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Domildes Gabriel João Gonga

INTRODUÇÃO
O termo genética foi aplicado pela primeira vez em 1906 pelo biólogo britânico
William Bateson (1861 - 1926), a partir de uma palavra grega “Genetikós” que
significa “gerar”.
A genética é definida como ramo da Biologia que se encarrega estudar a herança e
variação das características biológicas transmitidas de pais para filhos, ou seja, ao longo
das gerações. Tem como objecto de estudo os “genes” (é a unidade de hereditariedade,
carregada por um cromossoma, transmitida de geração em geração pelos gâmetas e
controlando o desenvolvimento e as características dum indivíduo). Ela está dividida
em duas partes que são:
 Hereditariedade: é a parte da genética que estuda a transmissão de
característica de pais para filhos, ao longo das gerações. Estas características a
serem transmitidas podem ser morfológicas (ex.: altura, cor dos olhos),
bioquímicas (ex.: enzimas, metabolismo), fisiológicas (ex.: comportamento) e
patológicas (ex.: albinismo, anemia falciforme).
 Variabilidade: é a parte da genética que estuda a variação das características
hereditárias ao longo das gerações.
Fatores que influenciam a hereditariedade e variabilidade
a) - Ciclo celular (fase S da interfase)

b) - Divisão celular ( Crossing-over)

c) - Constituição bioquímica do DNA (Material Genético)

Apesar de não ser o primeiro a fazer os estudos sobre a transmissão das características,
Gregor Mendel é considerado "o pai da genética" por ter estabelecido, os princípios
básicos da hereditariedade, através de experimentos cujas conclusões são conhecidas
como 1ª e 2ª lei da hereditariedade.
Como ciência, a genética teve o seu desenvolvimento no séc. XIX, período em que
foram redescobertos os trabalhos sobre as leis da hereditariedade estabelecidas por
Mendel, que permitiram explicar os mecanismos da hereditariedade; porém, as bases
moleculares que sustentam tais mecanismos só foram descobertas mais tarde devido aos
extraordinários estudos dos seguintes cientistas:
Friedrich Miescher: descobriu que o material responsável pela hereditariedade
encontrava-se no núcleo, e o chamou de “nucleína”.

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Thomas HUNT Morgan: criou a chamada “Teoria Cromossómica da Hereditariedade”


afirmando que o material responsável pela hereditariedade encontrava-se nos
cromossomas.

Oswald Avery e colaboradores: descobriram a natureza química deste material a que


os outros se referiam, afirmando ser um ácido.

James Watson e Francis Crick: descobriram a estrutura do tal material (o ADN),


estrutura esta reconhecida e usada até aos nossos dias.

Principais métodos de estudo da Genética


1. Estudos citológicos dos cromossomas;

2. Hibridização – Os segmentos de DNA são introduzidos nas células para se


ligarem a fragmentos complementares.

3. Clonagem – Parasitação de uma célula com injecção de material genético no seu


núcleo de modos a ser produzido pela célula.

Cromossoma- são filamentos de DNA onde se armazena a informação genética e


hereditária.

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UNIDADE – II - NATUREZA E EXPRESSÃO DA INFORMAÇÃO GENÉTICA

SUBTEMA: ÁCIDOS NUCLEICOS E SUA LOCALIZAÇÃO

A história da descoberta dos ácidos nucleicos remonta ao final do século XIX, quando o
químico suíço FRIEDRICH MIESCHER (1869), extraiu do núcleo de
espermatozóides uma substância de elevada massa molecular, contendo azoto e fosfato,
que denominou de Nucleína.

Alguns anos mais tarde, isto é em 1889, RICHARD ALLMEN, um dos alunos de
MIESCHER ao constatar a natureza ácida deste composto químico e a sua localização
no núcleo das células, atribuiu a esta substância o nome de Ácidos nucleicos.

OS ÁCIDOS NUCLEICOS são macromoléculas formadas pela ligação tipo


fosfodiéster entre 5 nucleótidos diferentes. Podem-se encontrar tanto na forma livre
como associados a proteínas (histonas e protaminas).

LOCALIZAÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO

A descoberta dos ácidos nucleicos e as pesquisas sobre a divisão celular, contribuíram


para que no início do nosso século, se conhecesse a localização do material hereditário.
Ao saber-se que o material genético se encontra no núcleo das células e que estes são
constituídos por DNA e proteínas (histonas).

