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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3

2 A BIOLOGIA MOLECULAR ........................................................................ 4

3 A BIOLOGIA MOLECULAR E O DNA ........................................................ 7

3.1 Estrutura do DNA ................................................................................. 7

3.2 Bases nitrogenadas .............................................................................. 9

3.3 DNA e RNA ........................................................................................ 10

3.4 Processo de replicação do DNA ......................................................... 15

3.5 Tradução e transcrição do RNA ......................................................... 18

4 CÉLULAS PROCARIONTES E CÉLULAS EUCARIONTES..................... 20

4.1 Material genético em células procariontes ......................................... 21

4.2 Material genético em células eucariontes........................................... 22

5 DNA E O CÓDIGO GENÉTICO ................................................................ 23

5.1 Código genético ................................................................................. 24

6 DIVISÃO CELULAR .................................................................................. 30

6.1 Funções da mitose e meiose .............................................................. 31

6.2 Ciclo Celular ....................................................................................... 31

6.3 Mitose ................................................................................................. 34

6.4 Meiose ................................................................................................ 39

7 MUTAÇÕES.............................................................................................. 46

7.1 Divisão das mutações ........................................................................ 47

7.2 Síndromes cromossômicas ................................................................ 47

7.3 Tipos de mutações ............................................................................. 48

8 MECANISMOS DE VERIFICAÇÃO E REPARO DO DNA ........................ 50

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 54

10 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR....................................................... 56

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1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante


ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 A BIOLOGIA MOLECULAR

Fonte: Pixabay.com

A Biologia Molecular tem como campo de estudo as interações bioquímicas


celulares envolvidas na duplicação do material genético e na síntese proteica. É uma
área intimamente ligada à genética e à bioquímica.
Ela consiste principalmente em estudar as interações entre os vários sistemas
da célula, partindo da relação entre o DNA, o RNA e a síntese de proteínas, e o modo
como essas interações são reguladas (DUCLOS, 2004).
É um campo de estudo vasto, que abrange outras áreas da Química, em
especial Genética e Bioquímica. Nesta área da biologia são frequentemente
combinadas técnicas e ideias provindas da Microbiologia, Genética, Bioquímica
e Biofísica. Historicamente, a Microbiologia exerceu um papel fundamental no
desenvolvimento da Biologia Molecular, pois a maioria dos conceitos-chave e das
técnicas de Biologia Molecular se originou a partir de estudos e experimentos
realizados principalmente com bactérias, fungos e vírus (especialmente
bacteriófagos) (MOSCATELLI et al, 2017).
A descoberta do código genético, em 1953, foi aclamada como revolução
científica e resultou na laureação de J. Watson, F. Crick e M. Wilkins com o prêmio

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Nobel. Revolução científica foi um título incorporado por uma parcela da comunidade
acadêmica muito mais ampla do que a dos historiadores e filósofos da ciência. O
impacto daquele fato científico, seus rápidos desdobramentos nas esferas
institucionais e educacionais, bem como na prática da pesquisa científica, pareciam
indicar uma profunda ruptura no desenvolvimento da genética (COUTINHO, 1998).

Fonte: bbc.com

Os primeiros filósofos já falavam de alguns fenômenos genéticos, mesmo sem


saber suas causas, e com o desenvolvimento da sociedade, profissionais de diversas
áreas como médicos, matemáticos, físicos, padres e filósofos, também contribuíram
com ideias, pesquisas e estudos, para o entendimento da hereditariedade.
No século XVII, um monge Augustiniano chamado Gregor Mendel, deu o
primeiro grande passo para desvendar a hereditariedade. Através da análise dos
cruzamentos entre ervilhas, Mendel deduziu a presença de fatores hereditários que
eram propagados de forma estável de geração a geração, sendo responsáveis pela
formação de características individuais. Com o avanço dos estudos de biologia celular,
pôde-se determinar quais os principais componentes moleculares da célula. Durante
muito tempo as proteínas carregaram o papel de propagadoras da informação
hereditária. Em 1928, Frederick Griffith, um médico londrino, em experimentos com
Pneumococcus, células bacterianas causadoras de pneumonia, descobriu o
fenômeno da transformação (SILVA, 2001).

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Em 1952, um experimento conhecido como o liquidificador de Alfred Hershey e
Martha Chase, ajudou a confirmar que o DNA era o material genético. Nesse
experimento, Hershey e Chase utilizaram bacteriófagos (vírus que infectam bactérias),
a bactéria E. coli e colorações a base de enxofre e fosfato radioativo. Através desse
experimento constatou-se que, o que realmente passava para o interior da bactéria, e
que era responsável pela formação dos outros fagos, era o DNA e não as proteínas.
Apesar da constatação de que o DNA desempenhava um papel imprescindível
na hereditariedade, a comunidade científica ainda relutava um pouco para considerar
que o DNA era o possuidor da informação genética.
Silva (2001), diz:

Em 1953 James Watson e Francis Crick, baseados em vários trabalhos da


época sobre o DNA (Como o trabalho de Chargaff, sobre a composição do
DNA e as proporções das bases e os trabalhos de Wilkins com Introdução à
Biologia Molecular Centro de Biotecnologia Molecular Estrutural 4 difração de
raios-X de moléculas de DNA), publicaram na revista científica Nature um
trabalho denominado “Molecular Structure of Nucleic Acids - A Structure for
Deoxyribose Nucleic Acid” (Estrutura molecular dos ácidos nucléicos- Uma
Estrutura para o Ácido Desoxirribonucléico), que descrevia a estrutura do
DNA.
Watson e Crick descreveram o DNA como uma dupla fita, enrolada em hélice
ao redor de um eixo, sendo as fitas antiparalelas. O DNA possui uma estrutura
periódica que se repete a cada 10 nucleotídeos. As bases nitrogenadas das
duas fitas estão voltadas para o interior da hélice e pareiam de forma
complementar entre si, na qual Adenina se liga a Timina e Guanina se liga a
Citosina.

Na biologia molecular, a diretriz central e o ponto fundamental, conhecido como


“Dogma central da Biologia’’, é a informação que é perpetuada através da replicação
do DNA e é traduzida através de dois processos:
Transcrição: que converte a informação do DNA em uma forma mais acessível
(uma fita de RNA complementar) e a;
Tradução: que converte a informação contida no RNA em proteínas.

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3 A BIOLOGIA MOLECULAR E O DNA

Fonte: Pixabay.com

O entendimento moderno do DNA evoluiu da descoberta do ácido nucleico para


o desenvolvimento do modelo de dupla hélice. Na década de 1860, Friedrich
Miescher, médico de profissão, foi o primeiro a isolar produtos químicos ricos em
fosfato dos glóbulos brancos ou dos leucócitos. Ele nomeou essas substâncias
químicas (que acabariam sendo conhecidas como RNA e DNA) como nucleínas
porque foram isoladas dos núcleos das células (OPENSTAX, 2016).
Desde a descoberta do DNA em 1869, muito tempo se passou até que suas
funções primordiais fossem sugeridas por Avery, MacLeod e McCarty, em 1944, e
comprovadas em 1953 por Hershey. Já a estrutura de dupla-hélice foi proposta em
1953 por Watson e Crick e lançou as bases de como essa molécula poderia ser
duplicada (POTY, 2011 apud SCHRANK, 2001).

3.1 Estrutura do DNA

Os cientistas Watson e Crick sabiam que o DNA era composto de subunidades


chamadas nucleotídeos. Um nucleotídeo é feito de um açúcar (desoxirribose), um
grupo fosfato, e uma das quatro bases nitrogenadas: adenina (A), timina (T), guanina
(G) ou citosina (C) (PRAY, 2008).

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Os ácidos nucleicos são as moléculas responsáveis pela hereditariedade. Os
seres vivos apresentam dois tipos de ácidos nucleicos: o ácido desoxirribonucleico
(DNA) e o ácido ribonucleico (RNA).
Tanto o DNA como o RNA são macromoléculas constituídas por algumas
centenas ou milhares de unidades ligadas entre si. As unidades são
chamadas nucleotídeos. Cada nucleotídeo é constituído de 3 partes, um grupo
fosfato, ligado a uma pentose (açúcar de 5 carbonos), que por sua vez está ligado a
uma base orgânica nitrogenada.
As bases citosina (C) e timina (T), são chamadas de pirimidinas, enquanto as
bases adenina (A) e guanina (G), são chamadas de purinas. As purinas têm uma
estrutura de anel duplo com um anel de seis membros fundido a um anel de cinco
membros. As pirimidinas são menores em tamanho; eles têm uma estrutura de anel
de seis membros.
Os nucleotídeos de DNA se reúnem em cadeias ligadas por ligações
covalentes, que se formam entre o açúcar desoxirribose de um nucleotídeo e o grupo
fosfato do próximo. Esse arranjo faz uma cadeia alternada de grupos fosfato e de
açúcar desoxirribose no polímero DNA, uma estrutura conhecida como esqueleto de
açúcar-fosfato.

