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8olm I n s t . oceanogr.

, S Paulo, 3 1 ( 2 ) : 4 3 - 5 5 , 1982

SPHAEROMATIDAE (ISOPODA: FLABELLIFERA) DA ZONA ENTRE-MARÉS E FUNDOS


RASOS DOS ESTADOS DE SÃO PAULO E RIO DE JANEIRO

Ana Maria Setúbal PIRES

í l n s t i t u t o Oceanográfico da Universidade de São Paulo

Synopsis
Ths pvesent W07?k ãeats with taelve species of Sphaeromatidae from severat suhstpata
irt the intertidal and shallow infralittoral zone in São Paulo and Rio de Janeiro
StateSj Bvazil. Sand, stones^ empty teste of bamacles^ empty tubes of polychaete^
byssus of musselsj oystev beds^ macroscopic algae and sea grass (Spojctin/x
oiXeAyií^to^ia.] weve colleated and analysed. The following nomencíaturat changes
have been mzde: P-icucíoápíiaeAoma jakobiÁ and Exo^píiacAomo. ptoJtínÁí are synonymyzed
with Ca^òldLúiLdza tubcAcutaJui; Pòíudoòpha^Aoma fihombo^^fLontatíí, is plaoed inthegenus
Thoíozod^umi PaAadyno<.díÁ b^iaòZLLQ.M.iò is synonymyzed with Vyno-idz^ coòt^LoZ and
Vynam2neÃJji antorUÃ. with V. tA.opA.CjPi. A key to species^ the geographiaal distri-
bution and notes on the habitai of the species ave also fumished.

I Introdução
'Os costoes rochosos sao povoados por nu-
merosos animais, notadamente por crustá-
ceos, entre os quais são comuns os Iso-
O presente estudo tem por objetivos
fornecer: a classificação atual dos
Sphaeromatidae encontrados; as novas o-
corrências das espécies nos Estados de
poda. Nas regiões em que o substrato se Sao Paulo e Rio de Janeiro, nas zonas
apresenta coberto por algas, a fauna de entre-marês e submersa rasa; a distri-
crustáceos existente i rica e diversifi- buição das espécies nos diferentes subs-
cada {Hagerman, 1966; Dommasnes, 1969; tratos; e os dados biológicos referentes
Mukai, 1971) e os isÕpodes estão presen- as mesmas. £ uma atualização e comple-
tes, muitas vezes, em número bastante mentaçao do primeiro levantamento dos
elevado. Sphaeromatidae brasileiros, realizado
por Loyola e Silva (1960).
• Entretanto, nos costoes rochosos, não
sÕ as algas são habitadas por estes
crustáceos. Outros tipos de substratos, Material e métodos
tais como as cavidades formadas por ca- Os Sphaeromatidae estudados sao, em sua
rapaças vazias de cirrípedes, os espaços maioria, provenientes de coletas reali-
entre o bisso de moluscos e tubos de zadas no litoral dos Estados de Sao Pau-
poliquetos, sao também explorados, espe-
lo e Rio de Janeiro, durante o período
cialmente pelos Sphaeromatidae.
compreendido entre 1972 e 1982. Incluí-
• Os fundos inconsolidados da região dos neste trabalho estão também alguns
entre-marés e infralitoral raso sao tam- exemplares que me foram encaminhados pa-
bém povoados por várias espécies de Iso- ra determinação. Em Sao Paulo, o mate-
poda, estando os Sphaeromatidae bastante rial foi obtido nas seguintes localida-
bem representados dentro da comunidade aí des: Ubatuba, São Sebastião, Bertioga,
existente. Estes isÕpodes podem viver, Guarujá, Santos, Itanhaêm, Peruíbe^e
pois, numa diversidade muito grande de Cananéia. No Rio de Janeiro, em Búzios,
habitats, tolerando uma larga faixa de Cabo Frio, Arraial do Cabo, Angra dos
variações das condições ambientais, tais Reis e Parati.

