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Genética Exame Final 2015/2016 Aulas T

1ª Aula:
Teoria das Partículas: Grécia Antiga

 Sócrates, Platão e Aristóteles (“On the Generation of animals”)


 De acordo com esta teoria, um progenitor produzia partículas que passava aos seus
descendentes. A partícula do pulmão originava um pulmão.

Teoria preformacionista: Renascimento

 Uma partícula continha todas as características e originava um organismo (mini-


homenzinho pré-formado nos gâmetas)

Gregor Mendel (séc. XIX): Fatores de Hereditariedade

 Observou os padrões de transmissão de genes e quantificou-os. Passou a ser possível


prever padrões – estabeleceu padrões.
 Utilizou o método científico: partiu da observação, formulou a hipótese, testou,
observou e interpretou os resultados.
 Não se falava em genes: fatores.

Wilhelm Ludvig Johannsen (1857-1927):


 Termo gene – unidade de transmissão de características;
 Teoria das Linhas Puras - a seleção só é efetiva quando baseada em diferenças
genéticas (genótipo), e não ambientais (fenótipo).

Thomas Hunt Morgan (1866-1945): Teoria Cromossoma da Hereditariedade - o


comportamento dos fatores referidos por Mendel nas suas experiências assemelhava-se ao
dos cromossomas durante as divisões da meiose (segregação independente dos genes). Genes
localizados nos cromossomas.

1- Genes:
 Porções de DNA presentes em organismos (há vírus com RNA);
 Possuem informação genética;
 Unidades básicas do genoma;
 De tamanho variável (sequências codificantes + sequências reguladoras).

Base (unidade fundamental) de 4 fenómenos genéticos:


 Transmissão
 Recombinação
Variabilidade
 Mutação
 Função – produto de expressão

Objeto de estudo a diferentes escalas:

Evolução → Populações → Famílias → Organismos → Células → Moléculas

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2 – Desenvolvimento da Genética:

Seleção de estirpes de organismos de interesse económico (produtividade, resistência,…):

 Arroz dourado: o arroz normal é deficitário numa determinada vitamina, este arroz
contém essa mesma vitamina que está em falta em muitos seres humanos em
determinados países de 3º mundo.
 Ostras estéreis: foram desenvolvidas devido ao facto de as ostras não serem
consumíveis durante a sua época de reprodução.
 Banana: a banana selvagem possui sementes muito duras e grandes, assim, a espécie
foi alterada de modo a que se passasse a reproduzir por reprodução vegetativa
(diminui a biodiversidade).
 Plantas: Com a subida do nível médio das águas do mar, os campos de cultivo estão a
ficar salinizados. Como tal, tem-se alterado o genoma das plantas de modo a serem
tolerantes a este fator.

Para produzir plantas transgénicas, um vetor é usado para clonar o segmento de DNA
pretendido no genoma da célula recetora.

3 – “Fingerprinting” (tipagem):

 A análise de um grande número de fragmentos de DNA conduz à construção de um


perfil característico do indivíduo.
 São feitos testes de DNA por comparação do DNA repetitivo.

4 – Genética Médica:

 Localização dos genes cujas formas anormais causam algumas doenças hereditárias
bem conhecidas (Distrofia musculas, Hemofilia, Cancro da mama, Anemia falciforme,
Fibrose cística, cancro do cólon).
 Predisposição Mendeliana: possui gene, possui anomalia.

5 – Genética e Evolução:

Semelhanças entre o DNA de diferentes organismos refletem:

 Características comuns na organização básica de todas as formas de vida (possuímos


genomas próximos com os de outros seres vivos; a existência de genes comuns deve-
se à necessidade de certas características para a existência de vida);
 Existência de ancestrais comuns.

6 – Genética e Ciências Sociais e Humanas:

 Afiliações filogenéticas dos seres humanos;


 Clonagem de mamíferos (clonagem de humanos);
 Biodiversidade;
 Diferenças comportamentais entre etnias/raças (questões éticas, violação de direitos e
privacidade; certos empregadores exigem exames médicos de despiste de
determinadas doenças);
 Saúde genética das populações (estamos demasiado expostos a fatores mutagénicos o
que poderá originar cancro e outras doenças devido ao surgimento de mutações).

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7 – Genética como Disciplina Unificadora da Biologia:

 Estuda os genes e as suas correlações.


 O funcionamento dos genes representa o modo como a informação se transforma em
forma e função.

1 - Natureza do Material Genético:

Miescher (1869) – Descobre o DNA (atribuiu-lhe o nome de nucleína)

 Nucleína isolada de espermatozoides de peixes e de células de sangue;


 Extraía componentes sanguíneos presentes nas compressas dos hospitais de guerra;
 Sabia que estava presente no núcleo das células e que não era uma proteína.

Feulgen (1914)

 Descobriu que a “nucleína” corava com fucsina;


 Mostrou que o DNA está no núcleo das células.

Griffith e o “princípio transformante” (1928) – Isolou agentes infeciosos para produzir vacinas

 Estudava a gripe espanhola com os seus colaboradores;


 Streptococcus pneumoniae era um dos agentes causadores da gripe;
 Detetou 2 estirpes, uma mais brilhante que a outra (a mais brilhante, estirpe S, possuía
cápsula – matriz extracelular – Patogénica);
 Seguiu os postulados de Koch;
 Inativando as células da estirpe S com calor, os ratos sobreviviam mas se os ratos
fossem injetados com a estirpe R viva e S morta pelo calor estes morriam – existência
de algum fator termoestável que transformava as células S mortas em células vivas;

 Griffith concluiu que as bactérias S mortas pelo calor tinham transformado as bactérias
R vivas em bactérias S vivas;
 Griffith não compreendia a natureza da transformação, supondo que alguma substância
na cápsula de polissacarídeos das bactérias mortas tinha sido responsável por essa
transformação. Essa substância foi denominada de “Princípio Transformante”.
 O “princípio transformante” não era inativado quando as células de Streptococcus
pneumoniae eram mortas pelo calor;

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Avery, MacLeod e McCarthy (1944): o DNA é o “princípio transformante”

 Retirando as proteínas
mantém-se o “princípio
transformante”, logo
este não é determinado
por proteínas;
 Utilizando uma RNAase
mantém-se o “princípio
transformante”;
 Concluíram que a causa
do surgimento da estirpe
transformante estava
ligado ao DNA.

Alfred Hershey e Martha Chase (1952): DNA é o material genético

 Tentavam entender a relação entre o fago e a célula hospedeira;


 “The blender experimente”:
o Utilizaram marcação radioativa – proteína (35S) e DNA (32P);
o Quando marcavam as proteínas era o líquido que continha radioatividade;
o Quando usavam o DNA radioativo era o pellet que apresentava radioatividade.

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Corantes com afinidade para o DNA (Feulgen, Giensa, DAPI) coram essencialmente
cromossomas nucleares e em menor grau, mitocôndrias e cloroplastos.

2 – Estrutura do DNA:

Levene (1919): os nucleótidos como unidades básicas

 Identificou os nucleótidos;  Identificou as ligações;


 Identificou a Ribose e a  3 constituintes principais:
Desoxirribose; o 4 tipos de bases azotadas;
 Caracterizou quimicamente as o Açúcar Desoxirribose;
purinas (A,G) e pirimidinas (C,T); o Ião fosfato.