Fonte: educabras.com

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3.2 Bases nitrogenadas

As bases citosina (C) e timina (T), são chamadas de pirimidinas, enquanto as


bases adenina (A) e guanina (G), são chamadas de purinas. As purinas têm uma
estrutura de anel duplo com um anel de seis membros fundido a um anel de cinco
membros. As pirimidinas são menores em tamanho; eles têm uma estrutura de anel
de seis membros.
O pareamento de bases nitrogenadas é fundamental para a manutenção da
dupla hélice, duas características principais se destacam: sua estrutura química e seu
tamanho. A presença de grupos ceto (C=O) e amino (C-NH2) favorece a formação de
pontes de hidrogênio. Dessa maneira, T e U, que apresentam grupos ceto, podem
fazer uma ponte de hidrogênio com A, que contém grupo amino. Enquanto que C e G,
que possuem tanto grupo amino quanto grupo ceto, podem formar duas pontes de
hidrogênio (POTY, 2011).
Em adição a essas pontes, todas as bases podem formar mais uma ponte de
hidrogênio entre anéis aromáticos. Deste modo, T ou U e A formam duas pontes de
hidrogênio, enquanto C e G formam três pontes de hidrogênio (POTY, 2011 apud
SCHRANK, 2001).
De acordo com a OpenStax, (2016):

Watson e Crick propuseram que o DNA é composto de dois filamentos que


são torcidos um ao outro para formar uma hélice destra. O emparelhamento
de bases ocorre entre uma purina e pirimidina; ou seja, pares A com pares T
e G com C. A adenina e a timina são pares de bases complementares e a
citosina e a guanina são também pares de bases complementares. Os pares
de bases são estabilizados por ligações de hidrogênio; A adenina e a timina
formam duas pontes de hidrogênio e a citosina e a guanina formam três
pontes de hidrogênio.

De acordo com o modelo proposto por Watson e Crick, em 1953, a molécula


do ácido desoxirribonucleico, ou DNA, seria formada por duas cadeias
polinucleotídicas helicoidais em torno de um eixo comum correndo em sentidos
opostos ou antiparalelos (uma em sentido 5' → 3' e a outra em 3' → 5') (ZAHA, et al
2014).
Ao representar, hipoteticamente, um determinado trecho de DNA com as suas
duas fitas antiparalelas, uma maneira mais correta seria:

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Fonte: uel.br

Entretendo, por uma questão de didática, essa mesma sequência seria


representada assim:

Fonte: uel.br

As bases púricas (adenina e guanina) e pirimídicas (timina e citosina) estariam


do lado de dentro da dupla hélice, enquanto que as unidades fosfato e o açúcar (uma
desoxirribose), estariam do lado de fora. Cada uma das hélices, formada por uma
cadeia de nucleotídeos (nucleotídeo = uma base nitrogenada + um açúcar + um
grupamento fosfato), seria mantida por ligações fosfodiéster, onde um grupamento
fosfato ligaria duas desoxirriboses adjacentes (ZAHA, et al 2014).
As bases nitrogenadas formam estruturas planas, como os degraus de uma
escada, se empilhando parcialmente umas sobre as outras na estrutura torcida da
dupla hélice, conforme pode ser visto na figura ao lado. E as duas hélices seriam
mantidas unidas por pontes de hidrogênio formadas entre as bases nitrogenadas.
Assim, a adenina formaria duas pontes de hidrogênio com a timina e, a guanina, três
pontes com a citosina.

3.3 DNA e RNA

O RNA (do inglês: ribonucleid acid) foi descoberto em 1890, presente em


levedura, um tipo de fermento. Nas células, ele é responsável pela síntese de
proteínas e sua composição é semelhante à do DNA deferindo por uma uracila no
lugar da timina e pela ribose ao invés da desoxirribose (GOMES, 2014 apud, ARIAS,
2004; CONRAD, 2014).
O RNA é um ácido nucleico (assim como o DNA) e funciona na regulação,
codificação, e decodificação dos genes. Esses ácidos, em conjunto com carboidratos,

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lipídios e proteínas, compõem o grupo de substâncias indispensáveis para todas as
formas de vida.

Fonte: resumos.mesalva.com

A principal função do RNA é produzir proteínas a partir de informações


adquiridas do DNA. O material genético representado pelo DNA contém uma
mensagem em código que precisa ser decifrada e traduzida em proteínas, muitas das
quais atuarão nas reações metabólicas da célula.
A mensagem contida no DNA deve, inicialmente, ser passada para moléculas
de RNA que, por sua vez, orientarão a síntese de proteínas. O controle da atividade
celular pelo DNA, portanto, é indireto e ocorre por meio da fabricação de moléculas
de RNA, em um processo conhecido como transcrição.

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 Diferenças entre DNA e RNA

A principal diferença entre esses dois ácidos nucleicos é que o DNA é o


responsável pelo armazenamento da informação genética utilizada no
desenvolvimento dos organismos vivos, enquanto o RNA é o responsável por
sintetizar proteínas.
Quanto a estrutura, Gomes (2014) apud Conrad (2014), relata:

O RNA é formado por uma cadeia simples de nucleotídeos diferentemente da


molécula de DNA que possui um formato helicoidal de dupla hélice. Mesmo
tendo uma estrutura em cadeia simples, o filamento de RNA possui a
habilidade de se dobrar de modo que parte de suas próprias bases se
pareiam umas com as outras. Esse pareamento intramolecular é um fator
importante na forma do RNA, pois, dessa forma, sua molécula se torna capaz
de assumir uma grande variedade de formas moleculares complexas, mais
especificamente, formas secundárias e terciárias o que o habilita a uma
ampla gama de funções celulares

Fonte: sobiologia.com.br

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DNA RNA
O DNA, ou ADN em português, é um RNA é um ácido
composto orgânico cujas moléculas nucleico responsável
contêm as instruções genéticas que pela síntese de
coordenam o desenvolvimento e proteínas da célula.
funcionamento de todos os seres As várias formas de
vivos e de alguns vírus. RNA sintetizam essas
Os genes do DNA são expressos proteínas de acordo com
Definição através das proteínas que seus as informações contidas
nucleotídeos produzem com a ajuda no DNA
do RNA
Significado Ácido desoxirribonucleico Ácido ribonucleico
Armazenar informação genética, Sintetizar proteínas e
controlar atividade celular e produzir transferir informação do
Função RNA DNA até o local de
síntese de proteínas na
célula
Duas cadeias helicoidais. Suas Uma cadeia. Possui
cadeias são longas e possuem cadeia curta com
Estrutura milhares de nucleótidos centenas de nucleótidos
Tipo de
açúcar Açúcar desoxirribose
(pentose) Açúcar ribose
As bases são citosina, guanina, As bases são citosina,
Bases adenina e timina guanina, adenina e
nitrogenadas uracila
Estabilidade Muito estável Pouco estável
química

Origem Replicação Transcrição


Resistência Mais resistente à hidrólise Menos resistente à
hidrólise

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Apresenta uma forma básica Pode ser mensageiro,
Forma transportador ou
ribossômico
Varia de acordo com o
tipo de RNA, podendo
Localização O DNA é encontrado no núcleo de ser encontrado no
uma célula. Existe também o DNA núcleo de uma célula, no
mitocondrial, que se encontra na citoplasma e no
mitocôndria ribossomo
O DNA é autorreplicante O RNA é sintetizado a
Replicação partir do DNA

Fonte: adaptado de diferenca.com

 Tipos de RNA
Existem três tipos de RNA: mensageiro (RNAm), ribossômico (RNAr) e
transportador (RNAt).

RNA mensageiro
O RNA mensageiro é a molécula responsável por levar as informações
genéticas do DNA para o citoplasma.
Quando uma célula requer a produção de determinada proteína, o DNA inicia
o processo de transcrição, através do qual o código genético é copiado, sintetizando
assim uma tira de RNAm. Esse RNA funciona como uma cópia móvel do DNA que
leva a mensagem ao citoplasma e informa o tipo de proteína que deve ser produzida.

RNA ribossômico
O RNA ribossômico (ou ribossomal) é a substância que compõe
aproximadamente 60% do ribossomo, organela na qual ocorre a síntese de proteína.
Sua função é auxiliar na tradução da informação trazida pelo RNA mensageiro.
O RNA ribossômico é sintetizado em uma região densa localizada no núcleo
da célula, chamada nucléolo. Por ser o principal componente do ribossomo, o RNAr é
essencial para todas as funções da organela, sobretudo para o pareamento correto
entre o RNA mensageiro e o RNA transportador.

