sem
perder a identidade cultural da actividade pesqueira predominante nesta região.

CAPÍTULO II ‖ DESCRIÇÃO DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS E OBJECTIVOS


DO PLANO
2.1 ENQUADRAMENTO DA CIDADE DENTRO DO SISTEMA URBANO

Mossuril agrupa localidades de dois distritos nomeadamente: Mossuril (Chocas Mar), localiza-se na região
oriental da Província de Nampula, em relação as coordenadas astronómicas e limites físico:
 Norte: Posto Administrativo de Matibane;
 Este: pelo Oceano indico;
 Sul: Posto Administrativo de Lunga e Lumbo;
 Oeste: Localidade de Namitatar.
Mapa 1: Enquadramento geográfico de Mossuril, 2023

Fonte: AUTORES, 2023

ENQUADRAMENTO LEGAL

A elaboração e implementação da estratégia têm em conta diversos instrumentos legais nacionais e


internacionais, sendo os principais apresentados a seguir:

 Lei de águas – Lei nº 18/91 de 3 de Agosto;


 Lei das Pescas – Lei nº. 22/2013, de 1 de Novembro;
 Regime Jurídico de Utilização do Espaço Marítimo Nacional (RJUEM) – Decreto n.º 21/2017 de 24
de Maio;
 Regulamento Geral da Aquacultura – Decreto nº 35/2001, de 13 de Novembro;
 Regulamento de Sanidade Animal – Decreto nº 26/2009 de 17 de Agosto;
 Reserva Aquícola Marinha – Decreto nº 71/2011 de 30 de Dezembro;
 Política Pesqueira – Resolução Nº 11/96, de 28 de Maio;
 Plano Director de Pescas;
 Plano Estratégico de Inspecção do Pescado 2014 – 2020.
 Regras Específicas para a Certificação Sanitária de Produtos Alimentares de Origem Aquática
 Diploma Ministerial nº. 135/2011 de 27 de Maio.

PROBLEMA A SER RESOLVIDO


Apesar do enorme potencial existente, o desenvolvimento da pesca é ainda baixo, sendo as principais
causas as seguintes:
 Fraco desenvolvimento do sector comercial de insumos pesqueiros;
 Ausência de incentivos para a prática da pesca;
 Deficientes modelos de intervenção na prática de pesca;
 Limitadas linhas de financiamento ajustadas às especificidades do negócio de pesca;
 Fraca divulgação da actividade como fonte de renda;
 Fraca disponibilidade de serviços de extensão pesqueira;
 Incipientes acções de pesquisa e investigação;
 Insuficiência de Quadro legal e normativo da prática de pesca.

CONTEXTUALIZAÇÃO DA ACTIVIDADE PESQUEIRA

A pesca é uma actividade que envolve a captura de peixes, crustáceos, moluscos e outros organismos
aquáticos em rios, lagos, mares e oceanos.

Compreende as actividades de pesca, tais como: pesca no mar largo, em águas costeiras ou em águas
interiores (salgadas, salobras e doces); apanha de espécies de animais marinhos e de água doce
(moluscos, crustáceos, equinodermes, espongiários, etc.); caça de espécies de animais marinhos e de
água doce (cetáceos, tartarugas, baleias, etc.). Inclui a pesca industrial e artesanal. (INE, 2008).

Nos últimos 10 anos a pesca se encontra entre os 3 sectores que mais crescem em Moçambique.

Indústria Extrac. Mineira 13.7


Serviços Financeiros 6
Pescas 3.8
Agricultura 3.4
Transportes e… 3.3
Indústria Transformadora 2.3
Hotelaria e Restauração 1.3
Construção 0.3
Gráfico 01: Comparação nos últimos 10 anos a pesca

PANORAMA DA PESCA NO ÂMBITO MUNDIAL

Os países asiáticos foram a fonte de 70% da produção global de pesca e aquicultura em 2020, seguidos
por países das Américas, Europa, África e Oceânia. A China continua sendo o maior produtor de pescado,
seguida pela Indonésia, Índia, Vietnam e Estados Unidos da América.
A China como maior produtor de peixes no mundo, respondeu por 35% da produção global de peixes em
2020. Excluindo a China, uma parcela significativa da produção em 2018 veio da Ásia (34%), seguida
pelas Américas (14%), Europa (10%), África (7%) e Oceânia (1%). (FAO, 2022)

Africa Oceania
China 80944000 9% 1%

Indonesia 26400000
Europa
India 10780000 13%
Produção em Asia
Vietnam 6380471 toneladas/metricas America 60%
17%
EUA 4991150

Gráfico 02: Panorama da pesca no âmbito mundial

NÚMEROS-CHAVE DA PESCA MUNDIAL 2021:

Produção

 Produção mundial total de animais aquáticos e algas: 214 milhões de toneladas;


 Valor de primeira venda da produção de animais aquáticos: US$ 406 bilhões;
 Pesca de captura marinha: 78,8 milhões de toneladas;
 Pesca de captura de água doce: 11,5 milhões de toneladas.

Consumo e comércio

 Quantidade total para consumo humano (excluindo algas): 157 milhões de toneladas;
 Valor do comércio internacional de produtos da pesca: USD 151 bilhões.

Emprego e frotas

 Total de trabalhadores no sector primário de pesca e aquicultura: 58,5 milhões (21% mulheres);
 Região com maior número de pescadores e aquicultores: Ásia (84%);
 Número de navios de pesca: 4,1 milhões;
 Região com maior frota: Ásia (2,68 milhões de navios, aproximadamente dois terços da frota
mundial).

Estoques de peixe

 Estoques explorados de forma sustentável: 64,6% (2019), 1,2% menos que em 2017.
18

67
27
39 61 27 21 % 34
14 86 % % 37
% % 73 % 37 55 61
% 45 %
38 %
62 63
% %31 %
14 40 60 20
% % % %
86 80 71
% 38 %
77 62
41 % %
47
33 81
% 67 51
% 35
23 % 65
% %
77
%

Não sutentavel
Sustentavel

Fonte: marsemfim.com.br (2022)


Fonte: marsemfim.com.br (2022)
PANORAMA DA PESCA NO ÂMBITO NACIONAL

No ano de 2021 a produção pesqueira artesanal atingiu uma produção de 425,655 toneladas. No que
concerne a produção por província destacam-se as províncias da Zambézia, com 99,811 toneladas,
seguida de Nampula com 71,454 toneladas, Sofala com 66,575 toneladas e Inhambane com 52,025
toneladas, conforme o gráfico a seguir.

