Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
− Agentes patogênicos: fatores que produzem efeitos diretos sobre as funções vitais do ser vivo,
perturbando-as e assim produzindo doença nos sujeitos. Atuam como iniciadores e mantenedores de
uma patologia que passará a existir no ser humano.
− A eclosão da doença depende da articulação de fatores contribuintes, ou determinantes parciais - níveis
de risco e complexidade.
− O período patogênico inicia com as primeiras alterações no sujeito afetado. Seguem-se perturbações
bioquímicas em nível celular, que continuam como distúrbios na forma e função de órgãos e sistemas,
evoluindo para defeito permanente (sequela), cronicidade, morte ou cura.
→ Investigar a natureza/extensão de
fenômenos relacionados à saúde na
comunidade, a fim de identificar prioridades;
Estudar a história natural e o prognóstico dos problemas relacionados à saúde; Identificar causas e fatores
de risco para os problemas de saúde; Recomendar, assistir na aplicação e avaliar intervenções;
Proporcionar suporte para políticas públicas;
- Lei 8.080/90, Capítulo II, Art. 7° - As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados
ou conveniados que integram o SUS são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da
CF, obedecendo aos seguintes princípios: VII - Utilização da epidemiologia para o estabelecimento de
prioridades, a alocação de recursos e a orientação pragmática.
2- CONCEITO:
− Indicadores de saúde:
o São medidas-síntese que contêm informação relevante sobre determinados atributos e dimensões do
estado de saúde, bem como o desempenho do sistema de saúde.
3- HISTÓRICO:
− Índices: São medidas que integram múltiplas dimensões ou elementos de diversas naturezas;
− Indicadores sintéticos: Buscam representar e mensurar fenômenos e realidades complexas por meio de
um número que sintetize a realidade >>> Esperança de vida + Educação + PIB
6- ATRIBUTOS DE UM INDICADOR:
− A qualidade de um indicador depende das propriedades dos componentes utilizados na sua formulação
(frequência de casos, tamanho da população) e da precisão dos sistemas de informação empregados
(registro, coleta e transmissão dos dados).
− Atributos de um indicador: Integralidade ou completitude; Consistência interna; Mensurabilidade;
Relevância; Custo-efetividade
− Morbidade: Termo genérico usado para designar o conjunto de casos de uma doença
o Fontes de dados: Admissões e altas hospitalares; Consultas ambulatoriais e de atenção
primária; Registros de doenças; Inquéritos
2- FONTES DE DADOS:
3- INDICADORES DE SAÚDE:
6- ETAPAS DE UM SIS
7- PRINCIPAIS SIS
8-RIPSA
− Saúde-doença: desde o conceito da OMS de saúde até o conceito biomédico de doença, passando pela
articulação de ambos na noção de “qualidade de vida”.
− A epidemiologia estuda estados particulares de ausência de saúde sob a forma de doenças infecciosas,
doenças crônicas e ainda agravos à integridade física (acidentes, homicídios, suicídios, etc.).
− O objeto da Epidemiologia são as relações de ocorrência de saúde-doença em massa, envolvendo
populações
− As doenças, condições de saúde e seus determinantes não ocorrem ao acaso;
− Embora a ênfase da epidemiologia seja a preservação da saúde, a maioria dos estudos enfocam
doenças ou problemas de saúde;
− Os resultados dos estudos devem ser inferidos para a população – presença de um denominador!
− A comparação entre subgrupos da população é primordial para identificarmos os determinantes de
doença;
− O conhecimento epidemiológico é essencial para a prevenção de doenças;
− Os princípios metodológicos da epidemiologia têm aplicação direta no manejo clínico dos doentes,
além do planejamento, gerenciamento e avaliação dos serviços de saúde.
3- EPIDEMIOLOGIA CLÍNICA
Epidemiologia Clínica
- Grande quantidade de informação;
- Intervenções diagnósticas e terapêuticas têm o potencial de grande efetividade, riscos e custos -
responsabilidade;
- Diferentes tipos e qualidades de pesquisas clínicas - evidências fortes e fracas.
Exemplo
- Paciente com doença de Parkinson estava tomando amantadina durante uma epidemia de influenza tipo
A.
- Seu neurologista observou melhora dos sintomas neurológicos.
