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INTRODUÇÃO À GENÉTICA MÉDICA - 02/08

• A Genética (do grego genno, que significa dar a luz ou fazer nascer) é a ciência que estuda os genes e como
estes são transmitidos para as gerações seguintes, ou seja, a ciência da hereditariedade dos genes e das
variações dos organismos.
• As bases da hereditariedade... Reprodução - O que se entendia sobre reprodução?
o Filósofos e médicos gregos como Aristóteles e Hipócrates, respectivamente, acreditavam
que o esperma continha formas pré-formadas de humanos que apenas iam “esticando”
(homunculus), uma versão miniatura de adulto.

• Robert Hooke (Inglaterra) em 1666 descoberta da célula


• Darwin e Wallace (Inglaterra) em 1858 publicam um resumo conjunto sobre evolução
das espécies por meio da seleção natural → The Linnean Society of London
• Darwin em 1859 publica o livro “A origem das espécies por meio da seleção natural... ”
→ Mas Darwin não sabia explicar como os traços (características) eram passados de
geração em geração.

• Mendel (Áustria) em 1865, publica os resultados de cruzamentos experimentais


de ervilha de jardim (Pisum sativum) observando a hereditariedade de 7 características.
• Mendel cunhou termos como “fatores” que hoje conhecemos por genes, “dominante” e
“recessivo”.
• Mendel (1865) – estudou características qualitativas contrastantes.
Galton (Inglaterra, 1869) – estudou herança de características quantitativas de variação contínua.
• Miescher (Suíça) em 1869 isolou e identificou o ácido nucléico (ácido fraco) estudando glóbulos
brancos de pus. O pesquisador que descobriu o DNA.
• Hugo de Vries (Holanda), Carl Correns (Alemanha), e Erich Von Tschermak (Áustria) de maneira
independente em 1900 refazem as descobertas de Mendel. Assim, se dá o reconhecimento devido a obra de Mendel.
• Mais afinal quais eram as leis de Mendel?
o 1a Lei da segregação 2a Lei da segregação independente

• Bateson (Inglaterra) 1900-1910 introduz o termo “genética”, leis de Mendel aplicada a humanos.
• Landsteiner (Áustria) 1900 descoberta do grupos sanguíneos do sistema ABO.
• McClung (EUA) em 1901 descreve o papel do cromossomo X na determinação do sexo humano.
• Johannsen (Dinamarca) em 1901 introduz os termos “gene”, “genótipo” e “fenótipo”.
• Bateson e Punnett (Inglaterra) 1901 descoberta da ligação gênica. Juntos fundam a revista Journal of Genetics
• Garrod (Inglaterra) 1902 Alcaptonúria* como exemplo de herança mendeliana recessiva. Primeira doença genética
identificada. Em 1908 “erros inatos do metabolismo”.
• Farabee 1902 Braquidactilia interpretada em termos de herança mendeliana dominante.
• Sutton (EUA) em 1902 e 1903 estudou o comportamento de cromossomos e fez a integração
entre citologia e Mendelismo, aproximando morfologia celular e hereditariedade.
• Hardy (Inglaterra) e Weinberg (Alemanha) em 1908 independentemente elaboram as bases da
genética de populações.
• Morgan (EUA) 1910, lança a base cromossômica da ligação, herança ligada ao sexo. Prêmio Nobel
em 1933.
• Kossel (Alemanha) 1910, fez a descoberta das bases adenina e timina. Prêmio Nobel em 1910.
• Beadle, Tatum, e Lederberg 1940 publicam o conceito de “um gene - uma enzima”. Prêmio Nobel em 1958.
• Avery, McLeod e McCarty em 1943 chegam a conclusão de que o DNA é o princípio de transformação genética dos
pneumococos. DNA - material genético.
• McClintock (EUA) em 1945 descobre elementos genéticos móveis. Prêmio Nobel em 1983.
• Muller em 1946 descobre a mutagenicidade dos raios X
• Barr e Bertram em 1949 fazem a descrição da cromatina sexual (corpúsculo de Barr).
• Pauling em 1949 – conceito de doença molecular - anemia falciforme como paradigma.
• Hershey e Chase em 1952 – DNA é o material
• hereditário do bacteriófago T2. Prova final de que o DNA é a molécula da hereditariedade.
Prêmio Nobel em 1969.
• Watson (USA) e Crick (UK) em 1953 desvendam a estrutura molecular do DNA. A estrutura
tridimensional do DNA forma uma dupla hélice. Prêmio Nobel em 1962.
• Kornberg 1956 DNA-polimerase e síntese de DNA in vitro
• Tjio e Levan 1956 número diplóide de cromossomos em humanos é 46.
• Meselson e Stahl em 1958 demonstram a replicação semiconservativa do DNA.
• Ford em 1959 demonstra o papel do cromossomo Y na determinação do sexo em humanos.
• Ochoa e Kornberg em 1959 descobrem a RNA-polimerase. Prêmio Nobel em 1959.
• Lejeune 1959 Síndrome de Down é causada por trissomia do cromossomo 21.
• Lyon 1961 hipótese de inativação precoce ao acaso do cromossomo X.
• Jacob e Monod 1961 conceito de operon e regulação gênica. Prêmio Nobel 1968.

