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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3
7 MUTAÇÕES.............................................................................................. 46
10 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR....................................................... 56
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1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
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2 A BIOLOGIA MOLECULAR
Fonte: Pixabay.com
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Nobel. Revolução científica foi um título incorporado por uma parcela da comunidade
acadêmica muito mais ampla do que a dos historiadores e filósofos da ciência. O
impacto daquele fato científico, seus rápidos desdobramentos nas esferas
institucionais e educacionais, bem como na prática da pesquisa científica, pareciam
indicar uma profunda ruptura no desenvolvimento da genética (COUTINHO, 1998).
Fonte: bbc.com
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Em 1952, um experimento conhecido como o liquidificador de Alfred Hershey e
Martha Chase, ajudou a confirmar que o DNA era o material genético. Nesse
experimento, Hershey e Chase utilizaram bacteriófagos (vírus que infectam bactérias),
a bactéria E. coli e colorações a base de enxofre e fosfato radioativo. Através desse
experimento constatou-se que, o que realmente passava para o interior da bactéria, e
que era responsável pela formação dos outros fagos, era o DNA e não as proteínas.
Apesar da constatação de que o DNA desempenhava um papel imprescindível
na hereditariedade, a comunidade científica ainda relutava um pouco para considerar
que o DNA era o possuidor da informação genética.
Silva (2001), diz:
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3 A BIOLOGIA MOLECULAR E O DNA
Fonte: Pixabay.com
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Os ácidos nucleicos são as moléculas responsáveis pela hereditariedade. Os
seres vivos apresentam dois tipos de ácidos nucleicos: o ácido desoxirribonucleico
(DNA) e o ácido ribonucleico (RNA).
Tanto o DNA como o RNA são macromoléculas constituídas por algumas
centenas ou milhares de unidades ligadas entre si. As unidades são
chamadas nucleotídeos. Cada nucleotídeo é constituído de 3 partes, um grupo
fosfato, ligado a uma pentose (açúcar de 5 carbonos), que por sua vez está ligado a
uma base orgânica nitrogenada.
As bases citosina (C) e timina (T), são chamadas de pirimidinas, enquanto as
bases adenina (A) e guanina (G), são chamadas de purinas. As purinas têm uma
estrutura de anel duplo com um anel de seis membros fundido a um anel de cinco
membros. As pirimidinas são menores em tamanho; eles têm uma estrutura de anel
de seis membros.
Os nucleotídeos de DNA se reúnem em cadeias ligadas por ligações
covalentes, que se formam entre o açúcar desoxirribose de um nucleotídeo e o grupo
fosfato do próximo. Esse arranjo faz uma cadeia alternada de grupos fosfato e de
açúcar desoxirribose no polímero DNA, uma estrutura conhecida como esqueleto de
açúcar-fosfato.
Fonte: educabras.com
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3.2 Bases nitrogenadas
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Fonte: uel.br
Fonte: uel.br
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lipídios e proteínas, compõem o grupo de substâncias indispensáveis para todas as
formas de vida.
Fonte: resumos.mesalva.com
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Diferenças entre DNA e RNA
Fonte: sobiologia.com.br
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DNA RNA
O DNA, ou ADN em português, é um RNA é um ácido
composto orgânico cujas moléculas nucleico responsável
contêm as instruções genéticas que pela síntese de
coordenam o desenvolvimento e proteínas da célula.
funcionamento de todos os seres As várias formas de
vivos e de alguns vírus. RNA sintetizam essas
Os genes do DNA são expressos proteínas de acordo com
Definição através das proteínas que seus as informações contidas
nucleotídeos produzem com a ajuda no DNA
do RNA
Significado Ácido desoxirribonucleico Ácido ribonucleico
Armazenar informação genética, Sintetizar proteínas e
controlar atividade celular e produzir transferir informação do
Função RNA DNA até o local de
síntese de proteínas na
célula
Duas cadeias helicoidais. Suas Uma cadeia. Possui
cadeias são longas e possuem cadeia curta com
Estrutura milhares de nucleótidos centenas de nucleótidos
Tipo de
açúcar Açúcar desoxirribose
(pentose) Açúcar ribose
As bases são citosina, guanina, As bases são citosina,
Bases adenina e timina guanina, adenina e
nitrogenadas uracila
Estabilidade Muito estável Pouco estável
química
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Apresenta uma forma básica Pode ser mensageiro,
Forma transportador ou
ribossômico
Varia de acordo com o
tipo de RNA, podendo
Localização O DNA é encontrado no núcleo de ser encontrado no
uma célula. Existe também o DNA núcleo de uma célula, no
mitocondrial, que se encontra na citoplasma e no
mitocôndria ribossomo
O DNA é autorreplicante O RNA é sintetizado a
Replicação partir do DNA
Tipos de RNA
Existem três tipos de RNA: mensageiro (RNAm), ribossômico (RNAr) e
transportador (RNAt).