- Essa observação levou ao estudo e posterior uso da amantadina na doença de Parkinson.
Exemplo
- Pacientes que recebiam amantadina para influenza apresentavam muitos efeitos colaterais sobre o
sistema nervoso central (ansiedade, insônia, etc.).
- Novos ensaios clínicos demonstraram que a rimantadina tinha a mesma eficácia contra a influenza, mas
menos efeitos colaterais.
4- PRINCÍPIOS BÁSICOS
− Questões Clínicas >>> Anormalidade; Diagnóstico; Frequência; Risco; Prognóstico; Tratamento;
Prevenção; Causa
− Variáveis >>> Atributos dos pacientes e eventos clínicos. VARIÁVEL INDEPENDENTE – PREDITORA;
VARIÁVEL DEPENDENTE – DESFECHO
− Desfechos de saúde >>> Desenlace ou morte (death); Doença (disease) - conjunto de sintomas, sinais
físicos e anormalidades laboratoriais; Desconforto (discomfort) - sintomas como dor, náusea, dispnéia,
zumbindo; Deficiência funcional (disability) - limitação na capacidade de desempenhar funções normais;
Descontentamento (dissatisfaction) – reação emocional à doença e ao seu cuidado;
− Números e probabilidades >>> Na maioria das situações clínicas, o diagnóstico, o prognóstico e os
resultados do tratamento são incertos para um paciente individual. A probabilidade para cada paciente
é melhor expressa ao fazer referência à experiência passada com grupos de pacientes semelhantes.
o O tabagismo dobra o risco de morte em qualquer idade. Os exames de sangue para
troponinas detectam cerca de 96% dos infartos do miocárdio em pacientes com dor torácica
aguda.
5- REVISÃO
6- ESTUDOS DESCRITIVOS
− Têm o objetivo de
informar sobre a distribuição de
um evento na população em
termos quantitativos;
− "Podem ser de
prevalência ou incidência, ou
relatos de casos.
Exemplos: Prevalência de hepatite B entre os voluntários à doação de sangue. Principais causas de óbito
na população residente em um município. Características demográficas e socioeconômicas das pessoas
atendidas em uma clínica.
2. O teste dessa hipótese é efetuado mediante estudos epidemiológicos que incluem um GRUPO
APROPRIADO DE COMPARAÇÃO.
3. O estudo é efetuado mediante a coleta sistemática de dados e a análise correspondente com o objetivo
de determinar a EXISTÊNCIA ou não de ASSOCIAÇÃO entre a exposição e o desfecho de interesse.
4. Em seguida é necessário avaliar a VALIDADE das possíveis associações observadas, excluindo o ACASO e
os ERROS SISTEMÁTICOS, ou o efeito de outras variáveis (FATORES DE CONFUSÃO).
5. Finalmente, o julgamento deve avaliar a existência de uma associação de CAUSA e EFEITO entre os
fatores avaliados
4. ESTUDOS TRANSVERSAIS – DEFINIÇÃO
• É uma estratégia de estudo epidemiológico que se caracteriza pela observação direta de determinada
quantidade planejada de indivíduos em uma única oportunidade.
• São estudos observacionais que têm por objetivo determinar a FREQUÊNCIA de um atributo (ou condição
em particular), comparando subgrupos de uma população definida em determinado momento no tempo.
• Somente a análise dos dados permite identificar os grupos de interesse, os expostos, os não-expostos, os
doentes e os sadios, de modo a investigar a associação entre exposição e doença.
Exemplo: associação entre migração e doença mental > Em uma amostra aleatória de adultos de meia-
idade de uma cidade, foi encontrado que ⅓ eram migrantes. Exames psiquiátricos mostraram que a doença
mental era mais frequente em migrantes do que não-migrantes.
• O esclarecimento da ordem cronológica dos eventos é uma questão: o estresse decorrente da migração
e dos acontecimentos subsequentes produziu a doença ou foi esta, preexistente, que motivou a migração?
QUESTÕES RESPONDIDAS > Quais são as frequências dos eventos? Há associação entre a exposição e a
doença?
