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CICLOS DE VIDA DOS POLINIZADORES DO CACAUEIRO

Forc ipom yia SPP. (DIPTERA, CERATOPOGONIDAE)


E ALGUMAS ANOTACOES , SOBRE O COMPORTAMENTO
,
DAS LARVAS NO LABORATORIO
Saulo de J. Soria *
Il' illis W. Wireh **

A carência de polin izadores pa- As es pecles polinizadoras es-


rece ser um fator limitante na pro- tudadas foram Forcipom y ia (Eu fo r-
dução do cacaueiro durante certos cipomyia) spatulifera Saunders e
períodos do ano na Bahia. A de - F. (E . ) hlantoni Soria & Bystra k
terminação do desenvolvimento, re- (lO) e as não polinizadoras foram
produção e crescimento desses in- P. (Porcipom y ia) ge nualis (Loew),
setos . é fundamental para planejar F. (F.) poulain eae Ingram & Ma cfie ,
a sua manipulação visanào a au- F.(Alicrohelea) fuliginosa (Meigen)
mentar a sua população e, conse - e F. (n . subgenus vic . Le pidohe ·
quentemente, a sua ação poliniza- leal sp. I, integrantes do ecossis ·
dora. tema do cacaua 1.

o objetivo do presente estudo


foi determinar o período que cada REViSÃO DE LITERATURA
um dos estágios das diferentes es-
pécies de polinizadores e não po- A literatura relativa à biologia
linizadores requer para cumprir a das mosquinhas Porcipomy ia em
respectiva etapa no desenvolvi- geral não é muito abundante . Além
mento, quantificar o tempo percor- dos trabalhos biológicos dos dip-
rido por cada geração durante seu terologistas Saunders (6, 7, 8, 9) .
ciclo vital ovo-ovo, fazer algumas no Canadá, Wirth (12), nos E.U .A.,
observações sobre o comportamen- e Lane (5), no Brasil, os quais
to das larvas e estimar o número descreveram estados imaturos de
potencial de gerações por ano. Forcipomyia, é difícil encontrar

Recebido para publicação em julho, 1975.


• Ph.D., Divisão de Fitoparasitologia, CEPEC .
•• Ph.D. , Systematic Entomology Laboratory , IlBIIl, Agr. Res. Serv., USDA , c l o
U.S. National Museum, Washington, D.C., U.S.A .

Revis ta Tb eobroma. CEPEC, IIbéu s . Bra sil. 5 (4): J -22. Out.-de z . 197 5.

3
outros trabalhos que se tenham mente, dependendo da temperatura
dedicado a quantificar ciclos de nos climas temperados. Na Ingla-
vida deste grupo de ceralopogo- terra, determinaram-se três gera-
nídeos. ções por ano.

Hernandez (2) acom panhou o ci- Em Gan a , Kaufmann (4) deter-


cio de vida para PorciPomyía (E u- minou a duração dos diferentes es-
forcipomyia) sp. I, o principal po- tágios de F. ínomaliperwis (Aus-
linizador do cacaueiro na Costa ten) a 23°C em condições de cam-
Rica. Esta espécie foi recente- po. A mosquinha illornaliperlllis re-
mente determinada ( 11 ) como F. quereu 2,5, 11, 2,5 e 12 dias em
(Euforc ipomyía ) spa lulifera Saun- média para completar os períodos
ders com a ajuda de espécimens de ovo, la rva, pupa e adult o , res-
enviados do Brasil. Nas condições pect i vame nt e .
de Costa Rica, F. (E uforcipoln y ia)
spatulifera tomou 32 dias em me- 1\ consistência na relaçã o qu an-
dia (Quadro I) para com pleta r o titativa entre os períodos dos in -
ciclo de vida ovo-ovo, assim dis- te rvalos etá rios de ovo, larva, pu-
tribuídos: ovo: 3 di as, la rva : 13 pa e adulto num número conside-
dias, pupa: 3 d ias e adult o fêmea : rável de exemplares de d iversas
13 dias . espécies (2, 4, 6) e a observação
dos autores do presente traba lh o
Saunders (6) contou quatro ins- permitiu adota r-se a rbitrar iamente
lares larvais de Forcipom y ia (Qua - uma proporção relati va simplifica-
dro 1). A duração de cada :nstar da 1 : 4 : 1 : 4 para ovo: larva : pu -
foi de aproximadamente 1 semana, pa: adulto, respectiva mente (Qua-
ocorrendo invernação no 3? e 4? dro 1). Esta proporção permitirá
instares . O estágio pupal demorou extrapolar os valores dos períodos
a proxima damente 1 semana. Estes para os diversos intervalos etários
períodos variaram consideravel - de Forcipomyia. Assim, por exem-

Quadro 1 - Ciclos de vida de es pécies de Forcipomyia depois de L.G .


Saunders (1924). T. Kaufmann (19 74) e J. Herna'ldez (1965).

