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INTRODUÇÃO
As formigas constituem um grupo altamente diverso (Holldobler & Wilson, 1990). Com alta
biodiversidade e ampla distribuição geográfica sensíveis a condições ambientais e facilmente amostradas
(Alonso & Agosti, 2000). Esta sensibilidade e sua relação com as comunidades de outros organismos
fazem das formigas potenciais indicadores ambientais (Delabie et al., 2007).
Estima-se que até 50% da mirmecofauna de florestas tropicais pode estar associada à serapilheira;
aproximadamente 62% de todas as espécies descritas no mundo habitam o solo e a serapilheira. O
conhecimento da biodiversidade da formicifauna de florestas tropicais obteve notáveis progressos após a
adoção de estratores de Winkler (Alonso & Agosti, 2000).
As restingas, ecossistemas da Mata Atlântica, apresentam-se em toda a faixa litorânea da costa
brasileira, sendo parte importante na manutenção da biodiversidade. Entretanto, estudos com a fauna de
formigas são raros, com exceção de Gonçalves & Nunes (1984) e Leal & Lopes (1992), Vargas et al.,
2007 constatando que a riqueza e composição de formigas variam com o efeito de fatores ambientais e
fisionomias na Restinga da Marambaia, RJ.
Assim, este estudo visa comparar a riqueza, diversidade e composição da formicifauna de
serapilheira amostradas com extratores de Winkler na restinga na APA em Maricá, RJ.
MATERIAS E MÉTODOS
As coletas foram realizadas no período sazonal, chuvoso e seco de 2006. Foram 30 amostras por
período, cada um constituía-se em parcelas de 1m2 de serapilheira (60 amostras). Em seguida foram
transportadas ao Laboratório de Mirmecologia da UFRRJ e foram colocadas no extrator de Winkler por
48h, posteriormente foram triadas, montadas em via seca, identificadas e depositadas na Coleção
Entomológica “Costa Lima” (CECL) da UFRRJ.
Para as análises foi realizada um NMDS para as amostras com auxílio do programa SYSTAT®
versão 11.0. Foram calculados os índices de diversidade de Shannon-Wiener (H’), Simpson (D), Margalef
(α) e o índice de equitabilidade de Pielow (J’).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram coletadas 52 espécies pertencentes a seis subfamílias e 23 gêneros. A subfamília com maior
riqueza foi Myrmicinae (27 espécies) que representa 51, 92% do total das coletas, seguida por Ponerinae
(16 espécies) ou 30, 76%; Formicinae (5 espécies) ou 9, 61% das coletas, Dolichoderinae (2 espécies) ou
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seja 3,8%, Ecitoninae (1 espécie) 1, 92%, Pseudomyrmecinae (1 espécie) com uma espécie (1,9%). Os
gêneros mais ricos em número de espécies foram Pheidole e Pachycondyla. A maior riqueza de espécies
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CONCLUSÃO
A comunidade de formigas da APA de Maricá mostrou-se homogênea em relação à composição,
riqueza e diversidade nos períodos amostrados.
AGÊNCIAS DE FOMENTO
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de
Janeiro (FAPERJ).
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