• Khorona, Nirenberg e Ochoa em 1966 decifram o código genético. Prêmio Nobel em 1968.
• Ohno 1967 sugere a conservação do cromossomo X na evolução dos mamíferos.
• Caspersson em 1970 demonstra a técnica de bandeamento cromossômico.
• Berg em 1971 fez a construção de uma molécula de DNA com partes de DNA de diferentes espécies.
• Berg em 1972 usa métodos de DNA recombinante.
• Varmus e Bishop em 1976 fazem a descoberta dos oncogenes. Prêmio Nobel em 1989.
• Maxam, Gilbert e Sanger em 1977 desenvolvem método de sequenciamento do DNA. Prêmio Nobel em 1980.
• Chambon, Flavell, Leder, Tonegawa e Carey 1977 demonstram que genes
eucariotos são clivados (íntrons e éxons).
• Khorona em 1978 faz a síntese química de um gene funcional.
• Berg 1978 faz a transferência gênica entre células de mamíferos de
diferentes espécies.
• Benacerraf, Snell e Dausset em 1980 demonstram o controle genético da
resposta imunológica.
• Kan 1981 detecção direta da mutação da anemia falciforme por meio de
uma endonuclease de restrição.
• Waterfield, Doolitle e Duell em 1983 descobrem que oncogenes
codificam fatores de crescimento.
• McClintock em 1983 descreve os transposons ou genes móveis.
• Mulis em 1986 chega ao método de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR). Prêmio Nobel em 1993.
• Susumo em 1987 demonstra o aspecto genético dos anticorpos.
• Lewis, Nüsslein-Volhard e Wieschaus em 1995 descrevem genes homeóticos e outros genes do desenvolvimento.
• Ian Wilmut em 1996 clonagem de ovelhas → 1997 nasce Dolly
• Projeto Genoma Humano iniciado em 1990
• 2001 primeira versão do Genoma Humano.
• Em 2003 o Projeto Genoma Humano anuncia que 99,9% do DNA humano (nuclear) havia sido sequenciado. 20% do
DNA é codificado (genes). Aprox.: 25.000.

RESUMINDO:
1. No final do século XIX e início do século XX, a unidade da biologia como ciência baseada na morfologia foi
gradualmente substituída por uma visão pluralista da biologia.
2. Entretanto, graças à aplicação de novos métodos de Biologia Molecular na análise do desenvolvimento e no
entendimento dos elementos da hereditariedade (os genes), os vários ramos da biologia estão sendo novamente
reunidos.
3. Em 1945, a Universidade de Utah fundou o Laboratório de Estudos da Hereditariedade e Distúrbio Metabólicos (mais
tarde Laboratório de Genética Humana).
4. Grupo de pioneiros estudou fendas labiais e palatais, distrofia muscular, albinismo, surdez, polipose hereditária do
cólon (Síndrome de Gardner) e câncer de mama familial.

Mas o que é Genética Médica?

• A genética médica envolve qualquer aplicação genética na prática médica.


• Inclui estudos sobre a herança das enfermidades nas famílias, o mapeamento de genes relacionados a doenças em
locais específicos nos cromossomos, análises dos mecanismos moleculares pelos quais os genes causam doenças, o
diagnóstico e o tratamento de doenças genéticas.
• O diagnóstico com base no DNA é possível para milhares de condições hereditárias, e a terapia gênica (a inserção de
genes normais em pacientes com o objetivo de se corrigir a doença genética) vem se mostrando promissora para
algumas condições.
• Também inclui o aconselhamento genético, no qual a informação sobre riscos, prognósticos e tratamentos são
comunicados aos pacientes e seus familiares.