Produção da Pesca Artesanal (ton)


Zambézia 99811
Nampula 71454
Sofala 66575
Inhambane 52025
Tete 30694
Cabo Delgado 30358
Niassa 28398
Gaza 17353
Manica 16269
Maputo 12718

Produção da Pesca Artesanal (ton)

Gráfico 03: Panorama da Pesca no Âmbito Nacional


Maputo Manica
Gaza
3% 4%
Zambézia 4%
23% Niassa
7%
Cabo Delgado
7%
Tete
7%
Nampula
17%
Inhambane
Sofala 12%
16%
Gráfico 04: Percentual Panorama da Pesca no Âmbito Nacional

Peixe Marinho 258932


Peixe de água doce 119855
Atum e espécies a fins 10955
Caranguejo 9099
Acetes 6387
Cefalópodes 6001
Tubarão 5472
Camarão 5279
Lagosta 923
Outros 368

Fonte: (BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL, 2022)

PANORAMA DA PESCA NO ÂMBITO REGIONAL: REGIÃO COSTEIRA DE NAMPULA

Em termos regionais o distrito de Angoche pode ser enquadrado na região costeira da província de
Nampula, juntamente com os seguintes distritos:

 Angoche
 Ilha de Moçambique
 Memba,
 Mogincual
 Moma
 Mossuril
 Nacala-Porto
Tabela 01: Tipo de pesca no âmbito regional: Região Costeira de Nampula

Distrito Tipo de Pesca Características gerais


Pesca
Angoche predominantemente Essa região é dominada pela indústria pesqueira e portuária,
artesanal bem como pelo turismo costeiro. Possui uma localização
Pesca estratégica com fácil acesso ao mar, o que favorece o
Ilha de comércio e o transporte marítimo.
predominantemente
Moçambique
artesanal
Pesca A região costeira é conhecida por sua actividade pesqueira.
Memba predominantemente Os distritos costeiros possuem comunidades pesqueiras
artesanal activas que se dedicam à pesca artesanal e comercial. Há um
Pesca diversificada, potencial para o desenvolvimento da pesca industrial e da
Mogincual aquacultura, aproveitando as ricas águas costeiras e os
artesanal e industrial
Pesca diversificada, recursos marinhos disponíveis.
Moma
artesanal e industrial
A região costeira é rica em recursos naturais marinhos, como
Pesca algas, moluscos e crustáceos. Esses recursos são
Mossuril predominantemente explorados comercialmente, contribuindo para a economia
artesanal local e estimulando a criação de empregos na indústria de
Pesca processamento de alimentos. A proximidade da região
Nacala-Porto
predominantemente costeira com o mar facilita o comércio e as conexões
artesanal comerciais internacionais. Isso permite o acesso a mercados
Pesca internacionais para produtos pesqueiros, agrícolas e
Nacala-á-Velha predominantemente industriais.
artesanal
FONTE: estudo da cadeia de valor da pesca artesanal no banco de sofala.

É de se destacar que os distritos que praticam a pesca diversificada (artesanal e industrial) têm tido uma
produção de peixe maior em comparação com os distritos que somente praticam a pesca artesanal.

Para o sector da pesca o Distrito de Mossuril ocupa a 5ª posição, perdendo para Moma que ocupa a
primeira posição e se seguida por Mongicual.
Produção pesqueira (ton)
15066
Moma 18372
8211
11863
Mogincual 13315
8820
6449
Angoche 5148
6007
6398 2018
Memba 3703
1671 2017
3405 2016
Ilha De Moçambique 4832
1363
3278
Mossuril 4041
502
3172
Nacala Porto 2222
1509
126
Nacala à Velha 64
48

Gráfico 05: Produção pesqueira por toneladas

Indicadores da Pesca (2019)


3769
Angoche 3812
24350
3838
Mossuril 3944
13674
3402
Memba 3585
10666
Nº de embarcações
622
Moma 647
Nº de Artes
4258
1105 Nº Pescadores
Nacala Porto 1121
4205
454
Mogincual 494
3779
413
Nacala à Velha 413
2700
905
Ilha De Moçambique 904
393
Fonte: Relatório de Actualização de Informação da Actividade Pesqueira (2020)
PESCA NO DISTRITO DE MOSSURIL

A costa do distrito de Mossuril se estende por cerca de 158km onde a pesca é uma das actividades que se
destacam. O distrito conta com 13674 pescadores, 3944 artes de pesca e 3838 embarcações de pesca
artesanal, cujo produto abastece o mercado local, área do interior e fora do distrito.

PRODUÇÃO DA PESCA NO DISTRITO

Durante o ano de 2020, foram licenciadas 288 artes de pescas de diferentes tipos contra 43 artes no igual
período do ano 2021. O distrito produziu 4982,91 toneladas de diversos tipos de pescado por meio da
pesca artesanais.

A pesca no distrito está mais voltada para o camarão, em detrimento de outras espécies e de recursos
valiosos constituídos pela lagosta, lula, polvo e caranguejo.

Peixe 4743.45
Camarão fino 56.17
Caranguejo 74.03
Camarão 9.38 Produção da pesca (ton)
Lula e polvos 99.75
Lagosta 0.13
Tubarões 0

Gráfico 06: Produção da pesca por tonelada

Distritos de
Mossuril ,
498291, 11%

Outros
distritos da
provincia,
59053, 89%
Gráfico O7: Percentual Produção da pesca por tonelada
Em Mossuril, apresenta como potencial pesqueiro os seguintes produtos:

 Camarão;
 Camarão fino;
 Lulas e polvos;
 Caranguejos e lagostas;
 Variedade de Peixes.

ASPECTOS DEMOGRÁFICOS

Com base nos dados obtidos no (INE, 2017), Onde o Distrito de Mossuril (segundo os dados obtidos no
INE, 2017), possui cerca de 182,335 habitantes, dos quais 88,761 são homens 93,574 são mulheres.

População de Mossuril
200,000
180,000
160,000
Aspectos demográficos

140,000
120,000
100,000
80,000
60,000
40,000
20,000
0
Homens Mulheres Total
População 88,761 93,574 182,335

Gráfico 08: População de Mossuril


POPULAÇÃO PRATICANTE DA ACTIVIDADE PESQUEIRA DE MOSSURIL
A actividade pesqueira faz parte do grupo de actividades económicas, que pertencem ao sector primário
(sector este caracterizado pela presença da indústria extractiva). E esta actividade em específico, é
composta por 13.101 habitantes, valor este que corresponde a 23.1% da população residente em Mossuril.

E esta actividade nesta região é caracterizada por ser realizada para fins alimentícios, comerciais e
maioritariamente caracterizada como uma actividade focada simplesmente para a subsistência.
CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO DE MOSSURIL

Fazendo-se fusão, percebe-se um aumento proporcional dos homens assim como das mulheres, desde os
anos 1997, 2007 e 2017, apresentando taxas de crescimento de forma decrescente.

Ano/censo 1997 2007 2017


Homens --------- 12.677 13.536
Mulheres --------- 13.090 14.842
Total 131864 25.767 28.378
Tabela 02: FONTE: AUTORES 2023, com base nos dados obtidos no INE
PRINCIPAIS SERVIÇOS E EQUIPAMENTOS

Em Mossuril, conta com 11 serviços de bar e restauração (locais estes que são potenciais compradores do
produto marinho ora pescado). Como podemos ver na tabela abaixo:

Designação Quantidade
Bar e Restaurante 8
Restaurantes 3
Total 11
Tabela 03: Principais serviços e equipamentos
TRANSPORTE MARÍTIMO
A região possui 45 barcos que têm carregado mercadoria diversa de Lunga a Mossuril, Ilha a Mossuril,
Mossuril à Matibane e vice-versa. E por sua vez esta possui 10 barcos a vela que circulam de Mossuril à
Ilha, Mossuril à Lumbo, Mossuril á Matibane e vice-versa. O licenciamento é feito dentro do Distrito através
dos Conselhos Comunitários de Pesca.

ROTAS MARÍTIMAS
Para esta região, podemos destacar 7 (sete) rotas marítimas. Onde estas estão centradas exclusivamente
ao transporte de passageiros, visando os seus interesses (quer sejam turísticos, lazer, recreação ou até
mesmo para garantir uma conexão com demais pontos com interesse de trabalho).

