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THIAGO PEREIRA DOS SANTOS

EVOLUÇÃO HISTORICA E MUSICAL DA ORQUESTRA POPULAR


DA UNIFAL-MG

TRÊS CORAÇÕES, MG

2022
THIAGO PEREIRA DOS SANTOS

EVOLUÇÃO HISTORICA E MUSICAL DA ORQUESTRA POPULAR


DA UNIFAL-MG

Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso de música à


Universidade Vale do Rio Verde (UNINCOR), como parte das
exigências do Curso de música, para a obtenção do título de
Licenciado.

Prof. Ivan Egídio da Silva Junior


Orientador

Prof. Dr. Mario Danieli Neto


Co-Orientador

TRÊS CORAÇÕES, MG

2022
FOLHA DE APROVAÇÃO

THIAGO PEREIRA DOS SANTOS

EVOLUÇÃO HISTORICA E MUSICAL DA ORQUESTRA POPULAR


DA UNIFAL-MG

Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentada à


Universidade Vale do Rio Verde (UNINCOR), como parte das
exigências do Curso de Música, para a obtenção do título de
Licenciado.

APROVADA em XX, de xxxxx de xxxx


Dr.Xxxxxxxxxxxxxxxx UNINCOR
Dr.Xxxxxxxxxxxxxxxx UFMG
Dr.Xxxxxxxxxxxxxxxxx UNINCOR

Prof. Ivan Egídio da Silva Junior


Orientador

Prof. Dr. Mario Danieli Neto

Co-Orientador

TRES CORAÇÕES, MG

2022
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................................ 06
2 OBJETIVOS................................................................................................................. 08
2.1. Objetivo Geral....................................................................................................... 08
2.2. Objetivos específicos.............................................................................................. 08
3. JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 09
4 REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................................... 10
4.1- Prática de Conjunto e a arte da regência..................................................... 10

4.2 - A relação entre instrumento e o instrumentista......................................... 11


4.3 - A evolução da Orquestra: aspectos musicais e cultura.............................. 13
4.4 – Orquestras Populares .................................................................................. 15
4.4.1. – Orquestra Popular da UNIFAL-MG. ............................................... 15

5 MATERIAL E MÉTODOS...................................................................................... 17

REFERÊNCIAS......................................................................................................... 18
1 INTRODUÇÃO

Atualmente, algumas instituições públicas de ensino técnico e superior do Brasil oferecem


diversas maneiras de promover ações culturais. A definição de cultura é ampla e diferente em certos
contextos e está relacionada aos modos de viver dos povos, às manifestações artísticas, às tradições
populares, à gastronomia, entre outros. No âmbito extensionista, a cultura é uma das oito áreas
temáticas propostas pelo Plano Nacional de Extensão Universitária (PROEX, 2021). A Pró- Reitoria
de Extensão (Proex), gerencia a promoção cultural sob a forma de programas e projetos de
extensão que vão de encontro com essa necessidade dos membros da comunidade interna e
externa.
Sendo assim, o tema deste trabalho se apresenta tendo como alvo a Orquestra Popular da
UNIFAL-MG., que é um grupo musical que vem atuando com esta denominação desde 2016.
Anteriormente, o projeto era conhecido como “Orquestra de Violões”. Ao contextualizar este
tema, tem-se que ao longo dos anos, o grupo inicial de participantes aumentou consideravelmente.
Ao mesmo tempo, os novos integrantes trouxeram experiências musicais diversas e novos
instrumentos foram agregados ao projeto. Atualmente, a Orquestra Popular conta com
instrumentistas de diferentes formações (tanto profissionais quanto amadores), que se dedicam ao
estudo e prática de violões, violas caipiras, guitarra, bandolim, flauta, teclados, contrabaixo,
percussão, além das vozes. Assim, o problema da qual se trata esta pesquisa advem da necessidade
de se registrar todo aspecto histórico e musical desta ação ao longo destes anos de existência
contribuindo assim para sua evolução e memória artístico-cultural. O presente trabalho nasce desta
ideia e pretende realizar este levantamento por meio de pesquisa documental e analise da evoluçao
relacionada ao contexto musical em que se insere e a prática musical de orquestras populares.
A Orquestra popular tem como premissa executar obras do cancioneiro popular. A Orquestra
Popular da UNIFAL-MG nasceu a partir dessa ideia em 2012 e, busca se dedicar à prática musical
de repertório conhecido pela sua forte inspiração regional, mas não esquecendo todo o vasto e rico
material da produção musical brasileira de maior abrangência. Assim, como projeto extensionista
da área de cultura, pretende a busca do apreender, de forma mais abrangente possível, a vasta
produção musical cujas temáticas transitam pela saudade das origens rurais, pela adaptação (não
sem dificuldades) ao espaço urbano, pelas transformações socioeconômicas advindas com o
“progresso” industrial, mas também passam pela simplicidade, pelo contato com a natureza e pelo