HISTÓRICO DA GENÉTICA – 09/08

ÁCIDOS NUCLEICOS > REPLICAÇÃO, TRANSCRIÇÃO E TRADUÇÃO – 16/08

Ácidos Nucleicos:

• Os ácidos nucleicos são constituídos por


sequências de nucleotídeos.
• Um nucleotídeo é formado por:
o -Uma base nitrogenada;
o -Um açúcar (pentose);
o -Um grupo fosfato → PO4
• Pentose (açúcar): ribose e desoxirribose

Ácidos Nucleicos: estrutura molecular


• Além das diferenças na sua composição química, o DNA e o RNA apresentam diversidade quanto a sua estrutura
molecular.
• Como os genes compõem-se de DNA, é necessário que o DNA tenha:
o Uma estrutura versátil (variedade de genes);
o Capacidade de reproduzir-se (fazer cópias idênticas em cada célula apta para dividir-se).
• A molécula de DNA é uma longa cadeia de nucleotídeos, similar
a uma escada de corda enrolada de forma helicoidal.
o Nessa “escada”, o açúcar e o grupo fosfato são os componentes
verticais “corrimões”, e as bases nitrogenadas são os “degraus”. As
ligações entre as bases nitrogenadas são feitas por pontes de
hidrogênio. Duas entre adenina e timina e três entre guanina e
citosina.
• No DNA as duas cadeias polinucleotídicas são antiparalelas, ou
seja, estão dispostas em direções opostas. Uma sequência no sentido
5’ → 3’ e a outra no sentido 3’ ← 5’.
• Assim, o DNA é formado por duas cadeias polinucleotídicas que
se dispõem em espiral em torno de um eixo imaginário, mas de
polaridades opostas.
• A estabilização da dupla hélice é dada pela interação entre as
bases complementares oponentes e as bases que se vão superpondo.
• O espaço ocupado por duas bases opostas é pequeno, obrigando a associação, por meio de pontes de hidrogênio, entre
uma base grande (púrica) e outra pequena (pirimídica). Duas bases grandes não caberiam nesse espaço e duas pequenas
não se aproximariam o suficiente para interagir.
o Essas associações complementares ocorrem entre adenina e timina e entre guanina e citosina.
o Assim, as quantidades de bases púricas e pirimídicas são iguais:
A+G=C+T
&
A=TeG=C
• Com base nisso (A + G = C + T) e (A = T e G = C), e que A pareia com T e C pareia com G, podemos considerar a cadeia
hipotética:
5’ -A T G C G T C A G-3’
3’-TACGCAGTC-5’
Calculando:
A+G=9
C+T=9

A molécula de DNA tem uma série de vantagens:

1. 1-Possibilita o armazenamento e a codificação de uma imensa


quantidade de informação.
2. 2-Sugere um mecanismo para a sua replicação (duas cadeias
servindo de molde).
3. 3-Fornece um mecanismo de defesa contra a perda de informação
pois a cadeia complementar dirige qual a substituição a ser feita.

O RNA difere do DNA em sua composição química quanto a dois aspetos:

o O RNA possui ribose no lugar da desoxirribose e uracila em vez de


timina.
o O RNA apresenta apenas uma cadeia de nucleotídeos (eventualmente
pode formar dupla hélice com outra parte de sua própria estrutura,
Ex.: RNA transportador).
GENE: sequência de DNA que codifica um RNA funcional.

• Gene: sequência de DNA que produz uma cadeia


polipeptídica, ou um RNA funcional, que inclui regiões
flanqueadorasque antecedem e seguem a região
codificadora, bem como sequências que não são traduzidas
(íntrons) e que se intercalam com segmentos codificadores
individuais (éxons).
• Genoma humano:
Entre 20.000 e 25.000 genes (10 a 20% do DNA nuclear).
Pares de bases (3,2 bilhões).

