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1. Introdução
A célula viva, é uma entidade extremamente complicada, que produz milhares
de macromoléculas diferentes e abriga um genoma que varia em tamanho de milhões e
bilhões de pares de bases. Compreender como os processos genéticos celulares atuam
requer abordagens experimentais eficaz e complementares, incluindo a utilização de
organismos experimentais adequados, para os quais existam ferramentas de análise
genética
Com o desenvolvimento técnico, vários avanços significativos têm sido obtidos
através do isolamento, análise e síntese de sequência de DNA e genes, e da introdução
desses DNAs recombinantes em células vivas para o estudo da sua função e dos
mecanismos que controlam sua expressão. Atualmente, os esforços estão voltados para
o entendimento das relações entre ácidos nucléicos e proteínas que resultam em,
virtualmente, todos os eventos genéticos na célula.
2.2. DNA-ligase
Na clonagem de um determinado segmento de DNA, as enzimas de restrição
geram fragmentos com extremidades de fita simples complementares de até quatro
nucleotídeos de comprimento, que possuem afinidade uma pela outra e são
denominadas extremidades coesivas. A DNA-ligase une esses fragmentos de DNA
contendo extremidades coesivas complementares.
Existem, também, certas endonucleases de restrição que cortam a molécula de
DNA sem criar extremidades coesivas. A DNA-ligase pode unir essas moléculas de
DNA com as chamadas extremidades cegas com outras moléculas de DNA que também
possuam extremidades desse tipo.
2.4. DNA-polimerases
As DNA-polimerases são enzimas que sintetizam uma nova fita de DNA,
completamentar a uma fita-molde de DNA ou RNA. A maioria das DNA-polimerases
Técnicas de biologia molecular e suas aplicações
3 - Clonagem de DNA
A clonagem de DNA é uma técnica de Biologia Molecular conhecida também
por DNA recombinante. Essa tecnologia permite pegar um “pedaço” do DNA e
combiná-lo com outro, produzindo muitas cópias de diferentes combinações genéticas.
Num procedimento típico de clonagem de DNA, o gene ou outro fragmento de
DNA de interesse é primeiramente inserido numa peça circular de DNA chamada
plasmídeo. A inserção é feita utilizando-se as enzimas de restrição e DNA ligase. As
enzimas de restrição reconhecem a sequência alvo específica e cortam seletivamente o
fragmento do DNA que será utilizado. O fragmento do gene alvo se une ao vetor,
através da DNA ligase, que é responsável por selar as lacunas do DNA, formando o
plasmídeo recombinante contendo o gene de interesse.
Em seguida o plasmídeo recombinante é introduzido em bactérias. As bactérias
contendo plasmídeo são selecionadas e cultivadas. Conforme elas se reproduzem,
replicam o plasmídeo e o transmitem para seus descendentes, produzindo cópias do
DNA que ele contém. Por exemplo, se nosso plasmídeo continha o gene da insulina
humana, as bactérias começariam a transcrição do gene e a tradução do RNAm para
produzir muitas moléculas da proteína insulina. A proteína de interesse é então
purificada, separada dos demais conteúdo das células. Isso garante que não haja
nenhuma impureza, restando apenas o produto final, como no caso da insulina.
A clonagem molecular possui inúmeras aplicações e vem ganhando cada vez mais
importância nos últimos anos. Entre as possibilidades estão o desenvolvimento de
proteínas recombinantes mais seguras para o tratamento de doenças, o aprimoramento
da terapia genética, a produção vacinas, além do uso na agricultura.
DNA ou RNA são colocadas em um campo elétrico, elas migram em direção ao polo
positivo. A eletroforese é uma técnica laboratorial simples que utiliza a corrente elétrica
para promover a separação de moléculas carregadas, como proteínas e ácidos nucleicos.
A migração das partículas ocorre por diferença de carga elétrica e por peso molecular,
de forma que moléculas menores migram mais rapidamente que as maiores.
Após o término da eletroforese, as moléculas de DNA podem ser visualizadas
corando-se o gel (agarose ou poliacrilamida). No gel de agarose são utilizados os
corantes brometo de etídeo, gelRed e cybergreen, que permitem a visualização do DNA
quando exposto à luz ultravioleta (UV), e o gel de poliacrilamida é corado com nitrato
de prata, que forma coloração preta em contato com o DNA.
