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Regulação do material genético

Genes Estruturais→ Codificam a produção de três enzimas necessárias ao metabolismo da


lactose, sendo transcritos como uma unidade.

Gene Operador→ Gene onde se pode ligar o repressor, impedindo a transcrição dos três
genes estruturais.

Gene Promotor→ Local onde se liga a RNA-polimerase para iniciar a transcrição dos genes
estruturais, desde que o gene operador esteja livre do repressor.

Gene Regulador→ Situa-se fora do operão (não pertence ao operão) e é responsável pela
produção de um repressor (ou proteína repressora) que pode estar ou não ativo.

→ Operão LAC

Para esclarecer a expressividade seletiva dos genes, dois investigadores franceses,


trabalharam com a bactéria E. Coli e debruçaram-se sobre os genes envolvidos no
metabolismo da lactose (operão LAC) e na síntese do triptofano (operão TRP).
Os operões são grupos específicos de genes estruturais com funções relacionadas e
são, também, sequências de DNA responsáveis pelo seu controlo. Assim, este conjunto
funciona como uma unidade.
É um mecanismo indutivo, uma vez que a lactose promove o funcionamento dos genes
estruturais.

→ Operão Triptofano
O triptofano é um aminoácido que pode ser produzido pela E. Coli através de uma
cadeia de síntese que mobiliza várias enzimas. Estas enzimas surgem como resultado da
atividade dos genes estruturais.

Regulão
Por vezes, um grupo de operões é controlado pelo mesmo regulador, constituindo um
regulão.
Assim, todos os operões deste regulão estão envolvidos na produção de enzimas
capazes de promover a formação da glicose.
Consoante o nível de glicose na célula, são ou não induzidos diferentes operões que
podem contribuir para a degradação de açúcares capazes de fornecer glicose.

Engenharia Genética
→ Enzimas de restrição
Quando os vírus invadem as bactérias e afetam o seu DNA, algumas bactérias
possuem um mecanismo de defesa contra o vírus, que consiste na produção de enzimas
chamadas endonucleases de restrição.
As endonucleases de restrição são enzimas que cindem/quebram a cadeia de DNA
quando encontram uma determinada sequência de pares de bases.
Atuam em pontos específicos, as chamadas zonas de restrição, catalisando a
fragmentação do DNA em porções menores.

Esta enzima de restrição cortará a molécula de DNA todas as vezes que encontrar
esta sequência, originando fragmentos de DNA sob a forma de dupla hélice, mas com uma
pequena extensão em cada extremidade de DNA em cadeia simples. Estas porções
designam se por extremidades coesivas.

→ DNA Ligases
As extremidades coesivas do DNA deixadas livres, como resultado da atuação das enzimas
de restrição, podem ligar-se por complementaridade a outro DNA. Neste processo, intervêm
outras enzimas chamadas DNA ligases, que catalisam o processo que permite que
fragmentos de DNA se voltem a ligar.

→ Vetores
Para transferir genes de uma molécula de DNA para outra é preciso um vetor, isto é,
uma entidade que leve o material genético do genoma de onde foi retirado para o genoma
que o vai receber.
Assim, existem diferentes tipos de vetores, como por exemplo os plasmídeos, isto é,
pequenas moléculas de DNA circulares, que estão presentes nas bactérias.
Os plasmídeos possuem propriedades muito importantes, pois os seus genes não são
essenciais para a sobrevivência da bactéria, podendo ser retirados. Para além disso,
podem reproduzir-se nas bactérias independentemente da molécula de DNA principal , ou
até fundir-se com ela.

→ Técnica do DNA recombinante


A técnica do DNA recombinante é um processo com muitas aplicações, através do
qual se obtém um grande número de cópias de um determinado gene, e a partir deste é
possível executar a tarefa desejada.

1. A enzima de restrição cinde a molécula de DNA do plasmídeo num ponto específico.


2. Com enzimas de restrição do mesmo tipo abre-se outra molécula de DNA, que
funciona como dadora, e isola-se o gene que se quer introduzir no plasmídeo.
3. O gene a inserir é colocado em contacto com o plasmídeo, simultaneamente com a
ligase do DNA.
4. O gene passa a fazer parte do plasmídeo que possui agora, para além dos seus
genes, o gene estranho que lhe foi inserido, isto é, possui um DNA recombinante.
5. O plasmídeo recombinante em contacto com bactérias introduz-se em algumas
delas.
6. Estas bactérias funcionam como células hospedeiras e aceitam o plasmídeo, e com
ele o novo gene.
7. A partir do DNA recombinante, o gene inserido passa a comandar a síntese da
proteína desejada.

→ Técnica do DNA complementar


Por vezes é necessário obter uma cadeia de DNA através de um molde de RNA. Isto é
possível através da técnica do DNA complementar, onde se utiliza RNA mensageiro e a
enzima transcriptase reversa, que catalisa a formação de DNA a partir de RNA.