• TIPOS DE RNA: RNA mensageiro (mRNA); RNA transportador (tRNA); RNA ribossômico (rRNA)
REPLICAÇÃO DO DNA: é semiconservativa

TRANSCRIÇÃO DO DNA EM RNA :


RNA MENSAGEIRO (MRNA) “PROCESSAMENTO DO RNA ”

TRADUÇÃO E O CÓDIGO GENÉTICO


Código genético

• O código para a produção de diferentes tipos


de proteínas que o organismo deve formar ao
longo de sua vida está contido na célula-ovo
de cada indivíduo.
• Todas as células de um determinado
organismo, em um dado momento de sua
vida, contêm o mesmo código ou informação
genética daquela primeira célula, porém nem
todos os genes estão funcionando em todas
as células ao mesmo tempo e com a mesma
intensidade.
• O código genético descreve a relação entre a
sequência de bases nitrogenadas e a
sequência de aminoácidos na proteína que
ele especifica.
• Três bases nitrogenadas adjacentes
codificam um aminoácido e formam a
unidade de informação genética ou códon

AMINOÁCIDOS (AA) - 20 AMINOÁCIDOS PARA MONTAR PROTEÍNAS


• Aminoácidos são usados como blocos das proteínas. Quanto a função as proteínas podem ser:
• Proteínas estruturais –filamentos de suporte, colágeno, cabelo...
• Enzimas –proteínas especializadas na catálise de reações biológicas.
• Anticorpos –defesa do organismo.
• Hormônios –regulam o funcionamento do organismo.

PROTEÍNAS
• O código genético apresenta as seguintes características:
o Leitura feita em trincas de bases (ou nucleotídeos).
o É degenerado ou redundante (como o DNA tem 4 bases
possíveis e em arranjos de trincas podem ser formados 64
combinações diferentes, mas existem apenas 20
aminoácidos, ou seja, alguns aminoácidos são codificados
por mais de uma trinca).
o É considerado não-ambíguo, uma trinca só pode
codificar um aminoácido.
o É um código sem superposição, ou seja, uma dada base
pertence a uma só trinca (códon).
o É contínuo, não existe espaçamento entre os códons.
o É universal, ou seja, os mesmos aminoácidos são
codificados pelos mesmos códons em todos os organismos
(com poucas exceções).
o Há códons de iniciação e de finalização. Iniciação (AUG
no RNAm) e finalização (UAA, UAG e UGA).

COMENTÁRIOS CLÍNICOS

Osteogênese imperfeita –disfunção hereditária do colágeno

• Defeito na formação dos ossos


• 1 caso em 15.000 a 25.000
• Cromossomo 17
• E cromossomo 7
MITOSE E MEIOSE - BASES CITOLÓGICAS DA HEREDITARIEDADE – 23/08

O QUE É CITOGENÉTICA?

• Ramo da genética envolvido principalmente com o aspecto e a segregação dos cromossomos e a sua relação com o
fenótipo.

CONCEITOS BÁSICOS

GENÓTIPO: (1) constituição genética com relação aos alelos de um ou poucos pares de locos gênicos considerados. (2) Soma
total da informação genética contida nos cromossomos de procariotos e eucariotos.

FENÓTIPO: Conjunto de características físicas, bioquímicas, fisiológicas e comportamentais de um indivíduo, determinadas


pelo seu genótipo e pelo ambiente em que ele se desenvolve. Em um sentido mais restrito, é a expressão de um ou mais genes
particulares.

Genótipo + Ambiente = Fenótipo

Célula

Todos os seres vivos são formados de células –compartimentos envolvidos por membrana, preenchidos com uma solução
aquosa concentrada de substâncias químicas. As formas mais simples de vida são células individualizadas, que se propagam
por cissiparidade. Organismos mais complexos, como humanos, são como cidades celulares, nas quais grupos de células
realizam tarefas especializadas e são ligadas por um intrincado sistema de comunicações.

Em um ser humano podemos encontrar dois tipos celulares principais:

CÉLULAS SOMÁTICAS: qualquer célula de plantas ou animais que não é uma célula germinativa ou sua precursora (do grego
soma, corpo).

CÉLULAS GERMINATIVAS: células precursoras que vão dar origem a gametas.

Gameta: célula haploide especializada, espermatozoide ou óvulo, que serve para a reprodução sexual.

CICLO CELULAR

Ciclo celular: ciclo reprodutivo da célula, a sequência ordenada de eventos pelos quais a célula duplica seu conteúdo e divide-
se em duas.
M

E
→ GAMETOGÊNESE

MITOSE X MEIOSE →

POR QUE FAZER MEIOSE?

Formação de gametas.