Pelo que estas rotas abaixo descritas, possuem uma escala semanal. Sendo que temos as Rotas diárias
(as embarcações de carga e passageiros deslocam-se do distrito de mossuril para as praias da zona
continental, e para a ponte cais, na zona insular da ilha de Moçambique. Ao meio dia, os deslocamentos
são no sentido contraria, isso e, para a parte continental, concretamente para a ponte cais do Lumbo e
para o distrito de Mossuril) e as Rotas Intermitentes (nas Segundas, quintas e sextas-feiras, as
embarcações deslocam-se da ilha (insular), para a baia de Lunga e Matibane). Pelo que temos:

 Lumbo – Cabeceira;
 Mossuril – Ilha de Moçambique;
 Mossuril – Lumbo;
 Ilha de Moçambique – Chocas Mar;
 Ilha de Moçambique – Cabeceira;
 Ilha de Moçambique – Lunga.
 Moçambique – Lunga.

MAPA 02: ROTAS MARÍTIMA

Fonte: AUTORES, 2023


2.2 PRINCIPAIS TEMAS CRITICOS

Sustentabilidade dos recursos pesqueiros A gestão adequada dos recursos pesqueiros é essencial
para garantir a sua sustentabilidade a longo prazo,
evitando a sobrepesca e protegendo os ecossistemas
marinhos.

Impactos das mudanças climáticas As mudanças climáticas podem afectar negativamente a


pesca em Mossuril, com alterações nas condições
oceânicas, aumento da temperatura da água e
acidificação dos oceanos, impactando a disponibilidade e
distribuição das espécies.

Pressão da pesca ilegal, não declarada e não A pesca INDNR pode prejudicar os esforços de
regulamentada (INDNR): conservação e gestão sustentável dos recursos
pesqueiros, afectando negativamente as comunidades
pesqueiras locais.

Conflitos de uso do espaço marinho A competição pelo uso do espaço marinho, seja entre
diferentes sectores da pesca ou com outras actividades
como turismo e conservação, pode gerar conflitos que
precisam ser gerenciados de forma adequada.

Capacitação e acesso a recursos A falta de capacitação técnica e financeira pode limitar o


desenvolvimento das comunidades pesqueiras em
Mossuril, dificultando a adoção de práticas sustentáveis e
o acesso a mercados.

Infra-estrutura inadequada A falta de infra-estrutura adequada, como portos, cais e


armazenamento refrigerado, pode dificultar as operações
de pesca e limitar o valor agregado aos produtos
pesqueiros.

Políticas de pesca e governança A existência de políticas claras e eficazes de pesca, bem


como uma governança adequada, são fundamentais para
promover a sustentabilidade e o desenvolvimento da
pesca em Mossuril.

Educação e conscientização A educação e a conscientização sobre a importância da


pesca sustentável, a conservação dos recursos marinhos
e a gestão adequada dos ecossistemas são cruciais para
promover práticas responsáveis entre os pescadores e a
comunidade em geral.
2.3 PRINCIPAL PROBLEMA URBANO

Mossuril é uma área predominantemente rural, com uma economia baseada na pesca e agricultura. No
entanto, a cidade de Mossuril, localizada na costa, tem uma população crescente e enfrenta alguns
problemas urbanos relacionados à pesca. O principal problema urbano em Mossuril na área de pesca
é a falta de infra-estrutura adequada para a gestão dos produtos pesqueiros.
A cidade não possui um porto ou cais adequado para o desembarque de pescado e outros produtos do
mar, o que dificulta a operação dos pescadores e afecta a qualidade dos produtos. Além disso, a falta de
armazenamento refrigerado e outras instalações para processamento e embalagem limita a capacidade
dos pescadores de agregar valor aos seus produtos e de atender a demanda do mercado.

Essa falta de infra-estrutura adequada também pode levar ao desperdício de produtos pesqueiros, já que
sem um sistema eficaz de armazenamento e transporte, os produtos podem se deteriorar rapidamente.
Isso pode afectar negativamente os meios de subsistência dos pescadores locais e limitar o potencial
económico da actividade pesqueira em Mossuril.

Portanto, é importante que sejam implementadas medidas para melhorar a infra-estrutura portuária e de
processamento de produtos pesqueiros em Mossuril, visando melhorar as condições de trabalho dos
pescadores locais, aumentar o valor agregado aos seus produtos e promover o desenvolvimento
socioeconómico da região.

SÍNTESE DAS ANALISES

 Perda da biodiversidade marinha, devido a actividade pesqueira irregular;


 Fraco licenciamento das embarcações pesqueiras;
 Utilização de artes de pescas nocivas ao ambiente e aos ecossistemas marinhos;
 Limitadas linhas de financiamento ajustadas as especificidades do negócio de Pesca;
 Ausência de marketing nacional e regional do pescado.
 Fraca divulgação da actividade como fonte de renda.

ANÁLISE SWOT

Como forma de melhor caracterizar e enquadrar a região, importa assim após o diagnóstico estratégico
apresentar as análises dos factores internos e externos que geram um certo impacto (quer seja positivo
assim como negativo, e que este a sua incidência seja directa assim como indirecta). Pelo que, segue-se
assim a lista dos elementos obtidos na análise SWOT:
FACTORES INTERNOS
Força FACTORES EXTERNOS
1. Existência de 44km de extensão da costa nesta Oportunidades
região com 50m de profundidade possíveis para a
prática da actividade pesqueira; 1. Proximidade ao Porto de Nacala capaz de
escoar os produtos marinho e os seus
2. Existência de 11 equipamentos turísticos, que dão derivados;
potencial económico e gastronómico em Mossuril;
2. Travessia de rotas de navegação da África
3. Existência de 23,1% da população activa Ocidental ao longo do canal de Moçambique.
praticante da actividade pesqueira.

SWOT

Fraqueza
1. Ineficiência do processo de gestão e fiscalização
da actividade pesqueira; Ameaças
2. Vulnerabilidade do processo de armazenamento Alta competitividade do sector do pesqueiro
do produto marinho; a nível provincial e mundial.
3. Ausência de marketing nacional e regional da
actividade pesqueira nesta região.

PRINCIPAIS RESULTADO DA ANÁLISE SWOT

A síntese da análise SWOT permite confirmar a existência de oportunidades susceptíveis de serem


aproveitadas pelo sector Pesqueiro, nomeadamente um elevado potencial de mercado aliado à
possibilidade de aumento da produção aquícola nacional tendo em conta a disponibilidade de recursos
hídricos apropriados e o domínio das tecnologias de produção.
A dimensão do mercado dos produtos da pesca, que se perspectiva continue a crescer, constitui um
enorme potencial para os produtos da aquacultura, mas haverá que ter em conta condições como:

 A adaptação proactiva dos produtos às preferências dos consumidores, tanto a nível nacional,
como internacional;
 Uma criação diversificação que aposte na qualidade, produzindo diferente, nomeadamente
produtos certificados e com um nível de demanda considerável;
 Uma melhor percepção e intervenção nos circuitos de comercialização, o que poderá exigir uma
maior escala da oferta.

ANÁLISE DA ENVOLVENTE

A região tem um grande potencial, primeiro na variedade de recursos marinhos e na extensão oceânica, e
também potencial na existência de grandes áreas para a prática da aquacultura. Porém comparando a
região e o mundo, é notável e podemos afirmar que a região tem oferecido pouco em relação a sua
capacidade, por exemplo, a Zâmbia e a Tanzânia, são países vizinhos e tem mostrado um crescimento
exponencial das suas produções.