As Regras de Chargaff (1940s):

 1º princípio: estabilidade da proporção (T=A ; C=G);


 2º princípio: variabilidade da composição (Analisou de forma metódica muitas formas
de DNA – DNA de diferentes espécies era diferente).

Pauling (1948): O Modelo da Hélice α


 Técnicas de difração de raios-X e de cristalização.
 Estruturas das proteínas – Hélice α e folha β.

Wilkins & Franklin (1950s): Os padrões de difração de raios-x


 Com base nos dados de Pauling descobriram a estrutura do DNA.
 Detetaram o padrão de difração em hélice no DNA.

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Watson & Crick (1953): O Modelo da Dupla Hélice

 Descobriram o modelo da dupla hélice do DNA;


 Emparelhamento das bases azotadas por meio de pontes de Hidrogénio.

Duas cadeias antiparalelas As bases estão


de nucleótidos: o grupo ligadas ao carbono
fosfato liga-se ao carbono 1 de cada
3’ de uma desoxirribose e desoxirribose.
ao carbono 5’ da seguinte
conferindo polaridade à
cadeia. O esqueleto de cada
cadeia nucleotídica é um
As bases estão polímero de unidades de
ligadas por pontes de fosfato e desoxirribose
H, mantendo as 2 unidas por ligações
cadeias nucleotídicas fosfodiéster.
unidas.

 A estrutura helicoidal decorre do emparelhamento das bases: as bases são estruturas


planas que se empilham de forma compacta por exclusão das moléculas de água que
ocupam os espaços entre elas;
 As bases são planas mas o açúcar e o fosfato são tridimensionais. As bases tendem a
compactar e provocam a torção da molécula.
 A conformação em hélice corresponde à maior estabilidade da molécula: dá origem à
formação de uma cavidade maior e outra menor;
 Uma volta completa da hélice dupla corresponde a 10 pares de bases (34Å ≈ 3,4 nm);
 Embora as pontes de H sejam ligações fracas, as 2 cadeias nucleotídicas mantém-se
unidas por um número muito elevado destas ligações.
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3 – Requisitos do Material Hereditário:

 Contém informação – sequência de genes;


 Fielmente duplicado – complementaridade entre as 2 cadeias;
 Estável mas não imutável – pode haver erros, no entanto existem mecanismos de
reparação destes.

4 – Modelos:

 Forma A – mais curta e mais larga,


encontrada em amostras de DNA
desidratadas;
 Forma B – mais comum, com compactação
irregular;
 Forma Z – os grupos fosfatos estão
desalinhados, hélice “esquerda”, é uma
forma transitória em certos tipos de
atividade biológica.
 Não se conhecem as funções das formas A
e Z, estas formas só foram demonstradas
em laboratório.
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2ª Aula:

1 – Características comuns dos genes:

 Região de DNA com capacidade para ser transcrita para um RNA funcional (tRNA e
rRNA) ou informacional (mRNA);
 Regiões reguladoras – definem a zona e o tempo de transcrição; esta região pode estar
num cromossoma diferente do gene a que diz respeito;
 Regiões reguladoras do início da transcrição capazes de responder a sinais químicos do
ambiente ou de outras partes do genoma;
 Região reguladora do fim da transcrição.

2 - Colinearidade:

 Existe um paralelismo rigoroso entre a sequência do gene, a sequência de RNA e a


sequência proteica.
 Atualmente sabe-se que este paralelismo não é assim tão rigoroso, isto devesse à
existência de intrões.
 Esta teoria propunha que os genes se alinhavam ao longo de uma linha contínua,
como contas num colar.

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 Não se pode encarar o gene como uma sequência completa porque há genes que têm
reguladores muito afastados.

3 – Genes de procariotas:

 Os sinais de ativação são transformados em proteínas reguladoras que se ligam à


região reguladora do gene e iniciam a transcrição da região codificante adjacente.
 Nos genes procarióticos a região codificante é contínua (não há intrões).
 Alguns genes de procariotas estão organizados em operões, controlados por regiões
reguladoras comuns.
 Operão: conjunto de genes envolvidos numa via bioquímica que se organizam estando
dependentes do mesmo gene regulador.

 A proteína repressora é codificada pelo gene regulador.


 Na ausência de lactose a transcrição é reprimida pela ligação da proteína repressora à
zona reguladora, o que impede que esta ocorra.
 Na presença de lactose, esta liga-se à proteína repressora que posteriormente não se
vai ligar à zona reguladora, ocorrendo transcrição.
 Os genes lacZ, lacY e lacA são genes que estão associados à degradação da lactose
assim, estes só devem ser transcritos se existir lactose o meio.

4 – Genes de Eucariotas:

 Os genes eucarióticos contêm intrões (descontínuos).


 Os intrões são transcritos e posteriormente excisados do transcrito original (splicing),
não sendo traduzidos.

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 Os intrões são parte do gene e são importantes para produzir um transcrito de
sequência e dimensão certas, no espaço e no tempo certos.
 Têm funcionalidades estabilizadoras do genoma.
 O nº de exões (nº intrões + 1) varia entre genes de diferentes organismos.
 Entre os genes existe DNA de função desconhecida (regiões intergénicas).
 As regiões intergénicas constituem a maior parte do DNA; estas regiões são não
codificantes e não são intrões.
 Nos eucariotas muito do DNA intergénico e dos intrões é repetitivo.

 Diferentes tipos de unidades aparecem em “tadem” (seguidas) ou dispersas ao longo


do genoma.
 Muitas das sequências repetidas têm origem em elementos genéticos móveis.
 Sequências repetidas de DNA são comuns nos centrómeros e nos telómeros dos
cromossomas.
 Existe um sistema de classificação do DNA repetitivo.

Curva de renaturação

 1ª sequência de DNA a renaturar perante uma diminuição da temperatura é o DNA


altamente repetitivo, de seguida o moderadamente repetitivo e por último o DNA não
repetitivo (sequências codificantes).
 A velocidade da renaturação aumenta com o aumento do número de cópias do gene.

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5 - DNA altamente repetitivo:

DNA satélite:

 Repetições de 1 a vários
milhares de pares de bases;
 Tipicamente organizadas
em grandes sequências (até
100 milhões de pb);
 Ocorre na heterocromatina
(não é transcrita; zona mais
condensada de DNA): junto
a centrómeros, telómeros e
cromossoma Y (possui
grandes sequências não
codificantes).
 É identificado e analisado
através de técnicas de
tipagem (caracterização de
um padrão de DNA).

6 – DNA moderadamente repetitivo:

Repetições em Tandem
 Microsatélites (SSTRs): 1-6 pb (30.000 na eucromatina do genoma humano).
 Minisatélites (VNTRs): 10-100 pb, ricos em GC.
o VNTR – o que distingue as sequências é o número de repetições minissatélites

Repetições intercaladas
 Elementos com origem em retrotransposões (elementos genéticos móveis que se
transportam na forma de RNA. Ocorre transcrição reversa)
o LINEs (Long Interspersed elements): 15Kb x 20 000-40 000 cópias; 21% (ex. LINE-1)
o SINEs (Shot Interspersed elements): 100-300 pb x 1 500 000 cópias; 13% (ex. Alu)
 Outros elementos
o LTR retrotransposões (retrovírus-like elements) 1.5-11 kb x 450 00; 8%
o Transposões de DNA: 80 pb – 3kb x 300 000 cópias; 3%

7 – Sequências Repetidas no Genoma Humano:

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Genoma:
Conjunto de DNA de um organismo ou célula.