Estágio (n~ de dias)


Espécies estudadas
Ovo Larva Pupa Adulto

Forc iPomyia sp. 28 7


F. inornalipennis 2,5 11 2,5 12
F. (E.) spalulijera e outras 3 13 3 13

Fator de proporciona1idad~ 1 4 1 4

4
pio, quando um exemplar demora 3 tribuídas em pequenos círculos,
dias para completar o estágio de com suas cabeças apontando em
pupa, pode-se estimar um período direção ao centro, as pupas defen-
de 12 dias para adulto, 3 dias para dem-se deste modo do predador,
ovo e 12 dias para larva, nas mes- o qual enfrenta um anel larva I de
mas condições experimentais. Este cutículas armado com flúidos de-
método, certamente, deve ser con- fensivos.
s iderado a proximado e suje ito a
verificação experimental poste- MATERIAIS E MÉTODOS
rior.
Obtenção de ovos
Alguns hábitos das larvas de
Forcipom yia foram descritos por o método de obtenção consistiu
Saunders (6). As espécies habi- em encerrar individualmente a fê-
tantes das cascas das árvores, a- mea grávida numa gaiola cilíndrica
presentaram-se gregárias, alimen- de vidro, de 11 cm de comprimento
tando-se de fungos. Este hábito por 2,5 cm de diãmetro, aberta nos
de agregação foi interpretado como extremos (2). Uma das aberturas
de proteção em grupo por Hinton foi coberta com malha fina de ny-
(3) com relação a larva de Farei· lon preto, sustentada com uma bor-
pomyia nigra (Winnertz), que vive racha fina de escritório n? 18, mar -
em ambiente muito úmido. A larva ca Polar. A outra foi tampada com
possui setas em pares na cabeça, rolha de cortiça, furada no centro
tórax e abdomen, através das quais e coberta com uma peça circular
é secretada uma substância hi- de malha fina de nylon , presa com
groscópica de composição química cola comum (Cascolar).
desconhecida. Esta secreção ex-
Um disco pequeno de papel de
trai água do ar e converte-a em filtro de I,Scm de diâmetro (Schlei-
uma gota de solução na extremida- cher e Schuell Co., n? 740 E), pre-
de de cada seta. Quando tenta
viamente submergido em soluçâo
capturar a larva, a formiga Lasius
com 20% de sacarose, ficou sus-
,/iger L. toca no líquido, deixa penso no centro da gaiola, pendu-
cair a presa e se limpa. rado na tampa por um arame fino
A interpretação que Saunders de cobre (F igura 1). A fêmea tinha
deu ao papel que as gotinhas de- acesso à água , no fundo da gaiola ,
sempenham nas larvas foi o de co- e à sacarose, no disco de papel
letar água atmosférica e distribuir de filtro . Também como consequên-
na pele do inseto para facilitar a cia da qualidade absorvente, o
respiração cuticular. As pupas de di s c o foi capaz de manter uma
Forcipom yia frequentemente retêm quantidade considerável de água
a exúvia larval sobre os segmentos após imersão, condição favorável
abdominais posteriores e as goti - mantida por tempo prolongado em
nhas higroscópicas (3, 4, 12). Dis- virtude da umidade proveniente do

5
Figura 1 - Gaiola unitária para illduzir a fêm ea Forcipomyia sp. a rea·
lizar a ovoposição em laboratório. Placas de Petr; com a cultura de fun·
gos e bactérias para as larvas .

papel de filtro úmido localizado de fêmeas capturadas (A) e do nú -


embaixo das gaiolas (Figura 2). mero de fêmeas que efetivamente
As fêmeas grávidas ovopositaram ovopositaram durante o cativeiro
simultaneamente com os es terto- (B). A relação entre estes dois
res da morte. Os ovos foram iso- números (B I A), multiplicada por
lados com ajuda de uma lupa 40x 100, foi o índice da capacidade de
e colocados sobre um pedaço de ovoposição específica.
pape 1 de filtro preto, à maneira de
uma ilha, acima de um · meio de
cultura. Assim, o alimento para as Criação de larvas
larvas foi garantido. Saunders (9) descreveu métodos
de criação de larvas das mosqui -
nhas Porcipomyia com referência
Capacidade de ovoposição especial às espécies polinizado-
ras do cacaueiro. O exame do con-
A capacidade de ovoposição teúdo do trato intestinal das lar-
por espécie dependeu do número vas, feito pelo mesmo autor (6),

6
Figura 2 - Gaiolas unitárias para criação de Forcipomyia , no laborató-
rio, CEPEC. Bahia. Brasil, 1974.

revelou que elas se alimentam de dissolvendo-se 10mg de agar em


microrganismos diversos e não das água fervente e adicionando-se 2,5
folhas podres, madeira podre, mus- g de extrato de malte puro, enquan-
go e outros detritos vegetais em to o meio esfriava. O meio de cul-
decomposição, nos quais elas fo- tura era logo vertido em placas de
ram geralmente encontradas. Saun- Petri de 5 cm de diâmetro até uma
ders deduziu que, se estes micror- altura de 1 cm. Durante a sua soli-
ganismos, leveduras, bolores, bac- dificação, os meios de cultura fo-
térias etc. pudessem ser artifici- ram inoculados com lavagens de
almente cultivados em meios de detritos vegetais obtidos do solo
cultura, ter-se-ia a provisão sufi- do cacaual e as culturas aprovei-
ciente de alimento para as larvas. tadas, na primeira semana após
inoculação, para semeadura dos
ovos . A esterilização das placas
o meio de cultura não foi necessária uma vez que a
a inocula ção foi feita dentro de um
Em geral, 250 ml de meio de curto intervalo (poucas horas)após
cultura foi prepa rado cada semana , o resfriamento.