ANÁLISE DA OFERTA

Nota-se que, a região tem uma vasta área que pode ser explorado ou aproveitado de muitas maneiras
sustentáveis, há que frisar que a pesca e a actividade económica rentável e que torna como uma das
bases de sustento para a população, com esta potencialidade há que pensar em um desenvolvimento
territorial de modo que o produto produzido seja escoado para vários mercados nacionais e internacionais,
e para que haja uma boa racionalização dos recursos.

ANÁLISE DA DEMANDA
Actualmente a demanda dos produtos vem aumentado gradualmente, porem a oferta não consegue
responder a demanda do produto. Mas tempos futuros a procura pode aumentar devido a disponibilidade,
quantidade e a qualidade de oferta.

MERCADO INTERNACIONAL

A produção global dos produtos da pesca, incluindo a aquacultura, irá continuar a aumentar, projectando a
FAO um crescimento de 15% até 2021, crescimento que será suportado principalmente pelos produtos
aquícolas.
A Europa, principal mercado mundial para os produtos da pesca e da aquacultura, continuará a ser
largamente deficitária no abastecimento do mercado interno, quer pela quebra que se tem verificado na
captura, quer pela estagnação da produção aquícola que, agora, a Comissão Europeia pretende combater.

A aposta em novas espécies aquícolas, que pode surgir dos resultados da investigação e da
experimentação, continuará a ser incentivada, permitindo uma maior oferta e abertura de novos abrigos de
mercados.

RESULTADOS DA SWOT
Face ao exposto e aos resultados da análise SWOT do sector, a estratégia de desenvolvimento passará
pelos seguintes vectores de actuação:

 Contribuir para o desenvolvimento regional e local e, nessa base, para a diversificação das
oportunidades de emprego e para a estabilidade económica e social das populações do litoral;
 Valorizar e dignificar o capital humano e as profissões do sector, bem como promover a
melhoria da capacitação dos serviços e a competitividade das unidades de produção, através
da inovação organizativa e funcional e da divulgação do conhecimento científico e técnico;
 Gerir melhor o uso dos recursos, diversificando as técnicas e métodos de produção e
incentivando e promovendo a produção de qualidade;
 Compatibilizar, através de políticas verdadeiramente integradas, os diferentes usos da faixa
costeira nacional, contribuindo activamente para um racional ordenamento e para uma gestão
integrada dessas zonas;
 Incentivar a investigação científica, a valorização do saber tradicional e a inovação ao nível
dos métodos, das tecnologias e da abertura de novos campos de actuação.

2.4 OBJECTIVOS DO PLANO

Tendo em consideração a especificidade socioeconómica do território, foram identificados os seguintes os


objectivos para a materialização da visão:

 Apostar no sector privado para o processo de geração de novas dinâmicas pesqueiras;


 Definir formas sustentáveis de exploração marinha;
 Criar centros de formação da área pesqueira.
2.4.1OBJECTIVOS SOCIAIS DO PLANO

 Melhorar as condições de vida e trabalho dos pescadores locais;


 Promover a segurança alimentar e nutricional das comunidades costeiras;
 Fortalecer a organização e participação das comunidades pesqueiras; Preservar o conhecimento
tradicional e cultural relacionado à pesca.

2.4.2 OBJECTIVOS ECONÓMICOS

 Promover o desenvolvimento sustentável da actividade pesqueira;


 Diversificar as fontes de renda das comunidades pesqueiras;
 Estimular a criação de empregos e oportunidades de negócios relacionados à pesca;
 Melhorar o acesso aos mercados e valorização dos produtos pesqueiros.

2.4.3 OBJECTIVOS FÍSICOS

 Melhorar a infra-estrutura portuária para facilitar o desembarque e embarque dos produtos


pesqueiros;
 Promover a construção de unidades de processamento e armazenamento adequadas;
 Implementar medidas para protecção e conservação dos ecossistemas marinhos;
 Desenvolver estratégias para adaptação às mudanças climáticas na actividade pesqueira.

2.5 PRIORIDADES DO PLANO ESTRATÉGICO

ÁREAS DE INTERVENÇÃO PRIORITÁRIA FACTORES CRÍTICOS DE SUCESSO


Gestão sustentável dos recursos pesqueiros Desenvolver e implementar medidas de gestão
sustentável para garantir a conservação dos
recursos pesqueiros e a viabilidade económica da
pesca.
Fortalecimento das organizações de pescadores Apoiar e fortalecer as organizações de pescadores
locais, promovendo a sua participação na tomada
de decisões e na gestão dos recursos pesqueiros.
Diversificação económica Promover a diversificação económica das
comunidades pesqueiras, incentivando o
desenvolvimento de actividades complementares à
pesca, como turismo, aquicultura e artesanato.
Desenvolvimento de infra-estrutura Melhorar a infra-estrutura pesqueira local, incluindo
portos, cais, armazéns frigoríficos e outras
instalações para apoiar a actividade pesqueira.
Capacitação e treinamento Oferecer capacitação e treinamento para os
pescadores locais em áreas como gestão
empresarial, técnicas de pesca selectiva, segurança
no mar e outros temas relevantes para a actividade
pesqueira.
Promover o uso de tecnologias inovadoras na
actividade pesqueira, como sistemas de
Investimentos em tecnologia rastreamento de embarcações, ferramentas de
monitoramento remoto e outras soluções
tecnológicas que possam melhorar a eficiência da
actividade pesqueira.
Desenvolvimento de cadeias produtivas Fortalecer as cadeias produtivas pesqueiras,
promovendo a comercialização dos produtos
pesqueiros locais e agregando valor aos mesmos.
Promoção da conservação ambiental Promover a conservação ambiental e a protecção
dos ecossistemas marinhos, por meio de medidas
como a criação de áreas marinhas protegidas e o
uso de práticas de pesca selectiva.

CAPÍTULO III ‖ DEFINIÇÃO DE DESENHO DE CENÁRIOS


3.1 CARACTERIZAÇÃO FUNCIONAL

O sistema funcional urbano no distrito de Mossuril e sua envolvente são caracterizados por uma série de
elementos e actividades que contribuem para o funcionamento das áreas urbanas. Isso inclui:
Infra-estrutura básica: Existência de vias de acesso, redes de abastecimento de água, electricidade,
saneamento básico e telecomunicações para atender às necessidades da população local.

Comércio e serviços: Presença de mercados, lojas, restaurantes, bancos e outros estabelecimentos


comerciais e de serviços que atendem às demandas da população local.

Transporte: Disponibilidade de transporte público e privado para facilitar a mobilidade das pessoas dentro
e fora do distrito, conectando-o a outras áreas.

Instituições governamentais: Presença de órgãos governamentais que prestam serviços públicos, como
administração local, saúde, educação e segurança.

Educação: Existência de escolas, creches e instituições de ensino que oferecem oportunidades


educacionais para crianças e jovens.

Saúde: Disponibilidade de centros de saúde, postos médicos e hospitais para atender às necessidades de
saúde da população local.

Áreas residenciais: Presença de bairros e comunidades onde as pessoas residem, com habitações
adequadas e acesso a serviços básicos.
Recreação e lazer: Existência de espaços públicos, parques, centros esportivos e outras instalações que
proporcionam actividades recreativas e oportunidades de lazer.

Cultura e património: Preservação e promoção do património cultural e histórico da região, incluindo


museus, locais históricos e eventos culturais.