4. ESTUDOS TRANSVERSAIS –
PRINCÍPIO LÓGICO
PRINCÍPIO LÓGICO
2 - Verificação simultânea da exposição e da doença: De cada membro que participa do estudo, coletam-
se os dados pertinentes; Somente na análise dos dados são conhecidos os indivíduos expostos e não-
expostos que estão sadios ou doentes;
4. ESTUDOS TRANSVERSAIS – VANTAGENS
Vantagens
- Simplicidade, baixo custo e rapidez;
- Não há necessidade de acompanhamento das pessoas;
- Facilidade para obter amostra representativa da população;
- Boa opção para descrever as características dos eventos na população, para identificar casos na
comunidade e para detectar grupos de alto risco.
4. Viés de Berkson
Pacientes com uma determinada característica podem ser hospitalizados com mais frequência que
pacientes sem essa caraterística.
Exemplo: Crianças pobres com pneumonia são hospitalizadas mais frequentemente do que crianças ricas
com a mesma doença, pois o tratamento domiciliar é demasiadamente caro para as primeiras.
VIÉS DE INFORMACÃO
1. Memória e recordatório
Exemplo: Pacientes com câncer de estômago ou intestino podem lembrar melhor certas características da
dieta no passado do que indivíduos sadios.
3. Causalidade reversa
Exposição muda com o resultado da doença
Exemplo: Um estudo transversal mostra que pessoas que fazem exercício regularmente têm maior
prevalência de obesidade (a obesidade foi na verdade a que levou estas pessoas a fazer exercício).
FATORE DE CONFUSÃO
6. INQUÉRITOS E LEVANTAMENTOS
Delineamento – Estudos de Coorte – 23/09/19
1. REVISÃO – ESTUDOS ANALÍTICOS
2. COORTE – DEFINIÇÃO
“Uma coorte de pessoas sadias é selecionada (ou simplesmente classificada) com base na exposição, e
seguida no tempo para avaliar a morbidade relativa desta exposição.”
ESTUDO DE COORTE
4. CARACTERÍSTICAS
− Os termos longitudinal, coorte e incidência são muitas vezes usados como equivalentes.
− Longitudinal se opõe a transversal, e se refere à pesquisa em que cada indivíduo é observado em mais
de uma ocasião.
− Este tipo de investigação tem o sentido de detectar
mudanças no indivíduo ao longo do tempo.
− A exposição não está sob o controle do
pesquisador.
− A duração do seguimento deve ser
suficientemente longa, de acordo com a condição
observada.
− O tempo de seguimento deve ser estabelecido no
início do estudo, considerando o tempo de indução
e latência das doenças.
5. DELINEAMENTO
1 - Seleção da população
- Uma população, ou uma amostra desta, é selecionada para o estudo.
2 - Verificação da exposição
- Por observação ou exame dos componentes da amostra, identificam-se indivíduos sadios e determina-se
o nível de exposição a que estão ou estiveram submetidos;
3 - Acompanhamento dos participantes e verificação
dos efeitos
- Acompanhar os expostos e não expostos por um período de tempo suficientemente longo para o
aparecimento da doença.
- A incidência dos desfechos, em expostos e não expostos, é determinada.
7. VANTAGENS
- A cronologia dos eventos é facilmente determinada: primeiro ocorre a exposição, e depois o desfecho;
- Muitos desfechos podem ser investigados simultaneamente;
- Calcula a incidência e permite o conhecimento da história natural da doença
- Permite o estudo de fatores associados a doenças de evolução rápida e fatal;
- Permite o estudo de exposições raras;
- Não há problemas éticos quanto a decisões de expor as pessoas a fatores de risco ou tratamentos: os
grupos são naturalmente formados
8. LIMITAÇÕES
- Perdas de seguimento podem ser grandes - viés;
- Não recomendado para doenças raras: um enorme contingente de pessoas deveria ser seguido para
localizar os doentes;
- Ineficiente para avaliar doenças com longo período de latência;
- Mudanças de categoria de exposição (indivíduos que mudam de hábitos, por exemplo), podem levar a
erros de classificação quanto à exposição
- Alto custo, especialmente nos estudos de longa duração;
- Pode ser difícil obter controles se a terapia é popular ou se a maioria das pessoas foi exposta;
- É difícil fazer estudo cego
9. VIÉSES
10. TIPOS DE ESTUDOS DE COORTE
▪ Seu objetivo é identificar fatores que ocorram com maior frequência em casos do que em controles, e,
portanto, poderiam elevar ou reduzir o risco de desenvolvimento do desfecho.