• Óvulo (n=23) + espermatozoide (n=23) = Zigoto (2n=46)


• Óvulo humano tem cerca de 200 micrômetros (0,2
mm), ou seja, um quinto de um milímetro.
• (Espermatozóide = 10 µm)4

CROMOSSOMOS E HERANÇA

Cromossomo: estrutura composta por uma molécula muito longa de


DNA e proteínas associadas que carregam parte (ou toda) da
informação hereditária de um organismo. É especialmente evidente
em células animais e vegetais durante a mitose ou meiose, onde
cada cromossomo é condensado, formando um tipo de carretel,
compacto e facilmente visualizado
HERANÇAS CROMOSSÔMICAS DO SEXO
MUTAÇÕES GÊNICAS E ABERRAÇÕES CROMOSSÔMICAS

• Mutações gênicas
• Mutações (aberrações) cromossômicas
o Numéricas
o Estruturais

MUTAÇÕES

• Em geral a replicação do DNA se dá de maneira correta; eventualmente, podem ocorrer erros nesse processo, que
constituem fonte de variabilidade, a qual é um componente essencial no processo de evolução.
• As alterações hereditárias do material genético de um organismo, decorrentes de erros de replicação antes da divisão
celular e não causadas por recombinação ou segregação, são denominadas mutações.
• O termo mutante refere-se a um fenótipo incomum ou a expressão de um gene que sofreu a mutação.
• O fenótipo comum ou a expressão fenotípica do gene inalterado é denominado tipo selvagem.
• Na espécie humana, uma mutação provavelmente será reconhecido mais pelos seus efeitos prejudiciais, causando
um transtorno ou um doença, do que por seus efeitos benéficos, como o aumento da resistência a infecções ou o
aumento da sobrevivência.
• As modificações hereditárias que ocorrem num lócus gênico* específico são
chamadas mutações gênicas, mutações de pontoou mutações pontuais, que
podem envolver substituição, adição ou perda de uma única base.
• Se as modificações forem maiores, alterando os cromossomos, elas são
denominadas mutações cromossômicas.

O QUE É LÓCUS GÊNICO?

• Lócus gênico é a posição ocupada por um gene no cromossomo.


• Local específico nos cromossomos onde estão situados os genes.
• O plural de lócus é Loci.

MUTAÇÕES GÊNICAS

As mutações gênicas podem ter origem:

• Espontânea: sem a interferência de qualquer agente.


• Induzida: quando ocorrem em frequência aumentada pela ação de agentes físicos e / ou químicos conhecidos (agentes
mutagênicos).

A frequência de mutações denomina se taxa de mutação → Que é o número de mutações por lócus, por gameta e por geração.

Em humanos a taxa média de mutações é em torno de: 1 / 100.000 / lócus / geração

As mutações gênicas podem ser de três tipos:

1. 1-Por substituição de base


2. 2-Por perda (deleção) de uma base
3. 3-Por adição (inserção) de uma base

1-Por substituição de base

• Mutação com sentido trocado -Quando a substituição de base ocasiona a troca de um aminoácido.
• Essa mutação leva a troca de um aminoácido na proteína, que pode levar a uma proteína alterada, com redução ou
perda da sua atividade biológica.
Quanto o efeito, as substituições podem ser
classificados em: DIRETAS – REVERSAS-
SILENCIOSAS - NEUTRAS

• DIRETAS – substituições de base que resultam


na troca do aminoácido.
Ex.: UUU (fenilalanina) → UUA (leucina).

• REVERSAS – responsáveis pelo processo inverso quando ocorrem no mesmo ponto.


Ex.: UUA (leucina) → UUU (fenilalanina).

• SILENCIOSAS – quando a mudança implica um códon sinônimo, que não altera o aminoácido.
Ex.: UUU (fenilalanina) → UUC (fenilalanina).

• NEUTRAS – quando a substituição de base resulta em troca de aminoácido, mas isso não afeta a atividade da proteína.

Outro tipo de mutação é a mutação nula, que não gera proteína. Ou, mutação de perda de função.

Podem ainda ocorrer mutações no DNA não codificador, que podem ser inócuas fenotipicamente, a menos que ocorram em
sequências do DNA relacionadas com a regulação dos genes estruturais ou na junção da emenda entre íntrons e éxons.
Mutações somáticas – implicações no corpo de quem a porta.

Mutações germinativas – possibilidade de passar a próxima geração via gametas.

