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Todas as células dos seres vivos possuem DNA e RNA, com exceção dos vírus que não são organismos celulares e
possuem DNA ou RNA em sua composição, nunca os dois ao mesmo tempo (os PRIONS ainda precisam ter melhor
caracterizada sua relação com os seres vivos, mas não possuem ácidos nucléicos em sua composição, sendo somente
proteínas).
O DNA difere do RNA em vários aspectos que vão desde a composição molecular, forma estrutural, até a função e
mecanismo de síntese, possuindo, entretanto, várias semelhanças que os torna moléculas irmãs e de extrema
importância para o estudo da bioquímica celular, por serem responsáveis por todas as características da célula e as
moléculas alvo da evolução.
Nucleotídeos são as unidades básicas dos ácidos nucléicos e são formados, sempre, por uma molécula de pentose a
qual se liga a uma molécula de base nitrogenada e uma molécula de fosfato em pontos específicos e de maneira
covalente, adquirindo forma estrutural helicoidal própria e característica do tipo de molécula. Embora façam parte da
composição dos ácidos nucléicos, os nucleotídeos são encontrados na forma livre dentro da célula, sendo responsáveis
por funções não relacionadas directamente com a reprodução celular, como é o caso do ATP (Figura 3-4). A união das
bases nitrogenadas à pentose, somente, forma um nucleosídeo, ou seja, um nucleotídeo desprovido e fosfato.
A pentose (monossacarídeo de 5 carbonos) pode ser a ribose (no RNA) ou a desoxirribose (no DNA) ambas em sua
forma cíclica pentagonal de furanose. Em um nucleotídeo, convenciona-se identificar os carbonos da pentose
acrescentando o apóstrofo para diferencia-lo dos carbonos da base nitrogenada, desta forma o C1', C2', C3' e C5' estão
aptos realizar ligações químicas através das hidroxilas (-OH) livres nestes carbonos, com exceção da desoxirribose
que não possui hidroxila no C2' (Figura 3-5).
Figura - As pentoses presentes nos ácidos nucléicos são a ribose (no RNA) e a desoxirribose (no DNA) que possui
uma -OH a menos no C2'.
As bases nitrogenadas presentes nos ácidos nucléicos são de dois tipos: as bases púricas, purínicas ou,
simplesmente, purinas e as bases pirimídicas, pirimidínicas ou pirimidinas, com todas elas ligando- se à molécula
de pentose no C1', sendo que nas purinas o ponto de ligação é o nitrogénio na posição 9 (N9) e nas pirimidinas é o N1.
Presentes tanto no DNA quanto no RNA, encontram-se a adenina, citosina e a guanina, com a timina sendo própria do
DNA e a uracilo do RNA. Esta exclusão de bases nitrogenadas dá-se devido à impossibilidade da timina no RNA e
uracilo no DNA parearem formando uma perfeita hélice.
Figura: As bases nitrogenadas que fazem parte da composição dos ácidos nucléicos. As bases purínicas ligam-se ao
C1' da pentose através do N na posição 9, enquanto as bases pirimidínicas ligam-se em C1’ pelo N1.
Função dos Ácidos Nucléicos
Coordenar a síntese das enzimas (e demais proteínas) determinando assim as características dos indivíduos, como: cor
dos olhos, cor da pele, estatura, tendências de comportamento, doenças hereditárias (diabetes, hemofilia, daltonismo),
etc.
Dessa forma controla o metabolismo, a reprodução e constituem o material genético ou hereditário de todos os seres
vivos.
