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, S Paulo, 3 1 ( 2 ) : 4 3 - 5 5 , 1982
Synopsis
Ths pvesent W07?k ãeats with taelve species of Sphaeromatidae from severat suhstpata
irt the intertidal and shallow infralittoral zone in São Paulo and Rio de Janeiro
StateSj Bvazil. Sand, stones^ empty teste of bamacles^ empty tubes of polychaete^
byssus of musselsj oystev beds^ macroscopic algae and sea grass (Spojctin/x
oiXeAyií^to^ia.] weve colleated and analysed. The following nomencíaturat changes
have been mzde: P-icucíoápíiaeAoma jakobiÁ and Exo^píiacAomo. ptoJtínÁí are synonymyzed
with Ca^òldLúiLdza tubcAcutaJui; Pòíudoòpha^Aoma fihombo^^fLontatíí, is plaoed inthegenus
Thoíozod^umi PaAadyno<.díÁ b^iaòZLLQ.M.iò is synonymyzed with Vyno-idz^ coòt^LoZ and
Vynam2neÃJji antorUÃ. with V. tA.opA.CjPi. A key to species^ the geographiaal distri-
bution and notes on the habitai of the species ave also fumished.
I Introdução
'Os costoes rochosos sao povoados por nu-
merosos animais, notadamente por crustá-
ceos, entre os quais são comuns os Iso-
O presente estudo tem por objetivos
fornecer: a classificação atual dos
Sphaeromatidae encontrados; as novas o-
corrências das espécies nos Estados de
poda. Nas regiões em que o substrato se Sao Paulo e Rio de Janeiro, nas zonas
apresenta coberto por algas, a fauna de entre-marês e submersa rasa; a distri-
crustáceos existente i rica e diversifi- buição das espécies nos diferentes subs-
cada {Hagerman, 1966; Dommasnes, 1969; tratos; e os dados biológicos referentes
Mukai, 1971) e os isÕpodes estão presen- as mesmas. £ uma atualização e comple-
tes, muitas vezes, em número bastante mentaçao do primeiro levantamento dos
elevado. Sphaeromatidae brasileiros, realizado
por Loyola e Silva (1960).
• Entretanto, nos costoes rochosos, não
sÕ as algas são habitadas por estes
crustáceos. Outros tipos de substratos, Material e métodos
tais como as cavidades formadas por ca- Os Sphaeromatidae estudados sao, em sua
rapaças vazias de cirrípedes, os espaços maioria, provenientes de coletas reali-
entre o bisso de moluscos e tubos de zadas no litoral dos Estados de Sao Pau-
poliquetos, sao também explorados, espe-
lo e Rio de Janeiro, durante o período
cialmente pelos Sphaeromatidae.
compreendido entre 1972 e 1982. Incluí-
• Os fundos inconsolidados da região dos neste trabalho estão também alguns
entre-marés e infralitoral raso sao tam- exemplares que me foram encaminhados pa-
bém povoados por várias espécies de Iso- ra determinação. Em Sao Paulo, o mate-
poda, estando os Sphaeromatidae bastante rial foi obtido nas seguintes localida-
bem representados dentro da comunidade aí des: Ubatuba, São Sebastião, Bertioga,
existente. Estes isÕpodes podem viver, Guarujá, Santos, Itanhaêm, Peruíbe^e
pois, numa diversidade muito grande de Cananéia. No Rio de Janeiro, em Búzios,
habitats, tolerando uma larga faixa de Cabo Frio, Arraial do Cabo, Angra dos
variações das condições ambientais, tais Reis e Parati.
I
e comumente encontrada em águas costei- CJX6t/L0Á. no ambiente das carapaças vazias
ras rasas. Richardson (1906) relata que de T^ÂAacZ<Xa. iquamoòo. foi realizado em
a espécie foi coletada a 36 m de profun- 16.01.1976, no costão do Lagosteiro,
didade, em conchas quebradas, e Loyola G Enseada do Flamengo, Ubatuba. A maioria
Silva (1960) obteve-a em algas e em Po- das carapaças apresentou-se coberta pela
rifera, desde a zona entre-marés ate 5 m alga incrustante, Rat^^Á-ia ejcponia.^ Das
^^jgrof undidade, oito amostras coletadas (3 da secção
Bolm Inst. oceanogr., S Paulo, 31(2), 198Z
kÉ>
I algas situado logo abaixo, se deu sempre e S. A. Vaniii coi., 8 exs.); -ÓíeJii
no momento do refluxo de uma onda, quan- (Praia do Forte, 11.02.1980, A. M. S,
do da formação de uma esteira d^ água Pires e S. A. Vanin coi., 100 exs.);
sobre a rocha. Arraial do Cabo (Prainha, em Ch.thajn:cií.a&
Um outro aspecto estudado em relação sp., local abrigado, 13.02.1980, A. M. S.