RNA mensageiro
O RNA mensageiro é a molécula responsável por levar as informações
genéticas do DNA para o citoplasma.
Quando uma célula requer a produção de determinada proteína, o DNA inicia
o processo de transcrição, através do qual o código genético é copiado, sintetizando
assim uma tira de RNAm. Esse RNA funciona como uma cópia móvel do DNA que
leva a mensagem ao citoplasma e informa o tipo de proteína que deve ser produzida.
RNA ribossômico
O RNA ribossômico (ou ribossomal) é a substância que compõe
aproximadamente 60% do ribossomo, organela na qual ocorre a síntese de proteína.
Sua função é auxiliar na tradução da informação trazida pelo RNA mensageiro.
O RNA ribossômico é sintetizado em uma região densa localizada no núcleo
da célula, chamada nucléolo. Por ser o principal componente do ribossomo, o RNAr é
essencial para todas as funções da organela, sobretudo para o pareamento correto
entre o RNA mensageiro e o RNA transportador.
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RNA transportador
O RNA transportador (ou de transferência) é a molécula responsável por levar
aminoácidos ao ribossomo a fim de auxiliar na síntese de proteínas.
Quando o RNA mensageiro informa o tipo de proteína que deve ser produzida,
o RNA ribossômico auxilia no repasse da informação para o RNA transportador. Com
base nos códons (sequência de três bases nitrogenadas), o código genético é
identificado e o RNAt se encarrega de transportar aminoácidos compatíveis para a
produção da proteína.
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quando falamos em alelo A¹, A² ou a, isto significa que o gene A é capaz de – por meio
de seus diferentes alelos – codificar um mesmo peptídeo com pequenas diferenças
em sua composição de aminoácidos. Essas diferenças podem resultar em alterações
no funcionamento ou na expressão desses peptídeos, o que pode acabar modificando
o fenótipo dos indivíduos.
Replicação do DNA
Os mecanismos básicos da replicação do DNA são semelhantes entre os
organismos. A replicação do DNA é semiconservativa, ou seja, cada fita na dupla
hélice atua como modelo para a síntese de uma nova fita complementar. Esse
processo tem início com uma molécula e leva a formação de duas moléculas "filhas",
cada uma com uma dupla hélice recém-formada contendo uma fita nova e uma velha.
O novo DNA é feito por enzimas denominadas DNA polimerases, que
necessitam de um molde e um primer (iniciador) e sintetizam DNA na direção 5' para
3'.
Durante a replicação do DNA, uma nova fita (fita líder) é feita como uma peça
contínua. A outra (fita tardia) é feita em pequenas partes. A replicação do DNA requer
outras enzimas além da DNA polimerase, incluindo DNA primase, DNA helicase, DNA
ligase, e topoisomerase.
A replicação do DNA envolve três etapas:
Iniciação;
Ampliação ou alongamento;
Término.
Para que a síntese de DNA ocorra, são necessários dois substratos
fundamentais: desoxinucleosídeos trifosfatados e uma junção iniciador: molde.
O DNA começa a ser sintetizado pela extensão de extremidade 3’ do iniciador.
Essa é uma característica universal do DNA e do RNA. A fita molde irá orientar qual
dos quatro nucleosídeos trifosfatados será adicionado. As duas fitas possuem uma
orientação antiparalela, o que significa que a fita molde para a síntese de DNA tem
orientação oposta à fita de DNA que está sendo sintetizada (SNUSTAD, SIMMONS,
2008).
A síntese do DNA é catalisada pela enzima DNA-polimerase. Ela utiliza um
único sítio ativo para catalisar a síntese do DNA. O pareamento correto das bases é
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necessário para que a DNA-polimerase catalise a adição do nucleotídeo. Ambas as
fitas do DNA são sintetizadas juntas na forquilha de replicação, com orientação
antiparalela (WATSON, et al 2006).