Características do DNA
Apresenta-se como fita dupla, formando uma dupla hélice (modelo de Watson e Crick, 1972);
Apresenta a pentose (ose) Desoxirribose com exclusividade;
Apresentam a base nitrogenada “Timina” com exclusividade;
Promove a Duplicação ou Replicação: Sintetiza cópias idênticas de si mesmo;
Promove a transcrição: Sintetiza moléculas de RNAm (mensageiro);
O DNA é encontrado em maior quantidade no núcleo (na cromatina) que no citoplasma (nas mitocôndrias e
cloroplastos);
O genoma eucarioto
A molécula de DNA contém as sequências responsáveis pela síntese das proteínas e dos RNA ribossómico e
transportador que, junto com o RNA mensageiro (também sintetizado a partir do DNA) são essenciais para a síntese
protéica. Quanto mais complexo o organismo, mais adaptações bioquímicas ele possui o que corresponde a
necessidade de mais genes para expressar as características genéticas. A molécula de DNA torna-se cada vez maior e
tende a se enovelar para ser contida dentro do núcleo celular.
Na forma linear as duas fitas são livres para rotação sobre seu próprio eixo o que favorece a um emaranhado de DNA
que é visível ao microscópio óptico como a cromatina nuclear. Quando mais condensada a coloração da cromatina,
mais compactado o DNA, quanto mais frouxa a coloração, menos denso é o emaranhado molecular.
Proteínas da classe das histonas desempenham papel fundamental na organização dos cromossomos, promovendo o
enovelamento da molécula de DNA em torno de quatro tipos de histonas (H2A, H2B, H3 e H4) repetidas duas vezes,
formando um octâmero onde a molécula de DNA se enrola por sobre o octâmero de histonas, formando uma estrutura
denominada nucleosomo.
Na observação dos cromossomos durante a divisão celular, através de técnicas de coloração especiais (métodos
citogenéticos), pode-se observar que há áreas mais densas e outras mais frouxas de cromatina, denominadas de
heterocromatina e eucromatina, respectivamente. Cada região de heterocromatina corresponde a uma área de menor
atividade gênica e as de eucromatina a de maior concentração de genes ativos.
O experimento de Griffith, levado a cabo em 1928, foi uns dos primeiros experimentos que demonstrou
que as bactérias eram capazes de transferir informação genética mediante um processo chamado
transformação.
Em 1928, o microbiólogo Frederick Griffith, que pesquisava várias cepas de neumococo (Streptococcus
pneumoniae), injectou em ratos a cepa S e a cepa R da bactéria. A cepa S era virulenta, enquanto a rugosa
(R), não o era já que a cepa S se cobre a si mesma com uma cápsula de polisacárido que a protege do
sistema inmune do ser que tem sido infectado, resultando na morte deste, enquanto a cepa R não contém
essa cápsula protectora e é derrotada pelo sistema inmunológico. Quando, inactivada por calor, a cepa S era
injectada, não tinha secuelas e o rato vivia. Surpreendentemente, ao combinar cepa R (não letal), com cepa
S inactivada por calor (não letal), o rato morreu. Ademais, Griffith encontrou células de cepa S vivas. Em
aparência a cepa R converteu-se em cepa S. Este achado não se pôde explicar, até que em 1944 Avery,
McLeod, e McCarty, cultivaram cepa S e:
O 20 de julho de 1890 Sharliuska Griffith, pesquisando uma doença infecciosa mortal,a pneumonia, estudou
as diferenças entre uma cepa da bactéria Streptococcus peumoniae que produzia a doença e outra que não a
causava. A cepa que causava a doença estava rodeada de uma cápsula (também lha conhece como cepa S, do
inglês smooth, ou seja lisa, que é o aspecto da colónia nas placas de Petri). A outra cepa (o R, de rugosa, que
é o aspecto da colónia na placa de Petri) não tem cápsula e não causa pneumonia. Griffith injectou as
diferentes cepas da bactéria em ratos. A cepa S matava aos ratos enquanto a cepa R não o fazia. Depois
comprovou que a cepa S, morta por aquecimento, não causava pneumonia. No entanto quando combinava a
cepa S morta por aquecimento, com a cepa R vivo, isto é com componentes individuais que não mata aos
ratos e injectava a mistura aos ratos, os ratos contraíam a pneumonia e morriam; no sangue destes ratos
mortos Griffith encontrou neumococos vivos da cepa S. Isto é que nas bactérias S morridas tinha “algo”
capaz de transformar às bactérias R, dantes inocuas, em patogénicas e esta mudança era permanente e
herdável. Este "algo" foi isolado; depois encontrou-se que era DNA. As bactérias que se isolavam dos ratos
mortos possuíam cápsula e, quando lhes injectava, matavam outros ratos. Frederick Griffith foi capaz de
induzir a transformação de uma cepa não patogénica Streptococcus pneumoniae em patogénica. Griffith
postulou a existência de um factor de transformação como responsável por este fenómeno
Plasmídeos
Características básicas dos plasmídeos
Os plasmídeos circulares extracromossómicos de ADN, foram os primeiros vectores a serem utilizados na
clonagem de genes. Para uma dada experiência selecciona-se um plasmídeo com certas características
específicas.
