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OGMs - Organismos Geneticamente Modificados

Gargalo de Seleção: só alelos que conferem para determinada característica desejada são
selecionados, gerando menor variedade de alelos para tal característica. Tal perda de variedade
alélica afeta a flexibilidade da planta de reagir a mudanças no ambiente.

MAS O QUE SÃO OGMs?


São organismos cujo genoma foi alterado por engenharia genética. Isso não inclui fecundação
in vitro, conjugação ou outros processos naturais. Exemplos são a manipulação de ácidos nucleicos e
a fusão de células fora de família taxonômica.
Os tipos mais comuns, e que retém maior parte do investimento da indústria, estão voltados
para o agronegócio, são eles: melhor tolerância à herbicidas, que reduzem a necessidade de remoção
de ervas daninhas, resistência à insetos, diminuindo a quantidade de pesticidas utilizados e resistência
à vírus, aumentando a produtividade e diminuindo o risco de perda de plantações inteiras. As OGMs
mais comuns atualmente são beterraba (para produção de açúcar), algodão, milho, mamão, soja,
canola, batata e maçã.
Por métodos de seleção tradicionais de cruzamento, não é possível selecionar somente o alelo
necessário com precisão. Além disso, é um processo demorado (em médias, 7 gerações), podendo
levar décadas para ser concretizado.
Em técnicas de biotecnologia moderna, é necessário conhecimento prévio genético da
característica, algo não necessário no método tradicional. Identificado e clonado, o alelo desejado é
inserido no indivíduo, porém não se sabe onde tal alelo se instala. É um processo mais rápido,
eficiente e direto, mas, mesmo assim, o descobrimento do alelo que expressa a característica desejada
pode demorar.
HISTÓRIA
Fridiano Cavara (1897) observa galhas-de-coroa com bactérias Agrobacterium tumefaciens.
Galhas-de-coroa são uma massa celular (tumor) que surge em lesões no tronco e que drena recursos
da planta, diminuindo a atividade metabólica da mesma.
Em 1977, foi descoberto um mecanismo em que o DNA plasmodial (Ti) da bactéria era
transferido para células da planta, e a Agrobacterium tumefaciens passou a ser usada na engenharia
genética.
COMO OCORRE ESSE PROCESSO DE TRANSFERÊNCIA?
A planta, ao ser lesionada, libera fenólicos como defesa. A bactéria próxima percebe essas
substâncias, que induzem a ativação dos vir genes do plasmídeo bacteriano, os quais então induzem a
cópia do T-DNA plasmodial. Esta cópia é levada para a célula da planta, que reconhece o T-DNA
como material genético fora do núcleo e o leva para dentro dele. É um mecanismo natural da própria
célula (eucariota).
Isso desenvolve no ponto de lesão a galha de coroa já que os genes do T-DNA induzem
síntese de auxina e citocinina, que incentivam o crescimento autônomo da planta por duplicação.
Também há genes de síntese de opinas: alimento para bactéria que se instalou na coroa.
O T-DNA é limitado por bordas, que o identificam e permitem sua seleção. Isso significa que
não importa o que há no meio dessa região, mas sim que ela é delimitada, permitindo sua
transferência.
Então, manipula- se o meio do T-DNA para que a bactéria transfira os genes de interesse
pelos mecanismos naturais já discutidos.
Outra pergunta importante é como a célula modificada vira planta.
*Protoplasto: são células vegetais sem parede celular, que são colocadas em biorreatores para
produzir determinadas proteínas e compostos dos genes. Geralmente por meio de cultura de tecidos.
*Regeneração in vitro: o meio de cultura é alterado com moléculas sinalizadoras para
condições específicas (o que fazer para incentivar a célula a se regenerar em uma planta, como inserir
nutrientes, hormônios e outras substâncias)
No T-DNA também colocamos genes que ajudam as células OGM da planta a resistirem aos
processos de cultura. No final, sobram tais células que podem, então, gerar uma planta.

ESTRUTURA DO GENE

T 3’
5’ Gene de
UTR Interesse

Promotor Início do Pode ser uma região codificante Terminador


processo do mRna ou uma estrutura de
silenciamento gênico.

O promotor é uma sequência que determina quando e como um gene vai se expressar

EXPRESSÃO DE GENES
Aumenta ou introduz níveis maiores da expressão de um gene.
Ex1: genes Bt de Bacillus thuringiensis
Quando a proteína é expressa, é formado um cristal que age como inseticida: aumento da
produtividade.
Ex2: Biofármacos
Produção por culturas celulares de proteínas úteis para o ser humano.
Ex3: Aumentar a qualidade nutricional, como golden rice.
Esse arroz acumula provitamina A (carotenoides)

SILENCIAMENTO DO GENE
É uma estratégia para expressar um mRNA que forma grampo (fita dupla de RNA) a partir da
inserção de 2 fragmentos complementares de um gene separados por um íntron. A célula percebe
essa dupla fita de RNA e aciona seu mecanismo de defesa, picotando tal RNA. A partir disso, os
mecanismos celulares procuram mRNAs complementares aos dessas fitas picotadas que, quando
encontradas pelo pareamento, são destruídas. Não ocorre, portanto, a expressão do gene cujo
fragmento foi inserido.
Essa técnica permite com que a célula reaja quando tal fragmento genético indesejado de
expressão entrar nela por um vírus, por exemplo.
Exemplo: Resistência contra insetos
Acúmulo de duplas fitas de RNA contra certas proteínas do inseto. Estes ingerem o RNA de
fita dupla que passa pelo intestino e entra nas células do inseto, provocando silenciamento de um
gene importante para o indivíduo, matando-o.

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