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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância


Curso de Licenciatura Em Ensino de Geografia

Impactos Causados pelas Alterações Climáticas aos Recursos Hídricos na Província de


Sofala
(Licenciatura em Ensino de Geografia)

Nome: Gloria Luís Muanga Código: 708220134


Disciplina: Hidrogeografia
Ano de frequência: 2º Ano

Cuamba 2023
Universidade Católica de Moçambique
Faculdade de Educação

Instituto de Educação à Distância


Curso de Licenciatura Em Ensino de Geografia

Impactos Causados pelas Alterações Climáticas aos Recursos Hídricos na Província de


Sofala
(Licenciatura em Ensino de Geografia)

Trabalho de Campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura
em Ensino de História da Universidade
Católica de Moçambique.

Tutor:

Nome: Gloria Luís Muanga Código: 708220134


Disciplina: Hidrogeografia

Ano de frequência: 2º Ano


Cuamba 2023

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Índice
1. CAPITULO I: INTRODUÇÃO.......................................................................................4
1.1. Justificativa...................................................................................................................5

1.1.1. Delimitação do tema.....................................................................................................5

1.2. Problematização...........................................................................................................6

1.3. Objectivos da pesquisa.................................................................................................6

1.3.1. Objectivo geral.............................................................................................................6

1.3.2. Objectivos específicos..................................................................................................6

1.4. Questões científicas......................................................................................................7

2. CAPITULO II: REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................8

2.1. Mudanças Climáticas Globais......................................................................................8

2.2. Mudanças Climáticas em Moçambique e a Escassez de Recursos Hídricos...............8

2.3. Clima e a Escassez de Recursos Hídricos em Moçambique........................................9

2.4. Projecções Climáticas e Análise de Impactos n Província de Sofala.........................10

3. CAPITULO III: METODOLOGIA DO TRABALHO..................................................11

3.1. Localização e Caracterização da Área do Estudo..........................................................11

3.2. Caracterização dos Participantes da Pesquisa............................................................11

3.3. Métodos da Pesquisa..................................................................................................12

3.4. Classificação da Pesquisa...........................................................................................12

3.4.1. Quanto a Natureza...............................................................................................12

3.4.2. Quanto aos Objectivos........................................................................................12

3.4.3. Quanto a Abordagem..........................................................................................12

3.4.4. Quanto aos Procedimentos Técnicos..................................................................13


3.5. Técnica e Instrumento de Colecta de Dados..............................................................13

3.5.1. Entrevista............................................................................................................13

3.6. População e Amostra..................................................................................................13

3.7. Critério de Inclusão e Exclusão..................................................................................14

3.8. Análise e Interpretação de Dados...............................................................................14

4. CAPITULO III: RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................15

4.1. Identificar “Impactos Causados pelas Alterações Climáticas aos Recursos Hídricos
na bairro da Manga;...............................................................................................................15

4.2. Descrever “Impactos Causados pelas Alterações Climáticas aos Recursos Hídricos
no bairro da Manga...............................................................................................................15

4.3. Mencionar as intervenções do governo nos “Impactos Causados pelas Alterações


Climáticas aos Recursos Hídricos na província de sofala.....................................................16

5. CAPITULO IV: CONCLUSÃO....................................................................................17

6. Bibliografia....................................................................................................................18

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1. CAPITULO I: INTRODUÇÃO

Mudanças climáticas referem-se a um conjunto de alterações no estado do clima que tanto


podem ser identificadas por variações nas médias como na variabilidade das propriedades do
clima; tais alterações persistem por um período extenso, tipicamente décadas ou mais. Podem
ocorrer devido a processos internos e/ou forçantes externas. Algumas influências externas,
tais como radiação solar e vulcanismo, ocorrem naturalmente e contribuem para a
variabilidade total natural do sistema climático.