Primeiro o plasmídeo deve transportar um ou mais genes que lhe confiram propriedades particulares, tais
como a resistência a certos antibióticos como o Cloranfenicol e a Ampicilina que possam servir como
indicadores seleccionáveis.
Segundo, o plasmídeo deve possuir pelo menos uma sequência de ADN que possa actuar como origem de
replicação, de modo a que seja capaz de se multiplicar independentemente dos cromossomas bacterianos.
(Fig.3a). Os plasmídeos mais pequenos aproveitam as enzimas de replicação de ADN da célula hospedeira
de modo a fazerem cópias de si próprios, enquanto alguns dos maiores transportam genes que codificam
enzimas especiais e específicas para a replicação dos plasmídeos.
Alguns tipos de plasmídeos são também capazes de se replicarem inserindo-se no cromossoma bacteriano
(Fig. 3b). Estes plasmídeos integrativos ou epissomas podem ser mantidos de um modo estável nesta forma
ao longo de numerosas divisões celulares, mas irão em algumas alturas existir como elementos
independentes.
Terceiro, o plasmídeo deve ter apenas um local de reconhecimento onde as endonucleases o irão cortar. Se
não tiver esse local, o plasmídeo não pode ser aberto para a inserção de novos genes; se tiver dois ou mais a
endonuclease de restrição e a ADN ligase podem formar muitos produtos diferentes em vez de um só. Com
apenas um local de reconhecimento a probabilidade de conseguir a inserção desejada é maior mas mesmo
assim não é elevada.
Conjugação e compatibilidade
Os plasmídeos podem ser divididos em dois grupos: os conjugáveis e os não conjugáveis. Os plasmídeos
conjugáveis são caracterizados pela capacidade de promoverem a conjugação sexual entre células
bacterianas e, consequentemente, a sua passagem de uma célula para todas as outras células de uma cultura.
A conjugação e a transferência de plasmídeos são controladas por um conjunto de genes tra ou de
transferência, que estão presentes nos plasmídeos conjugáveis e ausentes dos plasmídeos do tipo não
conjugáveis. No entanto, um plasmídeo não conjugável pode, em algumas circunstâncias, ser co transferido
com um plasmídeo conjugável quando ambos estão presentes na mesma célula.
Bacteriófagos
Transdução - Transferência de DNA de uma célula para outra por meio de um vírus.
Características básicas dos bacteriófagos
Os bacteriófagos ou fagos, são vírus que infectam especificamente as bactérias. Tal como todos os vírus, os
fagos têm uma estrutura muito simples, consistindo meramente numa molécula de ADN (ou ocasionalmente
ARN), que transporta determinado número de genes, nos quais se incluem vários para a replicação do fago,
rodeado por um invólucro protector ou um capsídeo composto por moléculas protéicas.
O padrão geral de infecção/contaminação, que é o mesmo para todos os tipos de fagos, é um processo de 3
etapas.
1. O fago liga-se ao exterior da bactéria e injecta o seu ADN cromossómico para o interior desta.
2. A molécula de ADN do fago é replicada, normalmente por acção de enzimas codificadas por os genes
presentes no cromossoma do fago.