A eletroforese tem sido cada vez mais aplicada na rotina laboratorial por
fornecer informações úteis sobre o estado geral do paciente, além de contribuir com
diagnóstico e prognóstico de várias enfermidades, além de auxílio clínico, a eletroforese
também é utilizada na indústria alimentícia colaborando com a detecção de adulteração
e fraudes de alimentos de origem animal.
5.1 Hibridização
Técnica na qual uma sonda de DNA ou RNA de fita simples, é utilizada para
localizar um gene ou molécula dentro de um universo muito amplo, como um genoma,
uma população de moléculas de DNA recombinante ou uma mistura de moléculas de
RNA. A estabilidade do dúplex formado está relacionada ao grau de complementaridade
existente entre duas fitas de ácido nucleico.
A utilização da hibridização na identificação de fragmentos de DNA ou de RNA
específicos pode ser realizada via Southern blot e Northern blot.
Southern blot
Método Southern blot é uma das técnicas de hibridização mais importantes para
a detecção de sequências específicas de DNA. O DNA é digerido com uma ou mais
enzimas de restrição e os fragmentos resultantes são separados por eletroforese em gel
de agarose. A técnica de Southern blot permite a identificação de fragmentos de DNA
com sequência idêntica ou similar à sonda utilizada. Ela pode auxiliar também no
posicionamento relativo de diferentes fragmentos dentro de um segmento maior de
DNA (mapeamento).
Northern blot
Técnica semelhante ao Southern blot, utiliza RNA no lugar do DNA. Pode ser
utilizado para identificar um mRNA específico em uma população de RNAs. Como os
mRNAs são relativamente curtos, não há a necessidade de digestão com qualquer
enzima.
Pode realizar a hibridização de northern blot para determinar a quantidade de um
mRNA em particular presente em uma amostra. Pode ser utilizada para investigar
quanto de um determinado tipo específico de mRNA está presente em uma célula
tratada com um indutor do gene em questão, comparada a uma célula não induzida.
Como outro exemplo de aplicação da técnica, pode ser realizada para comparar os
níveis relativos de um transcrito específico entre diferentes tecidos de um organismo.
Método de Sanger
O DNA a ser sequenciado, que pode ser de fita simples ou de fita dupla
desnaturado, é hibridizado com um oligonucleotídeo (iniciador). Na presença dos quatro
desoxirribonucleosídeos trifosfatados (dATP, dCTP, dGTP e dTTP), um dos
didesoxirribonucleosídeos trifosfatados (ddATP, ddCTP, ddGTP, ddTTP) e DNA-
polimerase, a fita complementar é sintetizada.
Os didesoxirribonucleosídeos trifosfatados não apresentam o grupamento
hidroxílico no carbono 3’, de forma que, uma vez incorporado, impedem a adição de
outro nucleotídeo, terminando, assim, o alongamento da cadeia. Após a reação, as
amostras são desnaturadas na presença de formamida e analisadas em gel de
poliacrilamida contendo ureia. Originando cadeias molde para síntese in vitro de DNA.
O desenvolvimento de novas tecnologias de sequenciamento, com base na
própria síntese de DNA, no uso de inibidores reversíveis do alongamento da cadeia de
DNA e também em procedimentos de ligação de oligonucleotídeos, tem possibilitado
uma grande redução no tempo de determinação das sequências e nos custos das reações.
são poliadenilados nas suas extremidades 3’ e, portanto, são similares aos demais
mRNAs celulares.
7- Considerações finais
As técnicas envolvendo o DNA estão cada vez mais presentes no cotidiano,
resultando em avanços importantes para o entendimento da genética dos organismos de
qualquer espécie. As diversas aplicações destas técnicas levaram a inúmeros progressos.
Através das técnicas de biologia molecular é permitido a detecção, quantificação ou
genotipagem de agentes patogênicos dos homens, animais ou plantas.
A análise genética forense permite a determinação de paternidade e o auxílio à
elucidação de crimes. O estudo do câncer também vem evoluindo por meio da
identificação das alterações nos genes que ocasionam a multiplicação celular nos
tumores, bem como a busca por marcadores tumorais que possibilitem o diagnóstico
precoce da doença.
As técnicas de manipulação do DNA também estão envolvidas na obtenção de
organismos geneticamente modificados (OGMs). Pela Tecnologia do DNA
Recombinante, é possível gerar microorganismos, plantas e animais de grande utilidade
na agricultura, produção animal, medicina, através da produção de medicamentos em
plantas e bactérias, e na preservação ambiental. Adicionalmente, a Tecnologia do DNA
Recombinante proporcionou a identificação, localização e clonagem de genes, terapias
genéticas e vacinas de DNA.