ABERRAÇÕES CROMOSSÔMICAS

As mutações cromossômicas podem ser divididas em:

• Mutações numéricas–que alteram o número de cromossomos >>> euploidias; aneuploidias


• Mutações estruturais-que modificam a estrutura do dos cromossomos

ABERRAÇÕES CROMOSSÔMICAS - MUTAÇÕES NUMÉRICAS

EUPLOIDIAS – alterações que envolvem todo o genoma, originando células cujo número
de cromossomos é um múltiplo exato do número haploide característico da espécie.
Exemplos:
-Haploidia (n) – quando os cromossomos apresentam-se em dose simples como nos
gametas.

-Poliploidia – quando os cariótipos são representados por três (triploidia), quatro


(tetraploidia), ou mais genomas.
• Ex: Triploidia - Causas da Triploidia
-Erro na meiose
-Fertilização de um óvulo por dois
espermatozoides = dispermia
Células poliploides cujo número de cromossomos pode atingir até
16n são geralmente encontradas no fígado e na medula óssea, bem
como em células de tumores sólidos e em leucemias.

- Aneuploidias – são alterações que envolvem um ou mais


cromossomos de cada par, dando origem a múltiplos não exatos do
número haploide característicos da espécie.
As aneuploidias decorrem da não disjunção ou não separação de um
ou mais cromossomos durante a anáfase I e / ou II da meiose ou na
anáfase da mitose do zigoto.

Aneuploidias

• -Nulissomia: perda de dois membros de um par cromossômico (2n-2). Em geral letais em humanos.
• -Monossomia: quando há perda de um dos cromossomos do par (2n-1).
• -Trissomia: quando um mesmo cromossomo apresenta-se repetido três vezes (2n+1). Geralmente associadas a
malformações congênitas
múltiplas e deficiência mental.
• -Tetrassomia: quando um
cromossomo está representado
4 vezes.

Mutações numéricas: Aneuploidias

-Trissomia → Ex.: a trissomia do 21


(síndrome de Down)
XXY síndrome de Klinefelter(47, XXY)
XXX síndrome do triplo X (47, XXX) “Superfêmea”
• As mulheres com trissomiado X não tem aparência anormal, ou seja, não possuem características externas
diferenciadas das mulheres normais e são normalmente, férteis com a menopausa adiantada. Em alguns casos podem
apresentar distúrbios motores e na fala, nível hormonal muito elevado, volume cerebral reduzido, pouca inteligência
e orelhas mãos e pés com tamanho anormal.
X síndrome de Turner (45, X)
XYY síndrome de Jacobs(duplo Y) -(47, XYY)

ABERRAÇÕES CROMOSSÔMICAS - MUTAÇÕES ESTRUTURAIS


Mutações estruturais – as alterações estruturais são mudanças na estrutura dos
cromossomos, que resultam de uma ou mais quebras em um ou mais
cromossomos, com subsequente reunião em uma configuração diferente,
formando novos rearranjos.
• -Deleções: perdas de segmentos de cromossomos.
• -Duplicação: repetição de um segmento cromossômico.
• -Inversão: mudança de 180º na direção de um segmento
cromossômico.
• -Translocação: há transferência de segmentos de um cromossomo para
outro.
HERANÇA MONOFATORIAL

Conceitos gerais:
HERANÇA MONOGÊNICA: é o tipo de herança determinada por um gene apenas, apresentando genótipos e fenótipos
distribuídos conforme padrões característicos

• Quando o gene considerado localiza se em cromossomos autossômicos , a herança é denominada autossômica e o


gene é autossômico
• Quando o gene se situa nos cromossomos sexuais, a herança é ligada ao sexo e o gene é ligado ao sexo

→ A constituição genética de um indivíduo chama se genótipo, sendo denominada de fenótipo a manifestação de seu genótipo

→ Ou, o genótipo seria o conjunto de genes do indivíduo; e o fenótipo, o conjunto de características físicas, bioquímicas,
fisiológicas e comportamentais determinadas por esses genes, sendo influenciado, em maior ou menor grau, pelo meio
ambiente;

→ A posição que um gene ocupa no cromossomo é denominada lócus. Os genes que ocupam o mesmo lócus, no par de
cromossomos homólogos, são chamados alelos.

→ Em geral, alelos são as formas alternativas de um gene ou de uma sequência de DNA, em um dado lócus.

→ Cada indivíduo possui dois conjuntos haploides de genes, um originado da sua mãe e outro de seu pai.