7
Obtençlo de adultos Indução de cópula

Os adultos foram obtidos de A indução de cópula foi prepa-


pupas quitinizadas e amadurecidas rada acondicionando-se casais de
In loco, nas culturas de larvas. Foi pupas em gaiolas unitárias (Figu-
frequente o caso no qual as pupas ra 1). A diferença de sexos nas
acondicionadas pa"a obtenção de pupas foi descoberta por Saunders
adultos estiveram ao mesmo tempo (8) e Hernandez*. O último seg-
acondicionadas para facilitar a có- mento abdominal da fêmea apre-
pula . sentava forma triangular e termi-
nava em duas extremidades sepa-
radas, que correspondem aos pro-
cessos genitais. No macho, o úl-
Detenninação dos ciclos vitais timo segmento abdominal foi mais
alongado e os processos genitais
o ciclo vital foi obtido pela terminaram juntos. A proporção
soma dos intervalos vitais de ovo, sexual das pupas demonstrou as-
larva, pupa e adulto fêmea até a sim ser verdadeira na ma ior parte
ovoposição. Nos casos em que as das ocasiõeS. Pensava-se, de a-
fêmeas morreram prematuramente, cordo com Hernandez (2), que, co-
utilizou-se uma estimativa basea- locando-se na mesma gaiola a pu-
da na interpolação dos valor e s pa de um macho com a de uma fê-
1 : 4 : 1 : 4, obtida como uma média mea da mesma idade, elas emergi-
simplificada dos períodos etários riam aproximadamente ao mesmo
ovo: larva : pupa: adulto fêmea, tempo e se' otimizariam às condi-
respectivamente, de Forcipomyia. ções de cópula.

Outra aproximação utilizada pa-


ra indução de cópula foi colocar
Número potencial de gerações
uma gaiola comunitária (Figura 3)
por ano
acima de uma placa de Petri con -
tendo pupas. A gaiola comunitária
O número de gerações por ano
consistia em um cilindro de vidro
foi determinado divid indo-se o nú-
com 9,5 cm de diâmetro por 15 cm
mero de dias do ano (365) pela mé-
de altura, aberto nos extremos, e
dia de dias que uma geração fértil
coberto por uma malha fina de ny-
req uer de ovo até adulto. ,A resul-
)on preto na borda superior. A sua
tante é o número potencial de ge-
rações por ano. Esta estimativa borda inferior fechava com as bor-
das da placa de Petri, dando con-
aproxima-se da realidade, caso o-
tinuidade de espaço acima da cul-
corra um regime climático mono-
térmico, similar ao de laboratório,
típico das regiões próximas ao e-
quador climático. (*) Comunicação pessoal, 1965.

8
· -.

Figur a 3 - Gaio la comu nitár ia para e merg ência dos adult os


de Forc i-
pom yia spp. em labor atóri o. CE PE C. Bahia , Bras il, abril -;ulh
o, 1974.

t ura (Figu ra 3) . Pens ava-s e que (Figu ra 2), mant idas cons tante -
os adult os mach os recém -eme rgi- ment e úmid as por seis vidro s chei-
dos teria m oport unida de de voar os de água (4,5 em de diâm etro por
no â mbito restr ito da gaiol a, en- 9,5 cm de comp rimen to), com a bo-
contrar as fê me as e copu lar. ca abert a para baixo . A lãmin a re-
tangu lar de vidro que supo rta as
gaiol as (68 cm de comp rimen to , 28
Padr oniza ção das cond ições em de largu ra e 3 mm de espe ssu-
ambi entai s ra) foi insta lada sobre quatr o vi-
dros vazio s, abert os, coloc ados
A temp era tura foi cons idera da sobre placa s de Petri com agua
uniforme no tempo (24? C) em vir- (Figu ra 2).
tude do siste ma de cond icion a-
mento de ar de que o prédi o do Para contr ole das cond ições
CEP EC dispõ e. A umid ade relat iva desc ritas , a temp eratu ra e a umi-
(U .R.) dentr o das gaiol as foi tam- dade ambi entai s foram regis trada s
bém cons idera da padrã o, em virtu - num higro termó grafo R-FU ESS ale-
de dela s estar em local izada s aci- mão portá til, coloc ado junto das
ma de toalh as comu ns de pape l cultu ras (Figu ra 2).

9
opresente trabalho foi exe- mesmo problema nos seus experi-
cutado nas instalações do Centro mentos na Costa Rica. Suspeitou-
de Pesquisas do Cacau, km 22, se que as fêmeas, cativas nas
rodovia Ilhéus -Itabuna, Bahia , gaiolas, sem acesso às flores do
Brasil, em 1974. cacaueiro, precisassem de um ali-
mento protéico além da sacarose.
Pelo menos este é o caso de For·
RESULTADOS E DISCUSSÃO cipomyia (Dacnoforcipomyia) alla·
baena e Chan e Saunders, a qual
Obtenção de ovos precisa de proteína animal para
amadurecer os ovos (1).
Os números absolutos de ovos
obtidos das fêmeas selvagens, por
espécie, indicaram uma grande am- Estágio de ovo
plitude de variação : de 2.865 ovos
para s palulifera a 60 ovos para Os períodos requeridos p a r a
pou/aill eae (Quadro 2). A partir completar a fase de ovo foram de
desta quantidade de ovos, deter- 4 dias para spalulifera, blantoni,
minaram-se os ciclos vitais para genualis e poulailleae e de 3 dias
as diferentes espécies. para sp. 1 subg. vic. Lepidobelea
(Q uadro 2). Estes períodos aproxi-
mam-se bastante dos obtidos por
Capacidade de ovoposição Hernandez (2) para spalulifera (3
dias) e espécies afins em condi-
A capacidade de ovoposição a- ções de Costa Rica. Saunders (ó)
presentou uma grande amplitude obteve resultados s imilares para
de variação: de 69% para gellUalis espécies neotropicais, mas os pe-
até 6% para spalulifera (Quadro ríodos obtidos para as espécies
3). Fazendo particular menção às neãrticas foram mais longos (apro-
espécies polinizadoras, observou- ximadamente 7 dias).
se que a capacidade de ovoposi-
ção da b/a/llo/Ii (23%) foi aproxi-
:-leste trabalho, não foi possí-
madamente 4 vezes s uperior à da
ve I conseguir a eclosão dos ovos
spalulifera (6%). Em ambos os ca -
de fuligillosa. Este fr~casso teve
sos, a capacidade foi cons iderada
várias interpretações. E sabidoque
baixa, particula rmente quando com-
a quase totalidade das espécies
parada com a de ge/lualis (69%),
do complexo fuliginosa, agrupadas
nas mesmas condições.
recentemente por Wirth (13) sob o
subgênero Forcipomyia (AI icrohe-
os
motivos para essa reduz ida lea). alimentam-se na fase adulta
capacidade de ovoposição não fo- sugando hemolinfa de outros inse-
ram satjsfatoriamente esclareci- tos. Não se conhecem -os hábitos
dos . Hernandez (2) enfrentou o alimentares destes insetos na fase