I como temperatura, salinidade, dessecação


e batimento das ondas. Este fato e com-
provado pelo número relativamente grande
de gêneros e de espécies que têm sido
encontrados por alguns autores em dife-
Os seguintes tipos de substratos fo-
ram analisados no presente estudo: cara-
paças vazias de Cirripedia, bisso e con-
chas de m e x i l h õ e s , colônias de
PknjxgmaJtopoma, algas, areia, fendas nas
Jrentes regiões do mundo (Menzies & Glynn, rochas, face inferior de pedras e bancos
1968; Jansen, 1971; Harrison & Holdich, de ostras.
1982). As carapaças vazias de TztAACl^cta
Vuhl, H? 542 do Iji^í. QciLanogfi. da U&p. iquamoòa e CkthamcUuÁ sp. foram quebra-
Bolm Inst. oceanogr., S Paulo, 31(2), 1982
Jii.

das individualmente, com auxilio de es- (Fig. 5) Subfamília


pátula. Os animais foram coletados com Sphaeromatidae Milne Edwards, 1840
pinça, contados e colocados em vidros - Pleópodos 4 e 5 com endõpodo e
numerados. No costão do Lagosteiro, exõpodo transparentes, com dobras
Ubatuba, as oito amostras obtidas foram fracas, não branquiais (Figs 9-10,
jretiradas de uma área delimitada com um 16-17) Subfamília Cassidininae
tquadrado de 20 x 20 cm. Os isÕpodes Iverson, 1982
[presentes em cada carapaça de cirripede
[foram colocados em vidros numerados, pa- 3. Margem distai do pleotelson com pro-
ra posterior contagem e determinação do jeção triangular mediana, superfície
sexo e grau de desenvolvimento. dorsal com 2 carenas longas, longitu-
Colônias do poliqueto PhflogmcUopoma dinais, apresentando a parte poste-
ZapíãOòa foram coletadas, colocadas era rior mais alta que a anterior (Fig.
cubas plásticas para posterior fragmen- 1) Cymodocz b^uuÁÂÃ,zyu>lò
tação e retirada, dos isÕpodes,
É - Margem distai do pleotelson inteira
Os mexilhões, ÊAacíudontcA ávutíiiUJiniLi,
ou com reentrância ou fenda 4
e 6. òoZÁJyÃjCLíiLLíi ^ foram raspados da rocha
com espátula e colocados em sacos plás- 4. Pleotelson com reentrância mediana
ticos rotulados, para posterior triagem Vyyioidiíí) coòtAo-L
dos isÕpodes existentes entre o bisso
dos moluscos. - Pleotelson com margem distai intei-
ra 5
H Cerca de 500 g de algas macroscópicas
bênticas foram coletadas manualmente e 5. Margem distai do pleotelson arredon-
colocadas em sacos plásticos, para pos- dada (Fig, 6) Sphci2AúmcL itíalkzAÃ.
terior lavagem e retirada dos animais era
laboratório. A lavagem se fez com água - Margem distai do pleotelson triangu-
doce acrescida de algumas gotas de for- lar (Fig. 4) SphaeAoma toAzbnjmò
mo 1 neutralizado.
6. Corpo deprimido dorsoventralmente,
Os isopodes foram, fixados com formol margens externas ciliadas,
4% por cerca de 1 hora e, depois, trans- basiendopodito do urÕpodo 2,5 vezes
feridos para álcool 70%. mais longo que exÕpodo 7
Os animais examinados se encontram
depositados na coleção de referencia e- - Corpo nao deprimido, enrolando-se como
xistente no Instituto Oceanografico da bola, urõpodos subiguais no compri-
JJniversidade de Sao Paulo. mento, pereÕpodos munidos de grande
• A distribuição geográfica d^s espé- quantidade de cerdas longas
cies e, sempre, dada do norte para o Sul. ........ .ThotozodÃjm ^hombo^AontaZú,
Resultados 7. Cabeça imersa no pereonito I lãtero-
posteriormente; epístoma grande, ci-
As espécies de Sphaeromatidae encontra- liado, visível dorsalmente entre as
das nos vários substratos amostrados são antenas (Fig. 7) ,VÍ&Á ^hiirUneyiÁ.iJi
em número de 12, pertencentes a 11 gêne-
ros. Damos a seguir uma chave para a i- - Cabeça nao imersa no pereonito I;
dentificaçao dessas espécies. epístoma pequeno, visível dorsalmente
separando as antenas ..... CCL6ÁídÍJU.d2Xl
Chave -para os Sphaeromatiâae de litoral tabeAculcuta
dos Estados de São Paulo e Rio de Janei-
ro: 8. Pleotelson apresentando margem distai
tubiforme com orifício central; su-
1. Pleópodos 4 e 5 com exõpodo e endõpodo perfície dorsal microtuberculada;
opaco, carnoso, com dobras branquiais seis tubérculos grandes, semi-esféri-
(Fig. 23) Subfamllia Dynameninae cos, presentes no pleon (Fig. 18) ...
Bowman, 1981 Cí/rnodoce££ít. guífuipít/u.ÊíU-óò
Pleópodos 4 e 5 com exõpodo e endõpodo - Margem distai do pleotelson lisa, ou
transparente, ou com exõpodo transpa- com fenda, não tubiforme 9
rente e endõpodo opaco 2
9. Machos e fêmeas com margem distai do
2. Pleópodos 4 e 5 com endõpodo opaco, pleotelson lisa, arredondada, sem
carnoso, com dobras branquiais e fenda; urÕpodos estreitos (Figs 24-25).
exõpodo transparente, sem dobras Corpo liso, sem tubérculos
PfRES: Sphaeromatfdae: Isopoda A5