Emissões futuras desses gases são produtos de um sistema dinâmico (processo ou conjunto de
processos, cuja evolução no tempo é governada por um conjunto determinístico de leis
físicas) muito complexo, determinado por forçantes, quais sejam: crescimento demográfico,
desenvolvimento sócio-econômico e mudanças tecnológicas. Cenários climáticos são
representações do futuro que são consistentes com hipóteses sobre emissões futuras de gases
de efeito estufa e outros poluentes, considerando-se as forçantes que os influenciam
(NAKICENOVIC et al., 2000).

A distinção entre os efeitos de influências externas e a variabilidade climática interna requer


uma comparação cuidadosa entre as alterações resultantes de uma forçante externa (mudanças
climáticas forçadas) e aquelas que são esperadas em decorrência da variabilidade interna.
Essas expectativas são baseadas na compreensão física do sistema climático. O entendimento
desse processo pode ser representado por modelos conceituais ou quantificado via modelos
climáticos. Um arranjo de modelos climáticos é utilizado para quantificar expectativas neste
sentido, variando de simples modelos de balanço de energia para modelos de complexidade
intermediária, até modelos acoplados, tais como combinações de modelos oceânicos e
atmosféricos (HEGERL et al., 2007).

A comparação entre mudanças observadas e aquelas que são naturalmente esperadas é


realizada de várias maneiras. Detecção formal e atribuição recorrem a métodos estatísticos
para pesquisar se dados climáticos observados contêm evidência de respostas esperadas a
forçantes externas, as quais são diferentes da variação gerada dentro do sistema climático
(variabilidade natural interna).

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1.1. Justificativa

A relevância desse trabalho destaca-se pela comunidade da província de Sofala vem sofrendo
constantemente os fenómenos naturais. Uma enorme parcela da população sofre dos
fenómenos naturais e das chuvas intensas naquela província, situações estas que as
comunidades não têm nenhuma resposta a resposto dos problemas que vem causando os
fenómenos naturais.

Maior consciência dos temas ligados ao meio ambiente e ao desenvolvimento social,


incluindo a crescente preocupação com os efeitos negativos dos impactos ambientais e o
adensamento dos mecanismos de regulação e gestão dos recursos hídricos. Expansão e
mudança do perfil da demanda mundial por alimentos, implicando maiores exigências do
mercado consumidor e a ampliação do mercado de produtos alimentícios certificados segundo
critérios de rastreabilidade e segurança

Expansão da demanda mundial por agroenergia, impulsionando o crescimento do mercado de


energia renovável no Brasil. Aumento da demanda por fontes alternativas de insumos
agroindustriais, implicando o crescente aproveitamento de resíduos sólidos, agroindustriais e
urbanos, a utilização de plantas mais eficientes e o aproveitamento de co-produtos.
Continuada importância do sector para o desenvolvimento econômico do país, Elevação do
nível educacional da população, Disseminação de sistemas integrados e racionados
(integração floresta-lavoura- pecuária-agroenergia).

Um arranjo de modelos climáticos é utilizado para quantificar expectativas neste sentido,


variando de simples modelos de balanço de energia para modelos de complexidade
intermediária, até modelos acoplados, tais como combinações de modelos oceânicos e
atmosféricos.

1.1.1. Delimitação do tema

O Trabalho tem como “Impactos Causados pelas Alterações Climáticas aos Recursos
Hídricos. O estudo foi realizado no período de 2023 nos meses de Agosto-Setembro, e foi
desenvolvido na Província de Sofala, posto administrativo da Manga.
O Tema enquadra-se na cadeira de Climatografia, Hidrogeografia e Oceanografia.

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1.2. Problematização

O efeito das mudanças climáticas na agricultura será principalmente para os agricultores das
regiões tropicais. Efeitos das mudanças do clima na agricultura Estudos de cenários, manejo
do solo e da água, zoneamento, e programas de melhoramento e introdução de novas espécies
A demanda de água para agricultura, particularmente para irrigação, é considerada
mais sensível às mudanças climáticas que as demandas industrial e municipal. Há dois efeitos
potenciais: uma mudança do clima em escala de parcela irrigada pode alterar a necessidade e
a época de irrigação. Secas prolongadas podem levar ao aumento de demanda, mas esta
também pode ser reduzida se a precipitação e, consequentemente, a umidade do solo
aumentar.
A variabilidade interna está presente em todas as escalas de tempo. Processos atmosféricos
que geram variabilidade interna são conhecidos por operarem em escalas de tempo, variando
do instantâneo até vários anos. Adicionalmente, a variabilidade interna é também produzida
pela combinação de componentes, como, por exemplo, o fenómeno naturais que afecta a
província de sofala.
Diante das ideias dos autores indaga-se a seguinte questão;
Quais são os “Impactos Causados pelas Alterações Climáticas aos Recursos Hídricos
na província de sofala-Manga?