10
Quadro 2 - Espaço de tempo requerido pelos diferentes estágios de
Forcipomyia spp. para completar o ciclo de vida em condições de labora-
tório. CEPEC, Bahia, Brasil, abril-julho, 1974.

Período (dias)
Intervalo
Espécie População
de idade Média Amplitude de
variação

spatulifera Ovo 2.865 4 3 5


Larva 411 17 13 23
Pupa 398 4 3 6
Adulto 3 12 11 14
Ciclo vital· 37

h la"to" i Ovo 620 4 3 4


Larva 87 14 12 16
Pupa 83 3 3 5
Adulto· 13
Ciclo vital· 34
genualis Ovo 930 4 3 7
Larva 464 19 12 39
Pupa 453 4 3 6
Adulto 2 14
Ciclo Vital 41
poulai"eae Ovo 60 4 4 4
Larva 17 16 16 16
Pupa 16 4 4 4
Adulto· 16
Ciclo vital 40

sp. I, subgenus
vic. Lepidobelea Ovo 90 3 3 3
Larva 22 10 lO lO
Pupa 21 3 3 3
Adulto • 12
Ciclo vital • 28
fuliginosa Ovo 1.045

• Estimativa baseada na extrapolação da relação 1 : 4 : I : 4 dos estágios ovo: lar-


va: pupa: adulto fêmea, respectivamente, do gênero Forcipomyia.

11
Quadro 3 - Capacidade de ovoposição das mosquinhas Forcipomyia
spp. coletadas nos cacauais do CEPEC, Bahia, Brasil, abril·;ulho, 1974.

Fêmeas Selvagens
Espécies To/ai Total Com ovo Capacidade de
capturado posição (,rtil ovoposiç/io ('7.)

spat .. lifera 1090 68 6


blanloni 62 14 23
ce.."ualis 29 20 69
Pou(llj"eae 2 1 SO
fuliginosa 113 17 IS
s p, I, subg. vic. Lepidobelea 6 3 SO

Quadro 4 - Háhitos relacionados com a alimentação das larvas de For-


cipomyia no laboratório, CEPEC, Bahia. Brasil, 1974.

Qualificação de hábito
Espécies
Ativa Preguiçosa Cursorial Cavadora

spa/ulife,a + +
blanl otli + +
genualis + +
pCJulaine a e + +
sp. I, subg. vic .Lepidoheleae + +

( + ) Ocorrência do hábito

imatura, fato que dificulta acondi- Hábitos de alimentação - As


cionar os ovos para uma eclosão larvas muito ativas de spatulije,a.
sucedida . blanton; e poulaineae. alimenta-
ram-se quase sempre na superfície
das culturas. Este hábito contras-
Estágio de larva ta com o d'as larvas preguiçosas
de geTlualis e sp. 1, as quais pre-
Os períodos requeridos p a r a ferem fazer túneis na cultura (Qua-
completar a fase de larva foram de dro 4). As larvas de poulaineae
17; 14; 19; 16 e 10 dias para as caracterizaram-se pelo costume de
espécies spatulijera, blanton;, ge - fazer movimentos exploratórios,
nualis. poulaineae. e sp. 1, res· movimentando o corpo no sentido
pectivamente (Quadro 2). dos ponteiros do relógio, ao redor