8 - Genoma de eucariotas:
 A maioria das espécies eucariotas tem uma ou duas cópias do conjunto de
cromossomas nucleares:
o n designa o número de cromossomas num genoma nuclear (haplóide = n;
diplóide = 2n);
o Poliploidia (3n, 4n, 5n, 6n) pode ocorrer especialmente em plantas;
o A maior parte dos fungos e algas são haplóides.
o A maior parte dos outros organismos são diplóides.
 Cromossomas homólogos: essencialmente semelhantes em tamanho e conteúdo em
genes, com os mesmos genes nas mesmas posições relativas. Existem essencialmente
no núcleo, também presente em mitocôndrias e cloroplastos.
 Os organelos (mitocôndrias e cloroplastos) possuem poucos intrões.

9 - Genoma de Procariotas:

 Geralmente existe 1 só cromossoma;


 Cadeia circular de DNA de cadeia dupla;
 Cada célula pode ter uma ou várias cópias;
 Algumas bactérias têm vários cromossomas;
 Encontra-se compactado num aglomerado denso – NUCLEÓIDE – que se destrói se a
célula for lisada;
 Os intrões são raros e existem poucos espaços intergénicos;
 Existem proteínas associadas ao nucleóide cuja função não é completamente
conhecida.

10 – Genoma virais:

 Dependendo do tipo de vírus e das condições do hospedeiro, a forma intracelular pode


ser integrada no genoma do hospedeiro ou assumir forma independente;
 A estrutura do genoma é descrita segundo a forma em que se encontra na fase
extracelular;
 Genomas muito variados:
o DNA de cadeia simples ou dupla;
o RNA de cadeia simples ou dupla;
o Linear ou circular.
 Todos eles se convertem em DNA de cadeia dupla;
 A maior parte dos genomas virais não contém intrões;
 Alguns utilizam a transcriptase reversa.
11 – Análise comparativa:

 O tamanho dos genomas varia com a complexidade dos organismos – organismos mais
complexos possuem genomas maiores.

12 - Genoma de plasmídeos:

 Plasmídeos são constituídos por DNA extra cromossomal contendo genes não
essenciais mas frequentemente muito úteis;
 Ocorrem frequentemente em bactérias: fungos e células vegetais podem ter
plasmídeos associados a mitocôndrias e cloroplastos mas também ao núcleo e citossol;
 Para a sua replicação dependem do equipamento enzimático codificado pelo genoma
da célula portadora;

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 São geralmente circulares em células bacterianas; em fungos podem ser circulares ou
lineares e em células vegetais são mais frequentemente lineares.
 Genes pequenos;
 Resistentes.

13 – Genomas organelares:

 Mitocôndrias e cloroplastos têm um tipo particular de cromossomas de DNA de cadeia


dupla;
 Cada organelo contém múltiplas cópias idênticas dos seus cromossomas;
 São inerentemente circulares embora possam ser encontrados na forma linear; alguns
têm intrões;
 Contêm genes diretamente relacionados com as funções desses organelos – não há
sobreposição de informação com os genes nucleares;
 Teoria endossimbionte da origem dos organelos;
 O genoma mitocondrial traduz genes relacionados com a respiração celular. As
mutações no genoma mitocondrial afeta maioritariamente o tecido muscular.

14 – Citogenética: estudo do cariótipo:

 Número de cromossomas e grau de ploidia;


 Tamanho dos cromossomas;
 Posição do centrómero;
 Posição dos organizadores nucleolares;
 Padrões de heterocromatina;
 Padrões de bandas (as bandas não correspondem a genes, correspondem a diferentes
graus de condensação de DNA);
 Padrões de cromómeros.
 Índice centromérico - % de DNA que corresponde ao tamanho do braço curto.

15 – Organizadores nucleolares:

 Nucléolos: estruturas esféricas associadas a constrições do


cromossoma – ORGANIZADORES NUCLEOLARES;
 Os nucléolos agregam-se no cromossoma onde estão as
sequências de genes para rRNA formando uma “bolha” em
volta do organizador nucleolar;
 Os nucléolos variam em número, embora muitas células
eucarióticas só tenham 1 par;
 Os organizadores nucleolares têm múltiplas cópias de
genes que codificam para RNA ribossomal:
o Sintetizado nos organizadores nucleolares;
o Depositado nos nucléolos;
o Exportado para o citoplasma;
o Incorporado nos ribossomas.

16 – Padrões de cromómeros:

 São zonas com um enrolamento maior de DNA e fixam o corante (zonas com mais
corante que outras);
 Espessamentos localizados (enrolamentos sem função conhecida) de DNA observáveis
na profase da meiose e da mitose;

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 A posição dos cromómeros é a mesma nos cromossomas homólogos, permite a
identificação destes;
 São marcadores cromossómicos úteis mas de função desconhecida.

17 – Padrões de Heterocromatina:

 Heterocromatina: regiões condensadas fortemente coradas quando se aplica corantes


com afinidade para DNA (ex. Feulgen);
 Eucromatina: regiões do cromossoma menos compactadas que contêm a maior parte
dos genes ativos.

18 – Padrões de bandas:

 Técnicas de bandeamento:
o Bandas Q: técnica do hidrocloreto de quinacrina.
o Bandas G: técnica de Giemsa.
o Bandas R: técnica de Giemsa reversa.
 Cromossomas politénicos: há um desfasamento entre a replicação do DNA e a divisão
celular. O DNA replica-se e acumula-se em bandas que ficam com aspeto de código de
barras. Característico de glândulas salivares de larvas. Bandas facilmente visíveis;
 As bandas não correspondem a genes.

19 – Marcadores citogenéticos visíveis:

20 - Estrutura tridimensional dos cromossomas eucarióticos:

 Cada célula contém um comprimento muito grande de DNA que se encontra


fortemente compactado:
o Uma célula humana tem 2 m de DNA.
 Após lise das células, os cromossomas surgem como um aglomerado:
o Sem pontas à vista;
o Filamento com 30 nm de diâmetro;
o Um cromossoma é constituído por um só filamento (resultados de Pulsed Field
Gel Electrophoresis - PFGE ).

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21 – O nucleossoma, solenoide e super enrolamento:

 A molécula de DNA dá 1,65 voltas (146bp) em torno de cada octâmero proteico – duas
cópias de cada uma das 4 histonas (H2A, H2B, H3 e H4);
 Ao nucleossoma junta-se a histona H1, que une os nucleossomas adjacentes,
estabilizando o seu enrolamento e formando cromatossomas.

 No solenoide o DNA encontra-se


numa formas mais compactas, em
fibras de 30 nm de espessura,
num arranjo em zig-zag.

22 – Mitose:

 Processo conservativo que ocorre


em células somáticas;
 Envolve condensação da cromatina;
 Ocorre a reorganização de
elementos do citoesqueleto com
formação de uma rede de
microtúbulos proteicos paralelos ao
eixo da célula ligando os polos (fuso
acromático);
 Os centrómeros funcionam como
ponto de ligação para o sistema
multiproteico que constitui o
cinetocore que por sua vez, se liga
aos microtúbulos do fuso
acromático;

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23 – Meiose:

 Parte sempre de uma célula diplóide:


MEIÓCITO;
 Antes do início da divisão os
cromossomas homólogos emparelham
formando um agregado de 4
cromatídeos (tétrada cromossómica);
 Cromatídeos não-irmãos da mesma
tétrada podem trocar material entre si
(crossing-over ou sobrecruzamento)
gerando variabilidade;
 Durante a primeira divisão o número
de cromossomas em cada célula filha
é reduzido a metade.