Durante o processo de replicação, as pontes de hidrogênio são catalizadas e
os nucleosídeos livres unem-se a elas, respeitando sempre a regra do
emparelhamento: Adenina-Timina, Citosina-Guanina. À medida que se encaixam nas
cadeias do DNA, vão formando duas novas cadeias, obedecendo a regra da
replicação semiconservativa.
Fonte: infoescola.com
Em sua maioria, os erros são rapidamente removidos e corrigidos por uma série
de enzimas do sistema de reparo do DNA que primeiro reconhecem que filamento na
dupla hélice recém-sintetizada contém a base incorreta e então a substitui pela base
complementar correta. A replicação do DNA precisa ser um processo extremamente
preciso, pois a carga de mutação sobre um organismo é intolerável, embora ocorra a
uma taxa de menos de uma mutação de par de bases por divisão celular (WATSON,
et al 2006).
Do ponto de vista da genética médica molecular, seria possível, grosso modo,
chamar de mutação toda alteração do código genético que tem uma doença como
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consequência final. No entanto, esse conceito não é aceito pelas comunidades
científicas nos dias atuais.
Segundo Werneck et al (2014):
Transcrição
O primeiro obstáculo encontrado na etapa inicial do processo de transcrição é
a diferença de localização entre a informação genética e toda a maquinaria de
produção proteica.
Werneck, et al (2014), descreve esse processo:
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Fonte: foconoenem.com
Tradução
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4 CÉLULAS PROCARIONTES E CÉLULAS EUCARIONTES
Fonte: Pixabay.com
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Os organismos formados por células procariontes são as bactérias,
cianobactéria e as arqueobactérias. Os seres formados por células eucariontes são
todos os outros: protistas, fungos, animais e plantas.
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O citoplasma da célula procarionte é desprovido de citoesqueleto e a forma
dessas células é mantida somente pela rigidez da parede celular. De um
modo geral, a células procariontes são capazes de locomoverem-se
principalmente através de flagelos. Esses flagelos possuem estrutura mais
simples que os flagelos das células eucariontes, mas são capazes de
fornecer velocidade incrível à célula. Algumas bactérias são capazes de
moverem-se cerca de 50μm a cada segundo, ou seja, 50 vezes ou seu
tamanho a cada segundo, se considerarmos uma célula de 1 μm de
diâmetro.
Fonte: flogao.com.br
Fonte: Pixabay.com
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Habilidade em armazenar a informação genética, habilidade para transferir
uma cópia fiel desta informação para as células filhas e estabilidade física e
química possibilitando que a informação possa ser estocada por longos
períodos de tempo.
Fonte: Pixabay.com
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Fonte: aprendaki.webcindario.com
O código genético forma os modelos hereditários dos seres vivos. É nele que
está toda a informação que rege a sequência dos aminoácidos codificada pelo
encadeamento de nucleotídeos. Ele permite à célula converter sequências de bases
de DNA em cadeias polipeptídicas. Existem 20 diferentes aminoácidos que devem ser
especificados durante o processo de síntese de proteínas por algum tipo de
combinação das quatro diferentes bases existentes do DNA.
Códons
Os códons correspondem a uma sequência de três bases nitrogenadas de
RNA-m que codificam um determinado aminoácido ou que indicam o ponto de início
ou fim do processo de tradução de uma cadeia de RNA mensageiro.
No código genético existem códons de finalização (UAA, UGA e UAG) que
indicam à célula que a sequência de aminoácidos destinada àquela proteína acaba
ali. Existe ainda um códon de iniciação (AUG) que indica que a sequência de
aminoácidos da proteína começa a ser codificada ali. Este códon (AUG) codifica o
aminoácido Metionina (Met) de forma que todas as proteínas começam com o
aminoácido Met.
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Fonte: aprendendobiologia.com.br
Genes
É a unidade fundamental da hereditariedade. Ele compreende a região da
molécula de DNA (ácido desoxirribonucleico), contendo em seu segmento uma
instrução gênica codificada através de bases nitrogenadas (adenina, guanina, citosina
e timina), que pela expressão transcrita (formação de moléculas de RNA) coordena
indiretamente a síntese (tradução) de um polipeptídeo (uma proteína).