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RNA transportador
O RNA transportador (ou de transferência) é a molécula responsável por levar
aminoácidos ao ribossomo a fim de auxiliar na síntese de proteínas.
Quando o RNA mensageiro informa o tipo de proteína que deve ser produzida,
o RNA ribossômico auxilia no repasse da informação para o RNA transportador. Com
base nos códons (sequência de três bases nitrogenadas), o código genético é
identificado e o RNAt se encarrega de transportar aminoácidos compatíveis para a
produção da proteína.

3.4 Processo de replicação do DNA

Uma característica essencial à continuidade da vida em nosso planeta é a


capacidade que os organismos têm de “fazerem cópias de si mesmos”. Essa
capacidade de copiar está associada ao material hereditário, o DNA. Essas cópias
são feitas através da duplicação do material hereditário, ou seja, do DNA. Esse
processo de duplicação do DNA, chamamos de replicação (DUCLOS, 2004).
O processo de replicação do DNA envolve a participação de diversas enzimas,
entre elas, as polimerases. Elas atuam no processo da síntese da nova molécula de
DNA.
Segundo Duclos (2004):

Descobriu-se que ocorrem erros no processo de replicação e que, se esses


erros não forem corrigidos pelas polimerases, eles se perpetuam na forma de
mutações. Além disso, o DNA sofre continuamente danos causados por
agentes externos físicos e químicos. As células têm um mecanismo
sofisticado para reparar esses danos, mas, entretanto, alguns permanecem
e se perpetuam também na forma de mutação.

Essa baixa taxa de mutação, é, no entanto, fundamental para a evolução, pois


é através dessas falhas que novos alelos (uma das formas alternativas do gene que
ocupam o mesmo lugar em cromossomos homólogos e são responsáveis por traços
diferenciados.), se formam.
Os genes são feitos de DNA e a sua expressão fenotípica ocorre na forma de
moléculas de RNA, que são traduzidos em peptídeos. Assim, quando se refere ao
gene A B, ou C, normalmente se diz que esses segmentos codificam um peptídeo A
B ou C que exercerá alguma função dentro da célula ou no organismo. Por outro lado,

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quando falamos em alelo A¹, A² ou a, isto significa que o gene A é capaz de – por meio
de seus diferentes alelos – codificar um mesmo peptídeo com pequenas diferenças
em sua composição de aminoácidos. Essas diferenças podem resultar em alterações
no funcionamento ou na expressão desses peptídeos, o que pode acabar modificando
o fenótipo dos indivíduos.

 Replicação do DNA
Os mecanismos básicos da replicação do DNA são semelhantes entre os
organismos. A replicação do DNA é semiconservativa, ou seja, cada fita na dupla
hélice atua como modelo para a síntese de uma nova fita complementar. Esse
processo tem início com uma molécula e leva a formação de duas moléculas "filhas",
cada uma com uma dupla hélice recém-formada contendo uma fita nova e uma velha.
O novo DNA é feito por enzimas denominadas DNA polimerases, que
necessitam de um molde e um primer (iniciador) e sintetizam DNA na direção 5' para
3'.
Durante a replicação do DNA, uma nova fita (fita líder) é feita como uma peça
contínua. A outra (fita tardia) é feita em pequenas partes. A replicação do DNA requer
outras enzimas além da DNA polimerase, incluindo DNA primase, DNA helicase, DNA
ligase, e topoisomerase.
A replicação do DNA envolve três etapas:
 Iniciação;
 Ampliação ou alongamento;
 Término.
Para que a síntese de DNA ocorra, são necessários dois substratos
fundamentais: desoxinucleosídeos trifosfatados e uma junção iniciador: molde.
O DNA começa a ser sintetizado pela extensão de extremidade 3’ do iniciador.
Essa é uma característica universal do DNA e do RNA. A fita molde irá orientar qual
dos quatro nucleosídeos trifosfatados será adicionado. As duas fitas possuem uma
orientação antiparalela, o que significa que a fita molde para a síntese de DNA tem
orientação oposta à fita de DNA que está sendo sintetizada (SNUSTAD, SIMMONS,
2008).
A síntese do DNA é catalisada pela enzima DNA-polimerase. Ela utiliza um
único sítio ativo para catalisar a síntese do DNA. O pareamento correto das bases é

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necessário para que a DNA-polimerase catalise a adição do nucleotídeo. Ambas as
fitas do DNA são sintetizadas juntas na forquilha de replicação, com orientação
antiparalela (WATSON, et al 2006).
Durante o processo de replicação, as pontes de hidrogênio são catalizadas e
os nucleosídeos livres unem-se a elas, respeitando sempre a regra do
emparelhamento: Adenina-Timina, Citosina-Guanina. À medida que se encaixam nas
cadeias do DNA, vão formando duas novas cadeias, obedecendo a regra da
replicação semiconservativa.

Fonte: infoescola.com

 Erros durante a replicação do DNA – Mutações

Em sua maioria, os erros são rapidamente removidos e corrigidos por uma série
de enzimas do sistema de reparo do DNA que primeiro reconhecem que filamento na
dupla hélice recém-sintetizada contém a base incorreta e então a substitui pela base
complementar correta. A replicação do DNA precisa ser um processo extremamente
preciso, pois a carga de mutação sobre um organismo é intolerável, embora ocorra a
uma taxa de menos de uma mutação de par de bases por divisão celular (WATSON,
et al 2006).
Do ponto de vista da genética médica molecular, seria possível, grosso modo,
chamar de mutação toda alteração do código genético que tem uma doença como

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consequência final. No entanto, esse conceito não é aceito pelas comunidades
científicas nos dias atuais.
Segundo Werneck et al (2014):

Mutações são quaisquer alterações da sequência de nucleotídeos em um


organismo que possuam frequência inferior a 1%. Essas alterações podem
ser causadas por erros de cópia do material durante a divisão celular no
próprio indivíduo ou podem até ter sido transmitidas pelos ancestrais. Toda
alteração na sequência de DNA encontrada na população geral com uma
frequência superior a 1%, e que não causa manifestações clínicas drásticas
no fenótipo (características clínicas ou metabólicas do indivíduo), passa a ser
chamada de polimorfismo. A palavra “mutação” é, de forma geral, assimilada
como fator genético responsável por originar doenças. Nos dias atuais, sabe-
se que nem todas as mutações causam danos aos organismos. Algumas
podem ser consideradas neutras, por não acarretarem alteração alguma;
outras podem até causar um efeito protetor, em vez de originarem uma
doença.

3.5 Tradução e transcrição do RNA

 Transcrição
O primeiro obstáculo encontrado na etapa inicial do processo de transcrição é
a diferença de localização entre a informação genética e toda a maquinaria de
produção proteica.
Werneck, et al (2014), descreve esse processo:

O DNA, que contém a instrução nas bases nitrogenadas, encontra-se no


núcleo; o aparato para a produção da sequência de aminoácidos (cadeia
polipeptídica) encontra-se no citoplasma. Está bem estabelecido que o DNA
transmite sua informação para uma molécula intermediária, o RNAm, pelo
processo chamado transcrição. Quando um correto pareamento é
estabelecido, o nucleotídeo a ser incorporado é ligado de forma covalente à
fita crescente transcrita, no sentido de 5’ para 3’. A ligação das bases ocorre
mediada pela RNA-polimerase do tipo III, que age na formação das ligações
fosfodiéster. O transcrito resultante é liberado da fita-molde de DNA sob a
forma de uma fita simples, o RNAm.

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Fonte: foconoenem.com

Tradução

O processo de tradução envolve uma organela citoplasmática, os ribossomos,


que são formados por duas subunidades, (de tamanhos maior e menor), de moléculas
de RNAr associadas com proteínas: as proteínas ribossômicas.
Werneck, et al (2014) esclarece:

A atividade de descodificação do RNAm é realizada pela subunidade menor,


onde ocorrerá a ligação do RNAm. A subunidade maior realiza a atividade
enzimática essencial para a formação da cadeia peptídica
(peptidiltransferase). Dois RNAt serão ligados na subunidade maior do
ribossomo, aproximando os seus aminoácidos, para que possam ser
realizadas as ligações peptídicas entre eles. Posteriormente, o ribossomo se
desloca, realizando assim a extensão da cadeia polipeptídica. A tradução no
RNAm inicia-se com um códon específico (AUG). Também existe um códon
específico de terminação para a finalização do processo. Nenhuma das
trincas (UAA, UAG e UGA) será reconhecida por qualquer tipo de RNAt
existente, sendo então a função dos códons de terminação informar ao
ribossomo a necessidade de encerrar o processo de tradução.