1.3. Objectivos da pesquisa

1.3.1. Objectivo geral


Avaliar “Impactos Causados pelas Alterações Climáticas aos Recursos Hídricos na
província de sofala-Manga.

1.3.2. Objectivos específicos


Identificar “Impactos Causados pelas Alterações Climáticas aos Recursos Hídricos na
bairro da Manga;
Descrever “Impactos Causados pelas Alterações Climáticas aos Recursos Hídricos no
bairro da Manga.
Mencionar as intervenções do governo nos “Impactos Causados pelas Alterações
Climáticas aos Recursos Hídricos na província de sofala.

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1.4. Questões científicas
Quais “Impactos Causados pelas Alterações Climáticas aos Recursos Hídricos na
província de sofala?
Qual é a forma descritivo dos “Impactos Causados pelas Alterações Climáticas aos
Recursos Hídricos na província de sofala?
Quais são as intervenções do governo nos “Impactos Causados pelas Alterações
Climáticas aos Recursos Hídricos na província de sofala?

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2. CAPITULO II: REFERENCIAL TEÓRICO

A revisão da literatura se faz importante para execução da pesquisa científica, servindo de


base para compreender as questões que foram levantadas, bem como, contribuir com a
formulação das hipóteses e/ou proposições de estudo. Desse modo, nesse tópico será
apresentado o embasamento que contribui para a construção dos tópicos: Mudanças
Climáticas Globais, Mudanças Climáticas e a Escassez de Recursos Hídricos.

2.1. Mudanças Climáticas Globais

O aquecimento global tem provocado diversas situações as quais colocam a vida humana em
estado de periculosidade. Em Moçambique, o estado já precisou captar água de outra bacia.
Segundo Gomes e Barbieri (2004), o elevado índice demográfico da bacia do Alto Tietê,
somado a poluição das águas da região da Grande Lompopo e a baixa disponibilidade hídrica
natural da região, fez com que com o estado passasse por momentos difíceis.

Neste sentido, vale destacar que não é somente a espécie humana que enfrenta dificuldades
por conta das mudanças climáticas. Thomas et al (2004) acusam que, em um nível global, as
espécies se encontram numa porcentagem de 15% a 37% de risco de serem extintas até o ano
de 2050, isso em razão de uma série de factores, dentre eles a mudança no clima.

A meta de redução global de emissões de gás carbônico na atmosfera requer forte colaboração
de Moçambique para minorar o aquecimento global, o que coloca o país perante a
responsabilidade vital de reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO 2). O clima tropical
de Moçambique cria condições propícias para rápido crescimento das plantas, favorecendo o
reflorestamento em consideráveis proporções das áreas desmatadas, o que ajuda a retirar gás
carbônico da atmosfera por meio da fotossíntese, contribuindo para mitigação das emissões,
ajudando a reduzir os impactos do aquecimento global (NOBRE, 2010).

2.2. Mudanças Climáticas em Moçambique e a Escassez de Recursos Hídricos

Moçambique enfrentou e ainda vem enfrentado momentos difíceis em decorrência das


mudanças climáticas, principalmente no que tange a escassez de recursos hídricos, sendo o
caso mais recente as desastrosas queimadas no pantanal, provocados por longos períodos de
estiagem, associado a acção involuntária ou criminosa do homem. (CENAMO et al,
2009.p.22).
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Para a água doce é um bem tangível limitado e que apresenta várias funções, podendo
ser utilizada de diversas formas. O ser humano, assim como a indústria pode utilizá-la como
matéria-prima. Já para actividades de lazer, a água serve de beleza cênica. Enfim, a água serve
de base para praticamente todas actividades desenvolvidas pelo ser humano, por isso sua
busca tem-se tornado maior, dado o aumento da população, ao seu uso nos diferentes
segmentos produtivos, o que a torna cada vez mais escassa. (GOMES & BARBIERI,2004).

