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No começo do capítulo, é mencionado um grande marco na história da ciência em 2001: a publicação do

sequenciamento do genoma humano pelas revistas científicas Nature e Science. Esse avanço foi resultado de
anos de trabalho do Projeto Genoma Humano, que impulsionou o desenvolvimento de tecnologias mais eficientes e
acessíveis para analisar genomas. Graças a isso, muitas outras espécies tiveram seus genomas sequenciados, o
que levou a grandes progressos na Genética.

O texto também fala sobre como a Genética tornou realidade aquilo que antes era considerado ficção
científica. Por exemplo, agora podemos transferir genes humanos para plantas e animais para produzir
proteínas humanas em vegetais e secretar proteínas humanas em seu leite. Outras aplicações importantes
incluem a manipulação de bactérias para produzir proteínas utilizadas em pesquisa científica e medicamentos e a
inserção de genes humanos em porcos para gerar linhagens aptas a fornecer órgãos para transplantes com
menor risco de rejeição.

O texto destaca a precisão e sensibilidade das técnicas atuais de análise de DNA para testes de
paternidade e investigações criminais, bem como a sua utilização pelos antropólogos e historiadores para
estudar relações entre populações ao redor do mundo e para compreender as relações de parentesco e a
organização social de civilizações antigas.

O pesquisador David Baltimore e a importância de adquirir conhecimentos científicos para compreender


e aplicar os avanços na área são mencionados, assim como a visão de Jacob Bronowski sobre a importância da
educação científica para uma participação social consciente e responsável.

O conceito de gene é discutido ao longo do capítulo, desde a sua criação em 1909 por Wilhelm Ludvig
Johannsen até a sua evolução ao longo do tempo em consonância com os avanços genéticos. O texto salienta que
é importante manter o termo "gene" por razões práticas, já que abolir este conceito pode gerar mais problemas
do que soluções. É apresentada uma definição que incorpora dados moleculares sem comprometer a visão
tradicional: um gene é um segmento de DNA com informações para a síntese de um polipeptídeo ou de um RNA.

Além disso, o texto apresenta o processo pelo qual os éxons são unidos após a remoção dos introns e
aborda os problemas decorrentes do melhoramento genético, como a redução da variabilidade genética em
linhagens selecionadas, que pode torná-las mais vulneráveis a alterações ambientais. O texto também menciona
o conceito de heterose ou vigor híbrido, com aplicação significativa na agricultura, e a Engenharia Genética, um
conjunto de técnicas para manipular o DNA.

Bactérias e vírus se tornaram os principais organismos utilizados na Engenharia Genética devido à sua
relativa simplicidade e habilidade de se reproduzir rapidamente. Uma única bactéria pode se duplicar a cada 20
ou 30 minutos, gerando uma grande quantidade de descendentes geneticamente iguais em um curto período de
tempo, formando o que os cientistas chamam de cópia.
A descoberta das enzimas de restrição, que cortam moléculas de DNA em pontos específicos, foi um
marco na Genética. Essas enzimas agem como "tesouras" moleculares, permitindo que os cientistas cortem o
DNA de forma controlada e previsível. Isso possibilitou a análise do material genético de maneiras antes
impossíveis.

A ação das enzimas de restrição produz fragmentos de DNA que, quando analisados, revelam um
padrão característico para cada molécula de DNA. Isso abriu caminho para a identificação de indivíduos
através da análise dos fragmentos de DNA, após o corte pelas enzimas de restrição.

Além disso, o texto menciona a ampliação do significado dos termos "cópia" e "clonagem", que agora são
utilizados em contextos além da biologia, como na replicação de telefones celulares e cartões de crédito. Isso
destaca como os avanços científicos têm impacto direto na vida cotidiana das pessoas.

Neste trecho, o livro descreve o processo de eletroforese como uma técnica para analisar fragmentos de
DNA produzidos pela ação de enzimas de restrição. A eletroforese envolve a colocação dos fragmentos de DNA
em uma matriz de gel imersa em uma solução tampão, submetendo-a a uma corrente elétrica. Os fragmentos,
que têm carga negativa devido à ionização de grupos fosfatos, movem-se em direção ao polo positivo,
atravessando o gel como se estivessem em uma corrida de obstáculos. Fragmentos menores se deslocam mais
rapidamente.

Após a eletroforese, os fragmentos de DNA de tamanhos semelhantes se agrupam em faixas distintas


na placa de gel, formando um padrão característico. O uso de corantes, como o brometo de etídio, permite
visualizar essas faixas sob luz ultravioleta. As fotografias do gel sob essa luz permitem aos pesquisadores
registrar a posição e a espessura de cada faixa, criando um padrão parecido com um código de barras.

A combinação das técnicas de corte por enzimas de restrição e eletroforese torna possível a
identificação precisa do DNA de cada indivíduo, o que teve um grande impacto na investigação criminal e no
sistema judiciário.