12
do par posterior de pseudopódios vidas na cultura da mesma idade,
anais. apresentaram uma densidade de
infestação da ordem de se is exem-
A falta de alimento te ve a pa- plares por em'. Dentre OS insetos
rentemente uma manifestação dife - inferiores, OS Collembola foram e-
rente nas espécies geTlua/is e sp. ventua Imente encontrados, assim
1, as qua is alongaram o período como larvas de Psychodidae .
larva 1 a té 2S dia s . Para le lamente,
observou-se um retardamento no Parasitismo e predação - O
crescimento das larvas, que mos- único caso de paras itismo regis-
traram um ta ma nho mu ito menor trado nas condições restritas da
comparado com as cr iadas num cultura foi o ocasionado pelos fun-
ambiente mais aberto. Nestes ca- gos entomófagos. A ident ificação
sos de falta de alimento, não se destes fungos não foi leva da até o
obs ervam casos de canibalismo. nível de espécies, devendo ser
feita no futuro.
As larvas de Forcipomyia satis-
fizeram sua necessidade de ali- Não se registraram casos de
mento morfogenético com as prote- predação, fator muito limitante na
ínas obtidas das hifas dos fungos na tureza. Hinton (3) mencionou as
cultivados, fermentos, levedura s, formigas Las ius nige r L. tentando
bolores, bactérias e outros micror- capturar larva s de Forcipom yia ni-
ganismos existentes nas cultura s. gra (Winnertz).
O a limento energético foi obtido
principa lmente dos açúcares do Fatores físicos do ambiente -
extrato de malte . O conhecimento A a tividade das larvas spa/ulife ra ,
da dietética destes insetos ainda genualis e pou/aiTleae não foi vi-
é empírico e precisa-se de um es- sivelmente alterada em presença
tudo analítico mais profundo sobre da luz. Pelo contrário, em presen-
o assunto. ça deste fator, as lar vas de genu-
alis e sp. 1 procuraram esconder-
Competição pelo mesmo nível se nos túneis feitos no meio da
trófico - Os principais concorren- cultura. Não foram estudadas as
tes pelo mesmo nível trófico foram respostas destes insetos frente à
os nema tódios, ácaros e alguns temperatura e à disponibilidade de
insetos inferiores. Todas as cul- água, fatores que, nos trópicos e
turas de ma is de 3 semana s de nas regiões temperadas, são críti-
i d a d e estiveram infestadas de cos para disparar etapas no desen-
Aphe /enchoide s sp. (Aphelenchoi- volvimento.
didae, Nematoda) numa densidade
aproximada de três exemplares por Hábitos de agregação - As lar -
em'. Os ácaros T yrophagos pu/res o va s recém-nascidas de spa/u/ifera,
ce n/ia e (Schrank, 1781), desenvol- h/an/oni, genualis, pou/aineae e

13
sp. 1 mant ivera m-se agreg adas ao rém, tem-s e obser vado larva s de
redor da ovop osiçã o por pouc as genu alis e de sp. 1 puparem semi -
horas (Quadro 5). Depo is disso , subm ersas no meio de cultu ra.
elas se dis persa ram, procu rando
cada qual seu próprio cami nho em
busc a de alime nto. As larva s de Hábi tos de dispe rsão - Este s
genu alis , pelo contr ário, mant ive- foram obser vado s princ ipalm ente
ram-s e agreg adas até o segu ndo nas larva s de spatu lifera e genua.-
insta r. Mas, à medida que e las lis quan do elas cami nhav am pelas
cresc iam, era difíc il ident ificar pared es e procuravam saída do am -
agreg ação no âmbi to restr ito da bient e restr ito da placa de Petri
placa de Petri . (Quadro 6). Este comp ortam ento
foi mani festa do princ ipalm ente pe-
las larva s do 3~ e 4~ insta res, a-
Próxi mas à pupa ção, as larva s
paren teme nte motiv adas pela limi-
de genu alis procuravam novam.~nte
tação do alime nto. A prese nça das
agreg ar-se . Este hábit o, pelo con-
larva s nas pared es da placa foi
trário , foi difíc il de desco brir nas
utiliz ada como crité rio para proce -
ou t r a s espé cies nas cond ições
der ao "tran splan te " .
restr itas das placa s de Petri , difi-
culta ndo assim a obten ção de con-
clusõ es. Estág iO de pupa

Os perío dos reque ridos p a r a


Próxi mas à pupa ção, as larva s comp letar a fase de pupa foram de
de todas as espé cies estud adas 4; 3; 4; 4 e 3 dias para as espé -
procuraram supe rfície s seca s, on- cies spatu lifera , h/ant oni, genu a·
de ancor aram os pseud opód ios a- lis, poula in eae e sp. I , respe cti-
nais . Em caso s exce pcion ais, po- vame nte (Qua dro 2).

Quadro 5 - OcoTTência de agreg ação (+) nos estág ios larva is de


Forc i-
pomyia spp. no laboratório, CEPE C, Bahia , Brasi l, 1974.

L a r v a
Esp écie
1! instar 2~ Insta r 3~ insta r 4~ insta r

s pat,.Ji!era +
b14"t o"i +
gen"" lis + + +
poula ineae +
sp, 1, subge nus vic. Lepid obele a +

14
Quadro 6 - Ocorrência de dispersão (+) das larvas de Forcipomyia no
laboratório. CEPEC. Bahia. Brasil. 1974.

L a r v a
Espécie
1~ instar 2! instar 3! instar 4! instar

Spl1/ulilera + +
b/an/o"i +
ge .. ualis + +
poulaineae +
sp. 1. subgenus vic. Lepidohe/ea +