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4 CÉLULAS PROCARIONTES E CÉLULAS EUCARIONTES

Fonte: Pixabay.com

A célula se constitui numa unidade funcional e essencial dos seres vivos, e


quando a sua função é alterada ela também se altera. Todos os organismos vivos são
compostos por uma ou mais células, que são suas menores unidades fundamentais
com capacidade de autoduplicação (TREVISAN, 2013 apud ROBERTIS e HIBS,
2006).
Embora possuam uma grande diversidade, as células apresentam em sua
constituição componentes comuns a todas, tais como a membrana plasmática, o
citoplasma, o material genético (DNA) e os ribossomos. Estão classificadas em células
procarióticas e células eucarióticas, sendo estas divididas em eucarióticos animais e
eucarióticas vegetais (TREVISAN, 2013 apud ALBERTS et al., 2011).
De acordo com Junqueira e Carneiro (2005):

Nas células procarióticas encontram-se a membrana plasmática (membrana


bem fina que envolve toda a célula), a parede celular não celulósica (camada
que protege a célula) e o citoplasma (substância gelatinosa onde ficam
mergulhados pequenas estruturas chamadas de ribossomos, e também a
presença de material genético da célula (DNA). No interior das células
eucarióticas há componentes e estruturas delimitadas por membranas,
conhecidas como organelas, com funções específicas. A presença de
organelas membranares (inclusive o núcleo), bem como do citoesqueleto e
de material genético complexo (cromatina), entre outros, diferencia as células
eucarióticas das células procarióticas.

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Os organismos formados por células procariontes são as bactérias,
cianobactéria e as arqueobactérias. Os seres formados por células eucariontes são
todos os outros: protistas, fungos, animais e plantas.

4.1 Material genético em células procariontes

As diferenças mais fundamentais entre procariontes e eucariontes,


relacionadas a estrutura e material genético, estão relacionadas em como as
suas células são formadas.
Segundo Yue et al (2016) apud Rollins (2016):

Células eucarióticas têm um núcleo, uma câmara delimitada por membrana


onde o DNA é armazenado, enquanto as células procarióticas não o têm.
Essa é a característica que separa formalmente os dois grupos. Eucariontes
geralmente apresentam outras organelas membranosas além do núcleo,
enquanto os procariontes não as apresentam. Células são geralmente
pequenas, mas células procarióticas são realmente pequenas. Células
procarióticas típicas variam entre 0,2 - 2μm de diâmetro, enquanto células
eucarióticas típicas variam entre 10 - 100 μm de diâmetro.

O material genético (DNA), fica agrupado em uma região específica do


citoplasma chamada região nucleoide ou apenas nucleoide. O termo nucleoide
significa semelhante ao núcleo, já que o DNA dessa região não está envolto por
membrana nuclear e por isso não se trata de um núcleo verdadeiro.
O DNA das células procariontes, localizado na região nucleoide do citoplasma,
forma um cromossomo circular com menor quantidade de proteínas que o
cromossomo das células eucariontes, além de não estar associado as histonas. Os
cromossomos eucariontes têm forma linear e não circular.
Na grande maioria das células procariontes, existe apenas um único
cromossomo circular e anéis de pequenos segmentos de DNA chamados plasmídeos,
os quais são importantes para a troca de informações genéticas entre as bactérias.
Uma outra característica marcante de todas as células procariontes é a falta de
organelas intracelulares envolvidas por membranas e a ausência de citoplasma
dividido em compartimentos. A única organela existente nos procariontes é o
ribossomo, o qual pode estar ligado à molécula de RNA mensageiro, formado uma
fileira de ribossoma chamada polirribossomos.
De acordo com Moura (2018):

21
O citoplasma da célula procarionte é desprovido de citoesqueleto e a forma
dessas células é mantida somente pela rigidez da parede celular. De um
modo geral, a células procariontes são capazes de locomoverem-se
principalmente através de flagelos. Esses flagelos possuem estrutura mais
simples que os flagelos das células eucariontes, mas são capazes de
fornecer velocidade incrível à célula. Algumas bactérias são capazes de
moverem-se cerca de 50μm a cada segundo, ou seja, 50 vezes ou seu
tamanho a cada segundo, se considerarmos uma célula de 1 μm de
diâmetro.

Fonte: flogao.com.br

4.2 Material genético em células eucariontes

As células eucariontes possuem uma ampla rede de membranas internas


formando as várias organelas intracelulares cada uma executando uma função
metabólica específica. A divisão da célula em organelas ou compartimentos permite
que processos químicos incompatíveis possam ocorrer simultaneamente no interior
da célula.
As células eucarióticas são muito mais complicadas do que as procarióticas.
Elas possuem uma variedade de estruturas subcelulares que desempenham papéis
importantes no equilíbrio energético, metabolismo e expressão gênica.
De acordo com Raven et al (2014), dentre as várias características, podemos
destacar:

Um núcleo limitado por uma membrana, formando uma cavidade centralizada


que guarda o material genético da célula. Algumas organelas limitadas por
membranas, formando compartimentos flutuantes no hialoplasma que
possuem funções especializadas. (Organela significa "pequeno órgão" e
indica que, assim como os órgãos do corpo humano, as organelas têm
funções específicas e fazem parte de um sistema maior.)
22
Vários cromossomos lineares, diferentemente do único cromossomo circular
de uma célula procarionte.

5 DNA E O CÓDIGO GENÉTICO

Fonte: Pixabay.com

No DNA encontramos as instruções genéticas que coordenam o


desenvolvimento e funcionamento de todos os seres vivos, e de alguns vírus. O
principal papel dessa molécula, é armazenar instruções para se construir proteínas e
RNA. Os segmentos de DNA que contêm a informação genética são denominados
genes, o resto da sequência tem importância estrutural ou está envolvido na regulação
do uso da informação genética.
A relação entre a molécula de DNA e a hereditariedade foi estabelecida nos
anos 40 e 50 do século XX e um dos trabalhos que contribuíram para esclarecer a
natureza química do material genético foi o de Oswald Avery (1877-1955), Colin
MacLeod (1909- 1972) e Maclyn MacCarty (1911-2005), publicado em 1944
(ANDRADE, 2009).
Antes de 1953, os cientistas sabiam que os genes estavam nos cromossomos,
e que os cromossomos eram a combinação de DNA mais proteínas.
Através do modelo de Watson e Crick, foram descobertas algumas
propriedades do DNA relacionadas ao material genético e hereditariedade. De acordo
com a UENF (2014):

23
Habilidade em armazenar a informação genética, habilidade para transferir
uma cópia fiel desta informação para as células filhas e estabilidade física e
química possibilitando que a informação possa ser estocada por longos
períodos de tempo.

Durante o processo de meiose, o DNA passa por um processo de replicação,


no qual são realizadas cópias da molécula com o objetivo de serem transmitidas para
o progênito (WERNECK et al, 2014).

5.1 Código genético

Fonte: Pixabay.com

O Código genético é a relação entre a sequência de bases no DNA e a


sequência correspondente de aminoácidos, na proteína. Fazendo uma analogia, o
código genético seria equivalente a uma língua e é constituído basicamente por um
dicionário de palavras, que seria a tabela do código genético, e por uma gramática,
que correspondente às propriedades do código e estabelece como a mensagem
codificada no material genético é traduzida em uma sequência de aminoácidos
na cadeia polipeptídica (GRIFFITHS, et al, 2006).

24
Fonte: aprendaki.webcindario.com

O código genético forma os modelos hereditários dos seres vivos. É nele que
está toda a informação que rege a sequência dos aminoácidos codificada pelo
encadeamento de nucleotídeos. Ele permite à célula converter sequências de bases
de DNA em cadeias polipeptídicas. Existem 20 diferentes aminoácidos que devem ser
especificados durante o processo de síntese de proteínas por algum tipo de
combinação das quatro diferentes bases existentes do DNA.

 Códons
Os códons correspondem a uma sequência de três bases nitrogenadas de
RNA-m que codificam um determinado aminoácido ou que indicam o ponto de início
ou fim do processo de tradução de uma cadeia de RNA mensageiro.
No código genético existem códons de finalização (UAA, UGA e UAG) que
indicam à célula que a sequência de aminoácidos destinada àquela proteína acaba
ali. Existe ainda um códon de iniciação (AUG) que indica que a sequência de
aminoácidos da proteína começa a ser codificada ali. Este códon (AUG) codifica o
aminoácido Metionina (Met) de forma que todas as proteínas começam com o
aminoácido Met.