a população de 0. CjCHifioÀ. foi o da den- Pires e S. A. Vanin coi., 2 exs.); -ceiem
sidade de indivíduos por tipo de subs- (Praia do Boqueirão, era banco de mexi-
trato coletado. Em setembro de 1975, lhão, 14.04.1977, F. Fernandes coi., 33
foram obtidas amostras de algas e de ca- exs.); Zdm (Praia do Forno, em banco de
rapaças de JeXÂJXoJUMi i>qu.ca)\oi,a- em três mexilhão, 12.04.1977, F. Fernandes coi.,
COStoes da Enseada do Flamengo, Ubatuba: 3 exs.). Sao Paulo: Ubatuba (Enseada do
Ponta Grossa, Ponta do Espia e Flamengo, em algas, 1965, P. S. Moreira
Lagosteiro. Verificou-se que aproxima- coi., 6 exs.); Á.dem (Enseada do Flamengo,
damente 75% da população de C. CCL&ÜiO-i abril e setembro 1975, A. M. S. Pires e
•amostrada em algas é formada por jovens, S. A. Vanin coi., 1972 exs.); Santos
e o restante, 257=, formado por fêmeas e (Ilha Porchat, em Pklagmatopoma iapídoiã,
machos imaturos. Ao contrario, nas ca- 14.11.1978, A. M. S. Pires e S. A. Vanin
rapaças de JzXAacLiia iquamo^a, 73% da coi., 78 exs.); Idem (Ilha das Palmas,
população amostrada e composta de adul- 09.09.1980, A. M. S. Pires coi., 9 exs.);
tos em reprodução, estando os machos em Ádejv (Ilha de Lajes, em algas, setembro
maior proporção (razão sexual de 1:1,5). 1976, P. S. Moreira coi., 86 exs.);
Estes dados sugerem uma localização Itanhaém (17.03.1976, A. S. Tararam
preferencial dos jovens em algas e, dos coi., 42 exs.); -ódCíH (Praia do Poço,
adultos, nas carapaças vazias de 13.05.1980, A. S- Tararam coi., 28 exs.);
TeXAacÃJJjx òqaamoòa. (Tab. 1). Guarujã (Saco do Major, 1974, A. M. S.
I pÃyStZfUbtUção gzogfLã.^lca
BRASIL. Rio de. JaneÃJLO: Cabo Frio,
Arraial do Cabo, Barra de Guaratiba.
500 Paulo: Ubatuba, Guaruja, Santos,
Pires coi., 8 exs.).
V<AcuU)^ão
O gênero PoAadynoldeA Loyola e Silva,
1960 foi recentemente sinonimizado com
Itanhaém. Sao todas ocorrências novas,
VynoldeÁ Barnard, 1914, por Bruce (1980).
com exceção daquela de Barra de Guaratiba, Vynolde (UU>t/iOÍ. foi descrito com base
A presente distribuição amplia para o sul em um único exemplar macho e, na época,
Tabela I - Número e proporção de jovens nao se pensou ser esta uma espécie se-
e adultos de Vyno-íde^ ccattoÁ. xualmente dimÕrfica. Assim sendo,
em algas e carapaças vazias PoAadynoideÁ continha, na realidade,
de TeÀAactiXa òquamoàa (cos- exemplares jovens, fêmeas e machos ima-
tio do Lagosteiro, Ubatuba, turos de VynoldzÁ C(ii,ifwl. Bruce (1980)
janeiro de 1976) suspeitou da identidade de PoAAdynold&é
ao comparar as fêmeas e machos imaturos
Subi t f * to
de VynoidZA dentUlmu, Shen, 1929 e V.
Totèl Tota 1
Jovem adultos bA.e,vÁAplna Bruce, 1980 com as figuras de
863 n2
PoAadynoldu (Loyola e Silva, 1960, figs
71.7 100,0
16-17).
f iquamoia 200 2T> 27.0 73.0 100.0
Porém, Bruce (Op.ccí.) fez somente a
sinonímia do gênero VynüÃ.deÁ, nao se re-
PIRES: Sphaeromatidae: Isopoda ^1
I
nidade de 17 °/oo, vivendo em águas tro-
SpkLCAOma mJtkzJú. S t e b b i n g , 1905 picais e subtropicais da costa sudeste
( F i g s 5-6) brasileira.