Cada gene é formado por uma sequência específica de ácidos nucléicos - as
biomoléculas mais importantes do controle celular, pois contêm a informação
genética. Existem dois tipos de ácidos nucléicos: ácido desoxirribonucleico (DNA) e
ácido ribonucleico (RNA) (SADLER, 2001).
Fonte: netnature.wordpress.com
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Cromossomos
Todo o DNA de uma célula não se concentra em um único cromossomo. Cada
espécie tem um número determinado de cromossomos. A espécie humana tem um
total de 46 cromossomos, sendo dois de cada tipo, totalizando 23 pares, presentes
nos núcleos de cada célula. Na verdade, temos dois cromossomos de cada tipo, ou
seja, eles formam duplas.
Como a fita de DNA é muito longa, ela poderia atrapalhar na hora da divisão
celular. Por isso o DNA se condensa, formando as estruturas que chamamos
de cromossomos. Eles nada mais são do que o DNA altamente condensado. São
filamentos espiralados de cromatina, existente no suco nuclear de todas as células.
Cada cromossomo é formado por moléculas bifilamentares de DNA e de
diversas proteínas. Além do DNA e das proteínas, o RNA também podem estar
associados aos cromossomos. Os cromossomos das células eucarióticas são
geralmente maiores e mais complexos do que os cromossomos das células
procarióticas (SNUSTAD, SIMONNS, 2013).
De acordo com Stansfield et al (2017):
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chamadas cromátides-irmãs. As cromátides-irmãs são idênticas entre si e estão
ligadas uma a outra por proteínas chamadas coesinas. A ligação entre as cromátides-
irmãs é mais firme no centrômero, uma região do DNA que é importante para a
separação das cromátides durante estágios posteriores da divisão celular (SCITABLE,
2014).
Enquanto as cromátides-irmãs estão ligadas pelo centrômero, elas ainda são
consideradas como sendo um único cromossomo. No entanto, tão logo elas se
separam durante a divisão celular, cada uma é considerada um cromossomo avulso.
Fonte: sobiologia.com.br
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Fonte: todoestudo.com.br
Cromatina
Snustad e Simonns, (2013), explicam:
Fonte: tiraojaleco.com.br
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Existem dois tipos de cromatina:
Eucromatina: é menos condensada. Consiste em DNA ativo, que se pode
expressar como proteínas.
Heterocromatina: é mais condensada. É rica em sequências repetidas de DNA
e em elementos transponíveis e tem poucos genes codificadores de proteínas.
6 DIVISÃO CELULAR
Fonte: Pixabay.com
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6.1 Funções da mitose e meiose
Ciclo Celular é o conjunto de fases que uma célula passa com o intuito de
duplicar-se, dando origem a duas células novas. Ele compreende duas fases:
a intérfase, que é uma fase de preparação, e o Período de Divisão Celular que é a
própria mitose (fase mitótica).
A mitose é um processo de divisão celular, já que, a partir de uma célula
formada, originam-se duas células com a mesma composição genética (mesmo
número e tipo de cromossomos), mantendo assim inalterada a composição e teor
de DNA característico da espécie (exceto se ocorrer uma mutação). Este processo de
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divisão celular é comum a todos os seres vivos, desde animais e plantas
multicelulares, até organismos unicelulares (STANSFIELD et al, 2017).
Intérfase
Nessa fase, material genético se prepara para a mitose. A intérfase é o
momento entre duas divisões celulares seguidas. Nesse momento, os filamentos
cromossômicos continuam descondensados dentro do núcleo, o que constitui
a cromatina. Esta fase é o período do ciclo celular, onde a célula aumenta o seu
volume e duplica os seus cromossomos.
Ela divide-se em três fases:
G1: fase de crescimento e síntese de RNA e proteínas);
S: fase em que o DNA é replicado);
G2: continuação da síntese de proteínas de polimerização microtubular.
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Fonte: qieducacao.com
Fonte: ciclocelular.com.br
3) G2 Intervalo ou Pré-mitótico
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Ocorre desde o final da síntese de DNA até o início da mitose, com a síntese
de biomoléculas essenciais à divisão celular. Há um aumento da síntese de proteínas,
e como consequência, um maior gasto de energia. É nessa fase em que há a
produção das substâncias necessárias para a formação de células-filhas e organelas,
e a duplicação dos centríolos (o que implica a formação de dois pares), se a célula for
animal.