Em seguida, o texto introduz o conceito de clonagem do DNA, utilizando plasmídios como vetores.
Plasmídios são pequenas moléculas circulares de DNA presentes nas bactérias, que não são essenciais para sua
sobrevivência, mas podem fornecer vantagens, como resistência a antibióticos. Os plasmídios podem se
multiplicar independentemente do cromossomo bacteriano e são transmitidos às células filhas durante a divisão
celular.

Os pesquisadores Cohen e Boyer realizaram um experimento em que cortaram plasmídios em um ponto


específico e inseriram neles um segmento de DNA de outra origem usando enzimas de restrição e ligases. O
resultado foi um plasmídio recombinante, que foi incorporado por bactérias vivas através da transformação
bacteriana. As bactérias transformadas multiplicaram-se normalmente, gerando cópias idênticas do plasmídio
recombinante.

Essa técnica de multiplicação de DNA através da clonagem molecular permitiu a obtenção de clones
moleculares, constituídos por bilhões de bactérias idênticas, cada uma com cópias do DNA recombinante.

Neste trecho, o livro aborda a clonagem de DNA utilizando bacteriófagos como vetores. Os
bacteriófagos são vírus que se multiplicam em bactérias. Eles possuem uma estrutura composta por uma
"cabeça" e uma "cauda", e dentro da cabeça está o cromossomo do fago, que é uma molécula de DNA de cadeia
dupla compactada.
Quando um fago encontra uma bactéria hospedeira, ele se fixa à parede da bactéria e injeta seu DNA
no interior da célula. A cabeça e a cauda do fago permanecem fora da célula. Dentro da bactéria, o DNA do
fago começa a se multiplicar, produzindo cópias idênticas ao DNA original e comandando a síntese de proteínas
virais. Após um curto período, a bactéria infectada se rompe, liberando novos fagos.

O fago lambda é um dos bacteriófagos mais utilizados como vetor de clonagem molecular. Todos os seus
genes estão mapeados e se conhece a sequência exata em que cada um deles se ativa após a introdução do DNA
viral na bactéria. O fago lambda possui genes essenciais e não essenciais. Os genes essenciais são responsáveis
pela produção das proteínas virais e das enzimas envolvidas na replicação do DNA viral. Os genes não essenciais
estão envolvidos em processos de recombinação de DNA.

Essa compreensão permitiu o uso do fago lambda como vetor de clonagem molecular. A região dos genes
não essenciais é removida e substituída por um segmento de DNA de outra origem. O DNA recombinante é
encapsulado por proteínas virais, formando uma partícula viral capaz de infectar e se multiplicar em bactérias
hospedeiras. A partir de uma única partícula viral, é possível obter bilhões de partículas idênticas, cada uma
contendo uma cópia do fragmento de DNA inserido.

Além disso, o texto destaca como a clonagem molecular permitiu isolar genes que codificam proteínas
humanas, ligá-los a plasmídios bacterianos e introduzi-los em bactérias. Isso transformou as bactérias em
"fábricas" de proteínas humanas, produzindo-as com a sequência de aminoácidos genuinamente humana, apesar
de terem sido sintetizadas pelo metabolismo bacteriano.

Exemplos notáveis incluem a produção do hormônio somatostatina e a clonagem do gene que codifica a
insulina humana. A insulina humana, produzida por bactérias modificadas, substituiu praticamente inteiramente
a insulina de origem não humana, já que é idêntica à humana e não causa alergias. Vários outros medicamentos
feitos de proteínas humanas são produzidos a partir de clones bacterianos.

Nesta seção, o livro fala sobre a clonagem de DNA utilizando bactérias e plantas para criar
organismos transgênicos. Os transgênicos são organismos que possuem o DNA de outras espécies, resultado da
transferência de material genético de uma espécie para outra.

Os transgênicos são muito importantes para pesquisas acadêmicas, pois ajudam a entender melhor os
seres vivos, além de serem fundamentais para melhorar geneticamente animais e plantas, tornando-os mais
produtivos ou resistentes a condições adversas.

Para criar animais transgênicos, geralmente são utilizadas células-ovo geradas por fertilização in vitro.
Fragmentos de DNA contendo os genes desejados são inseridos nessas células-ovo. Em seguida, os embriões
formados são implantados no útero de fêmeas para se desenvolverem. Os genes inseridos são transmitidos de
geração em geração como qualquer outro gene.

No caso das plantas, existem duas técnicas principais. A primeira envolve o uso do plasmídio da
bactéria Agrobacterium tumefaciens, que pode se integrar aos cromossomos das plantas. A segunda técnica é a
biobalística, que consiste em bombardear células vegetais com micropartículas de tungstênio recobertas com
DNA contendo o gene desejado. Essas micropartículas penetram nas células vegetais, onde o DNA é liberado e se
incorpora aos cromossomos. As células vegetais transformadas são então multiplicadas para formar novas
plantas transgênicas.
Um exemplo notável de transgenia em plantas foi a introdução de um gene de vaga-lume em uma planta
de tabaco. O gene inserido continha informações para a produção de luciferase, uma enzima que causa
bioluminescência. Como resultado, a planta de tabaco transgênica passou a emitir uma luz esverdeada quando
regada com luciferina.