Na situação descrita, o mRNA


funciona de molde para a
síntese de uma cadeia de DNA,
que é um processo inverso do
que se passa na transcrição.
A técnica através da
qual se obtém cDNA utiliza
uma molécula de mRNA
maturado, isto é, uma
molécula desprovida de
intrões. Deste modo, a porção
de DNA que se isola é
funcional.

→ Reações de polimerização em cadeia


A PCR, é uma técnica da biologia molecular para amplificar uma porção de DNA e
baseia-se no processo de replicação do DNA que ocorre in vitro.
A técnica de PCR consiste numa sequência de etapas:
Desnaturação: a amostra de DNA é aquecida a 95ºC de modo a separar-se as duas
cadeias da molécula.
A temperatura é reduzida para cerca de 50-60ºC de modo a que pequenas
sequências de DNA, designadas por iniciadores (primers), se possam ligar às cadeias de
DNA. Para este passo é necessário que sejam bem conhecidas as regiões próximas do gene
que se pretende amplificar, de modo a produzir os iniciadores adequados. Esta fase
designa-se por Emparelhamento.
De seguida é adicionada à
reação uma taq polimerase,
caracterizada por ser resistente ao
calor, visto que nesta altura a
temperatura volta a aumentar para
70ºC . Esta polimerase reconhece e
associa-se às secções do DNA em
cadeia dupla, onde se encontram os
iniciadores.
A DNA polimerase sintetiza
uma nova cadeia de DNA por
complementaridade, utilizando
nucleótidos. Este processo de
polimerização permite a elongação
da cadeia entre os primers.

→ DNA Fingerprint

Os fragmentos de DNA são aplicados numa camada de


gel e submetidos a um campo elétrico.

Quando a corrente é ligada, os fragmentos movem-se a


velocidades inversamente proporcionais ao seu tamanho.
Quando o campo é desligado, fragmentos do mesmo
tamanho estacionam juntos em determinada posição do gel,
formando faixas.

Fotos do gel tratados sob iluminação ultravioleta revelam um


padrão de faixas típicas do DNA analisado que é
característico para cada pessoa e corresponde à sua
impressão digital genética.

Alteração do material genético


→ Mutações
As mutações são alterações no genoma;
Podem ser espontâneas ou induzidas por agentes exteriores (físicos, químicos ou
biológicos);
Geralmente são prejudiciais para o indivíduo portador ou para os seus
descendentes;
Algumas podem ser benéficas e melhorar a capacidade de sobrevivência dos
indivíduos das novas gerações;
São importante fonte de variabilidade genética, permitindo a diversidade de
organismos e a evolução das espécies.
→ Mutações Génicas
Mutações que envolvem um gene ou um número muito restrito de genes. Exemplo: anemia
falciforme ou drepanocitose, albinismo.
→ Mutações Cromossómicas
Ocorrem durante a meiose, em que há troca de material genético entre cromossomas
homólogos, havendo maior variabilidade genética. Durante este complexo processo podem
ocorrer erros que se traduzem na alteração da estrutura ou no número de cromossomas.
● Estruturais (ocorrem no crossing-over → meiose)
● Numéricas (ocorre na disjunção dos cromossomas → meiose)

→ Poliploidia
As mutações numéricas conduzem frequentemente ao aparecimento de indivíduos
poliploides, isto é, em que o número de conjuntos completos de cromossomas é múltiplo do
número monoplóide primitivo existente nos gâmetas. Apresentam cariótipos triploides (3n)
tetraploides (4n) ou mesmo múltiplos mais elevados do conjunto n.

A poliploidia pode surgir acidentalmente por dois processos fundamentais:


● Pode resultar de uma não disjunção dos cromossomas durante a meiose ou durante
a mitose, surgindo, por exemplo, indivíduos com quatro conjuntos de cromossomas e
não com dois, como sucede habitualmente. Noutros casos, a repartição dos
cromossomas decorre normalmente, não havendo, contudo, citocinese (divisão do
citoplasma), ficando a célula com o dobro do número de cromossomas.
Os indivíduos com uma dosagem anormal de cromossomas não podem cruzar se com
sucesso com os restantes indivíduos diploides da sua espécie. No caso das plantas, porém,
elas podem reproduzir-se assexuadamente ou por autofecundação.
● Um outro processo que conduz à poliploidia, e que é muito frequente nas plantas, é o
que inclui o cruzamento entre indivíduos de espécies diferentes. Neste caso, os
híbridos interespecíficos são naturalmente estéreis, uma vez que não existem
cromossomas homólogos, não havendo emparelhamento durante a meiose. Podem,
contudo, no caso das plantas, reproduzir-se assexuadamente. Ao fim de algumas
gerações, alguns desses indivíduos podem tornar-se férteis devido à ocorrência de
uma duplicação cromossómica. Estão então* isolados reprodutivamente dos seus
progenitores, mas podem dar origem a gametas que, por fecundação, originam
indivíduos de uma espécie diferente.

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