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24 – Fatores de regulação:

 CDKs – a concentração é constante na célula;


 A interação entre ciclinas e CDK promove a transcrição dos genes necessários à fase
seguinte do ciclo celular;
 Quando a célula atinge uma fase do ciclo, é ativada a transcrição da ciclina para a fase
seguinte. A ciclina anterior é degradada;
 A CDK pode ser a mesma em várias fases, a ciclina é sempre diferente.

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25 – Supressor tumoral p53:

 A proteina p53 é codificada pelo gene TP53


(transcrito em todas as células).
 p53 é um fator de transcrição que ativa a
transcrição de alguns genes e a inibição de outros.
 p53 e MDM2 constituem um sistema de auto-
regulação: p53 estimula a produção de MDM2;
MDM2 inibe a atividade de p53 e promove a sua
exportação e degradação no citoplasma.
 Quando há um erro, há uma sobreprodução de
P53 que migra para o núcleo e ativa a transcrição
de genes de reparação, apoptose e de paragem do
ciclo.

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 Produtos de genes cuja transcrição é ativada pela p53.

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3ª Aula:

1 – Replicação semi-conservativa:

 A separação das duas cadeias de nucleótidos deixa expostas bases com potencial para
se ligarem a bases complementares;
 A complementaridade faz com que cada cadeia de nucleótidos funcione como molde;
 Cada nova dupla hélice contém uma cadeia de nucleótidos parental e uma sintetizada
de novo.

2 – Outros modelos de replicação do DNA:

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3 – Replicação do DNA da E. coli:
Experiências de Meselson & Stahl (1958)
 Marcação com isótopos em E. coli
 15N e 14N – As células de E. coli sintetizam um DNA ligeiramente mais pesado quando
estão numa solução com 15N.
 Utilizaram centrifugação com gradiente de césio.
 Ao longo das gerações o tamanho da banda mais pesado diminui e a banda mais leve
aumenta.

4 – A replicação em Eucariotas:
As experiências de Taylor, Woods & Hughes (1957)

 I. Células do vértice vegetativo da raíz (meristema apical) de Vicia faba marcadas com
3
H-timidina, lavadas e tratadas com colquicina (inibe a formação do fuso acromático
– pára a divisão celular em metáfase).
 II. Transferência para cultura em solução contendo timidina “fria” e colquicina.

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 Na 1ª Metafase são visíveis 12 cromossomas, cada um com 2 cromatídeos marcados;
 Na 2ª Metafase são visíveis 24 cromossomas, cada um com 1 cromatídeo marcado e 1
não marcado;
 Na 3ª Metafase são visíveis 48 cromossomas, metade deles não marcados e metade
com um cromatídeo marcado e um não marcado.

5 – O processo de Polimerização:

 A DNA polimerase:
o Adiciona nucleótidos à extremidade 3’ de uma cadeia de nucleótidos, a partir
de uma cadeia molde;
o Antes da ligação da DNA polimerase é necessário a primase adicionar um
primer para a DNA polimerase adicionar nucleótidos à cadeia livre.
o Os substratos são as formas trifosfato dos desoxirribonucleótidos dATP, dGTP,
dDTP e dTTP;
o Atua na “replication fork”.
o Os eucariotas possuem DNA polimerases diferentes.

6 – Polaridade da polimerização:

 A polimerização é feita por adição de


nucleótidos à extremidade 3’ de uma cadeia
pré-existente;
 Primer: iniciador do processo de replicação;
 Na cadeia descontínua há vários primers – um
para cada vez que a polimerase se liga ao DNA;
 Os primers são retidos e substituídos por
nucleótidos – DNA polimerase;
 Só uma das cadeias (3’ -> 5’) pode ser
sintetizada de forma contínua (leading
strand);
 A síntese da outra cadeia (5’-> 3’) (lagging
strand) é feita em segmentos curtos
(fragmentos de Okasaki) que são
posteriormente unidos entre si pela DNA
ligase.

7 – Enzimas envolvidas na polimerização: E. coli como modelo

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SSBP (Single-strand binding proteins)

 Ligação ao DNA de cadeia simples para que o DNA não volte a emparelhar.

Helicase

 Desnatura a dupla hélice cortando as pontes de hidrogénio entre nucleótidos


complementares e cria o “replication fork”.
 Vai desenrolando a hélice à frente da DNA polimerase III.
 As cadeias desnaturadas são estabilizadas (impedidas de se ligar) pelas SSBPs.

Topoisomerase

 Alivia as tensões existentes e impede que o garfo de replicação vá avançando.


 Estabiliza a dupla hélice prevenindo o super-enrolamento a montante da “replication
fork”, resultante da acumulação de tensão provocada pela acção das helicases (corta e
reconstitui a cadeia nucleotídica).

Primase

 É um tipo de RNA polimerase e a principal enzima dos primossomas (conjunto de


enzimas envolvidas na síntese dos primers – fragmentos de RNA).
 Na cadeia leading só é preciso um primer mas na cadeia lagging é preciso um primer
para cada fragmento.

DNA Polimerase III

 Adiciona nucleótidos à extremidade 3’, na “replication fork”.


 Este tipo de polimerase só consegue adicionar nucleótidos a uma cadeia nucleotídica
existente.
 β-clamp – braçadeira/grampo que auxilia a captação de nucleótidos e tornam o
processo mais rápido; integra a subunidade da polimerase III, mantendo a polimerase
agarrada ao DNA. É também responsável pelo aumento da velocidade de replicação.

DNA Polimerase I

 Remove os primers e preenche os espaços adicionando desoxirribonucleótidos.

DNA ligase

 Junta a extremidade 3’ do DNA de preenchimento à extremidade 5’ do fragmento de


Okazaki adjacente – ligações fosfodiéster.

8 – DNA polimerases de E. coli:

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9 – Replicação linear ou circular:

Replicação circular: formação das estruturas theta

 Cromossomas de procariotas – 1 origem de replicação; 13 nucleótidos x3 e 9


nuleótidos x4.

Replicação circular: modelo “rolling circle” em vírus e plasmídeos

 Vírus e plasmídeos;
 Usa a extremidade 3’ como inicio
(ligação à polimerase) e a cadeia 5’
como molde;
 Nuclease corta num ponto específico
1 das cadeias simples.
 A polimerase vai empurrar a cadeia
que ficou cortada e usar a inteira
como molde.
 Concatâmero – várias sequências de
DNA juntas num só segmento;
 A cadeia 5’ que fica livre sintetiza uma
cadeia complementar (descontínua).
22
Márcia Fernandes
Replicação linear: fatores de complexidade

 Múltiplas origens de replicação cuja sequência varia entre espécies;


 Diferentes polimerases: DNA polimerase δ e DNA polimerase ε em vez de DNA
polimerase III;
 Rápida montagem do nucleossoma após a replicação;
 Replicação incompleta dos telómeros: atividade da telomerase.