Meio ambiente: Consideração dos aspectos ambientais, como áreas verdes, gestão de resíduos e
conservação dos recursos naturais, para promover um ambiente sustentável.

Esses elementos juntos contribuem para o funcionamento e qualidade de vida nas áreas urbanas do distrito de
Mossuril e sua envolvente.
Factores Chaves e Causas

Factor chave Factor causal (dinâmica evolutiva)

Disponibilidade de recursos pesqueiros Variações na biomassa e distribuição das espécies de


peixes devido a factores como ciclo de reprodução,
migração e interacções ecológicas.

Condições climáticas e oceanográficas Mudanças nos padrões climáticos, como temperatura da


água, correntes oceânicas e eventos extremos, afectam a
disponibilidade e distribuição dos peixes.

Tecnologia e equipamento de pesca Avanços tecnológicos podem aumentar a eficiência da


pesca, mas também podem levar à sobrepesca e
impactos negativos nos ecossistemas marinhos.

Políticas governamentais e regulamentações Regulamentações adequadas, como cotas de pesca,


áreas protegidas e restrições sazonais, podem ajudar a
garantir a sustentabilidade da pesca.

Sustentabilidade da actividade pesqueira Práticas insustentáveis, como a pesca excessiva, a pesca


ilegal e a destruição do habitat, podem levar à diminuição
dos recursos pesqueiros e impactos negativos nos
ecossistemas marinhos.
Demanda do mercado A demanda por peixes e frutos do mar pode levar a
práticas insustentáveis, como a pesca excessiva e a
sobrepesca.
Desenvolvimento costeiro A urbanização e o desenvolvimento costeiro podem levar
à destruição do habitat e à perda de áreas de desova e
alimentação para os peixes.
Poluição A poluição, como o despejo de produtos químicos e
resíduos, pode afectar a qualidade da água e prejudicar
os peixes e outros organismos marinhos.
Mudanças climáticas As mudanças climáticas podem afectar os ecossistemas
marinhos, alterando as condições ambientais e a
distribuição das espécies de peixes.
Conflitos entre pescadores Os conflitos entre pescadores, como a competição por
recursos pesqueiros escassos, podem levar à sobrepesca
e impactos negativos na sustentabilidade da pesca.

3.2 IDENTIFICAÇÃO CARACTERIZAÇÃO DAS TENDENCIAS DE MUDANÇA

Identificação de tendências independentes com alto impacto/incerteza:

Com base na matriz de impacto/incerteza, as tendências independentes com alto impacto/incerteza


são:

Maior concentração de serviços turísticos.

Dificuldade na promoção das actividades de modo a aumentar o nível de produtividade.

Essas tendências têm um alto potencial de impacto no sector industrial pesqueiro em Mossuril, ao mesmo
tempo em que apresentam um nível significativo de incerteza em relação à sua ocorrência. Portanto, é
crucial considerá-las ao desenvolver estratégias para o plano estratégico.

Avaliação das tendências de mudança (matriz impacto/incerteza):


ALTO

Acção diferenciada aos Factores externos


4
NIVEL DE IMPACTO

FE em causa: Adequar gestão


3
MEDIO

FE Critico: Prioridade

1 FE a vigiar: acompanhamento continuo


2
BAIXO

FE desprezível: Não requer atenção

BAIXO MEDIO ALTO


PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA
Tendência Impacto Incerteza
Centro das atenções viradas para a pesca em grande escala Médio Média
Maior concentração de serviços turísticos Alto Alta
Dificuldade na promoção das actividades de modo a aumentar o nível de produtividade Alto Alta
Maior número de navios e aberturas de empresas de exploração petrolífera Baixo Média

3.3 DESENVOLVIMENTO DE CENÁRIOS

Com base nas tendências de mudança identificadas, podemos desenvolver cenários para o sector
pesqueiro em Mossuril:

1. Cenário de Mudança Climática: Neste cenário, as mudanças climáticas afectam


significativamente a distribuição e comportamento das espécies marinhas, levando a uma
diminuição na captura de algumas espécies e um aumento na captura de outras. Os pescadores
precisarão se adaptar a essas mudanças, adoptando novas técnicas e equipamentos para garantir
a sustentabilidade da pesca.
2. Cenário de Tecnologia Avançada: Neste cenário, o desenvolvimento de novas tecnologias na
área de pesca, processamento e embalagem resulta em uma melhoria significativa na eficiência e
qualidade dos produtos pesqueiros. Isso leva a um aumento na produção e exportação dos
produtos pesqueiros de Mossuril.
3. Cenário de Regulamentação Rígida: Neste cenário, as regulamentações e leis que regem a
actividade pesqueira se tornam mais rígidas, afectando as práticas de pesca, comercialização e
exportação dos produtos pesqueiros. Isso pode levar a uma diminuição na produção e exportação
dos produtos pesqueiros de Mossuril.
4. Cenário de Mercados Emergentes: Neste cenário, novos mercados emergentes surgem ou se
tornam mais acessíveis para os produtos pesqueiros de Mossuril. Isso resulta em um aumento na
demanda e exportação dos produtos pesqueiros da região.
5. Cenário de Conscientização Ambiental: Neste cenário, a conscientização ambiental aumenta
significativamente, levando os consumidores a preferirem produtos pesqueiros provenientes de
fontes sustentáveis. Isso pode levar a uma maior demanda por produtos pesqueiros sustentáveis
de Mossuril.

3.4 DETERMINAÇÃO DAS IMPLICAÇÕES

1. Cenário de Mudança Climática:

 Necessidade de adaptação às mudanças nas espécies marinhas-alvo, por meio da diversificação


das actividades de pesca e adoção de técnicas de pesca selectiva.
 Investimento em pesquisa e monitoramento para entender melhor os efeitos das mudanças
climáticas na pesca local.
 Possibilidade de explorar novas oportunidades de pesca que surgem com a redistribuição das
espécies.
2. Cenário de Tecnologia Avançada:

 Necessidade de investir em capacitação e acesso a tecnologias avançadas para aumentar a


eficiência da pesca, processamento e embalagem dos produtos.
 Potencial para melhorar a qualidade dos produtos pesqueiros, aumentando sua competitividade
no mercado.

3. Cenário de Regulamentação Rígida:

 Adaptação às novas regulamentações, garantindo a conformidade com as leis e práticas


sustentáveis de pesca.
 Necessidade de investir em certificações e rastreabilidade dos produtos pesqueiros para atender
aos requisitos regulatórios.

4. Cenário de Mercados Emergentes:

 Exploração de novos mercados emergentes, buscando parcerias comerciais e diversificação dos


canais de distribuição.
 Possibilidade de aumento na demanda por produtos pesqueiros locais, resultando em
oportunidades de crescimento económico.

5. Cenário de Conscientização Ambiental:

 Investimento em práticas sustentáveis de pesca, como uso de artes de pesca selectivas e


protecção de áreas marinhas sensíveis.
 Possibilidade de valorização dos produtos pesqueiros sustentáveis, resultando em melhores
preços e acesso a mercados mais exigentes.

3.5 FORMULAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS

De modo a alcançar os objectivos traçados para o presente plano estratégico, importa aqui referenciar os
pilares que irão suster tal objectivo, os quais são:

Reforçar, inovar e diversificar os métodos de produção pesqueira sustentável

Em um sector como este (que faz parte do sector primário – indústria extractiva), importa que este
processo (realizado neste sector) seja feito de forma sustentável, pensando nas gerações futuras
respeitando os períodos do ano reservados para o desenvolvimento das espécies marinhas de forma a
promover a produção de qualidade.