Cada organismo contém material genético que o caracteriza como indivíduo e que
controla todas as actividades vitais.

Há diferença do material genético dos organismos procariotas e o material genético dos


seres eucariotas, nomeadamente no que se refere a sua localização dentro da célula.

Nos seres procariontes o DNA encontra-se livre no citoplasma não estando rodeado por
invólucro nuclear. A zona ocupada pelo DNA é designada por nucleóide. Em cada
célula procariotica existe normalmente uma molécula de DNA, de forma circular, que
só transitoriamente está associada a proteínas. Essa molécula é geralmente designada
por cromossoma bacteriano.

Nas células eucarióticas o DNA localiza-se, principalmente, no núcleo. Cada molécula


de DNA está associada a proteínas, sendo o complexo de DNA-proteínas designados

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por cromatina. O número de filamentos de cromatina em cada célula é variável de


espécie para espécie.

O termo cromossoma é hoje utilizado para designar cada unidade morfológica e


fisiológica de cromatina.

Características do DNA Procariontes Eucariontes


Configuração da molécula. Circular Linear
Número de cromossomas 1 Pelo menos 2
por célula
Localização No citoplasma (constitui o Essencialmente no núcleo.
nucleóide)
Proteínas associadas Enzimas e proteínas Algumas proteínas
reguladoras associadas associadas
transitoriamente. permanentemente. Enzimas
e outras proteínas
reguladoras associadas
transitoriamente.

Das diversas experiências há a destacar a realizada em 1928, por FRED GRIFFITH,


que definitivamente descobriu que é o DNA responsável pela transmissão do material
genético.

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SUBTEMA: COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS ÁCIDOS NUCLEICOS: DNA E RNA

Na análise química do núcleo das células, revela a presença de dois tipos de ácidos
nucleicos: O ácido desoxirribonucleico (ADN) e o ácido ribonucleico (RNA).
A unidade estrutural dos ácidos nucleicos denomina-se nucleótido. Cada nucleótido é
constituído por:
Ácido fosfórico (H3PO4) – confere aos ácidos aos nucleicos as suas características
ácidas.
- Pentoses – ocorrem dois tipos:
- Desoxirribose (C5H10O4)
- Ribose (C5H10O5)
As designações destas pentoses relacionam-se com a existência de menos um átomo de
oxigénio da desoxirribose em relação a ribose.
- Bases azotadas – há cinco bases azotadas diferentes que são: adenina (A), citosina
(C), guanina (G), timina (T) e uracilo (U). Estes por sua vez vão dividir-se em dois
grupos que são:
- Bases de anel duplo - adenina (A) e guanina (G).
- Bases de anel simples - timina (T), citosina (C) e uracilo (U).
O conjunto formado pela pentose e a base azotada designa-se por nucleosido.

Os nucleótidos do DNA são constituídos por ácidos fosfóricos, uma pentose, que é a
desoxirribose, e uma das quatro bases azotadas – Adenina (A), Timina (T), Citosina
(C) e Guanina (G).
O RNA distingue-se quimicamente do DNA, pelo facto de os seus nucleótidos terem
como pentose a ribose e com base azotadas a Adenina, Uracilo (U) a Guanina e a
Citosina.

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As bases azotadas que se unem as pentoses por ligações covalentes podem apresentar
uma estrutura com anel simples – bases pirimídicas (Citosina, Timina, e Uracilo) ou
anel duplo-bases púricas (Adenina e Guanina).

Os ácidos nucleicos são pois constituídos por longas cadeias de nucleótidos cadeias
polinucleotídicas.

DIFERENÇAS ENTRE DNA E RNA

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SUBTEMA: ESTRUTURA DO DNA E RNA- MODELO DE WATSON E CRICK


Em 1953 WATSON e CRICK elaboram um modelo da molécula de DNA, baseando-
se nos trabalhos de inúmeros investigadores que ao longo de 10 anos foram
contribuindo para o conhecimento desta molécula.
Dentre os quais destacam-se:
- Fotografias tiradas ao microscópio, que permitiram a medição R da molécula de DNA
(2mm).
- Em 1950, CHARGAFF constatou que quantidade de Adenina era sensivelmente
idêntica a Timina e a de Guanina a de Citosina.
- PAULING e CAREY, 1951, ao fazerem estudo cristalográficos da difracção dos raios
X, descobriram a estrutura em hélice para molécula de DNA cristalizada apontava para
uma estrutura, permitiram a formação de uma hipótese explicativa para a auto
duplicação desta molécula.
Segundo este modelo, a molécula de DNA é composto por duas cadeia polinucleóticas
dispostas em sentido inverso anti-paralelas, e enrolado em torno de um eixo imaginário.