25
Fonte: aprendendobiologia.com.br

 Genes
É a unidade fundamental da hereditariedade. Ele compreende a região da
molécula de DNA (ácido desoxirribonucleico), contendo em seu segmento uma
instrução gênica codificada através de bases nitrogenadas (adenina, guanina, citosina
e timina), que pela expressão transcrita (formação de moléculas de RNA) coordena
indiretamente a síntese (tradução) de um polipeptídeo (uma proteína).
Cada gene é formado por uma sequência específica de ácidos nucléicos - as
biomoléculas mais importantes do controle celular, pois contêm a informação
genética. Existem dois tipos de ácidos nucléicos: ácido desoxirribonucleico (DNA) e
ácido ribonucleico (RNA) (SADLER, 2001).

Fonte: netnature.wordpress.com

26
 Cromossomos
Todo o DNA de uma célula não se concentra em um único cromossomo. Cada
espécie tem um número determinado de cromossomos. A espécie humana tem um
total de 46 cromossomos, sendo dois de cada tipo, totalizando 23 pares, presentes
nos núcleos de cada célula. Na verdade, temos dois cromossomos de cada tipo, ou
seja, eles formam duplas.
Como a fita de DNA é muito longa, ela poderia atrapalhar na hora da divisão
celular. Por isso o DNA se condensa, formando as estruturas que chamamos
de cromossomos. Eles nada mais são do que o DNA altamente condensado. São
filamentos espiralados de cromatina, existente no suco nuclear de todas as células.
Cada cromossomo é formado por moléculas bifilamentares de DNA e de
diversas proteínas. Além do DNA e das proteínas, o RNA também podem estar
associados aos cromossomos. Os cromossomos das células eucarióticas são
geralmente maiores e mais complexos do que os cromossomos das células
procarióticas (SNUSTAD, SIMONNS, 2013).
De acordo com Stansfield et al (2017):

Os eucariontes possuem múltiplos cromossomos lineares dentro do núcleo


celular. Cada cromossomo tem um centrômero e, durante a divisão celular,
apresenta dois braços (que representam, inicialmente, cópias idênticas)
saindo do centrômero, os cromatídeos ou cromátides-irmãs. As
extremidades dos cromossomos possuem estruturas especiais
chamadas telômeros que possuem a função de manter a estabilidade
estrutural dos cromossomos, iniciar o pareamento dos cromossomos
homólogos e ancorar o cromossomo ao envoltório nuclear.

A replicação do DNA pode iniciar-se em vários pontos do cromossomo. A


divisão das células eucarióticas é um processo mais complexo do que em relação a
divisão das células procarióticas. É necessário que vários cromossomos sejam
duplicados e distribuídos igualmente e exatamente entre as células-filhas (SNUSTAD,
SIMONNS, 2013).
O cromossomo é formado por pedaços de cromatina que se dobram diversas
vezes sobre si e possuem um formato de bastonete. Antes que ocorra a divisão, o
cromossomo se duplica e são formadas as cromátides (a cromátide é cada um dos
filamentos de DNA que são formadas na duplicação do cromossomo).
Quando uma célula se prepara para dividir, deve fazer uma cópia de cada um
dos seus cromossomos. As duas cópias de um cromossomo são

27
chamadas cromátides-irmãs. As cromátides-irmãs são idênticas entre si e estão
ligadas uma a outra por proteínas chamadas coesinas. A ligação entre as cromátides-
irmãs é mais firme no centrômero, uma região do DNA que é importante para a
separação das cromátides durante estágios posteriores da divisão celular (SCITABLE,
2014).
Enquanto as cromátides-irmãs estão ligadas pelo centrômero, elas ainda são
consideradas como sendo um único cromossomo. No entanto, tão logo elas se
separam durante a divisão celular, cada uma é considerada um cromossomo avulso.

Fonte: sobiologia.com.br

Além das cromátides, o cromossomo possui o Centrômero que permite que


cada cópia do cromossomo duplicado e condensado, seja puxado para cada célula-
filha, durante a divisão celular. Eles recebem uma classificação diferente, dependendo
da posição que ocupa no cromossomo:
 Metacêntrico: quando o centrômero está no meio;
 Submetacêntrico: Quando o centrômero está um pouco distante do
meio;
 Acrocêntrico: Quando ele se encontra perto de um dos polos;
 Telocêntrico: O centrômero está em cima de um dos polos.

28
Fonte: todoestudo.com.br

 Cromatina
Snustad e Simonns, (2013), explicam:

Os cromossomos eucarióticos são constituídos de partes aproximadamente


iguais de DNA e proteína. O conjunto desse material é denominado
cromatina. As características químicas da cromatina variam ao longo do
comprimento do cromossomo. Em algumas regiões, por exemplo, as
histonas, que constituem a maior parte da proteína na cromatina, são
acetiladas, e, em outras regiões, alguns nucleotídeos no DNA são metilados.
Essas modificações químicas podem influenciar a atividade de transcrição
dos genes. Outros aspectos da organização da cromatina, é a presença de
proteínas de "empacotamento" influenciam a regulação gênica.

Fonte: tiraojaleco.com.br

29
Existem dois tipos de cromatina:
Eucromatina: é menos condensada. Consiste em DNA ativo, que se pode
expressar como proteínas.
Heterocromatina: é mais condensada. É rica em sequências repetidas de DNA
e em elementos transponíveis e tem poucos genes codificadores de proteínas.

6 DIVISÃO CELULAR

Fonte: Pixabay.com

Os organismos pluricelulares, como os humanos, contêm cerca de dez trilhões


de células. No entanto, esse complexo organismo foi gerado a partir de uma única
célula denominada célula ovo. Além disso, as divisões celulares são, também, as
responsáveis pela regeneração de diversos órgãos, como o fígado (BRUCE, 2010,
JESUS, 2009).
Trata-se do processo que ocorre nos seres vivos, na qual uma célula,
denominada célula-mãe, origina duas ou quatro células-filhas, contendo, essas, toda
a informação genética de sua espécie. Essas células podem ser geradas por meio de
dois processos conhecidos como mitose e meiose.

30
6.1 Funções da mitose e meiose

A mitose e a meiose, criam células que servirão para os mais diferentes


objetivos biológicos. Na mitose, as células são idênticas a sua célula mãe. Já na
meiose, quatro células-filhas são criadas com metade do material genético vindo da
célula-mãe.
A mitose gera células que compõem tecidos e órgãos, denominadas células
somáticas, que proporcionam crescimento, reparo, cicatrização e substituição de
células mortas.
Já a meiose produz gametas que, via fertilização, dão origem a novos
indivíduos. Envolve 2 divisões, resultando em 4 células filha, com metade dos
cromossomos da célula mãe, que se tornam gametas. Precisa de uma condição
específica para ocorrer: redução do número de cromossomos, um cromossomo de
cada par de homólogos vai para cada célula filha (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 1998).

Quanto a divisão celular e a ploidia das células, Mendes et al (2013) esclarece:

As células nas quais os cromossomos se encontram aos pares no núcleo


celular são ditas somáticas e tem a sua ploidia representada por ‘2n
cromossomos’. Já aquelas com metade do conjunto diploide original da
espécie, são ditas haploides, cuja ploidia é representada por ‘n
cromossomos’. Na espécie humana, por exemplo, células ditas somáticas
como as da pele, de um músculo ou de um hepatócito possuem ploidia 2n =
46, XY nos indivíduos do sexo masculino (sexo heterogamético) e 2n = 46,
XX naqueles do sexo feminino (sexo homogamético). Por outro lado, células
germinativas são aquelas que originam os gametas e serão n = 23, X ou n =
23, Y, no caso masculino, e n = 23, X nas fêmeas.

6.2 Ciclo Celular

Ciclo Celular é o conjunto de fases que uma célula passa com o intuito de
duplicar-se, dando origem a duas células novas. Ele compreende duas fases:
a intérfase, que é uma fase de preparação, e o Período de Divisão Celular que é a
própria mitose (fase mitótica).
A mitose é um processo de divisão celular, já que, a partir de uma célula
formada, originam-se duas células com a mesma composição genética (mesmo
número e tipo de cromossomos), mantendo assim inalterada a composição e teor
de DNA característico da espécie (exceto se ocorrer uma mutação). Este processo de

31
divisão celular é comum a todos os seres vivos, desde animais e plantas
multicelulares, até organismos unicelulares (STANSFIELD et al, 2017).
 Intérfase
Nessa fase, material genético se prepara para a mitose. A intérfase é o
momento entre duas divisões celulares seguidas. Nesse momento, os filamentos
cromossômicos continuam descondensados dentro do núcleo, o que constitui
a cromatina. Esta fase é o período do ciclo celular, onde a célula aumenta o seu
volume e duplica os seus cromossomos.
Ela divide-se em três fases:
G1: fase de crescimento e síntese de RNA e proteínas);
S: fase em que o DNA é replicado);
G2: continuação da síntese de proteínas de polimerização microtubular.