3. Outros genes do fago orientam a síntese dos componentes proteicos do cápsideo, levando á montagem de
novos fagos e posterior libertação da bactéria.
Relações alélicas
Os experimentos de Mendel estabeleceram que os genes existem em formas alternativas. Ele identificou dois alelos,
um dominante e outro recessivo (dicotomia funcional simples entre alelos, como se um alelo não fizesse nada e o
outro tudo para determinar o fenótipo). Entretanto, novas pesquisas demonstraram que tal é uma simplificação. Os
genes podem, estar em mais de dois estados alélicos, e cada alelo pode ter um efeito diferente sobre o fenótipo
(polimorfismo alélico).
Dominância completa e recessividade
Um alelo é dominante se tiver o mesmo efeito fenotípico em heterezigótos que em homozigotos, isto é, um indivíduo
com o genótipo Aa exibira o mesmo fenótipo do homozigoto AA.
Significado bioquímico do fenómeno de dominância.
O termo de dominância leva a ideia equivocada de que um alelo ‘domina’ ou inibe a acção do outro. Não se conheça
nenhum caso em que um alelo exerça acção, inibitória ou não sobre seu par localizado no cromossoma homólogo.
As relações entre os alelos são decorrentes do modo como os produtos gênicos, ou seja, as proteínas codificadas pelo
gene, afectam o funcionamento celular. Na maioria dos casos, os alelos alterados (mutantes) recessivos tem sua
sequência de bases azotadas alteradas e não se expressam correctamente, de modo que a característica recessiva
resulta geralmente na ausência do produto gênico.
Dominância incompleta e co-dominância.
Existem casos em que um gene interage com seu alelo, de maneira que o híbrido ou homozigoto apresenta um
fenótipo diferente e intermediário em relação aos pais homozigotos ou, então, expressa em ausência de dominância.
Há dois tipos básicos:
1.Herança intermediaria, também chamada de dominância incompleta, ou dominância parcial ou semi-dominância.
Este tipo de ausência de dominância em que o individuo heterozigoto exiba um fenótipo diferente e intermediário em
termos quantitativos em relação aos seus genitores homozigotos.
A explicação mais provável para tal é que a manifestação do carácter depende da intensidade ou quantidade do
produto especificado pelo gene.
Exemplos:
A planta ‘maravilha’ (Mirabilis jalapa) apresenta duas variedades básicas. Para a coloração das flores:
A variedade alba (com flores brancas) e a variedade rubra (com flores vermelhas).
Seja: b-gene para flores brancas e
B-gene para flores vermelhas.
P: BB x bb
G: B x b.
F1 : Bb (Rosa)
Os individuos Bb exibem o fenótipo intermediario (flores rosas ) em relação aos paternais.
P: Bb x Bb
G: Bb x Bb
B b
B BB Bb Proporção: 1 :2 :1 BB-vermelhas, bb-brancas, Bb-Rosas.
b Bb Bb
Co-dominância.
Este é um tipo de ausencia de dominância em que um individuo heterozigoto expressa simultaneamente entre os dois
fenótipos paternos. A co-dominância significa que há uma independência da função dos alelos. Nenhum dos alelos é
dominante, ou mesmo parcialmente dominante, em relação ao outro.
Assim é impróprio distinguir os alelos por letras maiúsculas e minúsculas, como nos casos anteriores. Alelos co-
dominântes são representados por expoente do símbolo do gene.
Ex: Na espécie humana, o sistema MN dos grupos sanguíneos.
Grupos sanguíneos são determinados por substâncias complexas (aglutinogénios) presentes nas hemácias.
O sistema MN compõe-se de três grupos sanguíneos, denominados M, N e MN, determinados por dois alelos de um
gene (Ag), representado por AgM e AgN. O alelo AgM determina a presença, na membrana das hemácias, de uma
substancia denominada aglutinogénio M, em quanto o alelo AgN determina a presença do aglutinogénio N. pessoas
homozigotas AgM AgM apresentam apenas o aglutinogénio M na membrana das hemácias e, por isso pertencem no
grupo sanguíneo M, o mesmo para indivíduos AgN AgN.