 Origens de replicação: sequências nucleotídicas específicas a partir das quais se inicia


a replicação.
 A replicação progride bidireccionalmente com duas “replication forks”.
 A unidade de replicação compreendida entre a origem e o fim da replicação constitui
um replicão que só pode ser ativado uma vez em cada divisão celular.
 O replicão contém os elementos necessários para o controle da replicação.

 As cadeias filhas produzidas por cada origem de replicação alongam-se e acabam por
se juntar resultando duas cadeias filhas que, no caso dos cromossomas eucarióticos, se
chamam cromatídios.

10 – Telomerase:

 Associação de proteínas com um molde de


RNA.
 É o sistema enzimático que permite a
polimerização da extremidade da cadeia
lagging em organismos eucarióticos
(cromossomas lineares).
 Contém um molde de RNA e uma transcriptase
reversa que adiciona sequências repetidas à
extremidade 3’ da cadeia lagging, extendendo
o telómero.
 Nas células normais este fenómeno tem um número de ocorrências controlado.

23
Márcia Fernandes
11 – DNA polimerases de Eucariotas:

12 - O nucleossoma durante a replicação:

 Chromatin Assembly Factor 1 (CAF1), traz novas histonas para a região do garfo de
replicação. Ocorre mistura de histonas novas e velhas (aleatório).
 PCNA (Proliferating cell nuclear antigen): papel semelhante ao da β-clamp de
procariotas (assegura a eficiência da replicação).

13 – Fatores de Hereditariedade:

 Mendel: elementos
 Darwin: gémulas
 Walther Flemming: cromossomas e mitose
 Theodor Boveri: meiose (ovos de Ascaris)
 Walter Sutton: Relacionou a teoria de segregação dos fatores de Mendel com os
cromossomas homólogos e fusão de gâmetas. Trabalho com Brachystola magna –
gafanhoto que possui 11 pares de cromossomas (1 cromossoma sexual – F; 0
cromossomas sexuais – M).

24
Márcia Fernandes
 Thomas Hunt Morgan: evidências
experimentais da teoria cromossómica de
hereditariedade. – trabalhou com Drosophilas e
provou a Teoria de Walter Sutton.

Observações experimentais do resultado de


cruzamentos controlados:
o As moscas selvagens têm olhos vermelhos;
o Por vezes, do cruzamento de moscas de olhos
vermelhos resultam alguns machos de olhos
brancos;
o Na descendência de moscas de olhos
vermelhos nunca aparecem fêmeas de olhos
brancos;
o Uma fêmea rara, de olhos brancos, tinha um
cromossoma X a mais;

Conclusão:
o A informação está contida nos cromossomas.

14 – Genes autossómicos:

15 – Genes associados aos cromossomas sexuais:

Os cromossomas sexuais não


são verdadeiros homólogos
mas emparelham para se
reconhecerem durante a
meiose e se repararem.

25
Márcia Fernandes
Determinação cromossómica do sexo: a descoberta do fator X

 Hermann Henking (1891): No percevejo (Pyrrhocoris apterus) durante a formação dos


gâmetas são produzidas células com 11 ou 12 cromossomas (12º cromossoma – o
elemento X);
 Nettie Stevens (1905): No escaravelho, um par invulgar de cromossomas
(cromossomas acessórios) é responsável pela determinação do sexo – relação entre
cromossoma X e o sexo;

Determinação cromossómica do sexo: diferentes sistemas

 Mamíferos placentários - sistema XX-XY;


 Grilos, gafanhotos e baratas - sistema XX-X0 (só o X é macho);
 Ratinhos, morganhos - sistema XX-X0 (só X é macho);
 Aves, serpentes, insetos e dragão do komodo - sistema ZW (ZZ é macho);
 Abelha - sistema haplodiplóide (o macho é haploide e a fêmea diploide);
 Macroclemys temminckii (tartaruga) – temperatura de incubação dos ovos;
 Caracol – reversão sexual;
 Peixe palhaço – feminização do adulto dominante;
 Alga – masculinização.

16 – Hereditariedade do gene:

Características Mendelianas

 Determinadas por 1 só gene;


 2 formas alélicas;
 Dominância muito bem caracterizada;
 A regulação ambiental não se sente;
 Híbrido ≈ Heterozigótico; linha pura ≈ homozigótico;
 Nº de classes fenotípicas na descendência = 2 n (n - nº de genes para os quais o
organismo é heterozigótico)
 Todas as classes fenotípicas são igualmente representadas.

26
Márcia Fernandes
Cruzamento teste

 Fenótipo dominante (AA ou Aa) X


Fenótipo recessivo (aa)
 Descobre-se o genótipo do indivíduo
dominante

Heredogramas

27
Márcia Fernandes
Anomalias autossómicas recessivas

 A anomalia aparece na descendência de


progenitores normais.
 A descendência afetada inclui homens e
mulheres na mesma proporção.
 Deduz-se que os progenitores são
heterozigóticos.
 Exemplos:
o Fenilcetonúria (PKU)
o Albinismo

Metabolismo da Fenilalanina

 Anomalia na enzima 1: acumulação


de fenilalanina e sub-produtos
(Fenilcetonúria PKU)
 Anomalia na enzima 2: acumulação
de ácido homogentísico
(Alcaptonúria)
 Anomalia na enzima 3: deficit de
melanina (Albinismo)

Anomalias autossómicas dominantes

 O fenótipo tende a manifestar-se em


todas as gerações;
 Progenitores afetados (pais ou mães)
transmitem a anomalia tanto a filhos
como a filhas;
 A situação homozigótica é
frequentemente letal;
 Exemplos:
o Acondroplasia
o Doença de Huntington

Anomalias recessivas ligadas a X

 As anomalias ligadas ao cromossoma X manifestam-se


mais em homens do que em mulheres;
 Nenhum dos descendentes de homens afetados é
afetado mas todas as filhas são portadoras;
 Exemplos:
o Hemofilia
o Distrofia muscular de Duchenne

28
Márcia Fernandes
Anomalias dominantes ligadas ao X

 São menos frequentes do que as anomalias


recessivas;
 Os homens afetados passam a anomalia a todas as
suas filhas;
 As mulheres afetadas casadas com homens não
afetados, passam a anomalia a metade dos
descendentes (filhos e filhas).
 Exemplos:
o Raquitismo hipofosfatémico

Hereditariedade maternal

 Transmissão de características de genes organelares: se uma mulher é afetada, 100%


dos descendentes são afetados. Não há distinção entre sexos. Se um homem é
afetado, nenhum dos seus descendentes é afetado.
 Defeitos mitocondriais afeta principalmente tecido muscular.

 Estirpe “poky” – cresce lentamente

29
Márcia Fernandes
17 – Segregação mitótica e variegação:

Mutações em cloroplastos

 Plantas variegadas: com manchas brancas


 A flor que funciona como progenitor masculino é indiferente em relação a esta
característica.

 Egg type 3: na primeira divisão mitótica os cloroplastos reconhecem-se (segregação


mitótica) de acordo com o seu genótipo. Assim, nunca ficam com um fenótipo
intermédio (ou é branco ou é verde).

18 – Transmissão de material genético sem divisão celular:

 Transformação – Pedaço de material genético que é introduzido no genoma da célula


 Conjugação – Passagem de material genético de uma célula para outra F-pili (depende
de genes plasmídicos); Só acontece em células que têm F-plasmídeos. O processo é
instável e, por isso, o material genético não é transmitido por inteiro. Bactérias trans-
conjugadas.
 Transdução – Mediado por um vírus – fagos temperados – são capazes de se manter
no genoma durante várias gerações. Quando o vírus passa para o ciclo lítico leva algum
material genético da bactéria que na próxima infeção viral vai ficar nesse hospedeiro.