Hoje, por exemplo, a atenção volta-se para o pantanal, área rica em biodiversidade, mas que
vem sofrendo actualmente com as queimadas que não param de atingir novas áreas, isso
porque, o tempo seco, o vento e a falta de estrutura governamental favorecem a propagação
do fogo e a destruição ambiental. Segundo o INPE os incêndios esse ano no país aumentaram
mais de 220%, situação preocupante, considerando a mudança evolutiva do clima, as acções
involuntárias e/ou destrutivas do homem e a falta de estrutura ou interesse do poder público.

2.3. Clima e a Escassez de Recursos Hídricos em Moçambique

O desmatamento da região de sofala tem crescido de forma desenfreada o que tem assustado
não somente Moçambique, mas o planeta como um todo. Segundo o IBGE (2010), cerca de
20% da área original da floresta de Gorongosa já foi desmatada, sendo que a porção de
Gorongosa, que equivale a aproximadamente 4 milhões de km , está inserida em sofala.

Corroborando com o tema, Clement e Higuchi (2006) destacam que a floresta do Sofala vem
sendo desmatada de forma acelerada por ser desvalorizada por conta de uma percepção
errônea da sociedade moçambicana, por mais que boa parte dos formadores de opinião
afirmem o contrário.

Na verdade, o único “valor” admitido pela sociedade actual é o valor econômico-financeiro


presente, ou seja, aquele que é contabilizado pelo Produto Interno Bruto (PIB) do ano corrente
ou do próximo, pois é esse valor que pode reduzir a pobreza de uma parcela da população,
dando “status” de desenvolvido ao país e, logicamente, enriquecendo os responsáveis pelo
desmatamento.

Segundo Fearnside (2007), o uso da terra e as modificações no uso da terra na reserva do


niassa favorecem as mudanças climáticas globais de diversas formas.

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Os gases que são liberados pelo desmatamento por meio da queima e decomposição da
biomassa, pelos solos, pela exploração madeireira, hidrelétricas, criação de gado e pelas
queimadas de pastagens e capoeiras que acontecem frequentemente. Vale destacar que
incêndios florestais também emitem gases que influenciam nessas mudanças. (BARRETO &
SANTOS,2011.p11-22).

2.4. Projecções Climáticas e Análise de Impactos n Província de Sofala

Os valores da evapotranspiração de referência média mensal (mm), segundo Penman-


Monteith FAO, estimados com dados mínimos, para a climatologia de base do modelo (1961-
90) e projecções futuras, cenários A2 e B2, podem ser apresentados em termos de mínimos,
máximos, média e desvio padrão. A diferença entre as condições iniciais e projectada pode ser
observada por meio dos totais anuais.

Aqui, apresenta-se, como exemplo, um estudo de caso na bacia do Jaguaribe, onde se


projectou uma elevação média da evapotranspiração anual de 216 mm e 190 mm (12,6% e
11,1%) para os cenários A2 e B2, respectivamente, passando, em 2040, de 1.719 mm para
1.935 mm e 1.909 mm anuais, respectivamente.

Um incremento médio de 543 mm e 564 mm (33,62% e 37,87%) nas necessidades hídricas


anuais das culturas em relação à climatologia de base do modelo foi projectado para 2040,
cenários A2 e B2, respectivamente, observando-se maiores níveis, na zona costeira.

Os autores consideram que, quanto à extensão do período de cultivo (ciclo) em consequência


das mudanças climáticas, pode-se assumir pequenas alterações nos trópicos. Mudanças
projectadas na precipitação, combinadas com elevação na demanda para evapotranspiração,
indicam uma maior necessidade hídrica para irrigação no futuro. (NOBRE,2011.p25-36).