3. DELINEAMENTO
1 - Seleção da população
− Especificam-se, previamente e com objetividade, os critérios de inclusão e exclusão para definir o que
seja um caso da doença;
− A cada caso ou grupo de casos são escolhidos controles adequados;
− O princípio básico desta escolha é o da máxima semelhança entre casos e controles, salvo no que
concerne à doença;
− Caso a pessoa seja classificada como caso ou controle, verifica-se o nível de exposição a que esteve
submetida;
− A entrevista é um meio muito usado para a obtenção de dados sobre a exposição prévia das pessoas
aos fatores de risco;
− Recorre-se também a outras formas para coleta das informações: prontuários, atestados e resultados
de exames laboratoriais, por exemplo.
Exemplo: associação entre toxoplasmose e debilidade mental Todas as crianças de uma comunidade em
que é feito o diagnóstico de debilidade mental, em determinado período, são incluídas na investigação
(doentes-casos). Elas são submetidas a teste sorológico para toxoplasmose, no intuito de se verificar se
tiveram ou não a infecção prévia. O mesmo exame de toxoplasmose é realizado em igual número de
crianças sem debilidade mental, de mesmo sexo e idade (controles). O resultado mostra um maior número
de pessoas com sorologia reativa nos casos.
4. APLICAÇÃO
▪ Investigação de doenças de baixa incidência (raras) ou que apresentam longos períodos de latência (entre
a exposição e a doença);
▪ Surtos de agravos desconhecidos, em que a investigação de uma etiologia (causa) é urgente - medidas
de controle;
5. ERROS FREQUENTES
6. DEFINIÇÃO DE CASOS
Fontes de casos: ▪ Hospital: considerar se todos os casos incluídos no estudo representam todos os casos
que ocorreram na população (não buscaram hospital, morreram, etc.);
Tipos de casos: ▪ Casos incidentes: novos casos diagnosticados. Melhor escolha, mas depende do tempo.
▪ Casos prevalentes: casos já diagnosticados. Maior número, porém, casos identificados podem estar
relacionados à sobrevivência da doença.
7. SELEÇÃO DE CONTROLES
Definição de controles: ▪ O ideal é que representam uma amostra da mesma população que produziu os
casos. ▪ Meta: o controle ideal é aquele que faria parte do grupo de casos se desenvolvesse a doença. ▪
Devem ser selecionados independentemente da exposição.
Fontes de controles: ▪ Controles hospitalares: mesmos hospitais dos casos, portadores de doenças não
associadas com os fatores de risco em questão; ▪ Controles comunitários: vizinhança, sorteados na
comunidade, etc; ▪ Grupos especiais: amigos, parentes, esposos, etc.
Princípios de comparabilidade: ▪ Base de estudo: controles da mesma população de referência que os
casos - critérios de inclusão e exclusão iguais aos dos casos; ▪ Escolher controles em que os fatores de
confusão são reduzidos (mulheres - mulheres); ▪ Precisão: os erros de medida não devem ser diferenciais.
8. ERROS FREQUENTES
Equívocos comuns: ▪ Os controles devem ser “sadios”; ▪ Os controles devem fazer os mesmos exames
diagnósticos que os casos, com resultados negativos; ▪ Os controles não podem ter o fator de risco; ▪ Os
controles devem ser “parecidos" com os casos em tudo, menos na doença em questão; ▪ Casos e controles
devem sempre ser “representativos".
9. EMPARELHAMENTOS
▪ O procedimento para obter informação deve ser o mais semelhante possível para casos e controles;
▪ Os avaliadores/entrevistadores devem desconhecer a hipótese;
▪ Definir indicadores precisos;
▪ Entrevistas, questionários, informações de parentes/ vizinhos, marcadores biológicos.
11. VIESES
▪ Viés de seleção: seleção dos casos - doenças que requerem hospitalização.
▪ Os casos podem não ser representativos de todos os portadores da doença.