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

4ª Aula:

1 – Do gene ao fenótipo:

 A norma de reação é gama de expressões de um determinado genótipo e que pode


ser influenciada por diversos fatores. Determinada pelo genótipo e pelo fenótipo.
Alelos diferentes que são expressos da mesma forma.
 Numa norma de reação simples, um determinado genótipo dá origem a um
determinado fenótipo (único).
 Numa norma de reação complexa, um determinado genótipo dá origem a uma gama
de diferentes fenótipos.
30
Márcia Fernandes
Interações entre genes
 Interações entre alelos do mesmo gene
o Séries alélicas
o Codominância e dominância incompleta
o Alelos letais

 Interações entre diferentes genes


o Ação génica complementar
o Epistasia
o Supressão

Relação entre gene e fenótipo


 Pleiotropia: efeitos em processos não relacionados; um gene tem vários efeitos
fenotípicos.

A mutação D (dichaete) - menor mobilidade:


o Padrão anormal de nervuras das asas – nervuras mais espessas e de forma
diferente;
o Posição lateral das asas - espessamento das articulações e desaparecimento
dos pelos das asas;
o Desaparecimento de algumas cerdas dorsais;
o Letalidade na condição homozigótica (DD).

 Os genes que são letais na forma homozigóticos são frequentemente pleiotrópicos.


Possuem efeitos cumulativos e, na forma homozigótica são demasiado graves.
 Um fenótipo pode ser determinado por muitos genes (ratinhos com pelos de cor
diferentes)

Interação entre alelos de um gene

 Séries alélicas
 Genes de compatibilidade

 A condição recessiva é determinada por vários alelos do mesmo gene.


 Codominância – Os híbridos expressam os 2 fenótipos.
 Dominância incompleta – os híbridos expressam um fenótipo intermédio.
 A anemia falciforme é um caso de codominância.

31
Márcia Fernandes
 A condição híbrida tem fenótipo distinto das condições homozigóticas.

Letalidade e pleiotropia
 Y+ Mutante: amarelo
 Y selvagem: preto
 Y+ Y+ - homozigótico dominante (letal)
 Relação 2:1 fenotipicamente porque Y + Y+ nunca
aparecem na descendência.

Interação entre genes

 Poligenes: hereditariedade de caracteres quantitativos (2n)


AaBbCc x AaBbCc
 Os números da tabela indicam-nos o número de alelos dominantes.

32
Márcia Fernandes
 Genes em vias bioquímicas diferentes (genes com
comportamento Mendeliano de forma individual)
 A cor da pele das serpentes:
(a) Genótipo o+- b+- → Camuflagem
(b) Genótipo oo b+- → Cor preta
(c) Genótipo o+- bb → Cor laranja
(d) Genótipo oo bb → Albino
 o+ = laranja (oo – não se produz pigmento laranja)
 b+ = preto (bb – não se produz pigmento preto)
 Os albinos têm cor rosa porque se vê os vasos sanguíneos
através das escamas.
 A cor das serpentes está relacionada com a espessura das escamas.

Epistasia

 Capacidade de uma mutação num


locus substituir uma mutação noutro
num mutante duplo.
 É inferida quando um alelo mutante de
um gene mascara a expressão de alelos
de um outro gene, manifestando o seu
próprio fenótipo.
 Aponta para interação de genes numa
sequência bioquímica ou de
desenvolvimento.

 Cruzamento de dihibridos (proporção 9:7)

F2= F1 x F1

33
Márcia Fernandes
 Complementação em organismos haploides

Complementação em procariotas Complementação

 α-complementação: β-galactosidade
 A bactéria tem gene para a cadeia β mas
não tem para a α. O gene para a α vai no
plasmídeo.

Epistasia recessiva

 Alelos de 2 genes (A- e B-) do tipo selvagem codificam enzimas que catalisam os passos
sucessivos na síntese de um pigmento azul nas pétalas. Plantas homozigóticas (bb)
produzem flores magenta e homozigóticas (aa) produzem flores brancas. O mutante
duplo aa ; bb também produz flores brancas, indicando que o branco é epistático para
o magenta.

34
Márcia Fernandes
 Gene A – Produção de pigmento preto
 Gene B – Alocação do pigmento preto
 Dois alelos de um gene determinam os pigmentos (A) preto e (B) castanho. Um gene
separado, possui aa que permite a deposição de cor no revestimento, e bb impede a
deposição, o que resulta no fenótipo de ouro.

Supressão recessiva

 Supressores cancelam a expressão de um alelo


mutante de um outro gene, resultando em fenótipo de
tipo selvagem normal.

Pelagem dos mamíferos

35
Márcia Fernandes
2 – Penetrância e expressividade:

 Os termos penetrância e expressividade


quantificar a modificação da expressão do gene
através da variação do meio ambiente e
antecedentes genéticos.

 Penetrância
Percentagem dos indivíduos com determinado
genótipo que exibem o fenótipo
correspondente.

 Expressividade
Extensão com que um determinado genótipo se reflete no fenótipo.

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

5ª Aula:

1 – Ligação génica: Recombinação

Pode resultar de:

 Segregação independente de genes em cromossomas diferentes (Não se aplica a


genes do mesmo cromossoma);
 Durante a meiose os genes migram juntos (na maior parte dos casos). Quando ocorre
crossing-over entre cromatídeos não irmãos de cromossomas homólogos podem-se
formar gâmetas diferentes (pouco frequente).

36
Márcia Fernandes
2 – Re-associação independente:

 Recombinação entre genes ligados por


segregação independente
 Fenótipo recombinante: que não é
igual a nenhum dos progenitores.
 Quando os genes são independentes
(resultam de segregação independente) (loci
localizados em cromossomas diferentes), a
frequência de recombinantes no cruzamento
teste de um dihibrido é 50% (proporção de
recombinantes).

3 – Genes ligados:

 As experiências de Thomas Morgan: quando os genes estão ligados no mesmo


cromossoma, a segregação dos alelos não é independente.
 Estudou a transmissão de características “olhos brancos” (mutação white) e “asas
miniatura” (mutação miniature).
 Os alelos presentes no cromossoma X da fêmea tendem a ser herdados
conjuntamente (linkage ou ligação génica). No entanto, a ligação não é “absoluta”
porque podem ocorrer na descendência fenótipos recombinantes.

 Trans: depois do cruzamento teste com macho recessivo obteve-se uma descendência
que não estava toda na mesma proporção. A geração parental são 2 indivíduos cada
um com a sua mutação .
 Cis: Um progenitor tem as 2 mutações e o outro é selvagem.
 Conclusão: as classes parentais estão sempre mais representadas.

37
Márcia Fernandes
4 – Ligação génica:

 Frequências de recombinantes resultantes de


crossing-over.
 Quando os genes estão ligados, a frequência de
recombinantes no cruzamento teste de um dihíbrido é
<50%.
 Quando ocorre meiose há maior probabilidade
de serem segregados juntos -> A maioria dos gâmetas
é igual aos genes do progenitor.
 As classes fenotípicas recombinantes são
sempre inferiores a 50%.