1) G1 ou GAP (intervalo 1):


Normalmente é a fase mais variável e longa do ciclo. Essa fase é anterior à
duplicação do DNA. Há células que permanecem nesse estágio até a morte, não indo
para o próximo estágio. Isso só acontece quando a célula não recebe os estímulos
necessários para realizar a divisão.
Segundo Alberts et al (2010):

Existe uma intensa atividade de biossíntese (proteínas, enzimas, RNA, etc.)


e formação de mais organelas celulares o que implica crescimento celular.
No final desta fase a célula faz uma "avaliação interna" a fim de verificar se
ela cresceu o suficiente. Caso a avaliação seja negativa, as células não irão
se dividir, passando ao estado G0 que dependendo da célula pode ter uma
duração variada, (Ex.: neurônios, fibras musculares, hemácias, plaquetas,
etc.) e se a avaliação for positiva passa-se à fase seguinte.

32
Fonte: qieducacao.com

2) Período S ou Período de Síntese


Nessa fase, acontece a duplicação do material genético, cada cromossomo a
possuir dois cromatídios ligados pelo centrômero. Sendo assim, a célula realiza as
funções metabólicas e, ao final, o DNA estará pronto para duplicação.

Fonte: ciclocelular.com.br

3) G2 Intervalo ou Pré-mitótico

33
Ocorre desde o final da síntese de DNA até o início da mitose, com a síntese
de biomoléculas essenciais à divisão celular. Há um aumento da síntese de proteínas,
e como consequência, um maior gasto de energia. É nessa fase em que há a
produção das substâncias necessárias para a formação de células-filhas e organelas,
e a duplicação dos centríolos (o que implica a formação de dois pares), se a célula for
animal.

Fonte: maisbiogeologia.blogspot.com

6.3 Mitose

A mitose é um processo de divisão celular, já que, a partir de uma célula


formada, originam-se duas células com a mesma composição genética (mesmo
número e tipo de cromossomos), mantendo assim inalterada a composição e teor
de DNA característico da espécie (exceto se ocorrer uma mutação). Este processo de
divisão celular é comum a todos os seres vivos, desde animais e plantas
multicelulares, até organismos unicelulares (STANSFIELD et al, 2017).
Ela permite a distribuição dos cromossomos e dos constituintes citoplasmáticos
da célula-mãe igualmente entre as duas células-filhas. Tal processo é responsável
pela multiplicação dos indivíduos unicelulares, pelo crescimento dos pluricelulares e
por realizar o aumento do número de células.
Nessa fase, ocorre as seguintes etapas: prófase, metáfase, anáfase e telófase.

34
1) Prófase
Quando a mitose começa em uma célula diploide, os cromossomos e o
centrossomo estão duplicados. Na prófase, o condensamento dos cromossomos
começa. Os cromossomos são constituídos por dois cromatídios, que são unidos pelo
centrômero. Eles são chamados de cromossomos dicromatídeos (CALVO, 2004).
Logo depois, os centríolos são deslocados para os polos opostos. Nesse
momento, a formação do fuso acromático (ou fuso mitótico) é iniciada. O invólucro
nuclear é desorganizado e os nucléolos desaparecem. Essa fase é fundamental para
que a divisão dos cromossomos aconteça.

Fonte: docplayer.com.br

 Prometáfase
A dissolução do envelope nuclear em fragmentos e seu desaparecimento
marca o início da segunda fase da mitose, a prometáfase. Os microtúbulos que
emergem dos centrossomas nos pólos do aparelho mitótico atingem
os cromossomas, agora condensados.
Na região do centrómero, cada cromátide irmã possui uma estrutura proteica
denominada cinetócoro. Alguns dos microtúbulos do aparelho ligam-se ao cinetócoro,
arrastando os cromossomas. Outros microtúbulos do aparelho fazem contacto com os
microtúbulos vindos do pólo oposto. As forças exercidas por motores proteicos

35
associados a estes microtúbulos do aparelho movem o cromossoma até ao centro da
célula. Já se tornam visíveis por meio do microscópio óptico (KARP, 2008).

Fonte: pontobiologia.com.br

2) Metáfase
A metáfase é a fase mitótica em que os centrômeros dos cromossomos estão
ligados às fibras cinetocóricas que provêm dos centríolos, que se ligam
aos microtúbulos do fuso mitótico. É a fase mais estável da mitose (BOLSOVER et al,
2004).
Os cromatídeos tornam-se bem visíveis e logo em seguida partem-se para o
início da anáfase. É nesta altura da mitose que os cromossomos condensados
alinham-se no centro da célula, formando a chamada placa metafásica ou placa
equatorial, antes de terem seus centrômeros duplicados e da ocorrência do
encurtamento das fibras cinetocóricas pelas duas células-filhas, fazendo com que
cada cromátide-irmã vá para cada polo das células em formação (PANNO, 2005).
Ocorre a duplicação dos centrômeros no final da metáfase e no início da
anáfase.

36
Fonte: pontobiologia.com.br

3) Anáfase
Durante essa fase, o centrômero é duplicado. Dois cromatoplastídeos são
separados e passam a formar dois cromossomos independentes. As fibrilas ligadas a
estes dois cromossomos encolhem, o que faz com que estes se afastem e migrem
para polos opostos da célula - ascensão polar dos cromossomos-filhos. O que leva a
que no final, em ambos os polos haja o mesmo número de cromossomos, com o
mesmo conteúdo genético e igual ao da célula mãe.

Fonte: pontobiologia.com.br

4) Telófase
Na Telófase os cromossomos se descondensam, os cromossomos filhos estão
presentes nos dois polos da célula e uma nova membrana nuclear organiza-se ao
37
redor de cada conjunto cromossômico. Com a descondensação, os cromossomos
retornam à atividade, voltando a produzir RNA, e os nucléolos reaparecem
(SPERELAKIS et al, 2001).
Durante a telófase, os cromossomos descondensam tornando-se menos
visíveis. O invólucro nuclear reorganiza-se em torno de cada conjunto de
cromossomos e reaparecem os nucléolos. O fuso acromático desaparece e dá-se por
concluída a cariocinese. No final da Telófase inicia-se o processo de Citocinese.

Fonte: pontobiologia.com.br

 Citocinese
A Citocinese é a divisão do citoplasma que permite que as células-filhas sejam
individualizadas. Nas células animais se formam, na zona equatorial, um anel com
filamentos de proteínas. Eles se contraem e puxam a membrana para dentro levando
de início ao aparecimento de um sulco de clivagem que vai estrangulando o
citoplasma, até se separarem as duas células-filhas. Como a divisão é feita em forma
de "estrangulamento", é chamada de citocinese centrípeta.

38
Fonte: ciclocelular.com.br

6.4 Meiose

Na meiose, processo formador de gametas nos animais e esporos nos vegetais


e algas, o número de cromossomos é reduzido à metade (exemplo: 2n para n), através
de um mecanismo de divisão mais complexo que envolve dois eventos de divisão, um
reducional e outro equacional. Durante a formação do zigoto, os gametas se unem (n
+ n = 2n), aonde cada conjunto haploide veio de um dos progenitores) (MENDES et
al, 2013).
Nessa fase, os processos são mais complexos e passam por fases adicionais
com o intuito de criar quatro células haploides. Geneticamente, são diferentes da
célula que a gerou. Em seguida, é possível combinar e criar uma diploide. Na meiose,
existem dois estágios, conhecidos como meiose 1 e meiose 2. Há quatro fases em
cada um deles (oito no total).

Meiose I
Antes de entrar na meiose I, a célula precisa primeiro passar pela intérfase.
Como na mitose, a célula cresce durante a fase G1, copia todos os seus cromossomos
na fase S e se prepara para a divisão durante a fase G2.

Prófase I
Como na mitose, os cromossomos começam a se condensar, mas na meiose
I, eles também pareiam. Cada cromossomo cuidadosamente se alinha com o seu par
39
homólogo, de forma que os dois se combinem ao longo de suas porções
correspondentes por todo seu comprimento (RAVEN, 2015).
Ocorre o emparelhamento dos cromossomos homólogos (sinapse ou complexo
sinaptonémico), formando um bivalente, ou tétrada cromatídica (4 cromatídios). Os
cromossomos homólogos trocam partes do seu DNA um com o outro. Esse processo
é denominado de crossing-over, que é facilitado por uma estrutura proteica, chamada
de complexo sinaptonêmico, que mantém os homólogos juntos, e contribui para o
aumento da variabilidade dos descendentes.