y .. SphaeA.Qmop&-Í6 movJiQÁVLdtfiihuÁ.c^ão gcogiR^lcA


Machos e fêmeas com acentuado diraor-
fismo sexual, Margem distai do
BRASIL. ZLo Gfumdz de Mofitz: Cabo de São
Roque (localidade-tipo); _Pe>ínajnfaíJ.C(?: Re-
pleotelson, no macho, com fenda gran- cife; BahÁJi: Salvador; São Pau/o : Ubatuba,
de e profunda, na fêmea, com fenda Santos, Itanhaém, Peruíbe; PoAãyiR:
pequena e rasa ; urópodos muito alar- Caiobã, Matinhos, Ilha do Mel; Santa.
gados ou muito longos nos machos, e CojtcvUna.: Ponta das Canas, Camboriú,
mais estreitos e curtos nas fêmeas . Piçarras, Itajal, Florianópolis. As
10 ocorrências novas aqui registradas são
as do Estado de Sao Paulo e as de Itajaí
10. Corpo com pequenos tufos de cerdas
e Florianópolis, no Estado de Santa Cata-
dorsalmente. Machos apresentando rina-
margem distai do pleotelson com fenda
larga em toda a sua extensão, parte
MateAÃat examinado
basal com um dente central e dois
submedianos; urópodos estreitos, com São Paulo: Itanhaém (1976, A. M. S. Pires
exopodo muito longo e curvo para den- col., 18 exemplares); Santos (Ilha
tro, ultrapassando muito o ápice do Porchat, em Ulva sp., 20.10,1979, S. A.
pleotelson (Fig, 26). Pleotelson da Vanín col., 3 exs.); São Sebastião
fêmea com 3 grandes tubérculos trans- (Praia do Cabelo Gordo, 09.09.1972,
versais; margem distai com pequena A.M. S. Pires col., 13 exs.); Ubatuba
reentrancia semicircular, endopodo do (Enseada do Flamengo, em algas do médio
urÕpodo distalmente truncado (Fig. litoral inferior, abril e setembro de
27) VaAJXC^AdQÂÁ òCJuZpta 1975, A. M. S. Pires e S. A. Vanin col.,
77 exs.); idem (Lagosteiro, 1972,
Corpo sem tufos de cerdas. Urópodos A. M. S. Pires col., 10 exs-); -idem
lamelares, subiguais na largura, (Praia do Flamenguinho, em algas, 5-6 m
exÕpodo cerca de 3/4 do comprimento de profundidade), 1965, P. S. Moreira
do endopodo 11 col., 33 exs.). SanXa CatoAÃna.: Itajal
ll.Dorso do pleotelson com tuberculos (Praia Vermelha, em algas Rodofíceas,
semi—esféricos, sendo em numero de 12.04.1979, S. Ditadi col., 2_^exs.);
4 na fêmea e 5 no macho; macho adulto Florianópolis (Praia da Armação,
com forâmen cordiforme, ligado ao 17.05,1978, F. Santos Filho col,, lex,).
ápice por fenda estreita e curta
(Figs 21-22) ?aAadzlla dUanao. VifnõÁ,deó aiitío^ Loyola e Silva, 1960
(Figs 2-3)
I— Dorso do pleotelson com microtubércu-
los formando um "U" invertido, mais dynOÁÁ2Á Cjd&Vioi. Loyola e Silva, 1960:91.
marcante nos machos adultos; macho
PaAadyno^deA bnxLòÂjÁ.znòÃÁ Loyola e Silva,
adulto com foramen cordiforme ligado
1960: 101. Sinônimo novo.
ao ápice por fenda estreita e longa
(Figs 19-20) I?í/nc!mene££ix tÂ.opl(ia. VynOÁ.de^ aw-t^io-c foi encontrado, até o J
presente, somente na região entre-marés. •
Ocorreu nos tubos vazios de PhAUQitídtopCníCi
Subfamtlia Sphaeromatinae
lü.pldoòCL.^ junto a Sphp,QAoma. ww^feeu. e
Cymodocí bha&ÃI>i<íni,Ã^ Richardson, 1906 VijYWmzneÍMi tAopÂ.ca. Na Enseada do
P __ (Fig. 1) Flamengo, Ubatuba, foi obtido em bancos
Esta espécie ocorreu em ?hAagmaX.opoma de PhAagmatopoma, junto a Cy(Aoin.na poAva;
í<ip-idoia., em pequeno número, e em algas, em carapaças vazias de TztAjdCCctíl
pdesde a zona entre-marls ate 5-6 m de òqiMimOéa e ChXJymaZuÁ sp., dominando so-
profundidade. A maior densidade verifi- zinho este ambiente; e em varias espé-
cada foi de 43 indivíduos por 500 g de cies de algas.
SoAgcmm cymoòim. Cymodocz bucültítnò^j, Um estudo mais detalhado sobre V.