Estratégias
 Promover o desenvolvimento de infra-estruturas chave de apoio à actividade da pesca;
 Promover o acesso à tecnologias inovadoras, de modo a gerar maior dinâmica (nas formas de
consumo e fornecimento do produto marinho);
 Facilitar o acesso à terra e espaços marítimos;
 Apostar no aumento da produção, na diversificação de espécies e na oferta de novos produtos-
considerando que o reforço do posicionamento competitivo do sector passa pela diversificação
para outras espécies, privilegiando aquelas em que as soluções técnicas para a sua produção à
escala da pesca semi-industrial conferem, à partida, boas perspectivas ao investimento.

Participação activa do sector privado


A participação activa do sector privado é um factor chave para o desenvolvimento sustentável desta
actividade, entretanto sendo uma área de negócio emergente e pouco conhecida (em moldes legais
estabelecidos no decreto no 74/2017), pois ela representa um risco significativo, o que retrai as potências
investidoras. Há necessidade da intervenção do Estado numa primeira fase, com vista a criar-se uma base
de conhecimento, reconhecimento, capital e níveis de produtividade e lucratividade que atrai o sector
privado a investir no sector pesqueiro.

Estratégias
 Melhorar o ambiente de negócios através da revisão do quadro legal, processos e procedimentos;
 Facilitar o acesso ao financiamento.

Promover a competitividade do sector pesqueiro em função dos recursos marinhos e materiais


disponíveis
Importa que através dos recursos existentes (tanto marinhos assim como materiais), sejam vistos como o
capital inicial, tanto para agregar os valores económicos assim como os valores morais/imateriais (numa
primeira fase). Buscando assegurar a sustentabilidade dos “stocks”.

Estratégias
 Zelar pela capacidade de armazenamento e conservação do produto marinho;
 Reforçar e melhorar a capacidade de vigilância, fiscalização e controlo da pesca.

Criar mais valor e diversificar a indústria transformadora


Através do produto marinho ora pescado, serão adoptadas formas de processamento destes produtos, de
forma a obter seus derivamos e assim gerar mais opções de consumo por parte dos compradores.

Estratégias
 Promover a modernização dos canais de distribuição e de logística, criando marcas estratégicas
(alargando a pluralidade e a diversidade do sector) e o fomento e divulgação dos produtos da
pesca.
Formação e valorização profissional
Para melhor valorização do produto pesqueiro oriundo desta Região Costeira, importa que se invista no
capital humano, pois este condiciona assim como valoriza todo e qualquer sector que invista nele (sendo
esta uma forma de agregar valor e atractividade da mão de obra activada para a região).

Estratégias
 Promover a formação académica e profissional (neste sector), olhando para o desenvolvimento de
competências, comportamentos, conhecimentos, habilidades e tecnologias visando proporcionar a
esta região Costeira uma certa qualidade de Vida.

Exportação e comercialização dos produtos pesqueiros


Olhado para os interessantes, a visibilidade e a valorização internacional (de forma a se tornar uma
potencia), importa que garanta a visibilidade necessária (em fóruns mediáticos assim como em exposições
internacionais – Exportar para Dubai).

Estratégias
 Apostar em factores imateriais (qualidade; inovação; formação; “marketing”);
 Promover alianças com países com maior produção e exportação do pescado para o
aproveitamento dos seus recursos.
 Facilitar o acesso à terra e espaços marítimos;
 Apostar no aumento da produção, na diversificação de espécies e na oferta de novos produtos-
considerando que o reforço do posicionamento competitivo do sector passa pela diversificação
para outras espécies, privilegiando aquelas em que as soluções técnicas para a sua produção à
escala da pesca semi-industrial conferem, à partida, boas perspectivas ao investimento.

CAPÍTULO IV ‖ FORMULAÇÃO DA VISÃO ESTRATÉGICA


4.1 DESCRIÇÃO DAS VISÕES ESTRATÉGICAS E SEUS CENÁRIOS

Inicialmente foi preciso definir uma visão de futuro, ou seja, um objectivo maior a ser perseguido
colectivamente pelo sector. Definida, ela irá balizar acções práticas para o desenvolvimento deste sector, e
também motivar formas de superação das dificuldades humanas, institucionais e financeiras para a sua
implementação.

A estratégia reconhece a natureza dividida da aquacultura na região e reconhece a importância de ambos


os pequenos proprietários e da aquacultura comercial para o futuro desenvolvimento económico regional.

Um ponto importante é identificar o momento oportuno para desenvolver e implementar uma estratégia e
um plano de desenvolvimento. Com base nos elementos apresentados no diagnóstico actual da cadeia
produtiva, fica evidente que o momento é adequado para a adopção de mudanças que permitirão que a
Região atenda a uma oportunidade de mercado, com enormes benefícios económicos e sociais, se todos
os actores envolvidos com esta actividade somarem esforços na implementação do plano estratégico de
longo prazo.

VISÃO

Até 2033, Ser uma referência na actividade pesqueira, promovendo a


sustentabilidade, o desenvolvimento económico e o bem-estar das comunidades do
distrito de Mossuril.

MISSÃO

Desenvolver o sector pesqueiro do distrito de Mossuril de forma sustentável,


promovendo o crescimento económico, o fortalecimento das comunidades pesqueiras
e a preservação dos recursos marinhos, por meio de parcerias estratégicas,
capacitação e promoção comercial.

VALORES:

1. Sustentabilidade: Promover a pesca sustentável, respeitando os recursos marinhos e garantindo a


preservação dos ecossistemas para as gerações futuras.

2. Responsabilidade Social: Priorizar o bem-estar das comunidades pesqueiras, promovendo a inclusão


social, melhorando as condições de trabalho e garantindo a equidade de oportunidades.

3. Qualidade: Buscar constantemente a excelência na produção pesqueira, garantindo produtos de alta


qualidade que atendam aos padrões sanitários e de segurança alimentar.

4. Inovação: Estimular a inovação tecnológica e o desenvolvimento de novas técnicas e práticas no sector


pesqueiro, visando aumentar a eficiência e a competitividade.

5. Transparência: Promover a transparência nas actividades pesqueiras, garantindo a prestação de


contas e a divulgação de informações relevantes para as partes interessadas.

4.1.2 DEFINIÇÃO DA VISÃO ESTRATÉGICA


Na visão estratégica para a cidade de Mossuril, busca-se alcançar um desenvolvimento físico, social e
económico equilibrado e sustentáveis.
Desenvolvimento Físico:

 Melhoria da infra-estrutura urbana, incluindo estradas, transporte público, fornecimento de água e


energia.
 Planeamento urbano adequado, com espaços públicos bem projectados, áreas verdes e
acessibilidade para todos.
 Preservação e valorização do património histórico e cultural da cidade.

Desenvolvimento Social:

 Promoção da inclusão social, garantindo acesso igualitário a serviços básicos como saúde,
educação e moradia.
 Fortalecimento das comunidades locais, incentivando a participação cidadã e o engajamento
comunitário.
 Promoção da diversidade cultural e respeito aos direitos humanos.

Desenvolvimento Económico:

 Estímulo ao empreendedorismo local e à criação de empregos sustentáveis.