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Numa cadeia polinucleotídica, os nucleótidos ligam-se através dos grupos fosfatos, que
estabelecem ligações éster com os carbonos 3 e 5 das pentoses dos respectivos
nucleótidos.

As unidades de fosfato e o desoxirribose encontram-se no exterior da hélice, pois são


hidrofílicas e ocupam uma posição no exterior da molécula. As duas cadeias
polinucleotídicas mantêm-se unidas por pontes de hidrogénio que estabelecem entre par
de bases azotados (a Adenina liga-se sempre a Timina e a Guanina a Citosina).
Estrutura do RNA

Contrariamente com o que acontece com a molécula de DNA o RNA é formado por
uma única cadeia polinucleotídica (excepto alguns vírus).

No entanto, esta cadeia simples pode em determinada zonas, dobrar-se sobre si própria,
devido a formação de pontes de hidrogénio entre as bases complementares (a Guanina
emparelha com a Citosina e a Adenina ao Uracilo).

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O RNA é sintetizado a partir do DNA em três formas específicas, com funções e


diferentes tipos de RNA
O RNA mensageiro (mRNA), o RNA de transferência (tRNA) e o RNA ribossómica
(rRNA).
SUTEMA: REPLICAÇÃO DO DNA

Dentre as estruturas moleculares do DNA e RNA, o ácido nucleico que apresenta um


maior número de características necessária a manter a informação genética, é sem
duvida o ácido desoxirribonucleico.

Para que uma molécula possa ser o suporte da informação genética, necessita ter
capacidade de se auto-reproduzir.

Recordando que a estrutura da molécula de DNA é constituída por


duas cadeias helicoidais anti-paralelas e complementares; leva-nos a
concluir que é a replicação de cada uma destas cadeias que leva a

formação de duas moléculas-filha de DNA, pois cada molécula filha


contém uma cadeia da molécula de DNA progenitor e uma cadeia
que se formou de novo. Por este mecanismo denomina-se hipótese
de Replicação Semi-conservativa.

Para além desta hipótese de replicação existem outras duas:

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A hipótese de Replicação Conservativa, diz que a molécula de


DNA progenitora mantém-se íntegra, apenas surgindo como molde
á nova molécula, que seria constituída por duas cadeias sintetizadas
a partir de nucleótidos presentes na célula.

A hipótese de Replicação Dispersiva admite que cada uma das


cadeias da moléculas-filha será constituída por porções da molécula
progenitora e por nucleótidos sintetizados de novo.

MECANISMO DA REPLICAÇÃO DO DNA

A replicação do DNA é um processo bastante complexo e rápido.

Antes de começar a replicar, o DNA separa-se das histonas, seguindo-se o


desenrolamento de um porção da molécula de DNA e o afastamento das cadeias por
ruptura das pontes de hidrogénio que ligam as bases complementares.

Todo este conjunto de reacções bioquímicas está dependente da intervenção de várias


enzimas específicas, sendo a mais importante, a RNA polimerase.

SUBTEMA: CÓDIGO GENÉTICO E A TRANSMISSÃO DA VIDA

Depois de inúmeras experiências, os biologistas moleculares estabeleceram um código


de correspondência, o CODIGO GENETICO, entre a linguagem de quatro «letras»
dos ácidos nucleicos (nucleótidos A, T, G e C), e a linguagem dos vinte aminoácidos
das proteínas.

Na linguagem do DNA, se cada nucleótido codificasse um aminoácido, o sistema só


poderia codificar quatro aminoácidos, o que é insuficiente, uma vez que existem vinte
aminoácidos das proteínas biológicas. Há pois a necessidade de combinações de
nucleótidos para codificar um aminoácido.

Na linguagem das quatro «letras» do DNA num código constituído pela sequência de
dois nucleótidos (duas letras), poderiam ser codificadas 16 (42) aminoácidos diferentes e
insuficientes para os vinte existentes.