I
e comumente encontrada em águas costei- CJX6t/L0Á. no ambiente das carapaças vazias
ras rasas. Richardson (1906) relata que de T^ÂAacZ<Xa. iquamoòo. foi realizado em
a espécie foi coletada a 36 m de profun- 16.01.1976, no costão do Lagosteiro,
didade, em conchas quebradas, e Loyola G Enseada do Flamengo, Ubatuba. A maioria
Silva (1960) obteve-a em algas e em Po- das carapaças apresentou-se coberta pela
rifera, desde a zona entre-marés ate 5 m alga incrustante, Rat^^Á-ia ejcponia.^ Das
^^jgrof undidade, oito amostras coletadas (3 da secção
Bolm Inst. oceanogr., S Paulo, 31(2), 198Z
kÉ>

vertical e 3 da horizontal), retirou-se o limite de distribuição da espécie.


49 carapaças, onde foram encontrados 94 Vynoldiiò ccutAol foi encontrado em
Vynoídilá cãòüioi. Foram obtidos de 1 a varias algas {knphJjwa bçjXLiVOÁJiÁÁ.,
4 animais por carapaça; em 65% das mes- ChdÀJLoòpofuM sp., SoAgoáium cymo^uni,
mas, foi constatado haver ura adulto com Ei%t2A0mOfLpha cZathAcUa, Utva lactacü.)
1 a 3 jovens; em 35% das carapaças, en- em carapaças vazias de ChthamatLü sp.
controu-se apenas jovens. e TeXAJXCJUJjCL òqVíun\oi,íX, em bancos de me-
No costão, com o abaixamento daraare, xilhão e em tubos vazios de VhAagmcutjüpoma.
foi observada a migração de alguns exem- lapidada,
plares de V. CíiòtfiOÀ. para carapaças si- UateAlal. zxatninado
tuadas em níveis inferiores. A movimen-
tação dos animais dentro da faixa de Rio de. JaneÃAo: Cabo Frio (boca do Canal
Teí/uictctí7 ou entre esta e o cinturão de de Itajuru, 12.02.1980^ A. M, S. Pires