A otimização do gerenciamento é um trabalho básico de um gestor de recursos hídricos,


assegurando a qualidade da água e sua alocação em resposta às demandas de todos os
usuários. Dessa forma, a optimização do gerenciamento pode ser expressa como o uso ótimo
dos bens e serviços, pelo fortalecimento do bem-estar humano, da capacidade e segurança
alimentar, da capacidade industrial e da qualidade do ecossistema natural. Todo gestor de
água numa dada bacia tem que lidar com trocas entre as medidas, em relação aos quatro
objectivos. ((AERTS; DROOGERS, 2004).

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3. CAPITULO III: METODOLOGIA DO TRABALHO

3.1. Localização e Caracterização da Área do Estudo

O distrito da Manga está localizado na região sul da Província do Sofala, confinando a Norte
com o distrito de Inhaminga, a Sul com os distritos de Beira e Buzi, a Este com os distritos de
Inhamizua e Inhassoro e a Oeste com os distritos de Mafambisse e Caia. Em relação ao posto
administrativo de Manga esta a 7km da vila sede de posto administrativo de Beira. A
superfície do distrito é de 11.341 km2  e a sua população está estimada em 41 mil habitantes à
data de 1/7/2018.
3.2. Caracterização dos Participantes da Pesquisa

Das 86 famílias, as idades dos chefes do agregado familiar variaram de 25 a 70 anos de idade,
sendo que a faixa etária dos 25 a 50 anos teve maior percentagem com cerca de 72% e as
faixas etárias dos 50 a 70 anos tiveram menor percentagem com cerca de 28%. No que diz
respeito ao sexo, o sexo feminino teve maior percentagem com cerca de 56% e o sexo
masculino percentagem com cerca de 44 %. Em relação ao número de agregados familiares
28% varia de 2 a 4, 56% varia de 4 a 6 agregados familiares e 16% varia de 6 a 8 agregados
familiares. Em relação o nível de escolaridade dos chefes de agregados familiares 61% varia
de 1ª a 4ª, 31% varia de 4ª a 7ª e 8% varia de 7ª a 12ª classe. A tabela abaixo representa, as
idades, nível de escolaridade, o género e o número de agregados familiares que participaram
da pesquisa (Tabela 1 de página 8).
Tabela 1: Caracterização de chefes de agregados familiares
25 a 50 anos 24 36%
Faixa etária
50 a 70 anos 62 72%
Feminino 48 56%
Sexo
Masculino 38 44%
2a4 24 28%
Número de agregados familiares 4a6 48 56%
6a8 14 16%
1a a 4a classe 52 61%
Nível de escolaridade dos chefes de agregados 4a a 7ª classe 27 31%
familiares 7ª a 12ª classe 7 8%
Fonte: Autora (2023)
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3.3. Métodos da Pesquisa
Segundo GARCIA (1998:44), método representa um procedimento racional e ordenado
(forma de pensar), constituído por instrumentos básicos, que implica utilizar a reflexão e a
experimentação, para proceder ao longo do caminho (significado etimológico de método) e
alcançar os objectivos pré-estabelecidos no planeamento da pesquisa (projecto).
Para Lakatos & Marconi, (2007, p.86), O método de estudo do presente trabalho é indutivo,
que é um método responsável pela generalização, isto é, partiu-se de algo particular para uma
questão mais ampla.

Isto quer dizer que, por meio dos resultados que obteve-se no distrito de Manga no posto
administrativo de Manga, foi generalizado as demais comunidades da Província do Sofala.