Fonte: querobolsa.com.br

Sob microscópio os cromossomos em crossing-over como quiasmas,


estruturas em forma de cruz onde os homólogos estão unidos. Os quiasmas mantem
os homólogos conectados um ao outro após o rompimento do complexo
sinaptonêmico, por isto cada par de homólogos precisa de pelo menos um. É comum
acontecerem vários crossovers (até 25) para cada par de homólogos (WILKINS,
HOLLIDAY 2009).
O nucléolo e a carioteca desaparecem; os centríolos migram para os polos da
célula e formam-se o fuso acromático.
A prófase I é dividida em cinco subdivisões: leptóteno, zigóteno, paquíteno
(local de ocorrência do crossing-over), diplóteno e diacinese.

40
Metáfase I
Nessa fase ocorre o desaparecimento da membrana nuclear, forma-se um fuso
e os cromossomos pareados se alinham no plano equatorial da célula com seus
centrômeros orientados para pólos diferentes.

Fonte: universiaenem.com.br

Anáfase I
Ocorre a separação dos cromossomos homólogos, que são puxados para
polos opostos da célula. Contudo, as cromátides-irmãs de cada cromossomo
permanecem unidas uma a outra e não se separam.

Fonte: planetabiologia.com

41
Telófase I
Ocorre a descondensação do nucléolo e formação de dois núcleos com metade
do número de cromossomos. Os cromossomos chegam aos polos opostos da célula.
Em alguns organismos, a membrana nuclear se reorganiza e os cromossomos se
descondensam, mas em outros, esta etapa é pulada — já que as células rapidamente
vão entrar em outro ciclo de divisão, a meiose II. A citocinese geralmente ocorre ao
mesmo tempo que a telófase I, formando duas células-filhas haploides (ALBERTS,
2002, REECE et al,2011).

Fonte: gracieteoliveira.pbworks.com

Meiose I completa:

Fonte: estudopratico.com.br
42
Meiose II
As células passam da meiose I para a meiose II sem copiar o seu DNA. A
meiose II é um processo mais curto e mais simples do que a meiose I.
As células que entram na meiose II são aquelas formadas na meiose I. Estas
células são haploides — têm apenas um cromossomo de cada par homólogo — mas
seus cromossomos ainda consistem de duas cromátides-irmãs. Na meiose II, as
cromátides-irmãs se separam, formando células haploides com cromossomos não-
duplicados (ALBERTS et al, 2002).

Prófase II
Cada uma das duas células-filhas formada na meiose I entra na prófase II.
Ocorrem os eventos clássicos, como a duplicação dos centríolos, desaparecimento
da carioteca e condensação dos cromossomos.
É mais rápida que a prófase I. Os cromossomos tornam-se mais condensados
(caso tenham descondensado na telófase I), desaparece a membrana nuclear e
forma-se o fuso acromático.

Fonte: pt.slideshare.net

43
Metáfase II
Os cromossomos ficam dispostos com os centrômeros no plano "equatorial" e
com as cromátides voltadas cada uma para seu polo, ligadas às fibrilas do fuso.

Fonte: pontobiologia.com.br

Anáfase II
Na anáfase II, duplicam-se os centrômeros, separando-se as duas cromátides
que passam a formar dois cromossomos independentes e ascendem para os polos
opostos.

Fonte: gracieteoliveira.pbworks.com

44
Telófase II
Na telófase II, as membranas nucleares formam-se novamente em torno de
cada conjunto de cromossomos, e estes se descondensam. A citocinese separa os
conjuntos de cromossomos em novas células, formando os produtos finais da meiose:
quatro células haploides nas quais cada cromossomo tem apenas uma cromátide. Em
humanos, os produtos da meiose são os espermatozoides ou os óvulos.

Fonte: slideplayer.com.br

Meiose II completa:

Fonte: infoescola.com

45
7 MUTAÇÕES

Fonte: Pixabay.com

Durante o processo de replicação do DNA ocorrem erros que, caso não sejam
corrigidos pelos mecanismos de reparação do DNA, se perpetuam na forma de
mutações. Além disso, as moléculas de DNA estão continuamente sofrendo danos
por ação de agentes físicos e químicos. Apesar de as células possuírem sofisticados
mecanismos para reparar essas lesões, umas poucas deixam de ser corrigidas e se
perpetuam na descendência. Essa baixa taxa de mutação é, no entanto, fundamental
à evolução, pois é dessa forma que surgem novos alelos.
Erros de replicação e danos no DNA acontecem nas células de nossos corpos
durante o tempo todo. Mas na maioria dos casos não ocorre mutações porque eles
geralmente, são detectados e corrigidos por mecanismos de revisão do DNA e
correção. Ou, se o dano não puder ser corrigido, a célula sofrerá morte celular
programada chamada apoptose, para evitar transmitir o DNA defeituoso.
Mutação pode ser definida como qualquer tipo de alteração na sequência
nucleotídica do DNA. Ela pode ser uma simples substituição de um par de bases, pode
ser a deleção ou inserção de uma ou algumas bases ou corresponder a alterações
maiores na estrutura de um cromossomo, como alterações de número dos
cromossomos e de estrutura de cromossomos (como, por exemplo, inversões e
translocações de segmentos cromossômicos). A estas alterações de maior escala dá-
se o nome de mutações cromossômicas.

46
Nos organismos multicelulares as mutações podem acontecer tanto em células
somáticas quanto em células germinativas. As mutações somáticas afetam apenas o
indivíduo no qual elas ocorrem, não sendo transmitidas às gerações futuras, a não
ser no caso de reprodução assexuada. Esse tipo de mutação é responsável pelo
desenvolvimento da maioria dos tipos de câncer. Já as mutações que acontecem nas
células germinativas podem ser transmitidas às gerações futuras.
As mutações acontecem, e são transmitidas para as células filhas, apenas
quando esses mecanismos falham. O câncer, por sua vez, se desenvolve apenas
quando várias mutações nos genes relacionados à divisão se acumulam na mesma
célula (HANG, 2010).

7.1 Divisão das mutações

 Mutação gênica:
Muitas mutações envolvem alterações em um único par de bases numa
determinada região do DNA (por exemplo, a substituição de um par de bases por outro
ou a duplicação ou deleção deste). Se esta mutação ocorrer dentro de um gene, este
pode mutar de uma forma alélica para outra. Tal mudança que ocorre em um gene ou
dentro dele é frequentemente chamada de mutação de ponto (SOUZA, 2013).

 Mutação cromossômica:
Segmentos de cromossomos, cromossomos inteiros, ou até conjuntos de
cromossomos podem estar envolvidos em alterações genéticas, tais como
duplicações, translocações, deleções etc. A este processo chamamos de mutação
cromossômica. A mutação gênica não está necessariamente envolvida em tal
processo e os efeitos da mutação cromossômica costumam ser devido aos novos
arranjos dos cromossomos e dos genes que ele contém (SOUZA, 2013).

7.2 Síndromes cromossômicas

A meiose pode originar gametas com um número diferente de cromossomos, o


que pode fazer com que alguns seres vivos tenham uma quantidade diferente de
cromossomos, para mais ou para menos.

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Uma das alterações cromossômicas (também chamadas de aneuploidias) mais
conhecidas é a Síndrome de Down. Nesse caso, o indivíduo tem 3 cromossomos no
par 21 ao invés de 2 cromossomos, como é o normal.
Outros exemplos de alterações são as síndromes de Klinefelter e Turner.
Nesses casos, as alterações são no par sexual de cromossomos (X ou Y). No caso
da Síndrome de Turner, a mulher ao invés de possuir dois cromossomos X ela possui
apenas um. Já na Síndrome de Klinefelter, o homem tem dois cromossomos X e um
Y (o normal é que o indivíduo tenha um de cada, XY).

Síndrome de Klinefelter x Síndrome de Turner

Fonte: alunosonline.uol.com.br Fonte: mundoeducacao.bol.uol.com.br

7.3 Tipos de mutações

A sequência de um gene pode ser alterada de diversas maneiras. Mutações


genéticas têm diferentes efeitos na saúde, dependendo de onde ocorrem e se alteram
a função de proteínas essenciais. Dessa forma a classificações das mutações é
denominada de acordo com vários fatores, como onde e de que forma ocorrem, quais
estruturas foram afetadas, etc
Como exemplo podemos citar a classificação das mutações estruturais, que se
dividem em:
 Mutações de pequena escala: como aquelas que afetam um pequeno
gene em um ou poucos nucleotídeos.
 Mutações de grande escala da estrutura do cromossomo.
48
Conhecer alguns tipos de mutações básicas pode ajudar a entender porque
algumas mutações têm efeitos enormes e outras podem não ter nenhum.