I algas situado logo abaixo, se deu sempre e S. A. Vaniii coi., 8 exs.); -ÓíeJii
no momento do refluxo de uma onda, quan- (Praia do Forte, 11.02.1980, A. M. S,
do da formação de uma esteira d^ água Pires e S. A. Vanin coi., 100 exs.);
sobre a rocha. Arraial do Cabo (Prainha, em Ch.thajn:cií.a&
Um outro aspecto estudado em relação sp., local abrigado, 13.02.1980, A. M. S.
a população de 0. CjCHifioÀ. foi o da den- Pires e S. A. Vanin coi., 2 exs.); -ceiem
sidade de indivíduos por tipo de subs- (Praia do Boqueirão, era banco de mexi-
trato coletado. Em setembro de 1975, lhão, 14.04.1977, F. Fernandes coi., 33
foram obtidas amostras de algas e de ca- exs.); Zdm (Praia do Forno, em banco de
rapaças de JeXÂJXoJUMi i>qu.ca)\oi,a- em três mexilhão, 12.04.1977, F. Fernandes coi.,
COStoes da Enseada do Flamengo, Ubatuba: 3 exs.). Sao Paulo: Ubatuba (Enseada do
Ponta Grossa, Ponta do Espia e Flamengo, em algas, 1965, P. S. Moreira
Lagosteiro. Verificou-se que aproxima- coi., 6 exs.); Á.dem (Enseada do Flamengo,
damente 75% da população de C. CCL&ÜiO-i abril e setembro 1975, A. M. S. Pires e
•amostrada em algas é formada por jovens, S. A. Vanin coi., 1972 exs.); Santos
e o restante, 257=, formado por fêmeas e (Ilha Porchat, em Pklagmatopoma iapídoiã,
machos imaturos. Ao contrario, nas ca- 14.11.1978, A. M. S. Pires e S. A. Vanin
rapaças de JzXAacLiia iquamo^a, 73% da coi., 78 exs.); Idem (Ilha das Palmas,
população amostrada e composta de adul- 09.09.1980, A. M. S. Pires coi., 9 exs.);
tos em reprodução, estando os machos em Ádejv (Ilha de Lajes, em algas, setembro
maior proporção (razão sexual de 1:1,5). 1976, P. S. Moreira coi., 86 exs.);
Estes dados sugerem uma localização Itanhaém (17.03.1976, A. S. Tararam
preferencial dos jovens em algas e, dos coi., 42 exs.); -ódCíH (Praia do Poço,
adultos, nas carapaças vazias de 13.05.1980, A. S- Tararam coi., 28 exs.);
TeXAacÃJJjx òqaamoòa. (Tab. 1). Guarujã (Saco do Major, 1974, A. M. S.

I pÃyStZfUbtUção gzogfLã.^lca
BRASIL. Rio de. JaneÃJLO: Cabo Frio,
Arraial do Cabo, Barra de Guaratiba.
500 Paulo: Ubatuba, Guaruja, Santos,
Pires coi., 8 exs.).

V<AcuU)^ão
O gênero PoAadynoldeA Loyola e Silva,
1960 foi recentemente sinonimizado com
Itanhaém. Sao todas ocorrências novas,
VynoldeÁ Barnard, 1914, por Bruce (1980).
com exceção daquela de Barra de Guaratiba, Vynolde (UU>t/iOÍ. foi descrito com base
A presente distribuição amplia para o sul em um único exemplar macho e, na época,
Tabela I - Número e proporção de jovens nao se pensou ser esta uma espécie se-
e adultos de Vyno-íde^ ccattoÁ. xualmente dimÕrfica. Assim sendo,
em algas e carapaças vazias PoAadynoideÁ continha, na realidade,
de TeÀAactiXa òquamoàa (cos- exemplares jovens, fêmeas e machos ima-
tio do Lagosteiro, Ubatuba, turos de VynoldzÁ C(ii,ifwl. Bruce (1980)
janeiro de 1976) suspeitou da identidade de PoAAdynold&é
ao comparar as fêmeas e machos imaturos
Subi t f * to
de VynoidZA dentUlmu, Shen, 1929 e V.
Totèl Tota 1
Jovem adultos bA.e,vÁAplna Bruce, 1980 com as figuras de
863 n2
PoAadynoldu (Loyola e Silva, 1960, figs
71.7 100,0
16-17).
f iquamoia 200 2T> 27.0 73.0 100.0
Porém, Bruce (Op.ccí.) fez somente a
sinonímia do gênero VynüÃ.deÁ, nao se re-
PIRES: Sphaeromatidae: Isopoda ^1

f e r i n d o ao " s t a t u s " de PaAndijnoldzi^ vestigadas.