Sem atenção médica
Vistos, mas não diagnosticados
Morte ou remissão antes do diagnóstico
▪ Viés de seleção: seleção dos controles - não representam a população de onde saíram os casos;
ex. : casos de hospital privado e controles populacionais.
▪ Viés de informação: informação fornecida pelos indivíduos é diferente entre casos e controles;
▪ Viés de memória ▪ Viés de publicidade ▪ Viés do observador/entrevistador
12. VANTAGENS
▪ Altamente informativos; ▪ Permitem testar várias hipóteses; ▪ Necessitam menos indivíduos para
detectar diferenças entre grupos; ▪ Relativamente rápidos e baratos; ▪ Servem para doenças raras e
comuns; ▪ Bons para avaliar doenças com longo período de latência.
13. DESVANTAGENS
▪ Não medem a frequência da doença; ▪ São suscetíveis a uma série de viesse; ▪ Ineficientes para
exposições raras; ▪ Pode ser difícil estabelecer relação temporal; ▪ Os dados de exposição no passado
podem ser inadequados: incompletos nos prontuários ou falhos quando baseados na memória das pessoas.
14. EXEMPLOS
▪ Descoberta da infecção por rubéola como um fator de risco para malformações congênitas, na década
de 1940; ▪ Norman Gregg verificou que crianças com catarata t inham mães que haviam sido acometidas
por rubéola na gravidez.
Existe associação estatística entre um fator de risco e a doença? Como os contextos social e ambiental
podem afetar a saúde de grupos populacionais?
2. DIFERENCIAL
“Estudo utilizando grupos como unidade de observação: Para avaliar a correlação entre um fator de risco e
um efeito, são dispostos graficamente valores médios do desfecho (ex. taxa, média), segundo valores
médios do fator (ex.: média per capta de ingestão de gorduras), utilizando grupos como unidades de
observação. Grupos podem ser definidos segundo lugar (comparações geográficas) ou tempo (séries
temporais).”
3. UTILIDADE
3. EXEMPLOS
− Comparação entre unidades de
saúde: - indicadores de morbidade -
organização do trabalho, estrutura
gerencial, volume de investimentos.
4. TIPOS DE VARIÁVEIS
Medidas agregadas ⪢ Sintetizam as características individuais dentro de cada grupo. ⪢ Proporção de
fumantes; ⪢ Taxa de incidência de uma doença; ⪢ Renda familiar média.
Medidas ambientais ⪢ Características físicas do ambiente. ⪢ Nível de poluição do ar; ⪢ Qualidade da água;
⪢ Nível de radiação solar.
Medidas globais ⪢ Atributos de grupos, organizações ou lugares sem análogo no nível individual: ⪢
Densidade demográfica; ⪢ Nível de desigualdade social; ⪢ Existência de determinado tipo de sistema de
saúde.
5. VANTAGENS
Vantagens ⪢ Baixo custo e execução rápida, devido às fontes de dados secundários disponíveis; ⪢
Conseguem estimar bem os efeitos de uma exposição quando ela varia pouco na área de estudo, pela
comparação entre áreas (os estudos individuais não conseguem);
Vantagens ⪢ Existem efeitos que somente podem ser medidos no nível ecológico. ⪢ Ex.: implantação de
um novo sistema de saúde.
6. LIMITAÇÕES
Limitações ⪢ Informações sobre comportamento, atitudes e história clínica não estão disponíveis (dados
pessoais não disponíveis); ⪢ Depende da qualidade das informações disponíveis (fontes diversas);
⪢ Não se leva em conta a variabilidade da característica estudada dentro do grupo; ⪢ Difícil estabelecer
temporalidade entre causa e efeito; ⪢ Migração entre grupos (por exemplo, mora em uma área e trabalha
em outra); ⪢ Falta de informação.
7. VIÉSES
⪢ Falácia ecológica: ⪢ Viés que pode ocorrer porque uma associação entre duas variáveis no nível agregado
não necessariamente representa uma associação no nível individual.
⪢ Falácia ecológica: ⪢ Conclusão errada obtida quando se infere comportamento ou experiência de
indivíduos a partir de comportamento ou experiência de grupos.