5 – Evidências citológicas:

 Creighton & McClintock, 1931

 Milho:
o Marcadores citológicos nos cromossomas
o C – cor do milho púrpura; Wx – aspeto da cera / amiláceo (recessivo)
o De acordo com o cruzamento teste (imagem da esquerda) estes cromossomas
tinham marcas citológicas, era de esperar que se formassem apenas 2 gâmetas
iguais ao progenitor, mas apareceram 4 (female gametes).
o Depois do cruzamento teste a descendência teve 4 fenótipos diferentes.

38
Márcia Fernandes
6 – Recombinação e mapeamento:

 Recombinação entre genes ligados por crossing-over.


 Recombinantes surgem a partir de meiose, em que um crossing-over ocorre entre
cromátides não-irmãs em uma região em estudo.
 Quanto maior a distância entre 2 genes, mais provável é que durante o crossing-over
fiquem em cromossomas diferentes após a meiose.
 Quanto mais afastados estão, maior a probabilidade de ocorrerem recombinantes na
descendência.

7 – Teste estatístico χ2:

 Muitas vezes, as proporções observadas de alguns genes de interação específica não


estão em conformidade conforme o esperado. Os geneticistas usam este teste para
decidir se os rácios estão suficientemente perto dos resultados esperados para indicar
a presença da interação suspeita.

 Temos que conseguir prever a descendência à luz da genética de Mendel: 9:3:3:1


 H0: os genes são independentes – se esta for a hipótese podemos calcular
probabilidades na descendência.
 Sendo independentes, a proporção entre as frequências fenotípicas esperadas na
descendência é 9:3:3:1;
 Cálculo do valor de χ2 relativo a esta experiência:

 Comparação do valor de χ2 obtido com o valor tabelado.


O número de graus de liberdade é igual ao número de classes fenotípicas -1.

39
Márcia Fernandes
 O valor de c2 de 7.82 corresponde a uma probabilidade de 0.05, o que significa que em
cada 100 experiências deste tipo, 5 delas produzirão afastamentos desta magnitude
em relação às proporções 9:3:3:1, sendo os genes independentes.

 Neste caso, os resultados obtidos ajustam-se mal à H0 devendo esta ser rejeitada.
 Assim, concluímos a H1: os genes estão ligados.

8 – Mapas de ligação:

Como construir mapas de ligação?


Usar a frequência de recombinantes para inferir da distância entre loci.

 Alfred Sturtevant (1913) e primeiro mapa de ligação: o cromossoma X de Drosophila


melanogaster.

40
Márcia Fernandes
 A recombinação entre genes ligados pode ser usada para mapear a distância entre
genes no cromossoma. A unidade de mapeamento (1 m.u.) é definida como uma
frequência recombinante de 1 %.
 O alinhamento dos loci é linear pelo
que as

distâncias são globalmente aditivas.

9 – Cálculo da frequência de recombinantes:

 Só se consideram 2 genes de cada vez.


 A partir de 10 u.m. o erro é muito grande.
 As distâncias entre loci estimadas pela frequência de recombinação (mapas genéticos) não
constituem uma medida da distância física entre genes num cromossoma (mapas físicos).
o “Hot spots” de recombinação sobre-estimam as distâncias.
o Baixas frequências de recombinação na heterocromatina e na região do centrómero
sub-estimam as distâncias.

41
Márcia Fernandes
1 - Funcionamento dos genes – transcrição e tradução:
 Um gene – uma proteína
As experiências de Garrod (1902)

 Um gene – uma enzima


As experiências de Beadle & Tatum (1940s)

 Meio mínimo: só tem fontes simples de C, P, N,…

42
Márcia Fernandes
 Genes e proteínas são colineares
As experiências de Yanofsky (1964)

 Princípios bioquímicos da relação genes – proteína


o Regras de colineariade
 Correlação entre os pontos de mutação dos genes e os aminoácidos alterados
na proteína.
2 – Transcrição:
 O DNA é transcrito para RNA;
 O produto inicial de todos os genes é uma molécula de RNA;
 O processo de transcrição baseia-se na complementaridade de bases.

Classes de RNA
 RNA informacional: intermediário na passagem da informação dos genes para
as cadeias polipeptídicas;

 RNA funcional: a molécula de RNA é o produto funcional final.

 Micro RNAs (miRNAs): regulação da quantidade de proteína produzida em


eucariotas
 Small interfering RNAs (siRNAs): defesa do genoma (inibe a reprodução do
vírus; movimento de transposões)
 snRNA: splicing
 scRNA: processamento de proteínas pós-síntese

43
Márcia Fernandes
RNA informacional:
 mRNA:
o Nos procariotas constitui o transcrito primário.
o Nos eucariotas o transcrito primário (pré-mRNA) é processado antes de
ser exportado para o citossol.
o A sequência de nucleótidos do mRNA funcional vai ser traduzida numa
sequência de aminoácidos.

A transcrição é assimétrica e unidirecional


 A transcrição baseia-se na complementaridade de bases
 A transcrição usa apenas uma das cadeias de DNA como molde

Complementaridade de bases

 O transcrito tem orientação e sequência idêntica à da cadeia não-molde

44
Márcia Fernandes
RNA polimerases

Etapas

45
Márcia Fernandes
 INICIAÇÃO
o no terminal 5 d
́ o gene
o RNA polimerase liga-se ao promotor
o desenrolamento do DNA

 ELONGAÇÃO
o adição dos nucleótidos ao terminal 3’ do RNA

 TERMINAÇÃO
o no terminal 3’ do gene
o “loop” terminador (em procariotas) ou enzimas

Transcrição em procariotas
 A RNA polimerase liga-se a um promotor.

Promotores em procariotas
 Região TATA é muito conservada nos procariotas

RNA polimerase em procariotas

 A subunidade α regula o momento de início da transcrição.

46
Márcia Fernandes
Factor sigma – especificidade da polimerase

Elongação

 A RNA polimerase move-se ao longo da cadeia de DNA e catalisa a elongação da


extremidade 3’ da cadeia de RNA.

Terminação em procariotas: independente de rho

 Na terminação independente do fator rho, são


transcritas repetições invertidas que dobram sobre si
próprias formando loops que levam à libertação da RNA
polimerase.

47
Márcia Fernandes
Terminação em procariotas dependentes de rho

 Rho: fator proteico adicional que desenrola ativamente o híbrido DNA - RNA

Rho factor RNA polymerase


pursues RNA transcribes DNA

polymerase
along the RNA Rho attaches
and can cause to recognition
termination site on RNA
when it
catches the Rho moves
along RNA,
enzyme
following RNA
pausing at a polymerase
rho
dependente RNA polymerase
terminator. pauses at
terminator and
rho catches up

Rho unwinds
DNA-RNA hybrid
in transcription
bubble

Termination:
RNA
polymerase
rho, and RNA
are released

48
Márcia Fernandes
Transcrição em eucariotas

Promotores e enhancers em eucariotas:

49
Márcia Fernandes
Iniciação da transcrição em procariotas

 TATA box: sequência consenso TATTAA


 Fatores de transcrição:
o TFIID reconhece a TATA Box (-25)
o TFIIB reconhece a região de consenso (-35).
 Enhancers: ligam proteínas ativadoras que promovem a ligação da Pol II.