Fonte: maisbiogeologia.blogspot.com
6.3 Mitose
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1) Prófase
Quando a mitose começa em uma célula diploide, os cromossomos e o
centrossomo estão duplicados. Na prófase, o condensamento dos cromossomos
começa. Os cromossomos são constituídos por dois cromatídios, que são unidos pelo
centrômero. Eles são chamados de cromossomos dicromatídeos (CALVO, 2004).
Logo depois, os centríolos são deslocados para os polos opostos. Nesse
momento, a formação do fuso acromático (ou fuso mitótico) é iniciada. O invólucro
nuclear é desorganizado e os nucléolos desaparecem. Essa fase é fundamental para
que a divisão dos cromossomos aconteça.
Fonte: docplayer.com.br
Prometáfase
A dissolução do envelope nuclear em fragmentos e seu desaparecimento
marca o início da segunda fase da mitose, a prometáfase. Os microtúbulos que
emergem dos centrossomas nos pólos do aparelho mitótico atingem
os cromossomas, agora condensados.
Na região do centrómero, cada cromátide irmã possui uma estrutura proteica
denominada cinetócoro. Alguns dos microtúbulos do aparelho ligam-se ao cinetócoro,
arrastando os cromossomas. Outros microtúbulos do aparelho fazem contacto com os
microtúbulos vindos do pólo oposto. As forças exercidas por motores proteicos
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associados a estes microtúbulos do aparelho movem o cromossoma até ao centro da
célula. Já se tornam visíveis por meio do microscópio óptico (KARP, 2008).
Fonte: pontobiologia.com.br
2) Metáfase
A metáfase é a fase mitótica em que os centrômeros dos cromossomos estão
ligados às fibras cinetocóricas que provêm dos centríolos, que se ligam
aos microtúbulos do fuso mitótico. É a fase mais estável da mitose (BOLSOVER et al,
2004).
Os cromatídeos tornam-se bem visíveis e logo em seguida partem-se para o
início da anáfase. É nesta altura da mitose que os cromossomos condensados
alinham-se no centro da célula, formando a chamada placa metafásica ou placa
equatorial, antes de terem seus centrômeros duplicados e da ocorrência do
encurtamento das fibras cinetocóricas pelas duas células-filhas, fazendo com que
cada cromátide-irmã vá para cada polo das células em formação (PANNO, 2005).
Ocorre a duplicação dos centrômeros no final da metáfase e no início da
anáfase.
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Fonte: pontobiologia.com.br
3) Anáfase
Durante essa fase, o centrômero é duplicado. Dois cromatoplastídeos são
separados e passam a formar dois cromossomos independentes. As fibrilas ligadas a
estes dois cromossomos encolhem, o que faz com que estes se afastem e migrem
para polos opostos da célula - ascensão polar dos cromossomos-filhos. O que leva a
que no final, em ambos os polos haja o mesmo número de cromossomos, com o
mesmo conteúdo genético e igual ao da célula mãe.
Fonte: pontobiologia.com.br
4) Telófase
Na Telófase os cromossomos se descondensam, os cromossomos filhos estão
presentes nos dois polos da célula e uma nova membrana nuclear organiza-se ao
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redor de cada conjunto cromossômico. Com a descondensação, os cromossomos
retornam à atividade, voltando a produzir RNA, e os nucléolos reaparecem
(SPERELAKIS et al, 2001).
Durante a telófase, os cromossomos descondensam tornando-se menos
visíveis. O invólucro nuclear reorganiza-se em torno de cada conjunto de
cromossomos e reaparecem os nucléolos. O fuso acromático desaparece e dá-se por
concluída a cariocinese. No final da Telófase inicia-se o processo de Citocinese.
Fonte: pontobiologia.com.br
Citocinese
A Citocinese é a divisão do citoplasma que permite que as células-filhas sejam
individualizadas. Nas células animais se formam, na zona equatorial, um anel com
filamentos de proteínas. Eles se contraem e puxam a membrana para dentro levando
de início ao aparecimento de um sulco de clivagem que vai estrangulando o
citoplasma, até se separarem as duas células-filhas. Como a divisão é feita em forma
de "estrangulamento", é chamada de citocinese centrípeta.
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Fonte: ciclocelular.com.br
6.4 Meiose
Meiose I
Antes de entrar na meiose I, a célula precisa primeiro passar pela intérfase.