 Diversificação da economia, identificando sectores promissores e fomentando o desenvolvimento
de negócios local.
 Atracção de investimentos que gerem crescimento económico e oportunidades para os moradores
da cidade.

4.2 DESENVOLVIMENTO DA VISÃO ESTRATÉGICA

Visão Estratégica: Mossuril - Uma Cidade Sustentável, Inclusiva e Próspera.

Lema: "Construindo Juntos o Futuro que Queremos!"

4.2.1 DEFINIÇÃO DE PRINCÍPIOS GERAIS QUE GUÍAM A VISÃO;


Sustentabilidade: Promover o desenvolvimento económico, social e ambiental de forma equilibrada,
garantindo a preservação dos recursos naturais para as gerações futuras.

Inclusão: Garantir que todas as pessoas tenham acesso igualitário a oportunidades, serviços e benefícios,
independentemente de sua origem, género, raça ou condição social.

Participação: Envolver activamente as comunidades locais, incentivando a participação cidadã e o


engajamento comunitário na tomada de decisões e no planeamento do desenvolvimento.

Qualidade de Vida: Priorizar o bem-estar e a qualidade de vida dos habitantes, fornecendo serviços
básicos de saúde, educação, habitação e cultura.

Inovação: Estimular a criatividade e a inovação em todas as áreas do desenvolvimento, buscando


soluções eficientes e sustentáveis para os desafios enfrentados pela cidade.
Responsabilidade Social: Promover a justiça social, respeitando os direitos humanos e trabalhando para
reduzir desigualdades e exclusões.

METAS
1. Formação de uma direcção da pesca;
2. Prover incentivos financeiros para produtores de pequena escala;
3. Facilitar o acesso às linhas de crédito para aumento da competitividade
4. Assegurar o desenvolvimento Territorial sustentado das zonas costeiras mais dependentes da
pesca;
5. Incentivar Turismo Cultural de Pesca e Gastronómico da Região;
6. Melhoramento de infra-estruturas para o escoamento dos produtos.
Plano de Acção
PILARES ACÇÕES CURTO PRAZO MÉDIO PRAZO LONGO PRAZO
Promover o desenvolvimento de infra-estruturas chave de apoio à actividade da
pesca;
Promover o acesso à tecnologias inovadoras, de modo a gerar maior dinâmica (nas
REFORÇAR, INOVAR E DIVERSIFICAR
formas de consumo e fornecimento do produto marinho);
OS MÉTODOS DE PRODUÇÃO
PESQUEIRA SUSTENTÁVEL.
Facilitar o acesso à terra e espaços marítimos;
Apostar no aumento da produção, na diversificação de espécies e na oferta de novos
produtos- considerando que o reforço do posicionamento competitivo do sector passa
pela diversificação para outras espécies, privilegiando aquelas em que as soluções
técnicas para a sua produção à escala da pesca semi-industrial conferem, à partida,
boas perspectivas ao investimento.
PARTICIPAÇÃO ACTIVA DO SECTOR Melhorar o ambiente de negócios através da revisão do quadro legal, processos e
PRIVADO. procedimentos;
Facilitar o acesso ao financiamento.
PROMOVER A COMPETITIVIDADE DO Zelar pela capacidade de armazenamento e conservação do produto marinho
SECTOR PESQUEIRO EM FUNÇÃO DOS Reforçar e melhorar a capacidade de vigilância, fiscalização e controlo da pesca.
RECURSOS MARINHOS E MATERIAIS
DISPONÍVEIS.
CRIAR MAIS VALOR E DIVERSIFICAR A Promover a modernização dos canais de distribuição e de logística, criando marcas
INDÚSTRIA TRANSFORMADORA. estratégicas (alargando a pluralidade e a diversidade do sector) e o fomento e
divulgação dos produtos da pesca;
FORMAÇÃO E VALORIZAÇÃO Promover a formação académica e profissional (neste sector), olhando para o
PROFISSIONAL. desenvolvimento de competências, comportamentos, conhecimentos, habilidades e
tecnologias visando proporcionar a esta região Costeira uma certa qualidade de Vida.
EXPORTAÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO Apostar em factores imateriais (qualidade; inovação; formação; “marketing”);
DOS PRODUTOS PESQUEIROS. Promover alianças com países com maior produção e exportação do pescado para o
aproveitamento dos seus recursos.
Longo prazo - 10 anos
Médio prazo - 6 anos
Curto prazo - 3
Plano financeiro
De modo a assegurar que as estratégias ora citadas sejam implementadas com sucesso (visto que
em função da situação actual desta áreas) importa aqui destacar que tanto os actuais intervenientes
assim como os futuros (referindo-se assim ao sector privado) terão a sua colaboração neste processo
de financiamento. A principal fonte de financiamento para a implementação das acções de
desenvolvimento das potencialidades é o orçamento das receitas internas que podem ser através das
receitas exportações na primeira fase. Com auxílio do governo e cooperadores atuais de agentes
económicos.

 Administração nacional das Pescas (ADNAP);


 Instituto nacional de investigação pesqueira (IIP);
 Instituto nacional de inspecção de pescado (INIP);
 Fundo de fomento pesqueiro (FFP).

Serão as instituições governamentais que faram o financiamento para a implementação do plano.

Pequenos produtores
Os pequenos produtores têm um papel fundamental neste processo de produção, sendo que é a
camada associativa que melhor conhece área (apresar de falta do conhecimento científico na maior
parte deles). E é este grupo que será a base do financiamento deste sector (através da legalização do
processo de licenciamento da pesca) cumprindo com as tachas estabelecidas pelo decreto n o
74/2017 (ver anexo 7.2).

Sector Privado
O sector privado é chamado a intervir ao longo da Cadeia de Valor deste sector. E para o efeito será
necessário demostrar a atractividade do negócio, tanto ao nível interno, assim como a nível externo
(para exportação, apresentando os valores imateriais – qualidade, inovação, formação - deste sector
nesta região). Criando-se condições para diminuir os custos de produção e disponibilização de
produtos de maior valor comercial.

Parceiros de Cooperações
Para garantir o desenvolvimento desta região através deste sector, o apoio dos parceiros de
cooperação será fundamental e neste contexto, dever-se-á mobilizar junto destes parceiros, recursos
financeiros suficientes para implementação da estratégia ora elencadas.
CAPÍTULO V ‖ QUESTÕES CHAVE
1. Qual é a espécie de peixe mais comum em Mossuril?
2. Quais são as práticas de pesca mais utilizadas pelos pescadores locais?
3. Como a pesca afecta o ecossistema marinho em Mossuril?
4. Como a mudança climática afecta a pesca em Mossuril?
5. Quais são os principais desafios enfrentados pelos pescadores locais em Mossuril?
6. Como as regulamentações de pesca são implementadas em Mossuril?
7. Qual é o papel das autoridades governamentais na gestão da pesca em Mossuril?
8. Como a pesca ilegal é combatida em Mossuril?
9. Quais são as medidas de conservação dos recursos pesqueiros adoptadas em Mossuril?
10. Como a comunidade local é envolvida na gestão da pesca em Mossuril?
11. Quais são as técnicas de pesca selectiva utilizadas para minimizar o impacto ambiental em
Mossuril?
12. Como a educação e conscientização são promovidas entre os pescadores locais em Mossuril?
13. Qual é o papel das organizações não governamentais na gestão da pesca em Mossuril?
14. Quais são os benefícios do turismo sustentável para as comunidades pesqueiras em Mossuril?
15. Como a aquicultura pode ser uma alternativa económica para as comunidades pesqueiras em
Mossuril?
16. Quais são as áreas protegidas para preservação dos recursos marinhos em Mossuril?
17. Como os cientistas estão envolvidos na gestão da pesca em Mossuril?
18. Quais são as consequências da sobrepesca em Mossuril?
19. Como a diversificação económica pode reduzir a pressão sobre os recursos pesqueiros em
Mossuril?
20. Quais são as perspectivas futuras para a gestão da pesca em Mossuril?
CAPÍTULO VI ‖ CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES CHAVE