Complexo de pré-iniciação (PIC)

 1. TFIID liga-se à TATA box


o TFIID é composto por 2 sub-unidades:
TBP –TATA boxes binding protein
TAFs – TBP associated factors

 2. TFIIA e TFIIB ligam-se ao TFIID


 3. RNA Pol II e TFIIF ligam-se ao complexo
TFIID, TFIIA e TFIIB

 4. TFIIE liga-se ao complexo


 5. TFIIH (helicase) liga-se ao complexo e
desenrola a região do promotor

 6. Fica constituído o PIC

Elongação

 1. A RNA Pol escapa à interação com os fatores de transcrição e inicia a síntese de RNA
 2. Durante a elongação, há deslocamento das histona cada vez que é encontrado um
nucleossoma
 3. A elongação decorre numa “bolha” de DNA desenrolado

Terminação da elongação em eucariotas

50
Márcia Fernandes
Terminação da elongação em eucariotas

Processamento do RNA em eucariotas

5’ cap

 Proteção contra exonucleases


citoplasmáticas;
 Sinalização para a tradução do
transcrito e ligação ao ribossoma;

51
Márcia Fernandes
Cauda Poli-A (3’)

3 - Splicing: remoção de intrões:

 Regiões conservadas nos intrões: a sequência tem um código


 Branch point: ponto de ramificação; este ponto (A) interage com o ponto UG
o Método do laço

52
Márcia Fernandes
Self – splicing

Ribozimas: RNA com função catalítica; o próprio RNA


retira os intrões

Splicing alternativo

Explica a diferença entre o


grande número de proteínas para
o “pequeno” número de genes.

Gera diferentes proteínas – gene


da α-tropomiosina

53
Márcia Fernandes
Nem todo o mRNA é traduzido

 Região líder: região de mRNA transcrito mas não traduzido - função de regulação.
 Estabilidade mRNA: tem de se manter a integridade da extremidade cap e da cauda
poly-A.

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

6ª Aula

1 – Tradução:

 Em eucariotas, a transcrição ocorre no núcleo e a tradução no citoplasma.

 Sequência de nucleótidos de um gene determina a ordem dos aminoácidos numa


proteína bem como a forma, o tamanho e função dessa proteína;
 Alterações à sequência nucleotídica podem causar alteração da sequência de
aminoácidos, consequentemente alterando a função da proteína;
 mRNA é traduzido em grupos de três nucleótidos (codão) no ribossoma através do
emparelhamento do anticodão do tRNA com o codão do mRNA.
 Dividido em 3 etapas que envolvem fatores proteicos: iniciação, elongação e
terminação.
o Iniciação: Reconhecimento do primeiro tripleto da sequência codificante e
colocação do primeiro aminoácido em posição.
o Elongação: Crescimento da cadeia polipeptídica por adição de aminoácidos.
o Terminação: Paragem da elongação da cadeia polipeptídica após adição do
último aminoácido.

Iniciação:

Eucariotas: ocorre ligação do ribossoma à extremidade cap 5’.

Procariotas:

 Os tRNA iniciadores reconhecem o


codão de iniciação de entre os
muitos codões AUG presentes na
molécula de mRNA devido à
sequência de Shine-Dalgarno:
o variações 5’-AGGAGGU-3’

54
Márcia Fernandes
 A sequência de Shine-Dalgarno é identificada pela subunidade 16S dos ribossomas.

Elongação em Procariotas

55
Márcia Fernandes
Terminação

2 - Estrutura das proteínas:

3 – O código genético:

 Não há sobreposição de codões;


 Os codões são lidos sequencialmente.

 Universal:
o A associação entre codões e aminoácidos é praticamente a mesma em genes
nucleares de diferentes organismos.
o Existem 64 (4x4x4) codões possíveis.
o Codões-sinal: 1 codão start (AUG) e 3 codões stop (UAA, UAG e UGA).
o Codões de aminoácidos: 61 codões de aminoácidos.

 Redundante:
o Diferentes codões para o mesmo aminoácido (degenerado)
o O número de codões para cada aminoácido pode variar entre 1 (triptofano
UGG) e 6 (serina UCC, UCU, UCA, UCG,AGC, AGU).
o Codões sinónimos (codificam o mesmo aa) diferem apenas na terceira base.

56
Márcia Fernandes
 Códigos “alternativos”:

o Em procariotas, o iniciador é uma formil-metionina.


o Archaea não aceita todos os codões de iniciação

 Alteração de codões: mutação

57
Márcia Fernandes
Erros de fase: a tradução é feita com um atraso/adiantamento de 1 ou 2 aa. Podem ocorrer
por deleção ou inserção de 1 nucleótido.

4 – tRNA: A chave da especificidade entre codões e aminoácidos

 Cerca de 70-90 nucleótidos de tamanho. Extremidade 5’ mono-fosfatada.


 Forma de trevo com 4 ramos de cadeia dupla (complementaridade interna) e 3 “loops”
de cadeia simples.
 Anticodão no “loop” central.
 O anti-codão no tRNA e o codão no mRNA ligam-se especificamente.
 Existe pelo menos um tRNA para cada aminoácido, que se liga à extremidade 3’ CCA
por ação de aminoacil-tRNA-sintetases.
 Não existe tRNA para o codão STOP.

 tRNA contêm bases modificadas.

Codões alternativos: modelo wobble

 O terceiro nucleótido de um anticodão (na


extremidade 5’) pode formar dois
alinhamentos.
 Este terceiro nucleótido pode formar ligações
de hidrogénio, não só com o seu nucleótido
complementar normal na terceira posição do
codão, mas também com um nucleótido
diferente nesta posição.
58
Márcia Fernandes
Inosina: base rara no anticodão

 Base modificada que só ocorre no RNA

tRNA isso-aceitadores

 Vários tRNA’s diferentes podem aceitar o


mesmo aa embora sejam transcritos de
diferentes genes de tRNA. As diferenças podem
estar no anti-codão ou noutra região da
molécula.

Aminoacil-tRNA-sintetases

59
Márcia Fernandes
5 – Ribossomas:

 2 sub-unidades
 Diferentes tipos de rRNA
 Proteínas
 Pontos de ligação para
tRNA, mRNA e outros
fatores proteicos

6 – Polirribossomas:

 Muitos ribossomas traduzem o mesmo


mRNA simultaneamente. Proteínas
específicas ligam a 5’-cap à cauda poli-A-
facilitando a recondução de ribossomas.
 mRNA na forma circular:
o aumento da velocidade de
transcrição;
o forma de regular a transcrição;
o parar a transcrição – degradação
da poly-A.

7 - Polimerização da cadeia polipeptídica:

 O ribossoma avança
no sentido 3’.

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8 – Modificações pós-traducionais

 Fosforilação
 Metilação
 Glicosilação: o tipo de açúcar determina o
tipo de proteína.
 Pontes dissulfureto – ligações covalentes
entre cisteínas
 Clivagem proteolítica – corte de uma
sequência de aminoácidos
 Ligação de sub-unidades

 Sequências sinal: para ser secretada, a proteína deve passar do citoplasma para o
lúmen do RE por interação com uma sequência-sinal rica em resíduos hidrofóbicos no
terminal amínico. Esta sequência é posteriormente removida por uma peptidase.
 A maior parte das proteínas que atinge o RE será glicosilada. O açúcar pode ser
importante na função da proteína ou no seu encaminhamento para o destino celular
subsequente.

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9 – Distribuição de funções no proteoma:

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