2. ESTUDOS OBSERVACIONAIS E
EXPERIMENTAIS
EXPERIMENTO
▪ Motivos éticos: forte evidência efeitos +;
▪ Intervenções que não gerem efeitos adversos
2. CARACTERÍSTICAS
3. DELINEAMENTO
DELINEAMENTO - ECR
▪ Parte-se da causa em direção ao
efeito;
▪ Participantes divididos em dois
(ou mais) grupos: o de
intervenção e o de controle;
▪ Em seguida, procede-se a
intervenção em apenas um dos
grupos, servindo o outro para comparação dos resultados.
1 - Seleção dos participantes: Em primeiro lugar, escolhe-se a população mais adequada para a realização
da pesquisa;
2 - Randomização e intervenção: Cada indivíduo que consente em participar é colocado, de forma aleatória
(sorteio, moeda, etc.) em um dos grupos, experimental ou controle; O propósito é formar dois conjuntos
com características semelhantes, distribuindo igualmente entre os grupos os fatores que confundiriam a
interpretação dos resultados; Aos membros do grupo experimental está reservado um tipo de tratamento,
enquanto no grupo controle é oferecida outra alternativa ou placebo.
3 - Acompanhamento dos participantes e verificação dos efeitos: Cada participante do estudo é
acompanhado, observado e examinado de maneira semelhante, estando ele no grupo experimental ou
controle; O objetivo consiste em introduzir um único fator de diferença e verificar o impacto do tratamento
diferencial através da comparação dos resultados.
EXEMPLO: Comparação do efeito de uma vacina e de um placebo No intuito de verificar o efeito protetor
de uma vacina, dois mil voluntários, que estavam em igual risco de sofrer uma doença infecciosa
(leishmaniose) e concordaram em participar de uma investigação, foram separados, aleatoriamente, em
dois grupos: um deles recebe a vacina e o outro um placebo. Transcorridos 12 meses de observação,
constata-se que a incidência (novos casos) da doença é bem menor nos vacinados.
4. UTILIZAÇÃO
AVALIAR… ▪ Drogas e outros tipos de intervenções terapêuticas - efeitos colaterais; ▪ Tecnologias médicas;
▪ Programas para triagem e detecção precoce de doenças; ▪ Métodos de prevenção; ▪ Maneiras de
organizar e oferecer serviços de
saúde pública; ▪ Impacto de
políticas de saúde pública,
5. GRUPOS DE COMPARAÇÃO
6. DESFECHOS
Aleatorização/randomização
▪ Distribuição aleatória dos indivíduos entre os grupos intervenção e controle; ▪ Indivíduos selecionados
para o estudo possuem a mesma possibilidade de serem incluídos em cada grupo; ▪ Possibilita a formação
de grupos comparáveis: fatores de risco.
Aleatorização/randomização – vantagens
▪ Elimina o viés de seleção; ▪ Diminui a probabilidade de diferença entre os grupos em alguma
característica que possa influenciar os resultados.
VANTAGENS
▪ Pode produzir a evidência mais forte de causa e efeito; ▪ A cronologia dos acontecimentos é determinada
sem equívocos: existe certeza de que o tratamento é aplicado antes de aparecerem os efeitos; ▪ A
interpretação dos resultados é simples, pois estão relativamente livres de fatores de confundimento; ▪
Muitos desfechos podem ser investigados simultaneamente.
LIMITAÇÕES
▪ Por questões éticas e práticas, muitas situações não podem ser experimentalmente investigadas; ▪
Exigência de população estável e cooperativa: para evitar grandes perdas de seguimento e recusas; ▪ Grupo
investigado pode ser altamente selecionado, não-representativo, devido a múltiplos critérios de inclusão e
exclusão de participantes; ▪ Não recomendados para desfechos raros ou com longo período de latência; ▪
Alto custo, requer tempo e estrutura administrativa adequada.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: ▪ Boa questão de estudo; ▪ Incertezas quanto aos efeitos da intervenção; ▪
Evidências de adequado balanço entre riscos e benefícios; ▪ Receptividade no contexto onde o estudo será
desenvolvido; ▪ Desenho apropriado; ▪ Recursos financeiros, tecnológicos e humanos; ▪ CONSORT -
Consolidated Standards of Reporting Trials. ▪ O estudo foi controlado? ▪ Houve alocação aleatória dos
grupos? ▪ O seguimento dos pacientes foi completo? ▪ Utilizou-se o princípio da intenção de tratar? ▪ O
estudo foi cego? ▪ Os grupos eram semelhantes no início do tratamento? ▪ Os grupos foram tratados
igualmente?