6.1 CONCLUSÃO

A pesca no distrito de Mossuril é uma actividade importante para as comunidades locais, mas é
essencial garantir sua sustentabilidade. É necessário implementar regulamentações adequadas,
promover práticas de pesca responsáveis, educar e conscientizar os pescadores, monitorar e fiscalizar
as actividades pesqueiras, diversificar a economia local e promover a cooperação entre as partes
interessadas. Ao adoptar essas medidas, podemos contribuir para a preservação dos recursos
pesqueiros e garantir benefícios duradouros para as comunidades e o meio ambiente. A pesca no
distrito de Mossuril desempenha um papel significativo na subsistência e economia local. No entanto,
existem desafios que precisam ser abordados para garantir a sustentabilidade dessa actividade.

Um dos principais desafios é a sobrepesca, que pode levar à diminuição dos estoques pesqueiros e
afectar negativamente o ecossistema marinho. É fundamental implementar medidas de manejo
adequadas, como cotas de pesca e tamanhos mínimos de captura, para evitar a exploração excessiva
dos recursos pesqueiros. Além disso, a preservação dos habitats marinhos é essencial. A destruição
de áreas de reprodução e alimentação dos peixes, causada pelo desenvolvimento costeiro e pela
poluição, compromete a capacidade de regeneração das espécies. É necessário promover práticas
sustentáveis de pesca que minimizem o impacto nos ecossistemas marinhos.

Por fim, diversificar as fontes de renda das comunidades pesqueiras pode reduzir sua dependência
exclusiva da pesca. O desenvolvimento de actividades complementares, como o turismo sustentável
ou a aquicultura, pode oferecer oportunidades económicas alternativas e reduzir a pressão sobre os
recursos pesqueiros.

6.2 RECOMENDAÇÕES

1. Implementar regulamentações adequadas: Estabelecer cotas de pesca, áreas protegidas e


restrições sazonais para evitar a sobrepesca e proteger os habitats marinhos.
2. Promover a pesca sustentável: Incentivar práticas de pesca selectivas, como o uso de artes
de pesca selectivas e métodos de captura com baixo impacto ambiental.
3. Educação e conscientização: Promover a educação sobre a importância da sustentabilidade
da pesca entre os pescadores locais, destacando os benefícios de uma pesca responsável.
4. Monitoramento e fiscalização: Reforçar os esforços de monitoramento e fiscalização das
actividades pesqueiras para garantir o cumprimento das regulamentações e combater a pesca
ilegal.
5. Diversificação económica: Promover alternativas económicas para as comunidades
dependentes da pesca, como o turismo sustentável ou o cultivo de mariscos, reduzindo assim
a pressão sobre os recursos pesqueiros.
6. Cooperação entre as partes interessadas: Estabelecer parcerias entre pescadores,
governos locais e organizações não-governamentais para desenvolver planos de gestão
participativa e tomar decisões conjuntas visando a sustentabilidade da pesca.
CAPÍTULO VII ‖ BIBLIOGRAFIA

7.1 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Ministros, C. d. (2017). Regulamento de Concessão de Direitos de Pesca e de Licenciamento da


Pesca. Maputo: Imprensa Nacional de Moçambique, E.P.

MOREIRA, C. F. (S.d.). A pesca. A pesca, p. 53.


Regulamento da Lei de Ordenamento do Território. (01 de Julho de 2008). Moçambique
CAPÍTULO VIII ‖ ANEXOS
8.1 ANEXOS

Conceitos gerais

EXTRACTO DO REGULAMENTO DE CONCESSÃO DE DIREITOS DE PESCA E DE


LICENCIAMENTO DA PESCA

Artigo 4
(Classificação da Pesca)

I. Pesca artesanal – aquela que, para além de empregar essencialmente mão-de-obra familiar,
é geralmente praticada em fainas de pesca diárias, com recurso a artes de pesca, tais como
rede de cerco, emalhe, arrasto simples, arrasto duplo, tarrafa, aparelhos de anzol, armadilhas
e outras com ou sem embarcações de pesca, propulsionadas a remos, à vela, por motores
dentro/fora de bordo com pequena potência propulsora, utilizando ou não gelo para a
conservação do pescado a bordo; (ministros, 2017)
II. Pesca Semi-Industrial – aquela que é praticada com embarcações de pesca propulsionadas
a motor, utilizando, em regra, gelo ou outros meios de conservação do pescado a bordo,
usando artes de palangre ou linha de mão, emalhe de fundo, arrasto, cerco e outras;
(ministros, 2017)
III. Pesca Industrial – aquela que é praticada com embarcações de pesca propulsionadas a
motor, processando a bordo e utilizando congelação, gelo ou outros meios de conservação do
pescado, com meios mecânicos de pesca que envolvem métodos tecnologicamente
avançados e com autonomia para pescar em águas marítimas de terceiros Estados, ou no alto
mar. (ministros, 2017)

Artigo 6

(Conteúdo de direitos de pesca)

Os direitos de pesca compreendem:

a) O direito de exercer a pesca, incluindo a propriedade das capturas, fauna acompanhante e


respectiva comercialização;
b) O direito de atribuição de uma quota de pesca nos termos regulamentares;
c) O acesso aos portos de pesca;
d) A livre navegação nas zonas de pesca previstas no título de concessão, com as excepções
decorrentes da lei;
e) O acesso privilegiado a uma área de pesca local, no caso da pesca artesanal;
f) O acesso à informação relativa aos planos de desenvolvimento e aos planos de gestão das
pescarias.
Artigo 14

(Requisitos de concessão de direitos de pesca)


1. São requisitos para a concessão de direitos de pesca:
a) Ser pessoa singular ou colectiva nacional;
b) Apresentar um projecto, tendo em conta o preceituado no n.º 3 do artigo 13.
c) Possuir ou prever a utilização de infra-estruturas em terra para o processamento/conservação
do pescado.

Temáticas

 Capital Humano – o conjunto de competências, comportamentos, conhecimentos e


habilidades que um profissional tem para realizar suas funções no trabalho. E investir nesse
conjunto é essencial para que as actividades realmente agreguem valor no que diz respeito
aos resultados do negócio.
 Qualidade de Vida - compreende não só a saúde física como o estado psicológico, o nível de
independência, as relações sociais em casa, na escola e no trabalho e até a sua relação com
o meio ambiente.
Taxas de Licença de Pescas (ministros, 2017)
Fonte: Decreto no 74/2017

Ordem Tipos de Artes Taxas Anteriores/Ano (mt) Taxas actuais/Ano (mt)


1. Arrasto Manual 430.00 1,766.00
2. Arrasto Mecânico 600.00 2,464.00
3. Emalhar 110.00 452.00
4. Palangre 160.00 698.00
5. Cerco 970.00 1,026.00
6. Armadilha 75.00 822.00
7. Linha de mão 160.00 658.00
8. Arpão 1,400.00 5,750.00

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