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Morfologia e Taxonomia Vegetal

ALGAS VERDES (ZYGNEMAPHYCEAE) DA COMUNIDADE PERFIFÍTICA DE


AMBIENTE LÓTICO DO SUDESTE GOIANO
Francielle Karla Lopes da Silva; Laiza Rosa Rezende Naves & Sirlene Aparecida Felisberto
fran.inu21@hotmail.com, sirfe@hotmail.com
Departamento de Biologia Geral, Instituto de Ciências Biológicas – ICB/UFG

INTRODUÇÃO Dentre as Zygnematales, as algas filamentosas com células cilíndricas, Spirogyra e


As algas são muito freqüentes nos ambientes de água doce e possuem grande importância Mougeotia foram os registrados no córrego. Comparando os meses, maior número de
em relação ao uso humano dos recursos naturais (Bellinger & Sigee, 2010). Elas compõem espécies ocorreu em setembro. Os três gêneros com o maior número de espécies foram
diferentes hábitos (plâncton ou perifíton) assim como diversos grupos, entre eles, as algas Cosmarium, Closterium e Staurastrum.
verdes, algas douradas, algas vermelhas (Raven et al., 2007) e outros. Dentre as algas
verdes estão as Zygnemaphyceae, que abrangem duas ordens, as Desmidiales e as
Zygnematales, que se diferenciam, porque nas Zygnematales falta a segmentação da parede
celular em duas ou mais peças e a especialização que caracteriza a última ordem são os
poros presentes na parede celular (Wehr & Sheath, 2002).
Assim, esta pesquisa visou o levantamento das espécies perifíticas das duas ordens de
Zygnemaphyceae em ambiente lótico, observando as condições do meio e as interferências
humanas neste.

MATERIAL E MÉTODOS
As três coletas foram realizadas no córrego de Caldas Novas – GO (17° 47’ 26,09” S - 48°
36’ 54,71” O) (Fig.1), nos meses de agosto, setembro e outubro de 2010. Os pecíolos de
vegetação aquática que continham perifíton, foram coletados à margem do córrego (Fig. 2).
Após a remoção, parte do material foi mantida in vivo e parte foi fixada em solução
Transeau (Bicudo & Menezes, 2006). Para as análises foram preparadas várias lâminas e os
indivíduos encontrados de Zygnemaphyceae foram fotografados, em objetiva de 400X e com
a câmara digital Sony Cyber Shot.

Figura 1. Mapa da localização da cidade de Caldas Novas e a região de amostragens do Córrego de Caldas.

A B
Figura 2. Imagens da região de amostragens do Córrego de Caldas (A, B, C). A seta preta em C, indica a massa de algas filamentosas perifíticas.
C
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O Córrego Caldas apresentou elevada riqueza de espécies, o que pode ser indicativo de boas
condições ambientais, baseado na composição das espécies encontradas. A flora perifítica das
Zygnemaphyceae foi composta por 18 gêneros, Actinotaenium, Closterium, Cosmarium,
Cylindrocystis, Desmidium, Euastrum, Gonatozygon, Micrasterias, Mougeotia, Netrium,
Figura 3. Riqueza de gêneros perifíticos da Zygnemaphyceae do Córrego Caldas.
Octachanthium, Penium, Pleurotaenium, Spirogyra, Spirotaenia, Staurastrum, Staurodesmus e
A maior parte das espécieTeilingia, distribuídos em 80 táxons identificados (Figura 2). Destes, CONCLUSÃO
60 foram ilustrados conforme pranchas 1-4. A maior parte das espécies encontradas pertence à Nossos estudos, realizados no ambiente lótico de Caldas Novas, confirmam a presença
Desmidiales, algas que possuem uma constrição mediana que define o estreito istmo que une de elevada riqueza de táxons pertencentes à Zygnemaphyceae, com maior número de
as duas metades (semicélulas) da célula. Também nesta ordem Desmidiales foram encontrados espécies em Desmidiales, ordem representada principalmente por representantes
representantes de hábito pseudofilamentoso como Desmidium, que possuem células unidas unicelulares. A alta riqueza dessas algas demonstra que mesmo com a grande
intervenção antrópica e apesar de não termos dados abióticos e considerando que esses
pólo a pólo para formar indivíduos torcidos em hélice às vezes envoltos por uma bainha de organismos são característicos de corpos d’água limpos (Branco, 1986), o córrego
mucilagem (Bicudo & Menezes, 2006). parece estar em boas condições ambientais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
•Bellinger,Edward G.; Sigee, David C.; Freshwater algae : identification and use as bioindicators; Wiley-Blackwell 2010.
•RAVEN, P. H. et al. 2007. Biologia Vegetal. 7a. ed. Rio de Janeiro. Ed. Guanabara Dois. 856p. il.
•Wehr, John D.; Sheath, Robert G.; Freshwater North algae; 2002.
•Bicudo, C. E. M.; Menezes, M. 2006.Gênero de Algas de águas Continetais do Brasil. Chave para identificação e descrição. Ed.
Rima. 2ª edição.
•Brancos, S. M., Hidrobiologia Aplicada a Engenharia Sanitária. 3ed. São Paulo. CETESB. 616p. 1986.

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