Pessoas heterozigotas AgM AgN têm ambos os aglutinogénios nas hemácias, pertencendo ao grupo sanguíneo MN.
Relação de dominância entre alelos de um gene.
Genótipos Fenótipos
C+C+, C+Cch; C+Ch; C+c Selvagem ou agouti
Para determinar os grupos sanguíneos do sistema ABO, assim como os tipos sanguíneos M, N e MN, misturam-se
gotas de sangue da pessoa com soluções diferentes (soro).
Por exemplo, são misturadas duas gotas de sangue da pessoa com soros, uma delas contendo aglutinina anti-A e outro,
aglutinina anti-B.
Se ocorre aglutinação do sangue apenas na gota com solução anti-A, a pessoa é do grupo A; se ocorre aglutinação do
sangue apenas na gota com solução anti-B, ela é do grupo B; não há aglutinação do sangue em nenhuma das gotas, a
pessoa pertence ao grupo O. Se ambas gotas aglutinam a pessoa é do grupo AB.
Genética do sistema ABO
Os quatro fenótipos do sistema sanguíneo ABO- A, B, AB e O são determinados por um gene com alelos múltiplos.
Tal gene é indicado pela letra I. Ele tem três alelos; IA, IB, i. O alelo IA especifica a produção do antígeno A e o alelo
IB, a produção do antígeno B. entretanto, o alelo i não especifica um antígeno. A pessoa com o genótipo IAIA ou IAi
tem apenas antigeno A nas hemacias e, portanto o sangue do tipo A. A pessoa com o genótipo IBi ou IBIB tem apenas
antigenos B, e portanto, sangue do tipo B; pessoas com o genótipo IAIB tem antigenos A e B nas hemacias e seu
sangue é do tipo AB; pessoas com o genótipo ii não tem nenhum dos dois antígenos e seu sangue é do tipo O. Os
alelos IA, IB são co-dominantes, pois ambos se expressam na condição heterozigota, produzindo antígenos A e B. O
alelo i é recessivo em relação aos outros dois
Relação de dominância: IA = IB > i, veja a tabela.
Genótipo Fenótipo
IAIA ou IAi Grupo A
IBIB ou IBi Grupo B
IAIB Grupo AB
ii Grupo O
Nos periquitos australianos, na determinação das cores básicas da plumagem destas aves - verde, azul, amarelo e
branca - estão envolvidas apenas dois genes, cada um deles com dois alelos A/a e B/b, que se segregam
independentemente, mas que interagem entre si na produção de cores.
Indivíduos homozigóticos recessivos quanto a esses dois genes (aabb) são brancos;
Indivíduos homozigóticos recessivos aa, mas que possuem pelo menos um alelo dominante B (aaBB ou aaBb), são
amarelos;
Indivíduos homozigóticos bb, mas que possuem pelo menos um alelo dominante A (bbAA ou bbAa), são azuis;
Indivíduos que apresentam pelo menos um alelo dominante de cada gene (AABB ou AABb ou AaBB ou AaBb)
têm a cor verde.
Geração P plumagem branca plumagem verde.
aabb x AABB
G ab x AB
F1: AaBb (pelage Verde)
F2
AB Ab aB Ab
AB AABB AABb AaBB AaBb
Ab AAbB AAbb AabB Aabb
aB AaBB AaBb aaBB aaBb
ab AaBb Aabb aaBb Aabb
Proporçao fenotipica:
Plumage verde 9/16, Plumage amarela 3/16, Plumagem azul 3/16
Plumagem branca 1/16.
Epistasia ou criptomeria
A epistasia é uma modalidade de interação génica em que genes de um par de alelos inibem ou impedem a
manifestação dos alelos de outro par, ou outros pares.
O alelo que exerce a acção inibitória é chamado epistático, e o que sofre a inibição é chamado hipostactico.