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prazer de “tocar com muitos amigos”. Esta identidade assenta-se em uma ideia de musicalidade que
busca as raízes da relação entre o elemento humano e a natureza.

A existência de uma ação de extensão desta natureza envolve o seu registro histórico em
todas as suas vertentes. Neste contexto, um levantamento histórico é um procedimento que visa
levantar e organizar todas as informações de importância que envolvem o objeto de estudo, visando
embasar todas as reflexões que possam surgir. Justifica-se desta maneira essa pesquisa por se
tratar de um resgate de suma importância para a memória artístico-cultural da Universidade e
da comunidade da cidade de Alfenas.

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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Realizar um levantamento da evolução histórico e musical da Orquestra Popular da


UNIFAL-MG visando resgatar a cultura dentro do meio academico.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Descrever a idealização e criação da Orquestra Popular e analisar a estrutura musical e sua


evolução rítmica, harmônica e melódica das obras são ao longo do tempo.
 Discutir a dinâmica de funcionamento das aulas/ensaios da Orquestra Popular.
 Registrar e analisar as apresentações para o público durante a existência do projeto.

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3 JUSTIFICATIVA

O presente trabalho surgiu da necessidade de trazer a tona os registros das ações devolvidas
dentro do Projeto de Extensão Orquestra Popular desenvolvido no campus sede da Universidade
Federal de Alfenas (UNIFAL-MG).
O projeto de Extensão Orquestra Popular da UNIFAL-MG insere-se na área extensionista
da Cultura, trabalhando especificamente com música. O formato é de grupo musical voltado para
o estudo e a prática de instrumentos variados (cordas, sopro, percussão e vozes) e com maior ênfase
na execução de repertório dedicado à música popular brasileira. O projeto tem se desenvolvido no
atual formato desde 2015, contando com a participação de músicos profissionaise amadores. Há a
necessidade de se realizar um levantamento histórico desde de a idealização, criação,
desenvolvimento, repertorio e evolução musical deste grupo, contribuindo assim para sua
consolidação e memoria artístico cultural da UNIFAL-MG.

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4 REFERENCIAL TEÓRICO

4.1 - Prática de Conjunto e arte da regência

De acordo ERBISTE (2018) cujo o trabalho foi realizado com a orquestra que será alvo
do presente estudo, a música tem sentido para um grupo e abarca a todos cuja realidade é
expressada nas canções. Esse caráter de temporalidade da música verifica-se, principalmente,
pelo fato de a música abordar com frequência as variadas emoções e vivências humanas.
O caráter inclusivo da música é uma tônica em sua existência e, naturalmente flui para
a união de indivíduos que a apreciam. Assim, surgem os grupos musicais que se unem para a
prática de um determinado gênero musical em orquestras.
Ao entender que a música transmite uma mensagem, entendida e compartilhada
sincrônica e diacronicamente, resta observar como essa mensagem pode ser usada para entender
aspectos mais profundos do grupo que as executa (ERBISTE, 2018)
A prática do conjunto instrumental é uma estratégia metodológica eficaz para
educadores musicais, pois envolve diferentes formações musicais, o que é propício para
trabalhar em diferentes formações educacionais e trabalhar com alunos de diferentes faixas
etárias e níveis de conhecimento musical. Através desta prática em grupo, o ensino da música
instrumental torna-se mais animado e interessante, e torna-se uma disciplina obrigatória para
cursos de graduação em música (BASTIÃO,2012)
Com a ajuda da prática do conjunto instrumental (como a terminologia na técnica), os
educadores musicais podem usar diferentes formas, por exemplo: conjunto vocal, conjunto
instrumental solo, coro com acompanhamento instrumental solo/coro com execução o mais
importante é que os educadores devem compreender a gama de vários instrumentos e a
possibilidade de exploração sonora. Ele sempre traz arranjos prontos para a sala de aula, mas
trabalha com os alunos e leva em consideração suas ideias, o que não é necessário e nem
conveniente. De acordo com (SOUZA, 2005).
Para a educação musical, o arranjo tem um valor extraordinário porque ajuda a
compreender e vivenciar o processo de composição e a expandir a prática musical em conjunto.
Existem muitas maneiras de organizar a música: modificar a melodia ou harmonia, adaptar a
música a outros instrumentos, usar instrumentos diferentes, adicionar outros sons e / ou objetos
à melodia
Com a adição de novos materiais, geralmente é possível reproduzir músicas que soam