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Se o código constituir uma sequência de três nucleótidos (três letras), passam a existir

64 (43) possibilidades, o que ultrapassa a codificação para vinte aminoácidos.

Os investigadores orientam-se para esta última hipótese, considerando um código de


três nucleótidos consecutivos de DNA, os quais constituem em Tripleto, que representa
a mais pequena unidade da mensagem genética. Embora cada Tripleto designa sempre o
mesmo aminoácido, cada aminoácido pode ser codificado por diversos tripletos,
existindo ainda alguns que não codificam qualquer aminoácido e se comportam como
sinais de iniciação ou terminação da mensagem.

Embora a sequencia de nucleótidos do DNA especifique a ordem dos aminoácidos


numa cadeia polipeptídica, as proteínas não são sintetizadas directamente do DNA.

A síntese de proteínas é feita nos ribossomas.

A informação genética ainda codificada, é transcrita do DNA para um mensageiro


(mRNA), que transporta do núcleo para o citoplasma, onde se faz a síntese proteica –
Tradução da mensagem genética.

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Este percurso da informação que corre em todos os organismos traduz o, «o dogma


central da Biologia molecular».

Cada tripleto do mRNA que codifica um determinado aminoácido denomina-se codão.

Decifração do Código Genético

A decifração do código genético foi feita progressivamente a partir de síntese do


mRNA. No início dos anos 60, um bioquímico americano, SEVERO OCHOA, e um
biólogo francês, M. GRUNBERG-MANAGO, conseguiram isolar a enzima catalisa a
informação do mRNA- a RNA-polimerase. Utilizando essa enzima que MARSHAL
NIREMBER e J. HEINRICH MATHEI sintetizaram uma molécula RNA formada
unicamente por nucleótidos de uracilo (RNA-poli U). Ao sintetizarem no laboratório
verificaram que a polipéptido formado era constituído por um único aminoácido - a
fenilamina.

Mais tarde, H. GOBIND KHORANA sintetizou moléculas de RNA mais complexas,


constituídos por dois tipos de bases azotadas exemplo ACACACACA… A cadeia
polipeptídica sintetizada com este mRNA era formada por dois tipos de aminoácidos:
treonina e histidina.

Todos estes documentos e outros trabalhos permitiram que, no início da década de 60, o
código genético estivesse decifrado e fossem conhecidas as suas características.

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2.9.2. Característica do Código Genético.


– Universidade do código genético - há uma linguagem comum a quase todas as
células, desde os animais mais simples aos mais complexos, das algas unicelulares as
árvores mais gigantescas, mesmo os vírus utilizam o mesmo código. Existem algumas
excepções desta universidade. Ex: as mitocôndrias e os protozoários ciliados.

Características do código genético ❣

– Redundância – cada cordão codifica um aminoácido mas diferentes cordões podem


codificar um mesmo aminoácido, fenómeno que é conhecido por degenerescência
docódigo genético.

– O código não ambíguo – o mesmo codão, em regra, não codifica aminoácidos


diferentes.

– O terceiro nucleótido de cada codão não é tão específico como os dos primeiros. Ex: o
aminoácido valina pode ser codificado pelos codões, GUU, GUC, GUA, e GUG. O
aminoácido argenina pelos codões CGU, CGC, CGA, CGG, AGA e AGG.

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- O Tripleto AUG tem dupla função – codifica o aminoácido metionina e é codão de


iniciação da síntese proteica.

- Os tripletos UAA, UAG, UGA, são codões de finalização de síntese proteica e não
codificam nenhum aminoácido.

CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS DA SÍNTESE PROTEICA.

Este processo de biossíntese, que tanto ocorre nas células procariotas como eucariotas, é
caracterizado por ser um processo bastante complexo, que envolve um grande consumo
de energia e a intervenção de múltiplos factores. Embora seja um processo
extremamente rápido, pode apresentar as seguintes características.

 Complexidade faz intervir vários agentes;


 Rapidez uma célula eucariota, junta 140 aminoácidos de uma cadeia em dois
a três minutos;
 Amplificação numerosas moléculas de RNA podem ser transcrita a partir da
mesma zona de DNA. Por outro lado, os polirribossomas mostram que a
tradução da mesma mensagem (mRNA) é descodificada simultaneamente
por vários ribossomas.