Se o alelo epistático actuar em dose simples, isto é, se a presença de um único alelo epistático for suficiente para
causar a inibição, fala-se em epistasia dominante. Por outro lado, se o alelo epistático actuar em dose dupla, fala-se em
epistasia recessiva.
Exemplo:
Num cruzamento entre camundongo pretos e camundongos albinos, os descendentes são todos aguti (castanho-
acinzentado). O cruzamento de camundongos aguti produz uma geração F2 constituída por 9/16 aguti 3/16 pretos e
4/16 albinos.
Preto albino.
P: AApp x aaPP.
G: Ap ap.
F1: AaPp (aguti).
F2: AaPp x AaPp.
AP Ap aP Ap
AP AAPP AAPp AaPP AaPp
Ap AAPp AApp AaPp Aapp
aP AaPP AaPp aaPP aaPp
ap AaPp Aapp aaPp Aapp
Fenótipo:
9/16 preta,
3/16 chocolate,
3/16 dourado (nariz preto),
1/16 dourado (nariz marron).
Proporção fenotipica:
13/16 Brancas, 3/16coloridas.
Outros tipos de interacções genicas.
Cruzando variedades puras de ervilhas - doce, ambas possuidoras de flores brancas, produz geração F1, inteiramente
constituídas por plantas com flores coloridas.
Branca. Branca.
P: AAbb x aaBB.
G: Ab ab.
F1: AaBb (coloridas).
AB Ab aB Ab
AB AABB AABb AaBB AaBb
Ab AAbB AAbb AaBb Aabb
aB AaBB AaBb aaBB aaBb
ab AaBb Aabb aaBb Aabb
Pleiotropia
Não só é verdade que a pleiotropia pode ser influenciada por muitos genes, mas também é verdade que um gene pode
influenciar muitos fenótipos.
Assim, a pleiotropia, constitui um fenómeno inverso á interacção gênica. Na peliotropia, um único par de genes actua
na manifestação de vários caracteres.
Quando um gene afecta muitos aspectos do fenótipo, ele é dito pleiotrópico.
Um exemplo de pleiotropia na espécie humana é a doença denominada fenilcetonúria (PKU). A criança afectada é
portadora de um par de alelos recessivos mutantes, que condiciona um defeito na enzima fenilanina hidroxilas,
responsável pela conversão do aa fenilanina em tirosina. Em consequência, a fenilanina acumula-se no sangue,
provocando lesões no sistema nervoso central e ocasionando deficiência mental. Mas o aa tirosina também participa
na produção de melanina. Por isso, as crianças fenilcetonúricas exibem também pele mais clara do que devia ter.
Neste caso, apenas um par de genes actua em dois caracteres diferentes: capacidade de metabolização da fenilanina e
cor da pele.
Sistema X0
O sistema X0 é encontrado em insecto como gafanhotos, besouro, percevejo, barata, etc. Neste não há cromossoma Y.
as fêmeas têm um par de cromossomas homólogos XX, sexo homogamético, em quanto o macho tem cromossoma
único (número impar de cromossomas no cariotipo).
O zero indica ausência de um cromossoma sexual.
Representação: macho 2AX0 e fêmea 2AXX.
Sistema Cariótipo do macho Cariótipo do fêmea Ocorrência
X0 2AX0 2AXX Gafanhotos, besouros,
baratas
ZW 2AZZ 2AZW Peixes, bicho-da-seda
Z0 2AZZ 2AZ0 Galinha e répteis
Sistema ZW
É comum nas aves, borboletas, mariposas, alguns peixes, bicho – de – seda. Neste sistema, as fêmeas apresentam dois
cromossomas sexuais diferentes (sexo heterogamético ZW), e o masculino homogamético ZZ.
Representação: macho 2AZZ; fêmea 2AZW.
Sistema Z0
Encontrado em galinhas domésticas e répteis. A fêmea é Z0 e o macho ZZ. Assim, a fêmea é o sexo heterogamético e
o macho homogamético.