“Aplicação de estratégias científicas para limitar o viés na reunião sistemática, avaliação crítica e síntese de
todos os estudos relevantes em um tópico específico.”
3. HISTÓRICO
Origens e evolução
⬡ Início do século XX: primeiros métodos estatísticos para combinar estudos independentes - agricultura;
⬡ 1930: estatísticos aprimoram esses métodos para outros tipos de testes;
⬡ 1950: importação para a educação e psicologia;
⬡ 1970: introdução do termo “metanálise”.
⬡ 1970: Thomas Chalmers - uso hospitalar de um agente trombolítico (estreptoquinase) visando a redução
na mortalidade de pacientes com infarto agudo do miocárdio.
⬡ Redução de 22% na mortalidade
⬡ 1992: criação do Cochrane Center - rede de centros voltados para a revisão sistemática em diferentes
países.
⬡ Cochrane Collaboration: homenagem a Archie Cochrane, pioneiro na avaliação de intervenções médicas.
4. REVISÃO SISTEMÁTICA X NARRATIVA
Algumas diferenças importantes
Revisão sistemática Revisão de estudos que faz uso de uma abordagem sistemática, com metodologia
claramente definida, visando minimizar os erros nas conclusões;
Revisão narrativa Revisões de estudos realizadas sem critérios estruturados, refletindo a opinião pessoal
do revisor e com validade limitada;
6. METANÁLISE
Análise estatística para combinar e sintetizar os resultados de vários estudos. >> Conferência de Potsdam
- Alemanha, 1994.
7. VANTAGENS
⬡ Melhora do poder estatístico - estimativas mais precisas; ⬡ Permite análise de subgrupos; ⬡ Detecção
de eventos raros - efeitos adversos.
8. LIMITAÇÕES
⬡ Podem dar a falsa impressão de que os resultados estão estabelecidos com grande grau de precisão; ⬡
Na maioria das vezes, poucos estudos são incluídos.
A. Delimitação do tema
✘Dúvida inicial
✘ Revisão da literatura
✘ Organizar os achados
✘ Encontrar lacunas no conhecimento
✘ Elaboração da questão de pesquisa
C. Verificação da hipótese
✘ Execução do estudo: Recrutamento dos participantes; Avaliação das variáveis/aplicação das
intervenções; Resultados da investigação; Análise dos dados; Conclusões e implicações
2. DIAGNÓSTICO
Aferições: a validade de um estudo depende da capacidade que as variáveis coletadas têm de representar
os fenômenos de interesse.
Exame clínico: O examinador está preocupado com a terapia que se seguirá ao diagnóstico
A separação desses dois temas é artificial, assim como a anatomia do corpo humano não faz muito sentido
sem uma compreensão de sua fisiologia.
ANATOMIA DA PESQUISA: DE QUE ELA É FEITA
- A estrutura de um projeto de pesquisa é descrita em seu protocolo; Avaliação prévia do planejamento;
Solicitação de aprovação ética; Solicitação de recursos financeiros; Ajudar o investigador a organizar sua
pesquisa de forma lógica, objetiva e eficiente.
Questão de pesquisa
- É o objetivo do estudo, a incerteza que o investigador deseja resolver; Parte de uma preocupação geral
que precisa ser reduzida a um tópico concreto e factível de ser estudado.
Exemplo: - As pessoas deveriam comer mais peixe? - Com que frequência os norte-americanos comem
peixe? - Comer peixe reduz o risco de desenvolver doença cardiovascular?
Relevância
− Como o estudo se insere em um contexto maior;
− Justificativa >>> O que se sabe sobre o tema? Por que sua questão deve ser estudada? Que respostas o
estudo fornecerá?
− Pesquisas anteriores; problemas e questões pendentes; Como os achados poderão ajudar a resolver
essas incertezas.
Delineamento (desenho)
− Objetivo descritivo ou analítico? Estudo observacional ou de intervenção? Direção temporal?