SphaeAoma walkeAÂ. f o i a e s p é c i e d o m i n a n -
t e em bancos de PhAagmatopoma ZcipÁ.daòa, V-UüUbalção gtog^^lca
Num b l o c o de t u b o s v a z i o s de c e r c a de BRASIL. Rio de JanCxiAo: Lagoa de Gamorim
i q u i l o , foram o b t i d o s 193 e x e m p l a r e s de
t 5 . wa£fe£/íx., s e g u i n d o - s e em a b u n d â n c i a ,
Vynoidzi COÒÍAOI (78 e x e m p l a r e s ) ,
(localidade-tipo), Lagoa da Tijuca; São
Paulo: Cananêia; Pananã: Baia de
Guaratuba; Savvta. CataAliia: Camboriú; Hio
PtvtadíUa dÁjmao. (35 e x s . ) , VynmmUla Gnjandz do Sul: Lagoa dos Patos, Canal de
1-fLOp-cca. (3 e x s . ) e SpfiaeA,omop4-cá mauACÁ são Gonçalo. A espécie é assinalada pe-
I (1 e x . ) . SpímeíLOma voaZkeAl f o i também la primeira vez para o litoral paulista.
• o b t i d o em c a r a p a ç a s v a z i a s de TzX/iacLíXa
Uòquajna^a. Não f o i e n c o n t r a d o era a l g a s
l^iate/Ual excünlyuidü
• e , embora t e n h a s i d o a s s i n a l a d a a p r e -
• s e n ç a da e s p é c i e em Ubatuba (Loyola e São Paulo: Cananêia (15.09.1981, A. S.
• S i l v a , 1 9 6 0 ) , não se c o l e t o u nenhum e - Tararam, A. M. Takeda e Y. Wakabara col-,
5 exs.).
• » • ? • • • • iHMiiiüi^i^l^ ^^^ v á r i a s p r a i a s i n -
it8 Bolm I n s t , oceanogr., 5 Paulo. ^: (?) ,982
I
1922) comb. mv,
apresentam as margens d i s t a i s do i s q u i o ,
(Figs 11-17)
mero e carpo com um número bem maior de
cerdas em r e l a ç ã o as fêmeas; os a r t í c u -
'íxo&pha.^Aoma ^ihombo^fLontaJUA (Giambiagi, los mero, carpo e prõpodo possuem, na
1922: 237, face v e n t r a l , uma ãrea densamente p i l o s a
nos machos, que e i n e x i s t e n t e nas fêmeas
Vi,2JULdo&pha2Aoman.hombo{ifiQivtalü>; Loyola (Figs e 13-15). Os ovos se desenvolvem
S i l v a , 1960: 115. numa bolsa i n t e r n a no corpo da fêmea.
A e s p é c i e que ocorre em nosso l i t o r a l
Espécie m u i t o a b u n d a n t e na z o n a en- a p r e s e n t a quase todas as c a r a c t e r í s t i c a s
t r e - m a r é s , e s p e c i a l m e n t e na a r e i a do gênero fholozodiusn Eleftheriou,
e n t r e a s r a í z e s de Spafiti.na attQ.fi- Holdich & Harrison, 1981. ^Em T.
I
ni^Zofia. F o i o b t i d a t a m b é m , mas t/iomí)0(5>Lon^aLcó n ã o h á v e s t í g i o de sutura
em menor q u a n t i d a d e , no i n f r a l i - das placas coxais nos p e r e o n i t o s , a b o l -
t o r a l r a s o ( 1 - 1 , 5 m), em f u n d o sa marsupial i n t e r n a é única, e a margem
de a r e i a . Sao a n i m a i s c a r a c t e - d i s t a i do p l e o t e l s o n apresenta uma r e e n -
r í s t i c o s de l i t o r a l a r e n o s o . t r â n c i a b a s t a n t e r a s a , melhor observada
em v i s t a l ã t e r o - d o r s a l . Apesar dessas
d i f e r e n ç a s , preferimos deixar
n.kombo{in.ontcübai emJhoZozodÁxm, j ã que e
BRASIL. Sào Paulo: Cananeía; PaAanÕ.: o gênero do qual mais se aproxima.