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melhor do que a original, da mesma forma, é necessário que um professor treinado desenvolva
habilidades como música, pedagogia e conhecimentos socioculturais, como o domínio do
conhecimento de diferentes estilos. E repertório musical, com atenção especial ao patrimônio
da música brasileira e às atividades culturais.
O regente de orquestra possui as seguintes características: saber conduzir (reger)grupos
vocais e/ou instrumentais, conhece as habilidades de composição e arranjo vocal e/ou
instrumental, e exerce liderança de equipe (como bom mediador, não atrapalhará ou inibirá os
alunos). Adaptar o conteúdo pedagógico ao contexto social e cultural dos alunos, preferências,
situação geral e características dos conhecimentos anteriores, saber expandir as possibilidades
criativas da sala de aula, aceitar as opiniões do grupo e tomar decisões musicais em conjunto,
ou seja, cada aluno faz suas próprias contribuições e acabará por criar um produto final único,
convidar outros músicos e mestres da cultura para tocar para os alunos, estimular a exploração
dos sons corporais e a construção de instrumentos musicais, como uma estratégia eficaz de
desenvolvimento da criatividade e ainda saber como (BASTIÃO,2012). Incluir em grupos
alunos iniciantes com alunos avançados ou que já estão inseridos na arte de tocar instrumentos
musicais.

4.2. A relação entre instrumento e o instrumentista

O violão está sempre com o violonista ou a viola sempre com o violeiro, só pode cantar
e tocar violão aquele que domina a técnica do instrumento, então é claro que é uma relação de
lógica e diálogo. A conexão entre instrumento e o instrumentista gera um dialog ode grande
impacto que o violão fala nas mãos do violonista, e o violonista também fala sobreo violão.
(SCHAFHAUSER, 2018).
Na visão de Villera (2011, p. 30), na música, o sertanejo encontrou o seu caminho
continuou sua própria história, cultura e valores. É neste universo que surgiu o que chamamos
de musica caipira ou musica do cancioneiro popular onde o violeiro expõe sua felicidade, seu
cotidiano e suas adversidades.

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Para expor uma experiência da cultura caipira, a música " Porta do Mundo“ Peão
Carreiro e Zé Paulo de 1962 é descrita abaixo.

Porta do Mundo (Peão Carreiro e Ze Paulo)

O som da viola bateu


No meu peito doeu, meu irmão
Assim eu me fiz cantador
Sem nenhum professor aprendi a lição
São coisas divinas do mundo
Que vem num segundo a sorte mudar
Trazendo pra dentro da gente
As coisas que a mente vai longe buscar

Em versos se fala e canta


O mal se espanta e a gente é feliz

No mundo das rimas e trovas


Eu sempre dei provas das coisas que fiz
Por muitos lugares passei
Mas nunca pisei em falso no chão]
Cantando interpreto a poesia
Levando alegria onde há solidão

O destino é o meu calendário


O meu dicionário é a inspiração

A porta do mundo é aberta

Minha alma desperta


Buscando a canção
Com minha viola no peito
Meus versos são feitos pro mundo
cantar

É a luta de um velho talento


Menino por dentro sem nunca cansar.