3.4. Classificação da Pesquisa


3.4.1. Quanto a Natureza
Quanto a natureza trata-se de uma pesquisa básica, pois, como afirma Gil (1994), este tipo de
pesquisa, tem por objectivo “gerar conhecimentos novos, úteis para o avanço da ciência sem
aplicação prática prevista, envolve verdades e interesses universais.”. Com este tipo de
pesquisa no trabalho pretendeu-se gerar novos conhecimentos científicos, sobre efeitos e os
riscos das plantas medicinais, mas a sua aplicação de ponto de vista prático, será de longo
prazo.
3.4.2. Quanto aos Objectivos
Quanto aos objectivos a pesquisa é exploratória, assim sendo, para a elaboração desse estudo
o autor buscou as informações com a comunidade, a partir de uma entrevista a cerca dos
efeitos e riscos do uso de plantas medicinais para saúde da população do Posto Administrativo
da Manga. Para Gil (2002), afirma que tem como objectivo proporcionar maior familiaridade
com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito.
3.4.3. Quanto a Abordagem
É uma pesquisa qualitativa e quantitativa. Na abordagem qualitativa porque este tipo de
pesquisa trabalha com as opiniões e percepções de um certo grupo alvo. E neste estudo serviu
para identificar as espécies medicinais usadas, as doenças as quais recorrem ao uso das
plantas medicinais pela comunidade da Manga. Enquanto na quantitativa, no presente estudo
os resultados obtidos na colecta de dados foram quantificados, isto é, foram traduzidos em

12
números, opiniões e analisados estatisticamente, no qual facilitou a construção de gráficos
circulares com a demonstração de percentagens.
Para (GIL, 1999), considera que na abordagem quantitativa, tudo pode ser quantificável, o que
significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las.

3.4.4. Quanto aos Procedimentos Técnicos


Trata-se de uma pesquisa de Levantamento, visto que fez-se o levantamento por meio de uma
entrevista sobre as plantas medicinais usadas, as doenças as quais recorrem ao uso dessas
espécies, as formas de preparo e os efeitos assim como os riscos das espécies medicinais
usadas na comunidade de Manga.
Em conformidade com Silva & Menezes (2001, p.23), Levantamento é quando a pesquisa
envolve a interrogação directa das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer.

3.5. Técnica e Instrumento de Colecta de Dados

3.5.1. Entrevista

A entrevista foi usada nesse estudo para entrevistar a comunidade assim como o governo para
Identificar “Impactos Causados pelas Alterações Climáticas aos Recursos Hídricos na bairro
da Manga, Descrever “Impactos Causados pelas Alterações Climáticas aos Recursos Hídricos
no bairro da Manga e Mencionar as intervenções do governo nos “Impactos Causados pelas
Alterações Climáticas aos Recursos Hídricos na província de sofala.

As questões que constaram no guião de entrevista foram fechadas e abertas, ou seja, mista, o
uso das questões mistas pode ser justificado pelo facto de que, as questões fechadas visavam
uniformizar as respostas para questões objectivas que não permitem muitos comentários, por
outro lado, as questões abertas visavam proporcionar aos entrevistados mais espaço de
expressão para certas questões mais amplas e não influenciar nas suas respostas.

3.6. População e Amostra


O universo populacional foi composto todos os indivíduos do posto administrativo de Manga.
Amostragem da pesquisa foi probabilística acidental, assim trabalhou-se com uma amostra de
86 indivíduos e 6 chefes representantes do governo da comunidade de Manga.

Para determinar a amostra recorreu-se a fórmula proposta por Cláudio (2011) para tamanho da
amostra em população infinita:
13
n = Z2a/2 x

Onde:
n = Número de indivíduos de amostra ;
Z2a/2 = Valor crítico que corresponde ao grau de confiança desejado (%);

= Margens de erro do valor que se estima para um parâmetro populacional; mu

Proporção populacional de indivíduos que pertence a categoria que estamos interessados

em estudar;

= Proporção populacional de indivíduos que não pertence à categoria que estamos

interessados em estudar: =1- ;

Como não conhecemos o valor de . Logo, faremos = 0,25.

Deste modo temos:


Dados Resolução

= 0,25

= 0,10

Za/2 = 1,645

A amostra foi de 86 chefes de agregados familiares (seja homens ou mulheres) da


comunidade de Manga com base na fórmula acima.

3.7. Critério de Inclusão e Exclusão


Foram inclusos no estudo todos os agregados familiares e não foram inclusos os moradores
que não constituíam agregados familiares assim, como, visitantes daquela comunidade.