Como na mitose, a célula cresce durante a fase G1, copia todos os seus cromossomos
na fase S e se prepara para a divisão durante a fase G2.
Prófase I
Como na mitose, os cromossomos começam a se condensar, mas na meiose
I, eles também pareiam. Cada cromossomo cuidadosamente se alinha com o seu par
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homólogo, de forma que os dois se combinem ao longo de suas porções
correspondentes por todo seu comprimento (RAVEN, 2015).
Ocorre o emparelhamento dos cromossomos homólogos (sinapse ou complexo
sinaptonémico), formando um bivalente, ou tétrada cromatídica (4 cromatídios). Os
cromossomos homólogos trocam partes do seu DNA um com o outro. Esse processo
é denominado de crossing-over, que é facilitado por uma estrutura proteica, chamada
de complexo sinaptonêmico, que mantém os homólogos juntos, e contribui para o
aumento da variabilidade dos descendentes.
Fonte: querobolsa.com.br
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Metáfase I
Nessa fase ocorre o desaparecimento da membrana nuclear, forma-se um fuso
e os cromossomos pareados se alinham no plano equatorial da célula com seus
centrômeros orientados para pólos diferentes.
Fonte: universiaenem.com.br
Anáfase I
Ocorre a separação dos cromossomos homólogos, que são puxados para
polos opostos da célula. Contudo, as cromátides-irmãs de cada cromossomo
permanecem unidas uma a outra e não se separam.
Fonte: planetabiologia.com
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Telófase I
Ocorre a descondensação do nucléolo e formação de dois núcleos com metade
do número de cromossomos. Os cromossomos chegam aos polos opostos da célula.
Em alguns organismos, a membrana nuclear se reorganiza e os cromossomos se
descondensam, mas em outros, esta etapa é pulada — já que as células rapidamente
vão entrar em outro ciclo de divisão, a meiose II. A citocinese geralmente ocorre ao
mesmo tempo que a telófase I, formando duas células-filhas haploides (ALBERTS,
2002, REECE et al,2011).
Fonte: gracieteoliveira.pbworks.com
Meiose I completa:
Fonte: estudopratico.com.br
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Meiose II
As células passam da meiose I para a meiose II sem copiar o seu DNA. A
meiose II é um processo mais curto e mais simples do que a meiose I.
As células que entram na meiose II são aquelas formadas na meiose I. Estas
células são haploides — têm apenas um cromossomo de cada par homólogo — mas
seus cromossomos ainda consistem de duas cromátides-irmãs. Na meiose II, as
cromátides-irmãs se separam, formando células haploides com cromossomos não-
duplicados (ALBERTS et al, 2002).
Prófase II
Cada uma das duas células-filhas formada na meiose I entra na prófase II.
Ocorrem os eventos clássicos, como a duplicação dos centríolos, desaparecimento
da carioteca e condensação dos cromossomos.
É mais rápida que a prófase I. Os cromossomos tornam-se mais condensados
(caso tenham descondensado na telófase I), desaparece a membrana nuclear e
forma-se o fuso acromático.
Fonte: pt.slideshare.net
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Metáfase II
Os cromossomos ficam dispostos com os centrômeros no plano "equatorial" e
com as cromátides voltadas cada uma para seu polo, ligadas às fibrilas do fuso.
Fonte: pontobiologia.com.br
Anáfase II
Na anáfase II, duplicam-se os centrômeros, separando-se as duas cromátides
que passam a formar dois cromossomos independentes e ascendem para os polos
opostos.
Fonte: gracieteoliveira.pbworks.com
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Telófase II
Na telófase II, as membranas nucleares formam-se novamente em torno de
cada conjunto de cromossomos, e estes se descondensam. A citocinese separa os
conjuntos de cromossomos em novas células, formando os produtos finais da meiose:
quatro células haploides nas quais cada cromossomo tem apenas uma cromátide. Em
humanos, os produtos da meiose são os espermatozoides ou os óvulos.
Fonte: slideplayer.com.br
Meiose II completa:
Fonte: infoescola.com
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7 MUTAÇÕES
Fonte: Pixabay.com
Durante o processo de replicação do DNA ocorrem erros que, caso não sejam
corrigidos pelos mecanismos de reparação do DNA, se perpetuam na forma de
mutações. Além disso, as moléculas de DNA estão continuamente sofrendo danos
por ação de agentes físicos e químicos. Apesar de as células possuírem sofisticados
mecanismos para reparar essas lesões, umas poucas deixam de ser corrigidas e se
perpetuam na descendência. Essa baixa taxa de mutação é, no entanto, fundamental
à evolução, pois é dessa forma que surgem novos alelos.
