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RESUMO
Foram utilizadas na geração parental machos lozenge singed e fêmeas dumpy eosin.
Cruzados tais indivíduos, obteve-se a geração F1 constituída por machos eosin e
fêmeas selvagens. Posteriormente cruzados F1, foi gerada F2, com 15 fenótipos
distintos. A partir desses resultados, foram traçadas hipóteses para o padrão de
herança de cada mutação, e discutidas as possíveis interações gênicas dos genes
através da utilização de mapas cromossômicos levando em consideração a formação
de recombinantes e duplo-recombinantes. Por fim, tais hipóteses foram submetidas ao
teste estatístico χ2 (qui-quadrado).
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
BRIDGES; SUYDAM BREHME, 1944); Lozenge (lz), uma mutação que também
afeta os olhos, que passam a apresentar aparência esmaltada e brilhante, além de
estreitar seu tamanho (OLIVER; GREEN, 1944); e por fim Singed (sn),uma mutação
que afeta as cerdas, que passam a apresentar estrutura caracolada (CANT et al., 1994).
RESULTADOS
Análise qualitativa
A geração parental (P) era constituída por fêmeas puras duplo-mutantes para
dumpy e eosin e machos puros duplo-mutantes para lozenge e singed. A geração F1
resultante do cruzamento da parental era constituída por 574 fêmeas selvagens e 386
machos eosin. Por fim, a geração F2 resultante foi composta por 912 machos e 912
fêmeas distribuídos em 16 classes fenotípicas distintas.
Dumpy
Eosin
Lozenge
Na geração P, lozenge era presente apenas nos machos; na geração F1, lozenge
não se manifesta; na geração F2, 392 machos apresentaram a mutação lozenge (43%
dos machos e 21,5% da F2).
Singed
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Na geração P, singed era presente apenas nos machos; na geração F1, singed
não se manifesta; na geração F2, 399 machos apresentaram a mutação singed (43,7%
dos machos e 22% da F2).
Análise quantitativa
Os resultados do teste de χ2 rejeitam a hipótese nula, uma vez que os valores foram
muito superiores ao χ2 crítico, essa discrepância pode ter ocorrido por conta de algum
gene que tenha relação com um maior nível de mortalidade.
Com base na análise qualitativa, foi estabelecido para dumpy como hipótese nula (H0)
o padrão de herança autossômica recessiva, com proporção de selvagens e mutantes
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de 3:1 na F2. Com base nos dados coletados, aplicou-se o teste de χ2, com grau de
liberdade 1 (v=1), representado na tabela II
Tabela II. Teste de χ2 para a H0: proporção de selvagens e mutantes para dumpy em 3:1 na F2
Com base na análise qualitativa, foi estabelecido para lozenge como hipótese nula
(H0) o padrão de herança recessivo ligado ao cromossomo X (parental mutante sendo
o macho), com proporção de selvagens e mutantes de 3:1 na F2. Com base nos dados
coletados, aplicou-se o teste de χ2, com grau de liberdade 1 (v=1), representado na
tabela III
Tabela III. Teste de χ2 para a H0: proporção de selvagens e mutantes para lozenge em 3:1 na F2
Os resultados do teste de χ2 rejeitam a hipótese nula, uma vez que o resultado foi
muito superior ao valor do χ2 crítico. Essa discrepância pode ter sido causada por
conta de recombinações ocorridas no cromossomo X durante a meiose das fêmeas da
F1
Com base na análise qualitativa, foi estabelecido para singed como hipótese nula (H0)
o padrão de herança recessivo ligado ao cromossomo X (parental mutante sendo o
macho), com proporção de selvagens e mutantes de 3:1 na F2. Com base nos dados
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Tabela IV. Teste de χ2 para a H0: proporção de selvagens e mutantes para singed em 3:1 na F2
Os resultados do teste de χ2 rejeitam a hipótese nula, uma vez que o resultado foi
superior ao valor do χ2 crítico. Essa discrepância pode ter sido causada por conta de
recombinações ocorridas no cromossomo X durante a meiose das fêmeas da F1
Com base na análise qualitativa, foi estabelecido para eosin como hipótese nula (H0)
o padrão de herança recessivo ligado ao cromossomo X (parental mutante sendo a
fêmea), com proporção de selvagens e mutantes de 1:1 na F2. Com base nos dados
coletados, aplicou-se o teste de χ2, com grau de liberdade 1 (v=1), representado na
tabela V
Tabela V. Teste de χ2 para a H0: proporção de selvagens e mutantes para eosin em 1:1 na F2
Os resultados do teste de χ2 rejeitam a hipótese nula, uma vez que o resultado foi
muito superior ao valor do χ2 crítico. Essa discrepância pode ter sido causada por
conta de recombinações ocorridas no cromossomo X durante a meiose dos machos da
F1, outra hipótese alternativa é de que o alelo mutante para eosin carregue algum nível
de letalidade a prole, reduzindo assim consideravelmente a quantidade de indivíduos
da F2 com a condição.
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Mapeamento cromossômico
Utilizando e para eosin, l para lozenge e s para singed, temos que as fêmeas da
geração F1 possuem genótipo heterozigótico: e l+ s+; e+ l s. Os dois cromossomos X
foram herdados do parental feminino (eosin) e do masculino (lozenge singed)
respectivamente. Como nenhum dos alelos está em homozigose, o fenótipo das
fêmeas em F1 é selvagem.
eosin lozenge singed) = 229/912 (na realidade 267/912, como será demonstrado a
seguir).
A ordem dos genes no cromossomo X, a partir dos resultados seria: lozenge - singed -
eosin, já que a maior distância encontrada foi entre lozenge e eosin. No entanto,
espera-se logicamente que a distância lozenge-eosin (aparentemente 229/912) seja
equivalente à soma das distâncias lozenge-singed e singed-eosin (186/912 + 81/912 =
267/912). A diferença de 38 recombinações se deve às 19 duplas recombinações, que
ocorrem em dois pontos do cromossomo, tornando-se imperceptíveis se utilizado o
método de contagem de recombinações citado. Essas duplas recombinações
ocorreram nos machos com fenótipos: lozenge (9 casos), dumpy lozenge (0 casos),
eosin singed (7 casos) e dumpy eosin singed (3 casos).
Figura 1: Mapa cromossômico dos genes lozenge (lz), singed (sn) e eosin (eo) e suas respectivas
distâncias, em cM (Fonte: autoral)
DISCUSSÃO
Quando estabelecida tal ordem, o gameta gerado por F1 dos machos seria
selvagem para singed e lozenge e mutante para eosin, enquanto os gametas gerados
pelas fêmeas em F1 seriam selvagem para eosin e mutante para lozenge e singed, ou
selvagem para lozenge e singed, e mutante para eosin. Desse mesmo modo, os
gametas recombinantes gerados pela fêmea de F1 quando ocorrido crossing over entre
singed e eosin geram gametas mutantes para lozenge, singed e eosin, e gametas
selvagens para as três mutações.
Tabela VI. Teste de χ2 para a H0: proporção de selvagens e mutantes, considerando recombinação para
machos singed e lozenge em 1:1 em F2
Tabela VII. Teste de χ2 para a H0: proporção de selvagens e mutantes, considerando recombinação
para machos eosin em 1:1 em F2
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CANT, K. et al. Drosophila singed, a fascin homolog, is required for actin bundle
formation during oogenesis and bristle extension. The Journal of Cell Biology, v.
125, n. 2, 1 abr. 1994.