14
3.8. Análise e Interpretação de Dados
Foi usado o pacote estatístico Excel 2010 para o caso dos dados colhidos por meio do
questionário, que por sua vez, estes foram transformados ou seja representados sob a forma de
gráficos e tabelas que posteriormente foram transferidos ao Word 2010.

4. CAPITULO III: RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Identificar “Impactos Causados pelas Alterações Climáticas aos Recursos


Hídricos na bairro da Manga;

Quando questionados sobre a possibilidade de usar a água da chuva para reduzir o consumo,
83% dos pesquisados declararam que há a possibilidade de armazenar água da chuva em suas
casas como forma de adaptação a escassez hídrica, 9% reconhecem que esta é uma forma
eficaz de redução, mas não a fazem.

Nota-se também que a população, de maneira tímida tem buscado formas de evitar o
desperdício desnecessário de água, o que, a curto prazo, pode e deve trazer resultados
significativos para o município, e a longo prazo um ganho expressivo principalmente no que
diz respeito a qualidade de vida não somente da população local, mas também em todo o
planeta.

4.2. Descrever “Impactos Causados pelas Alterações Climáticas aos Recursos


Hídricos no bairro da Manga.

Apesar da afirmativa por partes dos munícipes pesquisados sobre o a reutilização da água,
ainda é comum ver moradores regando ruas e quintais por horas com água limpa e potável,
bem como, caixas d’água que derramando água potável por um período de tempo prolongado
em quase todos os dias da semana, até mesmo no período do ano quando há infrequência de
chuva e os níveis dos reservatórios de água baixam consideravelmente.

Quando perguntado se a privatização do sistema de abastecimento de água do município teria


sido uma estratégia para se adaptar a escassez hídrica, ambos entrevistados responderam que
não. No entanto, notou-se que desde que o sistema começou a ser implementado, o
desperdício hídrico na cidade apresentou diminuição de 70% a 80%. Da amostra pesquisa,
15
somente 14,3% dos pesquisados têm a percepção que a privatização da empresa tem
influência na redução do desperdício, mas 81,9% admitem que este é reflexo da falta de
conscientização.
Frente ao exposto, a OECD (2010); Banco Mundial (2011) e IPCC (2014) destacam que as
cidades são indispensáveis para que as políticas globais de mitigação e adaptação às
mudanças climáticas sejam efectivas e obtenham sucesso, uma vez que mais da metade da
população mundial está localizada nos centros urbanos (ONU, 2014). Entende-se então que, é
necessário que a população conscientize-se quanto a atitudes cotidianas para que a escassez
hídrica seja reduzida. (BARCELLOS,2009.p18-21).

4.3. Mencionar as intervenções do governo nos “Impactos Causados pelas


Alterações Climáticas aos Recursos Hídricos na Província de Sofala.

Quanto a análise dos métodos utilizados no município para sensibilização da população


quanto a escassez hídrica aferiu-se que, conforme dados colectados, quando indagados sobre
se haviam tido acesso a alguma orientação sobre como diminuir o desperdício de água no
município, 85% dos pesquisados relataram que nunca tiveram acesso a informações de como
reduzir o desperdício de água no município, bem como nunca nenhuma equipe de
conscientização os visitaram ou fizeram alguma fiscalização em suas casas, e que nenhum
movimento como palestras ou acções comunitárias haviam sido realizadas para sensibilizar os
moradores.

Em contrapartida, quando perguntado ao secretário de meio ambiente quais acções estão


sendo realizadas para incentivar a população a preservar o meio ambiente e reduzir o
desperdício de água, o mesmo declarou que a secretaria de meio ambiente do município
possui o Departamento de Educação Ambiental composto por um coordenador ao qual
desenvolve palestras em escolas, igrejas e associações, também em povoados e assentamentos
da zona rural, sendo que essas áreas são onde os crimes ambientais ocorrem de forma mais
recorrente.