→ Quando os dois membros de um par de alelos são iguais, o indivíduo é homozigoto quanto a esses alelos; quando ambos os
alelos diferem, o indivíduo é heterozigoto

→ Característica dominante é aquela que se manifesta mesmo quando o gene que a determina encontra se em dose simples
(e o indivíduo é heterozigoto para esse gene); característica recessiva é a que se manifesta apenas quando o gene respectivo
está em dose dupla (e o indivíduo é homozigoto para esse gene).

Exemplo: A forma mais comum de albinismo (não produção de melanina) se deve a um gene recessivo!

São conhecidas mais de 20 mil características normais e


patológicas que apresentam herança monogênica obedecendo
as leis de Mendel.

1ª Lei de Mendel - lei da segregação: o organismo de


reprodução sexuada possui genes que ocorrem aos pares e
apenas um membro de cada par é transmitido para a prole.

2ª Lei de Mendel - lei da distribuição independente: os genes de


diferentes lócus são transmitidos independentemente.

Cruzando indivíduos AaBbx AaBb

Quais os genótipos esperados?

Quais os fenótipos esperados?


→ Mais de 90% das características monogênicas em humanos são de herança autossômica, menos de 10% são de herança
ligada ao sexo e uma pequena porção (< 1%) é de herança mitocondrial

CONSTRUÇÃO DE GENEALOGIAS

• O estudo da herança de uma característica é feito pela análise de genealogias ou heredogramas, que constituem um
método abreviado e simples de representação dos dados de uma família
• A montagem de uma genealogia é realizada a partir de informações prestadas pelo probando, propósito ou caso
índice, que é o indivíduo (afetado ou não) a partir do qual a família será estudada pelo profissional

HERANÇA MONOGÊNICA

Exemplo:

A fibrose cística (FC) é uma das doenças monogênicas mais comuns na América do Norte, afetando aproximadamente um em
cada 2.000 a um em cada 4.000 recém nascidos euro americanos. A prevalência entre afro americanos é de cerca de um em
cada 15.000 nascimentos, e é menor que 1 em 30.000 entre americanos asiáticos

~30.000 americanos sofrem dessa doença

A fibrose cística (FC) é causada por mutações em um gene, o CFTR (cystic fibrosis transmembrane conductance regulator). O
CFTR codifica canais iônicos de cloreto regulados por AMP cíclico que compõem a membrana de células epiteliais
especializadas, como aquelas que revestem o intestino e pulmões.
HERANÇA MONOFATORIAL E MULTIFATORIAL

TIPOS ESPECIAIS DE HERANÇA MONOGÊNICA d

Alelos múltiplos

• Até aqui foram consideradas características que envolvem apenas dois alelos (o normal e o mutante).
• Quando uma característica apresenta mais de dois alelos diferentes para o mesmo lócus, esses alelos são
denominados alelos múltiplos.
• Várias mutações do gene normal produzem alelos diferentes, que podem ser dominantes ou recessivos em relação
ao normal ou original.
Exemplo: sistema Rh não é um caso de alelos múltiplos . Mas já que estamos falando de genética e sistemas sanguíneos

ALELOS MÚLTIPLOS

Os alelos múltiplos referem se apenas a genes localizados nos autossomos (cromossomos autossômicos). Os alelos múltiplos
não devem ser confundidos com poligenes, que são genes localizados em vários lócus, determinando uma mesma
característica.
CODOMINÂNCIA

• Quando ambos os alelos de um par de genes se expressam independentemente no heterozigoto, sendo seus fenótipos
perfeitamente distinguíveis.
• Exemplo os genes A e B do sistema sanguíneo ABO. Na versão heterozigota AB, há produção de ambos os antígenos
A e B.

HERANÇA MITOCONDRIAL

• Herança de distúrbios codificados por genes contidos no DNA mitocondrial.


• Uma doença causada por mutação no mtDNAé herdada exclusivamente da mãe.
• As doenças mitocondriais caracterizam-se, mais frequentemente, por miopatiase encefalopatias, problemas dos
músculos e do encéfalo, respectivamente.

VARIAÇÕES NA EXPRESSÃO DOS GENES


Penetrância reduzida: a penetrância reduzida ou a não penetrância de um gene é a ausência de sua manifestação no fenótipo.

Ex.: ptose palpebral congênita


hereditária 1 (pálpebra caída,
geralmente em um só olho).
Característica autossômica
dominante, embora alguns
indivíduos tenham fenótipo
normal, carregam o gene
autossômico pois seus filhos
aparecem afetados.