As agregações das pupas com ( Quadro 2) . Estes períodos aproxi-


as cabeças apontando para o cen- mam-se bastante dos determinados
tro do grupo. conforme registrado por Hernandez (2) para o complexo
por Hinton (3). foram observadas Fo rcipomyia na Costa Rica. Ele
somente no caso de ge llualis. Ne s - obteve uma longevidade média de
te caso , as agrupações ocorreram 13 dias para uma amostra de apro-
nas paredes secas e / ou nas ilhas ximadamente 300 exemplares, dos
secas no meio de cultura. Nas es- quais 70% foram spalulijera.
pécies spatulijera. blanlolli. pou·
lain eae e sp. 1. as pupas se a pre -
sentaram desagregadas. O período requerido pelas fê-
meas selvagens para ovopositar
e morrer de morte natura l no labo-
Estágio de adulto ratório. foi de 2 dias em média
para as espécies s pollllifera. b/an-
Os períodos requeridos p a r a 101li . gellllalis e pOlllainea e e de 1
completar a fase de adulto foram dia para sp . 1 (Quadro 7). Estes
de 12, 13*. 14,16* e 12* dias para períodos foram marcadamente cur-
as espécies spalulijera. b/antoni. tos quand o comparados com os re-
gelll1l1lis . e sp. I, respectivamente gistrados por Hernandez (2) - 12
dias em média - na Costa Rica .
Além disso, a maioria das fêmeas
que morreram prematuramente fo -
( ') Estimação baseada na inte rpola-
ram encontradas grávidas quando
ção da relaçiio 1:4: 1: 4 d o s e stá·
gios ovo: larva : pupa : adulto fê - dissecadas no estereomicroscópio.
mea , respe c tivamente, do genero A morte prematura nestes experi-
Fo,cipomy ia. mentos sugeriu a existência de li-

15
Quadro 7 - Espaço de tempo requerido pelas fêmeas adultas para rea·
lizar a ovoposição em condiçõe s de laboratório, CEPEC, Bahia, Brasil,
1974.

Se l vagens

Espécie Período prévio li ovoposição (dias)


P opulação
Média Limite variaçio

s(>alu lifera 68 2 I 3
blanto"i 14 2 1 3
genualis 20 2 1 4
poulaineae 1 2 2 2
fuliginosa 17 2 2 3
sp.l.subgenus vic. Lepidobelea 3 1 1 1

mitações muito sérias na sobrevi- a ção maciça de mosquinhas levan-


vência dos adultos no laboratório. tou a suspeita dos adultos reque-
rerem alimentos outros que estri -
Dentre os prováveis fatores li- tamente carbohidratos . Suspeitou-
mita ntes da vida das fême as , po- se que esses nutrientes sejam vi-
der·se-ia sugeri r, em primeiro lu - taminas, ácidos graxos ou aminoa -
gar, a alimentação inadequada . O cidos essenciais, necessários pa -
fato de ter alimentado as fêmeas ra o amadurecimento dos ·ovos . Pe-
com os mesmos substratos usados lo menos, sabe-se que, no caso de
nas pesquisas de Hernandez (2) e Porcipomyia spp., as mosquinhas
de ter ele tido sucesso somente fêmeas vis itaram as flores do ca-
quando as fêmeas foram alimenta· caueiro em busca de um tipo espe-
das com sacarose nos d is c os c ial de nutriente até hoje não iden -
Schleider e Schuel levantou a sus- tificado, pois as flores desta árvo ·
pe ita de ex is tirem prod utos repe- re aparentemente não oferecem uma
lentes e /ou supressivos nos outros dieta completa para as mosqui-
discos . Na presente pesquisa, 95% nhas.
das mosquinhas foram alimentadas
nos outros discos, sendo esta pro- Dentre os fatores físicos que
vavelmente a causa do insucesso possivelmente influíram negativa-
na man utenção dos ad ultos no la - mente na sobrevivência das fê-
boratório. meas, poder-se-ia sugerir a U.R. ,
que, no laboratório (74% média),
O fato de que Hernandez (2) foi menor que a registrada no a m-
tampouco ter tido sucesso na cri- biente natural (87%). A U.R ., con-

16
siderada muito baixa, foi capaz de Determinação do número poten-
causar mortalidade por desseca - cial de gerações por ano - Foram
mento dos exemplares e por evapo- encontradas 10; 11; 9; 9 e 12 ge-
ração da água que serve como ali- rações /a no para as espécies spa-
mento. tuli fera r- blan toni;- genual is;- pou-
laineae e sp. I, respectivamente.
Longevidade dos machos sel- Estes números foram considerados
vagens - Os resultados relativos elevados quando comparados com o
aos períodos que os machos sel- registrado por Saunders (6) para
vagens permaneceram vivos no la- climas temperados (3 / ano). Nas
boratório (Quadro 8) indicam uma condições de laboratório descritas
média entre 1 e 2 dias para as es- (24"C e 74% H.R.), as mosquinhas
pécies consideradas. Estas médias prometem tax as elevadas de re-
foram anormalmente curtas quando produção.
comparadas com os períodos de
até 5 dias registrados na literatura Indução de cópula - Não se re-
(2). Dentre os fatores que limit a- gistrou cópula no laboratório para
ram a vida destes adultos, a ali- nenhuma das espécies estudadas.
mentação parece ter tido papel pri- Muitos casais foram colocados i-
mordial. soladamente em gaiolas unitárias
(Figura 1) ou em gaiolas comuni-
Determinação dos ciclos vitais tárias (Figura 3), mas não se pôde
Foram necessários 37 ; 34; 41; observar cópula nem as fêmeas
40 e 28 dias para as espécies spa- deixaram ovos férteis. As gaiolas
tulifera;-blantoni -;-ge'lua!is;- pou- comunitárias com pupas de genua-
laineae e sp. I, respectivamente tis, foram as únicas que permiti-
(Quadro 2). ram observar tentativas de cópula.

Quadro 8 - Período que os machos selvagens capturados permanece·


ram vivos. CEPEC, Bahia. Brasil. 1974.