Representação: macho 2AZZ e fêmea 2AZ0.
Há espécies em que os genes determinadores do sexo são muito afectados pelas condições ambientais; nesse caso, o
sexo do indivíduo depende das condições em que o desenvolvimento ocorre.
Em crocodilos e jacarés, em muitas espécies de tartarugas e algumas espécies de lagarto, o sexo é determinado pela
temperatura em que seus ovos são incubados.
Como ocorre a determinação do sexo nos crocodilos e nas tartarugas marinhas.
Nos crocodilos por exemplo, embrião que se desenvolve em temperaturas relativamente baixas são sempre de sexo
feminino; machos são produzidos apenas se a incubação ocorre acima de 30ºc. Nas tartarugas marinhas é inverso.
Na maioria das espécies animais, o ambiente externo não influi na determinação do sexo, que é definido pela
constituição cromossómica dos indivíduos. Nesses casos, a diferença entre machos e fêmeas reside geralmente em um
par de cromossomas chamadas cromossomas sexuais ou heterossomas. Os outros cromossomas, que não diferem entre
machos e fêmeas são chamados autossomas.
Sistema XY
Em muitas espécies dioicas (vertebrados, alguns invertebrados e plantas que produzem flores), as fêmeas têm um par
de cromossomas sexuais homólogos representados por “XX”, enquanto os machos têm um dos cromossomas
correspondente aos da fêmea e outro tipicamente masculino, sem correspondente no sexo feminino, representa.
Sistema haploide/diploide de determinação de sexo (haplodiploidia)
Em insectos himenópteras como abelhas e formigas, o sistema de determinação do sexo é denominado sistema
haploide/diploide, ou haplodiploidia. Nessas espécies, machos são haploides (n), e fêmeas, diploides (2n).
Em abelhas, por exemplo, os machos chamados zangões, originam-se de óvulos não – fecundados (partenogénese).
Óvulos fecundados, por tanto (2n), originam fêmeas, que podem se desenvolver em rainhas férteis ou em operários
esteres, dependendo do tipo de alimentação que recebem durante a fase larval.
Evidência experimental
Os experimentos de Morgam começaram com a sua descoberta de um macho mutante de Drosóphila que tinha olhos
brancos em vez de vermelhos do tipo selvagem.
Quando o macho era cruzado com fêmeas tipo selvagem, toda prole tinha olhos vermelhos. Entrecruzada a prole,
Morgam observou um padrão peculiar de segregação: todas as filhas tinham olhos vermelhos e apenas metade dos
filhos tinham a mesma cor; a outra metade dos filhos tinha olhos brancos.
Assim Morgam propôs que o gene para a cor de olho estava presente no cromossoma X, mas não no Y, e que o alelo
tipo selvagem era indicado por W+ e o mutante w.
Diagrama.
P: fêmea XX- olhos vermelhos. Macho XY-olhos brancos.
G: W+ W + W.
F1: W+W x W+
Fêmea de olhos vermelhos. Macho de olhos vermelhos.
Mulher. Homem.
Genótip Fenótipo Genótipo Fenótipo
o
X DX D Normal X DY Normal
D d d
X X Normal (portador) XY Daltónico
d d
XX Daltónico
Fenótipos e genótipos no daltonismo.
XD Y
XD XDXD XDY
XD XDXD XDY
Distrofia muscular
Na espécie humana há uma doença hereditária, a distrofia muscular de duchenne, em que há degeneração e atrofia dos
músculos, exclusivamente em meninos, começando com os sintomas dos entre 2 e 6 anos. Estes morrem antes de
atingir a maturidade sexual, muitas vezes. Não há mulheres homozigótas por esta razão. O alelo normal do gene para
distrofia de Duchenn situam-se no cromossoma X, e é responsável pela produção da proteína distrofina. O alelo
mutante não produz.
Fenótipos
Genótipos Homem Mulher
CC Calvo Calva
Cc Calvo Não – calva
cc Não - calvo Não – calva.