bfijiXi>ÁJiLQ.nò.U,i se e s t a s e r i a uma e s p é c i e
v a l i d a ou se s e r i a sinônimo de o u t r a j a VL(itXÍbtM.ç.ão g(LogA3.f^tca
d e s c r i t a . Assim s e n d o , t e n d o s i d o e n - CEILÃO. ÍNDIA. EGITO. ÃFRICA DO SUL.
c o n t r a d o s em Cabo F r i o ( R J ) , machos de AUSTRSLIA. PORTO RICO. BRASIL. CíXViã:
Vynoldtò cuit^ol e fêmeas de PaJuidynüidíò Fortaleza; PzAnambaco; RÃ.0 de JanexAo;
bfviÁJJLLZiUi-Lii c o h a b i t a n d o a mesma c a r a p a - São Paulo: Ubatuba, Guarujã, Santos,
ç a v a z i a de CMkamatuò s p . , e havendo Peruíbe; Panjínãt Ilha do Mel. As ocor-
s i d o r e a l i z a d o o e s t u d o m o r f o l õ g i c o das rências novas são as de Peruíbe, Santos
duas e s p é c i e s , p o d e - s e c o n c l u i r que P . e Guarujã.
bACU>-LtyLe.n&^ ê sinônimo de f, CJJJÍVIOÁ,.
Um f a t o c u r i o s o que a c o n t e c e em MaCeA/caX examinado
VynoZdeJ) CCK>t/ioÁ. e q u a n t o ã segmentação
do exópodo do pleÕpodo 3 . Nos j o v e n s , São Paulo: Santos (Ilha de Urubuqueçaba,
fêmeas e machos i m a t u r o s , e s s e ramo é em banco de ostra, junto com PaAodzlla
b i a r t i c u l a d o , e n q u a n t o q u e , nos machos dlanae, 05.1977, 1 ex.); Santos (Ilha
adultos, e uniarticulado, Este f a t o , Porchat, em Ph/vagmatopoma lapldo&a,
p r o v a v e l m e n t e também c o n t r i b u i u p a r a que 07.10.1976, S. A. Vanin col., 14 exs.;
Loyola e S i l v a (1960) c r i a s s e um g ê n e r o Idm, 14.11.1978, A. M. S. Pires e S. A.
e uma e s p é c i e nova {VoAadijno-idu Vanin col., 193 exs.; Idm, 20.10.1979,
bfuii>ÁXÀ.tYUíJji) p a r a c o l o c a r os j o v e n s , S. A. Vanin col., 39 exs.); Santos (Ilha
fêmeas e machos i m a t u r o s de VynOíd&Á das Palmas, em JoÂJiadLiXa. &q[jjMiOàa,
MaidtfiOÂ., 09.09.1980, A^ M. S. Pires col., 3 exs.);
Guarujã (Costão do Saco do Major, 1977,
A. M. S. Pires col., 20 exs.); Idim
$pha.eAoma. teAtbAoyiò Bate, 1856
(Praia das Pitangueiras, emPhAagmaiopoma
p í ? i g . A) lapidada, 24.01.1980, A. M. S. Pires e
SphxizAoma tefitbfianí, f o i c o l e t a d o em ma- S. A. Vanin col., 119 exs.); Peruíbe
d e i r a encontrada na r e g i ã o e n t r e - m a r é s e (em Phuxqmatopoma lapldoòa, 01.1976,
banhada p o r água s a l o b r a . A e s p é c i e s ê M, Scaico col., 20 exs.).
b a s t a n t e comum n e s s e a m b i e n t e , p o i s p e r -
fura madeira e n e l a c o n s t r ó i g a l e r i a s .
Subfamtlia CassiãCninae
ViÁtnÁhuÁ.qã.o QZOQnJDL{^icjx
VlzÁ filumlnírUsÃA (Maííe-Garzon, 1944)
BRASIL. SOJO Paulo: C a n a n ê i a ; Santa (Fig. 7)
CcutoAlyyx: J o i n v i l l e , P i ç a r r a s . MOÇAMBIQUE.
ÁFRICA DO SUL.
VlZÃ )5-£um-òiG.nà^ ocorreu em Spa^LÍÁna
tÁctXeJujit íxaminado olteAni^loAjCi, na zona do mediolitoral,
em salinidade entre 30 e 32 °/oo. Ê uma
São Paulo ( C a n a n ê i a , 1 0 . 0 1 . 1 9 8 1 , J . Abreu
espécie eurlhalina, no Paraná foi cole-
col., 9 exs.).
tada por Loyola e Silva (1960) em sali-