Número de dias
Espécie Populaçio
Média Amplitude de variação

spalulifera 318 I I 2
blalflOfJi 21 1 I 2
gelfllltlis 23 2 1 3
poulai1leae 1 I 1 I
fuligilfosa 47 1 1 2
8p. 1, subgenus I 1 1 1
vic. Lepúlobelea

17
poucas horas após a emergência a temperatura e a umidade relativa
dos adultos. Aparentemente, nes- mostraram uma amplitude de varia-
tes insetos como em outros grupos ção considerável no decorrer das
de ceratopogonídeos, a cópula o- das 12 semanas que durou o perío-
corre durante o vôo, em condições do de estudo. As condições de la-
ambientais naturais. boratório usadas nesta oportuni-
dade são as mesmas usadas uni-
Fatores físicos - As médias versalmente e os resultados bio-
das medições de temperatura e lógicos obtidos podem ser extra-
umidade relativa encontradas no polados para condições similares
laboratório - 24°C e 75% - e no às descritas.
campo - 23°C e 87% - (Figura 4)
tiveram verificação muito aproxi- CONCLUSÕES
mada das esperadas - 24"C e 75%
médias - padronizadas para labo- 1. A criação de Forcipomuia spp.
ratório. Entretanto, observou-se que no laboratório teve sucesso u-

CAM PO

-. 88

8_

10 ABVRATÓRIO

'"o
"
o 1_

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CAMPO

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22
- --- --- - - - -
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w L AB OR ATÓRIO

2 ' ~~--~----~--~----7---~----~--~----~--~--~~--~~
2 ~ f> 7 8 9 10 11 12
SE MA NAS SUCESSIVAS

Figura 4 - Flutuação da temperatura e umidade relativa no campo e 1/0


laboratório. duraI/te o pe ríodo de levalltame7lto dos ciclos vitais de Forci-
pomyia spp. CEPEC, Bahia. Brasil, abril-julho. 1974.

18
sando-se uma adaptação do"mé- mea foram de 12; 13; 14; 16 e
todo de Hernandez». 12 dias para as espécies spa·
tulifera, blantoni, genua/is , pou·
2. O período requerido para com- laineae e sp. 1, respectiva-
pletar a fase de ovo foi de 4 mente.
dias para spatulifera, b/antoni,
genua/is e poulaineae e de 3
dias para sp. 1 subg. vic. Lepi- 6. Os períodos requeridos p a r a
dohelea. completar os ciclos de vida fo-
ram de 37; 34; 41; 40 e 28 dias
3. Os períodos requeridos para para as espécies spatu/ifera,
completar a fase de larva fo- b/antoni, genua/is, poulaineae
ram de 17; 14; 19; 16 e 10 dias e sp. 1, respectivamente.
para as espécies spatu/ifera,
blantoni , genualis, poulaineae
7. O "método de Hernandez" não
e sp. 1, respectivamente.
foi bem sucedido na criação de
fuliginosa, pois os ovos deixa-
4. O s períodos requeridos para
dos pelas fêmeas não eclodi-
completar a fase de pupa foram
ramo
de 4; 3; 4; 4 e 3 dias para as
espécies spatulifera, blantoni,
genualis, poulaineae e sp. 1, 8. É preciso incorporar melhoras
respectivamente. ao método para diminuir a alta
mortalidade de ovos e adultos,
5. Os períodos requeridos para melhorar a sua dieta e conse-
completar a fase de adulto fê- guir cópula no laboratório.

AGRADECIMENTOS

Ao Dr. Jorge Hernandez B.,de quem aprendemos as técnicas aqui men-


cionados nos anos 1964/1965; aos Eng.-Agr"s Pedrito Silva, John A.
Winder e ao Dr. Synval Silveira Neto, pela revisão do original ; ao Dr. C.
H.W. Flechtmann, pela identificação dos ácaros; ao Dr. R.D. Sharma, pela
identificação dos nematódios; aos colegas do Setor de Entomologia do
CEPEC, pelas sugestões na preparação deste trabalho; e ao Sr. Floris-
valdo A. Galvão, pela ajuda na redação do presente artigo.

LITERATURA CITADA

1. CHAN, K.L. e SAUNDERS, L. G. Forcipomyia (Dacnoforcipomyia)


anabaenae, a new bloodsucking midge from Singapure, described

19
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Zoology 43: 527- 540. 1965.

2. HERNANDEZ, J. Insect pol1ination of cacao (Theobroma cacao L.)


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167 p. 1965.

3. HINTON, H.E. Protective devices of endopterygote pupae. Transac-


tions of the Society for British Entomology 12: 49-92. 1955.

4. KAUFMANN, T. Behavioral biology of a cocoa pol1inator, Fo,cipo.


myia inornatipennis (Dipte,a, Ce,atopogonidae) in Ghana. J our-
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5. LANE, J. A biologia e taxonomia de algumas espécies dos grupos


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Universidade de São Paulo 1(1): 159-170; 1947.

6. SAUNDERS, L.G. On the life history and the anatomy of the ear1y
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of Apelma Kieffer and Thy,idomyia n. gen. (Diptera, Nemato-
cera, Ceratopogonidae). Parasitology 17: 252-277, 9 plates.
1925.

8. . Revision of the genus Fo,cipomyia based on characters


of al1 stages. Canadian Journal of Zoology 34: 657-705. 1956.

9. . Methods for studying Fo,cipomyia midges with special


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dae). Canadian Journal of Zoology 37: 33-51. 1959.