Substituição:
Uma substituição é uma mutação que troca uma base por outra (por exemplo,
a troca de uma única “letra química” como trocar um A por um G). Essa substituição
poderia, segundo Delitti et al, (2006):

I- Mudar um códon para um que codifica um aminoácido diferente e


causa pequenas mudanças na proteína produzida. Por exemplo, a
anemia falciforme é causada por uma substituição no gene da beta-
hemoglobina, o qual altera um único aminoácido na proteína
produzida.
II- Mudar um códon para um que codifica o mesmo aminoácido e não
causa mudanças na proteína produzida. Essas são chamadas de
mutações silenciosas.
III- Alterar um códon codificador de aminoácido para um códon
“finalizador” e causar uma proteína incompleta. Isso pode ter efeitos
sérios já que a proteína incompleta provavelmente não irá funcionar

Inserção:
Inserções são mutações nas quais pares de bases extras são inseridos em um
novo lugar no DNA (DELITTI et al 2006).

Deleção:
Deleções são mutações nas quais um trecho de DNA é perdido ou deletado.

Deslocamento do quadro de leitura:


De acordo com Delitti et al (2006):

Como o DNA codificador de proteínas é dividido em códons de três bases


cada, inserções e deleções podem alterar um gene a ponto de sua
mensagem perder o sentido. Essas alterações são chamadas de
deslocamento do quadro de leitura. Por exemplo, considere a frase: “Com
dor nos pés”. Cada letra representa um códon. Se deletarmos a primeira letra
e tentarmos analisar a frase da mesma maneira, não fará sentido. Em
deslocações de quadro de leitura ocorre um erro similar em nível molecular,
fazendo com que os códons sejam analisados incorretamente. Isso
geralmente produz proteínas inúteis, do mesmo modo que “Omd orn osp és”
é.

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8 MECANISMOS DE VERIFICAÇÃO E REPARO DO DNA

Fonte: Pixabay.com

Tanto as lesões no DNA (modificações químicas) como a incorporação de


nucleotídeos errados durante sua síntese são erros que precisam ser rapidamente
reparados para que não levem a mutações. Para isso, as células dispõem de inúmeros
mecanismos de reparo do DNA, especializados na correção de diferentes tipos de
alteração do DNA. Graças à extraordinária eficiência desses mecanismos de
correção, menos de uma em cada 100 mil alterações de bases no DNA tem chance
de se perpetuar, causando mutação (DEXHEIMER, 2013).
Os mecanismos de reparo dependem fundamentalmente da estrutura dupla da
molécula de DNA, no sentido de que a cadeia correta define os nucleotídeos que devem
ser introduzidos em lugar dos incorretos na cadeia lesada.
 Revisão
DNA polimerases são as enzimas que constroem o DNA nas células. Durante
a replicação do DNA (cópia), a maioria das DNA polimerases "verificam seu trabalho"
a cada base que acrescentam. Esse processo é chamado revisão. Se a polimerase
detecta que um nucleotídeo errado (incorretamente pareado) foi adicionado, ela irá
removê-lo e substituí-lo imediatamente, antes de continuar com a síntese de DNA
(BERG et al, 2012).
 Reparo por malpareamento
Vários erros são corrigidos pela revisão, mas alguns poucos escapam. Reparo
de malpareamento acontece logo após o novo DNA ter sido feito, e sua função é

50
remover e substituir as bases malpareadas (aquelas que não foram corrigidas durante
a revisão). O reparo do malpareamento também pode detectar e corrigir pequenas
inserções e deleções que ocorrem quando as polimerases "deslizam" perdendo seu
local de inserção na fita molde (DEXHEIMER, 2013).
 Mecanismos de reparo de dano no DNA
Danos ao DNA podem ocorrer em quase qualquer ponto do tempo de vida da
célula, não apenas durante a replicação. Na verdade, o DNA sofre danos todo o
tempo, por fatores externos como luz UV, produtos químicos e Raios X—sem falar
nas reações químicas espontâneas que acontecem mesmo sem agressões
ambientais (DEXHEIMER, 2013).

Os processos de reparo que ajudam a corrigir o DNA, incluem:


 Reversão direta
Algumas reações químicas danosas ao DNA podem ser diretamente "desfeitas"
por enzimas na célula.
 Reparo por excisão
Dano a uma ou a umas poucas bases do DNA é frequentemente corrigido por
remoção (excisão) e substituição da região danificada. No reparo por excisão de
base, apenas a base avariada é removida. No reparo por excisão de nucleotídeo,
como no reparo do malpareamento que vimos acima, é removido um retalho de
nucleotídeos.
 Reparo de quebra de dupla fita
Duas vias principais, a de união das extremidades não homólogas e a
recombinação homóloga são utilizadas na correção de quebras de dupla fita de DNA
(isto é, quando um cromossomo inteiro se divide em duas partes).
 Reversão de danos
Em alguns casos, a célula pode reparar a avaria do DNA pela simples reversão
da reação química que a causou. A "avaria do DNA" frequentemente envolve apenas
um grupo extra de átomos ligando-se ao DNA através de uma reação química.
Por exemplo, a guanina (G) pode sofrer uma reação que une um grupo metil
(−CH3) a um átomo de oxigênio na base. Se a guanina contendo o grupo metil não
for corrigida, irá parear com timina (T) ao invés de citosina (C) durante a replicação do
DNA. Felizmente, humanos e muitos outros organismos têm uma enzima que pode

51
remover o grupo metil, revertendo a reação e retornando a base ao normal (COOPER,
2000).
 Reparo por excisão de base
Reparo por excisão de base é um mecanismo usado para detectar e remover
certos tipos de bases danificadas. Um grupo de enzimas chamado glicosilases
desempenha um papel importante no reparo por excisão de base. Cada glicosilase
detecta e remove um tipo específico de base danificada.
Por exemplo, uma reação química chamada desaminação pode converter uma
base citosina em uracila, uma base normalmente encontrada apenas no RNA. Durante
a replicação do DNA, a uracila irá parear com adenina em vez da guanina (como faria
se a base ainda fosse citosina), assim, uma mudança de citosina para uracila não
corrigida pode levar a uma mutação (COOPER,2000).
 Reparo por excisão de nucleotídeo
Reparo por excisão de nucleotídeo é outra via usada para remover e substituir
bases danificadas. O reparo por excisão de nucleotídeo detecta e corrige tipos de
avarias que distorcem a dupla hélice de DNA. Por exemplo, esta via detecta bases
que tenham sido modificadas com grupos químicos grandes, como aqueles que ficam
ligados ao seu DNA quando ele é exposto a produtos químicos da fumaça do cigarro
(HANG, 2010).
O reparo por excisão de nucleotídeo também é usado para corrigir alguns tipos
de danos causados por radiação UV, por exemplo, quando você fica queimado de sol.
A radiação UV pode fazer as bases citosina e timina reagirem com as bases vizinhas
que também são Cs ou Ts, formando ligações que distorcem a dupla hélice e causam
erros na replicação do DNA. O tipo mais comum de ligação, um dímero de timina,
consiste de duas bases timinas que reagem uma com a outra e tornam-se unidas
quimicamente (GOODSELL, 2007).
 Reparo de quebra de fita dupla
Alguns tipos de fatores ambientais, como radiação de alta energia, podem
causar quebras na dupla hélice do DNA (dividindo o cromossomo em dois).
Quebras da dupla hélice são perigosas porque segmentos extensos de
cromossomos, e as centenas de genes que eles contêm, podem ser perdidos se a
quebra não for reparada. Dois caminhos envolvidos no reparo das quebras da hélice

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dupla de DNA são as vias da união das extremidades não homólogas e da
recombinação homóloga.
Na união de extremidades não homólogas, as duas pontas quebradas do
cromossomo são simplesmente coladas juntas novamente. Esse mecanismo de
reparo é “sujo” e normalmente envolve a perda, ou algumas vezes a adição, de uns
poucos nucleotídeos no local do corte. Assim, a união de extremidades não
homólogas tende a produzir uma mutação (ALBERTS,2002).
Na recombinação homóloga, a informação do cromossomo homólogo que
corresponde ao danificado (ou da cromátide irmã, se o DNA foi copiado) é usada para
reparar a quebra. Nesse processo, os dois cromossomos homólogos se juntam e a
região não danificada do homólogo ou da cromátide é usada como modelo para
substituir a região danificada do cromossomo quebrado. A recombinação homóloga é
“mais limpa” que a união das extremidades não homólogas e não costuma causar
mutações (KIMBALL, 2015).

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