VARIAÇÕES NA
EXPRESSÃO DOS GENES

A falta de manifestação
fenotípica de um gene pode ser
devida a diferentes fatores.

Genes epistáticos: Genes não


alélicos que interagem com o
gene em questão, suprimindo a
manifestação do gene e, assim,
tornando-o não penetrante.

Genes modificadores: Genes não alélicos que alteram a expressão do gene considerado. Comum em camundongos. Ex.:
encurtamento da cauda. Gene autossômico dominante T, o gene H-2k influencia na expressão, o gene H-2b não interfere.

Idade variável da manifestação:

Ex: doença de Huntington (distúrbio neurológico), que se manifesta em geral a partir dos 40 anos. Uma mutação no
cromossomo 4.

Dificultaria a detecção de uma pessoa portadora do gene se ela morresse antes de sua manifestação, o que apareceria como
não penetrânciado gene nesse indivíduo.

Limiar Bioquímico Variável:

Na expressão de um gene: em determinados indivíduos, esse limiar pode ser mais alto do que em outros, fazendo com que o
gene em questão não manifeste o seu efeito.
Expressividade Variável:

A expressividade refere-se ao grau com que um gene se manifesta no fenótipo, indo da expressão mais leve à mais grave, ou
seja, os sintomas variam de intensidade em diferentes indivíduos que possuem o gene correspondente.

Exemplo: uma genealogia na qual está segregando o gene para polidactilia (autossômica dominante com expressividade
variável). Devido à variabilidade de expressão, sintomas mínimos (como um pequeno esporão), tornam-se importantes, pois
servem de pistas para identificar pessoas portadoras de certos genes que, nelas, se expressam levemente.

Então, a não penetrância ou penetrância incompleta de um gene é a falta total de sua expressão no fenótipo. Por outro lado,
se uma característica apresentar formas diferentes em membros de uma mesma família, ela terá expressividade variável.

As causas da expressividade variável não são bem conhecidas.

Uma hipótese é a de que a expressão dependeria, em parte, de genes modificadores.

Em algumas doenças, cuja base molecular já é bem conhecida, é possível compreender-se que sua variabilidade de expressão
é devida a diferentes tipos de mutações no mesmo lócus da doença, o que é denominado de heterogeneidade alélica.

Por outro lado, efeitos ambientais às vezes podem ser responsáveis pela variabilidade de expressão de uma mesma
característica.

Pleiotropia:

Cada gene, tem um efeito primário. A partir desse efeito primário, podem surgir consequências diferentes. A pleiotropia
corresponde a um gene com efeitos fenotípicos múltiplos.

Ou seja, um gene → vários efeitos.

A heterogeneidade genética pode ser o resultado de:

• Mutações diferentes no mesmo lócus -Heterogeneidade alélica.


• Ou de mutações em lócus diferentes -Heterogeneidade de lócus.

Características limitadas pelo sexo

Características determinadas por genes autossômicos, que afetam uma estrutura ou função do corpo presente somente em
um dos sexos.

Características influenciadas pelo sexo

São características determinadas por genes autossômicos, que se comportam como dominantes em um sexo e recessivo no
outro. Ex.: calvície dominante nos homens e recessiva nas mulheres.

HERANÇA MULTIFATORIAL

Classificação das características humanas:

1-Características qualitativas ou descontínuas, condicionadas por herança monogênica, com fenótipos marcadamente
diferentes, distribuição populacional descontínua e praticamente sem efeito ambiental.

2-Características quantitativas ou contínuas, distribuição contínua na população, apresentando diversos fenótipos


intermediários, de um extremo a outro. Distribuição na pop. seguindo uma curva normal. Herança quantitativa ou poligênica
(muitos genes) situados em diferentes lócus. Os poligenestêm efeito aditivo (cumulativo). Este tipo de herança é bastante
influenciado pelo ambiente.
3-Características semicontínuas ou quase contínuas, que apresentam aspectos tanto das características monogênciasquanto
das poligênicas. São determinadas por vários genes, com influência ambiental variável, mas apresentam distribuição
descontínua na população. Seu tipo de herança é denominado multifatorial.

Exemplos de características multifatoriais em humanos:

• -Altura
• -Cor dos olhos, do cabelo e da pele
• -Forma e tamanho do complexo orofacial
• -Impressões digitais
• -Inteligência
• -Linguagem
• -Personalidade
• -Peso
• -Pressão sanguínea
• -Tempo de erupção dentária

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