10. SORIA, S. de J. e BYSTRAK, P.G. A new species of Fo,cipomyia


(Diptera, Ceratopogonidae) described in a1l stages, with an
account of its role as a cacao pollinator. Revista Theobroma
• (Brasil) 5 (2) : 3-11. 1975.

11. . e WIRTH W. W. Identidade e caracterização taxonômica


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20
nidae ), asso ciad as com a polin izaçã o do caca ueiro na Bahi:
,.
Revi sta Theo brom a (Bra sil) 4(1) : 3-12. 1974.
12. WIRTH, W.W. The Hele idae of Calif ornia . Univ ersit y of Calif o rni a
Publ icati ons Ento molo gy 9 : 95-2 66. 1952 .

13. The Neot ropic al Forc ipom yia (Microh elea) spec ies re
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pogo nidae ). Anna ls Ento molo gical Soci ety of Americ a 65 ' 564
577. 1972.

RESUMO

Os estud os do cresc imen to, repro duçã o e dese nvol vime nto das
mosq ui -
nhas Forc ipom yia (Eufo rcipo myia ) spatu lifera Saun ders e F.
(E. ) blrllJlolli
Soria e Byst rak, princ ipais polin izado ras do caca ueiro , são
fund amen tai s
para plane jar a mani pulaç ão deste s inset os com vista s a aume
ntar a sua
popu lação e, cons eqüe ntem ente, a sua ação polin izado ra .
Os objet ivos espe cífic os deste traba lho foram : deter mina r os
perío dos
corre spon dente s a cada um dos estág ios , quan tifica r o temp
o perco rr ido
por cada geraç ão fértil , deter mina r o número poten cia 1 de
geraç õe s pr>-
ano e os ciclo s vitai s das espé cies polin izado ras spalt llifer a
e blaul oll i e
das não polin izado ras F. (Forc ipom }'ia) genu alis (Loe w), F.
(F.i pouln i·
neae Ingram e Macf ie, F. (Microh e lea) fulig inosa (Mei gen)
e F. sp. I ,
subg enus vic. Lepi dohe lea, integ rante s do ecos siste ma do caca
ual.
Os perío dos reque ridos pelas espé cies spatu lifera , blan/ oni.
gellu nlis.
poula ineae e sp. 1 foram de 4; 4; 4; 4 e 3 dias, respe ctiva ment
e, pa ra com -
pleta r a fase de ovo; de 17; 14; 19; 16 e 10 dias, respe ctiva ment
e , pa ra a
fase de larva ; de 4; 3; 4; 4 e 3 dias, respe ctiva ment e, para
a fase de pu-
pa; de 12; 13; 14; 16 e 12 dias, respe ctiva ment e, para a fase
adult a; e de
37; 34; 41; 40 e 28 dias, respe ctiva ment e, para o ciclo vital de
uma gera ·
ção fértil . O número poten cial de geraç ões por ano é de 10;
11 ; 9; 9 e 12
para as espé cies spalu lifera , blant oni, ge nuali s, poula in eae
e sp. I, res-
pecti vame nte. F. (M.) fulig inosa (Mei gen) não pôde ser criad
a com suce s -
so em labor atóri o.
A mane ira como as larva s alim entam -se na supe rfíci e e no inter
ior da s
cultu ras é menc ionad a de forma preli mina r. A prese nça de
nema tódio s
Aphe letlco ides sp., ácaro s Tyro phag us putre sce n/iae (Schr ank)
e inset os
infer iores Como os princ ipais conc orren tes por alime nto nas
cultu ras. Os
hábit os de agreg ação e de dispe rsão das larva s são também
ligei rame nte
menc ionad os.

21
Conclui-se que o método de Hernandez é eficiente para criar as mos-
quinhas no laboratório, sendo, porém, necessário melhorá-lo a fim de evi-
tar mortalidade durante a fase de ovo e adulto.

LIFE CYCLES OF THE CACAO POLLtNATOR MIDGES,


Forcipomyia SPP. (DIPTERA, CERATOPOGONIDAE)
AND SOME NOTES ON
LARVAL BEHA VIOR IN THE LABORATORY
ABSTRACT

T h e embryonic and postembryonic deve lopment of the pollinating


midges Forcipom yia (Euforcipomyia) spatulife ra Saunders, F. (E . ) blantoni
Soria and Bystrak, and the nonpollinating midges F. (P.) genualis (Loew),
F. (F. ) poulaineae Ingram and Macfie , and F. sp. I, subgenus near LePi·
doh e lea have been studied in detail. The eggs developed in about 4, 4, 4,
4, and 3 days respectively; the larvae took 17, 14, 19, 16 and 10 days
respectively ; the pupae took 4, 3, 4, 4 and 3 days respectively; and the
adults lived 12, 13, 14, 16 and 12 days respectively. The complete fertile
!ife cycles took about 37, 34, 41, 40 and 28 days respectively. The po-
tential number of generations per year were lO, 11, 9, 9 and 12 respec-
tively . The midge Forcipomyia (lrficrohele a) ful i ginosa (Meigen) could not
be successfully cultured in the laboratory.

Observations on larval feeding habits in laboratory cultures are briefly


discussed . During the course of the investigation it was found that Aphe -
len choides sp. (Nematoda), the common glass house mite, T yrophagus
plllrescenliae (Schrank) and a few collembolans were contaminants of the
cultures. They were isolated from the innocula used to feed the midges.

It was concluded that the so-called "Hernandez rearing method " is a


successful one to rear the midges, but some improvements are still desir-
able in order to avoid mortalities during the egg and adult periods.

22

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