Os transgênicos de plantas são amplamente conhecidos, principalmente devido às controvérsias em


torno do cultivo de variedades transgênicas de soja e milho. Por exemplo, algumas variedades de soja transgênica
possuem um gene bacteriano que as torna resistentes a certos herbicidas, facilitando o cultivo.

A comercialização de produtos derivados de organismos transgênicos só é permitida após uma série de


testes para garantir sua segurança em relação à saúde humana, saúde dos animais consumidores e ao meio
ambiente. No Brasil, a regulamentação das atividades e projetos envolvendo organismos geneticamente
modificados (OGMs) é feita pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). O Brasil se tornou um
dos principais produtores de plantas transgênicas, especialmente soja e milho. Em 2011, o país era o segundo
maior cultivador de plantas transgênicas no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

Nesta parte, o livro fala sobre o Projeto Genoma Humano, uma grande iniciativa científica que começou
em 1990 com o objetivo de mapear e descrever todos os genes presentes no genoma humano. O projeto foi uma
colaboração entre agências governamentais, universidades e institutos de pesquisa de vários países.

O Projeto Genoma Humano tinha como principais objetivos determinar a sequência de todos os
nucleotídeos dos 24 tipos de cromossomos que compõem o genoma humano e identificar todos os genes humanos.

Essa iniciativa foi lançada por duas agências governamentais dos Estados Unidos, o Departamento de
Energia e o National Institutes of Health (NIH), e contou com a participação de colaboradores de todo o
mundo.

Em 1998, uma empresa privada dos Estados Unidos entrou na disputa para sequenciar o genoma
humano, afirmando que concluiria o projeto em um prazo muito mais curto do que o consórcio público esperado. A
empresa usou uma estratégia diferente para determinar as sequências de nucleotídeos.

Finalmente, em 2000, os pesquisadores Francis Collins e Craig Venter anunciaram a conclusão de um


esboço geral do genoma humano. Os resultados foram publicados em 2001 nas revistas científicas Science
(parte realizada pela empresa privada) e Nature (parte realizada pelo consórcio público).

O Projeto Genoma Humano revelou que o genoma humano é composto por mais de 3 bilhões de pares de
nucleotídeos. Apenas cerca de 2% desses pares correspondem a genes, enquanto os outros 98% são sequências
não codificantes que não são transcritas para moléculas de RNA.

Estima-se que o genoma humano contenha entre 20 mil e 25 mil genes, o que é menor do que se
acreditava antes do sequenciamento. A maioria das funções celulares e a estrutura celular são determinadas por
proteínas, e não pelo número de genes.

Uma descoberta importante após o sequenciamento do genoma foi a função de regulação exercida por
uma grande parte do DNA não codificante, que representa aproximadamente 80% do genoma. Essas sequências
de nucleotídeos atuam como interruptores nos circuitos genéticos, controlando a ativação ou desativação de
genes.
O Projeto Genoma Humano foi um marco significativo na compreensão da genética humana e abriu
caminho para avanços importantes na medicina e biologia molecular. A pesquisa continua a analisar os dados
obtidos, e os resultados continuam a influenciar várias áreas científicas.

● Identificação do DNA por Eletroforese em Gel:

● Esse processo envolve a fragmentação das moléculas de ácido nucleico utilizando enzimas de restrição.
● Em seguida, o padrão de fragmentos gerados é identificado através da técnica de eletroforese em gel.

● Princípio da Metodologia:

● Devido às diferenças no material genético entre indivíduos (exceto gêmeos univitelinos), a fragmentação
do DNA por uma enzima de restrição gera um padrão único de fragmentos, comparável a uma
"impressão digital" molecular.

● Detecção de Fragmentos Específicos de DNA:

● Como a eletroforese pode gerar muitos fragmentos de tamanhos diferentes, é necessário evidenciar
apenas os fragmentos de DNA de interesse.

● Técnica de Eletroforese e Marcação com Sondas:

● Após a eletroforese, o gel é tratado com uma substância que desfaz as duplas hélices dos fragmentos de
DNA.
● Em seguida, uma membrana especial é colocada sobre o gel, onde os fragmentos são transferidos
mantendo a mesma posição.
● Sondas moleculares (pequenas moléculas de DNA de fita simples) são aplicadas sobre a membrana.
Essas sondas têm uma marcação detectável, geralmente radioatividade.
● O papel dessas sondas é emparelhar suas sequências com os fragmentos de DNA complementares
presentes no gel, destacando apenas as bandas de interesse.

● Sequências de DNA para Identificação:

● Os testes de identificação de DNA geralmente utilizam sondas capazes de detectar regiões não
codificadoras do genoma humano que variam significativamente de uma pessoa para outra.
● Essas regiões, conhecidas como VNTR (Variable Number of Tandem Repeats), consistem em sequências
curtas de DNA que se repetem em trechos da molécula.
● O número de repetições varia entre os indivíduos, o que confere a essa técnica a capacidade de
distinguir entre diferentes pessoas.

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