− Nenhuma abordagem é sempre melhor que as demais, e cada questão de pesquisa requer uma escolha
racional sobre que desenho seria o mais eficiente na obtenção de uma resposta adequada.
Sujeitos do estudo:
− Especificar os CRITÉRIOS DE INCLUSÃO e de EXCLUSÃO que definem a população-alvo: o tipo de paciente
mais adequado à questão de pesquisa;
− Como RECRUTAR um número suficiente de pessoas de um subconjunto dessa população.
Variáveis:
− O que medir?
− Estudo analítico: preditor -> desfecho
− Ensaio clínico: intervenção -> desfecho
FISIOLOGIA DA PESQUISA: COMO ELA FUNCIONA
Erros de delineamento:
Quando a amostra e as variáveis pretendidas não representam a população-alvo e os fenômenos de
interesse, ocorrem erros que poderão distorcer as inferências sobre o que realmente ocorre na população.
Delineando o estudo:
Transformar a questão de
pesquisa em plano de
estudos: - Escolha de uma
amostra de sujeitos que
represente a população; -
Escolha das variáveis que irão
representar os fenômenos
de interesse.
Implementando o estudo →
Erros de implementação
Se os sujeitos e as aferições realizadas não representam a amostra e as variáveis pretendidas, os erros
podem distorcer inferências sobre o que realmente aconteceu no estudo.
Erros na pesquisa
Nenhum estudo é livre de erros; portanto, a meta na pesquisa é maximizar a validade das inferências sobre
o que ocorreu na amostra de estudo, de forma a poder concluir sobre a natureza das associações na
população.
Resumo:
- A anatomia da pesquisa é o conjunto de elementos tangíveis que compõem o plano de estudo: a questão
de pesquisa e sua relevância, o delineamento, os sujeitos do estudo e as técnicas de aferição.
- A fisiologia da pesquisa é como o estudo funciona. Os achados do estudo são usados para realizar
inferências sobre o que realmente ocorreu na amostra (validade interna) e sobre os eventos do universo
exterior (validade externa).
- O desafio é delinear e implementar um plano de estudo com um controle adequado sobre os erros.
- O próximo passo é considerar as principais inferências que advirão dos sujeitos de estudo para a
população e das medidas do estudo para os fenômenos de interesse.
- Importante as relações entre a questão de pesquisa (o que o investigador realmente deseja responder),
o plano de estudo (aquilo que o estudo foi delineado para responder) e o estudo efetivamente realizado.
VARIÁVEIS NUMÉRICAS
Contínuas >>> Quantificadas em uma escala infinita de valores. Muito informativas. Ex.: peso corporal
Discretas >>> Quantificadas em uma escala limitada a números inteiros. Ex.: número de filhos
VARIÁVEIS CATEGÓRICAS
Nominais >>> Apresentam categorias não-ordenadas. Ex.: tipo sanguíneo, sexo
Ordinais >>> Apresentam categorias ordenadas. Ex.: dor (forte, moderada, leve)
2. PRECISÃO
» Uma medida com alta precisão é aquela que é reprodutível, isto é, cujos valores são semelhantes em
cada aferição.
» Sinônimos: reprodutibilidade, confiabilidade, consistência.
» É afetada pelo erro aleatório, isto é, aquele devido ao acaso.
AVALIANDO A PRECISÃO
» É avaliada como a reprodutibilidade de aferições repetidas;
» Intra-observador: mesma pessoa;
» Interobservador: diferentes pessoas.
4- AUTOMATIZAÇÃO DE INSTRUMENTOS
» Variações na forma como os observadores fazem as aferições podem ser eliminadas com dispositivos
mecânicos automáticos e questionários de auto-resposta.
5- REPETIÇÃO
» Repetição das medições e uso de média de duas ou mais leituras;
» Aumento do custo.
3. ACURÁCIA
» A acurácia de uma variável é a sua capacidade de representar realmente o que deveria representar;
» É melhor avaliada comparando a medida com um padrão-ouro (técnica de referência);
⋄ Ex.: teste de gravidez
» A acurácia é função do erro sistemático.
CALIBRAÇÃO DO INSTRUMENTO
» Melhora a acurácia de equipamentos mecânicos e elétricos.
CEGAMENTO
» Elimina erros diferenciais que afetam um grupo de estudo mais que o outro.