Segundo ele, todos os meses acções como essas são realizadas nestes locais, o que contradiz o
que foi relatado pelos moradores que afirmam não terem acesso a acções de conscientização.
É válido frisar também que, o entrevistado da secretaria de meio ambiente relatou que,
chegam a secretaria cerca de 10 denúncias de crimes ambientais por dia, sejam queimadas,

16
desperdício de água e desmatamento. Para isto, a secretaria conta como equipe fiscalização
composta por 3 homens equipados e preparados para lidar com essas situações. (ANDRADE,
2002.p.12-18).

5. CAPITULO IV: CONCLUSÃO

Com base nos dados colectados na pesquisa de campo e na análise descritiva simples das
entrevistas, foi possível observar que as acções realizadas pelo município estão mais voltadas
para preservação do meio ambiental em geral, sem enfoque especifico na preservação dos
recursos hídricos.

Desse modo, nota-se que apesar de estratégias de adaptar-se as mudanças climáticas, que
acarretam na escassez hídrica, estarem sendo feitas por meio de palestras e projectos de
arborização das nascentes dos rios e de sua despoluição, é necessário que políticas públicas
municipais com foco na preservação dos recursos hídricos sejam implementadas,
principalmente por meio da conscientização dos munícipes, visto que, de acordo com os
pesquisados, essa é a principal causa dos desperdícios hídricos na cidade.

Quanto as estratégias de adaptação as mudanças climáticas, os resultados demonstraram que


as mudanças climáticas cada vez mais frequentes e o mal uso dos recursos hídricos tem feito,
ainda que de forma tímida e não deliberadamente resultante dessa percepção (bem maior) com
que a população busque formas de se adaptar a escassez hídrica (pensamento individual –
falta de água), principalmente, por meio do armazenamento de água e o reuso desta, como é o
caso do uso da água da máquina de lavar em outras actividade, diminuir o tempo no banho e
não deixar a torneira aberta enquanto lava louça.

No que se refere a sensibilização do município quanto a escassez hídrica, os dados revelaram


que, segundo o relato do secretário de meio ambiente do município estudado, a secretaria já
iniciou um projecto de mapeamento para identificar áreas degradadas e também nascentes de
rios que foram descobertas para que possam ser reflorestadas, bem como acções de
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conscientização sobre a escassez hídrica, que vem sendo realizadas em escolas. Apesar da
iniciativa, observou-se que tais acções não contemplam a realidade da problemática das
mudanças no clima e seus efeitos, evidenciando que há muito a ser feito, sendo, por tanto, o
primeiro passo, a definição e a implantação de acções de conscientização.

Neste sentido, Marengo et al (2015), destacam que além dos factores climáticos, a não
utilização de um planeamento que direccione o melhor gerenciamento do recurso hídrico,
atrelado ao uso desenfreado e de forma inconsciente por parte dos brasileiros gerou e vem
agravando a crise hídrica que preocupa toda nação.

6. Bibliografia

1. ANDRADE, M. M. D. Como Preparar Trabalhos Para Cursos De Pós-Graduação:


Noções Práticas. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 2002.
2. BANCO MUNDIAL. Guide to climate change adaptation in cities. Washington:
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3. BARCELLOS, C. et al. Mudanças climáticas e ambientais e as doenças infecciosas:
cenários e incertezas para o Brasil. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, v. 18, n. 3, p.
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4. BARRETO, P.; SILVA, D. Os desafios para uma pecuária mais sustentável na
Amazônia. Série O Estado da Amazônia, v. 14, 2009.
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http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1055679. Acessado
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10. GOMES, J. de L.; BARBIERI, J. C. Gerenciamento de recursos hídricos no Brasil e
no Estado de São Paulo: um novo modelo de política pública. Cadernos EBAPE. BR,
v. 2, n. 3, p. 01-21, 2004.
11. MARENGO, J. A. et al. A seca e a crise hídrica de 2014-2015 em São Paulo. Revista
USP, n. 106, p. 31-44, 2015.

12. NOBRE, Paulo et al. Mudanças climáticas e desertificação: os desafios para o Estado
Brasileiro. Campina Grande: INSA-PB, p. 25-36, 2011.

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