I
nidade de 17 °/oo, vivendo em águas tro-
SpkLCAOma mJtkzJú. S t e b b i n g , 1905 picais e subtropicais da costa sudeste
( F i g s 5-6) brasileira.
SphaeAoma walkeAÂ. f o i a e s p é c i e d o m i n a n -
t e em bancos de PhAagmatopoma ZcipÁ.daòa, V-UüUbalção gtog^^lca
Num b l o c o de t u b o s v a z i o s de c e r c a de BRASIL. Rio de JanCxiAo: Lagoa de Gamorim
i q u i l o , foram o b t i d o s 193 e x e m p l a r e s de
t 5 . wa£fe£/íx., s e g u i n d o - s e em a b u n d â n c i a ,
Vynoidzi COÒÍAOI (78 e x e m p l a r e s ) ,
(localidade-tipo), Lagoa da Tijuca; São
Paulo: Cananêia; Pananã: Baia de
Guaratuba; Savvta. CataAliia: Camboriú; Hio
PtvtadíUa dÁjmao. (35 e x s . ) , VynmmUla Gnjandz do Sul: Lagoa dos Patos, Canal de
1-fLOp-cca. (3 e x s . ) e SpfiaeA,omop4-cá mauACÁ são Gonçalo. A espécie é assinalada pe-
I (1 e x . ) . SpímeíLOma voaZkeAl f o i também la primeira vez para o litoral paulista.
• o b t i d o em c a r a p a ç a s v a z i a s de TzX/iacLíXa
Uòquajna^a. Não f o i e n c o n t r a d o era a l g a s
l^iate/Ual excünlyuidü
• e , embora t e n h a s i d o a s s i n a l a d a a p r e -
• s e n ç a da e s p é c i e em Ubatuba (Loyola e São Paulo: Cananêia (15.09.1981, A. S.
• S i l v a , 1 9 6 0 ) , não se c o l e t o u nenhum e - Tararam, A. M. Takeda e Y. Wakabara col-,
5 exs.).
• » • ? • • • • iHMiiiüi^i^l^ ^^^ v á r i a s p r a i a s i n -
it8 Bolm I n s t , oceanogr., 5 Paulo. ^: (?) ,982

1 . Cymoáica b^uu>.cUíiuli, fêmea, 5,0 mm: p l e o t e l s o n . 2 - 3 . VynoideJ> caàtAol; 2. fê-


mea, 3,a mm: p l e o t e l s o n ; 3. macho, 5,1 mm: p l e o t e l s o n . k. Spha^/toma teJUbàanÁ, ma-
cno ís 3 mm: p l e o t e l s o n . 5 - 6 . Spha&Aoma MUkzfU, fêmea, 8,0 mm; 5. pleõpodo k; 6,
pleotelson.
PIRES: Sphaeromatidae: Isopoda ít9

^ CoÁóyicUyiidza tabsAuuLaúi Richardson, 1912 I l h a do Mel. ARGENTINA- Buenoó KUej,:


(Figs 8-10) Quequén. Com o presente trabalho o l i -
mite de d i s t r i b u i ç ã o da espécie fica e s -
tendido mais para o n o r t e : CananSia, São
C(JUt6ZdLÍitidQ.a tabeACuZata Richardson, Paulo.
1912: 107-108.

'íx.OòphcieAOma pLaXtnÁ^. Giambiagi, 1922: UatQJiLoL zxamZnado


234. Sinônimo novo.
São Paulo: Cananéia (era Spa^utLna
olttAnl^tofw., entre-marés, 25.08.1981
V&ZüdoòphaeAoma jakobÃÃ Loyola e S i l v a , A. M. Takeda, A. S. TararameY. Wakabara
1959:79. Sinônimo novo. c o l . , 793 e x s . ) ; Idom Ud&n, 15.09,1981,
A. M. Takeda, A, S. TararameY. Wakabara
[ E s t a e s p é c i e f o i c o l e t a d a em r a í - c o l . , 438 e x s . ) ; -cde/n ildem, 20.10.1981,
I z e s de Spafitlna a.ttzn.n-iitofia. e em A. M. Takeda, A. S. Tararam eY. Wakabara'
[ a r e i a , desde a r e g i ã o e n t r e - m a r i s c o l . , 706 e x s , ) ; Adem (em a r e i a , e n t r e -
' a t é 1 - 1 , 5 m de p r o f u n d i d a d e . Se- marés, 10.02.1982, A. S. Tararam c o l . ,
Igundo L o y o l a e S i l v a ( 1 9 6 0 ) , e l a 20 e x s . ) ; ld<m (em a r e i a , 1 m de p r o f . ,
jpode s e r e n c o n t r a d a s o b p e d r a s e 26.08.1981, A. M. Takeda, A. S- Tararam
|em v e g e t a ç ã o a q u á t i c a , em á g u a e Y. Wakabara c o l . , 3 e x s . ) .
f m a r i n h a ou m a i s f r e q ü e n t e m e n t e s a -
ilobre .