Muitos das proteínas acabadas de sintetizar não possuem actividade biológica,


experimentando várias alterações. Assim, apresentam vários níveis de organização.
Estas biomoléculas condicionam todo o metabolismo celular. Por ex: podem ser:

 Funcionais na célula, como as enzimas e a hemoglobina;


 Integrada em estruturas celulares, como a membrana plasmática, os
lisossomas, as mitocôndrias, o núcleo, etc.
 Exportados para o meio extra celular, como as enzimas digestivas ou as
hormonas proteicas.

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SUTEMA: SÍNTESE PROTEICA


TRANSCRIÇÃO DA INFORMAÇÃO GENÉTICA

Nos sistemas vivos a primeira etapa da transferência genética tem o nome de


transcrição. Este processo corresponde á síntese de mRNA a partir de uma cadeia de
DNA e que lhe serve de molde.

Na transcrição da informação do DNA para o mRNA intervêm uma complexa enzima


denominada RNA- polimerase.

A transcriçãorealiza-se no núcleo, onde a enzima RNA – polimerase actua em pontos


específicos (promotores) e provoca a quebra das ligações por ponte de hidrogénio de
dupla cadeia de DNA, iniciando a transcrição.

Uma cadeia de DNA, agora exposta, actua como molde para síntese de mRNA, a partir
de um nucleótidos livres no citoplasma. Os nucleótidos vão se ligando no sentido
5 3, de acordo com o padrão de complementaridade das bases azotadas do DNA e
RNA.

A transmissão termina quando o RNA – polimerase encontra o sinal de terminação.

Nas células eucariotas, ocorre uma série de alterações no RNA ainda dentro núcleo –
processamento do RNA.

Estas reacções de processamento resultam do facto de a informação genética para a


síntese de uma dada proteína se encontrar ‹‹fragmentada›› e não continua no DNA.
Existem sequências de nucleótidos que não têm qualquer informação para a síntese de
proteínas – intrões, intercalados com sequências que codificam os aminoácidos dessas
proteínas – exões.

Deste modo, o processo que sofre o mRNA caracteriza-se pela remoção de sequencias
da molécula de RNA transcrita correspondentes aos intrões, seguida da ligação dos
exões. O RNA transcrito é segmento do mRNA funcional por isso é designado por
RNA- pré -mensageiro.

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TRADUÇÃO DA INFORMAÇÃO GENÉTICA

A tradução consiste na transformação da mensagem codificada contida no mRNA para a


sequência de aminoácidos da cadeia polipeptídica.

Neste processo não só intervém o mRNA, mas também o RNA ribossómico (rRNA), o
RNA de transferência (tRNA) e ATP (adenosina trinsfofato).

rRNA Ribossoma
s

DNA Transcrição RNA mRNA Tradução Proteínas

tRNA Aminoácid
o
INTERVENIENTES FUNÇÕES
mRNA Contém a informação genética para a síntese de proteínas
Aminoácidos Moléculas básicas para a construção das proteínas
tRNA Transfere os aminoácidos para os Ribossomas
Ribossomas Sistema de leitura. Promovem a ligação entre os aminoácidos.
Na sua constituição entra o rRNA e proteínas.
Enzimas Catalisam as reacções que ocorrem em todo processo
ATP Transfere energia para o sistema

Cada molécula de tRNA contém apenas cerca de 80 ribonucleótidos e tem uma


especificidade: seleccionar e transportar o mRNA encontra-se dobrada sobre si mesma,
apresentando quatro braços, correspondentes a sequência de nucleótidos com
complementaridade e que, por isso, ligam-se entre si por pontes de hidrogénio e quatro
ansas, correspondentes as sequências de nucleótidos sem complementaridade.

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Cada codão de mRNA e o respectivo aminoácido são incapazes de reconhecerem


directamente; é necessário haver um adaptador que possibilita esse reconhecimento. A
função do tRNA é precisamente a de servir de ponte, como tradutor entre a linguagem
do mRNA e a linguagem das proteínas.
A configuração especial da molécula de tRNA permite-lhe:
- Fixa um aminoácido específico (local aminoácil)
- Reconhecer o codão do mRNA (anticodão)
Uma das ansas, onde os nucleótidos não estão emparelhados, encontra-se uma
sequência de três nucleótidos específicos de cada tRNA, anticodão. Este tem a
capacidade de reconhecer a sequência de três bases complementares da molécula de
mRNA.
Mecanismo de Tradução
Após a transcrição e a presença do mRNA no citoplasma, inicia se o processo de
tradução a nível dos Ribossomas. Este processo complexo e extremamente rápido,
compreende três etapas fundamentais.
 Iniciação da cadeia polipeptídica;
 Alongamento da cadeia;
 Terminação da cadeia.
 Iniciação.