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Nesta música, o trabalho do artista que toca e canta é trazer identificação sentimentos e
emoções. Objeto envolvido pelo artista, a viola, não lhe é estranho e existe uma certa relação
entre o sujeito e o artista, pois é a sua ferramenta de trabalho. O artista vive da viola e a viola
vive do artista. Este trabalho é positivo, é endeusado porque vem do transcendente como vimos
na música "Porta do Mundo” de autoria de Peão Carreiro e Zé Paulo: “São coisas divinas do
mundo que vem num segundo a sorte mudar trazendo pra dentro da gente as coisas que a
mente vai longe buscar”. Vale destacar que o violeiro usou a viola na música em questão para
fazer a música, quando disse " Com minha viola no peito meus versos são feitos pro mundo
cantar”, provou que a relação do violeiro e a viola é tão forte que ele conhece bemos elementos
que os constituem (SCHAFHAUSER, 2018).
Observa-se que sempre há esses elementos e suas inter-relações: violeiro e viola;
violonista e violão o indivíduo e o campo, onde o instrumentista expõe seus sentimentos, seu
cotidiano, e a natureza. O músico do cancioneiro popular é aquele que sempre mantém sua
experiência de vida refletida nas canções, sendo o seu mundo diferente do mundo urbano. Ele
entende e vê o mundo de maneiras e formas diferentes, só quem está conectado ao mato pode
ser identificado. Memória e a forma de acessar essa dimensão da identidade é por meio da
música onde o cancioneiro da viola toca e mata a saudade do sertão, assim, o instrumento torna-
se um único mediador ao instrumentista e o instrumentista se torne-se um único mediador ao
instrumento.

4.3. A evolução da Orquestra: aspectos musicais e cultura

Em qualquer momento da história, as obras musicais foram concebidas para transmitir


informações de grupos específicos. Vários exemplos podem ser citados para mostrar as
características históricas e inclusivas da música. É o caso do Blues, gênero musical originado de
escravos africanos levados à força para trabalhar nas plantações de algodão americanas. Eles
produziram um tipo de música que ajudou em certa medida a aliviar os sentimentos de tristeza,
saudade e cansaço causados pelo trabalho forçado, que eram cantados em forma de canções de
trabalho durante o trabalho (GOMES, 2007). No caso do Brasil, é cantado as modinhas que a
burguesia ansiava em parte do século XVIII. Também pode ser considerada contemporânea, e
podemos reconhecê-la na obra de Elomar Figueira Mello, músicas que tratam temas sobre o estilo

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de vida do cantor do cancioneiro popular. Pode-se citar também Bossa Nova, que expressa em
canções amor, desgosto ou tristeza. Os exemplos citados acima tratam de temas como saudades de
casa, cansaço e desejo de melhorar a qualidade de vida.
A partir do momento em que nos propomos a estudar a etnomusicologia dos grupos
musicais, devemos lembrar de transformar a análise da estrutura sonora em uma análise dos
processos musicais e de suas particularidades. Nesse sentido, o principal objetivo deste trabalho
é mostrar a música como um processo socialmente significativo, e não apenas um produto da
experiência humana (PINTO, 2001). Dessa forma, a música será capaz de produzirestruturas
muito além de seu som. Os estudos de etnomusicologia tratam então de todas as atividades
musicais, sejam elas oportunidades ou papéis em comunidades ou grupos sociais (ERBISTE,
2018).
Por meio da prática social, entende-se a relação estabelecida entre pessoas, pessoas e suas
comunidades, entre pessoas e grupos, entre grupos, grupos e a sociedade em geral. Os objetivos
incluem: transmitir conhecimento musical, valores e tradições dos músicos diante da vida, buscar
a música e o reconhecimento social dos mais diversos comportamentos de gruposcomunitários
economicamente desfavorecidos; propor e/ou implementar mudanças na estrutura social,
expressá-las e mantê-las de forma racional de pensar e agir; proteger os direitos sociais e culturais;
corrigir distorções e a injustiça social; pensamento musical, reflexão, discussão e execução de
uma determinada obra.
No contexto de uma orquestra comunitária, o processo educacional é compreendido por
meio de uma série de aprendizagens: por meio da convivência e troca de experiências entre os
participantes, teoria musical e instrumental ministrados pelo Regente, arranjos primários com
harmonia e convenções simples e arranjos em nível técnico no contexto de harmonia, melodia e
ritmo. Assim, observa-se os arranjos simples e complexos, ambos em uma música, juntos como
de ‘mãos dadas” sendo executados por músicos iniciantes e profissionais, formando um todo
musical de extrema beleza.
As oportunidades de ensaio em grupos e concertos nos mais diversos aspectos de festival
também essa aprendizagem em grupo, treinando para a experiência de palco e ao mesmo tempo
exercitando a prática em conjunto, quesito de extrema importância para a formação em música.