yViãt/UhtxiqMX) gtog/Lã^^ca TkoZozodlum nhombo^^/LontaLU e r a conhecido


no B r a s i l a t r a v é s de um único exemplar
MÉXICO. M a d r e , Maron L a g o o n . BRA- macho proveniente do Paraná. Ate o p r e -
S I L . R-to de JanzlfLO) São VaaZc: sente nada se sabia sobre o dimorfismo
C a n a n é i a ; PafLanã.t B a í a de G u a r a - sexual d e s t a e s p é c i e , pois na descrição
t u b a , M a t i n h o s ; Santa CatafiZna: o r i g i n a l nada consta a r e s p e i t o . Com o
J o i n v i l l e ; R-Lo Gfiandz do Sal: R i o m a t e r i a l muito numeroso a d i s p o s i ç ã o ,
G r a n d e ( p o r t o ) . C a n a l de S ã o G o n - nos f o i p o s s í v e l comparar ambos os sexos
ç a l o . P e l o t a s ( p o r t o ) . ARGENTINA. e encontrar dimorfismo sexual, pouco a-

I iéuínoi MfiZJd: r i o S a n t i a g o . centuado, nos pereópodos, O pereopodo


I , t a n t o em machos quanto em fêmeas, d i -
f e r e dos demais por a p r e s e n t a r um número
TkolúzodÀJum ^hombol^onZoLüs (Gi.aià>ia.^i, bem menor de cerdas em todos os a r t í c u -
7 l o s . Os pereópodos I I - V I I nos machos,

I
1922) comb. mv,
apresentam as margens d i s t a i s do i s q u i o ,
(Figs 11-17)
mero e carpo com um número bem maior de
cerdas em r e l a ç ã o as fêmeas; os a r t í c u -
'íxo&pha.^Aoma ^ihombo^fLontaJUA (Giambiagi, los mero, carpo e prõpodo possuem, na
1922: 237, face v e n t r a l , uma ãrea densamente p i l o s a
nos machos, que e i n e x i s t e n t e nas fêmeas
Vi,2JULdo&pha2Aoman.hombo{ifiQivtalü>; Loyola (Figs e 13-15). Os ovos se desenvolvem
S i l v a , 1960: 115. numa bolsa i n t e r n a no corpo da fêmea.
A e s p é c i e que ocorre em nosso l i t o r a l
Espécie m u i t o a b u n d a n t e na z o n a en- a p r e s e n t a quase todas as c a r a c t e r í s t i c a s
t r e - m a r é s , e s p e c i a l m e n t e na a r e i a do gênero fholozodiusn Eleftheriou,
e n t r e a s r a í z e s de Spafiti.na attQ.fi- Holdich & Harrison, 1981. ^Em T.

I
ni^Zofia. F o i o b t i d a t a m b é m , mas t/iomí)0(5>Lon^aLcó n ã o h á v e s t í g i o de sutura
em menor q u a n t i d a d e , no i n f r a l i - das placas coxais nos p e r e o n i t o s , a b o l -
t o r a l r a s o ( 1 - 1 , 5 m), em f u n d o sa marsupial i n t e r n a é única, e a margem
de a r e i a . Sao a n i m a i s c a r a c t e - d i s t a i do p l e o t e l s o n apresenta uma r e e n -
r í s t i c o s de l i t o r a l a r e n o s o . t r â n c i a b a s t a n t e r a s a , melhor observada
em v i s t a l ã t e r o - d o r s a l . Apesar dessas
d i f e r e n ç a s , preferimos deixar
n.kombo{in.ontcübai emJhoZozodÁxm, j ã que e
BRASIL. Sào Paulo: Cananeía; PaAanÕ.: o gênero do qual mais se aproxima.

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