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Biotecnologia

Aluna: Ana Carolina Almeida Ferreira

Professor: Lauro Bucker Neto

Produção de OGMs

1 – “Uma das críticas sobre o uso de transgênicos está relacionada com o emprego
de sequências de vírus para a produção do OGM”. Explique a sentença. Isso pode
ser mesmo perigoso?

Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) são organismos que tiveram seu


material genético modificado por técnicas de DNA recombinante. Tais técnicas
permitem a transferência de informação genética entre organismos ou a modificação do
seu próprio material genético, de forma que não ocorreria por meios naturais.

A maioria dos OGMs aprovados para uso alimentar possui seqüências comuns,
como o promotor 35S, proveniente do vírus do mosaico da couve flor (VMCF), o
terminador NOS, proveniente do gene da nopalina sintetase de Agrobacterium
tumefaciens e genes de resistência a antibióticos (HOLST-JENSEN et al., 2003;
BORDONI et al., 2004).

Esse processo é muito criticado por se tratar de uma nova tecnologia e considerando
o reduzido conhecimento científico a respeito dos riscos de OGMs, mas torna-se
indispensável que a liberação de plantas transgênicas para plantio e consumo, em larga
escala, seja precedida de uma análise criteriosa de risco à saúde humana e do efeito
desses produtos e serviços ao meio ambiente, respaldadas em estudos científicos,
conforme prevê a legislação vigente.

A transgenia contribui de forma significativa para o melhoramento genético de


plantas, visando aumento produção de alimentos, fibras e óleos, indução de tolerância e
resistência, como também a fabricação de fármacos e outros produtos industriais.

2 – Um produtor, muito preocupado com o ataque voraz de fungos aos frutos (e
somente aos frutos) de seu pomar, solicita que tu produzas um transgênico que
solucione esse problema. Como tu farias isso (pense em qual sequência de DNA
utilizar? Qual promotor introduzir na construção? Qual sistema de transformação
empregar?)?
Fungos fitopatógenos atacam plantas, se dividem em dois grupos: biotróficos e
necrotróficos.

Ataques vorazes na planta são causados pelos fungos necrotróficos que se alimentam
dos tecidos mortos, ou seja, matam as células para, em seguida, se alimentar delas,
tornando-os muito mais patogênicos, menos específicos e mais difíceis de controlar.

Sendo assim, com a ineficiência do controle com fungicidas, o impacto causado


pelos produtos no meio ambiente, a pesquisa tem buscado soluções alternativas e mais
sustentáveis para o controle de fungo. Uma das alternativas possíveis é o
desenvolvimento de plantas resistentes aos seus ataques através do silenciamento
gênico, que realiza o silenciamento dos efeitos dos genes, impedindo que se expressem
nas células.

O processo de silenciamento e realizado da seguinte forma: introduz-se no


organismo que desejam modificar, um gene que produz uma sequência de RNAs
interferentes (siRNA). Como o próprio nome já diz, esta sequência vai interferir no
funcionamento dos genes do organismo a ser modificado, impedindo que o gene se
expresse. O silenciamento gênico, também conhecido como interferência mediada por
RNA (RNAi), é o desligamento de genes específicos, alvos da inibição.

O DNA é o que carrega todo o nosso código genético. O RNA é o responsável


por transportar essas características e converter a mensagem genética em proteínas. O
RNA interferente altera esse processo, impedindo a formação de proteínas ou, melhor
ainda, inibindo a expressão do gene que se quer silenciar.

Os resultados, chamados "prova de conceito", foram obtidos com um gene


marcador conhecido como GUS, que é um tipo de gene chamado de "repórter", pois
permite facilmente a detecção das células em que o gene está funcional. Ou seja, o gene
GUS é introduzido na planta junto com o gene de interesse. Ele identifica o local no
qual o gene de interesse foi inserido, pois gera um precipitado de coloração azul,
distinguindo as células que receberam o DNA recombinante.  O GUS reporta – daí o
nome – a presença de outro gene, que é o de interesse, comprovando a incorporação
deste último ao genoma da planta.  

Quando as soluções existentes no mercado, no caso os fungicidas, não são


eficientes para livrá-las dos efeitos nocivos dos patógenos, o jeito é recorrer a
estratégias mais sofisticadas de controle, como a engenharia genética, por exemplo. Só
que havia uma pedra nesse caminho. E a pedra era exatamente a interação planta-fungo
envolvendo a linguagem do RNA, que não havia sido mostrada até então. Era preciso
transpor esse obstáculo.

A metodologia utilizada nesse caso é chamada de HIGS (Host-induced gene


silencing), que significa silenciar os genes em outro organismo e não no organismo no
qual os RNAs são produzidos. Traduzindo: os cientistas introduzem na planta uma
sequência de RNA interferente que vai gerar uma série de pequenos fragmentos
denominados siRNAs, ou small interfering RNAs. O objetivo é que reconheçam o RNA
do fungo, silenciando um de seus genes vitais e prejudicando o seu ciclo de vida.

Os genes promissores, como o da quitina-sintase, responsável pela produção de


quitina, um componente essencial da parede celular do fungo, sem o qual sua
sobrevivência fica comprometida.

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