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4.4 Orquestras populares

A palavra “orquestra”, em sua origem no vocábulo grego orkestra (ορχστρα), não se


referia a um conjunto musical como organização e a estrutura da orquestra
sinfônica/filarmônica não surgiu com as características que é conhecida na atualidade.
Conforme o Grove Adicionar of Music and Musicians, nas famosas representações teatrais
gregas do século V a. C., o termo orkestra significava “lugar para dançar”. Refere-se a um
espaço físico ou área circular (ou semicircular) localizada próxima à plateia, lugar esse
destinado aos cantores e dançarinos integrantes do coro (SADIE, 1980; ALCANTARA,2019).
A performance destes artistas era sempre acompanhada por instrumentos musicais tais como
tambores, flautas, cítaras e aulos (MEDAGLIA, 2008, pp.16-17).
Teixeira (2007) realizou o levantamento dos registros das corporações musicais civis de
Belo Horizonte resgatando documentos orais, escritos e imagens fornecidas pelos antigos
músicos-membros da entidade.

4.4.1 A Orquestra Popular da UNIFAL-MG

O projeto de extensão Orquestra Popular da UNIFAL-MG insere-se na área de Cultura,


dedicando-se ao campo da Música. O projeto visa trabalhar com a chamada música popular e é
um grupo musical que vem atuando com esta denominação desde 2016. Anteriormente, o
projeto era conhecido como “Orquestra de Violões” e ao longo dos anos, o grupo inicial de
participantes aumentou consideravelmente. Ao mesmo tempo, os novosintegrantes trouxeram
experiências musicais diversas e novos instrumentos foram agregados ao projeto. Atualmente,
a Orquestra Popular conta com instrumentistas de diferentes formações (tanto profissionais
quanto amadores), que se dedicam ao estudo e prática de violões, violas caipiras, guitarra,
bandolim, flauta, teclados, contrabaixo, percussão, além das vozes.
O grupo executa peças do que se chama comumente de "música caipira", mas também
da "música sertaneja", nos termos do que foi definido por Ferrete (1985). A distinção entre
“caipira” e “sertanejo” no que se refere ao campo da música é controversa. Dessa forma, a base
do repertório trabalhado pela Orquestra Popular é formada por canções que transitam entre os
dois conceitos. No que diz respeito à música “caipira”, podemos nos inspirar nas