Erros de replicação e danos no DNA acontecem nas células de nossos corpos
durante o tempo todo. Mas na maioria dos casos não ocorre mutações porque eles
geralmente, são detectados e corrigidos por mecanismos de revisão do DNA e
correção. Ou, se o dano não puder ser corrigido, a célula sofrerá morte celular
programada chamada apoptose, para evitar transmitir o DNA defeituoso.
Mutação pode ser definida como qualquer tipo de alteração na sequência
nucleotídica do DNA. Ela pode ser uma simples substituição de um par de bases, pode
ser a deleção ou inserção de uma ou algumas bases ou corresponder a alterações
maiores na estrutura de um cromossomo, como alterações de número dos
cromossomos e de estrutura de cromossomos (como, por exemplo, inversões e
translocações de segmentos cromossômicos). A estas alterações de maior escala dá-
se o nome de mutações cromossômicas.
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Nos organismos multicelulares as mutações podem acontecer tanto em células
somáticas quanto em células germinativas. As mutações somáticas afetam apenas o
indivíduo no qual elas ocorrem, não sendo transmitidas às gerações futuras, a não
ser no caso de reprodução assexuada. Esse tipo de mutação é responsável pelo
desenvolvimento da maioria dos tipos de câncer. Já as mutações que acontecem nas
células germinativas podem ser transmitidas às gerações futuras.
As mutações acontecem, e são transmitidas para as células filhas, apenas
quando esses mecanismos falham. O câncer, por sua vez, se desenvolve apenas
quando várias mutações nos genes relacionados à divisão se acumulam na mesma
célula (HANG, 2010).
Mutação gênica:
Muitas mutações envolvem alterações em um único par de bases numa
determinada região do DNA (por exemplo, a substituição de um par de bases por outro
ou a duplicação ou deleção deste). Se esta mutação ocorrer dentro de um gene, este
pode mutar de uma forma alélica para outra. Tal mudança que ocorre em um gene ou
dentro dele é frequentemente chamada de mutação de ponto (SOUZA, 2013).
Mutação cromossômica:
Segmentos de cromossomos, cromossomos inteiros, ou até conjuntos de
cromossomos podem estar envolvidos em alterações genéticas, tais como
duplicações, translocações, deleções etc. A este processo chamamos de mutação
cromossômica. A mutação gênica não está necessariamente envolvida em tal
processo e os efeitos da mutação cromossômica costumam ser devido aos novos
arranjos dos cromossomos e dos genes que ele contém (SOUZA, 2013).
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Uma das alterações cromossômicas (também chamadas de aneuploidias) mais
conhecidas é a Síndrome de Down. Nesse caso, o indivíduo tem 3 cromossomos no
par 21 ao invés de 2 cromossomos, como é o normal.
Outros exemplos de alterações são as síndromes de Klinefelter e Turner.
Nesses casos, as alterações são no par sexual de cromossomos (X ou Y). No caso
da Síndrome de Turner, a mulher ao invés de possuir dois cromossomos X ela possui
apenas um. Já na Síndrome de Klinefelter, o homem tem dois cromossomos X e um
Y (o normal é que o indivíduo tenha um de cada, XY).
Substituição:
Uma substituição é uma mutação que troca uma base por outra (por exemplo,
a troca de uma única “letra química” como trocar um A por um G). Essa substituição
poderia, segundo Delitti et al, (2006):
Inserção:
Inserções são mutações nas quais pares de bases extras são inseridos em um
novo lugar no DNA (DELITTI et al 2006).
Deleção:
Deleções são mutações nas quais um trecho de DNA é perdido ou deletado.
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8 MECANISMOS DE VERIFICAÇÃO E REPARO DO DNA
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remover e substituir as bases malpareadas (aquelas que não foram corrigidas durante
a revisão). O reparo do malpareamento também pode detectar e corrigir pequenas
inserções e deleções que ocorrem quando as polimerases "deslizam" perdendo seu
local de inserção na fita molde (DEXHEIMER, 2013).