 Verifica-se a ligação do
mRNA e de tRNA iniciador,
que transporta usualmente a
aminoácido metionina a
subunidade pequena de em
ribossoma. A unidade
grande do ribossoma liga-se
ao conjunto, tornando assim
o ribossoma funcional.

 Alongamento.
 E a fase de tradução de codões sucessivos do mRNA e da ligação dos
aminoácidos.

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 Um novo tRNA,
que transporta o
segundo
aminoácido,
liga-se ao
segundo codão.
 Há a formação
de uma primeira
ligação peptídica
entre
aminoácido que
ele transporta e a metionina.

 Finalização

 Os codões de
finalização
(UAA, UGA,
UAG) não
têm nenhum
anticodão

complementar.
Quando o ribossoma chega a um deste codão a síntese acaba.

A cadeia polinucleotídica destaca-se do ribossoma, experimentado várias


transformações. As unidades dos ribossomas separa-se e ficam livres para iniciar outro
processo.

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UNIDADE – III – DIVISÃO CELULAR

SUBTEMA: ESTUDO DOS CROMOSSOMAS EUCARIÓTICOS

Cromossoma ou Cromossomo- É uma longa seguência de DNA, que contem vários


genes, e outras sequências de nucleótidos com função específica nas células dos seres
vivos. Estes filamentos DNA têm a função específica de armazenar a informação
genética e hereditária.

Cromossoma (Kromo = colorido + Soma = corpo) estas estruturas filamentosas


complexas se encontram-se no núcleo das células eucariotas, constituído por DNA
(35%) ligado a proteínas (60%) e RNA (5%).O cromossoma está formado por dois
braços, denominados cromatídios, unidos a uma estrutura sólida e resistente chamada
centrómero. Cada molécula de DNA associada a histonas, constitui um filamento de
cromatina que, quando se enrola origina um cromossoma.

Funções dos cromossomas


a) – Conservar e transmitir a partir dos genes os caracter hereditário dos
progenitores aos descendentes.

b) Codificar a síntese de proteínas.

Cada espécie em particular possui um número de cromossoma característico. As


espécies que se produzem assexualmente têm um conjunto de cromossomas, que é igual
em todas as células do corpo. As espécies que se reproduzem sexualmente têm células
somáticas (células responsáveis pela formação de tecido e órgãos em organismos
multicelulares), que são diploides ( 2n) (têm dois conjuntos de cromossomas, um
proveniente da Mãe e outro do Pai). Além das células somáticas, os organismos que se

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reproduzem por sexualidade possuem os gâmetas ( células reprodutoras), que são


haploedes ( n ) ( têm apenas um conjuntos de cromossomas). Os gámetas são
produzidos por meiose de uma célula diploide da linhagem grminativa.
Nos cromossomas dos eucariontes, o DNA encontra-se numa forma semi-ordenada
dentro do núcleo celular, agragando a proteínas estruturais, as histonas (Principal
proteína que compõem o nucleossomo), e toma a desegnação de cromatina. Os
procariontes não possuem histonas nem núcleo. Na sua forma não-condensada, o DNA
pode sofrer transcrissão, regulação e replicação.

Durante a mitose, os cromossomas encontram-se condensados e têm o nome de


cromossomas mitóticos. E é a única ocasião em que se podem observar com um
microscópio óptico.

Descoberta dos cromossomas

O primeiro investigador a observar cromossomas foi Karl Wilherm Von Nageli 1842
eo seu comportamento foi descrito em detalhes por Walther Flemming em 1882. Em
1910, Thomas Hunt Morgan provou que os cromossomas são os prtadores dos genes.

Cromatina – É o complexo de DNA, RNA e proteínas que se encontra dentro do


núcleo celular nas células eucarioticas.
Existem dois tipos de cromatinas são:
Eucromatina, que contem um DNA activo, ou seja que pode-se expressar como
proteínas e enzimas.
Heterocromatina, que consiste em DNA inativo e que parece ter funções
estruturais durante o ciclo celular.