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palavras da canção “Tocando em frente” de autoria de Renato Teixeira e Almir Sater: “Ando
devagar, porque já tive pressa (...)”, como um exemplo do que entendemos ser esse estilo. Por
sua vez, o sertanejo, da forma como pensamos, identifica-se com o êxodo rural, provocado pelas
condições naturais (secas, enchentes, etc.) ou por questões de ordem socioeconômicas, como
se vê em “Lamento sertanejo” de Gilberto Gil e Dominguinhos: “Por ser de lá, dosertão,
lá do cerrado. Lá do interior do mato, da caatinga, do roçado” (...). Ou “Sobradinho”, de Sá e
Guarabyra: O homem chega e já desfaz a natureza, tira a gente, põe represa, diz que tudo vai
mudar (...)”.
A chamada “música caipira” relaciona-se muito estreitamente com as manifestações
religiosas e de trabalho ligadas ao mundo rural (Festas do Divino, Folias de Reis, mutirões de
colheitas ou de construção de igrejas, etc.). Conforme Roberto Corrêa, “música caipira” é
aquela produzida na região Centro-Sul do País e que preserva a essência do meio rural. É música
que, de algum modo, tem sua origem nas manifestações tradicionais típicas do povo desta
região. Assim, música caipira compreende desde a música das famosas duplas, com seusritmos
característicos, até músicas modernas e complexas, desde que essa essência ali esteja preservada
(CORRÊA, 2002).
Do ponto de vista acadêmico, o projeto vem se desenvolvendo desde 2016 no atual
formato com contribuições relevantes para a formação de estudantes e para a participação de
servidores em atividades de extensão que contribuem para o aprimoramento artístico,
oferecendo oportunidade para o exercício de uma atividade diferenciada para a comunidade
UNIFAL-MG. O projeto tem também contribuído para o conteúdo de disciplinas acadêmicas,
em especial, no curso de História, além de já ter sido objeto de pesquisa em um Trabalho de
Conclusão e Curso das Ciências Sociais.
Quanto ao seu impacto social, é nítida a influência do projeto na melhoria da qualidade
de vida dos integrantes, seja da UNIFAL-MG ou da comunidade externa, por serum amplo
espaço de lazer, descontração e prática da arte e da cultura dentro e fora da Universidade.

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5 MATERIAL E MÉTODOS

Este estudo será de caráter documental, por meio de pesquisas em relatórios encaminhados
a Pró-reitoria de Extensão ao longo do período de existência do projeto (2012 – 2021).

Os acervos de reportagens de jornais e sites onde foram publicados notícias e imagens de


espetáculos e recitais serão consultados por meio de pesquisa no Google. Um levantamento de
participações da orquestra e locais de apresentação será elaborado quantificando estes itens e
elencando o repertorio e analisando sua evolução histórica e musical, número de participantes da
orquestra número de localidades atendidas e seus respectivos públicos atendidos.

Serão analisados alguns arranjos confeccionados inicialmente e sua evolução ao longo dos anos
de existência da orquestra nos aspectos de ritmo, harmonia e melodia, mostrando sua simplificidade
e complexidade.

De posse de todos estes dados coletados serão realizadas reflexões para a melhor
compreensão da dinâmica de funcionamento do grupo, suas inter-relações e evolução musical. A
partir daí, novas propostas de ações de melhorias futuras poderão surgir para continuidade do
projeto.
CRONOGRAMA

2022
ATIVIDADES
J F M A M J J A S O N D
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Levantamento bibliográfico acerca do tema
Realização de debates relacionados aos artigos científicos

ELABORAÇÃO DO PROJETO DE TCC I


Idealização e escrita do projeto
Apresentação ao Orientador e Coordenação

LEVANTAMENTO DE DADOS NOS RELATÓRIOS E


BANCO DE DADOS
Organização dos dados
Elaboração de tabelas

ENTREVISTAS COM INTEGRANTES E EX-


INTEGRANTES
Organização dos roteiros
Agendamento e execução das entrevistas
ANÁLISE DOS RESULTADOS
Escrita e produção do TCC II
Apresentação do TCC II

DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS


Produção e publicação de artigos e resumos em congressos

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REFERÊNCIAS

ALCANTARA, O. O que é uma orquestra? Disponível em:


https://www.aredacao.com.br/colunas/116522/o-que-e-uma-orquestra. Acesso em: 10.06.22

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http://www.abemeducacaomusical.com.br/revista_musica/ed4/pdfs/RevistaMeb4_pratica.p
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https://acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/450/1/01d14t07.pdf. Acesso em
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“cultura” na orquestra popular de uma universidade do sul de minas gerais. CSOnline –
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24.03.2022.

JOLY, M.C.L; JOLY, I.Z.L. Práticas musicais coletivas: um olhar para a convivência em
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LOUREIRO, A. M. A. O ensino da música na escola fundamental. São Paulo: Papirus,
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SCHOROEDER, S. C. N. A música nos anos iniciais da escolarização: uma proposta


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Horizonte. Belo Horizonte: Autêntica. 2007.

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