Mecanismos de reparo de dano no DNA
Danos ao DNA podem ocorrer em quase qualquer ponto do tempo de vida da
célula, não apenas durante a replicação. Na verdade, o DNA sofre danos todo o
tempo, por fatores externos como luz UV, produtos químicos e Raios X—sem falar
nas reações químicas espontâneas que acontecem mesmo sem agressões
ambientais (DEXHEIMER, 2013).
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remover o grupo metil, revertendo a reação e retornando a base ao normal (COOPER,
2000).
Reparo por excisão de base
Reparo por excisão de base é um mecanismo usado para detectar e remover
certos tipos de bases danificadas. Um grupo de enzimas chamado glicosilases
desempenha um papel importante no reparo por excisão de base. Cada glicosilase
detecta e remove um tipo específico de base danificada.
Por exemplo, uma reação química chamada desaminação pode converter uma
base citosina em uracila, uma base normalmente encontrada apenas no RNA. Durante
a replicação do DNA, a uracila irá parear com adenina em vez da guanina (como faria
se a base ainda fosse citosina), assim, uma mudança de citosina para uracila não
corrigida pode levar a uma mutação (COOPER,2000).
Reparo por excisão de nucleotídeo
Reparo por excisão de nucleotídeo é outra via usada para remover e substituir
bases danificadas. O reparo por excisão de nucleotídeo detecta e corrige tipos de
avarias que distorcem a dupla hélice de DNA. Por exemplo, esta via detecta bases
que tenham sido modificadas com grupos químicos grandes, como aqueles que ficam
ligados ao seu DNA quando ele é exposto a produtos químicos da fumaça do cigarro
(HANG, 2010).
O reparo por excisão de nucleotídeo também é usado para corrigir alguns tipos
de danos causados por radiação UV, por exemplo, quando você fica queimado de sol.
A radiação UV pode fazer as bases citosina e timina reagirem com as bases vizinhas
que também são Cs ou Ts, formando ligações que distorcem a dupla hélice e causam
erros na replicação do DNA. O tipo mais comum de ligação, um dímero de timina,
consiste de duas bases timinas que reagem uma com a outra e tornam-se unidas
quimicamente (GOODSELL, 2007).
Reparo de quebra de fita dupla
Alguns tipos de fatores ambientais, como radiação de alta energia, podem
causar quebras na dupla hélice do DNA (dividindo o cromossomo em dois).
Quebras da dupla hélice são perigosas porque segmentos extensos de
cromossomos, e as centenas de genes que eles contêm, podem ser perdidos se a
quebra não for reparada. Dois caminhos envolvidos no reparo das quebras da hélice
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dupla de DNA são as vias da união das extremidades não homólogas e da
recombinação homóloga.
Na união de extremidades não homólogas, as duas pontas quebradas do
cromossomo são simplesmente coladas juntas novamente. Esse mecanismo de
reparo é “sujo” e normalmente envolve a perda, ou algumas vezes a adição, de uns
poucos nucleotídeos no local do corte. Assim, a união de extremidades não
homólogas tende a produzir uma mutação (ALBERTS,2002).
Na recombinação homóloga, a informação do cromossomo homólogo que
corresponde ao danificado (ou da cromátide irmã, se o DNA foi copiado) é usada para
reparar a quebra. Nesse processo, os dois cromossomos homólogos se juntam e a
região não danificada do homólogo ou da cromátide é usada como modelo para
substituir a região danificada do cromossomo quebrado. A recombinação homóloga é
“mais limpa” que a união das extremidades não homólogas e não costuma causar
mutações (KIMBALL, 2015).
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9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALBERTS, Bruce et al. Biologia molecular da célula. Artmed Editora. Porto Alegre.
2010.
COOPER, G. M. DNA repair. In The cell: A molecular approach (2nd ed.). Sunderland,
MA: Sinauer Associates. 2000.
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Jersey: John Wiley. p. 586-587. 2008.
OTY, I.O. Revisão da estrutura e função do DNA para compreensão das técnicas
de PCR e real time PCR e sua aplicabilidade na pesquisa de microrganismos em
alimentos de origem animal. Brasília-DF. 2011.
PANNO, J. The Cell. Evolution of the First Organism. New York: Facts on File.
p. 69. 2005.
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STANSFIELD, William D.; COLOMÉ, Jaime S.; CANO, Raúl J. Molecular and Cell
Biology. New York: McGraw-Hill. p. 32-33.
10 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
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