Cariótipo

Cariótipo: é o nº de cromossomas característicos de cada espécie.


Na espécie humana existem 46 cromossomas, organizados em 23 pares de cromossomas
homólogos. Destes, há 22 pares autossómicos, idênticos em ambos os sexos e um par de
cromossomas sexuais, que são morfologicamente diferentes no sexo masculino.

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Assim, o cariótipo da mulher apresenta-se pela fórmula 44 A + XX ou 46, XX e do


homem é 44 A+ XY ou 46, XY. O cromossoma Y é relativamente mais pequeno e é que
determina o aparecimento do sexo masculino.
Número de cromossomas em diferentes espécies:
Ser Vivo Ou Nº de Ser Vivo Ou
Nº de cromossomas
Espécie cromossomas Espécie
Drosophila 8 ou 4 pares Mosca 12 ou 6 pares
centeio 14 ou 7 pares Arroz 24 ou 12 pares
coelho 44 ou 22 pares Sapo 26 ou 13 pares
cobaia 16 ou 8 pares Macaco 42 ou 21 pares
Avoante 16 ou 8 pares Homem 46 ou 23 pares
Caracol 24 ou 12 pares Batateira 48 ou 24 pares
Minhoca 32 ou 16 pares Cavalo 64 ou 32 pares
Porco 40 ou 20 pares Cão 78 ou 39 pares
Carneiro 54 ou 27 pares cavalo 64 ou 32 pares
Galo 78 ou 39 pares Carpa 104 ou 52 pares
Borboleta 380 ou 190 pares Samambaia 1200 ou 600 pares
Rato 44 ou 22 pares Trigo 42 ou 21 pare
Chipanzé 48 ou 24 pares Cabra 104 ou 52 pares
SUBTEMA: CÍCLO CELULAR

O ciclo celular compreende dois períodos fundamentais: a intérfase e a divisão celular.


A maior parte do ciclo celular decorre na intérfase. A divisão celular é um processo
relativamente rápido que ocorre em função das atividades da intérfase, ou seja é o
processo em que ocorre a divisão da célula. Durante o ciclo celular, ocorre também a
duplicação das organelas.

Ao passo que a interfase é um período de atividade biossintética intensa, onde a célula


dobra de tamanho e duplica seus cromossomas.

Há dois tipos de divisão celular: mitose e meiose.

Na mitose, a divisão de uma “célula-mãe” duas “células-filhas” geneticamente


idênticas e com o mesmo número cromossômico que existia na célula-mãe. Uma

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célula n produz duas células n, uma célula 2n produz duas células 2n etc. Trata-se de
uma divisão equacional.

Já na meiose, a divisão de uma “célula-mãe” 2n gera “células-filhas” n,


geneticamente diferentes. Neste caso, como uma célula 2n produz quatro células n, a
divisão é chamada reducional.

A INTERFASE – A FASE QUE ANTECEDE A MITOSE

A principal atividade da célula, antes de se dividir, refere-se a duplicação de seus


arquivos de comando, ou seja, à reprodução de uma cópia fiel dos dirigentes que se
encontram no núcleo.

A interfase é o período que precede qualquer divisão celular, sendo de intensa atividade
metabólica. Nesse período, há a preparação para a divisão celular, que envolve a
duplicação da cromatina, material responsável pelo controle da atividade da célula.
Todas as informações existentes ao longo da molécula de DNA são passadas para a
cópia, como se correspondessem a uma cópia fotográfica da molécula original. Em
pouco tempo, cada célula formada da divisão receberá uma cópia exata de cada
cromossomo da célula.

As duas cópias de cada cromossoma permanecem juntas por certo tempo, unidas pelo
centrômero comum, constituindo duas cromátides de um mesmo cromossoma. Na
interfase, os centríolos também se duplicam.

A interfase e a Duplicação do DNA

Houve época em que se falava que a interfase era o período de “repouso” da célula.
Hoje, sabemos, que na realidade a interfase é um período de intensa atividade
metabólica no ciclo celular: é nela que se dá a duplicação do DNA, crescimento e
síntese. Costuma-se dividir a interfase em três períodos distintos: G1, S e G2.

O intervalo de tempo em que ocorre a duplicação do DNA foi denominado de S


(síntese) e o período que antecede é conhecido como G1 (G1 provém do inglês gap,
que significa “intervalo”). O período que sucede o S é conhecido como G2.

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